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Maitê Benati Dahdal

Pedro Eustáquio Urbano Teixeira


Raísa Dourado Almeida
Vitor Piquera

PREVENTIVA

PROGRAMAS E POLÍTICAS DO SUS

1
SUMÁRIO

PROGRAMAS E POLÍTICAS DO SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1. B
 reve histórico, contextualização e conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2. Quais são os principais programas e políticas de saúde? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


2.1. P
 olítica Nacional de Saúde Mental (PNSM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3. A política nacional de atenção integral à saúde da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9


4. Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.1. Objetivo geral da PNPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

5. P
 olítica nacional de humanização (HumanizaSUS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.1. P
 rincípios da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.2. Propósitos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.3. O bjetivos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.4. D ispositivos da PNH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

6. Programa Mais Médicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14


7. P
 rograma Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
7.1. S
 ão objetivos específicos do PNSP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
7.2. O PNSP apresenta 4 eixos estratégicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

8. P
 olítica Nacional de Educação Popular em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
8.1. Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

9. P
 olítica nacional de práticas integrativas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
9.1. Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Mapa mental. Programas e políticas de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18


Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2
PROGRAMAS E POLÍTICAS DO SUS

importância/prevalência

O QUE VOCÊ PRECISA SABER?

u A Política Nacional de Humanização (PNH) é transversal a todas as outras políticas e estimula a aproxi-
mação da tríade gestores-profissionais-usuários. Principais diretrizes: acolhimento, ambiência, clínica
ampliada e gestão compartilhada.
u A intersetorialidade, conceito importante da Política Nacional de Promoção da Saúde, refere-se ao pro-
cesso de articulação de saberes diversos entre pessoas e serviços, para construção de intervenções
compartilhadas, com foco na comunidade, estabelecendo vínculos e corresponsabilidade. Principais
temas são relacionados à mudança de hábitos de vida.
u A Política Nacional de Saúde Mental, quando instituída em 2001, mudou a lógica de cuidado, antes era
exclusão asilar sem perspectiva de tratamento e hoje o foco é inclusão e cuidados inseridos na comuni-
dade. A Rede de Assistência Psicossocial é composta por serviços de características diferentes, em níveis
de assistência diversos, para garantir a Integralidade.
u O Programa Mais Médicos trouxe como objetivo: diminuir a carência de médicos em regiões prioritárias
para o SUS, reduzir as desigualdades históricas, fortalecer e qualificar os serviços de atenção básica e
investir em formação educativa direcionada para a realidade do SUS, ampliando vagas e incentivando
campos de prática na rede de serviços do SUS.

1. I NTRODUÇÃO e influindo sobre a realidade econômica, social e


ambiental.

A elaboração de programas e de políticas de saúde é


uma resposta social do Estado diante das condições
   BASES DA MEDICINA
de saúde de indivíduos e de populações. Tem como
objetivo desenvolver estratégias caracterizadas pela
articulação de ações destinadas a atender certos “A Saúde é um direito de todos e dever do Estado” é uma
máxima amplamente conhecida, e sabemos ser parte do
subgrupos da população e enfrentar problemas de
artigo 196 da Constituição Federal. Mas como garantir
determinadas áreas da saúde. esse direito?
Conceitualmente podem ser definidas como, segun- É um desafio constante, dito de forma coloquial, “tirar
do Paim e Almeida-Filho1, um conjunto de disposi- do papel e colocar na prática”. Somos um país continen-
ções, medidas e procedimentos que organizam a tal, com desigualdades regionais e socioculturais, e o
execução de propostas traduzidas em ações para SUS vem sendo, assim mesmo no gerúndio, construído
e implementado ao longo dos anos. As políticas e os
promover, prevenir, recuperar saúde e reduzir danos.
programas são ferramentas que o Governo dispõe para
Orientam e regulam atividades governamentais organizar a execução das ações e alcançar, na prática, o
de interesse público, como a gestão e a regulação que a Constituição delibera.
de bens e serviços que afetam a saúde, atuando

3
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

1.1. BREVE HISTÓRICO, dimensão, na temporalidade e na fase de desen-


CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITOS volvimento das ações de intervenção. O que isso
quer dizer?
Este capítulo não tem o objetivo de fazer uma revisão
Para resolver problemas, o governo precisa orga-
histórica detalhada. Mas é importante saber que
nizar o que é preciso ser feito. Para isso, existem
algumas das políticas mais antigas e já consolida-
etapas de planejamento: entender o problema,
das tiveram sua elaboração iniciada antes mesmo
levantar dados, pensar em possibilidades de ações
da constituição do SUS, como as políticas voltadas
e começar a agir, sempre reavaliando os impactos
à saúde do trabalhador, da mulher, da criança e da
e a viabilidade orçamentária.
saúde mental. Ao longo dos anos essas políticas
foram sendo atualizadas e ganhando robustez à O programa geralmente tem caráter temporário,
medida que o SUS foi sendo regulamentado e que planejamento mais focal; podemos dizer que é uma
novas tecnologias, inclusive de planejamento em tentativa inicial, uma estratégia que será avaliada
saúde, foram sendo aplicadas. Por exemplo, come- para ter continuidade ou não. Os programas que
çamos a ter computadores apenas na década de trouxeram impacto positivo relevante nos indica-
1990, imagina como eram realizadas as pesquisas dores de saúde evoluíram para políticas nacionais,
sem os recursos que temos hoje. registrando marcos institucionais e formando refe-
rências a serem adotadas e implantadas em todos
Apesar das dificuldades históricas como o subfi-
os serviços. Em outros casos, há programas que já
nanciamento do SUS, algumas políticas públicas
são fortemente instituídos e ainda assim mantêm a
de saúde brasileiras são reconhecidas internacio-
denominação programa, como o Programa Nacional
nalmente como bem-sucedidas. Nossos maiores
de Imunização (foi criado antes do SUS, em 1978)
exemplos são: o Sistema Nacional de Transplantes,
mas que é reconhecido como política pública.
que é o maior sistema público de transplantes
do mundo; o Programa Nacional de Imunizações Temos como exemplo o Programa de Saúde da
responsável por erradicar doenças como varíola e Família que foi o broto da Estratégia de Saúde da
poliomielite por conta da alta cobertura vacinal a Família, que hoje é pautada como modelo prioritário
despeito da grande extensão territorial; além dos da Atenção Básica. Falando nisso, a Política Nacional
Programas de Controle da AIDS e de Combate ao de Atenção Básica é tão importante que será tratada
Tabagismo, que são tomados mundialmente como num capítulo à parte. Outra forma de diferenciar,
exemplos por seus resultados de grande impacto seria por conta de características orçamentárias,
positivo em indicadores de saúde fundamentais. mas seria uma discussão complexa e desnecessária
para o que se propõe nesta apostila.
1.1.1. Mas afinal qual a diferença
No final das contas, não há muita razão em procurar
entre programa e política?
uma lógica única no uso dos termos, o foco prin-
Apesar de trazer uma sensação de confusão concei- cipal é conhecer os programas e as políticas que
tual, ora programa, ora política, é mais importante mais se destacam ultimamente, por serem recentes
compreender as semelhanças: são estratégias e estarem em implantação ou os que sofreram
governamentais para organizar e garantir a execução alguma atualização relevante na atuação prática
prática de ações com objetivo de resolver problemas dos profissionais e gestores.
que lhes cabe resolver. Há grande complexidade
em como são elaboradas, dentro de ministérios,
secretarias, departamentos, e por isso não existe
um alinhamento padrão para o uso dos termos.
Podemos dizer que uma política contém progra-
mas, por exemplo. Um programa pode também vir
a ser uma política. Existe diferença, portanto, na

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Programas e políticas do SUS 

DICA 2. Q UAIS SÃO OS PRINCIPAIS


Uma curiosidade de base conceitual
é saber diferenciar o que é uma política de PROGRAMAS E POLÍTICAS
Estado de uma política de governo. Uma DE SAÚDE?
política de Estado deve ser realizada por
ser amparada pela Constituição, indepen-
dentemente do governante. Já uma política Abaixo estão listadas alguns programas e políti-
de governo pode permanecer ou não com cas nacionais, e neste capítulo vamos aprofundar
alternância de poder. somente algumas delas (sinalizados em negrito).
Por exemplo, o Programa Ciência Sem
Fronteiras, que patrocinava universitários
em pesquisas internacionais, não teve con-
tinuidade, o Programa Mais Médicos e o
Programa Bolsa Família se mantiveram
por mais tempo, porém também foram
descontinuados.

Quadro 1. Exemplos de programas e políticas públicas de saúde brasileiros.

