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PREVENTIVA
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SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1. B
reve histórico, contextualização e conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
5. P
olítica nacional de humanização (HumanizaSUS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.1. P
rincípios da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.2. Propósitos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.3. O bjetivos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.4. D ispositivos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8. P
olítica Nacional de Educação Popular em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
8.1. Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
9. P
olítica nacional de práticas integrativas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
9.1. Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
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PROGRAMAS E POLÍTICAS DO SUS
importância/prevalência
u A Política Nacional de Humanização (PNH) é transversal a todas as outras políticas e estimula a aproxi-
mação da tríade gestores-profissionais-usuários. Principais diretrizes: acolhimento, ambiência, clínica
ampliada e gestão compartilhada.
u A intersetorialidade, conceito importante da Política Nacional de Promoção da Saúde, refere-se ao pro-
cesso de articulação de saberes diversos entre pessoas e serviços, para construção de intervenções
compartilhadas, com foco na comunidade, estabelecendo vínculos e corresponsabilidade. Principais
temas são relacionados à mudança de hábitos de vida.
u A Política Nacional de Saúde Mental, quando instituída em 2001, mudou a lógica de cuidado, antes era
exclusão asilar sem perspectiva de tratamento e hoje o foco é inclusão e cuidados inseridos na comuni-
dade. A Rede de Assistência Psicossocial é composta por serviços de características diferentes, em níveis
de assistência diversos, para garantir a Integralidade.
u O Programa Mais Médicos trouxe como objetivo: diminuir a carência de médicos em regiões prioritárias
para o SUS, reduzir as desigualdades históricas, fortalecer e qualificar os serviços de atenção básica e
investir em formação educativa direcionada para a realidade do SUS, ampliando vagas e incentivando
campos de prática na rede de serviços do SUS.
3
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
4
Programas e políticas do SUS
PN de Avaliação de
PNS** do Trabalhador Programa Brasil Sorridente PN de Humanização
Serviços de Saúde
Programa Saúde
PN*** de Saúde Mental PN de Proteção Social PN Atenção às Urgências
do Adolescente
PN de Alimentação
PNAIS do Idoso PNAIS Indígena Programa Mais Médicos
de Nutrição
PN de Educação
PNAIS do Homem PNAIS LGBT Programa Melhor em Casa
Popular em Saúde
Programa Farmácia
PNAIS Prisional PN Segurança do Paciente Programa Saúde na Escola
Popular
* PNAIS = Política Nacional de Atenção Integral à Saúde; ** PNS = Política Nacional de Saúde; *** PN = Política Nacional; **** PNSI =
Política Nacional de Saúde Integral.
Fonte: Elaborado pela autora.
DICA
O que geralmente contém na estru- É importante salientar que há políticas cujo foco
turação das políticas: quais são os princí- não está em subgrupos sociais específicos, e sim
pios (valores e aspectos morais, éticos),
na regulamentação de setores transversais do SUS
objetivos, diretrizes (orientações técnicas),
como: Política Nacional de Medicamentos Genéri-
responsabilidade de cada esfera de gover-
no, estratégias de implantação, detalha- cos, Farmácia Popular, de Alimentação e Nutrição,
mento de ações específicas, parâmetros Segurança do Paciente, Avaliação de Serviços de
de avalição e monitoramento. Saúde, de Informação e Informática em Saúde e
Política Nacional de Humanização.
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
Outro ponto importante é que a execução prática “perigosas” para a sociedade, a exemplo de pessoas
de muitas dessas políticas se sobrepõe em diver- com alguma deficiência física ou mental, pessoas
sos serviços; por exemplo, as Unidades Básicas de idosas ou que tinham cometido crimes. A estratégia
Saúde seguem não apenas a Política Nacional de era uma só: isolar, trancar, separar dos “sãos”, sem
Atenção Básica, mas também executam ações da nenhuma perspectiva de cuidado.
Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente),
de Saúde Escolar (Programa Saúde na Escola), Rede A PNSM redireciona o modelo assistencial pautando
Cegonha e Atenção Domiciliar (Melhor em Casa), tratamento humanitário e respeitoso com foco
entre outros. necessariamente em recuperação pela inserção
na família, no trabalho e na comunidade. Afinal,
Muita coisa, né? Mas vamos com calma, pois não segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde
precisamos saber detalhes de todas elas. Escolhe- mental é um estado de bem-estar no qual o indi-
mos as 8 políticas que mais foram abordadas em víduo é capaz de usar suas próprias habilidades,
provas nos últimos anos para aprofundar e destacar recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e
itens principais neste capítulo! Vamos nessa? Antes contribuir com a sua comunidade. Ou seja, a lógica
de seguir, veja abaixo por que conhecer políticas de cuidado em saúde mental passa a ser inclusiva
e programas pode ser fundamental para além de com foco em recuperação. Diante desse assunto, é
questões de prova. comum ouvirmos comentários como “Certo. Con-
cordo que excluir não é tratar. Mas, se fecharmos
os manicômios para onde os pacientes vão?”
DIA A DIA MÉDICO
A mudança de modelo assistencial foi pensada para
ser realizada de forma gradual, à medida que seria
Você pode estar se perguntando qual a importância de construída uma rede substitutiva, que apresente ser-
saber sobre esse assunto na rotina prática do profissional viços com características diferentes considerando
em Medicina. Primeiramente, saber como o SUS funciona
demandas diferentes. Ao longo dos anos, os leitos
deve ser de conhecimento de todos os cidadãos; afinal,
todos somos cobertos por esse sistema universal e usa-
psiquiátricos seriam desocupados, e os cuidados
mos ele. O SUS se constrói e se qualifica inclusive com passariam a ser realizados prioritariamente em
participação social. Falando sobre aplicação no trabalho, serviços inseridos na comunidade.
conhecer a rede integrada do SUS é importante para: a con-
duta médica de referenciar pacientes de forma adequada Podemos dizer inclusive que o processo de implanta-
para serviços de níveis de atenção diferentes, garantindo ção da PNSM contribuiu para o avanço da organiza-
na prática o princípio doutrinário da Integralidade. ção do SUS numa lógica alinhada com o princípio da
Integralidade, através de uma rede de serviços. O que
representa, portanto, uma outra grande transição
2.1. P
OLÍTICA NACIONAL DE de modelo de atenção, deixando de ser de forma
SAÚDE MENTAL (PNSM) hierárquica piramidal para pautar articulação entre
serviços de forma mais integrada e interconectada.
2.1.1. Histórico e principais características
2.1.2. 20 anos da Lei nº 10.216
Quando tratamos da PNSM se faz necessário res-
gatar as bases ideológicas da reforma psiquiátrica A Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, também
brasileira. De forma resumida, o Brasil acompanhou conhecida como a lei da reforma psiquiátrica, dis-
uma transição de modelo assistencial iniciada em põe sobre a proteção e os direitos das pessoas
outros países, que teve como origem a insatisfação portadoras de transtornos mentais e redireciona
com o modelo vigente de cuidados às pessoas o modelo assistencial em Saúde Mental. No art.
portadoras de transtorno mental. Durante séculos 2º, em parágrafo único, estão enumerados os 9
foi perpetuada uma lógica de exclusão de pes- direitos de que a pessoa e seus familiares devem
soas consideradas, de forma injusta, “inúteis” ou ser formalmente cientificados:
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Programas e políticas do SUS
I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de mentais em instituições com características asila-
saúde, consentâneo às suas necessidades; res” que não ofereçam assistência integral e que não
assegurem aos pacientes os direitos enumerados
II – ser tratada com humanidade e respeito e no
no parágrafo único do art. 2º. Sobre internação
interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando
psiquiátrica, é determinado que somente será rea-
alcançar sua recuperação pela inserção na família,
lizada mediante laudo médico circunstanciado que
no trabalho e na comunidade;
caracterize os seus motivos, e são considerados 3
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso tipos de internação:
e exploração;
I – internação voluntária: aquela que se dá com o
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas; consentimento do usuário;
V – ter direito à presença médica, em qualquer II – internação involuntária: aquela que se dá sem
tempo, para esclarecer a necessidade ou não de o consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
sua hospitalização involuntária;
III – internação compulsória: aquela determinada
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação pela Justiça.
disponíveis;
VII – receber o maior número de informações a
DICA
respeito de sua doença e de seu tratamento; Lembrar que: o cuidado extra-hos-
pitalar é prioritário e tem foco em recupera-
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos ção e reinserção do paciente em contextos
meios menos invasivos possíveis; sociais e o cuidado intra-hospitalar deve ser
exceção e não regra.
