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Ficha Técnica
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por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP
Índice Geral
I. A EMPRESA ........................................................................................................................11
1. Resumo ....................................................................................................................................... 13
2. Plano das Sessões...................................................................................................................... 19
3. Actividades/Avaliação ................................................................................................................. 20
4. Transparências............................................................................................................................ 22
5. Textos Complementares para o Formador ................................................................................. 23
• Preparar previamente os formadores para o perfil tipo de formandos que irão encontrar em sala,
por forma a adequarem as matérias leccionadas às expectativas e grau de conhecimento detido
pelos formandos;
• Especificar conhecimentos e capacidades que devem ser detidas pelo formador, de forma atingir
os objectivos das unidades temáticas que compõem o módulo de Introdução à Organização
Empresarial;
2. PRÉ-REQUISITOS
Em termos de idade é de esperar que se situem na faixa etária dos vinte anos e nunca menos de
17 anos.
3. PERFIL DO FORMADOR
Após a acção de formação em Organização e Administração de Empresas terão que ser capazes
de:
• Perceber o conceito de empresa, seus objectivos e o papel que esta desempenha numa
sociedade.
• Identificar as várias funções internas e a forma como estas contribuem para a prossecução dos
objectivos da empresa.
A formação em sala deverá seguir a sequência proposta no plano de formação, através da divisão da
acção em 5 módulos com alocações específicas de tempo. Cada um dos módulos que constituem
este manual é desenvolvido no itinerário formativo, onde se encontram todos os conceitos e ideias-
chave que deverão ser leccionados pelo formador.
O formador deverá procurar ilustrar cada um destes conceitos através das sugestões apresentadas
no manual do formador, e de igual forma, poderá fazer uso de outros exemplos adicionais que se
encontram no manual dos formandos.
Ao longo da exposição das várias temáticas, o formador deverá procurar envolver os formandos na “
descoberta” das matérias, através da utilização de técnicas de facilitação.
No final de cada sub-tema, o formador deverá propor exercícios intermédios (manual do formando),
com vista à aplicação individualizada ou em grupo, dos conceitos e princípios apresentados. Durante
a resolução destes exercícios, o apoio e o acompanhamento do formador é fundamental para
garantir o aprofundamento e consolidação dos conhecimentos por parte dos formandos por um lado,
por outro, permite ao formador avaliar a forma como está a ministrar a formação (ritmo e conteúdo).
No final de cada unidade temática, o formador deverá realizar um exercício de avaliação individual,
(capítulo exercícios de avaliação) que devem possibilitar uma avaliação formativa.
7. RECURSOS DIDÁCTICOS
8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
LENDREVIE, Jacques ; LINDON, Denis; Dionísio, Pedro e Rodrigues, Vicente – “Mercator, Teoria e
Prática do Marketing”, Publicações D. Quixote
CAMPOS, Ana Paula; CARDADEIRO, Filomena e ESTEVES, Maria João – Técnicas de Organização
Empresarial, Plátano Editora
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
I. A EMPRESA IEFP
1. RESUMO
Contexto Histórico
Pretende-se dar uma panorâmica geral sobre a evolução das organizações ao longo da história,
acompanhando o desenvolvimento do homem, desde a fase recolectora à fase produtora e sua
consequente evolução para uma unidade económica dedicada à produção de bens e ou
comercialização dos mesmos.
Esta temática deverá ser ministrada através da utilização de exemplos e no final será solicitado aos
formandos que resolvam o seguinte exercício.
Faça corresponder, através de uma seta, a ideia expressa na coluna 1, com o conceito da coluna 2
que considere adequado:
Definição do conceito de necessidades humanas e em que medida estas são satisfeitas através de
bens (distinguindo entre produção e comercialização) e prestação de serviços. Dever-se-á solicitar
aos formandos que apliquem os conceitos dados através de exemplos.
São os desejos de cada indivíduo em obter aquilo que lhe pode trazer satisfação. À medida que
as necessidades elementares de sobrevivência (alimentação, habitação, etc.) vão sendo
satisfeitas, amplia-se a gama de novas necessidades
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 13
IEFP I. A EMPRESA
São meios materiais, móveis ou imóveis, reconhecidos como válidos para a satisfação das
necessidades e desejos humanos.
São os actos de dar ou fazer algo segundo certas condições, com o auxílio ou não de bens
materiais, com vista à satisfação das necessidades do homem.
Conceito de Empresa
Factores produtivos:
Trabalho
Capital
Proporciona os meios de pagamento para a obtenção dos materiais e matérias primas, para a
remuneração da mão de obra utilizada e aquisição de equipamentos produtivos.
A empresa enquanto uma organização aberta ao exterior em comunicação permanente quer com o
sistema produtivo, quer com a sociedade em geral, ou seja, mantém relações constantes com
diferentes grupos:
I
14 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
I. A EMPRESA IEFP
Admin/Gerentes
Sócios e
accionistas
Fornecedores
Estado
Empresa
Empregados
Clientes
I.1 - Bancos e
outras
Comunidade
Sistema Aberto
A empresa enquanto um sistema que agrupa um conjunto de elementos (órgãos, pessoas, etc.)
que actuam coordenadamente e são interdependentes com vista a alcançar os seus objectivos.
Considera-se aberto na medida em que recebe do meio envolvente os inputs necessários à sua
actividade e transforma-os em outputs que envia para o meio exterior.
Energia
Informação Produtos
Constragimentos Serviços
Mão-de-Obra
Matérias-Primas
Capitais
Etc.
Realimentação
(Feedback)
A empresa como sistema aberto
Importa
Energia do exterior: mão-de-obra, matérias-primas, capitais, Know-how*, informação (são os
input’s). É influenciada por conjunturas económicas, legislação, opções políticas, etc..
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 15
IEFP I. A EMPRESA
Transforma
Os inputs em produtos ou serviços.
Exporta
Esses produtos ou serviços (outputs) para a Sociedade, ou seja, coloca os produtos ou
serviços no meio exterior para serem consumidos ou utilizados.
Realimenta (feedback):
Os produtos ou serviços obtidos são postos no meio exterior em troca de um pagamento. Este
deverá permitir pagar aos fornecedores, aos trabalhadores, pagar os impostos ao Estado, importar
novos input’s por forma a manter a actividade da empresa, etc.. Entre o total das receitas e o total
das despesas terá de haver uma diferença positiva porque é necessário remunerar sócios e
accionistas, investir em novos equipamentos, etc. É através da constante satisfação dos clientes
que esta realimentação é garantida ao longo do tempo.
Objectivos da Empresa
A eficácia de uma empresa é determinada pelo grau em que atinge os seus objectivos. São
objectivos fundamentais de qualquer empresa: a obtenção do lucro, a sua sobrevivência, o seu
crescimento no mercado, a satisfação dos interesses dos diferentes grupos com ela relacionados:
clientes, fornecedores, trabalhadores, accionistas, Estado ou outros.
O que é um objectivo?
De que Servem?
De guia para a actividade da empresa, isto é, todos sabem para onde se quer ir.
De padrão, porque é através da sua consecução que se pode avaliar a eficácia da empresa.
Os objectivos resultam de uma visão futura. São alvos que a empresa procura atingir.
Os objectivos da empresa não são estáticos evoluem reajustando-se às alterações do meio
ambiente e aos interesses dos vários grupos com ela relacionados.
Satisfação dos
Trabalhadores
Satisfação dos Clientes Satisfação dos Sócios ou
Accionistas
Satisfação dos
Satisfação da Comunidade Sucesso Organizacional
Fornecedores
I
16 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
I. A EMPRESA IEFP
Económicos
Sociais.
Objectivos económicos
• Gerar resultados positivos LUCRO- que lhe permitam a remuneração do capital investido, isto é,
consiga garantir um rendimento àqueles que nela investiram.
• Crescer – a empresa cresce quando consegue aumentar o negócio: produzir mais, conquistar
mercado, etc.. Tudo isto acontece vendendo mais, mas garantindo margens compensadoras a
longo prazo, isto é, vendendo cada produto por um preço competitivo mas que compense o que
foi gasto na sua produção.
Objectivos sociais
São muitos os grupos que interagem com a empresa com necessidades e interesses próprios e que
esperam vê-los satisfeitos da melhor forma possível. Os principais grupos de colaboradores são:
Trabalhadores
Colaboradores
Sócios ou Accionistas
Administração ou Gerência
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 17
IEFP I. A EMPRESA
Fornecedores
Instituições de Crédito
Grupos
Outras Entidades
Estado
Comunidade
Recursos da Empresa
Pretende-se com este objectivo dar a conhecer quais são os meios ou recursos utilizados pela
empresa de forma a atingir os seus objectivos.
A gestão integrada dos recursos vai-lhe permitir disponibilizar um produto final, um bem ou um
serviço, a um custo mínimo possível, garantindo a máxima satisfação para todos os clientes que se
encontram ligadas quer interna, quer externamente à empresa.
Recursos Materiais
Recursos da Empresa
Recursos Humanos
Recursos Financeiros
I
18 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
I. A EMPRESA IEFP
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 19
IEFP I. A EMPRESA
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Resolução:
O Homem, na fase produtora, dedicou-se à criação de gado e à produção de bens agrícolas.
Assim que a obtenção desses bens começou a ultrapassar as necessidades do grupo, decidiu
negociar os produtos excedentários, surgindo, desta forma, as unidades agrícolas.
Exercício 2
Resolução:
•Indústria de plásticos
•Clínicas médicas
•Hipermercados
Exercício 3
Resolução:
I
20 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
I. A EMPRESA IEFP
Exercício 4
Resolução:
Entende-se que a empresa é um sistema aberto na medida em que deve escolher as melhores
condições possíveis em termos de: matéria-prima, mão-de-obra, meios financeiros e outros
(inputs), que vai procurar transformar para colocar no mercado produtos ou serviços (outputs),
para serem consumidos ou utilizados.
Exercício 5
Não se pode considerar a afirmação correcta na medida em que o sucesso da organização não
passa, exclusivamente pela satisfação dos trabalhadores, mas sim pela satisfação do conjunto dos
grupos que com ela se relacionam, designadamente dos clientes, dos sócios e accionistas, dos
fornecedores e restantes entidades.
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 21
IEFP I. A EMPRESA
4. TRANSPARÊNCIAS
Inicialmente, retirava directamente da natureza tudo o que necessitava para viver. Posteriormente,
procurou terras mais férteis e agrupou-se, desenvolvendo a agricultura e a criação de gado com o
auxílio de instrumentos que entretanto fabricou.
• Na moderna sociedade em que vivemos quase todo o processo produtivo é realizado dentro
das organizações. Produzem-se bens ou serviços através da combinação dos factores
elementares de produção - terra e recursos naturais, trabalho e capital.
• Nenhuma empresa é auto-suficiente. Existe uma interacção entre ela e os grupos externos. A
sua actividade pressupõe o relacionamento e interdependência com diversas empresas,
entidades e pessoas.
