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Curitiba, 10/04/2024.
1) Desde o surgimento do primeiro exemplar humano até o primeiro homo sapiens
sapiens, brutas alterações anatômicas e biológicas ocorreram pelas descobertas
feitas ao longo do progresso histórico do homem (criação e aprimoramento dos
instrumentos de sobrevivência, descoberta do fogo), criando o campo perfeito para
que uma posterior evolução exponencial carregada pela cultura pudesse acontecer.
Após a ocorrência dessas impactantes evoluções anatômicas, o aparato físico e
fisiológico humano pouco mudou, o que evidencia que o fator responsável pelo
nosso progresso não é por qualidades biológicas, mas sim por interações
históricas, sociais e culturais. Nesse sentido o conceito de catraca cultural se
introduz: as qualidades que nos fazem humanos não são adquiridas
hereditariamente. Todo o aprendizado motor e intelectual acerca do ambiente em
que aqueles primitivos grupos viviam era consolidado nas comunidades por via de
uma rede de interações comunicativas simples que permitiam não só a
perpetuação das ferramentas criadas e do conhecimento acumulado acerca do uso
delas como também suas melhorias. A partir dessas questões, um novo membro já
nascia em um mundo com suas próprias singularidades, cultura material e
intelectual, podendo ele mesmo fazer sua própria contribuição e participar da
evolução da cultura vigente, dando continuidade ao ciclo. Assim se concretizaram
todas as evoluções tecnológicas, materiais e intelectuais da história da
humanidade. Nós, diferente dos animais inferiores, superamos as barreiras da
simples evolução biológica por todos esses fatores citados, ligados a acumulação e
progresso da cultura.
2) O ser humano se diferencia dos outros animais por sua capacidade de criação de
ferramentas e atividades que se relacionam e se consolidam como cultura material
e intelectual pelas interações sociais. Dessa forma, ocorre um processo
comunicativo de transmissão de conhecimento, entre o detentor do saber do meio
ou ambiente externo para com o novo membro da comunidade ou aquele que tem
necessidade de aprender. Esse processo se inicia primeiramente pela necessidade
do homem de satisfazer alguma demanda social ou instintiva, interagindo com o
meio que se insere a benefício seu e do coletivo, processo esse que Leontiev
chama de teoria da atividade.
Referências:
LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978.
Página: 261 -284
O Homem e a Cultura