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços
comunitários de saúde mental.
Com o foco no cuidado em saúde de maneira inclu- 2.1.3. Centros de Atenção Psicossocial
siva, a internação hospitalar, em qualquer de suas
modalidades, passou a ser indicada apenas quando A Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, con-
os recursos extra-hospitalares se mostrarem insu- siderando a lei citada anteriormente, estabelece
ficientes. Além disso, o tratamento em regime de características e modo de funcionamento dos
internação será estruturado de forma a oferecer assis- CAPS, Centros de Atenção Psicossocial. Os CAPS
tência integral à pessoa portadora de transtornos se constituem em serviços ambulatoriais, com
mentais, incluindo serviços médicos, de assistência atenção diária e que funcionem com a lógica do
social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. território. São descritas abaixo as 5 modalidades,
definidas por ordem crescente de porte/complexi-
A Lei nº 10.216 também dispõe que “é vedada a dade e abrangência populacional.
internação de pacientes portadores de transtornos
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
• 01 médico psiquiatra
• Supervisionar e capacitar
• 01 enfermeiro com forma-
equipes da atenção básica • Igual ao CAPS I
70.000 – ção em saúde mental
CAPS II 200.000 • Funcionar de 08:00 às 18:00, • Atendimento de 30 pacien-
• 04 profissionais de nível
habitantes durante 5 dias, podendo tes por turno (máximo de 45
superior*
comportar um 3º turno até pacientes/dia)
21:00 • 06 profissionais de nível
de médio
• Todas as atribuições do
CAPS I
• Acolhimento noturno, nos • 02 médicos psiquiatras
• Supervisionar e capacitar feriados e finais de sema- • 01 enfermeiro com forma-
equipes da atenção básica na, com no máximo 5 leitos ção em saúde mental
• Constituir-se em serviço para eventual repouso e/ou
• 05 profissionais de nível
Acima de ambulatorial de atenção observação.
superior*
CAPS III 200.000 contínua, durante 24 horas, • A permanência de um mes-
• 08 profissionais de nível
habitantes diariamente, todos os dias. mo paciente no acolhimen-
médio**
• Estar referenciado a um ser- to noturno fica limitada a 7
viço de atendimento de ur- dias corridos ou 10 dias in- Há composições distintas
gência/emergência tercalados em um período de equipe para acolhimento
de 30 dias. noturno.
• 40 pacientes por turno. Má-
ximo de 60 pacientes/dia
* Psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.
** Técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
Fonte: Elaborado pela autora.
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Programas e políticas do SUS
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
• Participação social
Justiça social e inclusão • Incentivo à gestão democrática, participativa e transparente
Social • Autonomia e empodera-
• Estimulo à pesquisa
mento
Fonte: Elaborado pela autora.
DICA
O termo intersetorialidade se refe- 4.1.1. Objetivos específicos da PNPS
re ao processo de articulação de saberes,
potencialidades das experiências dos sujei- u Estimular a promoção de saúde como parte da
tos e possibilidades dos distintos setores integralidade no cuidado da RAS.
e serviços de pensar a questão complexa
da saúde, contribuindo com a construção
u Contribuir para a adoção de práticas sociais e
de intervenções compartilhadas, estabe- de saúde centradas na equidade.
lecendo vínculos, corresponsabilidade e u Apoiar o desenvolvimento de espaços de produ-
cogestão para objetivos comuns. Já a in- ção social e ambientes saudáveis.
trassetorialidade diz respeito ao exercí-
cio permanente da desfragmentação das
u Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade.
ações e dos serviços ofertados por um se- u Promover a cultura da paz em comunidades, em
tor, visando à construção e a articulação de territórios e em municípios.
redes cooperativas e resolutivas.
u Valorizar os saberes populares e tradicionais e
as práticas integrativas e complementares.
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Programas e políticas do SUS
DICA
VI – promoção da mobilidade segura;
A promoção de saúde é conside-
rada como o foco da Medicina do futuro. VII – promoção da cultura da paz e de direitos
Em termos de carga de doenças, no Brasil humanos;
e no mundo, as principais causas de mor-
te estão associadas a condições crônicas VIII – promoção do desenvolvimento sustentável.
de saúde, que por sua vez têm tratamento
com foco em mudança de hábito de vida.
