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O caso relativo à empresa americana Regina Company começa por nos apresentar
aquele que foi o principal responsável pela massiva fraude financeira que iremos estudar
hoje.
Donald Scheelen, que iniciou a sua carreira em Wall Street, tornou-se presidente da
Regina Company em 1980, após ter liderado o departamento de marketing, uma subsidiária
da General Signal Corporation. Ele transformou a empresa, expandindo a sua linha de
produtos, que anteriormente dependia grandemente de apenas um tipo de produto, e
aumentando os gastos com publicidade para competir com Hoover e Eureka (os principais
concorrentes da indústria, à frente da Regina).
Aqui estão os métodos usados por Donald Scheelen e o CFO Vincent Golden para
manipular os relatórios:
Subestimação dos Custos dos Bens Vendidos: Para aumentar os lucros, Scheelen e
Golden também subestimaram os custos associados aos produtos vendidos. Reduziram
os custos dos bens vendidos nos registos, através da sua alteração nos computadores
por parte dos empregados a mando do CFO, aumentando assim os lucros relatados.
Bogus Invoices: Geraram faturas fictícias para pedidos anteriores de clientes com
grandes volumes, por considerarem que estes seriam menos prováveis de responderem
a questionamentos por parte da auditoria. Essas faturas não foram enviadas aos
clientes nem registadas corretamente, gerando vendas fictícias que aumentaram os
números financeiros.
Esses métodos revelam uma série de práticas fraudulentas que Scheelen e Golden
empregaram para manipular sistematicamente as demonstrações financeiras da Regina
Company, escondendo uma realidade financeira debilitada da empresa para manter o
preço das ações alto e enganar investidores e stakeholders.
Outro problema que se mostrou evidente neste caso foi a falha do processo de
auditoria. Embora os auditores da Peat Marwick, a empresa responsável pela auditoria,
tenham descoberto uma transação suspeita (‘ship-in-place’ transação), não conseguiram
desvendar o esquema de manipulação, levando apenas em consideração a palavra do CFO
em como não havia mais nenhuma transação similar registada nas contas da empresa. Isso
levantou questões sobre a eficácia do processo de auditoria.
Rácio de Liquidez Corrente 1986 = Current Assets / Current Liabilities = 24 935 / 14 732 =
1,69
O Quick Ratio mede o valor dos ativos líquidos disponíveis em relação ao valor dos
passivos circulantes de uma empresa, ou seja, mede a capacidade de uma empresa a
pagar os seus passivos correntes sem a necessidade de vender o seu inventário ou através
de financiamento adicional.
Quick Ratio 1986 = (Cash and Equivalents + Receivables) / Current Liabilities = (63 + 14
402) / 14 732 = 0,98
O Quick Ratio de 0,98 em 1986 indica que a empresa tinha quase a mesma
quantidade de ativos líquidos imediatamente disponíveis (como dinheiro e contas a receber)
em relação às suas dívidas de curto prazo. Isso sugere uma posição mais estreita para lidar
com as suas obrigações imediatas sem depender dos inventários para cobri-las.
O teste de corte é uma ferramenta crucial na auditoria financeira, pois tem como
objetivo principal verificar se as transações financeiras, como receitas, despesas e outros,
foram registadas no período apropriado. Outros objetivos do teste de corte, incluem o
seguinte:
Podemos assim concluir que os testes de corte são fundamentais para garantir a
precisão dos relatórios financeiros e para detetar possíveis irregularidades que poderiam
distorcer a realidade financeira da empresa.
A confiança nos clientes pode variar com base na reputação do cliente, histórico de
conformidade e integridade da gestão. Clientes com histórico de transparência podem ter
um certo nível de confiança, mas ainda requerem validação independente.
Confiança nos controlos internos do cliente pode reduzir a extensão dos testes
substantivos, mas nunca pode substituir completamente a necessidade de evidências
substantivas independentes.
É essencial que os auditores comuniquem claramente as suas expectativas aos
clientes e solicitem informações de maneira transparente para construir uma relação de
confiança mútua.
Confiança, essencial:
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Bibliografia
Manual de Auditoria Financeira - Uma análise integrada baseada no risco, Bruno José
Machado de Almeida, 2022