PN de Práticas Integrativas PN de Educação


PNAIS* da Mulher Programa Rede Cegonha
e Complementares Permanente em Saúde

PN de Avaliação de
PNS** do Trabalhador Programa Brasil Sorridente PN de Humanização
Serviços de Saúde

Programa Saúde
PN*** de Saúde Mental PN de Proteção Social PN Atenção às Urgências
do Adolescente

PNS da pessoa PN de Informação e


PNAIS da Criança PN de Promoção da Saúde
com deficiência Informática em Saúde

PN de Alimentação
PNAIS do Idoso PNAIS Indígena Programa Mais Médicos
de Nutrição

PN de Educação
PNAIS do Homem PNAIS LGBT Programa Melhor em Casa
Popular em Saúde

PNS da pessoa em PN de Medicamentos PN de Medicamentos


PNSI** à População Negra
situação de rua Genéricos para HIPERDIA

Programa Farmácia
PNAIS Prisional PN Segurança do Paciente Programa Saúde na Escola
Popular

* PNAIS = Política Nacional de Atenção Integral à Saúde; ** PNS = Política Nacional de Saúde; *** PN = Política Nacional; **** PNSI =
Política Nacional de Saúde Integral.
Fonte: Elaborado pela autora.

DICA
O que geralmente contém na estru- É importante salientar que há políticas cujo foco
turação das políticas: quais são os princí- não está em subgrupos sociais específicos, e sim
pios (valores e aspectos morais, éticos),
na regulamentação de setores transversais do SUS
objetivos, diretrizes (orientações técnicas),
como: Política Nacional de Medicamentos Genéri-
responsabilidade de cada esfera de gover-
no, estratégias de implantação, detalha- cos, Farmácia Popular, de Alimentação e Nutrição,
mento de ações específicas, parâmetros Segurança do Paciente, Avaliação de Serviços de
de avalição e monitoramento. Saúde, de Informação e Informática em Saúde e
Política Nacional de Humanização.

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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

Outro ponto importante é que a execução prática “perigosas” para a sociedade, a exemplo de pessoas
de muitas dessas políticas se sobrepõe em diver- com alguma deficiência física ou mental, pessoas
sos serviços; por exemplo, as Unidades Básicas de idosas ou que tinham cometido crimes. A estratégia
Saúde seguem não apenas a Política Nacional de era uma só: isolar, trancar, separar dos “sãos”, sem
Atenção Básica, mas também executam ações da nenhuma perspectiva de cuidado.
Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente),
de Saúde Escolar (Programa Saúde na Escola), Rede A PNSM redireciona o modelo assistencial pautando
Cegonha e Atenção Domiciliar (Melhor em Casa), tratamento humanitário e respeitoso com foco
entre outros. necessariamente em recuperação pela inserção
na família, no trabalho e na comunidade. Afinal,
Muita coisa, né? Mas vamos com calma, pois não segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde
precisamos saber detalhes de todas elas. Escolhe- mental é um estado de bem-estar no qual o indi-
mos as 8 políticas que mais foram abordadas em víduo é capaz de usar suas próprias habilidades,
provas nos últimos anos para aprofundar e destacar recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e
itens principais neste capítulo! Vamos nessa? Antes contribuir com a sua comunidade. Ou seja, a lógica
de seguir, veja abaixo por que conhecer políticas de cuidado em saúde mental passa a ser inclusiva
e programas pode ser fundamental para além de com foco em recuperação. Diante desse assunto, é
questões de prova. comum ouvirmos comentários como “Certo. Con-
cordo que excluir não é tratar. Mas, se fecharmos
os manicômios para onde os pacientes vão?”
   DIA A DIA MÉDICO
A mudança de modelo assistencial foi pensada para
ser realizada de forma gradual, à medida que seria
Você pode estar se perguntando qual a importância de construída uma rede substitutiva, que apresente ser-
saber sobre esse assunto na rotina prática do profissional viços com características diferentes considerando
em Medicina. Primeiramente, saber como o SUS funciona
demandas diferentes. Ao longo dos anos, os leitos
deve ser de conhecimento de todos os cidadãos; afinal,
todos somos cobertos por esse sistema universal e usa-
psiquiátricos seriam desocupados, e os cuidados
mos ele. O SUS se constrói e se qualifica inclusive com passariam a ser realizados prioritariamente em
participação social. Falando sobre aplicação no trabalho, serviços inseridos na comunidade.
conhecer a rede integrada do SUS é importante para: a con-
duta médica de referenciar pacientes de forma adequada Podemos dizer inclusive que o processo de implanta-
para serviços de níveis de atenção diferentes, garantindo ção da PNSM contribuiu para o avanço da organiza-
na prática o princípio doutrinário da Integralidade. ção do SUS numa lógica alinhada com o princípio da
Integralidade, através de uma rede de serviços. O que
representa, portanto, uma outra grande transição
2.1. P
 OLÍTICA NACIONAL DE de modelo de atenção, deixando de ser de forma
SAÚDE MENTAL (PNSM) hierárquica piramidal para pautar articulação entre
serviços de forma mais integrada e interconectada.
2.1.1. Histórico e principais características
2.1.2. 20 anos da Lei nº 10.216
Quando tratamos da PNSM se faz necessário res-
gatar as bases ideológicas da reforma psiquiátrica A Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, também
brasileira. De forma resumida, o Brasil acompanhou conhecida como a lei da reforma psiquiátrica, dis-
uma transição de modelo assistencial iniciada em põe sobre a proteção e os direitos das pessoas
outros países, que teve como origem a insatisfação portadoras de transtornos mentais e redireciona
com o modelo vigente de cuidados às pessoas o modelo assistencial em Saúde Mental. No art.
portadoras de transtorno mental. Durante séculos 2º, em parágrafo único, estão enumerados os 9
foi perpetuada uma lógica de exclusão de pes- direitos de que a pessoa e seus familiares devem
soas consideradas, de forma injusta, “inúteis” ou ser formalmente cientificados:

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Programas e políticas do SUS 

I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de mentais em instituições com características asila-
saúde, consentâneo às suas necessidades; res” que não ofereçam assistência integral e que não
assegurem aos pacientes os direitos enumerados
II – ser tratada com humanidade e respeito e no
no parágrafo único do art. 2º. Sobre internação
interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando
psiquiátrica, é determinado que somente será rea-
alcançar sua recuperação pela inserção na família,
lizada mediante laudo médico circunstanciado que
no trabalho e na comunidade;
caracterize os seus motivos, e são considerados 3
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso tipos de internação:
e exploração;
I – internação voluntária: aquela que se dá com o
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas; consentimento do usuário;
V – ter direito à presença médica, em qualquer II – internação involuntária: aquela que se dá sem
tempo, para esclarecer a necessidade ou não de o consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
sua hospitalização involuntária;
III – internação compulsória: aquela determinada
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação pela Justiça.
disponíveis;
VII – receber o maior número de informações a
DICA
respeito de sua doença e de seu tratamento; Lembrar que: o cuidado extra-hos-
pitalar é prioritário e tem foco em recupera-
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos ção e reinserção do paciente em contextos
meios menos invasivos possíveis; sociais e o cuidado intra-hospitalar deve ser
exceção e não regra.
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços
comunitários de saúde mental.

Com o foco no cuidado em saúde de maneira inclu- 2.1.3. Centros de Atenção Psicossocial
siva, a internação hospitalar, em qualquer de suas
modalidades, passou a ser indicada apenas quando A Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, con-
os recursos extra-hospitalares se mostrarem insu- siderando a lei citada anteriormente, estabelece
ficientes. Além disso, o tratamento em regime de características e modo de funcionamento dos
internação será estruturado de forma a oferecer assis- CAPS, Centros de Atenção Psicossocial. Os CAPS
tência integral à pessoa portadora de transtornos se constituem em serviços ambulatoriais, com
mentais, incluindo serviços médicos, de assistência atenção diária e que funcionem com a lógica do
social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. território. São descritas abaixo as 5 modalidades,
definidas por ordem crescente de porte/complexi-
A Lei nº 10.216 também dispõe que “é vedada a dade e abrangência populacional.
internação de pacientes portadores de transtornos

Quadro 2. Características dos Centros de Atenção Psicossocial.