Considerando que a tendência é que a po- 5. P OLÍTICA NACIONAL DE
pulação fique cada vez mais envelhecida,
HUMANIZAÇÃO (HUMANIZASUS)
precisamos quebrar alguns paradigmas
culturais que ainda sustentam do modelo
atual de cuidado, saindo do foco em, condi-
Em 2003, o Ministério da Saúde lançou a Política
ções agudas e centradas no profissional de
medicina, e estruturando serviços de pre- Nacional de Humanização (PNH) através da publi-
venção de riscos e de promoção de saúde cação do “HumanizaSUS: Documento base para
com atuação de equipes multiprofissionais. gestores e trabalhadores do SUS”, documento que
nasceu a partir do reconhecimento das experiências
exitosas e concretas que compõem um “SUS que
4.1.2. São temas transversais e dá certo”. A PNH sistematiza orientações com o
prioritários da PNPS objetivo principal de efetivar e garantir na prática
cotidiana a aplicação dos princípios do SUS, quali-
4.1.2.1. Temas transversais da PNPS ficando a saúde pública do Brasil.
São entendidos como referências para a formação Partindo desse ponto, a humanização se traduz na
de agendas de promoção da saúde, para a adoção inclusão dos diferentes sujeitos no processo de
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
produção de saúde e, sobretudo, na valorização tem sido mais valorizados ultimamente, o que resgata
da tríade: usuários, trabalhadores e gestores. Pro- a ideia de que Medicina não é apenas um conjunto de
conhecimentos técnicos. Existe um conceito descrito pelo
mover a comunicação e a troca de saberes entre professor Emerson Mehry que diferencia as tecnologias
os diferentes sujeitos é uma forma de oportunizar duras (materiais, equipamentos) de tecnologias leves
a ampliação da capacidade de transformar a reali- (relacionais e comunicacionais ). No mundo corporativo
dade através da responsabilidade compartilhada, tem se falado sobre soft skills, muito tem se falado sobre
comunicação, na melhoria da qualidade das relações entre
do respeito mútuo e da participação coletiva nos
as pessoas envolvidas em processos de trabalho. Na
processos de gestão e produção de saúde. Saúde é imprescindível que essa habilidade seja treinada
e reconhecida como uma técnica que contribui com os
resultados do trabalho.
3 Princípios 8 Diretrizes
A PNH deve se fazer presente e estar incluída em A transversalidade passa pelo reconhecimento de
todas as políticas e programas do SUS. que todas as ações em saúde devem conversar
com a experiência do usuário, e das diferentes
Aumento do grau de comunicação inter e intragrupos. especialidades envolvidas na assistência.
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Programas e políticas do SUS
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
que seus princípios, suas diretrizes e seus dispositivos se 6. Pouca atuação na promoção da saúde e no
encontrem presentes nas legislações das demais políticas. desenvolvimento de ações intersetoriais.
Veja abaixo alguns exemplos:
7. Desafio de avançar na mudança do modelo de
W Na Política Nacional de Atenção às Urgências encon- atenção e na mudança de modelo e qualificação
tra-se como diretriz: “humanização da atenção, garan- da gestão.
tindo efetivação de um modelo centrado no usuário e
baseado nas suas necessidades de saúde”. 8. Inadequadas condições e relações de trabalho,
W Na Política Nacional de Atenção Domiciliar (Melhor mercado de trabalho predatório, déficit de pro-
em casa): “Ser estruturado de acordo com os princí- vimento de profissionais e contexto de baixo
pios de ampliação do acesso, acolhimento, equidade, investimento nos trabalhadores.
humanização e integralidade da assistência”.
9. Necessidade de contar com profissionais pre-
W Na normatização da Rede Cegonha: “consiste numa parados, motivados e com formação específica
rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito
para atuação na Atenção Básica.
ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério”. 10. Importância de ampliar a legitimidade da Aten-
W Na Política Nacional de Atenção Básica: “participa- ção Básica com os usuários e de estimular a
ção coletiva nos processos de gestão, a valorização, participação da sociedade.
fomento à autonomia e protagonismo dos diferentes
sujeitos implicados na produção de saúde, o com- O PMM nasceu como medida provisória, e depois
promisso com a ambiência e com as condições de foi sancionado em lei, com os seguintes objetivos:
trabalho.”