• Devem analisar e avaliar a forma como as necessidades e interesses dos diferentes grupos
estão a ser satisfeitos, sabendo à partida que eles são muitas vezes incompatíveis e que terão
de ser conciliados da melhor forma possível.
• Podemos, assim, afirmar que, as pessoas se agrupam para formar organizações e através
delas alcançar objectivos comuns que seriam impossíveis de alcançar individualmente.
I
22 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
I. A EMPRESA IEFP
I
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 23
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
1. RESUMO
Critério da dimensão
O critério da dimensão não é uniforme embora o mais utilizado seja o número de trabalhadores ao
serviço da empresa. Assim teremos:
• Pequenas empresas
Menos de 250 Trabalhadores
• Médias empresas
Entre 250 e 500 Trabalhadores
• Grandes empresas
Mais de 500 trabalhadores
É no grupo das pequenas empresas que se insere a maior parte do tecido empresarial português.
Como se pode verificar pela análise da informação disponibilizada pelos Mapas dos Quadros de
Pessoal relativos ao ano de 1996 (quadro seguinte), 81,3% das empresas não empregam mais que
9 pessoas e somente 0,15% se podem considerar grandes empresas.
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 27
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
A classificação mais utilizada é da autoria de Colin Clark que considera existirem três sectores de
actividade diferenciados. Vejamos quais são:
Sector primário - este sector integra as actividades extractivas, isto é, aquelas em que se retiram
produtos do mar, do solo ou subsolo. Exemplo: pesca, agricultura, pecuária, minas, etc..
Sector secundário - neste sector incluem-se as actividades de transformação, isto é, aquelas que
utilizando as matérias primas extraídas da natureza produzem bens necessários no nosso dia a dia.
Exemplo: metalúrgicas, cimento, construção naval, vestuário, calçado, etc.. É comum subdividi-las
em indústrias pesadas e ligeiras.
Sector terciário - finalmente, este sector engloba todas as restantes actividades, adquirindo maior
ênfase, os serviços. Exemplo: escolas, os bancos, as empresas de seguros, os hospitais, os
estabelecimentos comerciais, os operadores telefónicos, etc..
Transportes, armazenagem e
4508 521 342 112 61 24 16
comunicações
Actividades financeiras 749 132 134 45 21 12 25
II
28 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
10 A 20 a 50 a 100 a 200 a
Actividade (CAE) < 10 > 499
19 49 99 199 499
Activ. Imobiliárias, alugueres e serv.
11747 956 431 138 89 48 30
Prestados às empresas
Adm. Pública, defesa e seg. Social
87 49 16 3 1 1 1
obrigatória
Educação 1180 442 293 76 38 20 1
Critério geográfico
No quadro que lhe apresentamos, de seguida, encontra o número de empresas por distrito, bem
como a sua contribuição para o total do emprego (em termos percentuais).
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 29
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
Critério da propriedade
Este critério de classificação das empresas considera a propriedade dos meios de produção.
As empresas pertencem aos sócios, isto é, os meios necessários à sua actividade surgem em boa
parte pelo investimento que aqueles fazem.
Quando se fala em sector privado, público ou em cooperativas, estamos a dizer que os sócios
dessas empresas são, respectivamente:
• Comerciantes em nome individual ou sociedades comerciais, cuja actividade se rege pelo
Direito Comercial (o Direito Comercial será objecto de um módulo específico ao longo deste
curso).
• O Estado ou outras pessoas colectivas de direito público, regendo-se a sua actividade por um
estatuto especial, aplicando-se o direito comercial apenas de forma supletiva. Podem ser criadas
pelo Estado, resultar da transformação de um organismo público, aquisição pelo Estado do
capital social de uma sociedade comercial privada (expropriação) ou, finalmente, pelo exercício
da autoridade do Estado (nacionalização).
• Associados que contribuem com bens e serviços para através da cooperação e interajuda
assegurarem a satisfação, sem fins lucrativos, das suas necessidades económicas, sociais ou
culturais. Regem-se pelo código cooperativo. Podem, dependendo dos seus objectivos, ser
cooperativas de crédito, consumo, etc..
As multinacionais
Finalmente, uma breve referência a uma categoria de empresas que convivem connosco
diariamente: as multinacionais.
II
30 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
São empresas cujo capital é detido por outras empresas ou grupos que actuam em vários países
ou em vários continentes. São, normalmente, detentoras de marcas globais, isto é, produtos que
são comercializados em todo o mundo com a mesma marca.
Exemplos:
Basf, Ldª., Carrefour, S.A., Texas Instruments, Ldª., Asta Médica, Ldª., Matutano, S.A., etc..
Como verificou, logo no primeiro critério que abordamos, a qualificação de uma empresa como
pequena média ou grande, não é consensual.
No quadro que se segue, pode encontrar empresas com relativamente poucos trabalhadores ao
serviço e cujo volume de vendas ou resultados deixam transparecer bons desempenhos, pelo que o
adjectivo “pequenas” não será o mais adequado para as classificar.
Resultado Número de
Empresa Vendas
Líquido Trabalhadores
Hoje, é normal que uma empresa, através de adequadas opções de gestão, consiga, elevados
volumes de vendas com um baixo número de empregados.
Como?
Exemplo:
A empresa Z produz e comercializa determinado produto. Celebra com várias empresas contratos
através dos quais estas se comprometem a fornecer-lhe os vários componentes para o produto,
nas quantidades, qualidade e datas pré-definidas . A empresa Z apenas procede à montagem do
produto final.
Seguidamente, a venda e distribuição são asseguradas por uma rede de agentes. Provavelmente,
em épocas de mais trabalho recorre a uma empresa de trabalho temporário para obter a mão de
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 31
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
obra de que necessita. Para garantir a segurança das suas instalações, contrata os serviços de
uma empresa especializada.
Empresa Empresa de
Fornecedora Segurança
Componentes 2
Empresa Empresa de
Fornecedora Distribuição
Compenente 1
Empresa Z
Empresa de AGENTES
Publicidade e
Marketing
Empresa
Fornecedora de
Mão-de-Obra
Esta opção de gestão tem, vantagens e desvantagens, como é fácil de entender. Nas primeiras
podemos encontrar: a redução dos custos fixos, a diminuição dos custos de produção, etc.. Por
outro lado, a empresa está fortemente dependente de terceiros para atingir os seus objectivos,
perdendo o contacto directo com o mercado, etc..
O conceito foi introduzido pelo IAPMEI (Instituto de Apoio ás Pequenas e Médias Empresas
Industriais) e pela legislação que regulamenta a concessão de apoios a este tipo de empresas.
Neste contexto, são consideradas PME’s as empresas que simultaneamente cumpram os seguintes
requisitos:
• Tenha até 500 empregados. Poderá ter até 600 empregados no caso de trabalhar por turnos,
• Tenha um volume de vendas anuais não superior a 2.400.000 contos,
• Não possua nem seja possuída em mais de 50% por outra empresa.
Como se verifica, de acordo com este critério, são já vários os aspectos a considerar, para
classificar uma empresa como pequena, média ou grande: o número de trabalhadores ao serviço, o
volume de vendas e a propriedade do seu capital.
A não verificação de qualquer uma destas três condições, situa de imediato a empresa em
questão, no lote das grandes empresas.
II
32 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 33
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Recorrendo aos conhecimentos que adquiriu ao longo desta unidade temática, procure responder
às seguintes questões:
Exercício 1
Exercício 2
Escolha um dos critérios de classificação de empresas que estudou e diga, sumariamente, em que
consiste?
Resolução:
Se escolhermos o critério da dimensão, classificamos as empresas de acordo com o número de
trabalhadores que mantêm ao serviço. Assim, as empresas com menos de 250 trabalhadores
são consideradas pequenas, aquelas que empregam entre 250 e 500 pessoas classificam-se
como médias e, finalmente, serão grandes empresas se ocupam um número superior a 500
indivíduos. É ainda frequente utilizar-se o conceito de micro-empresa para aquelas que não
ultrapassam os 9 trabalhadores.
Exercício 3
II
34 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
Exercício 4
Analise o quadro seguinte ou outros que encontrou ao longo desta unidade temática e comente a
frase: “Portugal é um país de micro-empresas”. Justifique a sua resposta com dados concretos.
Número de pessoas ao serviço nas empresas, por actividade e segundo a dimensão
< 10 10 a 20 a 50 a 100 a 200 a > 499
ACTIVIDADE
19 49 99 199 499
Agricultura, produção animal, caça e silvicultura 18060 6966 7052 3492 3339 676 0
Pesca 404 652 693 594 368 747 1046
Indústrias extractivas 1911 1982 2966 1707 1555 209 1037
Indústrias transformadoras 92738 81336 143872 120271 108724 125117 129983
Produção e distribuição de elect., gás e água 217 147 149 66 369 0 16417
Construção 60140 31997 33757 20420 18547 17470 29246
Comércio; reparação de viaturas e bens de
188508 66040 65981 33162 25860 17275 38660
consumo
Alojamento e restauração 66424 19935 15023 9130 6409 9713 9933
Transportes, armazenagem e comunicações 14100 6970 10149 7826 8392 7717 75216
Actividades financeiras 2444 1786 3993 3184 3187 3962 65856
Activ. Imobiliárias, alugueres e serv. prestados às
36164 12485 12801 9338 12367 14635 34643
empresas
Adm. pública, defesa e seg. social obrigatória 370 660 467 189 131 208 527
Educação 5461 6095 8602 5177 5131 5662 604
Saúde e acção social 14551 7432 14863 10587 7113 5742 4657
Outras activ. de serv. Colectivos, sociais e pessoais 18860 4830 4993 4176 2826 4973 8092
Organ. Internacionais e inst. extra territoriais 1 19
Resolução:
Como se pode verificar pelo quadro, mais de metade das pessoas empregadas (61.3%) trabalham
em empresas com menos de 100 trabalhadores. Apenas 19.26% trabalham em empresas com 500
ou mais trabalhadores.
Exercício 5
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 35
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
4. TRANSPARÊNCIAS
• No entanto, este critério de classificação das empresas não é, por vezes, suficientemente claro e
específico. Daí que tivesse surgido o conceito de PME, onde se incluem as empresas com
menos de 500 empregados (600 se laborarem no regime de turnos) e que, simultaneamente,
tenham um volume de vendas anuais inferior a 2.400.000 contos e não possuam, ou sejam
possuídas, em mais de 50% por outras empresas.
• Também é comum, segmentar o nosso tecido empresarial com base em critérios de localização
das empresas, permitindo, assim, análises comparativas entre o norte e o sul, o interior e o
litoral, por distrito, etc..
• Referimos, ainda, as multinacionais como um exemplo de organizações cujo capital é detido por
empresas ou grupos económicos de dimensão mundial e que comercializam marcas globais, isto
é, bens e serviços que são vendidos em todo o mundo com a mesma marca.
• Comprovamos que não existem critérios de classificação das empresas, que só por si, nos
permitam caracterizar o tecido empresarial português. Daí que conceitos como o de PME, ao
combinarem vários indicadores, nos dão uma visão mais próxima da realidade.
