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Apostila 6º Ano

1ª Etapa - Cultura e Sociedade, Comportamento animal, Ação Inteligente e Axiologia

Texto 1

O Homem e a Cultura

O primeiro estágio é o da preparação biológica do homem. Começa no fim do terciário e


prossegue no início do quaternário. Os seus representantes, chamados australopitecos, eram
animais que levavam uma vida gregária; conheciam a posição vertical e serviam-se de
utensílios rudimentares, não trabalhados; é verossímil que possuíssem meios extremamente
primitivos para comunicar entre si. Neste estágio reinavam ainda sem partilha as leis da
biologia. O segundo estágio que comporta uma série de grandes etapas pode designar-se
como o da passagem ao homem. Vai desde o aparecimento do pitecantropo à época do
homem de Neanderthal inclusive. Este estágio é marcado pelo início da fabricação de
instrumentos e pelas primeiras formas, ainda embrionárias, de trabalho e de sociedade. A
formação do homem estava ainda submetida,neste estágio, às leis biológicas, quer dizer que
ela continuava a traduzir-se por alterações anatômicas, transmitidas de geração em geração
pela hereditariedade.
Mas ao mesmo tempo, elementos novos apareciam no seu desenvolvimento. Começavam a
produzir-se, sob a influência do desenvolvimento do trabalho e da comunicação pela linguagem
que ele suscitava, modificações da constituição anatômica do homem, do seu cérebro, dos
seus órgãos dos sentidos,da sua mão e dos órgãos da linguagem; em resumo, o seu
desenvolvimento biológico tornava-se dependente do desenvolvimento da produção. Mas a
produção é desde o início um processo social que se desenvolve segundo as suas leis
objetivas próprias, leis sócio-históricas. A biologia pôs-se, portanto, a “inscrever” na estrutura
anatômica do homem a “história” nascente da sociedade humana.

LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa:Horizonte, 1978.Página: 261-284


http://pt.scribd.com/doc/28216315/LEONTIEV-Alexis-O-Homem-e-a-Cultura-1 em 12/12/2012 as 17h41

Atividade I

Questão 01
O que significa dizer que o ser humano superou as leis biológicas?

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Questão 02

Dê exemplos que deixem clara a transformação das ações humanas de biológicas para
históricas.
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Questão 03

E no mundo de hoje? O homem age de acordo com as leis biológicas? Dê exemplos.


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Texto 2

O conceito de cultura é um dos mais usados nas ciências sociais. Embora diferenciado do
conceito de sociedade, está claro que nenhuma cultura poderia existir sem sociedade assim
como toda sociedade desenvolve uma cultura própria. Todos nós adquirimos nossas
características específicas humanas em um contexto social e cultural também específico. O
estudo dos aspectos e questões envolvidos na construção de identidades culturais e sociais é
importante para a compreensão de diferenças nas orientações valorativas, nas normas sociais
e nos comportamentos de indivíduos e grupos em sociedade, assim como para o
entendimento dos contrastes entre culturas de diferentes populações em sociedades de
diversos tempos e lugares. O conhecimento sobre tais aspectos da realidade social contribui
significativamente para a convivência mais ampla e a maior tolerância quanto às diferentes
orientações de natureza cultural e social.
O conceito de cultura está entre os mais usados na Sociologia e refere-se às formas de vida dos
membros de uma sociedade ou de grupos dentro da sociedade, incluindo todas as formas de
arte, com suas linguagens próprias (a literatura, a música, as artes plástica s, etc.), as várias
formas de expressão que se manifestam no modo de vestir das pessoas, em seus costumes,
em seus padrões de comportamento, os seus rituais religiosos, as suas ideias, crenças e
princípios orientadores da vida (como as teorias científicas, as doutrinas religiosas e as
ideologias).
O mundo da cultura é constituído de uma trama complexa dos elementos que contribuem
para a organização da vida cotidiana, como os estilos de vida familiar e as atividades de lazer
que caracterizam nosso ambiente de convivência, e dos mecanismos sociais desenvolvidos
para a resolução dos problemas da vida coletiva, como as formas de organização da vida
escolar, da política ou da produção da vida material. A cultura é um vasto campo que abrange
tanto as ideias abstratas que traduzem a vida da imaginação e do pensamento, com suas
linguagens próprias, quanto os arranjos sociais e os instrumentos que permitem e favorecem a
cooperação entre as pessoas nas formas das organizações sociais, possibilitando melhorar
nossa habilidade em alcançar o que precisamos e desejamos para nós mesmos. Dessa forma a
noção de cultura envolve tanto aspectos “intangíveis ” - como valores, crenças, ideias, teorias
e normas sociais- quanto aspectos “tangíveis” – como objetos, produtos do trabalho, das artes,
da ciência e da tecnologia. Os valores e as normas sociais definem o que é considerado
fundamental e desejável para a orientação da vida das pessoas em suas interações sociais. Os
valores informam nossas crenças morais dando sentido e direção às nossas vidas, enquanto as
normas são regras comportamentais que definem o que é esperado das ações individuais no
contexto da convivência social. As normas dizem o que devemos fazer ou é proibido fazer em
situações específicas. Em alguma medida as norma s sociais, escritas ou não na forma de leis,
refletem os valores predominantes de uma cultura em uma determinada sociedade. Todos
esses elementos, tangíveis e intangíveis, são constitutivos da cultura e são compartilhados
pelos membros da sociedade, formando um contexto com um para os seus integrantes e
dando sentido às suas vidas, ações e atividades.
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/banco_objetos_crv/%7BAB23A422-7B7F-4F70-B544-
F578B73CBEFF%7D_Cultura%20e%20Sociedade.pdf

Atividade II

Questão 01
Qual a definição de cultura?
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Questão 02
O que são valores e normas?
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Questão 03
Apresente um pequeno relatório indicando algumas práticas sociais e normas de
comportamento que hoje são aceitas como normais e que para seus pais, ou outros adultos
mais idosos, não eram reconhecidas socialmente há poucas décadas passadas. (por exemplo:
costumes relativos ao comportamento sexual e às relações afetivas entre os jovens).

