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Intodução

O emprego de meios de refrigeração já era do conhecimento humano na época


das mais antigas civilizações. Pode se citar a civilização chinesa que, muitos séculos
antes de nascimento de Cristo, utilizava o gelo natural (colhido nas superfícies dos
rios e lagos congelados e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com
palha e cavados na terra) com a finalidade de conservar o chá que consumiam. As
civilizações gregas e romanas que também aproveitavam o gelo colhido no alto das
montanhas, a custo dos escravos para preparar bebidas e alimentos gelados. A
civilização egipcia, que devido a sua situação geográfica e ao clima do seu país, não
dispunham de gelo natural, refrescavam a água por evaporação, usando vasos de
barro, semelhantes às moringas. O barro sendo poroso, deixa passar um pouco da
água contido no seu interior, a evaporação desta para o ambiente faz baixar a
temperatura do sistema.
No final do século XVII foi inventado o microscópio que possibilitou a
verificação de micróbios e bactérias invesíveis sem o instrumento, espalhados por
todas as partes, água, alimentos e organismos vivos.
Estudos realizados por vários ciêntistas, entre eles o químico francês Louis
Pasteur, demostraram que alguns tipos de bactérias são responsáveis pela putrefação
dos alimentos e por muitos tipos de doenças e epidemias. Ainda através dos estudos,
ficou comprovado que a contínua reprodução das bactérias podia ser impedida em
muitos casos ou pelo menos ser limitada pela aplicação de frio, isto é baixando
suficientemente a temperatura do ambiente em que os mesmos proliferam.
Essas conclusões provocaram no século XVIII, uma grande expansão da
indústria de gelo.
Em 1834 foi inventado nos Estados Unidos o primeiro sistema mecânico de
produção de gelo artificial.
Em 1855 surgiu na Alemanha outro tipo de mecanismo para a pordução de
gelo, baseado no princípio de absorção descoberto em 1824 pelo físico e químico
inglês Michael Faraday.
No princípio do século XIX apareceram as primeiras geleiras que eram
aparelhos constituídos simplesmente por um recipiente isolado por meio de placas de
cortiça, dentro do qual eram colocados pedras de gelo e os alimentos a conservar, a
fusão de gelo absorvia parte de calor dos alimentos e reduzia de forma considerável, a
temperatura no interior da geleira.
Com a descoberta de electricidade no século XX surgiu a primeira geleira
doméstica em 1913 mas a sua aceitação foi mínima, tendo em vista que o mesmo era
constituído de um sistema de operação manual exigindo atenção constante, muito
esforço e apresentando baixo rendimento.
Só em 1918 é que apareceu a primeira geleira automática movida a
electricidade e que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos Estados Unidos.
Apartir de 1920 a evolução foi tremenda, com uma produção sempre
crescente de geleiras.
Moléculas e energia interna
Moléculas
Toda a matéria do universo é composta de moléculas. A molécula é a mais
pequena partícula estável da matéria em que se pode dividir uma substância qualquer
sem perder as suas características.
A velocidade e a amplitude de vibração ou movimento das moléculas depende
da quantidade de energia que possuem.
Energia interna
Sabe-se que é necessário energia para executar um trabalho ou realizar um
movimento qualquer.
Um corpo para alem de poder possuir energia externa, fácil de detectar, tem
sempre energia interna. Um corpo possui energia mecânica externa em vertude da sua
velocidade, posição ou configuração em relação a um determinado elemento de
referência. Um corpo possui energia interna devido a velocidade, posição ou
configuração das moléculas que o formam.
As moléculas de uma substância qualquer podem possuir energia de dois
tipos: cinética e potencial
A energia interna total de uma substância é a soma da sua energia cinética
interna com a sua energia potencial interna.
U=K+P
U – Energia interna total
K – energia cinética interna
P – energia potencial interna
A energia cinética interna de um material é a energia do movimento molecular
ou da velocidade das suas moléculas. Quando se fornece energia térmica a um
material, aumenta-se a sua energia cinética interna, e a velocidade ou movimento das
suas moléculas cresce.
O aumento da velocidade molecular, detecta-se com o aumento da
temperatura.Quanto maior for a intensidade do movimento das moléculas, tanto mais
quente estará o material.
Se a energia cinética de um material for reduzida por remoção de calor, o
movimento das suas moléculas abrandará e a temperatura do material tornar-se-á mais
pequena. Se a remoção do calor de um corpo continuar até que toda a sua energia
cinética se reduza a zero, o movimento das moléculas desse corpo cessará totalmente
e a temperatura deste corpo descerá até um valor limite o zero absoluto que na nossa
escala centígrada – corresponde a valor aproximado de -273°C; na escala Fahrenheit -
460°F.

Escalas Termométricas
1. Escala de Celsius, inventada em 1742 pelo sueco Anders Celsius
(1701-1744)

2. Escala de Fahrenheit, de Gabriel Fahrenheit (1686-1736)

A escala absoluta relacionada com a escala Celsius é chamada de escala de


Kelvin (1824-1907) e designada por K. A escala absoluta relacionada à escala
Fahrenheit é chamada de escala de Rankine, designada por °R.
TK = 273,15 + tc = 5/9TR
TR = 459,67 + tF = 1,8TK
TC = 5/9 (tF – 32) = TK – 273,15
tF = 1,8tC + 32 = tR – 459,67
Onde TK – temperatura em Kelvin (K)
TR –temperatura em Rankine (R)
tC-temperatura em Celsius (°C)
tF-temperatura em Fahrenheit (°F)
Energia Potencial interna
A energia potencial interna de um material é a energia de separação
molecular, afastamento ou configuração das suas moléculas. Quanto maior for
o grau de separação molecular maior será a energia potencial interna desse
corpo.
A energia potencial interna de um material corresponde ao afastamento
das suas moléculas. Quando o material se dilata ou muda de estado físico por
adição de energia, processa-se uma redisposição das suas moléculas,
aumentando-se a distância entre elas. Em vertude das moléculas estarem
submetidas a forças atractivas que tendem a juntá-las, a separação das
moléculas corresponde a trabalho. Deve fornecer-se, ao material uma
quantidade de energia igual a quantidade de trabalho necessário à separação.
Esta energia ficará armazenada no material na forma de energia potencial
interna.
Unidades de quantidade de calor
A unidade de quantidade de calor do sistema internacional (SI) é o
Joule.
Unidades que não pertencem ao SI
1 grama de água pura a pressão normal
1 cal = 4,1855 Joules
1 kcal = 4,1855 x 10³ Joules
1 Mgcal = 4,1855 x 106 Joules
Frigoria (fg) – Esta unidade utiliza-se unicamente na indústria
frigorífica para expressar as quantidades de calor transmetidas e para indicar a
carga de refrigeração ou capacidade de uma instalação frigorífica. A frigoria é
uma k.caloria negativa ou seja, a quantidade de calor que se deve retirar a uma
grama de água para baixar a sua temperatura 1°C.
1 fg = -1 kcal
1 fg = - 4,1855 x 10³ Joules
Unidades do sistema Anglo-americano
British Thermal unit (BTU) – é a quantidade de calor necessária para
elevar de um grau fahrenheit, a temperatura de uma libra de água.
Tonelada de refrigeração (TR)
1 TR = 3024 kcal/h ou 3024 fg/h
1 TR = 12000 BTU/h
1 kW = 860 kcal/h
1 kW = 1,341 hp
1 hp = 0,7457 kW

Difinições usadas na refrigeração

Entalpia é o calor total ou calor contido em uma substância, expresso


em kJ/kg.
Entropia é um coeficiente termodinámico que indica o grau de perdas
irreversíveis em um sistema em kJ/kgK.
Evacuação é o acto de produzir vácuo.
Lado de alta pressão é a parte do sistema de refrigeração que fica à
pressão de descarga ou de condensação. Compreende desde a descarga do
compressor até a entrada da válvula de expansão.
Lado de baixa pressão é a parte do sistema de refrigeração que fica à
baixa pressão. Compreende desde a saída da válvula de expansão até a entrada
de sucção do compressor.
Líquido saturado é um líquido à temperatura e pressão de saturação
Líquido sub-arrefecido
Se a temperatura de líquido é menor que a temperatura de saturação, o
líquido chama-se sub-arrefecido
Meio refrigerante qualquer fluído usado para absorver o calor que
circula no trocador de calor do qual o calor é retirado. Ex. Água gelada e
salmoura.