II
36 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
II
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 37
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
1. RESUMO
Neste capítulo pretende-se dar a conhecer aos formandos a forma como uma empresa se estrutura
em função da sua finalidade e objectivos, e consequente importância em se definir áreas de
responsabilidades às quais se afectam recursos necessários e suficientes para os atingir.
Será neste contexto que será introduzido o conceito de organigrama, enquanto representação
gráfica de uma organização onde se articulam relações de autoridade, isto é, regras que
estabelecem interdependências e permitem saber quem decide o quê; canais de comunicação
por onde circula a informação e as instruções.
Organigramas
Definição Organigrama:
Organigrama A
Direcção Geral
Organigrama
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 41
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Ligações (Relações)
Órgão
Ligações
Orgãos
III
42 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Exemplo:
Direcção- Geral
Direcção
Divisão
A categoria hierárquica dos órgãos é dada pela posição que os rectângulos ocupam no
organograma.
Para o órgão do topo da hierarquia usa-se, por vezes, um rectângulo de maiores dimensões.
Direcção-Geral Direcção
Divisão
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 43
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Ligações
A entrada e saída das linhas dos rectângulos faz-se no meio dos lados, inferior e superior
Exemplo:
A representação dos órgãos de staff e das respectivas ligações aos órgãos assessorados faz-se
através dos lados direito ou esquerdo como se pode verificar no exemplo seguinte:
Exemplo:
Órgão assessorado
Órgão Staff
III
44 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Órgãos/Serviços
Representados
por
rectângulos
Relações / ligações
Representadas
por linhas
Contínuas Tracejadas
Relações Relações
hierárquicas funcionais ou
de staff
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 45
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Para facilitar o estudo dos organigramas vamos enunciar os critérios de classificação mais
utilizados:
Quanto à extensão:
• Ramificação vertical
B C
b1 b2 b3 c1 c2
• Ramificação horizontal b1
b2
c1
C
c2
c3
III
46 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Esta representação orienta-se da esquerda para a direita. Os níveis hierárquicos são estabelecidos
na vertical e na horizontal, as linhas representativas das ligações.
• Ramificação mista
B C D
b1 c1 d1
b2 c2 d2
c3
OU
c1 e1
B C D E e2
c2 e3
É uma combinação dos dois tipos de estrutura anteriormente enunciados. É usado normalmente
para solucionar problemas de espaço. A sua interpretação pode ser mais confusa.
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 47
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Organização formal
Organização formal é aquela que está planeada e aparece expressa no organigrama, por outras
palavras, é a organização estabelecida oficialmente.
A organização formal é bem definida, os cargos são claramente especificados para cada elemento
e estabelecem-se canais de comunicação através dos quais a informação flui de forma pré-definida.
Organização informal
Formal Informal
Permanece durante o período normal de Pode prolongar-se para além do
trabalho período normal de trabalho
Circunscreve-se ao local onde se Pode acontecer em qualquer local
encontram as instalações da
organização
Limita-se, unicamente, aos assuntos da Ultrapassa os assuntos da empresa
empresa e debruça-se sobre assuntos
pessoais dos elementos envolvidos
III
48 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
É deste convívio que resultam: a circulação de informação por circuitos não definidos; a troca de
pontos de vista entre pessoas de diferentes departamentos; o aparecimento de opiniões e
sentimentos colectivos; uma certa forma de fazer as coisas, etc..
Esta realidade designa-se por cultura da empresa e é única, isto é, não há duas iguais. A cultura de
uma empresa é a sua “impressão digital”.
Estrutura
As relações entre os órgãos são determinadas por meio de normas, directrizes e regulamentos da
empresa.
Cada empresa estrutura-se em função da sua missão, da sua dimensão e da natureza dos serviços
que presta.
Não existem duas empresas idênticas, embora existam certos princípios básicos de orientação no
estudo e aplicação da estrutura organizacional.
Definição de Estrutura:
• Conselho
O que embora pertencendo à empresa possue atribuições específicas, de tipo consultivo,
coordenador ou fiscalizador.
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 49
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
• Comissão
O grupo que, sendo parte da estrutura formal, é integrado por elementos da empresa, constituindo-
se com carácter eventual ou periódico.
• Central
• Externo
• Autónomo
As relações formais entre os órgãos de uma empresa, podem privilegiar a dependência hierárquica
ou dar maior relevo à dependência funcional.
Estes 2 tipos de relações podem existir em simultâneo, porém é necessária uma definição muito
clara para não dar origem a conflitos.
Funcionais
São as relações que se estabelecem entre dois órgãos ou empregados que têm tarefas ou
objectivos comuns mas sem que exista uma relação de subordinação. Podem pertencer, ou não,
ao mesmo sector pelo que apenas se relacionam em termos de funcionamento.
Hierárquicas
Assessoria
III
50 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Fiscalização
São determinadas pela necessidade de zelar pelo cumprimento de um conjunto de regras. Por
exemplo, na realização de auditorias.
Elaboração de Estruturas
• A definição das várias tarefas, responsabilidades e objectivos, bem como o seu agrupamento em
direcções, departamentos, secções, etc.
• Os circuitos de comunicação.
Não se podem definir estruturas ideais porque cada empresa é uma realidade distinta. A estrutura
óptima é aquela que num dado momento e considerando as imensas variáveis presentes, contribui
para a eficácia e eficiência da empresa.
À medida que uma organização se desenvolve, há uma tendência crescente para a especialização
dos órgãos que constituem a sua estrutura. Essa especialização pode ocorrer no sentido vertical ou
no sentido horizontal.
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 51
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Departamentalização e Hierarquização
Evolução horizontal
A (DEPARTAMENTALIZAÇÃO) A
B C D B C D E
Baseia-se na diferenciação
entre os diferentes tipos de
funções, ou seja, assenta num
maior número de órgãos
situados ao mesmo nível
Evolução vertical
(HIERARQUIZAÇÃO)
B C D
b1 b2 c1 c2 d1 d2
Baseia-se na autoridade e
responsabilidade estabelecendo
novos níveis hierárquicos
III
52 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Tipos de estruturas
Esta estrutura é característica de empresas do tipo familiar em que um único homem, o patrão,
assume a gestão. Ele domina e controla todo o negócio: define a estratégia, assegura os contactos
com os clientes, supervisiona os operários, etc..
Patrão
Vantagens
• Autoridade centralizada.
Desvantagens
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 53
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Centralizada
O agrupamento das tarefas é feito por grandes funções. O responsável por cada sector é ao
mesmo tempo, um gestor e um especialista, no entanto apenas tem autonomia para aplicar as
decisões de curto prazo definidas pelo patrão.
Patrão
Serviço Auxiliar
Distribuição
Fabricação
Pós-Venda
Segurança
Promoção
Qualidade
Gabinete
Mercado
Controlo
Estudos
Estudos
Vendas
Apoio
Vantagens
• Pouco dispendiosa em quadros o que a torna mais económica para as pequenas empresas;
Desvantagens
• Produtividade baixa;
III
54 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Linear
Neste tipo de estrutura cada subordinado depende apenas de um chefe a quem obedece, quer em
termos disciplinares, quer no que diz respeito à execução de tarefas.
Vantagens
• Facilidade de comunicação;
• Rapidez de decisão;
Desvantagens
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 55
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Funcional
B1 B2
c1 c2 c3 c4
Vantagens
• Desenvolve contactos directos entre os departamentos interessados sem ser preciso seguir os
canais formais de comunicação, o que a torna mais rápida e com menos possibilidades de
distorção.
Desvantagens
• Dificulta a coordenação;
• Dificulta a comunicação;
III
56 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Linha e Apoio
Este tipo de estrutura concretiza o princípio das duas linhas, a de decisão e a de apoio, conciliando
a unidade de comando com a especialização.
Apoio
Vantagens
• Estimula a especialização;
• Estimula a investigação.
Desvantagens
• Estrutura dispendiosa;
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 57
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Matricial
Estas estruturas têm por base a afectação de recursos a vários projectos pelo que só existem
temporariamente e enquanto estes se desenham e implementam.
Director
Projecto 1 A1 B1 C1 D1
Projecto 2 A2 B2
Projecto 3 A3
Vantagens
• Facilita a multidisciplinaridade;
Desvantagens
• Menor estabilidade;
III
58 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
Divisional
O titular de cada divisão é responsável por atingir objectivos que lhe são pré-definidos, ou seja, a
responsabilidade está ligada aos resultados. Assim,cada chefe deve assegurar a gestão global do
seu departamento dentro das orientações definidas pelo topo.
Vantagens
• Facilita a coordenação;
Desvantagens
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 59
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
III
60 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
1.1. Gerência
Dir. Dir.
Dir.
Comercial Financeiro
Produção
Contabilidade Tesouraria
1.2.
Gerência
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 61
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
Exercício 2
Tomando ainda por base a empresa “Vestidos e Calças, Ldª” e sabendo-se que em cada um dos
sectores há uma chefia e vários empregados, considere as seguintes situações:
a.) O Director Comercial deu indicação ao chefe do Sector de Vendas para que fosse atribuída ao
vendedor da zona centro a Região Autónoma da Madeira.
b.) Devido ao aumento do volume de vendas o Director Comercial emitiu instruções no sentido de
o chefe do Sector de Facturação passar a processar a facturação informaticamente.
c.) Um dos empregados do Sector de Facturação ao fim do dia envia extractos do processamento
da facturação para o Sector de Contabilidade.
d.) Quinzenalmente, o chefe do Sector de Vendas apresenta ao Director Comercial um mapa por
zonas de vendas.
e.) O chefe do Sector de Vendas envia, semanalmente, ao chefe do Sector de Tesouraria o mapa
relativo às despesas de deslocação dos vendedores, a fim de ser processado o seu
pagamento.
f.) O chefe do Sector de Marketing autorizou que dois dos seus empregados, por mútuo acordo,
trocassem entre si o período de férias.
2.1. Preencha o quadro a seguir indicado, assinalando com um X, consoante considere que se trate
de relações hierárquicas ou funcionais:
SITUAÇÃO
a) b) c) d) e) f)
RELAÇÃO
HIERÁRQUICA
FUNCIONAL
Resolução:
2.1.
SITUAÇÃO
a) b) c) d) e) f)
RELAÇÃO
HIERÁRQUICA X X X
FUNCIONAL X X X
III
62 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
2.2.
A indicação dada pelo Director Comercial ao chefe de vendas corresponde a uma relação
hierárquica já que é da competência do Director Comercial a ordem dada da atribuição da zona a
um determinado vendedor.
Não existe qualquer tipo de subordinação, mas apenas é o cumprimento de uma norma que foi
estabelecida internamente.
Estamos perante uma relação hierárquica. É ao chefe que compete autorizar a permuta do período
de férias, independentemente de ter existido um acordo mútuo.
Exercício 3
• Gerência
• Direcção Administrativa-Financeira
1Director Financeiro
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 63
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
4 empregados da Contabilidade
2 empregados da Tesouraria
4 empregados do Pessoal
• Direcção Comercial
1 Director
8 vendedores
7 empregados de armazém
• Direcção de Aprovisionamento
O respectivo Director
Resolução:
3.