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Questão 04

Com base na charge responda as questões a seguir:

a) O autor mencionou na sua charge um valor cultural Brasileiro? Justifique sua resposta.

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b) Selecione dois elementos da cultura brasileira e relacione-os com outros dois elementos
culturais de um outro povo a sua escolha.

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Texto 3

"Não é mais natural ou menos convencional gritar quando se tem raiva ou beijar quando se
sente amor do que chamar uma mesa de "mesa". Os sentimentos e as condutas passionais são
tão inventadas quanto as palavras. Mesmo aqueles comportamentos que, como a
paternidade, parecem inscritos no corpo humano são, na realidade, instituições. É impossível
sobrepor no homem uma primeira camada de comportamentos que chamaríamos de
"naturais" e um mundo cultural ou espiritual fabricado. Tudo é fabricado e tudo é natural no
homem, assim como diríamos, nesse sentido, que não há uma só palavra, uma só conduta que
não deva algo ao ser simplesmente biológico, e que, ao mesmo tempo, não escape da
simplicidade da vida animal (...). Os comportamentos criam significações que transcendem o
dispositivo anatômico, mas que, no entanto, são imanentes ao comportamento enquanto tal,
uma vez que ele é aprendido e compreendido."
MERLEAU-PONTY, Fenomenologia da percepção, p.220-221.

Atividade III

Questão 01

Leia as sentenças abaixo e responda à questão que se segue.

a) A expressão das emoções humanas não é mais natural que o uso da linguagem.

b) No ser humano, não há duas camadas separáveis, natureza e cultura.

O que você pensa? Desenvolva argumentos contra ou a favor e dê exemplos de suas próprias
posições.
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Questão 02

Leia este trecho de um poema “O único animal”, de Luis Fernando Veríssimo.

O homem é o único animal que ri dos outros.


O homem é único animal que passa por outro e finge que não vê.
É o único que fala mais que o papagaio.
É o único que gosta de escargots (fora, claro, o escargot).
É o único que acha que Deus é parecido com ele.
A partir da análise do texto e com base em seus conhecimentos sobre o ser humano, assinale a
alternativa INCORRETA:

a) Seres humanos não diferem em nada em relação aos animais.


b) Seres humanos, diferentemente de animais, possuem liberdade, podem escolher.
c) Seres humanos possuem instintos assim como os animais.
d) Seres humanos são capazes de formar linguagem e assim formarem cultura.

Questão 03

EXPLIQUE esta afirmação: O ser humano, diferentemente dos animais, altera o ambiente em
que vive em prol de seu interesse.
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texto 4

[...] parece evidente que os animais, como os homens, apreendem muitas coisas da
experiência e inferem que os mesmos eventos resultarão sempre das mesmas causas.
Mediante este princípio, familiarizam-se com as propriedades mais evidentes dos objetos
externos, e gradualmente, a partir de seu nascimento, acumulam conhecimentos sobre a
natureza do fogo, da água, da terra, das pedras, das altitudes, das profundidades etc., e
daquilo que resulta de sua ação. Aqui se distingue claramente a ignorância e a inexperiência do
jovem frente à astúcia e à sagacidade dos velhos que têm aprendido, por uma longa
observação, a evitar o que os fere e a perseguir o que lhes proporciona bem-estar e prazer.
Um cavalo habituado ao campo familiariza-se com a altura apropriada que pode saltar e nunca
tentará superar aquela que ultrapassa suas forças e habilidades. Um velho galgo confiará a
parte mais fatigante da caça aos mais jovens e se colocará em posição apropriada para abocar
a lebre quando esta de repente se voltar; as conjeturas que faz neste caso não têm outro fun -
damento senão sua observação e experiência.

Isto é ainda mais evidente se se considerarem os efeitos da adestração e da educação sobre os


animais, aos quais mediante a aplicação adequada de castigos e recompensas, se pode ensinar
a efetuar qualquer classe de atividade, inclusive as mais contrárias aos seus instintos e
inclinações naturais. Não é a experiência que faz com que um cão tema a dor, quando o
ameaçais e levantais o látego para enxotá-lo? Não é também a experiência que o faz
responder por seu nome e a inferir, de um som arbitrário, que o designais e não a alguns de
seus companheiros, e que quereis chamá-lo, quando emitis este som de uma certa maneira,
com certa tonalidade e inflexão?
Em todos estes casos, podemos constatar que o animal infere um fato que ultrapassa aquilo
que impressiona imediatamente seus sentidos, e que esta experiência está completamente
fundada na experiência passada, visto que a criatura espera do objeto presente os mesmos
resultados que, em sua observação, sempre tem visto derivar de objetos semelhantes.

Fonte: Hume, David. "Da razão dos animais", Investigação acerca do Entendimento Humano, 1749.

Atividade IV

Questão 01

Pesquise em jornais, revistas e internet, reportagens que demonstrem ações humanos que
seres animais também são capazes de realizar.

Questão 02

Explique, em que animais se diferem de seres humanos.


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Texto 05

Axiologia (do grego άξιος "valor" + λόγος "estudo, tratado") é o estudo de valores1 , uma teoria
do valor geral, compreendido no sentido moral. Tal como se descreveu na Alemanha com Max
Scheler ou John Rickert e a França por Ruyer ou R. Polin, a axiologia tenta estabelecer uma
hierarquia de valores.
Fonte: Dicionário de filosofia. PAPIRUS, 2005. p. 48.

