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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – DCJ
SANTA RITA

ANA BEATRIZ DA SILVA GOMES DE LIMA (20230135430)


LUISA HELENA DE LIMA NETO (20230147664)

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I

Santa Rita – 2024


Nosso trabalho e pesquisa analisa a experiência de uma família com a curatela
de uma idosa com Alzheimer, onde sua filha mais velha, Marleide Maria, foi
nomeada como curadora, por meio judicial representando-a como pessoal legal
da mãe, e em contraste comparativo com o atual caso do idoso, Paulo Roberto
Braga, de 68 anos que foi levado morto para uma agência bancaria pela
sobrinha.
Na primeira pesquisa, temos a senhora Alzira, que era mãe de 6 filhos, 4
mulheres e 2 homens, no qual somente as filhas mulheres continuaram
tomando conta da mãe e cuidando dela, provendo também com o sustento da
casa após ela ser diagnosticada precocemente com a doença de Alzheimer, um
distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta o cérebro, resultando em
perda gradual de memória, habilidades cognitivas e funcionamento diário.
Dona Alzira perdeu praticamente todas as suas funções cognitivas e motoras
devido ao Alzheimer e já não podia mais tomar decisões por si, por tanto
precisava de alguém que pudesse tomar essas decisões por ela, inclusive dona
Alzira raramente se lembrava de Luisa, sua neta, que convivia diariamente com
ela.
A decisão de escolher uma das filhas como tutora oficial e representante dela
em 2015, foi tomada em conjunto por suas filhas, motivadas por diversos
motivos e por feita meios judiciais, entre os motivos a sugestão de um
advogado, para proteger a senhora Alzira como sujeito de direitos, sua saúde e
financeiramente, já que ela era aposentada e pagava um plano de saúde que
ela necessitava para seus cuidados devido a sua saúde frágil, e para impedir
que seus filhos fizessem empréstimos indevidos e comprovar que eram suas
filhas que cuidavam dela.
E o principal fator, o dela e das filhas viverem com ameaças de um dos seus
filhos homens por causa do vício dele em drogas, ele constantemente as
ameaçava por dinheiro, até que por meio de algumas denúncias e um B.O
realizado na delegacia, após o mesmo tentar invadir a residência delas ele se
afastou, e o outro filho não fazia nada para a proteção da idosa e nem ajudava
financeiramente a mãe em nada.
No Brasil, a curatela é um processo legal no qual uma pessoa é designada
para tomar decisões em nome de outra que não tem capacidade legal para
fazê-lo, como no caso de idosos com doenças como o Alzheimer. Para obter a
curatela de um idoso com Alzheimer, é necessário comprovar a incapacidade
mental do indivíduo por meio de avaliação médica e seguir os procedimentos
legais estabelecidos pelo Código Civil brasileiro. A curatela permite que o
curador tome decisões médicas, financeiras e legais em nome do idoso,
garantindo seu bem-estar e proteção.
Maria Helena Diniz, aborda as questões legais e as bases jurídicas da curatela
no Brasil e fornece um contexto legal para entender a situação descrita.
Em consonância do caso com o texto de Maria Helena Diniz, em sua obra
“Teoria Geral e Filosofia do Direito”, ela aborda os tipos de capacidade como a
capacidade de fato, a capacidade de direito e a capacidade de exercício. A
Capacidade de fato refere-se à aptidão para realizar determinados atos na
prática, enquanto a capacidade de direito diz respeito à aptidão para ser sujeito
de direitos e deveres na ordem jurídica. Todos têm capacidade de direito desde
o nascimento até a morte. Já a capacidade de exercício é a capacidade de
realizar por si mesmo os atos da vida civil.
No contexto da curatela de idosos no Brasil, os idosos com Alzheimer
geralmente perdem a capacidade de exercício de seus direitos devido à
deterioração cognitiva, o que os impede de cumprir com seu papel de sujeito
de direitos. Isso os torna vulneráveis e incapazes de realizar atos da vida civil
de forma autônoma e consciente. A curatela é necessária para proteger seus
interesses e representar legalmente sua personalidade, restringindo sua
capacidade de exercício conforme estabelecido pela legislação, garantindo que
suas necessidades e direitos sejam devidamente atendidos.
A filha de dona Alzira, por tanto foi colocada como curadora e logo exerceu a
função de representante legal da mãe, agindo em nome e no melhor interesse
da curatelada. Isso inclui a administração de assuntos financeiros, legais e de
saúde em nome da pessoa sob curatela.
A curatela é regulada pelo Código Civil Brasileiro para proteger e assistir
pessoas incapazes de cuidar de si mesmas ou de seus bens. No entanto, a
Constituição Brasileira de 1988 estabelece que a família, a sociedade e o
Estado devem amparar os idosos, garantindo sua dignidade e bem-estar, o que
pode incluir a adoção de medidas como a curatela quando necessário.
Já no segundo caso, analisamos a notícia que vem correndo nas mídias