Gerência
III
64 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
A empresa referida no exercício anterior está, presentemente, a atravessar uma crise financeira
tendo decidido integrar a Direcção Aprovisionamento na Direcção Comercial.
Exercício 4
Negociou a saída do Director bem como a de 5 empregados, tendo as 4 pessoas encarregues das
compras permanecido na empresa com a mesma função.
Resolução:
Gerência
Dir. Dir.
Adm/Fin Comercial
Contabili Tesour
dade aria Pessoal Vendas Facturação Armazém Compras
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 65
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
4. TRANSPARÊNCIAS
• A empresa deve ser um todo organizado e hierarquizado constituída por organismos menores
cada um dos quais englobando diferentes órgãos com várias tarefas e responsabilidades.
• Toda a empresa tem uma estrutura própria que respeita fundamentalmente a forma como se
reparte a autoridade e se divide o trabalho, pressupondo a existência de actividades de
natureza diferente a desempenhar pelos diferentes órgãos.
• Entre as diferentes partes que compõem a organização existem relações mútuas quer a nível
hierárquico, quer a nível funcional.
• Os principais tipos de estrutura que estudamos são: “um homem só”, centralizada, linear,
funcional, linha e apoio, matricial e por fim a divisional. Todas apontam vantagens e
desvantagens. Na prática e face aos contextos próprios de cada empresa é natural que surjam
formas combinadas.
III
66 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA IEFP
III
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 67
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
1. RESUMO
Neste capítulo pretende-se explicar a importância das várias funções que constituem uma empresa
e de que forma as funções se articulam face aos objectivos e estratégia de uma organização.
Na abordagem inicial desta temática, dever-se-á evidenciar o processo evolutivo das várias funções
que actualmente fazem parte de uma empresa, chamando-se a atenção para o facto da maior ou
menor profundidade e importância destas numa organização depende essencialmente do grau de
especialização das empresas e dos mercados onde estão inseridas.
Hoje em dia as empresas apresentam as seguintes funções que serão alvo de explicação
detalhada:
Direcção
Função Produção
Factores de
Produção
Força de Meios de
Trabalho Produção
Objectos de
Capacidade Trabalho Meios de
de Trabalho Trabalho
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 71
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Todos estes conceitos são facilmente identificados nas empresas onde exista a transformação de
bens. Nas empresas não industriais o sector de produção não é tão nítido, ou pode mesmo não
existir. São empresas que compram e vendem os bens, sem que haja transformação.
- Pneus
- Jantes
- Estofos
M. Primas
- Rádios
- Chapa
- Volante
- Cintos de Segurança Força de Trabalho Meios de Trabalho
- ... - Elemento Humano - Edifícios
- Computadores
- Ferramentas
- Máquinas
M. - Água
Subsid. - Electricidade * Notar que as saídas de um processo de produção
são entradas do processo seguinte.
IV
72 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Tem de existir uma eficiente gestão dos recursos humanos (horários, turnos, horas extras, número
de pessoas em cada sector, definição de funções de cada trabalhador), uma gestão adequada das
matérias primas e subsidiárias, e dos meios de trabalho necessários.
Custos de Produção
Depois de produzido, o bem está pronto a ser lançado no mercado. O preço de venda dependerá
do próprio mercado e dos custos envolvidos na produção.
Custo compra, inclui para além do custo da matéria prima (MP), as despesas envolvidas na
respectiva compra;
Custo primo, primário ou directo, inclui os custos da matéria prima ( MP) e da mão de obra
directa (MOD);
Custo industrial de fabrico ou produção (CP), engloba os custos da matéria prima (MP), da mão
de obra directa (MOD) e os gastos gerais de fabrico (GGF).;
Custos de transformação
É evidente que este custo deverá ser acrescido dos não industriais: gastos de venda (GVD) e
gastos administrativos e financeiros (GAF)
Assim:
Custo final comercial ou complexivo, incluirá os custos de produção acrescidos dos custos não
industriais.
Importante para determinar o preço de venda adequado é saber quanto custou produzir cada
unidade:
Assim:
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 73
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Função Logística
A rentabilidade da empresa dependerá da sua capacidade em adquirir os recursos que lhe são
essenciais nas melhores condições de preço, qualidade e atempadamente, isto é, à medida que
deles vai necessitando para o processo produtivo.
Por outro lado, o produto destina-se ao mercado. É preciso fazê-lo chegar ao cliente nos prazos
combinados, garantindo a sua qualidade e a preços de transporte que não afectem a sua
competitividade.
Finalmente, é necessário que, quer as matérias primas, quer o produto acabado, permaneçam o
menos tempo possível nos armazéns porque representam grandes investimentos.
Todas estas questões requerem uma gestão cuidadosa e constituem os objectivos da função
logística.
O Aprovisionamento
Aquisição
de Bens
IV
74 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
• Num sistema de mercado concorrencial, os preços são determinados pelo próprio mercado
através da relação entre a oferta e a procura. Cabe à empresa gerir os seus recursos de modo a
conseguir preços de venda para os produtos que oferece, que satisfaçam a procura dos
consumidores. Para tal, necessita de obter as melhores condições de compra para as matérias-
primas, e praticar uma gestão económica dos seus stocks.
Pesquisa Nota de
Requisição Análise Recepção Controlo
Fornecedores Encomenda
Interna Propostas Material Facturas
A gestão correcta dos stocks deve, pelas razões que já analisámos, ser encarada como uma
prioridade das empresas, não só no que diz respeito a matérias primas e subsidiárias, mas também
relativamente aos armazéns de produtos acabados.
A gestão dos stocks levanta às empresas três tipos de preocupações: a gestão material, a gestão
administrativa e a gestão económica.
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 75
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
A gestão material dos stocks visa optimizar as condições físicas da armazenagem de produtos e
terá que acautelar os seguintes aspectos:
• Procurar que os armazéns se encontrem o mais próximo possível dos principais utilizadores, de
modo a minimizar os custos de transporte.
Armazém
Compra de stocks Movimentação de Saída de stocks
Stocks
Fornecedores Recepção Arrumação Departamento
Critérios de arrumação:
Frequências de saída
Divisão por secções utilizadoras
Características do produto
(Peso, volume…) etc
A gestão administrativa dos stocks deve assegurar os procedimentos necessários para que em
cada momento se possa saber que produtos existem em stock, quais as quantidades e onde estão
colocados. Para ter esta informação permanentemente actualizada e disponível é preciso assegurar
o controlo permanente do armazém.
Como?
Registando as entradas e saídas dos vários materiais, por forma a conhecer, sempre, as
quantidades existentes de cada artigo em armazém e verificando, periodicamente, se os stocks
registados coincidem com o stock real. Existem, hoje, métodos de organização do espaço de
armazenagem e programas informáticos que facilitam estas tarefas.
Como?
Com base nas previsões de vendas e de consumos anuais, devem calcular-se as quantidades
necessárias de cada material para que a produção possa satisfazer os pedidos dos clientes.
IV
76 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
A gestão económica será tanto mais perfeita, quanto consiga encontrar a quantidade mínima de
stocks de tal forma que sejam evitadas as rupturas com as consequentes paragens de produção e
os excessos geradores de investimentos improdutivos.
A gestão económica determina qual o nível óptimo de stocks de maneira a que a empresa
rentabilize ao máximo os seus recursos.
Empresas há que não constituem stocks. Os custos com a armazenagem e stocks são
“transferidos” para os fornecedores.
Este método chama-se just in time e obriga a uma coordenação/cooperação muito estreita entre a
produção e o fornecedor, pois uma falha, implica paragens com os prejuízos daí resultantes.
A Distribuição
Estes circuitos podem ser de dois tipos: venda directa ou indirecta. Ambos têm vantagens e
desvantagens, dependendo a sua escolha dos aspectos que acabamos de ver.
Produtor Consumidor
Consumidor
Vantagens
• Optimiza os contactos entre o produtor e o consumidor, facilitando a recolha de informações
sobre as suas necessidades e preferências;
• Evita que os intermediários absorvam uma importante parcela do valor do produto;
• Permite um maior controlo sobre as vendas.
Desvantagens
• Compromete a possibilidade de expandir, geograficamente, o negócio;
• Os custos com a prospecção de mercados é mais elevada;
• Aumentam os custos de distribuição;
• Implica elevados investimentos financeiros.
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 77
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Consumidor
2º Intermediário
Consumidor
Produtor 1º Intermediário
Consumidor
2º Intermediário
Consumidor
Aos diferentes caminhos para o produto, designam-se habitualmente por canais de distribuição.
Vantagens
• Exige menor esforço financeiro;
• Permite a distribuição rentável de produtos de pequeno valor;
• Multiplica os pontos de venda, permitindo uma rápida expansão geográfica;
• Permite uma prospecção de mercados mais eficaz;
• Reparte as despesas de venda e de transporte por um maior número de produtos.
Desvantagens
• O contacto entre o produtor e o consumidor é prejudicado (quem fica a conhecer o cliente é o
distribuidor);
• Aumenta a permanência dos produtos em armazéns, aumentado o risco de perecibilidade dos
produtos;
• Aumenta o risco de o produtor perder, repentinamente, importantes volumes de venda.
Também os circuitos de venda indirecta podem, em alguns casos concretos, ser a melhor opção.
Vejamos alguns exemplos:
• Venda de produtos cuja facturação seja de pequeno valor;
• Forte dispersão geográfica dos consumidores;
• Produtos em que seja hábito dos consumidores adquirirem pequenas quantidades.
IV
78 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Função Comercial
A função comercial:
Qualquer empresa visa atingir objectivos que, como já referimos, passam por vender os bens que
produzem ou os serviços que prestam, gerando, assim, os recursos financeiros necessários para,
não só manter e desenvolver a sua actividade, mas também continuar a satisfazer clientes,
empregados, proprietários, etc..
• Ponto crítico de vendas- é o nível de facturação para o qual os proveitos das vendas
realizadas pela empresa são iguais aos custos da actividade, não se registando, portanto,
lucros nem prejuízos.
• Custos Variáveis-são aqueles que só se verificam quando a empresa está a produzir, isto é,
serão maiores quando a actividade é mais intensa e menores ou nulos se a actividade diminuir
ou parar. Exemplo: A farinha para fabricar o pão, a energia eléctrica gasta na produção, etc..
A determinação do Ponto Critico de Vendas (PCV), pode fazer-se de um dos modos seguintes:
Margem Bruta
Vendas
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 79
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Exercício:
A empresa Alfa facturou 400.000.000€, porque produziu e vendeu 200.000 unidades ao preço
unitário de 2.000€. Os custos variáveis ascendem a 80.000.000€ e os custos fixos a 40.000.000€.
Então temos:
Aplicando as fórmulas:
Este resultado significa que, com as vendas acima de 25.000 unidades, a empresa obtém lucro.
Vendas abaixo de 25.000 unidades a empresa regista prejuízo.