Atividade VI

Questão 01

Sobre a Axiologia podemos AFIRMAR:

a) Pretende estudar como os seres humanos se comportam isoladamente.


b) Aceita ações incorretas como valores.
c) É o estudo dos valores.
d) É independente do comportamento humano.
Texto 06

Resumo sobre "Juízos de Valor e Juízos de Fato"


Marta Veríssimo

Quando fazemos apreciações de acontecimentos, manifestando as nossas preferências, ou


seja, expressando uma avaliação acerca de certos aspectos da realidade, emitimos juízos de
valor. Estas interpretações feitas por parte do sujeito são parciais, isto é, cada pessoa tem a
sua, sendo cada uma delas parte de um todo; são relativas, o que quer dizer que se definem
por comparação com algo que é desejável ou digno de estima; e também são subjetivas, pois
diferem de pessoa para pessoa. Estes juízos são discutíveis uma vez que as suas avaliações
diferem de pessoa para pessoa, traduzindo, desta forma, opções de natureza efetiva e
emotiva. A função básica destes juízos é influenciar o comportamento dos outros e mostrar-
lhes como devem olhar para a realidade, o que significa que, pelo menos em parte, são
normativos.
http://www.notapositiva.com/pt/apntestbs/filosofia/10_juizos_valor_facto.htm em 12/12/2012 as
18h43

Quando dizemos “Esta maçã é vermelha”, “Maria mede 1 metro e oitenta”, “Algumas
sociedades consideram a poligamia correta” ou “Matéria atrai matéria na proporção direta das
suas massas e na proporção inversa da distância entre elas”, estamos descrevendo uma
realidade ou dizendo como as coisas são. Podemos dizer que estamos pronunciando “juízos de
fato”. Nesse caso, a verdade ou falsidade destes juízos não depende do que as pessoas
pensam ou sentem, mas sim de se eles correspondem ou não aos fatos. (Sempre é bom
lembrar que, no que diz respeito às proposições das ciências, a questão é bastante complexa,
pois sabemos que as ciências não lidam com fatos simples, mas com teorias, hipóteses e
construções. Mesmo sendo assim, o objetivo maior das ciências é propor uma compreensão
do que é a realidade, de como as coisas são).
Já quando dizemos “Maria é uma boa mãe” e “A poligamia é errada” ou “Não se deve mentir”
não estamos simplesmente descrevendo como as coisas são, mas avaliando e prescrevendo,
ou seja, dizendo como se deve agir e como as coisas devem ser. Tomemos um exemplo:
Quando se diz que “Pedro é um bom pai” não se está apenas descrevendo o que Pedro faz, por
exemplo, que ele trabalha para sustentar seus filhos ou cuida da educação deles, mas se está
também aprovando e recomendando esse comportamento, ou seja, dizendo que todos devem
agir como Pedro. Juízos desse tipo são chamados juízos de valor. Os juízos de valor sempre
expressam o que os seres humanos anseiam, desejam, consideram valioso ou recomendável.

Atividade VII

Questão 01

Responda se as afirmações abaixo são Juízos de Valor ou não. Não se esqueça de justificar.

a) A liberdade é mais importante do que a justiça.


b) A justiça é mais importante do que a liberdade.
c) Muitas pessoas valorizam a liberdade.
d) É bom que muitas pessoas valorizem a liberdade.
e) A temperatura hoje ficou acima dos 20 graus.
f) Os seres humanos lutam por sua liberdade.
g) A escravidão é um mal.
h) Devemos buscar a felicidade.
i) A Igreja condena o aborto.
j) O aborto é um crime.

Questão 02

(UEM - 2011 - Adaptada) Diferenciam-se, na Filosofia, os juízos de realidade (fato) e os juízos


de valor. Os primeiros qualificam os seres em suas propriedades objetivas, enquanto os
segundos revelam as relações estabelecidas entre os seres a partir de um sujeito que julga.

Sobre os juízos de conhecimento e os juízos de valor, assinale o que for CORRETO.

a) Uma proposição do tipo “A caneta é azul” é um juízo de valor. Uma proposição do tipo “A
caneta é ruim, pois falha muito” é um juízo de realidade.
b) A temática dos valores considera, de maneira notável, os juízos de fato como próprios da
questão ética.
c) Enquanto a moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época por
um grupo de pessoas, a ética é a parte da Filosofia que se ocupa da reflexão sobre a moral.
d) Juízos de realidade, assim como juízos de gosto, são relativos à vontade dos indivíduos e não
podem encontrar, por isso, fundamento racional que lhes dê estatuto universal e coletivo.
e) Todos os homens são mortais. Essa afirmação é um juízo de valor.
2ª Etapa: Direitos e Deveres, Leis e Justiça

Texto 01

Democracia e Estado de Direito

O princípio da soberania da lei determina ao poder legislativo um papel central na vida política
das sociedades democráticas. Nas democracias o Parlamento (o Congresso nacional e as
Câmaras de representantes) na medida em que concentra a representação popular e é
instituído pelo voto dos cidadãos, em eleições livres, torna-se o responsável pela formulação e
aprovação das leis, especialmente, a lei maior - a Constituição. Além de reger a vida dos
indivíduos e das organizações integrantes da sociedade, esse arcabouço jurídico determina as
várias funções políticas, estabelecendo as competências e os limites dos poderes e instituições
que compõem o Estado. Em uma democracia-liberal, a forma predominante de democracia
nas sociedades modernas, é escolhendo seus representantes de forma livre e informada,
através de eleições periódicas, regulares e competitivas que os cidadãos podem, em grande
parte, controlar o Estado. Mas isso seria suficiente para um real controle do Estado pelos
cidadãos? Essa é uma questão que cada vez mais ocupa os debates sobre as condições
necessárias e favoráveis aos avanços da democracia.

Os direitos fundamentais assegurados em lei visam a proteger os indivíduos do poder


avassalador das formas tradicionais e autoritárias do poder político assim como garantir o
acesso aos bens básicos que a própria sociedade é capaz de produzir. Quando o sistema
judiciário de uma sociedade que se quer democrática funciona mal ou deixa de realizar o seu
papel de fazer cumprir e respeitar a lei, o que está em risco é a própria democracia do país. A
democracia formalmente instituída garante juridicamente a “igualdade perante a lei” para
todos os membros da coletividade mas a real efetividade desse princípio é que pode traduzir o
grau de democracia existente na vida da sociedade.

