Lacan queria que a leitura de seus textos não fosse simplesmente uma tomada de consciência de suas ideias, mas que o leitor se descobrisse como sujeito de desejo através dessa leitura. Lacan não exercia poder institucional, mas influenciava aqueles que o escutavam voluntariamente. Suas obras tiveram grande influência sobre a cultura dos últimos decênios ao descobrirem que o sujeito humano é mais complexo do que concepções tradicionais.
Lacan queria que a leitura de seus textos não fosse simplesmente uma tomada de consciência de suas ideias, mas que o leitor se descobrisse como sujeito de desejo através dessa leitura. Lacan não exercia poder institucional, mas influenciava aqueles que o escutavam voluntariamente. Suas obras tiveram grande influência sobre a cultura dos últimos decênios ao descobrirem que o sujeito humano é mais complexo do que concepções tradicionais.
Lacan queria que a leitura de seus textos não fosse simplesmente uma tomada de consciência de suas ideias, mas que o leitor se descobrisse como sujeito de desejo através dessa leitura. Lacan não exercia poder institucional, mas influenciava aqueles que o escutavam voluntariamente. Suas obras tiveram grande influência sobre a cultura dos últimos decênios ao descobrirem que o sujeito humano é mais complexo do que concepções tradicionais.
- IALcan teue muitos aduersdrtos. Elefoi acusedo de hermettsmo
e de "terrortsmo tntelectuar'. 0 que o senhor pensa sobre essas acusac6es? - Penso que o hermetismo de I.acan e devido ao fato de ele querer "tomada que de aconsciencla" leitura de seus textos de suas nao fosse ideias. simplesmente Ele queria uma que o leitor se Lacan, o "Libertador" da Psicanalise descobrisse, ele pr6prio, como sujelto de desejo, atraves dessa leitura. hacan queria que a obscuridade de seus Escritosl fosse a pr6pria complexidade do sujeito, e que o trabalho necessario para compreende-lo fosse urn trabalho a ser realizado sobre si "Lacan, 11 `libertatore' della psicanalisi" rLacan, o `libertador' da psicanalise": mesmo. guanto ao "terrorismo", observarei apenas uma coisa: entrevista com J. Nobecourt: trad. A. Ghizzardi). Corriere de[[a sercL vol. 106, nQ Lacan nao exercia nenhum poder institucional. Os que o escuta- 212,11 de setembro de 1981. p.I. vam queriam exatamente escufa-lo. Ele nao aterrorizava senao -Tern-se o hdbtto de dizer que IJaccmjioi o protagontsta de uma aqueles que tinham medo. A influencia que exercemos nao pode "rei>alngdo da psicandiise". 0 senhor aclra que esta de:finteao de nunca ser urn poder que impomos. "reuol.uctondTio" a exata e aceitdvel? -Acho que Ifacan teria recusado este termo de "revolucionario" e a pr6pria ideia de uma "revolucao em psicanalise". Ele queria apenas ser "psicanalista''. Isso supunha, aos seus olhos, uma ruptura violenta com tudo o que tendia a fazer depender a psica- nalise da psiquiatria, ou a fazer dela urn capitulo sofisticado da psicologia. Ele queria subtrair a psicanalise da proximidade da medicina e das instituic6es medicas, que considerava perigosa. Ele buscava na psicanalise nao urn processo de normalizacao dos comportamentos, mas uma teoria do sujeito. Por isso e que, ape- sar de uma aparencia de discurso extremamente especulativo. seu pensamento nao e estranho a todos os esforcos que foram feitos para recolocar em questao as praticas da medicina mental. - Se Lncan, como o senhor dtsse, ndofioi urn "reuofuctondrio", a certo, corrfudo, que sues obras ttwercrm uma grande tnrftueneia sobre a cultura dos tilttrnos decenios. 0 que mudou depots de Lcrean, tcrmbem, r\o modo de "fiazer" cultuTa? - 0 que mudou? Se remonto aos anos 50, na epoca em que o estudante que eu era lia as obras de Levi-Strauss e os primeiros textos de Lacan. parece-me que a novidade era a seguinte: n6s descobriamos que a filosofia e as ciencias humanas viviam sobre uma concepcao muito tradicional do sujeito humano. e que nao bastava dizer, ora com uns. que o sujeito era radicalmente livre e, ora com outros. que o sujeito era determinado por condic6es sociais. N6s descobriamos que era preciso procurar libertar tudo o que se esconde por tras do uso aparentemente simples do pronome "eu" U.e). 0 sujeito: uma coisa complexa, fragil, de que i. Lacan (J.). rferits, Paris, Eid. du Sell,1966. e tao dificil falar, e sem a qual nao podemos falar. ((N. T.) Ha tradu¢ao brasileira da Jorge Zahar Editora.) I