Graficamente:
90.000.000
80.000.000
70.000.000 Lucro
60.000.000 A CF
Euros
50.000.000
40.000.000 CT = CF+CV
30.000.000 Prezuizo Vendas
20.000.000
10.000.000
0
0
00
00
00
00
00
00
00
00
.0
.0
.0
.0
.0
.0
.0
5.
10
15
20
25
30
35
40
Quantidades
IV
80 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
No gráfico podemos verificar que os custos fixos (linha preta) se situam nos 40.000 euros
independentemente das quantidades produzidas.
Aos custos fixos devem somar-se os custos variáveis obtendo-se, assim, os custos totais (linha cor
de rosa) que, como se verifica no gráfico, vão aumentando à medida que a empresa vai produzindo
maiores quantidades de produto.
Porquê?
O ponto A representa o ponto critico das vendas porque é aí que as vendas igualam os custos.
A partir daquele ponto a empresa começa a ter lucro, isto é, começa a haver uma diferença positiva
entre as receitas das vendas dos seus produtos e os custos necessários à sua produção e venda.
Previsão de vendas
A função comercial é, assim, de importância primordial na organização interna das empresas. As
previsões de vendas são o suporte da tomada de decisão das outras funções da empresa.
Função Vendas
(Previsão de Vendas) Receitas
Função Função
Produção Financeira
Função
Aprovisionamento Despesas
A previsão de vendas é, assim, o “motor” da actividade da empresa, pelo que deve ser o mais
objectiva possível. As empresas devem recorrer à análise da informação que possuem e que
consta nos:
• Registos de Encomendas
• Registos de Facturas
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 81
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Em síntese, pode dizer-se que o objectivo principal da função comercial é o de atingir o volume de
vendas planeado pela empresa.
Além do objectivo principal, a função comercial tem outros objectivos:
• Apoio à revenda - por vezes, as empresas não vendem os seus produtos directamente aos
consumidores finais.
Função Marketing
Necessidades Concepção
do dos
mercado Produtos
MARKETING
Comportamento Divulgação
dos produtos dos
no mercado produtos
IV
82 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
• O Mercado
Mercado é um conceito que pode ser aplicado a várias realidades: a um dado território, aos
produtos ou a ambos. O quadro seguinte exemplifica diferentes possibilidades:
Dimensão do Território e
Produto
Território Produto
Mercado mundial de
Mercado Mundial Mercado de automóveis
automóveis
Mercado do Mercado Europeu de
Mercado do trigo
Continente Trigo
Mercado de Mercado Português de
Mercado do País
computadores computadores
Quando se fala de Mercado podemos estar a considerar o conjunto dos consumidores efectivos e
potenciais e, então, usamos a expressão mercado total, ou estarmos apenas a referir o volume de
vendas de um determinado produto durante um período de tempo, o que é habitualmente
designado por mercado real.
Mas o mercado não é homogéneo. É constituído por consumidores diferentes em termos de
necessidades, desejos, hábitos, poder de compra, motivações, etc..
Daí que seja útil repartir os consumidores por grupos homogéneos ou segmentos de mercado.
Vejamos exemplos de segmentação:
-Continente
-País
Geográficos -Região
-Cidade
-Clima
-Nacionalidade
-Sexo
-Idade
Demográficos -Estatura
-Peso
-Dimensão do agregado familiar
-Composição do agregado familiar
-Rendimento
-Profissão
Sócio-Económicos -Habilitações
-Classe Social
-Religião
-Classe Social
-Religião
Comportamentais -Política
-Personalidade
-Estilo de Vida
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 83
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
A empresa terá de decidir se quer atingir todos os segmentos do mercado, o que implica uma forte
dispersão de esforços e recursos, ou se opta por concentrar a sua acção num, ou num número
limitado de segmentos.
Outro conceito que encontramos frequentemente referido nos jornais ou revistas é o da quota de
mercado.
A quota de mercado não é mais que a relação entre as vendas da empresa no mercado total.
Quota de
Mercado
Mercado
Real
Mercado
Total
Calcular a quota de mercado é muito útil para avaliar a “força” de uma empresa relativamente à
concorrência.
Um mercado diz-se com um elevado grau de concentração, quando poucas empresas vendem a
maioria dos produtos.
IV
84 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Após a análise ao mercado, é necessário fazer o estudo do produto, de modo a definir as suas
características ideais: peso, design, embalagem, preço, qualidade, vida útil, etc..
Venda do
I.1 - Consumi produto
Concepção Produção
do produto do produto
O comprador adquire algo mais do que um conjunto de atributos físicos do produto, ele compra
uma satisfação. O fabricante vende não só o produto, mas também o seu símbolo ou marca. O
consumidor compra não só pela necessidade que tem do produto, mas também pelo que ele
representa.
200
Fase II
150
100 Fase I
50
0
Tem po
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 85
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
• Concorrência reduzida.
Fase III (Maturidade) - O produto atinge a sua maturidade. As vendas alcançam o seu valor
máximo e estabilizam. Esta fase caracteriza-se, fundamentalmente, por:
• Vendas elevadas;
Fase IV (Declínio) - Atingido o apogeu do produto as vendas começam a diminuir. É natural que
nesta fase, se verifique:
IV
86 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
• A Comunicação
De que serve ter um bom produto se ninguém o conhece ? É preciso divulgá-lo para que as
pessoas o conheçam e comprem.
Fluxo de comunicação:
Envia Para
Emissor Mensagem Receptor
Feedback
O meio mais utilizado pelas empresas para a transmissão de mensagens é a publicidade e pode
visar a divulgação do produto ou ter carácter institucional, isto é, quando pretende promover a
imagem da empresa. Os meios mais utilizados pelas empresas para fazerem publicidade, são os
meios de comunicação social, o correio ou o telefone, cartazes de rua, etc..
De entre todos eles, as pessoas assumem-se como o mais decisivo porque são elas com a sua
imaginação, vontade, inteligência e saber que fazem a diferença entre o sucesso e o não
sucesso das empresas.
• Garantindo um clima onde a comunicação seja aberta, os valores e as práticas sejam coerentes
e alinhadas com os objectivos da empresa.
Porém, no que diz respeito às pessoas, as empresas estão obrigadas a um conjunto de
formalismos de caracter administrativo que resultam de imposições legais e que não podem
ignorar.
• Pagamento de salários
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 87
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
• Ficheiro de pessoal
Recrutamento e selecção
• Fases do processo de recrutamento e selecção:
• Identificar se de facto existe a necessidade de proceder a uma admissão;
• Definir as tarefas que constituem o posto de trabalho, bem como as competências necessárias
para as executar e o perfil desejável do indivíduo a ocupar o posto;
Compensação e benefícios
Neste sentido, as políticas de compensação e benefícios são uma pedra fundamental. É importante
que seja coerente e justa, devendo reflectir:
IV
88 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Tarefas: Política de
Compensações e Desempenho
Complexidade e Individual
responsabilidade Benefícios
O Mercado
A função recursos humanos, como se verifica pelo exposto nos pontos anteriores, assume-se como
um apoio a toda a organização, isto é, a todas as restantes funções.
Para que este apoio seja efectivo é necessário que ela seja parte integrante na formulação dos
objectivos da empresa e das estratégias desenhadas para os alcançar.
Estes objectivos devem ser partilhados pelas diferentes funções e pelos diferentes actores na
organização, de forma clara e objectiva, para que cada um saiba o que se espera dele.
Estará, agora, em condições de entender o que significa, avaliar o desempenho individual. Cada
pessoa dentro da organização terá uma contribuição a dar que, somada às contribuições de todos
os outros, concretizará as acções definidas com vista à concretização dos objectivos da empresa.
É deste processo que resultam os planos de desenvolvimento pessoal, a procura de novos lugares
para pessoas que já não estão a realizar-se com as tarefas que desempenham, a tomada de
consciência dos chefes dos pontos fracos da sua coordenação, etc..
Deste ciclo de gestão do desempenho individual resulta, como verificou, um diagnóstico das
necessidades de mudança na organização. A empresa sabe o que pretende atingir, verifica se está,
ou não, a consegui-lo, discute abertamente as razões dos desvios e estabelece planos de
correcção por forma a melhorar continuamente.
Se no final da avaliação do desempenho individual não existir esta fase de discussão (feedback)
correr-se-á o risco de comprometer todo o processo. É preciso que o trabalhador fique com um
conhecimento exacto de como a empresa “vê” o seu desempenho, receba sugestões de melhoria e
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 89
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Nas empresas as pessoas, terão assim, consciência do que se espera delas, sentem que têm todo
o apoio necessário para a concretização dos seus objectivos, acreditam que têm a possibilidade de
crescer e de se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Por outro lado, a empresa contará
com pessoas motivadas capazes de desempenhos excelentes e será, também, beneficiada.
Função Financeira
A função financeira tem a seu cargo conseguir o equilíbrio entre a obtenção dos recursos
financeiros necessários à actividade da empresa e a sua aplicação, pelo que lhe cabe um papel
privilegiado na análise do desempenho da empresa.
A função financeira necessita de informação, que permita ter uma visão global e particular da
situação financeira da empresa. A contabilidade surge como um apoio da função financeira, pois é
da sua responsabilidade a elaboração das demonstrações financeiras fundamentais - O Balanço e
a Demonstração de Resultados, entre outros.
Vejamos alguns mapas, em que a função financeira se apoia para a tomada de decisão:
O balanço é um documento que revela, a posição patrimonial da empresa, expressa nos bens e
direitos (Activo) que a empresa possui e nas obrigações (Passivo), isto é, o que a empresa deve
a outras entidades. Os capitais próprios ou seja o valor liquido da empresa, são dados pela
diferença entre o valor dos bens e direitos e o valor das obrigações..
A equação fundamental do balanço é a seguinte:
Activo = Passivo + Capitais Próprios
IV
90 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Capitais
Activo ou Imobilizado Capital próprio próprios
Capital fixo
Capitais
Dividas a terceiros
Existências Médio e longo prazo Capitais
Activo ou Realizável Dividas de terceiros: alheios
Capital Médio e longo prazo Dividas a terceiros Exigivel de
Circulante Curto prazo Curto prazo curto prazo
A Demonstração de Resultados, é um documento que, tal como o nome indica, explica como
surge o resultado liquido da empresa, pois discrimina, por um lado os custos, por outro os
proveitos, em determinado período de tempo.
A equação é a seguinte:
Resultados Líquidos (Lucros/Prejuízos) = Total de Proveitos - Total de Custos
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 91
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Disponibilidades
Recebe Paga
Uma liquidez adequada exige que a empresa tenha um activo circulante superior ao passivo
circulante ( fundo de maneio positivo ).
Fundo de Maneio (FM), a diferença entre os capitais permanentes e o activo fixo, este valor deve
ser positivo de modo que se verifique uma margem de segurança para a empresa.
IV
92 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Liquidez Geral
Activo circulante
Exigível curto prazo
Se a empresa possui um rácio de liquidez geral menor que 1, quer dizer que não dispõe de fundo
de maneio suficiente para saldar as dividas em vencimento.