As diferentes formas existentes de democracia como “governo do povo, pelo povo e para o
povo” são resultantes de processos históricos diversos, ocorridos em épocas e em contextos
culturais e sociais distintos. Nessa perspectiva, o próprio termo “povo” adquiriu significados
contrastantes na medida em que inclui, no processo de escolha dos governantes, maior ou
menor parcela da população do país. Em algumas sociedades a versão aceita de democracia
limita-se à esfera política e a eleições periódicas, enquanto que em outras, estende-se a outros
aspectos da vida social.

Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/

Atividade I

Questão 01

O que significa dizer que um estado é uma democracia?


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Texto 02

O que são direitos civis?

Os direitos civis referem-se às liberdades individuais, como o direito de ir e vir, de dispor do


próprio corpo, o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade perante a
lei, a não ser julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado.
Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas seja
baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a
profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens - e de ser respeitado.
É preciso ressaltar que a liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro.
Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados em
igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social,
independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou
de opiniões e escolhas relativas à vida privada.
Dessa forma, o exercício e a garantia dos direitos civis não existem sem a tolerância e o
convívio com os diferentes modo de ser, sentir e agir. Se reivindicamos o direito às nossas
liberdades individuais, assumimos ao mesmo tempo o compromisso e a responsabilidade de
zelar para que essas liberdades existam para todos. Preocupar-se com a garantia dos direitos
significa tanto exercitá-los em nossa vida quanto construir no cotidiano condições que
permitam a sua ampla realização.
A condição fundamental para a garantia dos direitos civis é de natureza social. Logo, se em
uma sociedade determinados grupos ficam excluídos desses direitos, essa desigualdade atinge
não apenas as pessoas que sofrem as violações, mas a todos, inclusive aqueles que têm seus
direitos garantidos. O nosso cotidiano está repleto de exemplos: cidadãos negros são quase
sempre considerados mais "suspeitos" do que os brancos no caso de roubos.
Fonte: http://www.educared.org/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=7&id_subtema=5
Acesso em: 17 jan. 2012.

Atividade II

Questão 01

Leia e explique o seguinte texto:

Quando falamos do direito a liberdades individuais, uma pergunta está sempre presente: deve
haver limites para o exercício dessas liberdades? Já existem formulações sobre essa
discussão. Na "Declaração do Direitos do Homem e do Cidadão", aprovada em 1789, após a
Revolução Francesa, há um artigo a esse respeito:

Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o
exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites
apenas podem ser determinados pela lei.
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Questão 02

Observe a charge abaixo

De acordo com seus conhecimentos, elabore um texto que discuta em que medida os direitos
foram violados na charge.
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Texto 03

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para


instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.


TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei
nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado; (Regulamento)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Atividade III

Questão 01

Quais são os principais direitos garantidos pela constituição Brasileira no artigo 5º?
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Questão 02

Observe a charge abaixo:

De acordo com seus conhecimentos, elabore um texto que discuta em que medida os direitos
foram violados na charge.

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Texto 04

Exercer a cidadania é ter consciência de suas obrigações e lutar para que o que é justo e o
correto sejam colocados em prática.
O que são os direitos e deveres do cidadão? Antes de qualquer coisa, o que é ser um cidadão?
Cidadão é aquele que se identifica culturalmente como parte de um território, usufrui dos
direitos e cumpre os deveres estabelecidos em lei. Ou seja, exercer a cidadania é ter
consciência de suas obrigações e lutar para que o que é justo e o correto sejam colocados em
prática.
Os direitos e deveres não podem andar separados. Afinal, só quando cumprimos com nossas
obrigações permitimos que os outros exercitem seus direitos.

Veja alguns exemplos dos direitos e deveres do cidadão:


Deveres
• Votar para escolher nossos governantes.
• Cumprir as leis.
• Respeitar os direitos sociais de outras pessoas.
• Educar e proteger nossos semelhantes.
• Proteger a natureza.
• Proteger o patrimônio público e social do País.
• Colaborar com as autoridades.
Fonte: http://www2.planalto.gov.br/

Atividade IV

Questão 01

Ilustre cada um dos deveres do cidadão com uma reportagem que você encontrar em jornais,
revistas e/ou internet.