Pressão
É a força exercida por um corpo perpendicularmente a uma superfície
dividida pela área de contacto desse corpo com a superfície.

P = F/A[N/m²]

A pressão é :

- Directamente proporcional à força, isto é, aumentando a força,


aumenta a pressão
- Inversamente proporcional à área, isto é, diminuindo a área a
pressão aumenta.

Unidades de pressão

Segundo o Sistema Internacional (SI) a unidade de força é o Newton(N) e a


unidade de área é o metro quadrado(m²)

1 N/m² = 1 Pa
N – kgm/s²
1 N – 0,102kgf

1bar = 105 Pa = 0,987 atm = 750 mm Hg = 14,5 Psi

Pressão de descarga é a pressão na saída (descarga) do compressor ou na


entrada do condensador.
Pressão de sucção ou aspiração é a pressão na entrada (sucção ou aspiração)
do compressor ou na saída do evaporador
Processo é uma mudança do estado que pode ser defenida como qualquer
mudança nas propriedades da substância. Uma descrição de um processo típico,
envolve a especificação dos estados de equilíbrio inicial e final.
Temperatura de saturação é a temperatura na qual se dá a vaporização de
uma substância pura a uma dada pressão. Para a água é 100 °C e a pressão de
saturação é 1,033 kgf/cm2.
Título quando uma substância existe parte líquida e parte em vapor, na
temperatura de saturação, a relação entre a massa de vapor pela massa total (massa
líquida + massa de vapor) é chamado de título (x).

X = mv/mT = mv/mL+mv
Trabalho de compresão quantidade de calor acrescida ao refrigerante no
compressor.
Vapor saturado vapor na temperatura de saturação.
Vapor superaquecido é o vapor a uma temperatura acima da sua temperatura
de saturação. Se depois da vaporização se aquece o vapor, de modo que a sua
temperatura seja superior à do líquido em vaporização diz-se que o vapor fica
superaquecido. É necessário que o vapor que se aquece, fique separado do líquido.
Porque enquanto o vapor estiver em contacto com o líquido será sempre saturado,
pois que qualquer calor adicional que se fornecesse à mistura líquido-vapor, serviria
simplesmente para vaporizar mais o líquido, seria portanto convertido em calor latente
de vaporização e não haveria superaquecimento no vapor.
Temperatura crítica é a mais alta temperatura que pode possuir um gás e ser
ainda condensável por aplicação de pressão. A temperatura crítica é diferente de gás
para gás. Por exemplo a temperatura crítica da água é de 374 °C, enquanto a
temperatura crítica do ar é só cerca de -141 °C.
Pressão crítica é a mais baixa pressão na qual pode existir uma substância no
estado líquido à sua temperatura crítica; isto é, é a pressão de saturação à temperatura
crítica.
Efeito da pressão sobre a temperatura de saturação
A temperatura de saturação de um líquido ou vapor varia com a pressão.
O aumento da pressão eleva a temperatura de saturação e a redução da pressão
faz descer a temperatura de saturação.

Meios de obtenção de baixas temperaturas

1. Sistema de compressão de vapor

É usado em quase todas as instalações existentes.

2.Sistema de absorção
Há vários tipos de sistemas de refrigeração por absorção,
de entre os quais que usam como refrigerante a solução de
brometo de lítio como absorvente e a água como refrigerante e a
solução de água como absorvente e amónia como refrigerante.
No sistema de refrigeração por absorção o aumento da pressão é
produzido pelo calor fornecido pela circulação de vapor ou
outro fluído através de uma serpentina. O conjunto gerador-
absorvedor representa a mesma função do compressor no
sistema de compressão de vapor; absorvedor substitui a sucção e
o gerador substitui o compressor. A bomba serve para fazer
circular a solução pelo trocador de calor e gerador. No
absorvedor o vapor de amónia que chega do evaporador à baixa
pressão é absorvido pela solução fraca e fria de amónia em água.
No gerador há separação de parte de amónia recebida da solução
forte, para condensador, esta separação é feita pelo calor
recebido do vapor ou outro fluido quente no gerador. A solução
fraca é outra vez remetida ao absorvedor para receber mais
amónia.

É usado quando temos fonte de energia barata ou quando


não temos energia (geleira a petróleo e a gás).

Vantagens: podemos usar no lugar sem rede eléctrica


Desvantagens: maior consumo de energia; insegurança
quando haver fuga de amónia, pode intoxicar

Sistema de Sistma de compressão de vapor


absorção
Condensador Mesma função de condensador
Evaporador Mesma função de evaporador
Válvula de Mesma função da válvula de expansão
expansão
Absorvedor Mesma função de sucção do compressor
Gerador Mesma função de compressor
Receptor Mesma função de depósito(colector) de
refrigerante líq.
Analisador Separa a água da amónia
Rectificador Condensa parte de vapor de amónia
Trocador de calor Reduz a entrada de calor no gerador e a
vazão de água de refrigeração no
absorvedor

3.Sistema de compressão de ar
Usa-se a propriedade que o ar tem de , quando comprimido
e , em seguida submetio à expansão, ser capaz de retirar o calor
de um trocador que pode ser, por exemplo: o evaporador de um
conjunto frigorigeno. É um sitema de baixo rendimento só é
usado em instalações que por problemas de segurança não
permitem o uso dos fluidos refrigerantes conhecidos.

Usa-se nas aeronaves

Ex: T2/T1 = (P2/P1)(k-1)/k, k- indicador adiabático


P1 = 9,5 Mpa e t1 = 20 °C
P2 = 0,1 Mpa e t2 - ?
Se k=1,4 T2 será

T2 = T1(P2/P1)(k-1)/k = 293(0,1/9,5)0,4/1,4 = 79,6 K

t2 = 79,6 – 273 = -193,4 °C

4.Sistema Termo-eléctrico
Baseia-se no seguinte:
Quando a corrente eléctrica rectificada percorre um
circuito constituido por diferentes semi-condutores nos lugares
de contacto absorve-se ou liberta-se calor.

A diferença de temperatura entre tq e tf pode atingir 60 °C.


Existem geleiras e aparelhos de ar condicionados que funcionam
usando este princípio. O rendimento é muito baixo.

5.Efeito de turbilhão
O ar comprimido antecipadamente à temperatura do meio
ambiente entra no bocal 3 do tubo 2 onde turbilhando,
subdivide-se em dois fluxos frio e quente. Através do diafragma
4 o ar sai arrefecido e pela válvula 1 quente

Condensadores
Condensador é um elemento do sistema de refrigeração que tem a
função de transformar o vapor quente, que é descarregado do compressor a
alta pressão, em líquido. Para isso rejeita o calor contido no fluido refrigerante
para alguma fonte de arrefecimento.
O processo de condensação do fluido refrigerante dá-se ao longo do
trocador de calor, denominado condensador em três fases distintas:
1- Dessuperaquecimento;

2- Condensação e

3- Sub-arrefecimento

Dessuperaquecimento
O gás(vapor) quando é descarregado do compressor, está a alta
temperatura. O processo inicial, consiste em diminuir esta temperatura,
retirando calor sensível do refrigerante, ainda no estado gasoso, até ele
atingir a temperatura de condensação.
Condensação
Quando o gás(vapor) atinge a tempeatura de condensação ele
começa um processo de mudança de estado. Neste processo retira-se
calor latente do refrigerante, isto é, a temperatura deste mantém-se
constante durante todo o processo.
Sub-arrefecimento
Após a condensação o refrigerante, agora no estado líquido (líquido
saturado), é arrefecido mais alguns graus. Utilizando-se um trocador de
calor intrmédio.
É no condensador que toda a energia absorvida pelo sistema de
refrigeração mais o equivalente em calor da energia mecânica
necessária ao funcionamento do sistema devem ser eliminados. Para
cada tonelada de refrigeração (200 BTU/min ou 50,4kcal/min) de
capacidade do sistema é preciso remover no conensador até
300BTU/min.