Este rácio é normalmente utilizado pelas instituições de crédito quando avaliam a capacidade de
crédito das empresas ( os bancos exigem níveis mínimos de liquidez geral para a concessão de
crédito).
Liquidez Reduzida
Activo circulante - Existências
Exigível curto prazo
Se o rácio da liquidez reduzida for superior a 1, a empresa encontra-se para além do equilíbrio
financeiro mínimo. Pode pagar as suas dividas de curto prazo para com os fornecedores sem
necessitar das receitas das vendas.
Se o rácio for inferior a 1,a empresa necessitará sempre das vendas para resolver os seus
problemas financeiros de curto prazo.
Nota:
Uma empresa com rácios satisfatórios ao nível da liquidez geral e liquidez reduzida, depende
sempre dos prazos de recebimentos dos seus clientes e dos prazos de pagamento aos
fornecedores.
Senão, vejamos:
Se a empresa tiver que pagar a 30 dias 1.000 euros a um fornecedor e só recebe os 1.500 euros
em dívida dos clientes daqui a 60 dias, possuindo apenas 500 euros em disponibilidades, está visto
que após os 30 dias a empresa não tem meios para liquidar os 1.000 euros
Liquidez Imediata
Disponibilidades
Exigível curto prazo
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 93
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Exemplo:
Se o valor deste rácio for de 10 % ( com capitais próprios de 1.000 euros ), significa que a empresa
gera 100 cts de resultados com esta quantidade de capital investido.
Quanto maior for o valor deste rácio, maior é a capacidade da empresa de gerar resultados. A isto
chama-se, autofinanciamento.
A margem das vendas indica a contribuição das vendas para a formação dos resultados líquidos da
empresa.
Rotação das vendas indica a contribuição do capital investido para a formação das vendas da
empresa.
• Vendendo igual, mas com uma maior margem de lucro. ↑ Margem = Rotação
IV
94 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
• Vendendo mais com uma menor margem de lucro, desde que o acréscimo das vendas seja
proporcionalmente superior à descida da margem bruta. ↓ Margem ↑ Rotação
• Vendendo menos com a margem de lucro mais alta, desde que a diminuição das vendas seja
proporcionalmente inferior ao acréscimo na margem . ↑ Margem ↓ Rotação
Para a concretização desta matéria dever-se-á realizar o exercício de comparação entre duas
empresas, que se encontra no final da temática função financeira do guia do formando.
Para atingirem estes propósitos, os responsáveis pela função financeira das empresas devem
prestar especial atenção aos seguintes aspectos:
Função Administrativa
A função administrativa está presente em todas as áreas funcionais, constituindo-se como apoio e
suporte a toda a actividade da empresa. Em todas as funções empresariais existe a necessidade
de autorizar, documentar e controlar as várias operações, como de resto se tem evidenciado nos
pontos anteriores.
As tarefas administrativas resultam de uma actividade regular, a qual implica processos e
operações repetitivas. Por muito grande que seja a vontade e o esforço aplicado na racionalização
destas tarefas, elas jamais serão eliminadas porque são essenciais à empresa e, muitas vezes,
impostas por Lei.
Para evitar o caos burocrático, torna-se essencial definir: o que deve ser registado e quando; quem
deve autorizar o quê; quem deve receber a informação e em que prazos; quais os suportes para o
registo e circulação da informação; onde e quem deve proceder ao seu arquivo; etc..
A informática colocou ao serviço desta função um conjunto de instrumentos que lhe permitem
atingir os seus objectivos de forma mais racional. Exemplos:
• Correio electrónico para circulação de informação e documentos;
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 95
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Função Administrativa
Informação
Informação Documento Tomada
Processamento de
Informação de
Informação
Decisão
Informação
Um bom sistema administrativo não é aquele que produz muitos documentos, mas o que produz
informações úteis, atempadas e facilmente localizáveis.
Função Direcção
A função Direcção terá que ser capaz de encontrar formas de crescimento e desenvolvimento que
lhe permita:
• Ir ao encontro das necessidades dos seus clientes melhorando o seu desempenho e os seus
resultados;
• Remunerar os accionista ou proprietários, compensando-os pelos recursos financeiros que
colocaram à disposição da empresa;
• Satisfazer e estimular a força de trabalho;
• Contribuir para o desenvolvimento da comunidade em que se insere
Para o conseguir a equipa de direcção da empresa precisa: ter uma visão e planear o futuro;
traduzindo-o em objectivos claros e bem definidos e ser capaz de os transmitir e explicar,
liderando toda a organização no sentido da sua concretização..
Só assim, cada empregado, independentemente, do seu lugar na estrutura, compreende qual o
papel que vai desempenhar.
Fixar objectivos, só faz sentido, num contexto em que são atribuídos os meios necessários para os
atingir. Deste modo, é responsabilidade da Direcção organizar os recursos existentes, criando
condições para que todos possam obter sucesso nas tarefas que são atribuídas.
Finalmente, a equipa de Direcção deve acompanhar a execução do estabelecido, controlando
prazos, custos e o nível de concretização. Desta forma poderá ter, permanentemente, consciência
da situação e decidir fazer as mudanças que se provarem adequadas e necessárias.
IV
96 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP
2. PLANO DE SESSÕES
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 97
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Entre as empresas e o meio ambiente estabelecem-se diversas relações .Quais os aspectos que a
empresa deve ter em atenção, para que se observe um bom desempenho da sua actividade?
Resolução:
As necessidades dos clientes internos ou externos, porque são os destinatários dos produtos
(saídas ou outputs).
Os interesses e as dificuldades dos fornecedores, que disponibilizam osmeios necessários
(entradas ou inputs).
Os concorrentes que disputam os clientes e os fornecedores.
O Estado, que regulamenta a actividade económica.
A gestão adequada dos factores de produção, por forma a garantir uma produção de
qualidade a custos competitivos.
Exercício 2
Exercício 3
Indique qual a função da empresa que tem como finalidade adquirir os recursos a um melhor
preço, com qualidade e em tempo útil, assim como fazer a entrega do produto ao cliente dentro do
prazo firmado e garantindo a qualidade do mesmo.
Resolução:
Função Logística
IV
98 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Exercício 4
Exercício 5
Exercício 6
Indique as diferenças existentes entre circuito de venda directo e circuito de venda indirecto.
Resolução:
No circuito directo, o produtor assegura a entrega ao consumidor final, sem recorrer a qualquer
outra entidade.
No circuito indirecto, introduz no itinerário do produto, indivíduos ou empresas, que fazem
chegar o bem ou serviço ao consumidor final.
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 99
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
Exercício 7
A empresa Manteigas dos Açores S.A. acaba de contratar um director comercial. Conforme o
nome indica a empresa produz e vende manteiga da região açoriana.
• A Administração da empresa pediu ao novo director a previsão das vendas para o próximo
ano.
• Mencione as várias fontes de informação que o director comercial deve consultar.
• Apesar de consultar essas fontes, o director comercial não dispensou de calcular o ponto
critico das vendas da empresa Manteigas dos Açores, S.A. e recolheu os seguintes
elementos:
PVu - Preço de Venda unitário 300$00 / Kg
Cvu - Custo de Venda unitário 70% do PVu / Kg
CF - Custos Fixos 9.000.000$00
Calcule quantos Kg de manteiga a empresa tem de vender para atingir o ponto critico.
Represente graficamente.
Resolução:
• Registos de encomendas
Registos de facturas
Conta corrente de clientes
Relatório dos vendedores
Publicações de Associações Industriais, Comerciais e Patronais
Instituto Nacional de Estatística
• PCV = 100.000 Kg
PCV = __9.000.000$00__
300$00 - 210$00
70.000.000
60.000.000
50.000.000 CV
Escudos
40.000.000 CF
30.000.000
CT
20.000.000
Vendas
10.000.000
0
12 00
14 00
16 00
18 00
20 00
0
40 0
60 0
80 0
10 00
20 0
00
0
0
0
0
0
0
0
0
.0
.0
.0
.0
0.
0.
0.
0.
0.
0.
Quantidades
IV
100 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Exercício 8
Resolução:
Marketing, é o conjunto das actividades efectuadas antes, durante e depois da venda, visando
identificar as necessidades dos clientes, divulgar os produtos que a empresa oferece e estudar o
seu comportamento no mercado, contribuindo assim, de forma determinante, para que os
objectivos planeados sejam atingidos.
Exercício 9
Resolução:
• Concorrência reduzida.
Fase III (Maturidade) - O produto atinge a sua maturidade. As vendas alcançam o seu valor
máximo e estabilizam. Esta fase caracteriza-se, fundamentalmente, por:
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 101
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
• Vendas elevadas;
Fase IV (Declínio) - Atingido o apogeu do produto as vendas começam a diminuir. É natural que
nesta fase, se verifique:
• A substituição do produto por outro de melhor qualidade;
• Menos procura do produto;
• O abandono do mercado por parte de alguns concorrentes.
Exercício 10
Exercício 11
IV
102 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
Exercício 12
Exercício 13
Resolução:
A função administrativa ocupa-se do registo, processamento e transmissão de informações,
expedição e arquivo de documentos em função de regras estabelecidas.
Exercício 14
A Direcção está situada no topo da organização, define os objectivos gerais da empresa, assim
como a implementação das políticas adequadas que permitam concretizar esses objectivos.
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 103
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
4. TRANSPARÊNCIAS
1. Ao longo desta unidade temática estudámos as grandes funções da empresa e que agregam
em si o conjunto das actividades.
A função logística assegura a disponibilização dos produtos no momento certo, nas quantidades
e qualidade desejadas, por um custo mínimo. Esta área da empresa pode ser subdividida em
aprovisionamento e distribuição, consoante a dimensão da organização.
A distribuição, faz chegar o produto pretendido aos clientes, através de canais previamente
organizados.
A área comercial utiliza um instrumento de análise, o ponto critico das vendas, para apurarem o
montante mínimo de vendas a realizar, em valor e, se possível, também em quantidade.
A função marketing desenvolve actividades que visam o máximo conhecimento dos mercados
(actuais e potenciais), para assegurar a venda dos produtos e serviços da empresa.
Todos os produtos e serviços têm um ciclo de vida que é importante conhecer e que compreende
4 fases:
• Criação
• Crescimento
• Maturidade
• Declínio
As empresas devem acompanhar atentamente esta evolução, para que, ao primeiro sintoma de
dificuldade da venda dos seus produtos, possam substituir, alterar ou inovar, por forma a
poderem manter-se em mercado e desenvolver as suas actividades.
IV
104 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA IEFP
A função recursos humanos deve exercer influência na estrutura, para assegurar o controlo dos
movimentos das pessoas da organização e o funcionamento do sistema de recompensas
adequado ao desenvolvimento das carreiras individuais e das actividades da empresa.
A função administrativa está presente em todas as outras funções, como suporte de todas as
actividades. No âmbito desta função é feito o registo, manuseamento e arquivo de um vasto
conjunto de informação, que deverá estar registada sobre suportes adequados, que permitam
assegurar as diferentes operações que se processam numa organização.