Texto 05

As noções de lei e justiça são fundamentais tanto para a esfera moral quanto para a política.
Podemos remontar a discussão sobre sua natureza e relevância à Grécia arcaica. Por exemplo,
o poeta Hesíodo (final do século VIII – começo do século VII a.C.), em seu poema O trabalho e
os dias narra a seguinte fábula a respeito da justiça:
“Assim disse o gavião ao rouxinol de colorido colo/ no muito alto das nuvens levando-o
cravado nas garras:/ ele miserável varado todo por recurvadas garras/ gemia enquanto o outro
prepotente ia lhe dizendo:/ ‘Desafortunado, o que gritas? Tem a ti um bem mais forte;/ tu irás
por onde eu te levar, mesmo sendo bom cantor;/ alimento, se quiser, de ti farei ou até te
soltarei./ Insensato quem com mais fortes queira medir-se,/ de vitória é privado e sofre, além
de penas, vexame’./ assim falou o gavião de voz veloz, ave de longas asas”. (Hesíodo, O
trabalho e os dias, vv. 202-12. Trad. de M. de C. Neves Lafer. São Paulo: Iluminuras, 1996, pp.
37-9).
Hesíodo quer nos mostrar que entre os animais impera a lei do mais forte, desconhecendo eles
a noção de justiça. Os seres humanos, por sua vez, conhecem um princípio de “equalização”
(embora ele não utilize esse termo) que permite a coexistência pacífica e uma vida em
conjunto que seja próspera – isto é, a própria justiça. Aceitando então o fato de que a
existência humana é marcada pela vida em comunidade, a visão mais clara possível da justiça é
de interesse premente. Na experiência cotidiana, isso se traduz em questões de caráter
prático: “O que um professor deve avaliar na distribuição de suas notas? Quais critérios adotar
de modo que um aluno não seja injustiçado? O professor deve levar em conta o esforço do
aluno ou somente suas capacidades inatas? Deve levar em conta a necessidade da aprovação?
Deve considerar um fator impeditivo (como uma doença) que prejudicou o desempenho do
aluno?” Todas essas são questões concernentes à justiça.
A noção de lei encontra igualmente uma origem muito antiga e o debate em torno de sua
definição ganha forma (na Grécia clássica) na oposição entre nómos e phýsis, a primeira noção
referindo-se à norma vigente na cidade e que tem nos homens seu autor e a segunda
confundindo-se com a própria natureza que se apresenta ela mesma de forma ordenada. De
modo bastante resumido, ao nómos é atribuído com mais frequência um sentido
convencional, ao passo que a phýsis costuma expressar a ordem que rege o próprio mundo
(kósmos). A discussão sobre o fundamento da lei (natural ou convencional) está intimamente
associada àquela sobre a natureza da justiça, uma vez que está em jogo o conhecimento da
origem das normas que devem reger as ações dos homens, sejam aquelas realizadas no
âmbito público, sejam aquelas empreendidas no domínio privado. O que é preciso esclarecer,
contudo, é o modo como a lei e a justiça se entrelaçam no dia-a-dia. A lei coloca
obrigatoriamente o problema da justiça porque esta constitui um de seus fundamentos e uma
das motivações de sua observância. Por exemplo, podemos nos perguntar se devemos infringir
uma lei de trânsito. É muito provável que em nossa resposta façamos apelo a alguma definição
de justiça. Assim, podemos nos convencer de que parar em local proibido em certas ocasiões é
justo porque não prejudicamos ninguém ao agir assim, ou porque pagamos nossos impostos e
consideramos que temos esses direitos.
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br
Atividade V
Questão 01

Para os animais existe a noção de justiça? Explique.

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Questão 02

Você acredita que vivemos em uma sociedade justa? Justifique sua resposta com reportagens
e faça um comentário sobre a reportagem.

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Questão 03

(Profa. Gilmara) Leia o texto: “A definição de injustiça social tende a ser múltipla, a depender
do aspecto e das condições em que é analisada. De modo simples e sucinto, o padrão de
injustiça ocorre quando dois indivíduos semelhantes e em iguais condições recebem
tratamento desigual. Para que haja um parâmetro no tratamento dado pela Justiça, alguns
critérios foram estabelecidos no decorrer da história:

a) a justiça considera, nas pessoas, as virtudes ou os méritos;


b) a justiça trata os seres humanos como iguais; c) trata as pessoas de acordo com suas
necessidades, suas capacidades ou tomando em consideração tanto umas quanto outras.”
http://www.brasilescola.com/sociologia/fome-miseria-altos-impostos.htm
Após a leitura do texto assinale o que for CORRETO:

a) A justiça normalmente é uma questão de conveniência política;


b) A justiça existe com o objetivo de garantir igualdade entre os indivíduos em iguais
condições.
c) A justiça normalmente é utilizada como forma de privilegiar os políticos brasileiros;
d) A justiça só existe quando os crimes são considerados irrelevantes;

Texto 06

Em primeiro lugar, vamos abordar o problema em um viés prático. A lei, em sua utilização
política, consiste em um instrumento imprescindível para a conservação da vida coletiva. Não
há sociedade sem leis, o que significa que a lei estabelece os padrões de conduta (o lícito e o
ilícito, o permitido e o proibido, mas também o normal e o anormal) sem os quais nenhuma
organização política ganha solidez. Como a lei cumpre essa função? Para respondermos essa
pergunta temos de falar de seu caráter impositivo e do poder do Estado que faz a lei vigorar.
Sem alguma forma de coerção, a lei não pode cumprir seu papel por uma razão muito simples:
os homens nem sempre estão dispostos a obedecer ao comando da lei e, por isso, é preciso
assegurar, pelo uso da força, que a infração da lei acarretará alguma punição. A punição,
evidentemente, não pode ficar sob encargo de um membro da sociedade. É preciso o
estabelecimento de um poder acima dos indivíduos que faça a lei valer e julgue as ações
ilegais. O Estado é precisamente essa instância do poder. Sua tarefa, contudo, não é apenas
punitiva, assim como a lei não se reduz ao âmbito penal. Cabe ao Estado legislar, isto é,
instituir leis que visem o benefício coletivo. Além do mais, o Estado tem de cumprir a função
de governo, isto é, administrar os recursos públicos, estabelecer decretos, instituir os
funcionários e estabelecer os procedimentos, as linhas de ação que irão conduzir a vida do
corpo político.
Quanto à lei, ela não é somente um comando que cerceia as ações dos cidadãos. A lei é
também o que garante o respeito aos direitos individuais. Ela também é um meio para que o
bem comum possa ser alcançado. Não bastasse isso, a lei igualmente vincula os homens, na
medida em que os compromete a agir de acordo com o que deliberaram. A lei, em sua
essência mais pura, não é um imperativo alheio à vontade dos cidadãos, mas deve expressar o
que nessa vontade é comum, ela deve expressar o que Jean-Jacques Rousseau chamou de
Vontade Geral. Por fim, vale lembrar que a lei expressa também a realidade concreta dos
homens. Por isso, Montesquieu pôde afirmar que a lei é também relação, resultando
necessariamente da “natureza das coisas”, isto querendo dizer, nesse contexto, que há uma
estreita ligação entre as leis e os costumes de um povo.
Do ponto de vista teórico, a definição da essência e do fundamento da lei está longe de ser
consensual. Com a finalidade de esclarecer um pouco o problema, podemos começar com uma
distinção entre lei natural e lei positiva (a lei originada do arbítrio humano). A primeira diria
respeito à ordem presente no mundo independentemente da vontade humana. A lei natural
encontraria então seu fundamento em uma razão universal (Deus ou outro princípio) que
estabeleceria uma harmonia, uma ordenação do cosmos e determinaria o curso daquilo que
ocorre. A essa perspectiva podemos aproximar várias escolas filosóficas (platônica e estóica,
sobretudo). A lei positiva, de acordo com esse ponto de vista, espelharia de alguma maneira a
lei natural, de modo a assegurar na cidade a mesma harmonia e justiça que detectamos no
cosmos. Podemos compreender que, para essa linha teórica, a lei positiva (humana) tem um
fundamento transcendente, isto é, a própria lei de natureza. A visão filosófica que se
contrapõe a essa afirma que a lei positiva não encontra fundamento em Deus ou na natureza,
mas simplesmente nos desejos e interesses humanos (de forma geral, é a perspectiva adotada
na modernidade, mas ela ecoa alguns dos pressupostos da sofística grega – século V a.C.).
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br