I – diminuir a carência de médicos nas regiões priori-
tárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades
regionais na área da saúde;
6. PROGRAMA MAIS MÉDICOS II – fortalecer a prestação de serviços de atenção
básica em saúde no País;
Criado em 2013, o programa conhecido como Mais III – aprimorar a formação médica no País e pro-
Médicos foi pensado dentro da perspectiva de porcionar maior experiência no campo de prática
resolver um problema histórico do Brasil: a desi- médica durante o processo de formação;
gualdade. Em sua elaboração e seu planejamento
IV – ampliar a inserção do médico em formação nas
foram levantados problemas relacionados à Saúde
unidades de atendimento do SUS, desenvolvendo
Pública, considerando as diferenças regionais, e
seu conhecimento sobre a realidade da saúde da
foram identificados os seguintes desafios no con-
população brasileira;
texto inicial pré-implantação:
V – fortalecer a política de educação permanente
1. Financiamento insuficiente da Atenção Básica.
com a integração ensino-serviço, por meio da atua-
2. Infraestrutura inadequada das Unidades Básicas ção das instituições de educação superior na super-
de Saúde (UBS). visão acadêmica das atividades desempenhadas
3. Baixa informatização dos serviços e pouco uso pelos médicos;
das informações disponíveis para a tomada de VI – promover a troca de conhecimentos e expe-
decisões na gestão e na atenção à saúde. riências entre profissionais da saúde brasileiros e
4. Necessidade de ampliar o acesso, reduzindo médicos formados em instituições estrangeiras;
tempos de espera e garantindo atenção, em VII – aperfeiçoar médicos para atuação nas políticas
especial, aos grupos mais vulneráveis. públicas de saúde do País e na organização e no
5. Necessidade de melhorar a qualidade dos ser- funcionamento do SUS; e
viços, incluindo acolhimento, resolubilidade e VIII – estimular a realização de pesquisas aplicadas
longitudinalidade do cuidado. ao SUS30.
14
Programas e políticas do SUS
Para alcançar os objetivos, foram organizadas fren- u Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos
tes de ação em 3 eixos: sobre segurança do paciente.
u Fomentar a inclusão do tema segurança do pa-
u Eixo 1: Provimento emergencial: editais de cha- ciente no ensino técnico, na graduação e na pós-
madas de profissionais de Medicina. -graduação na área da saúde.
W Perfis dos profissionais:
V Médico CRM-Brasil: médicos formados em 7.2. O PNSP APRESENTA 4
instituição de educação superior brasileira EIXOS ESTRATÉGICOS
ou com diploma revalidado no Brasil.
V Médico intercambista: formado em institui- 1. O estímulo a uma prática assistencial segura
ção de educação superior estrangeira com (através da elaboração de protocolos, criação de
habilitação para exercício da Medicina no núcleos de segurança, sistemas de notificações).
exterior (acesso por chamada pública de
2. O envolvimento do cidadão na sua segurança.
adesão).
V Médico intercambista cooperado: formado 3. A inclusão do tema no ensino (seja na graduação,
em instituição de educação superior estran- especialização e capacitações periódicas dos
geira com habilitação para exercício da Me- profissionais em atuação).
dicina no exterior (acesso por cooperação 4. O incremento de pesquisa sobre o tema (focos
internacional). de investigação em medir danos, compreender
causas, identificar soluções).
u Eixo 2: Ampliação e melhoria de infraestrutura:
construção de novas UBS e reforma de unidades
já existentes. DICA
Importante ressaltar que a cultura
u Eixo 3: Educação e formação para o SUS: aumento de segurança do paciente é elemento que
de oferta de vagas de graduação e de residência perpassa todos esses eixos. Não foi por
acaso que a Portaria MS/GM nº 529/2013
médica, reorientação da formação para o SUS,
dedicou um espaço para transcrever o con-
mudança com inclusão de campos de prática e
ceito de cultura de segurança do paciente
integração ensino-serviço, inclusive por meio de da OMS, veja só que interessante:
intercâmbio internacional.
W Cultura na qual todos os trabalhadores,
incluindo profissionais envolvidos no
cuidado e gestores, assumem respon-
7. PROGRAMA NACIONAL sabilidade pela sua própria segurança,
DE SEGURANÇA DO pela segurança de seus colegas, pacien-
PACIENTE (PNSP) tes e familiares.