Em 1902 Willis Carrier, um Eng de 25 anos de idade inventou um processo


mecânico de tratamento de ar.

Em 1914 foi instalado o primeiro ar condicionado numa residência nos


E.U.A..

Em1922 foi montado o primeiro ar condicionado par o público num teatro de


Los Angeles.
Na verdade o tratamento de ar ajudou muito a indústria cinematográfica, pois
nos meses de verão , a frequência de cinemas caía muito e vários pemaneciam
fechados nesse período.

APLICAÇÕES DE AR CONDICIONADOS

A maioria das unidades de tratamento de ar estão associadas as aplicações de


conforto.

Na imprensa, o controle de humidade é a principal razão


para o uso de ar condicionado em instalações impressoras. Em
alguns processos, o papel passa por sucessivos impressões de
modo que o ar condicionado deve ser mantido para garantir
registo apropriado. Outros problemas causados por humidade
excessiva são a electricidade estática, a danificação do papel e o
tempo excessivo para a secagem da tinta.

Na industria Téxtil, o tecido é muito sensível a variação


da humidade e, até certo grau a temperatura.

Nos processos de alta precisão e salas limpas, no


processo de fabrico de componentes metálicos com tolerâncias
muito estritas, o condicionamento de ar tem três objectivos:
1- Manter a temperatura uniforme para evitar expansões e
contrações do metal;
2- Manter um nível adequado de humidade para evitar a
formação de ferrugem;
3- Manter a filtragem do ar para minimizar a quantidade de
partículas sólidas no recinto.

A tecnologia para salas limpas foi desenvolvida como


resultado das exigências de projecto e construção de
ambientes para o fabrico de componentes electrônicos e
outros materiais.

Na indústria fotográfica, o material fotográfico deteriora


rapidamente a altas temperatura e humidade.

Nas salas de computadores, o objectivo de tratamento de


ar é controlar a temperatura, a humidade e a limpeza do ar.
A temperatura recomendável (20ºC a 23ºC) e a humidade (30 a

45%). Para o armazenamento de fitas por períodos longos


exigem-se temperaturas e humidades uniformes.
Nas rsidências;

Em veículos

As margens de temperaturas dentro das quais as pessoas


sentem conforto, depende em grande parte da roupa,do
grau de actividade física, do sexo, da idade e da quantidade
de humidade na atmosfera.
No entanto consideram-se de uma maneira geral os
seguintes limites de conforto

Inverno +18ºC - +22ºC

Verão +22ºC – 26ºC

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS QUE AFECTAM O


CONFORTO HUMANO:

1- Temperatura
Um adequado controlo da temperatura do meio ambiente
que circunda o corpo humano elimina o esforço
fisiológico, obtendo-se um maior conforto e um maior bem
estar físico com boas condições de salubridade.

2- Humidade
A humidade relativa (HR) é importante para o conforto
humano. A gama de HR aceitável varia entre 40% a 60%.
O excesso de humidade pode afectar a qualidade de
determinados artigos, como o papel, vestidos, móveis etc.

3- Movimento de ar
O movimento de ar sobre o corpo humano, favorece as
trocas de calor e humidade. A velocidade do ar no
ambiente deve ser baixa para evitar sensações
desagradáveis em determinanadas zonas mais sensíveis.

4- Pureza do ar
É de extrema importância reter as poeiras existentes no ar
através de filtros devidamente efecientes. Os fumos
existentes no ar devem ser extraídos e compensados com
quantidade de ar exterior suficiente para uma boa
renovação e oxigenação do ar ambiente.

Definiçoes e termos correntes em ar condicionado

1- Frio, por definição, nao existe. É simplesmente


ausência de calor
2- Caloria, uma caloria é quantidade de calor
necessária a fornecer a 1 kg de água a 15 ºC para
aumentar a sua temperatura 1 ºC. É equivalente a
4BTU
3- Frigoria, uma frigoria é a quantidade de calor
necessária a retirar a 1 kg de água a 15 ºC para
diminuir a temperatura 1 ºC. É equivalente a 4
BTU
4- BTU, unidade térmica inglesa. É a quantidade de
calor necessária para retirar a 1 libra de água, para
diminuir a sua temperatura 1 ºF. Um BTU
equivale a 0,252 kcal.
5- Tonelada de refrigeração(TR)
1TR = 3024 Kcal/h = 3024 fg/h
6- Salto térmico é toda a diferença de temperatura ∆T = (T2-T1)
7- Zona de conforto humano
Condições de temperatura 18ºC ________ 26ºC
Condições de humidade 40% ________ 60% HR
8- Temperatura de bulbo húmido(TBH) é a temperatura indicada por um
termómetro cujo o bulbo está envolvido em algodão embebidido em água, exposto
aos efeitos de um escoamento de ar.
9- Temperatura de bulbo seco(TBS) é a temperatura de ar indicada por um
termómetro normal.
10- Temperatura de orvalho(TO) é a temperatura limite para que se produza
a condensação da humidade contida no ar.
11- Diferença psicrométrica é a diferença de temperatura entre o termómetro
seco e termómetro húmido.
12- Humidade é a quantidade de vapor de água que o ar contém.
13- Humidade absoluta é a massa de vapor de água por unidade de volume
de ar(g/m3) ou kg/m3.
14- Humidade específica(w) é a massa de vapor de água por unidade de
massa de ar seco g/kg de ar seco ou kg/kg de ar seco.
15- Humidade relativa(HR) é a relação entre a pressão real do vapor de água
contida no ar húmido e a pressão do vapor saturado à mesma temperatura, em %.
16- Calor sensível é a quantidade de calor em conta quando há variação de
temperatura
17- Calor latente é a quantidade de calor em conta quando há mudança de
estado físico sem variação de temperatura.
18- Calor total é a soma de calor latente e calor sensível.
19- Volume específico(Vesp) é o volume por unidade de massa(m3/kg).
Condições de um projecto

Para projectar uma instalação de ar condicionado são necessário as plantas de


arquitectura, cortes, vistas, número de ocupantes do recinto, posição do sol face ao
prédio (edifício), fim a que se destina( conforto, equipamento, industreial etc.), local
para a casa de máquinas, tipo de insuflamento e retorno, fontes de calor no recinto,
iluminação, regime de ocupação, edifícios vizinhos, coordenadas geográficas do local,
cores de paredes, telhado e janelas etc.

Em seguida deverão ser fixados: a temperatura, humidade relativa, temperatura dos


bulbos seco e húmido, ponto de orvalho para o ar exterior e interior.