Atividade VI

Questão 01
Pesquise no dicionário as palavras que você não conhece.
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Questão 02

Faça a distinção entre lei natural e lei positiva.


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Questão 3

Qual a diferença do viés teórico e do viés prático no que diz respeito às lei?
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Questão 3
(Prof.ª Gilmara) “Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea
e sua origem significa, em grego, ciência do dever e da obrigação. Deontologia é uma teoria
sobre as escolhas dos indivíduos, quais são moralmente necessárias e serve para nortear o que
realmente deve ser feito.”

Marque a alternativa CORRETA:

a) Deontologia é a Teoria da Justiça Social


b) Deontologia é a Teoria das Leis
c) Deontologia é a Teoria da Moral
d) Deontologia é a Teoria do Dever

3ª Etapa: Moral e Ética

Texto 01

Moral e ética

Introdução: os significados do termo “ética”


Considere as seguintes frases:
1- Na ética japonesa, o suicídio é considerado uma atitude digna.
2- Sem Deus não há ética.
3- O aborto não é ético.
4- Na ética da Aristóteles a ideia de virtude é central, já na ética de Kant a ideia de lei ocupa o
lugar mais importante.
5- A ética varia conforme as sociedades.
6- O Coringa carece de ética.
7- A ética se origina dos nossos sentimentos, não de nossa racionalidade.

Antes de continuar a leitura deste texto, faça o seguinte exercício:


A) Procure identificar em que sentido o termo “ética” está sendo usado em cada uma das
frases acima.
B) Agrupe as frases que estão usando o termo no mesmo sentido.

Esse pequeno exercício objetivou mostrar que o termo “ética” pode ter muitos sentidos, o que
se relaciona à própria complexidade do tema. Se a sua divisão não ficou exatamente igual à
que apresentamos acima, não quer dizer, necessariamente, que você esteja errado: você pode
ter interpretado os termos por outro ângulo.

C) Releia as frases acima e substitua o termo “ética” pelo termo “moral”. Houve mudança de
sentido das frases?

Podemos notar que, em geral, as frases continuam tendo o mesmo sentido, quer usemos o
termo “ética”, quer usemos os termo “moral”. Isso se explica porque a língua portuguesa e
outras várias outras línguas, herdaram um dos termos do grego (ética vem do grego éthos) e o
outro do latim (moral vem de morus) e ambos se referem aos costumes e maneiras de viver.
Alguns filósofos modernos e contemporâneos propõem que se distinga ética de moral, de
modo a que cada um desses termos se refira a uma dimensão da experiência da moralidade.
Por exemplo: há aqueles que propõem que “moral” se refira à moral vivida, aos costumes e
leis estabelecidos; já “ética” se referiria à reflexão filosófica sobre a moral, perguntando por
seus fundamentos e por sua justificação, ou seja, a “ética” pode fazer a crítica da moral. Outros
utilizam “moral” para falar da experiência subjetiva e “ética” para referir-se à vida moral em
comunidade. Essas distinções são legítimas e muitas vezes úteis para organização do
pensamento, mas o importante é registrar que são apenas estratégias para a análise da
questão, e que nenhuma delas é universalmente aceita ou utilizada.
A primeira aproximação que fizemos do termo “ética” mostrou que o campo da ética, ou da
moral, tem a ver com as regras e os valores dos seres humanos, logo, com aquilo que é
considerado certo e errado, bom e mau e também com a ideia de que uma coisa pode valer
mais do que outra, ser mais importante do que outra. O ser humano é um ser moral, ou seja,
em qualquer sociedade em que viva, tem uma noção do certo e do errado, do permitido e do
proibido, do mais e do menos valioso ou importante. Essa seria uma primeira dimensão da
ética ou da moral, que se encontra na própria experiência vivida. Muitas perguntas podem
surgir a partir dessa experiência: O que faz com que um costume, regra ou
ação sejam bons ou maus? De onde vem a noção de bem e de mal? A moral é uma questão de
sentimento ou de racionalidade? Existe algo que seja um bem acima de todos os outros bens?
Temos razão em aceitar os costumes de nossa sociedade? As noções de certo e de errado são
universais ou relativas aos costumes? Como devemos viver? Ao fazer estas questões, estamos
na segunda dimensão da ética, a dimensão propriamente filosófica (filosofia moral), ou seja,
estamos refletindo sobre a moral vivida e procurando compreendê-la e fundamentá-la. Essas
são algumas das questões que os filósofos buscaram responder.