Abrangência Características Atividades Recursos humanos

• 01 médico com formação


Atendimento individual, em em saúde mental
• Supervisionar e capacitar
20.000 – • 01 enfermeiro
equipes da atenção básica grupo, em oficinas terapêu-
CAPS I 70.000 ticas, visitas domiciliares, • 03 profissionais de nível
habitantes • Funcionar de 08:00 às 18:00, atendimento em família e
superior*
durante 5 dias atividades comunitárias • 04 profissionais de nível
médio **

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Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

Abrangência Características Atividades Recursos humanos

• 01 médico psiquiatra
• Supervisionar e capacitar
• 01 enfermeiro com forma-
equipes da atenção básica • Igual ao CAPS I
70.000 – ção em saúde mental
CAPS II 200.000 • Funcionar de 08:00 às 18:00, • Atendimento de 30 pacien-
• 04 profissionais de nível
habitantes durante 5 dias, podendo tes por turno (máximo de 45
superior*
comportar um 3º turno até pacientes/dia)
21:00 • 06 profissionais de nível
de médio

• Todas as atribuições do
CAPS I
• Acolhimento noturno, nos • 02 médicos psiquiatras
• Supervisionar e capacitar feriados e finais de sema- • 01 enfermeiro com forma-
equipes da atenção básica na, com no máximo 5 leitos ção em saúde mental
• Constituir-se em serviço para eventual repouso e/ou
• 05 profissionais de nível
Acima de ambulatorial de atenção observação.
superior*
CAPS III 200.000 contínua, durante 24 horas, • A permanência de um mes-
• 08 profissionais de nível
habitantes diariamente, todos os dias. mo paciente no acolhimen-
médio**
• Estar referenciado a um ser- to noturno fica limitada a 7
viço de atendimento de ur- dias corridos ou 10 dias in- Há composições distintas
gência/emergência tercalados em um período de equipe para acolhimento
de 30 dias. noturno.
• 40 pacientes por turno. Má-
ximo de 60 pacientes/dia

• Constituir-se em serviço am- • 01 médico psiquiatra, ou


bulatorial de atenção diária neurologista ou pediatra
200.000 destinado a crianças e ado- com formação em saúde
habitantes lescentes com transtornos Todas as atribuições do CAPS mental.
CAPS i II ou outro mentais I, porém voltados ao cuidado
• 04 profissionais de nível
parâmetro • Funcionar de 08:00 às 18:00, de crianças e adolescentes. superior*
populacional durante 5 dias, podendo
comportar um 3º turno até • 05 profissionais de nível
21:00 médio**

• Constituir-se em serviço am-


bulatorial de atenção diária, • 01 médico psiquiatra
de referência para área de
• 01 enfermeiro com forma-
abrangência populacional
ção em saúde mental
Acima de definida pelo gestor local. • Todas as atribuições do
CAPS I. • 01 médico clínico
CAPS ad II 70.000 • Manter de 2 a 4 leitos para
habitantes desintoxicação e repouso • Atendimento de desinto- • 04 profissionais de nível
xicação superior
• Funcionar de 08:00 às 18:00,
durante 5 dias, podendo • 06 profissionais de nível
comportar um 3º turno até médio
21:00

* Psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.
** Técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
Fonte: Elaborado pela autora.

2.1.4. Rede de Apoio Psicossocial (RAPS)

A Resolução nº 32, de 14 de dezembro de 2017, u Consultório na Rua;


estabelece como componentes da RAPS: u Centros de Convivência;
u Atenção Básica; u Unidades de Acolhimento (Adulto e Infanto-Juvenil);

8
Programas e políticas do SUS 

u Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) I e II;


DICA
u Hospital-Dia; A grande mudança proposta por
essa nota técnica diz respeito ao retorno
u Unidades de Referência Especializadas em Hos- do tratamento em ambiente hospitalar, di-
pitais Gerais; ferentemente da lógica anterior, que visava
u Centros de Atenção Psicossocial nas suas diver- sua redução e substituição por outros servi-
sas modalidades; ços. Importante salientar que tal mudança
foi alvo de muitas críticas de defensores da
u Equipe Multiprofissional de Atenção Especiali- lógica inclusiva de cuidado, sendo conside-
zada em Saúde Mental; rada um retrocesso.
u Hospitais Psiquiátricos Especializados.

   DIA A DIA MÉDICO


3. A POLÍTICA NACIONAL
Considerando os diversos serviços que compõem a RAPS, DE ATENÇÃO INTEGRAL
é válido destacar a importância do trabalho em equipe À SAÚDE DA CRIANÇA
multiprofissional, em especial na Atenção Primária à
Saúde. Um exemplo de ação de cuidado de forma integrada
é a construção do Plano Terapêutico Singular para casos A PNASIC tem como objetivo principal “promo-
complexos de saúde mental. O PTS é uma das ferramen-
ver e proteger a saúde da criança e o aleitamento
tas práticas utilizadas dentro da lógica de apoio matricial
entre o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a
materno, mediante atenção e cuidados integrais e
equipe de saúde da família de referência. integrados, da gestação aos 9 (nove) anos de vida,
com especial atenção à primeira infância e às popu-
lações de maior vulnerabilidade, visando à redução
2.1.5. Nota Técnica nº 11/2019-CGMAD/ da morbimortalidade e um ambiente facilitador à
DAPES/SAS/MS vida com condições dignas de existência e pleno
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) foi ampliada, desenvolvimento.”
e passa a contar com hospitais psiquiátricos espe- São eixos estratégicos que organizam linhas de
cializados, hospitais-dia, unidades ambulatoriais cuidado transversais:
e o CAPS IV AD, além dos serviços já existentes, u Atenção humanizada e qualificada à gestação,
criados com o objetivo de atuar nas regiões de ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido.
“cracolândias”. Além disso, o Ministério da Saúde
u Aleitamento materno e alimentação complemen-
passa a financiar a compra de equipamentos para
tar saudável.
Eletroconvulsoterapia (ECT) para pacientes com
determinados transtornos mentais graves e refra-
u Promoção e acompanhamento do crescimento
tários. e do desenvolvimento integral.
u Atenção integral a crianças com agravos preva-
Através dessa nota técnica, o atendimento ambula-
lentes na infância e com doenças crônicas.
torial com especialistas de psiquiatria passa a ser
incentivado justamente com o estímulo à expansão
u Atenção integral à criança em situação de vio-
de leitos qualificados em Hospitais Gerais, dentro lências; prevenção de acidentes e promoção da
de Unidades Psiquiátricas Especializadas, ou seja, cultura de paz.
de forma inversa à lógica de substituição dessa u Atenção à saúde de crianças com deficiência ou
forma de cuidado, o número de leitos foi aumentado. em situações específicas e de vulnerabilidade.
u Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e
materno.

9
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

4.1. OBJETIVO GERAL DA PNPS


4. P OLÍTICA NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA SAÚDE (PNPS) Promover a equidade e a melhoria das condições
e modos de viver, ampliando a potencialidade da
O artigo 2 da Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de saúde individual e da saúde coletiva, reduzindo
2014, define que a PNPS tem como base o conceito vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos
ampliado de saúde e o referencial teórico da promo- determinantes sociais, econômicos, políticos, cul-
ção da saúde como um conjunto de estratégias e turais e ambientais.
formas de produzir saúde, buscando articular suas No quadro abaixo estão organizados os valores,
ações com as demais redes de proteção social, com princípios e diretrizes da PNPS:
ampla participação e controle social.

Quadro 3. Valores, princípios e diretrizes da PNPS.

8 Valores fundantes 9 Princípios 8 Diretrizes

• Planejamento de ações territorializadas


Solidariedade e felicidade Equidade e territorialidade • Incorporação das intervenções de promoção da saúde na
atenção básica

Humanização, ética e res- Integralidade e sustenta- • Ampliação da governança no desenvolvimento de ações de


peito às diversidades bilidade promoção da saúde que sejam sustentáveis

• Organização dos processos de gestão e planejamento das


variadas ações intersetoriais
Interssetorialidade e intras-
Corresponsabilidade • Estímulo à cooperação e à articulação intra e intersetorial
setorialidade
• Apoio à formação e à educação permanente para gestores
e trabalhadores

• Participação social
Justiça social e inclusão • Incentivo à gestão democrática, participativa e transparente
Social • Autonomia e empodera-
• Estimulo à pesquisa
mento
Fonte: Elaborado pela autora.

DICA
O termo intersetorialidade se refe- 4.1.1. Objetivos específicos da PNPS
re ao processo de articulação de saberes,
potencialidades das experiências dos sujei- u Estimular a promoção de saúde como parte da
tos e possibilidades dos distintos setores integralidade no cuidado da RAS.
e serviços de pensar a questão complexa
da saúde, contribuindo com a construção
u Contribuir para a adoção de práticas sociais e
de intervenções compartilhadas, estabe- de saúde centradas na equidade.
lecendo vínculos, corresponsabilidade e u Apoiar o desenvolvimento de espaços de produ-
cogestão para objetivos comuns. Já a in- ção social e ambientes saudáveis.
trassetorialidade diz respeito ao exercí-
cio permanente da desfragmentação das
u Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade.
ações e dos serviços ofertados por um se- u Promover a cultura da paz em comunidades, em
tor, visando à construção e a articulação de territórios e em municípios.
redes cooperativas e resolutivas.
u Valorizar os saberes populares e tradicionais e
as práticas integrativas e complementares.