W Cultura que prioriza a segurança das
pessoas acima de metas financeiras e
7.1. SÃO OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PNSP operacionais.
W Cultura que encoraja e recompensa a
u Promover e apoiar a implementação de iniciati- identificação, a notificação e a resolu-
ção dos problemas relacionados à se-
vas voltadas à segurança do paciente, por meio
gurança.
dos Núcleos de Segurança do Paciente nos es-
tabelecimentos de Saúde. W Cultura que, a partir da ocorrência de
incidentes, promove o aprendizado or-
u Envolver os pacientes e os familiares nesse pro- ganizacional.
cesso.
W Cultura que proporciona recursos, estru-
u Ampliar o acesso da sociedade às informações tura e responsabilização para a manu-
relativas à segurança do paciente. tenção efetiva da segurança.
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
Emancipação
16
Programas e políticas do SUS
9. P OLÍTICA NACIONAL DE
PRÁTICAS INTEGRATIVAS
E COMPLEMENTARES
9.1. OBJETIVOS
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
Cogestão e gestão
• Voluntária participativa
• Involuntária e compul-
sória/judicial
Centros de Apoio
Psicossocial no
território comunitário
Equipes
multiprofissionais
Redução de Danos
18
Programas e políticas do SUS
…continuação
19
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
20
Programas e políticas do SUS
QUESTÕES COMENTADAS
21
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
22
Programas e políticas do SUS
⮪ A Carteira de Serviços da Atenção Primária proíbe proibida qualquer exclusão baseada em idade,
a realização de cantoplastia na Atenção Primária. gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orien-
tação sexual, identidade de gênero, estado de
saúde, condição socioeconômica, escolaridade
Questão 7
ou limitação física, intelectual, funcional, entre
(UDI HOSPITAL/REDE D’OR SÃO LUIZ – MA – 2020) A Política outras, com estratégias que permitam minimizar
Nacional de Humanização (PNH) foi lançada em desigualdades, evitar exclusão social de grupos
2003 para buscar pôr em prática os princípios do que possam vir a sofrer estigmatização ou discri-
SUS. Assinale a alternativa INCORRETA sobre essa minação; de maneira que impacte na autonomia
política de saúde. e na situação de saúde.
⮧ A diretriz de coordenação do cuidado diz respeito
⮦ São princípios da PNH: autonomia dos sujeitos a acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
e coletivos, transversalidade e indissociabilidade entre os pontos de atenção das RAS, fazendo
entre atenção e gestão. com que o usuário tenha acesso a maior quan-
⮧ Acolhimento é uma diretriz da PNH e significa tidade de especialistas possível.
reconhecer o que o outro traz como legítima e ⮨ A diretriz de universalidade possibilita o acesso
singular necessidade de saúde. universal e contínuo a serviços de saúde de qua-
⮨ A PNH atua com base em orientações clínicas, lidade e resolutivos, incluindo a porta de entrada
éticas e políticas, que se traduzem em determi- da RAS (primeiro contato), atendimento ambu-
nados arranjos de trabalho. latorial e hospitalar.
⮩ A ambiência é uma das diretrizes da PNH e con- ⮩ O princípio de resolutividade reforça a importân-
siste em criar espaços saudáveis, acolhedores cia de a Atenção Básica ser resolutiva, utilizando
e confortáveis, que respeitem à privacidade, e articulando diferentes tecnologias de cuidado
propiciem mudanças no processo de trabalho individual, em detrimento do coletivo, por meio
e sejam lugares de encontro entre as pessoas. de uma clínica ampliada capaz de construir vín-
⮪ A ambiência é uma ferramenta teórica e prática culos positivos e intervenções clínicas e sanita-
cuja finalidade é contribuir para uma abordagem riamente efetivas.
clínica do adoecimento e do sofrimento, que
considere a singularidade do sujeito e a com-
Questão 9
plexidade do processo saúde-doença.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – PB – 2020)
A Política Nacional de Atenção à Saúde Mental,
Questão 8
implantada em 2001, representa um dos maiores
(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE CURITIBA – PR – 2022) A avanços do SUS. A respeito de suas diretrizes, as-
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) foi ins- sinale a alternativa INCORRETA:
tituída pela Portaria n.º 2.436, de 21 de setembro de
⮦ A Política Nacional de Atenção à Saúde Mental
2017, e define a organização em Redes de Atenção
tem entre as suas diretrizes: a redução gradual
à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado
de leitos em hospitais psiquiátricos e a criação
integral e direcionado às necessidades de saúde
de uma rede extra-hospitalar.