Atividade I

Questão 01
A ética diz respeito ao valor que as coisas têm para nós. O que essas ilustrações fazem pensar
sobre os valores humanos?
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Texto 02

A ética está fundamentalmente relacionada com as escolhas. Desde os filósofos antigos, já se


distinguia entre o domínio da physis (ou natureza) e o domínio do ethos (ou do costume).
Como dizia Aristóteles (384-322 a.C.), a natureza é o domínio do que é, do que acontece, e
acontece necessariamente e independentemente de nós. Assim, o sol faz com que a água
evapore e “matéria atrai matéria na proporção direta das suas massas e na proporção inversa
da distância entre elas”, conforme expressa a lei da gravitação universal. Esses fatos não
dependem de nós. Podemos até vencer a força gravidade fabricando um avião, mas não
podemos alterar o fato de que matéria atrai matéria da maneira acima. O conhecimento das
coisas que não dependem de nós é um conhecimento teórico.
Outros acontecimentos, porém, não existem de forma necessária, mas dependem do ser
humano: podem ser ou não ser. Chamamos a esses acontecimentos de contingentes. Isso pode
ser dito de todos os objetos fabricados pelo ser humano (edifícios, cidades, canções), mas
também das leis de um país, de uma guerra ou da escolha de uma profissão ou de um modo
de vida. Ora, no caso das coisas que dependem de nós, que podem ser ou não ser, que podem
acontecer ou não, ou seja, que dependem da ação e da escolha do homem coloca-se a
questão: isso deve ser feito? Como devemos agir? Como nos lembra Aristóteles, quando estas
questões dizem respeito não apenas a decisões técnicas (como devemos fazer para construir
um prédio, por exemplo), mas a decisões que envolvem a vida humana como um todo (o que é
uma vida boa e justa e o que devemos fazer para viver esta vida) estamos no domínio da ética
ou da práxis. Aqui precisamos não só de um saber teórico, mas de uma sabedoria prática, um
saber agir. Em outras palavras, se há coisas que não são necessárias, mas que dependem da
ação e da escolha humana, cabe então a pergunta: Devo fazer isto ou aquilo? Que ideias
devem dirigir minha ação? A ética, desde os antigos, é um saber que pretende orientar a ação
humana e apresentar razões e justificativas para o agir. Nessas justificativas está sempre
presente uma noção de bem: devo fazer X porque X é bom. Isso significa que nossa ação é
dirigida por valores, pelo que consideramos bom ou mau, certo ou errado. De forma que a
questão “o que é bom?” ou “o que é o bem?” seja talvez a questão central de toda ética. Os
filósofos no passado apresentaram diferentes respostas para ela e o debate continua ainda
hoje.
Lembramos que chamamos o tipo de saber da ética de saber normativo, quer dizer, um saber
que pretende apresentar normas e direções para a ação, baseadas em uma concepção de bem
ou de valor. Em comparação com ele, o saber da ciência, por exemplo, é um saber descritivo,
pois apenas nos diz como as coisas são.

Atividade II

Questão 01

(Prof.ª Gilmara - adaptada) “Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos
significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu
meio ambiente ou o destruindo, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo
que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo,
Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.”
http://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-uma-mesma-realidade

Sobre Ética e Moral assinale o que for CORRETO:

a) É possível ao homem ser ético e moral ao mesmo tempo


b) O homem não possui a capacidade de ser apenas moral
c) Os seres humanos são seres éticos, porém não possuem moral;
d) A moral não interfere na formação cidadã.
Questão 02

EXPLIQUE se a reflexão do garoto foi Ética.


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Texto 03

O campo da ação

Ação e responsabilidade

Uma das teses mais aceitas em ética é que só somos responsáveis por aquelas ações que são
fruto de nossa deliberação ou escolha, e, como vimos acima, só podemos deliberar ou escolher
coisas que estão ao nosso alcance. Acontece que “o que está ao nosso alcance” muda com o
passar do tempo. Da época de Aristóteles até os nossos dias, mais e mais coisas estão sob
nosso poder. Por exemplo, hoje podemos modificar os processos naturais de reprodução (há a
inseminação artificial e a clonagem, por exemplo) e podemos até mesmo alterar o ciclo das
estações (é só lembrar o que está acontecendo no planeta com o efeito estufa). É certo que
não temos o poder de alterar as leis da natureza (como a lei da gravitação), mas, com o avanço
das tecnologias, muitas coisas que pareciam estar para além da possibilidade da ação e da
escolha do ser humano, hoje estão sob seu controle.
Sobre este assunto, leia o texto abaixo:
“Naquela época [os tempos antigos] o homem, confrontado com os elementos, continua
pequeno (...). Todas as liberdades que ele se permite com os habitantes da terra, do mar e do
ar deixam inalterada a natureza abrangente desses domínios e não prejudicam as forças
geradoras. Elas não sofrem dano real quando, de suas grandes extensões, ele recorta o seu
pequeno reino. Elas perduram, enquanto os empreendimentos humanos percorrem efêmeros
trajetos. Ainda que ele atormente ano após ano a terra com o arado, ela é perene e incansável
(...). Igualmente perene é o mar. Nenhum saque das suas criaturas vivas pode esgotar-lhe a
fertilidade, os navios que o cruzam não o danificam, e o lançamento de rejeitos não é capaz de
contaminar suas profundezas. E, não importa para quantas doenças o homem ache cura, a
mortalidade não se dobra à sua astúcia. (...) Tudo isso modificou-se decisivamente. (...) Tome-
se, por exemplo, como grande alteração ao quadro herdado, a crítica vulnerabilidade da
natureza provocada pela intervenção técnica do homem – uma vulnerabilidade que jamais
fora pressentida antes de que ela se desse a conhecer pelos danos já produzidos. (...) Por meio
de seus efeitos, ela nos revela que a natureza da ação humana foi modificada de fato, e que
um objeto de ordem inteiramente nova, nada menos que a biosfera inteira do planeta,
acresceu-se àquilo pelo qual temos que ser responsáveis, pois sobre ela detemos poder.”
(JONAS, Hans. O princípio responsabilidade. Tradução de Marijane Lisboa e Luiz Barros Montez. Rio de
Janeiro, Editora PUC-RIO, Contraponto, 2006, p. 32-).