10
Programas e políticas do SUS 

u Promover o empoderamento e a capacidade para de estratégias e de temas prioritários, operando


tomada de decisão e a autonomia dos sujeitos. em consonância com os princípios e os valores do
u Estabelecer estratégias de comunicação social. SUS e da PNPS:
u Contribuir para a articulação de políticas públicas I – Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade
inter e intrassetoriais com as agendas nacionais e respeito à diversidade;
e internacionais. II – desenvolvimento sustentável;
u Promover processos de educação, formação pro-
III – produção de saúde e cuidado;
fissional e capacitação específicas em promo-
ção da saúde para gestores, dos trabalhadores IV – ambientes e territórios saudáveis;
da saúde e dos cidadãos.
V – vida no trabalho;
u Fomentar discussões sobre modos de consumo
VI – cultura da paz e direitos humanos.
e de produção que estejam em conflito de inte-
resses com os princípios e os valores da promo-
4.1.2.2. S
 ão temas prioritários da PNPS
ção da saúde.
u Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de I – formação e educação permanente;
conhecimentos e estratégias inovadoras no âm-
II – alimentação adequada e saudável;
bito das ações de promoção da saúde.
III – práticas corporais e atividades físicas;
u Promover meios para a inclusão e a qualificação
do registro de atividades de promoção da saú- IV – enfrentamento do uso do tabaco e seus deri-
de e da equidade nos sistemas de informação e vados;
inquéritos, permitindo análise, monitoramento,
V – enfrentamento do uso abusivo de álcool e
avaliação e financiamento das ações.
outras drogas;

DICA
VI – promoção da mobilidade segura;
A promoção de saúde é conside-
rada como o foco da Medicina do futuro. VII – promoção da cultura da paz e de direitos
Em termos de carga de doenças, no Brasil humanos;
e no mundo, as principais causas de mor-
te estão associadas a condições crônicas VIII – promoção do desenvolvimento sustentável.
de saúde, que por sua vez têm tratamento
com foco em mudança de hábito de vida.
Considerando que a tendência é que a po- 5. P OLÍTICA NACIONAL DE
pulação fique cada vez mais envelhecida,
HUMANIZAÇÃO (HUMANIZASUS)
precisamos quebrar alguns paradigmas
culturais que ainda sustentam do modelo
atual de cuidado, saindo do foco em, condi-
Em 2003, o Ministério da Saúde lançou a Política
ções agudas e centradas no profissional de
medicina, e estruturando serviços de pre- Nacional de Humanização (PNH) através da publi-
venção de riscos e de promoção de saúde cação do “HumanizaSUS: Documento base para
com atuação de equipes multiprofissionais. gestores e trabalhadores do SUS”, documento que
nasceu a partir do reconhecimento das experiências
exitosas e concretas que compõem um “SUS que
4.1.2. São temas transversais e dá certo”. A PNH sistematiza orientações com o
prioritários da PNPS objetivo principal de efetivar e garantir na prática
cotidiana a aplicação dos princípios do SUS, quali-
4.1.2.1. Temas transversais da PNPS ficando a saúde pública do Brasil.
São entendidos como referências para a formação Partindo desse ponto, a humanização se traduz na
de agendas de promoção da saúde, para a adoção inclusão dos diferentes sujeitos no processo de

11
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

produção de saúde e, sobretudo, na valorização tem sido mais valorizados ultimamente, o que resgata
da tríade: usuários, trabalhadores e gestores. Pro- a ideia de que Medicina não é apenas um conjunto de
conhecimentos técnicos. Existe um conceito descrito pelo
mover a comunicação e a troca de saberes entre professor Emerson Mehry que diferencia as tecnologias
os diferentes sujeitos é uma forma de oportunizar duras (materiais, equipamentos) de tecnologias leves
a ampliação da capacidade de transformar a reali- (relacionais e comunicacionais ). No mundo corporativo
dade através da responsabilidade compartilhada, tem se falado sobre soft skills, muito tem se falado sobre
comunicação, na melhoria da qualidade das relações entre
do respeito mútuo e da participação coletiva nos
as pessoas envolvidas em processos de trabalho. Na
processos de gestão e produção de saúde. Saúde é imprescindível que essa habilidade seja treinada
e reconhecida como uma técnica que contribui com os
resultados do trabalho.

   DIA A DIA MÉDICO Dentro desse propósito inclui-se também o enfren-


tamento de relações desiguais de poder, trabalho
Nos currículos mais atualizados, as graduações em medi- e afeto que muitas vezes (re)produzem atitudes e
cina já contam com disciplina sobre comunicação clínica. práticas desumanizadoras, que inibem a autonomia
Os aspectos subjetivos das relações, não apenas a relação dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos
médico-paciente, mas também com familiares e colegas, usuários, por sua vez, no cuidado de si.

Quadro 4. Princípios e diretrizes da PNH.

3 Princípios 8 Diretrizes

Transversalidade Clínica Ampliada – foco na pessoa e não apenas na doença.

Cogestão ou Gestão Compartilhada – trabalho em equipe, na construção


Indissociabilidade entre atenção e gestão
coletiva

Protagonismo, corresponsabilidade e auto- Valorização do trabalho e do trabalhador – visibilidade da experiência e


nomia dos sujeitos inclusão na tomada de decisão

Acolhimento – postura ética e escuta qualificada

Ambiência – organização de espaços saudáveis e acolhedores

Defesa dos Direitos dos Usuários – incentivar o conhecimento e assegurar


cumprimento

Fomento das grupalidades, coletivos e redes

Construção da memória do SUS que dá certo – registro em arquivo e


divulgação de práticas

Fonte: Elaborado pela autora.

5.1. PRINCÍPIOS DA PNH Transformação dos modos de relação entre sujeitos,


produzindo como efeito borramento das fronteiras
dos saberes, dos territórios de poder e dos modos
5.1.1. Transversalidade
instituídos nas constituição das relações de trabalho.

A PNH deve se fazer presente e estar incluída em A transversalidade passa pelo reconhecimento de
todas as políticas e programas do SUS. que todas as ações em saúde devem conversar
com a experiência do usuário, e das diferentes
Aumento do grau de comunicação inter e intragrupos. especialidades envolvidas na assistência.

12
Programas e políticas do SUS 

5.1.2. Indissociabilidade entre u Implementar processos de acompanhamento


atenção e gestão e de avaliação, ressaltando saberes gerados no
SUS e experiências coletivas bem-sucedidas.
Trabalhadores e usuários devem buscar conhecer
como funciona a gestão dos serviços.
5.3. OBJETIVOS DA PNH
Trabalhadores e usuários devem participar ativa-
mente do processo de tomada de decisão nas orga-
nizações de saúde e nas ações de saúde coletiva.
u Redução de filas e do tempo de espera, com am-
Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em pliação do acesso.
saúde não se restringem às responsabilidades da u Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em
equipe de saúde. critérios de risco.
u Implantação de modelo de atenção com respon-
5.1.3. Protagonismo, corresponsabilidade sabilização e vínculo.
e autonomia dos sujeitos e coletivos u Garantia dos direitos dos usuários.
As mudanças na gestão e na atenção é mais con- u Valorização do trabalho na saúde.
creta se construída com a ampliação da autonomia u Gestão participativa nos serviços.
e da vontade das pessoas envolvidas, que compar-
tilham responsabilidades, nos processos de gerir
5.4. DISPOSITIVOS DA PNH
e de cuidar.
Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores u Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) ou
não só cumprem ordens: as mudanças acontecem Comissão de Humanização.
com o reconhecimento do papel de cada um. u Colegiado Gestor.
A produção do cuidado não deve ficar sob respon- u Contrato de Gestão.
sabilidade apenas das equipes de saúde. O usuário u Sistemas de escuta qualificada para usuários
e sua rede social e familiar devem se corresponsa-
e trabalhadores da saúde: gerência de “porta
bilizar pelo cuidado, assumindo protagonismo com
aberta”; ouvidorias; grupos focais; pesquisas de
relação à sua saúde.
satisfação etc.
Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como u Visita aberta e direito à acompanhante.
legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua u Programa de Formação em Saúde do Trabalha-
atuação na produção de saúde.
dor (PFST).
u Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP).
5.2. PROPÓSITOS DA PNH
u Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio
Matricial.
u Contagiar trabalhadores, gestores e usuários
u Projetos Cogeridos de Ambiência.
do SUS com os princípios e as diretrizes da hu-
manização. u Acolhimento com Classificação de Risco.
u Fortalecer iniciativas de humanização já existentes. u Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde
Coletiva.
u Desenvolver tecnologias relacionais e de compar-
tilhamento das práticas de gestão e de atenção. u Projeto Memória do SUS que dá certo.
u Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e meto-
dologias de apoio a mudanças sustentáveis dos
   DIA A DIA MÉDICO
modelos de atenção e de gestão.