Ao estudar uma futura instalação de ar condicionado existe, porordem de importância,


uma série de factores que nos leva a decidir sobre o tipo de instalação
1- Cada instalação tem características muito definidos de acordo com o tipo
de local, objectivo da mesma, utilização,factores climatéricos, estado da
obra, importância estética.
2- Preparação técnica do instalador, tipo e modelos de equipamento de que
dispõe.
3- O factor económico, muito relacionado com o tipo de cliente e
possibilidades da empresa instaladora.
Condições de conforto

Em sistemas de ar condicionado para o conforto de pessoas, deve-se levar em conta o


tempo de permanência no recinto

Permanência Temp. Efectiva ºF Temp. De bulbo seco Humidade relat. %


+ de 3 horas 73(22.5ºC) 78(25.5ºC) 55
Entre 45min e 3h 74(23.3ºC) 80(26.6ºC) 50
Menos de 40 min 75(23.8ºC) 82(27.7ºC) 45

As diferenças de temperatura de bulbo seco simultâneas entre dois pontos


quaisquer de um recinto e tomadas à altura de 1,5m do piso (nível de respiração) não
devem ser superiores a 2ºC.
As velocidades do ar neste mesmo nível (1.5m do piso) devem estar
compreendidas entre 1.5 e 15m/s.
O ar introduzido no recinto deve ser totalmente filtrado e parcialmente
renovado.
Os níveis de ruído deve ser medido em 5 pontos do ambiente a 1,2m do piso.

Sistemas de ar condicionado
Basicamente existem dois sistemas
- De expansão ou evaporação directa(fig.2.2 e 2.2a), ou através de condutas a carga
de ar frio ou quente.
- De expansão indirecta(fig.2.3), quando o ar condicionado utiliza um meio
intermediário (água ou salmoura) para retirar a carga térmica que é transmitida pelo ar
frio ou quente.
Tipos de condensação

- a ar, em circulação natural ou forçada; neste caso a temperatura admitida para fluido
deve ser superior à do bulbo seco do ar exterior considerado nos cálculos;
- a água, que pode ser sem retorno, usando água corrente, ou circuito fechado,
utilizando uma torre de arrefecimento. Neste caso a temperatura de bulbo húmido do
ar exterior deve ser inferior à temperatura da água de circulação, para que haja
transferência de calor da água para o ar exterior.
- evaporativa, neste caso a temperatura de bulbo húmido do ar exterior deve ser
inferior a estabelecida para o fluido refrigerante.

Tipos de instalações

Conforme as dimensões da carga térmica do recinto a condicionar, podemos


ter as seguintes instalações:
- Aparelhos individuais, normalmente com condensação a ar;
- Centrais com condensação a ar (fig.2.2);
- Centrais com condensação a água em circuito aberto e fechado (fig.2.2a);
- Centrais com condensação a vapor de água (fig.1.40);
- Centrais com circulação de água gelada nas serpentinas.

Cálculo da carga térmica

Carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, geralmente expressa


em BTU/h ou kcal/h, que deve ser retirada ou colocada no recinto a fim de
proporcionar as condições de conforto desejadas.
Esta carga térmica pode ser introduzida no recinto a condicionar por:

-Condução, isolamento, condutas, pessoas, equipamentos, infiltração e


ventilação

1 Carga térmica por condução – Calor Sensível


A expressão geral de transmissão de calor por condução e por hora pode ser
expressa, para materiais homogêneas, paredes planas e paralelas:

Q = AK∆T
x
Onde:
Q = taxa de fluxo de calor transmitida em kcal/h;
A = área da superfície normal ao fluxo em m²;
x = espessura do material em m;
K = condutibilidade térmica do material por unidade de comprimento e
unidade de área em kcal.m/h.m² ºC;
∆T = diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela
espessura x em ºC.

1 BTU/h ft² por ºF = 4,883 kcal/h . m² ºC

1 BTU . in/h . ft² ºF = 2,583 kcal/h . m² . ºC


Quando o material não é homogéneo, como por exemplo, uma parede
constituida de tijolos, massa e isolamento a equação toma a seguinte forma:

Q = ACD
Onde,
Q-fluxo de calor em kcal/h;
A-área em m²;
C-condutância em kcal/hm²°C;
D-diferença de temperatura

A transferencia de calor do ar a uma superficie, ou vice-versa, se processa por


meio da condutancia da superficie de contacto ou a condutancia superficial é a
quantidade de calor transferido em kcal/h, do ar para superficie, ou vice-versa, por
metro quadrado e por °C de diferença de temperatura.
Se o fluxo for uniforme, esta transferência pode ser expressa pela formula:

Q = AhD
Onde:
Q-fluxo de calor em kcal/h;
A-área em m²;
h- condutância superficial em kcal/hm²°C;
D-diferença de temperatura entre a superficie e o ar em contacto em °C
Os valores de h dependem da cor e rugosidade da superfície, bem como da
velocidade do vento.
Os valores médios para h são:
- ar parado = 1,46 a 1,63 BTU/h ft² °F = 7,13 a 7,96 kcal/hm²°C
- ar a 12 km/h = 4,0 BTU/h ft² °F = 19,5 kcal/hm²°C
- ar a 24 km/h = 6,0 BTU/h ft² °F = 29,3 kcal/hm²°C

Nos cálculos de aparelhos de ar condicionado usa-se um coeficiente U, mais


fácil de ser obtido medindo-se a temperatura do ar de ambos os lados da superfície.
Este coeficiente é chamado coeficiente global de transmissão de calor e é defenido
como fluxo de calor por hora através de 1m² de superfície quando a diferença entre as
temperaturas de ar nos dois lados da parede ou tecto é 1°C.

Q = AUD
Q-fluxo de calor em kcal/h
A-área em metros quadrados
U-coeficiente global de transmissão de calor em kcal/hm²°C
D-diferença de temperatura em °C

Quando se usam vários materiais nas paredes que separam os ambientes, para
cálculos mais precisos utilizam-se as resistências que cada material opõe ao fluxo.
Estas resistências são o inverso das condutibilidades e condutâncias, somadas do
mesmo modo que resistências em série de um circuito eléctrico.

Exemplo
Queremos saber qual o coeficiente global de transmissão de calor para uma
parede composta das seguintes camadas:

1-reboco
2-tijolo comum 20 cm
3-madeira de 2,54 cm
Velocidade de ar exterior 24 km/h

Solução:

Pela tabela 3.1


Ar exterior: 1/h = 1/6 = 0,17
Camada 1 1/C = 1/0,49 = 2,04
Camada 2 1/k = 8/9 = 0,88
Camada 3 1/k = 1/1,1 = 0,9
Ar interior 1/h = 1/1,46 = 0,68
Resistencia total R = 4,67

O coeficiente global de transmissao de calor sera:

U = 1/R = 1/4,67 = 0,21 BTU/h ft²°F

Observe que se a diferença de temperatura for diferente de 9,4°C soma-se à tabela o


que exceder deste valor.

Exemplo: se a temperatura exterior for de 35°C e a interior 25°C, soma-se


0,6°C aos valores da tabela.

2. Carga térmica devido à radiação – calor sensivel

Tabela percentual de energia radiante em função da cor

Desig da cor Calor reflectido Calor absorvido


Aluminio polido 72% 28%
Vermelho-claro 37% 63%
Preto 6% 94%
É evidente que esta percentagem é também uma função da rugosidada da
superfície. Assim a temperatura dos tectos e paredes dependem dos seguintes factores:
- coordenadas geograficas do local (latitude);
- inclinação dos raios do sol (dependem da época do ano e da hora
consideradas);
- tipo de construção;
- cor e rugosidade da superfície;
- reflectância da superfície.

Para estimativa de carga térmica, seria importante saber o horário de utilização


do recinto e fazer o cálculo para a incidência máxima de sol. No hemisfério sul nos
meses de verão a parede que recebe maior radiação é a voltada para oeste e entre 16 e
17 h, para os tectos de vidro ao meio dia.

Embora se conheça com certa precisão a quantid ade de calor por radiação e
convecção oriundos de sol a parcela que penetra nos recintos não é bem conhecida,
todas as tabelas existentes dão uma estimativa para os cálculos satisfatrios na pratica
do ar condicionado.