recentes, em um vídeo, Erika de Souza Vieira Nunes, levou um idoso morto a
uma agência bancária no Rio de Janeiro para tentar sacar um empréstimo no
nome do idoso no valor de R$ 17 mil, essa mulher é prima do idoso,
identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos. O caso ocorreu na última
terça-feira (16). O vídeo foi gravado por uma funcionária do banco mostra o
cadáver posicionado em uma cadeira de rodas. A cabeça dele era sustentada
pela mão de Érika. O delegado Fábio Souza, titular da 34° DP (Bangu),
explicou que ela irá responder por tentativa de furto mediante fraude e
vilipêndio a cadáver. Por enquanto, ainda não se sabe o motivo da morte, no
momento estão averiguando.
Posto isto, no que diz respeito à proteção dos direitos do idoso, onde focamos
a visão e a posição da autora Maria Helena Diniz, destacando a importância de
políticas públicas, legislação específica e ações individuais para garantir o
bem-estar e a dignidade dessa parcela da população. Irei citar algumas
medidas que são abordadas e foram neste caso, em detrimento ao sujeito de
direito.
1. Legislação Específica: há a discursão a importância de leis voltadas
especificamente para a proteção dos direitos dos idosos, e citamos o
Estatuto do Idoso no Brasil, estabelecendo os direitos fundamentais e
medidas de proteção para esses indivíduos. Citarei algumas disposições
preliminares do Instituto do Idoso, específicos com relação ao caso:
No que tange o Art. 4 Nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado
aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. (Redação
dada pela Lei n° 14.423, de 2022).
§ 1° É dever de todos prevenir a ameaça ou violação da pessoa idosa.
(Redação dada pela Lei n° 14.423, de 2022).
Art. 6° Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.
No Estatuto do Idoso, a Lei n° 14.423, aborda os direitos e os deveres dessa
faixa etária, no que foi citado em correlação com o caso do idoso morto sendo
explorado em estado fúnebre, vemos essa negligencia efetuada pela parente
(Karla), ao qual deveria assegurá-lo, em vida e em morte, em proporcionar
bem-estar. A autora Maria Helena Diniz, argumenta que ter uma legislação
especifica para o idoso é fundamental para positivar seus direitos e por acaso
se alguém ou uma organização não seguir as normas de prevenção
específicas, eles serão considerados responsáveis legalmente por qualquer
consequência decorrente desta falta de observância. E a natureza exata dessa
responsabilidade dependerá dos detalhes da legislação aplicável. Posto isto,
outro fato muito importante é o protagonismo da funcionária da agencia do
banco onde foi presenciado o crime contra o idoso. Através da gravação feita
pela funcionária corroborou provas para testemunho do crime, ao qual
repercutiu pelo mundo. Por meio desse registro a agente bancaria efetuou seu
direito no § 1° É dever de todos prevenir a ameaça ou violação da pessoa
idosa. (Redação dada pela Lei n° 14.423, de 2022).
2. Combate ao Abuso e à Violência: evidencia a necessidade de combater
o abuso, a negligência e a violência contra os idosos, tanto em âmbito
familiar quanto institucional, e defender a criação de mecanismos
eficazes de denuncia e punição desses casos. Desse modo, sobre o
caso exposto deverá haver uma punição severa diante da acusada, que
já foi presa de imediato pela acusação e vai responder por tentativa de
furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, ainda irão apurar o caso da
morte, se foi por causas naturais ou um possível homicídio.
Os dois casos contrastam em relação à proteção dos direitos do idoso. No
primeiro caso, envolvendo a senhora Alzira com Alzheimer, vemos um exemplo
de cuidado familiar e legal para garantir o bem-estar e a dignidade da idosa.
Suas filhas tomaram a iniciativa de nomear uma curadora para representá-la
legalmente, visando proteger seus interesses e assegurar que suas
necessidades fossem atendidas, seguindo procedimentos legais e contando
com apoio jurídico. Por outro lado, no segundo caso, envolvendo o idoso Paulo
Roberto Braga, vemos um flagrante desrespeito aos direitos do idoso. Após sua
morte, uma parente tentou explorar o cadáver para obter vantagem financeira,
demonstrando completa falta de respeito pela dignidade do falecido. Além
disso, a tentativa de fraude e o vilipêndio ao cadáver evidenciam uma violação
dos direitos humanos mais básicos do idoso, resultando em consequências
legais severas para a responsável.
Apesar de ambos os casos lidarem com o tema dos direitos do idoso e o tema
sujeito de direitos, eles são opostos devido à maneira como tratam a questão.
Enquanto um exemplifica a proteção e o cuidado adequado, o outro revela uma
flagrante violação dos direitos e uma falta de respeito pela dignidade humana,
mostrando a necessidade de medidas preventivas e punitivas para garantir a
proteção dos idosos em nossa sociedade.

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