Apesar de não possuir portarias específicas que a regula-


mentem ou a normatizem, seu caráter transversal permite

13
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

que seus princípios, suas diretrizes e seus dispositivos se 6. Pouca atuação na promoção da saúde e no
encontrem presentes nas legislações das demais políticas. desenvolvimento de ações intersetoriais.
Veja abaixo alguns exemplos:
7. Desafio de avançar na mudança do modelo de
W Na Política Nacional de Atenção às Urgências encon- atenção e na mudança de modelo e qualificação
tra-se como diretriz: “humanização da atenção, garan- da gestão.
tindo efetivação de um modelo centrado no usuário e
baseado nas suas necessidades de saúde”. 8. Inadequadas condições e relações de trabalho,
W Na Política Nacional de Atenção Domiciliar (Melhor mercado de trabalho predatório, déficit de pro-
em casa): “Ser estruturado de acordo com os princí- vimento de profissionais e contexto de baixo
pios de ampliação do acesso, acolhimento, equidade, investimento nos trabalhadores.
humanização e integralidade da assistência”.
9. Necessidade de contar com profissionais pre-
W Na normatização da Rede Cegonha: “consiste numa parados, motivados e com formação específica
rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito
para atuação na Atenção Básica.
ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério”. 10. Importância de ampliar a legitimidade da Aten-
W Na Política Nacional de Atenção Básica: “participa- ção Básica com os usuários e de estimular a
ção coletiva nos processos de gestão, a valorização, participação da sociedade.
fomento à autonomia e protagonismo dos diferentes
sujeitos implicados na produção de saúde, o com- O PMM nasceu como medida provisória, e depois
promisso com a ambiência e com as condições de foi sancionado em lei, com os seguintes objetivos:
trabalho.”
I – diminuir a carência de médicos nas regiões priori-
tárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades
regionais na área da saúde;
6. PROGRAMA MAIS MÉDICOS II – fortalecer a prestação de serviços de atenção
básica em saúde no País;
Criado em 2013, o programa conhecido como Mais III – aprimorar a formação médica no País e pro-
Médicos foi pensado dentro da perspectiva de porcionar maior experiência no campo de prática
resolver um problema histórico do Brasil: a desi- médica durante o processo de formação;
gualdade. Em sua elaboração e seu planejamento
IV – ampliar a inserção do médico em formação nas
foram levantados problemas relacionados à Saúde
unidades de atendimento do SUS, desenvolvendo
Pública, considerando as diferenças regionais, e
seu conhecimento sobre a realidade da saúde da
foram identificados os seguintes desafios no con-
população brasileira;
texto inicial pré-implantação:
V – fortalecer a política de educação permanente
1. Financiamento insuficiente da Atenção Básica.
com a integração ensino-serviço, por meio da atua-
2. Infraestrutura inadequada das Unidades Básicas ção das instituições de educação superior na super-
de Saúde (UBS). visão acadêmica das atividades desempenhadas
3. Baixa informatização dos serviços e pouco uso pelos médicos;
das informações disponíveis para a tomada de VI – promover a troca de conhecimentos e expe-
decisões na gestão e na atenção à saúde. riências entre profissionais da saúde brasileiros e
4. Necessidade de ampliar o acesso, reduzindo médicos formados em instituições estrangeiras;
tempos de espera e garantindo atenção, em VII – aperfeiçoar médicos para atuação nas políticas
especial, aos grupos mais vulneráveis. públicas de saúde do País e na organização e no
5. Necessidade de melhorar a qualidade dos ser- funcionamento do SUS; e
viços, incluindo acolhimento, resolubilidade e VIII – estimular a realização de pesquisas aplicadas
longitudinalidade do cuidado. ao SUS30.

14
Programas e políticas do SUS 

Para alcançar os objetivos, foram organizadas fren- u Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos
tes de ação em 3 eixos: sobre segurança do paciente.
u Fomentar a inclusão do tema segurança do pa-
u Eixo 1: Provimento emergencial: editais de cha- ciente no ensino técnico, na graduação e na pós-
madas de profissionais de Medicina. -graduação na área da saúde.
W Perfis dos profissionais:
V Médico CRM-Brasil: médicos formados em 7.2. O PNSP APRESENTA 4
instituição de educação superior brasileira EIXOS ESTRATÉGICOS
ou com diploma revalidado no Brasil.
V Médico intercambista: formado em institui- 1. O estímulo a uma prática assistencial segura
ção de educação superior estrangeira com (através da elaboração de protocolos, criação de
habilitação para exercício da Medicina no núcleos de segurança, sistemas de notificações).
exterior (acesso por chamada pública de
2. O envolvimento do cidadão na sua segurança.
adesão).
V Médico intercambista cooperado: formado 3. A inclusão do tema no ensino (seja na graduação,
em instituição de educação superior estran- especialização e capacitações periódicas dos
geira com habilitação para exercício da Me- profissionais em atuação).
dicina no exterior (acesso por cooperação 4. O incremento de pesquisa sobre o tema (focos
internacional). de investigação em medir danos, compreender
causas, identificar soluções).
u Eixo 2: Ampliação e melhoria de infraestrutura:
construção de novas UBS e reforma de unidades
já existentes. DICA
Importante ressaltar que a cultura
u Eixo 3: Educação e formação para o SUS: aumento de segurança do paciente é elemento que
de oferta de vagas de graduação e de residência perpassa todos esses eixos. Não foi por
acaso que a Portaria MS/GM nº 529/2013
médica, reorientação da formação para o SUS,
dedicou um espaço para transcrever o con-
mudança com inclusão de campos de prática e
ceito de cultura de segurança do paciente
integração ensino-serviço, inclusive por meio de da OMS, veja só que interessante:
intercâmbio internacional.
W Cultura na qual todos os trabalhadores,
incluindo profissionais envolvidos no
cuidado e gestores, assumem respon-
7. PROGRAMA NACIONAL sabilidade pela sua própria segurança,
DE SEGURANÇA DO pela segurança de seus colegas, pacien-
PACIENTE (PNSP) tes e familiares.
W Cultura que prioriza a segurança das
pessoas acima de metas financeiras e
7.1. SÃO OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PNSP operacionais.
W Cultura que encoraja e recompensa a
u Promover e apoiar a implementação de iniciati- identificação, a notificação e a resolu-
ção dos problemas relacionados à se-
vas voltadas à segurança do paciente, por meio
gurança.
dos Núcleos de Segurança do Paciente nos es-
tabelecimentos de Saúde. W Cultura que, a partir da ocorrência de
incidentes, promove o aprendizado or-
u Envolver os pacientes e os familiares nesse pro- ganizacional.
cesso.
W Cultura que proporciona recursos, estru-
u Ampliar o acesso da sociedade às informações tura e responsabilização para a manu-
relativas à segurança do paciente. tenção efetiva da segurança.

15
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

contribuindo com a participação popular, a gestão


8. P OLÍTICA NACIONAL DE
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
participativa, o controle social, o cuidado, a formação

A PNEPS traz como objetivo principal implementar


a educação popular em saúde no âmbito do SUS, e as práticas educativas em saúde.

Quadro 5. Princípios e eixos estratégicos da PNEPS.

Princípios Eixos estratégicos

Diálogo Participação, controle social e gestão participativa

Amorosidade Formação, comunicação e produção de conhecimento

Problematização Cuidado em saúde

Construção compartilhada do conhecimento Intersetorialidade e diálogos multiculturais

Emancipação

Compromisso com a construção do


projeto democrático e popular

Fonte: Elaborado pela autora.

8.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Promover o diálogo e a troca entre práticas e 6. Apoiar a sistematização, a produção de conheci-


saberes populares e técnico científicos no âmbito mentos e o compartilhamento das experiências
do SUS, aproximando os sujeitos da gestão, dos originárias do saber, da cultura e das tradições
serviços de saúde, dos movimentos sociais populares que atuam na dimensão do cuidado,
populares, das práticas populares de cuidado e da formação e da participação popular em saúde.
das instituições formadoras.
7. Contribuir com a implementação de estratégias
2. Fortalecer a gestão participativa nos espaços e de ações de comunicação e de informação em
do SUS. saúde identificadas com a realidade, linguagens
e culturas populares.
3. Reconhecer e valorizar as culturas populares,
8. Contribuir para o desenvolvimento de ações
especialmente as várias expressões da arte,
intersetoriais nas políticas públicas referenciadas
como componentes essenciais das práticas
na educação popular em saúde.
de cuidado, gestão, formação, controle social e
práticas educativas em saúde. 9. Apoiar ações de educação popular na Atenção
Primária em saúde, fortalecendo a gestão com-
4. Fortalecer os movimentos sociais populares, os partilhada entre trabalhadores e comunidades,
coletivos de articulação social e as redes soli- tendo os territórios de saúde como espaços de
dárias de cuidado e de promoção da saúde na formulação de políticas públicas.
perspectiva da mobilização popular em defesa
do direito universal à saúde. 10. Contribuir com a educação permanente dos
trabalhadores, gestores, conselheiros e atores
5. Incentivar o protagonismo popular no enfrenta- dos movimentos sociais populares, incorporando
mento dos determinantes e dos condicionantes aos seus processos os princípios e as práticas
sociais de saúde. da educação popular em saúde.

16
Programas e políticas do SUS 

11. Assegurar a participação popular no planeja-


mento, no acompanhamento, no monitoramento
e na avaliação das ações e estratégias para a
implementação da PNEPS-SUS.