2.1 Transmissão de calor do sol através de superfícies transparentes (vidro)

A energia de radiação oriunda do sol que incide em uma superfície


transparente subdividem-se em três partes:

- uma que é reflectida (q1)

- uma que é absorvida pelo vidro (q2)

- uma que atravessa o vidro (q3)

Q = q1 + q2 + q3
A parcela q3 que penetra no recinto é que vai interessar nos cálculos de carga
térmica.
Na tabela 3.4 de origem americana, temos os valores do factor solar obtido por
ensaios para esta parcela em kcal/h por m² de área de vidro, ou W/m², supondo-se a
janela sem protecção; caso seja protegida por toldos ou persianas, deve-se multiplicar
os valores obtidos pelos seguintes coeficientes de redução:
- toldos ou persianas externas: 0,15 – 0,2
- pesianas internas e reflectantes: 0,5 – 0,66
- cortinas internas brancas (opacas): 0,25 – 0,61
Esta tabela é para janelas com esquadrias de madeira; para esquadrias metálicas
multiplicar por 1,15.

Exemplo
Queremos saber a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela
de vidro sem protecção com os seguintes dados:
- dimensões: 4 x 2 m;
- local Rio de Janeiro
- hora: 12h
- data: 22 de Dezembro
- janela virada para SW

Solução:
Pela tabela 3.4 o calor total transmitido será:

U = 41 kcal/hm²

Então através da janela penetra:

q = 8 x 41 = 328 kcal/h

Se a janela for protegida por um toldo externo podemos considerar o seguinte:

q = 0,2 x 328 kcal/h = 65,6 kcal/h

2.2. Transmissão de calor do sol através de superfícies opacas


As paredes, lajes e telhados transmitem a energia solar para o interior dos
recintos por condução e convecção, segundo a formula:

Q = A x Ux[(te – ti) +Δt]

onde
Q – fluxo de calor kcal/h
A – área em m²
U – coeficiente global de transmissão em kcal/hm²°C
te – temperatura exterior °C
ti - temperatura interior °C
Δt – acrescimo ao diferencial de temperatura dado pela tab 3.5

Tab 3.5
Cor escura cor media cor clara
Superficie °F °C °F °C °F °C
Telhado 45 25 30 16,6 15 8,3
Parede E ou W 30 16,6 20 11,1 10 5,5
Parede N 15 8,3 10 5,5 5 2,7
Parede S 0 0 0 0 0 0

Exemplo
Queremos saber o fluxo de calor solar através de parede

A = 10 x 3 m
U = 1,64 kcal/hm²°C
te = 35 °C
ti = 24 °C
A parede está virada par o Norte e tem cor escura
Solução

Q = A x U x [(te-ti) +Δt] = 10 x 3 x 1,64 x [(35-24) + 8,3] = 949,56 kcal/h


2.3. Carga térmica devido as condutas – calor sensivel

Como sabemos, o ar soprado em um recinto condicionado retorna ao aparelho


de ar condicionado por meio de diferença de pressão que lhe é fornecida pelo
ventilador. O retorno do ar pode ser feito de duas maneiras:
- utilizando um ambiente como o próprio recinto, um corridor, o tecto
rebaixado etc., como se fosse um condutor de ar.
- utilizando condutas de retorno.

Em ambos os casos é adicionado o calor ao ar de retorno, calor este que deve


ser retirado pelas serpentinas do aparelho de ar condicionado (evaporador).

Normalmente o projectista do aparelho de ar condicionado deve estimar o


traçado e as dimensões das condutas, e , assim que se chegar a quantidade de ar a ser
soprado no recinto, e tendo se calculado o sistema de condutas, fazer uma verificação
para se constatar se a estimativa da carga térmica devido as condutas foi adequado. Se
estiver dentro da margem de 10% de erro, não há necessidade de se recalcular a carga
térmica.

A carga térmica devido as condutas é

q = A x U x ΔT
q – fluxo de calor kcal/h ou W
A – área lateral da conduta exposta ao calor, em m²
U – coeficiente global de transmissão de calor dado pela tabela 3.6
ΔT – diferenca de temperatura entre o ar exterior e o ar interior da conduta em
°C
A = 2(bc +ac) = 2c( a +b)

Tab 3.6 coeficiente global de transmissao de calor U para condutas em


BTU/hft²°F e em kcal/hm²°C d e area lateral

Tipo de conduta BTU/hft²°F Kcal/hm²°C


Chapa metálica, nao isolada 1,18 5,76
Isolado com ½” 0,38 1,86
Isolado com 1” 0,22 1,07
Isolado com 1½” 0,15 0,73
Isolado com 2” 0,12 0,59

Ex: Calcular a carga térmica devida a uma conduta de retorno com as seguintes
condições:
- Comprimento: 40 m
- Dimensões da conduta: 80 x 65 cm
- Isolamento 1½
- Temperatura de ar retorno: 24 °C
- Temperatura de ar exterior: 35 °C
Solução:

A = 2c(a+b) = 2 x 40 (0,8 + 0,65) = 116 m²

q = 116 x 0,73 (35-24) = 931,48 kcal/h

Se a conduta não fosse isolada, a carga térmica seria

q’ = 116 x 5,76(35-24) = 7349,76 kcal/h

Assim o isolamento permitiu a seguinte redução na carga

q’ – q = 7349,76 – 931,48 = 0,87 ou 87 %


q’ 7349,76

Se a conduta ficar apoiada na parede ou laje a área lateral envolvida fica


reduzida a A = c (a+2b)

2.4. Carga térmica devido as pessoas. Calor sensível e calor latente


Já vimos que a humidade do ar é vapor superaquecido e que aumentar a
humidade é aumentar a carga de calor latente.
A mistura de ar e vapor do recinto é conduzida ao equipamento do aparelho de
ar condicionado (evaporador), aí se dá a queda de entalpia e consequente diminuição
do calor sensivel e condensação da parte de vapor com queda da humidade. O ar volta
ao recinto arrefecido e deshumidificado.
O ganho de calor latente pode ser expresso em termos de peso da humidade.
O valor médio de calor latente de vaporização para o vapor superaquecido no
ar é de 1050 BTU/h por libra, ou 583 kcal/h por kg de vapor condensado. Assim se
desejarmos saber qual a quantidade de calor latente que deve ser retirado do ar que
passa pelo evaporador do aparelho de ar condicionado, para que haja condensação da
humidade, basta multiplicar o peso do ar por este factor.

Ex:

A humidade libertada no aparelho de ar condicionado é de 0,02 kg por hora.


Qual a qantidade de calor latente que deve ser retirado para condensar a humidade?

q = 0,02 x 583 = 11,6 kcal/h

Todo o ser humano emite calor sensível e calor latente que variam conforme
esteja o individuo em repouso ou em actividade.

Se submetido a actividade física violenta pode o corpo humano emitir até


cinco vezes mais calor do que em repouso. Considerando-se que a temperatura média
normal de uma pessoa é de 37°C (98,6 °F) verifica-se experimentalmente que quanto
maior é a temperatura externa, maior é a quantidade de calor latente emitida, e quanto
menor esta temperatura maior é o calor sensível. Isto pode ser explicado de seguinte
modo: o organismo humano possui um mecanismo termostático que, actuando sobre o
metabolismo, mantém a temperatura do corpo aproximadamente constante, embora
variem as condições externas. Se a temperatura exterior é superior a 37 °C (98,6 °F),
o calor é transferido do exterior para o corpo, e isto provoca a transpiração e
consequente eliminação de vapor de água pela respiração adicionado apenas calor
latente do ar. Se a temperatura exterior é inferior a 15,6 °C (60 °F) a transferência de
calor se dá do corpo para ambiente, porém somente na forma de calor sensível. Entre
estas temperaturas externas, ou seja, entre 15,6 °C e 37 °C o corpo humano emite
calor sensível e calor latente ao ambiente, matendo constante o calor total.