Por ultimo foi abordada a função direcção, cuja principal tarefa consiste na definição dos
objectivos a alcançar e na coordenação global dos programas. A definição de objectivos deve ser
feita de forma clara e concisa e abranger todas as actividades da empresa, por forma a assegurar
a sua continuidade e desenvolvimento.
3. Dirigir uma empresa significa tomar decisões para cumprir a estratégia, mantendo o equilíbrio
entre os recursos disponíveis e as necessidades e atendendo aos limites impostos pelas
condições próprias da empresa e pela sua relação com os mercados.
4. Como procurámos deixar claro ao longo desta unidade temática, não é possível destacar uma
função como a mais importante da empresa, porque todas são indispensáveis ao
funcionamento. A eficiência (máximo desempenho, com mínimos custos e desperdícios) de
cada função (ou subvenção) deve contribuir para a eficácia global da organização, isto é, para
o integral cumprimento dos seus objectivos estratégicos.
IV
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 105
IEFP IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA
IV
106 Guia do Formador Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
1. RESUMO
Nesta unidade serão abordados três dos processos organizativos mais comuns: o planeamento, a
organização administrativa e o funcionamento das equipas. Cada um destes, à sua maneira, pode
alterar profundamente o perfil, a organização, a comunicação e os resultados da organização.
Esta unidade está directamente relacionada com a anterior, embora o enfoque deverá ser dado ao
nível dos processos, tendo o cuidado de se “fazer a ponte” entre estes dois capítulos. Exemplo:
Função Produção + Planeamento = Programa de produção.
Por outro lado, ao nível das empresas devido à complexidade das actividades a executar e os
recursos aplicados (pessoas, capital, materiais) para atingir os objectivos organizacionais, torna-se
necessário formalizar os processos e numa linguagem que seja compreendida de igual forma por
cada um dos empregados envolvidos. A temática da organização administrativa deverá ser mais
uma vez “ligada” com a matéria leccionada no capítulo anterior, a função administrativa.
Por último, os resultados obtidos são tanto melhores quanto melhores forem as relações entre as
várias funções / empregados e departamentos. A capacidade das organizações em funcionarem
como um todo é determinante na eficiência e eficácia de uma empresa.
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 109
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
O Planeamento
Objectivos e Finalidades
Definição
“É uma ferramenta de condução para que os gestores visualizem os efeitos futuros das suas
decisões e actuações de um modo consistente e racional e de acordo com a direcção da
empresa”
Ewing, 1968
“Face às finalidades e objectivos, é um processo que permite definir as estratégias, políticas e
planos detalhados para os alcançar no futuro; estabelece a organização necessária para
implementar decisões de controlo e reacção de forma a permitir a introdução de um novo ciclo
de planeamento”
Steiner, 1969
Conclui-se que planear é prever e antecipar, e será tanto mais efectivo, quanto mais se executar
essa actividade de uma forma continuada. Assim, o Planeamento é um processo dinâmico que
pode ser designado por: Projecto, Planoou Programa, conforme o período de tempo em que
decorre, ou ao fim a que se destina.
V
110 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Nota:Na prática são raras as empresas que fazem planeamento a longo prazo. Os mercados são
cada vez mais competitivos e estão em permanente mudança e planear a mais de 5 anos, pode ser
impossível.
• O Horizonte Temporal- deve ser definido o espaço temporal em que será implementado;
• A Partilha- deve ser partilhado por todos os membros do mesmo nível de decisão e
decomposto para os níveis inferiores;
• O Dinamismo- deve ser flexível de modo a garantir a sua adaptação às novas realidades;
Tipos de Planeamento
De acordo com o nível a que é efectuado, o planeamento pode ser classificado em:
• Planeamento Estratégico
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 111
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Assim, com o planeamento estratégico a empresa encontra resposta para questões como as
seguintes:
• Qual a área de negócio onde devemos actuar ?
• Para onde desejamos ir ?
• O que é necessário para chegarmos lá ?
• Planeamento Táctico
Planeamento Táctico é o conjunto das decisões detalhadas relativas aos projectos e acções,
cuja implementação será efectuada em curtos prazos de tempo e em áreas claramente
definidas.
• Planeamento Operacional
V
112 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Por outras palavras, é a execução de planos de acção detalhados, relativos a uma dada área.
Exemplo:O plano de produção, a agenda de uma convenção, ...
Em síntese o planeamento:
• é complexo e demorado;
• é um trabalho que exige estudo e empenhamento profundos na sua execução;
• é dispendioso, já que a sua execução carece de recursos significativos.
Fases do Planeamento
As principais fases, coincidem com os vários tipos de planeamento, não sendo, qualquer uma,
menos relevante que outra.
As principais fases do planeamento são:
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 113
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Técnicas de Planeamento
Neste capítulo iremos abordar algumas técnicas que permitem aos empresários e gestores
controlar a elaboração do plano e a execução do planeado.
Assim é no planeamento operacional que se controla e executa todo o conjunto de acções
definidas. Assim, as técnicas de planeamento Gráfico de Gantt e Redes de PERT, são utilizadas
nesta fase.
Gráfico de Gantt
Para a construção de um gráfico de Gantt é necessário conhecer três aspectos básicos:
• as actividades a realizar;
• a duração de cada uma das actividades;
• a relação que existe entre as actividades.
Vamos considerar o seguinte exemplo:
A empresa Exemplo pretende lançar no mercado um novo produto. Para que este lançamento se
efectue, identificaram-se 8 actividades:
F - Formação de Pessoal 3 E
G - Produção do Protótipo 2 D; F
Neste quadro, para cada uma das actividades foi também definida a duração e a precedência.
Os gráficos de Gantt, são gráficos que têm o aspecto de uma tabela de dupla entrada, em que nas
colunas são considerados os tempos e nas linhas, as actividades a desenvolver.
V
114 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Actividades \ Tempos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
A
B
C
D
E
F
G
H
Dos gráficos de Gantt é possível retirar informações vitais para os processos de planeamento:
• O prazo de execução do plano ( 23 dias no exemplo)
• Com a esquematização da duração das actividades é possível comparar o tempo realmente
gasto, com o tempo previsto, em cada uma das actividades.
• A análise dos desvios é imediata e, em conjunto com os respectivos responsáveis, é possível
identificar as causas, e adoptar as medidas correctivas necessárias.
Com a elaboração do gráfico de Gantt para um plano, é ainda possível extrair outras informações
importantes para o processo de planeamento:
• As datas mais tardias possíveis para início das actividades- é a margem de folga que uma
actividade tem para arrancar, sem que seja posta em causa a data de conclusão do plano.
• As datas mais tardias possíveis para o fim das actividades- trata-se da data limite para uma
actividade terminar, sem com isso, alterar a data de fim do projecto.
• Caminho Crítico- não é mais que o conjunto das actividades Críticas, isto é, aquelas que não
possuem qualquer flexibilidade em termos de datas de início e fim. Qualquer atraso no seu
cumprimento, provoca um atraso no projecto.
No exemplo seria:
• Margem Livre- define-se como a diferença entre a duração do caminho crítico e a duração do
caminho das actividades não críticas.
No exemplo seria:
Margem Livre = Caminho Crítico -(duração das actividades não críticas) = 23-22 = 1
Redes de PERT
À semelhança dos gráficos de Gantt, para as redes de PERT é necessário conhecer as actividades,
as suas durações e precedências. As redes são construídas recorrendo a dois símbolos:
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 115
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Numa rede de PERT, como a apresentada em cima, pode identificar-se claramente qual o caminho
crítico, bastando para isso somar a duração das actividades. Considerando cada um dos caminhos
possíveis, desde o início do plano até ao fim, o que tiver maior duração será como é obvio o crítico.
Nesta rede, encontra-se representada uma actividade que não existia no quadro inicial: a actividade
I. A esta damos o nome de Actividade Fictícia, uma vez que ela na realidade não existe, tendo
sido unicamente representada por forma a ligar duas actividades simultâneas. A duração deste tipo
de actividade é sempre 0 e deve ser representada a tracejado.
Nas redes PERT, também é possível calcular as datas mais tardias de início e fim (mas é mais
simples nos gráficos), bem como o caminho crítico e margem livre. As fórmulas de cálculo são as
definidas para os gráficos de Gantt.
Os Processos Administrativos
• Processo Administrativo
Processo administrativo é todo aquele que identifica, autoriza e controla uma movimentação de
bens ou recursos, sejam eles financeiros ou materiais, de forma a que a empresa tenha, em
qualquer momento, um documento que suporte e justifique essa transação.
• Documentar
Visa identificar e registar cada transação efectuada. Como exemplo, imagine-se um armazém de
materiais, em que as entradas e saídas de produtos não eram documentadas. Seguramente a
desorganização ao fim de um dia seria incontrolável. Entre outras consequências, as existências
seriam impossíveis de calcular.
• Autorizar
Visa autenticar e validar a transacção. Retomando o exemplo anterior: não é imaginável que numa
empresa todo e qualquer empregado possa solicitar produtos ao armazém. Assim, os produtos só
podem sair do armazém quando acompanhados de um documento evidenciando a necessária
autorização.
• Controlar
Visa verificar se a transação foi efectuada de acordo com os procedimentos aprovados. No
exemplo anterior, o documento identificativo da transação, devidamente autorizado, é enviado ao
departamento responsável pela gestão das existências e/ou compras.
V
116 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Nota:
Não é somente por questões internas das empresas que existem os processos administrativos.
Também existem imposições legais, como por exemplo: a obrigatoriedade da documentação das
despesas e receitas das empresas.
Apresenta-se de seguida um processo administrativo muito comum nas empresas: a encomenda de
um produto (este exemplo propositadamente aufere de alguns erros)
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 117
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Do exemplo anterior conclui-se que o processo de encomenda de um produto, pode não ser
simples. As autorizações e as validações consecutivas dificultam-no, tornando-o moroso e
ineficiente.
Relativamente ao exemplo anterior, após efectuar uma análise de valor a cada uma das suas fases
e racionalizar o processo, este poderia ser representado pelo seguinte fluxograma:
Como se pode ver, o processo administrativo foi reduzido consideravelmente e com isso libertados
recursos cuja utilização pode ser rentabilizada noutras áreas, aumentando, desta forma, a
produtividade da empresa.
Sistemas de Informação
V
118 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Recepção da
Nota
Notade
de
Encomenda e
Encomenda
Encomenda
Factura
Emitida
Enviada por Correio
automaticamente
Electrónico
I.1 - Enviada por
Correio Electrónico
Controle
Liquidação
Contabílistico
Claro que nem todos os processos administrativos podem ser totalmente informatizados, mas regra
geral, quase todos foram substancialmente racionalizados com a introdução dos sistemas
informáticos.
Como já foi referido as funções internas das empresas devem actuar como um todo. Os resultados
obtidos são tanto melhores quanto melhores forem as relações entre as várias funções /
empregados e departamentos.
Nas empresas, o organismo que tem como responsabilidade máxima, a coordenação e interligação
entre as várias funções é a Direcção. Assim, a Direcção de uma empresa deve procurar motivar,
liderar e facilitar a comunicação entre os vários departamentos.