9. P OLÍTICA NACIONAL DE
PRÁTICAS INTEGRATIVAS
E COMPLEMENTARES

A PNPIC atende à necessidade de se conhecer,


apoiar, incorporar e implementar experiências que já
vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos
municípios e estados, entre as quais se destacam
aquelas no âmbito da medicina tradicional chinesa/
acupuntura, da homeopatia, da fitoterapia, da medi-
cina antroposófica e do termalismo/crenoterapia.

9.1. OBJETIVOS

u Incorporar e implementar a PNPIC no SUS, na


perspectiva da prevenção de agravos e da pro-
moção e recuperação da saúde, com ênfase na
atenção básica, voltada para o cuidado continua-
do, humanizado e integral em saúde.
u Contribuir para o aumento da resolubilidade do
sistema e ampliação do acesso à PNPIC, garan-
tindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança
no uso.
u Promover a racionalização das ações de saúde,
estimulando alternativas inovadoras e socialmen-
te contributivas ao desenvolvimento sustentável
de comunidades.
u Estimular as ações referentes ao controle/parti-
cipação social, promovendo o envolvimento res-
ponsável e continuado dos usuários, dos gestores
e dos trabalhadores nas diferentes instâncias de
efetivação das políticas de saúde.

17
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

Mapa mental. Programas e políticas de saúde

Programas e políticas de saúde


continua…

Política Nacional Política Nacional Política Nacional de Política Nacional de


de Saúde Mental de Humanização Promoção de Saúde Educação Popular

Cuidado com foco Inter e


Transversalidade Diálogos e trocas
em inclusão social intrassetorialidade
multiculturais e
articulação entre serviços
participação social
Recuperação, Presente em todas Ações no território
reabilitação funcional as políticas Participação social
Valorizar saberes e
reinserção na família tradições populares
e comunidade
Determinantes sociais
Ambiente e acolhimento
e Equidade
Produzir conhecimento
Rede de Atenção compartilhado capacitação
Psicossocial com serviços Hábitos Saudáveis dos profissionais
integrados e diversos Autonomia dos sujeitos
Padrão de Consumo

• UBS e NASF Indissociabilidade entre Sustentabilidade, acesso


• Consultório na rua atenção e gestão e Educação permanente
• Centros de Convivência
• Residências Terapêu-
ticas Autonomia e
Cultura da Paz
• Hospital Dia Corresponsabilidade
• Hospital geral e psi-
quiátrico
Usuários
Trabalhadores
Internação hospitalar Gestores
deve ser último recurso

Cogestão e gestão
• Voluntária participativa
• Involuntária e compul-
sória/judicial

Centros de Apoio
Psicossocial no
território comunitário

Tipos I,II, III infantil e AD

Equipes
multiprofissionais
Redução de Danos

18
Programas e políticas do SUS 

Mapa mental. Programas e políticas de saúde (continuação)

…continuação

Política Nacional de Programa Mais Política Nacional de Política Nacional de


Práticas Integrativas Médicos Atenção Integral à Segurança do Paciente
e Complementares Saúde da Criança

Provimento emergencial Envolver o usuário


Incorporar e implementar para reduzir desigualdades Gestação e parto e sua família
PICs aumentar nas regiões humanizados
resolubilidade do SUS
Inclusão de tema
Eixo educativo com Aleitamento e alimentação de ensino difundir
ampliação de vagas conhecimento
• Medicina antroposófica
• Acupuntura
• Homeopatia Redirecionar formação Crescimento Protocolos, pesquisas
• Fitoterapia para demanda do SUS Desenvolvimento Núcleos de segurança
• Termalismo/crenoterapia
Vulnerabilidades,
Construir e reformar UBS acidentes violência

19
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Brasil. Lei nº 10.216, de 6 de Abril de 2001. Dispõe sobre a


proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtor-
nos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
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Malta DC, Morais Neto OL, Silva MMA, Rocha D, Castro
AM, Reis AAC, Akerman M. O SUS e a Política Nacional de
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DAPES/SAS/MS. Esclarecimentos sobre as mudanças na
Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política
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gral à Saúde da Criança: orientações para implementação.
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Saúde (PNPS). Diário Oficial da União. 2014.
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Diário Oficial da União. 2013.
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grativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de
acesso. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Paim JS, Almeida-Filho N. Saúde Coletiva: teoria e prática.
1. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.

20
Programas e políticas do SUS 

QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1 ⮨ A atenção à pessoa idosa é fundamentada prin-


cipalmente na vacinação contra as doenças mais
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – PR – 2022) Em 2001, a prevalentes nesse segmento social.
Lei n.º 10.216, também chamada de lei da Reforma
⮩ Embora haja certa heterogeneidade do segmen-
Psiquiátrica, comemorou 20 anos de existência. Foi,
to de idosos, suas necessidades são similares,
sem dúvida, um marco na reformulação da política
em particular, no aspecto da dependência em
de saúde mental brasileira. Essa lei:
relação aos mais jovens.
⮦ possibilitou a mudança de modelo de atenção, ⮪ Faz parte dos cuidados aos idosos, informar e
ampliando equipamentos comunitários e terri- estimular a prática de nutrição balanceada, sexo
toriais de saúde mental. seguro, imunização e hábitos de vida saudáveis.
⮧ proibiu a internação em enfermarias psiquiátricas,
garantindo que o tratamento seja comunitário. Questão 3
⮨ foi um resultado das políticas públicas do Parti-
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO MARANHÃO – MA – 2020)
do dos Trabalhadores, que incluíram populações
Sobre a Política Nacional de Promoção de Saúde –
vulnerabilizadas.
PNPS, analise os itens a seguir.
⮩ fomentou estratégias modernas de atenção como
I. Estimular a promoção da saúde como parte da
institutos de psiquiatria e de neuroimagem além
integralidade do cuidado na Rede de Atenção
de comunidades terapêuticas.
à Saúde (RAS), articulada às demais redes de
⮪ visou à garantia e ao acesso a planos de saú- proteção social.
de mais populares e acessíveis para o cuidado
psiquiátrico. II. Valorizar os saberes populares e tradicionais e
as práticas integrativas e complementares.
III. Apoiar ações de controle interno incluindo
Questão 2 sistemas de auditorias de iniciativa popular e
governamental.
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIBEIRÃO PRETO – SP – 2022)
IV. Estimular a pesquisa, produção e difusão de
Assinale a alternativa CORRETA no tocante à políti-
conhecimento e estratégias inovadoras no
ca nacional de saúde da pessoa idosa:
âmbito das ações de promoção da saúde.
⮦ Um de seus pilares é a atenção aos idosos ins- V. Qualificar e implementar ações voltadas para
titucionalizados, que representam mais de um o tratamento de pessoas com dependência ao
terço das pessoas acima de 60 anos de idade crack.
do país.
São considerados objetivos específicos do PNPS:
⮧ Os idosos que não investiram em promoção da
saúde nas fases anteriores devem ser abordados ⮦ II, III e IV, apenas.
como pessoas com muitas doenças crônicas ⮧ III, IV e V, apenas.

21
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

⮨ I, II e V, apenas. princípios da PNH, analise as assertivas e identifi-


⮩ I, II e IV, apenas. que com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) O protagonismo, a corresponsabilidade e a au-
⮪ I, II, III, IV e V. tonomia dos sujeitos e coletivos são preconizados
nas práticas de produção de saúde.
Questão 4
( ) A transversalidade propõe o aumento da co-
municação intra e intergrupos, embora não inclua
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – SE – 2020) O Sistema nesse processo os gestores da saúde.
Único de Saúde está em permanente construção, ( ) A transversalidade propõe uma desestabiliza-
no intuito de fazer valer seus princípios de universa- ção das fronteiras dos saberes, dos territórios de
lidade, equidade e integralidade. Diversas políticas poder e dos modos instituídos na constituição das
foram propostas. Neste processo de construção, relações de trabalho.
assinale a alternativa CORRETA: ( ) A indissociabilidade entre atenção e gestão en-
tende que clínica e política devem atuar separada-
⮦ Com a instituição do Programa Mais Médicos mente, pois a produção de saúde não interfere na
em 2013, ocorreu uma ampliação do acesso da produção de sujeitos.
população à Atenção Primária à Saúde, auxilian- A alternativa que contém a sequência CORRETA,
do na redução das internações por condições de cima para baixo, é:
sensíveis à atenção primária.
⮦ V, F, F, F.
⮧ O Programa de Melhoria do Acesso e da Qualida-
de da Atenção Básica consiste em um programa ⮧ V, V, F, V.
de educação continuada, aberto para todos os ⮨ V, F, V, F.
profissionais da atenção básica, financiado pelo ⮩ F, V, V, V.
Governo Federal.
⮪ F, F, V, F.
⮨ O Núcleo de Apoio à Saúde da Família visa am-
pliar o acesso da atenção básica às especiali-
dades médicas e outros núcleos profissionais, Questão 6
através essencialmente da possibilidade de as (SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE – SP – 2022) Consideran-
equipes de saúde da família encaminharem do a estrutura e a organização das ações e serviços
casos complexos para seguimento do cuidado do Sistema Único de Saúde (SUS) e os Programas
pelos núcleos. de Saúde, assinale a alternativa CORRETA.
⮩ O Programa de Telessaúde é financiado pelo
Governo Federal em parceria com os estados ⮦ O Programa Previne Brasil altera as formas de
visando oferecer à população teleconsultas para repasse das transferências para os municípios,
diversas especialidades médicas. que passam a ser distribuídas com base somente
em dois critérios: capitação ponderada e paga-
mento por desempenho.
Questão 5 ⮧ O Programa Previne Brasil estabelece a obriga-
toriedade de contratação de gerentes para as
(FUNDAÇÃO ESTATAL SAÚDE DA FAMÍLIA – SUS BAHIA – BA – 2020)
unidades de saúde.
O Ministério da Saúde lançou, em 2003, a Política
Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão ⮨ O Programa Saúde na Hora possibilita a oferta
do SUS (PNH). Seus conteúdos devem transver- de ações de saúde em horários mais flexíveis
salizar as diferentes ações e instâncias gestoras, para a população.
corresponsabilizando todos os envolvidos nas prá- ⮩ O Programa Mais Médicos realiza o provimento
ticas de produção de saúde. Além disso, apresenta emergencial de profissionais médicos somente
princípios, a partir dos quais se desdobra enquanto em cidades brasileiras que tenham Distritos Sa-
política de saúde (BRASIL, 2010). Em relação aos nitários Especiais Indígenas.