Na tabela 3.7 estão os valores do calor libertado pelas pessoas em função da


temperatura e da actividade.

Ex: Um teatro de 600 lugares deverá ser mantido a 25 °C. É previsto um


máximo de 30 artistas trabalhando ao mesmo tempo. Qual deverá ser a carga térmica
devido as pessoas.

Solução

Pessoas sentadas 600


- calor sensível: 600 x 62 = 37200 kcal/h
- calor latente: 600 x 38,1 = 22860 kcal/h

Pessoas em exercício moderado – 30


- calor sensível: 30 x 64 = 1920 kcal/h
- calor latente: 30 x 101,8 = 3054 kcal/h

Carga total
- calor sensível: 37200 + 1920 = 39120 kcal/h
- calor latente : 22860 + 3054 = 25914 kcal/h

Total 39120 + 25914 = 65034 kcal/h ou 75,6 kW ou 21,5 TR

2. 5. Carga devido aos equipamentos – calor sensível e calor latente


2.5.1 Carga devido aos motores – calor sensível
Os motores eléctricos, quer estejam dentro do recinto, em qualquer ponto do
fluxo de ar ou mesmo os ventiladores, adicionam a carga térmica ao sistema devido as
perdas nos rolamentos, e esta carga precisa ser rtirada pelo equipamento frigorífico. É
preciso levar em conta se o motor está sempre em funcionamento ou se a sua
utilização é apenas esporádica.
Para os ventiladores temos as seguintes formulas:

- ventiladores dentro da corrente de ar

q = P/Ƞ x 2490

q = P/Ƞ x 733

q – BTU/h q=W

P – HP P = cv

Ƞ - rendimento do motor

- ventiladores fora da corrente de ar

q = P x 2490 q = P x 733

q = BTU/h q=W

P = HP P = cv

Ex: Um ventilador de injecção de ar no recinto a ser condicionado e do tipo


centrífigo ( dentro da corrente de ar) e está acopulado a um motor de 9,5 cv. Pelo
catálogo do fabricante está registado um rendimento de 87 %. Qual a carga térmica
adicionada ao ar que circula.

Solução
q = 9,5 x 733 = 8 kW
0,87
Para outros motores que por ventura permaneçam no recinto do ar condicionado
( elevadores, bombas, máquinas eléctricas, perfuradoras etc.) temos as fórmulas:
q x 2490 x P q= x 733 x P

q = BTU/h/HP q = W/cv

P = HP P = cv Ƞ - rendimento

Ex: No exemplo anterior para um motor com as mesmas características acima temos:

q =

Na tabela 3.8 temos ganho de calor por HP para motores eléctricos, em função da sua
potência.

Tabela 3.8 ganho de calor em W por HP para motores electricos

Potência HP Rendimento aproximad % Ganho de calor W/HP


60 1231
Ate

½-1 70 1055
1½ - 5 80 938
7,5 - 20 85 879
Maior que 20 88 850

No cálculo da carga térmica, simplificada consideramos apenas o seguinte:

- Motores até 2 HP: multiplicar os HP por 1055 W;

- Motores maior que 3 HP: multiplicar os HP por 879 W

2.5.2. Carga térmica devido a iluminação – calor sensível


Iluminação incandescente

q = total de Watt, em unidades SI

q = Watt x 3,4 quando q é dado em BTU/h

Iluminação fluorescente:

q = total de Watt x factor devido ao balastro

Tab 3.9 valores recomendados para o consumo de energia electrica para iluminacao

Local Tipos de Nivel de Potencia


Iluminacao Iluminacao (lux) dissipada W/m²
Escritorios Fluorescente 1 000 40
Lojas Fluorescente 1 000 50
Residencias Incandescente 300 30
Supermercados Fluorescente 1 000 35
Barbearias e Saloes de beleza Fluorescente 500 20
Cinemas e teatros Incandescente 60 15
Museus e Fluorescente 500 45
Bibliotecas Incandescente 500 70
Restaurantes Fluorescente 150 15
Incandescente 150 25
Bancos Fluorescente 1 000 35
Auditorios:
a) Tribuna Incandescente 1 000 50
b) Platea Incandescente 500 30
c) Sala de espera Incandescente 150 20
Hoteis:
a) Casas de banho Incandescente 150 25
b) Corredores Incandescente 100 15
c) Sala de leitura Fluorescente 500 45
Incandescente 500 70
d) Quartos Incandescente 500 35
e) Salas de reuniao
- Plateia Incandescente 150 20
- Tablado Incandescente 500 30
f) Portaria e recepcao Incandescente 250 35

Para se ter a carga térmica em kcal/h usar a relação 1 kW-h = 860 kcal
A iluminação fluorescente necessita de um equipamento adicional para
promover a tensão necessária partida e, após esta, a limitação de corrente. Este
equipamento é o balastro (reactor), que adiciona cerca de 20 % de carga, quando na
instalação só se dispõe de balastros duplos e de alto factor de potência, pode se
reduzir essa carga adicional.

Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as
lâmpadas estão ligadas na hora que se tomou por base para o cálculo, geralmente na
hora em que a carga térmica solar é máxima muitas lâmpadas podem estar desligadas.

Ex:

Um equipamento de ar condicionado atende o restaurante, salão de estar e


portaria de um hotel onde temos a seguinte iluminação:

- Restaurante : 75 aparelhos de luz fluorescente de 4 x 40 W


- Salão de estar: 30 lustres, cada qual com 8 lâmpadas incandescentes de 75 W
- Portaria: 12 suportes de 150 W incandescentes
Desejamos saber a carga térmica devido a iluminação
Solução:
Restaurante: 75 x 4 x 40 = 12 000 W

- Carga térmica: 12 x 1,2 x 860 = 12 384 kcal/h


- Salão de estar: 30 x 8 x 75 = 18 000 W
- Carga térmica: 18 x 860 = 15 480 kcal/h
- Portaria: 12 x 150 = 1 800 W
- Carga térmica: 1,8 x 860 = 1 548 kcal/h

Total de ganho de calor

12 384 + 15 480 + 1 548 = 29 412 kcal/h

Observe que, quando não se dispõe de dados reais da carga eléctrica devido a
iluminação deve-se usar os valores em W/m² tab 3.9

2.5.3. Carga térmica devido aos equipamentos de gás – Calor sensível e calor
latente

Em locais como cozinha, laboratórios, restaurantes, cafés etc., podem ter


equipamentos de gás, cuja a queima pode adicionar a carga térmica do recinto mais
duas parcelas:
- Calor devido a queima directa do gás e devido ao vapor formado. A tab 3.10
dá os valores aproximados para diferentes tipos de utilização do gás. Para todos os
aparelhos não especificados, devem ser consultados os dados dos fabricantes e, na
ausência destes os dados abaixo podem dar uma base para o cálculo.
- O gás natural liberta na queima aproximadamente 35 000 BTU/m³ ( 8 820
kcal/m³).

- O GLP liberta 70 000 BTU/m³ ( 17 641 kcal/m³)


- Um queimador de gás de 5 cm consome cerca de 0,3 m³ de gás por hora; um
queimador de 10 cm consome cerca de 0,45 m³ de gás por hora.

Observação: é suficiente para os cálculos, considerar metade da carga


como calor sensível e metade como calor latente.
Ex:
Um restaurante possui os seguintes equipamentos instalados sem chaminé
- três aquecedores de alimentos 2 m x 1 m
- uma torradeira com a capacidade de 360 fatias por hora
- uma máquina de café de 12 litros da capacidade

Calcular a carga térmica de calor sensível e calor latente.