da população. Sobre a PNAB, é CORRETO afirmar:
⮧ A responsabilidade pelo cuidado dos usuários
⮦ O princípio da Equidade corresponde a ofer- de saúde mental no território deve ser dos profis-
tar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas sionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
condições de vida e saúde e de acordo com as (NASF), embora a equipe de Saúde da Família
necessidades das pessoas, considerando que seja responsável pela distribuição de medicação
o direito à saúde passa pelas diferenciações psicotrópica.
sociais e deve atender à diversidade. Ficando
23
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
Questão 10
24
Programas e políticas do SUS
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade: saúde era feita de outra forma; além disso, nem
todos apresentam doenças crônicas.
Y Dica do professor: Vamos analisar as alternativas.
Alternativa C: INCORRETA. A atenção à pessoa idosa
Alternativa A: CORRETA. A lei é conhecida como RE-
é fundamentada principalmente em cuidados inte-
FORMA justamente porque possibilitou a mudança
grais que visam à qualidade de vida e à autonomia.
de modelo de atenção e da lógica de cuidado.
Alternativa D: INCORRETA. A população idosa é hete-
Alternativa B: INCORRETA. Não há proibição, visto
rogênea e deve receber cuidados individualizados.
que existem casos que têm necessidade de trata-
Generalizar e inferir que essas pessoas têm deman-
mento hospitalar, o que mudou é que essa agora é
das similares é um erro.
a última opção, e antes era a única.
Alternativa E: CORRETA. Faz parte dos cuidados aos
Alternativa C: INCORRETA. Foi resultado de um movi-
idosos: informar e estimular a prática de nutrição
mento social e não tem relação partidária.
balanceada, de sexo seguro, de imunização e de
Alternativa D: INCORRETA. Fomentou uma rede de hábitos de vida saudáveis.
cuidado prioritariamente inserida no contexto co-
✔ resposta: E
munitário.
Alternativa E: INCORRETA. Visou à garantia e ao acesso
aos serviços públicos da rede de atenção do SUS. Questão 3 dificuldade:
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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva
articulada e não separar. A mesma coisa sobre al- Y Dica do professor: A questão está pedindo a alter-
ternativas que trazem ideia de exclusão.
nativa incorreta sobre a PNH. Vamos às alternativas:
Alternativa A: CORRETA. Esses são os três princípios
apresentados pela PNH.
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Programas e políticas do SUS
Alternativa B: CORRETA. A definição apresentada para discutidos em 2001 e em 2002, mesmo a nota téc-
acolhimento é a mesma descrita na PNH. nica de 2019 tendo encorajado a abertura de leitos
Alternativa C: CORRETA. Os arranjos de trabalho apre- psiquiátricos em hospitais. As alternativas A, C, D e
sentados pela PNH são determinados a partir de E estão todas corretas. Observe que a alternativa E,
orientações clínicas, éticas e políticas, como des- em momento algum, diz que a rede de saúde mental
crito na alternativa. se limita aos componentes apresentados, visto que a
nota técnica de 2019 apresentou mais componentes
Alternativa D: CORRETA. Mais uma vez, a alternativa
do que os que estão descritos na alternativa.
traz a definição da mesma forma como está des-
crito na PNH. A alternativa B está incorreta, porque são os profis-
sionais das equipes de Saúde da Família que têm
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está descre-
responsabilidade sobre esses pacientes. Os profis-
vendo a Clínica Ampliada e Compartilhada, não a
sionais do CAPS e do NASF foram desenvolvidos
ambiência.
para somar nesse cuidado, num modelo de apoio
✔ resposta: E multidisciplinar, inclusive corresponsabilizando-se
pela assistência, mas a equipe de Saúde da Família
dificuldade:
é a equipe de referência e tem responsabilidade sa-
Questão 8
nitária pelas populações do território, incluindo os
Y Dica do professor: Vamos analisar cada uma das usuários que fazem tratamento de Saúde Mental.
alternativas: ✔ resposta: B
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Fixe seus conhecimentos!
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