22
Programas e políticas do SUS 

⮪ A Carteira de Serviços da Atenção Primária proíbe proibida qualquer exclusão baseada em idade,
a realização de cantoplastia na Atenção Primária. gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orien-
tação sexual, identidade de gênero, estado de
saúde, condição socioeconômica, escolaridade
Questão 7
ou limitação física, intelectual, funcional, entre
(UDI HOSPITAL/REDE D’OR SÃO LUIZ – MA – 2020) A Política outras, com estratégias que permitam minimizar
Nacional de Humanização (PNH) foi lançada em desigualdades, evitar exclusão social de grupos
2003 para buscar pôr em prática os princípios do que possam vir a sofrer estigmatização ou discri-
SUS. Assinale a alternativa INCORRETA sobre essa minação; de maneira que impacte na autonomia
política de saúde. e na situação de saúde.
⮧ A diretriz de coordenação do cuidado diz respeito
⮦ São princípios da PNH: autonomia dos sujeitos a acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
e coletivos, transversalidade e indissociabilidade entre os pontos de atenção das RAS, fazendo
entre atenção e gestão. com que o usuário tenha acesso a maior quan-
⮧ Acolhimento é uma diretriz da PNH e significa tidade de especialistas possível.
reconhecer o que o outro traz como legítima e ⮨ A diretriz de universalidade possibilita o acesso
singular necessidade de saúde. universal e contínuo a serviços de saúde de qua-
⮨ A PNH atua com base em orientações clínicas, lidade e resolutivos, incluindo a porta de entrada
éticas e políticas, que se traduzem em determi- da RAS (primeiro contato), atendimento ambu-
nados arranjos de trabalho. latorial e hospitalar.
⮩ A ambiência é uma das diretrizes da PNH e con- ⮩ O princípio de resolutividade reforça a importân-
siste em criar espaços saudáveis, acolhedores cia de a Atenção Básica ser resolutiva, utilizando
e confortáveis, que respeitem à privacidade, e articulando diferentes tecnologias de cuidado
propiciem mudanças no processo de trabalho individual, em detrimento do coletivo, por meio
e sejam lugares de encontro entre as pessoas. de uma clínica ampliada capaz de construir vín-
⮪ A ambiência é uma ferramenta teórica e prática culos positivos e intervenções clínicas e sanita-
cuja finalidade é contribuir para uma abordagem riamente efetivas.
clínica do adoecimento e do sofrimento, que
considere a singularidade do sujeito e a com-
Questão 9
plexidade do processo saúde-doença.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – PB – 2020)
A Política Nacional de Atenção à Saúde Mental,
Questão 8
implantada em 2001, representa um dos maiores
(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE CURITIBA – PR – 2022) A avanços do SUS. A respeito de suas diretrizes, as-
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) foi ins- sinale a alternativa INCORRETA:
tituída pela Portaria n.º 2.436, de 21 de setembro de
⮦ A Política Nacional de Atenção à Saúde Mental
2017, e define a organização em Redes de Atenção
tem entre as suas diretrizes: a redução gradual
à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado
de leitos em hospitais psiquiátricos e a criação
integral e direcionado às necessidades de saúde
de uma rede extra-hospitalar.
da população. Sobre a PNAB, é CORRETO afirmar:
⮧ A responsabilidade pelo cuidado dos usuários
⮦ O princípio da Equidade corresponde a ofer- de saúde mental no território deve ser dos profis-
tar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas sionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
condições de vida e saúde e de acordo com as (NASF), embora a equipe de Saúde da Família
necessidades das pessoas, considerando que seja responsável pela distribuição de medicação
o direito à saúde passa pelas diferenciações psicotrópica.
sociais e deve atender à diversidade. Ficando

23
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

⮨ O movimento social que impulsionou a mudan-


ça do modelo de atenção em saúde mental no
Brasil é denominado de Reforma Psiquiátrica
e objetivou a mudança na maneira de cuidar,
substituindo a cultura da internação pelo aco-
lhimento da crise.
⮩ Abuso ou negligência familiar, cárcere privado
e problemas graves relacionados ao abuso de
álcool e outras drogas são exemplos de situação
de risco psicossocial que precisam ser conside-
rados no cuidado em saúde mental.
⮪ Devem compor a rede de saúde mental as Unida-
des de Saúde da Família, os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), as Residências Terapêuti-
cas, os leitos de atenção integral nos CAPS e o
hospital geral.

Questão 10

(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – PE – 2020) Sobre o Pro-


grama Mais Médicos, instituído em 2013, leia os
itens abaixo.
I. Tem como objetivo diminuir a carência de médicos
nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir
as desigualdades regionais na área da saúde.
II. Objetiva estimular a realização de pesquisas
aplicadas ao SUS.
III. Regulamenta a autorização para o funciona-
mento de curso de graduação em Medicina, por
instituição de educação superior privada, que será
precedida de chamamento público, pelo Ministério
da Educação.
IV. O médico intercambista exercerá a Medicina
exclusivamente no âmbito das atividades de ensi-
no, pesquisa e extensão do Projeto Mais Médicos
para o Brasil.
V. Apenas no caso de profissionais cubanos e argen-
tinos, houve um acordo entre o governo brasileiro e
o de Cuba e da Argentina, intermediados pela OPAS.
Assinale a alternativa CORRETA.

⮦ Os itens I, II, III, IV e V estão corretos.


⮧ Existem apenas quatro itens corretos.
⮨ Existem apenas três itens corretos.
⮩ Existem apenas dois itens corretos.
⮪ Apenas os itens II e III estão incorretos.

24
Programas e políticas do SUS 

GABARITO E COMENTÁRIOS

Questão 1 dificuldade:  saúde era feita de outra forma; além disso, nem
todos apresentam doenças crônicas.
Y Dica do professor: Vamos analisar as alternativas.
Alternativa C: INCORRETA. A atenção à pessoa idosa
Alternativa A: CORRETA. A lei é conhecida como RE-
é fundamentada principalmente em cuidados inte-
FORMA justamente porque possibilitou a mudança
grais que visam à qualidade de vida e à autonomia.
de modelo de atenção e da lógica de cuidado.
Alternativa D: INCORRETA. A população idosa é hete-
Alternativa B: INCORRETA. Não há proibição, visto
rogênea e deve receber cuidados individualizados.
que existem casos que têm necessidade de trata-
Generalizar e inferir que essas pessoas têm deman-
mento hospitalar, o que mudou é que essa agora é
das similares é um erro.
a última opção, e antes era a única.
Alternativa E: CORRETA. Faz parte dos cuidados aos
Alternativa C: INCORRETA. Foi resultado de um movi-
idosos: informar e estimular a prática de nutrição
mento social e não tem relação partidária.
balanceada, de sexo seguro, de imunização e de
Alternativa D: INCORRETA. Fomentou uma rede de hábitos de vida saudáveis.
cuidado prioritariamente inserida no contexto co-
✔ resposta: E
munitário.
Alternativa E: INCORRETA. Visou à garantia e ao acesso
aos serviços públicos da rede de atenção do SUS. Questão 3 dificuldade:   