Solução:
Aquecedor de alimentos
- 3 x 2 x 141 = 846 kcal/h por 0,1 m² ou 8460 kcal/h – calor sensível
- 3 x 2 x 35 = 210 kcal/h por 0,1 m2 ou 2100 kcal/h – calor latente

Torradeira
- 907 kcal/h – calor sensível
- 604 kcal/h – calor latente
Máquina de café
- 882 kcal /h - calor sensível
- 378 kcal/h – calor latente

Total de calor sensível: 8460 + 907 + 882 = 10 249 kcal/h

Total de calor latente: 2100 + 604 + 378 = 3 082 kcal/h

2.5.4. Carga térmica devido aos tubos – calor sensível

Em casos raros, provavelmente instalações industriais um recinto ao ser


condicionado pode ser atravessado por tubos de água quente ou vapor o que introduz
mais uma parcela no cálculo da carga térmica

Ex:
Em uma instalação industrial, um recinto com ar condicionado a 26 °C é
atravessado por um tubo de água quente a 80 °C cujo o diametro é de 75 mm (3”), o
comprimento total de tubo é de 45 m.
Calcular a carga térmica introduzida no recinto por hora se o tubo não é
isolado.

Solução

De acordo com a tab 3.11 para o tubo temos:

q = 197,8 x 45 = 8,86 kW

Se o tubo fosse isolado com fibra de vidro de 25 mm teriamos:

q = 25 x 45 = 1,13 kW

ou seja uma redução de

= 0,87 ou 87 %

2.6. Carga térmica devida a infiltração – calor sensível e calor latente

O movimento do ar exterior ao recinto possibilita a sua penetração através das


frestas nas portas, janelas ou outras aberturas. Tal penetração adiciona carga térmica
sensível ou latente. Embora essa carga não possa ser calculada com precisão, há dois
métodos que permitem a sua estimativa: o método de troca de ar e o método das
frestas.

2.6.1. Método da troca de ar

Neste método se supõe a troca de ar por hora dos recintos, de acordo com o
número de janelas e com base na tabela 3.12
Janelas existentes Trocas por hora
Nenhuma janela ou porta para o exterior ¾
Janelas ou portas em uma parede 1
Janelas ou portas em duas paredes 11/2
Janelas ou portas em 3 ou 4 paredes 2
Lojas 2

Trocar o ar significa renovar todo o ar contido no ambiente por hora. Com isso
teremos o calor do ar exterior aumentado ao do ar do recinto. Assim se um quarto tem
por exemplo três paredes com janelas em contacto com o exterior, o calor devido a
infiltração é calculado na base de duas trocas por hora. Conhecido o fluxo de ar em
pés cúbicos por minuto e sabendo se as temperaturas do ar exterior e do recinto, entra-
se na fórmula abaixo para se ter o calor sensível que entra no recinto.

qs = 1,08 x Q x (

onde calor sensível em BTU/h

Q – fluxo de ar em pés cúbicos por minuto

te - temperatura de ar exterior em °F
ti - temperatura de ar interior em °F
Esta fórmula é assim obtida: como sabemos a expressão do calor sensível para o ar é:

qs = m c (t’ – t)

onde
qs – BTU/h
m – libras/h de ar

c – calor específico do ar em

t’, t – temperatura em °F do ar nos dois locais considerados.


Para podermos usar a vazão de ar de Q em CFM, ao invés do peso em libras,
teremos que considerar:

m = x Q = 4,5 Q

onde 13,34 pés cúbicos, é o volume ocupado por uma libra de ar nas condições
normais

Como o calor específico do ar é 0,24, temos:

qs = 4,5 x 0,24 x Q x (te – ti)

qs = 1,08 x Q x (te – ti)

Em unidades do SI teremos:

qs = m c ( t’ – t)
Onde:

qs - kcal/h
m – kg/h de ar
c – calor específico em kcal/kg°C
t’ e t – temperatura em °C
Q – vazão de ar em m³/h

m= = 1,2 Q

Onde:

0,833 m³ é o volume ocupado por 1 kg de ar nas condições normais


Como o calor específico do ar nas condições normais é 0,24 kcal/kg°C

qs = 1,2 x Q x 0,24 x (te – ti)

qs = 0,29 x Q x (te – ti)

Ex:
Queremos saber a carga de calor sensível introduzida pelo ar em um recinto com as
seguintes características:

- Q = 169,8 MCM (6000 CFM)


- te = 35 °C ( 95 °F)
- ti = 26,1 °C ( 79 °F)

Solução

Em unidades inglesas

qs = 1,08 x 6000 (95 – 79) = 103680 BTU/h

Em unidades SI

qs = 169,8 x 0,29 x (35 -26,1) x 60 = 26295 kcal/h

2.6.2. Método de fréstas

A penetração do ar exterior no recinto depende da velocidade do vento.


Estudos de laboratório consigrados na tab 3.13 multiplicados pelo comprimento linear
da fresta, dão a quantidade de calor que penetra no recinto.
Quando no recinto a pressão de ar é superior a do ar exterior, não há
penetração do ar de fora, esta parcela pode ser desprezada.
O ar introduzido aumenta a carga térmica em calor sensível e calor latente. A
carga de calor sensível é dada pela mesma expressão da secção 2.6.1. e a carga de
calor latente é dada pela expressão:

= 583 x c

Onde:

c = ( )xγxQ

- calor latente em kcal/h

- humidade específica do ar no interior em kg/kg

- humidade específica do ar na entrada em kg/kg

γ - peso específico em kg/m³


Q - fluxo de ar em m³/h

2.7. Carga térmica devido a ventilação

Ja foi dito que o ar introduzido em um recinto condicionado retorna ao equipamento


de refrigeração, impulsionado pelo ventilador que deve ser dimensionado de modo a
vencer todas as percas de carga estáticas e dinámicas que são oferecidos em todo o
circuíto do ar. Parte desse ar é perdida pelas frestas, aberturas, exaustores etc.,
precisando ser complementada pelo ar exterior. Além deste ar que complementa as
percas há o ar necessário as pessoas, em metros cúbicos por hora, ou pés cúbicos por
minuto, dados esses fornecidos pela tab 3.14. Este ar exterior introduz calor sensivel e
latente ao ser misturado com o ar de retorno antes de passar pelo evaporador.

Ex:

Retomemos o exemplo da carga térmica de um teatro com 600 lugares. Queremos


saber qual a quantidade de ar que deve ser fornecida pelo exterior, sabendo-se que é
proibido fumar. Qual será a carga térmica devido a ventilação, se a temperatura e a
humidade do ar exterior e interior são:

- interior 25 °C e 0,011kg/kg de ar seco


- exterior 32 °C e 0,021 kg/kg de ar seco

Solução

Pela tab 3.14, vemos a quantidade de ar preferível é de 13 m³/h por pessoa


Ar exterior: 600 x 13 = 7800 m³/h

O calor sensível será:

qs = 0,29 x Q x ( ) = 0,29 x 7800 x (32 – 25) = 15834 kcal/h

O calor latente será

= 583 x (0,021 – 0,011) x 1,2 x7800 = 54568,8 kcal/h

A carga devido a ventilação será:

15834 + 54568,8 = 70402,8 kcal/h ou = 23,28 TR

2.8 Carga térmica total

Conhecida a carga térmica devido a condução, solar, condutas, pessoas,


equipamentos, infiltração e ventilação e adicionando-os temos o somatório de calor
sensível, calor latente a retirar (ou introduzir) do recinto para obter as condições de
conforto desejadas. Somando ambos temos o calor total.
Como medida de segurança, para atender as penetrações enventuais de calor
no recinto, acrescentamos mais 10% aos cálculos.

Normalmente desejamos o resultado em toneladas de refrigeração por isso


dividimos por 12000 o total de BTU/h, por 3,52 o total de kW ou por 3024 kcal/h o
total de kcal/h.