Atividade II

Questão 01

A partir da leitura do texto acima, ARGUMENTE a favor da afirmação abaixo, ou contra ela:

“Nos dias de hoje, os seres humanos têm maior responsabilidade do que tinham na
antiguidade”.
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Questão 02

Uma ação é considerada moral quando:

a) Privilegia os interesses particulares de cada pessoa, independente da sociedade em que


vive.
b) Ajusta os interesses egoístas de uns ao egoísmo dos outros, satisfazendo as exigências
individuais de prazer e felicidade.
c) É determinada pela lei da natureza, que tem como fundamento o princípio de sobrevivência,
assim como nos animais.
d) A ação pode ser praticada por todos, sem prejuízo para a sociedade.

Questão 03

De acordo com seus conhecimentos e com o que você aprendeu em sala de aula, moral é:

a) um conjunto de valores e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.


b) um conjunto de comportamentos relacionado à má conduta humana dentro de uma
sociedade organizada.
c) a maneira como os seres humanos se comportam uns com os outros, independente dos
valores.
d) o princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família.
e) um comportamento que se deve ter apenas quando se estiver trabalhando.

Questão 04

(UFU-2006 - Adaptada) Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões

Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria para comprar pães de queijo. Como
estava com dificuldades financeiras, o dono da padaria cobrou do menino trinta centavos a
mais pelos pães de queijo, considerando que este dinheiro por certo não faria falta a uma
criança da aparência tão saudável. No início da noite, o pai do menino voltou à padaria para
comprar leite, e errou ao pagar o comerciante, dando-lhe cinquenta centavos a mais. O
comerciante, no entanto, prontamente, restituiu ao freguês os cinquenta centavos pagos a
mais, supondo que o pai do menino era fiscal da prefeitura e que, em qualquer caso, seria bom
manter boas relações com as autoridades da prefeitura.
De acordo com seus conhecimentos sobre o comportamento moral responda:

Por que a primeira atitude do comerciante (em relação ao menino) é contrária ao correto e
imoral?
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Questão 05
Por que a segunda atitude do comerciante (em relação ao pai do menino) é correta, mas
mesmo assim imoral?
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Questão 06
Para o caso 1 (relativo ao menino) e para o caso 2 (relativo ao pai do menino), CITE uma única
regra que o comerciante poderia ter seguido para agir moralmente.
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Texto 04

Numa breve definição de moral, podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de
normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma
determinada sociedade, de uma cultura. Como sabemos, as práticas positivas de um código
moral são importantes para que possamos viver em sociedade, fato que fortalece cada vez
mais a coesão dos laços que garantem a solidariedade social. Do contrário, teríamos uma
situação de caos, de luta de todos contra todos para o atendimento de nossas vontades.
Assim, moral tem a ver com os valores que regem a ação humana enquanto inserida na
convivência social, tendo assim um caráter normativo. A moral diz respeito a uma consciência
coletiva e a valores que são construídos por convenções, as quais são formuladas por uma
consciência social, o que equivale dizer que são regras sancionadas pela sociedade, pelo grupo.
Segundo Émile Durkheim, um dos pensadores responsáveis pela origem da Sociologia no final
do século XIX, a consciência social é fruto da coletividade, da soma e inter-relação das várias
consciências individuais.
Dessa forma, as mais diferentes expressões culturais possuem diferentes sistemas morais para
organização da vida em sociedade. Prova disso está nas diferenças existentes entre os
aspectos da cultura ocidental e oriental, em linhas gerais. Basta avaliarmos o papel social
assumido pelas mulheres quando comparamos brasileiras e afegãs, assim como aquele
assumido pelos anciãos nas mais diferentes sociedades, o gosto ou desinteresse pela política.
Devemos sempre ter em mente que a moral, por ser fruto da consciência coletiva de uma
determinada sociedade e cultura, pode variar através da dinâmica dos tempos.
Ao partirmos então da ideia de que a moral é construída culturalmente, algumas “visões de
mundo” ganham status de verdade entre os grupos sociais e, por isso, muitas vezes são
“naturalizadas”. Essa naturalização de uma visão cultural é o que dificulta conseguirmos
distinguir entre juízo de fato (análise imparcial) e de valor (fruto da subjetividade), o que pode
ser uma armadilha que nos leva ao desenvolvimento de preconceitos em relação ao que nos é
estranho e diferente.
Considerar o outro ou o próximo é um aspecto fundamental à moralidade. Dessa forma, uma
preocupação constante no debate sobre ética e moral se dá no sentido de evitar a violência
em todas as suas possíveis expressões (física ou psíquica), bem como o caos social. (...) Porém,
considerando-se que o código moral é constituído pela cultura, a violência não é vista da
mesma forma por todas as culturas. Numa cultura, ao definir o que é mau ou violento,
automaticamente defini-se o que é bom. Logo, a noção de violação, profanação e
discriminação variam de uma cultura para outra. Contudo, em todas se tem a noção do que é a
violência.
(...) Se em nosso código moral consideramos o roubo como algo imoral, roubar seria assim um
meio injustificável para se alcançar qualquer coisa, ainda que isso fosse feito em nome de
algum valor moral. (...), as sociedades tendem a naturalizar seus valores morais ao longo das
gerações, isto é, ocorre uma aceitação generalizada.

Paulo Silvino Ribeiro


Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, Mestre em Sociologia
pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Doutorando em Sociologia pela
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
http://www.brasilescola.com/sociologia/o-que-moral.htm em 12/12/2012 as 19h

Atividade III

Questão 01

Explique por que não é contraditório afirmar que a moral autêntica supõe a aceitação livre das
normas, ao mesmo tempo que a moral tem um caráter histórico e social. Dê exemplos.

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