✔ resposta: A Y Dica do professor: A PNPS apresenta diversos ob-


jetivos específicos. Conhecendo os conceitos por
dificuldade:  
trás da política, entretanto, essa questão torna-se
Questão 2
um pouco menos difícil. Vamos às assertivas:
Y Dica do professor: Sobre o cuidado com a pessoa Assertiva I: VERDADEIRA. Os princípios da integrali-
idosa, precisamos ter em mente principalmente a dade e da intersetorialidade estão descritos nessa
quebra de paradigmas de que idosos são frágeis, assertiva, que corresponde, sim, a um objetivo es-
com demandas similares, em final de vida e depen- pecífico da PNPS.
dentes, para cada vez mais investir em uma forma
Assertiva II: VERDADEIRA. Mais uma vez temos inter-
de cuidado que busque a autonomia, a qualidade
setorialidade e integralidade presentes, assim como
de vida e a prática de cuidados individualizados.
o princípio da autonomia. Mais uma vez, temos uma
Alternativa A: INCORRETA. Um de seus pilares é a assertiva que corresponde a um objetivo específico.
atenção aos idosos institucionalizados, que repre-
Assertiva III: FALSA. Não há menção a ações de
sentam menos de um terço. Essa questão avalia
controle ou de auditorias nessa política. O foco da
uma noção de perfil epidemiológico, e a proporção
PNPS é a promoção de saúde individual e coletiva.
de idosos hígidos é acima de 70%.
Assertiva IV: VERDADEIRA. Além de haver menção
Alternativa B: INCORRETA. Os idosos viveram em
direta do estímulo à pesquisa na PNPS, é comum
outro contexto histórico, em que a promoção da
vermos, entre os objetivos de Políticas de Saúde, a

25
Programas e políticas do SUS Saúde Coletiva

produção e a disseminação de conhecimento sobre Assertiva I: VERDADEIRA. Um dos princípios da PNH


o assunto discutido na política. inclui, exatamente, esses três conceitos: protago-
Assertiva V: FALSA. Não há menção a ações voltadas nismo, corresponsabilidade e autonomia.
para o combate à dependência de crack na PNPS. Assertiva II: FALSA. Não devemos excluir os gesto-
Y Comentário: Questão difícil e específica. Estu- res do processo.
dar o assunto não garante que você será capaz de Assertiva III: VERDADEIRA. Segundo o princípio da
responder às perguntas desse tipo na prova, mas transversalidade, todas as ações de saúde devem
certamente aumentará suas chances. considerar a experiência do usuário e das diferentes
✔ resposta: D especialidades envolvidas na assistência.
Assertiva IV: FALSA. A indissociabilidade deixa claro
como a atenção interfere na gestão e a gestão inter-
Questão 4 dificuldade:  fere na atenção à saúde. Dessa forma, todas as va-
Y Dica do professor: Vamos analisar cada alternativa: riáveis que interferem na gestão e na atenção devem
ser consideradas, inclusive os aspectos políticos.
Alternativa A: CORRETA. Com a instituição do Progra-
ma Mais Médicos, em 2013, ocorreu uma amplia- ✔ resposta: C
ção do acesso da população à Atenção Primária à
Saúde, auxiliando na redução das internações por dificuldade:  
Questão 6
condições sensíveis à atenção primária.
Alternativa B: INCORRETA. O PMAQ incentiva a qua- Y Dica do professor: Essa questão resgata concei-
lificação das equipes e envolve a educação con- tos abordados no capítulo sobre Atenção Primária.
tinuada, mas é um programa de pagamento por Vamos analisar cada uma das alternativas:
desempenho. Alternativa A: INCORRETA. Existem três tipos: PAB fixo
Alternativa C: INCORRETA. O NASF visa justamente por capitação ponderada, PAB variável por critério
trazer o conhecimento das diversas áreas de saúde de vulnerabilidade e pagamento por desempenho.
para fortalecer o cuidado prestado pelas Equipes Alternativa B: INCORRETA. O Programa Previne Brasil
de Saúde da Família, e o efeito disso é a redução não estabelece a obrigatoriedade de contratação
dos encaminhamento para especialidades médicas. de gerentes para as unidades de saúde.
Alternativa D: INCORRETA. O telessaúde tem como Alternativa C: CORRETA. O Programa Saúde na Hora
finalidade a expansão e a melhoria da rede de ser- possibilita a oferta de ações de saúde em horários
viços de saúde, sobretudo da Atenção Primária à mais flexíveis para a população.
Saúde (APS), e sua interação com os demais níveis Alternativa D: INCORRETA. O Programa Mais Médicos
de atenção fortalecendo as Redes de Atenção à realiza o provimento emergencial de profissionais
Saúde (RAS) do SUS. médicos somente em cidades brasileiras que te-
✔ resposta: A nham Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
Alternativa E: INCORRETA. A cantoplastia (retirada de
unha encravada) é um procedimento que pode ser
Questão 5 dificuldade: 
realizado ambulatorialmente na Atenção Primária.
Y Dica do professor: Essa é uma questão que pode ✔ resposta: C
ser resolvida a partir de um entendimento geral
dos princípios do SUS. É preconizado integralidade
então faz mais sentido serviços atuarem de forma Questão 7 dificuldade:  

articulada e não separar. A mesma coisa sobre al- Y Dica do professor: A questão está pedindo a alter-
ternativas que trazem ideia de exclusão.
nativa incorreta sobre a PNH. Vamos às alternativas:
Alternativa A: CORRETA. Esses são os três princípios
apresentados pela PNH.

26
Programas e políticas do SUS 

Alternativa B: CORRETA. A definição apresentada para discutidos em 2001 e em 2002, mesmo a nota téc-
acolhimento é a mesma descrita na PNH. nica de 2019 tendo encorajado a abertura de leitos
Alternativa C: CORRETA. Os arranjos de trabalho apre- psiquiátricos em hospitais. As alternativas A, C, D e
sentados pela PNH são determinados a partir de E estão todas corretas. Observe que a alternativa E,
orientações clínicas, éticas e políticas, como des- em momento algum, diz que a rede de saúde mental
crito na alternativa. se limita aos componentes apresentados, visto que a
nota técnica de 2019 apresentou mais componentes
Alternativa D: CORRETA. Mais uma vez, a alternativa
do que os que estão descritos na alternativa.
traz a definição da mesma forma como está des-
crito na PNH. A alternativa B está incorreta, porque são os profis-
sionais das equipes de Saúde da Família que têm
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está descre-
responsabilidade sobre esses pacientes. Os profis-
vendo a Clínica Ampliada e Compartilhada, não a
sionais do CAPS e do NASF foram desenvolvidos
ambiência.
para somar nesse cuidado, num modelo de apoio
✔ resposta: E multidisciplinar, inclusive corresponsabilizando-se
pela assistência, mas a equipe de Saúde da Família
dificuldade: 
é a equipe de referência e tem responsabilidade sa-
Questão 8
nitária pelas populações do território, incluindo os
Y Dica do professor: Vamos analisar cada uma das usuários que fazem tratamento de Saúde Mental.
alternativas: ✔ resposta: B

Alternativa A: CORRETA. O princípio da equidade cor-


responde a ofertar o cuidado, reconhecendo as di-
Questão 10 dificuldade:  
ferenças nas condições de vida e saúde, de acordo
com as necessidades das pessoas, considerando Y Dica do professor: Os objetivos do Programa Mais
que o direito à saúde passa pelas diferenciações Médicos correspondem à parcela mais cobrada de
sociais e deve atender à diversidade. todo o Programa nas provas. Vamos analisar cada
Alternativa B: INCORRETA. Coordenar ajuda a orga- uma das assertivas:
nizar encaminhamentos realmente necessários. Assertiva I: VERDADEIRA. Esse trecho foi retirado da Lei
Alternativa C: INCORRETA. O princípio da universali- n.º 12.871, que instituiu o Programa Mais Médicos.
dade possibilita o acesso universal e contínuo. O Assertiva II: VERDADEIRA. Esse trecho também foi
acesso deve ser ordenado e seguir um fluxo orga- retirado da Lei n.º 12.871.
nizado de acordo com as necessidades. As portas Assertiva III: VERDADEIRA. A Lei n.º 12.871 diz que “A
de entrada servem para organizar o fluxo ou fazer a autorização para o funcionamento de curso de gra-
assistência de urgências e emergências, mas para duação em Medicina, por instituição de educação
o serviço ambulatorial precisa ter referenciamento superior privada, será precedida de chamamento
entre os serviços. público, e caberá ao Ministro de Estado da Edu-
Alternativa D: INCORRETA. O princípio de resolutivi- cação dispor sobre” e, em seguida, lista algumas
dade reforça a importância de a Atenção Básica atribuições do Ministério da Educação.
ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes Assertiva IV: VERDADEIRA. Esse trecho também foi
tecnologias de cuidado individual, em detrimento retirado da Lei n.º 12.871.
do coletivo.
Assertiva V: FALSA. Os acordos articulados pela
✔ resposta: A OPAS foram entre Brasil e Cuba.
✔ resposta: B
Questão 9 dificuldade:  

Y Dica do professor: Observe que uma questão de


2020 continua falando sobre os princípios e modelos

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Fixe seus conhecimentos!

FIXE SEU CONHECIMENTO COM RESUMOS

Use esse espaço para fazer resumos e fixar seu conhecimento!

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