2.9. Total de ar a introduzir

Conhecida a carga térmica de calor sensivel a ser retirada do recinto e as


condições do ar interior e da insuflação podemos conhecer a quantidade total de ar em
CFM, usando a mesma expressão:

= 1,08 x Q x ou Q =

Onde:

- temperatura do recinto em °F

- temperatura de ar de entrada no recinto

Ou em unidades SI

Onde:

Q vazão de ar em m³/h

em °C
em kcal/h

Ex:

O total de ganho de calor sensivel em um recinto é de 120000 kcal/h, a


temperatura de bulbo seco do interior é de 25 °C e a do ar de insuflação é de 18 °C.
Calcular a quantidade de ar a ser introduzido pelo ventilador

Solução:

2.10. Cálculo de absorção da humidade dos recintos

Para se manter o ar de recinto dentro das condições de conforto desejados para


verão, temos que remover a sua humidade.
O ar lançado no recinto absorve esta humidade e a temperatura de seu ponto de
orvalho cresce. Deste modo a temperatura do ponto de orvalho do ar de insuflação
deve ser inferior a do ar do recinto. A temperatura do bulbo seco do ar de insuflação
cresce quando este fica em contacto com o ar do ambiente condicionado.

A humidade absorvida pode ser expressa do seguinte modo:

Onde
Onde
Q - vazão de ar em m³/h

Ex:

A humidade específica de um recinto condicionado deve ser mantida a 0,010 kg/kg. O


ar de insuflação tem a vazão de 1500 m³/h e a sua humidade específica é de 0,025
kg/kg. Qual é a quantidade de humidade absorvida por hora no recinto?

Solução:

= 1,2 x Q x (

Ou

2.11. Cálculo de calor latente

Para se dimensionar o equipamento de deshumidificação do ar para as


condições desejadas precisamos saber a carga de calor latente. Deste modo este
equipamento proporcionará a condensação da humidade adicionada ao ar que circula
no ambiente condicionado. O calor latente libertada pela condensação do vapor de
água é de 583 kcal/h de vapor condensado. Assim:

= 583 x m

Onde
- ganho de calor latente no recinto em kcal/h

m - peso de vapor de água condensado em kg/h

ou = 583 x q x γ x

x Q x γ x

onde

q – vazão de ar em MCM
Q – vazão de ar em m³/h
- variação de entalpia do calor latente em kcal/h

Para o ar padrão, temos

γ = 1,2 kg/m³

Então = 11,66 x Q x

Ex:
Um recinto deve ser mantido a temperatura de bulbo seco de 23,33 °C. O ar de
insuflação é lançado pelo ventilador com vazão de 180 m³/h e a temperatura de bulbo
seco de 5 °C. Qual a carga de calor latente que deve ser retirada pelo equipamento de
deshumidificação?

Solução :
Precisa-se recorrer a uma tabela de entalpia de vapor saturado para misturas
com o ar a pressão atmosférica normal (76 cm de Hg)
Tab 3.15
Para 23,33 °C de bulbo seco temos:
h = 46,23 kJ/kg ou 11,04 kcal/kg
5 °C de bulbo seco temos: 13,6 kJ/kg ou 3,25 kcal/kg

= 11,04 - 3,25 = 7,79 kcal/kg

= 11,66 x 180 x 7,79 = 16350 kcal/h

2.12. Cálculo do calor total usando a carta Psicométrica

Expressões semelhantes podem ser usadas para se calcular o calor total a ser
retirado do recinto, conhecendo-se as condições do recinto e do ar a ser introduzido:

=mx ou = 1,2 x Q x

Onde
- calor total em kcal/h

Q – vazão de ar em m³/h
m - peso de ar que circula em kg/h
- variação de entalpia do ar de insuflação em kcal/kg

Vazão de ar: 450 MCM ou 27000 m³/h


Condições de recinto
- bulbo seco 26 °C
- bulbo húmido 18 °C
Condições do ar introduzido:
- bulbo seco 12 °C
- bulbo húmido 4 °C
Solução
Usando a carta Psicométrica ( fig.3.5)
Ponto A – para as condições do recinto, entalpia é 51,2 kJ/kg ou 12,23 kcal/kg
Ponto C – para as condições do ar introduzido, entalpia é 16,7 kJ/kg ou 3,99
kcal/kg
= 12,23 – 3,99 = 8,24 kcal/kg

= 1,2 x Q x = 1,2 x 27000 x 8,24 = 266976 kcal/h ou

88,20 TR

2.13. Determinação das condições do ar de insuflação

O cálculo da carga térmica de um recinto conduz ao projectista ao total de


calores sensível e latente, cuja a soma fornece o calor total ( )

= 0,24 x m x

= mx

= 0,24

é chamada razão de calor sensível (RCS), ou seja a

percentagem de calor sensível para o calor total. Conhecida a RCS, através da carta
Psicométrica podemos obter as condições do ar ao entrar no recinto desde que se
conheçam as condições a serem mantidas no ambiente condicionado.

Observação: No centro da carta Psicométrica constata-se que há uma


referência, na linha de 50 % de HR e 24 °C TBS; esta referência dá a inclinação da
recta RCS.

Ex:
Calor ganho no recinto: - 85000 kcal/h
RCS = 0,9
Condições interiores
Bulbo seco – 25 °C
Bulbo humido – 18 °C
Vazão de ar
480 MCM = 28800 m³/h
Calcular as condições do ar a ser introduzido (após passar pelas sepentinas de
arrefecimento).

Solução
= 1,2 x Q x

= = 2,46 kcal/kg(variação de entalpia) ou

10,25 kJ/kg
Usando a carta Psicometrica(fig3.5) localiza-se o ponto A relativo as
condições internas e obtem-se

= 51,1 kJ/kg

Em seguida traça-se a recta RCS=0,9, tomando-se como base a escala a direita


da figura ligando-se ao ponto de referência (HR=50 % e TBS=24 °C), tira-se paralela
passando por A. No ponto em que esta recta corta a linha de entalpia 51,1 – 10,25
temos o ponto B que dá as condições do ar de insuflação
- bulbo seco 16 °C
- bulbo humido 14,5 °C
- humidade relativa 85 %

O projectista de ar condicionado deve escolher as condições do ar de


insuflação em um ponto da recta RCS. Estas condições seram fornecidas pelo
equipamento de refrigeração e devem obedecer as especificações do fabricante. Em
resumo o equipamento de refrigeração seleccionado deve ser capaz de reduzir as
temperaturas de bulbo seco e bulbo humido do ar que circula para um ponto que caia
sobre a recta RCS. Esta recta traduz a quantidade de calor sensível e latente a ser
retirado do ambiente condicionado.

Normalmente o ar, ao atravessar as serpentinas do evaporador ou outro


trocador de calor tem alta humidade relativa. Em nosso estudo do uso da carta
Psicométrica e cálculo da carga térmica, tomaremos esta humidade como de 90 %,
porém para o caso real é necessário conhecer as características do equipamento.

3.14. Casos especiais

Em certos ambientes, como por exemplo salões de dança com grande número
de pessoas em actividade física intensa a carga de calor latente é muito elevado e em
consequência, a RCS e muito baixa. Deste modo esta recta não cortará as curvas da
alta humidade relativa. Tomemos um exemplo para fixar a ideia. Suponhamos o ponto
A que traduz as condições a serem mantidas no interior do recinto, ou seja
temperatura de bulbo seco 25 °C e HR 55 %. A carga de calor sensível e de 10000
kcal/h e a de calor latente 9200kcal/h

Então a RCS será:

= 0,52 ( ver a fig3.5a)

Traçamos esta recta apartir do ponto A constata-se que não cortará a linha de
humidade relativa de 90 %. Suponhamos que o ar seja

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