Será sempre a Direcção que terá que definir os valores culturais que quer inculcar na organização,
influenciando, consequentemente, com o seu exemplo o estilo de liderança e os processos de
comunicação mais adequados. Qualquer empresa deve ter claramente definida a sua missão, isto
é, a sua razão de ser.
É tarefa da Direcção:
• Definir uma visão para a empresa, ou seja, onde se quer chegar. Quais são as grandes metas
que toda a organização, sem excepções, deve procurar atingir;
• Decompor os objectivos globais por forma a que todos entendam qual o papel que se espera
que desempenhem na sua consecução e a forma desejável de o executar;
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 119
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
A Motivação
A empresa deve encarar o desempenho dos seus empregados, enquanto um processo em que cria
os mecanismos para que todos tenham a motivação necessária para executarem as suas tarefas,
com o máximo interesse e satisfação, isto é, criar condições para que todos os seus colaboradores
sintam que através do seu trabalho melhoram a sua qualidade de vida, se desenvolvem e se
realizam pessoal e profissionalmente.
Maslow definiu uma hierarquia das necessidades do homem, onde ao longo do seu
desenvolvimento, estas se vão alterando. Ou seja, à medida que vai satisfazendo as básicas,
outras mais complexas, vão surgindo, representando-as numa pirâmide, como se apresenta:
Auto-
realização
Auto -Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
Conhecendo as necessidades e interesses das pessoas, é possível perceber como e onde estão
dispostas a investir esforços, conseguindo que indivíduos vulgares façam coisas extraordinárias.
Neste contexto, o sucesso das empresas depende do empenho que as pessoas colocam no
desempenho das suas tarefas, logo pode ser afectado por questões como:
V
120 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
• Desajuste entre o potencial das pessoas e o pouco estimulo que lhes é oferecido pelos postos
de trabalho que ocupam;
• Falta de reconhecimento;
• etc..
Para contrariar e evitar estas situações, as empresas devem considerar medidas do tipo:
• Envolver os executantes na definição dos seus próprios objectivos, não se limitando a impô-los;
• Garantir que os vários postos sejam ocupados por pessoas com adequado potencial, por forma
a que estas valorizem as suas posições ao mesmo tempo que se auto-valorizam.
Estas são medidas normalmente utilizadas por empresas de sucesso que procuram estimular o
desempenho das pessoas através de uma gestão participativa e por objectivos, o que não é
mais que o envolvimento, desde o primeiro momento, de todos os elementos da empresa na
definição dos objectivos individuais e departamentais, tendo em consideração os objectivos globais
da empresa.
A Liderança
A liderança não é mais que a forma como se conduzem os recursos humanos, por forma a serem
atingidos os objectivos desejados.
Os estilos de liderança dependem directamente da maneira de ser de cada chefia, dos valores e
exemplos praticados pelos gestores de topo, da natureza das tarefas, ou ainda, das atitudes e
comportamentos evidenciados pelos colaboradores.
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 121
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
• As teorias situacionais
As primeiras consideram que o bom líder é aquele que apresenta traços inaptos de liderança, tais
como energia, tenacidade, autoconfiança, bom humor, agressividade, etc..
As empresas que buscam o sucesso esperam que todos os seus colaboradores vejam os seus
lideres como membros da equipa, aos quais foram confiadas tarefas e responsabilidades de
coordenação dos esforços individuais face aos objectivos do grupo, de orientação e
acompanhamento no desenvolvimento profissional de cada um e que, fazendo,
simultaneamente, parte de uma equipa de nível superior, será o canal de comunicação
privilegiado.
A Comunicação
Para que o processo de comunicação seja eficaz é necessário que se verifiquem, sempre, certas
condições básicas:
• Tem que existir um emissor e um receptor;
• A mensagem a transmitir tem que ser clara;
• A linguagem usada deve ser conhecida pelo emissor e receptor;
• O tema ou assunto da mensagem deve ser comum ao emissor e receptor.
V
122 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Canal de
Emissor Transmissão Receptor
Resposta ou
Feedback
Nota:
A verificação de que a mensagem foi bem enviada e entendida pelo receptor, é efectuada através
da resposta ou feedback. No caso de não se verificar feed-back ou de o seu conteúdo não
confirmar a mensagem inicial, podemos concluir que esta última não foi correctamente recebida
pelo receptor.
Toda a empresa cria os seus próprios canais e circuitos de comunicação, designados por canais
formais, para além dos informais que se estabelecem espontaneamente (nos refeitórios,
corredores, locais de trabalho, etc.) e que por vezes são bastantes úteis e eficientes.
Relativamente aos canais formais, estes podem variar de acordo com as situações ou mensagens
a transmitir.
Esquematicamente, temos:
Canal Vertical Descendente
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Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 123
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Canal Horizontal
Exterior
V
124 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
2. PLANO DE SESSÕES
v
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 125
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
A 6 -
B 7 -
C 6 -
D 12 A
E 10 B
F 17 C
G 9 A, B
H 10 F
I 4 B
J 13 D
K 7 G, H
L 4 I, J, K
a.) Quais os elementos que a empresa Exemplo 1, S.A. deve inserir no dossier técnico do
projecto?
V
126 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Resolução:
a.) Os elementos a inserir são: plano de investimentos para construção da nova fábrica.
Planodetalhado de construção da nova fábrica, contendo local, data de início e fim,
investimento necessário,...
b.)
Act. Nº DE DIAS
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 127
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
i.)
2 5 11
A D J
L
G
1 8 12 13
K
G L
3 6
B E
C I
K L
10
4 7 9
F H
Exercício 2
A empresa Exemplo 2, Lda pretende lançar um novo produto no mercado. Para isso foram
definidas as seguintes actividades:
V
128 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Resolução:
a.) Plano consiste no planeamento a médio ou longo prazo, enquanto o programa consiste no
planeamento a curto prazo.
b.)
3 6
B E
G
A K
1 2 4 8 9 12
C H
G K
D
I K
5 7 10 11
F J
c.) B, E e H
d.) Caminho crítico A-C-D-F-G-I-J-K, Duração - 54
e.) Margem livre - 19
f.) Data mais tardia de início - 48, data mais tardia de fim 49, J é uma actividade crítica.
g.)
Act.
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 129
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
h.) O planeamento estratégico consiste na definição das grandes linhas de actuação de uma
empresa para o médio e longo prazo, enquanto que o planeamento táctico consiste num
conjunto de decisões referentes a um curto prazo.
Exercício 3
Resolução:
Exercício 4
Quais os princípios básicos para a execução de uma análise de valor e que objectivos se
pretendem atingir ? Fundamente a sua resposta.
Resolução:
O princípio básico de uma análise de valor é tornar um qualquer processo administrativo mais
simples, rápido, eficiente e principalmente menos oneroso para a empresa.
Exercício 5
Resolução:
O objectivo da racionalização é identificar num processo administrativo toda e qualquer acção
que possa deixar de ser executada, sem que o próprio processo perca a sua razão de ser.
V
130 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Exercício 6
Exercício 7
c. De entre as seguintes frases, identifique aquelas que dizem respeito a uma liderança
democrática e a uma autocrática.
Resolução:
Exercício 8
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 131
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
d.) Não Limita, mas também não facilita a informação aos seus colaboradores.
Resolução:
A. Liberal
B. Liberal
C. Autocrático
D. Liberal
Exercício 9
Dos seguintes temas, identifique aqueles mais representativos de uma líder motivador.
Fundamente as suas escolhas.
Resolução:
A, B, C, E, F, G, H
V
132 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
Exercício 10
Resolução:
Exercício 11
Identifique o tipo de necessidades expressas nas seguintes frases, segundo a teoria de Maslow.
d.) “Eu quero é conseguir alimentar a minha família com o que ganho”.
Resolução:
a.) Auto-Estima
b.) Auto-realização
c.) Segurança
d.) Fisiológicas
e.) Sociais
f.) Segurança
g.) Auto-realização
V
Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 133
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
Exercício 12
Exercício 13
Exercício 14
Comente a seguinte frase: “não sei porque razão, só consigo falar com o chefe ao almoço”.
Resolução:
Exercício 15
V
134 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS IEFP
4. TRANSPARÊNCIAS
1. Planear não é eliminar o risco, mas sim correr riscos no momento adequado, agindo
activamente.
2. A experiência tem demonstrado que as empresas que são peritas em executar planos bem
preparados e plenamente integrados conseguem duas vantagens importantes: em primeiro lugar,
aumentam o lucro a curto e a longo prazo, devido à melhor aplicação dos recursos existentes; em
segundo, o processo de planeamento cria condições para projectar um desenvolvimento
sustentado.
3. Planear envolve a escolha das estratégias, a definição dos programas e dos planos e o seu
controlo para reavaliação ou confirmação das soluções escolhidas.
4. O processo de planeamento pode ser esquematizado da seguinte forma:
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Organização e Administração de Empresas Guia do Formador 135
IEFP V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS
V
136 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Ficha nº 1
a.) Quais os elementos que a empresa Exemplo 1, S.A. deve inserir no dossier técnico do
projecto?
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140 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Ficha nº 2
5. Tomando ainda por base a empresa “Vestidos e Calças, Ldª” e sabendo-se que em cada um
dos sectores há uma chefia e vários empregados, considere as seguintes situações:
a.) Director Comercial deu indicação ao chefe do Sector de Vendas para que fosse atribuida ao
vendedor da zona centro a Região Autónoma da Madeira.
b.) Devido ao aumento do volume de vendas o Director Comercial emitiu instruções no sentido de
o chefe do Sector de Facturação passar a processar a facturação informaticamente.
c.) Um dos empregados do Sector de Facturação ao fim do dia envia extractos do processamento
da facturação para o Sector de Contabilidade.
d.) Quinzenalmente, o chefe do Sector de Vendas apresenta ao Director Comercial um mapa por
zonas de vendas.
e.) chefe do Sector de Vendas envia, semanalmente, ao chefe do Sector de Tesouraria o mapa
relativo às despesas de deslocação dos vendedores, a fim de ser processado o seu
pagamento.
f.) chefe do Sector de Marketing autorizou que dois dos seus empregados, por mútuo acordo,
trocassem entre si o período de férias.
SITUAÇÃO
a) b) c) d) e) f)
RELAÇÃO
HIERÁRQUICA
FUNCIONAL
Justifique as respostas.
7. Indique qual a função da empresa que tem como finalidade adquirir os recursos a um melhor
preço, com qualidade e em tempo útil, assim como fazer a entrega do produto ao cliente dentro
do prazo firmado e garantindo a qualidade do mesmo.
10. Quais os princípios básicos para a execução de uma análise de valor e que objectivos se
pretendem atingir ? Fundamente a sua resposta.
V
142 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Resolução:
Ficha nº 1
2.
c.) Hipermercados
5. .
Gerência
6.
Gerência
7. As necessidades dos clientes internos ou externos, porque são os destinatários dos produtos
(saídas ou outputs).
A gestão adequada dos factores de produção, por forma a garantir uma produção de qualidade a
custos competitivos.
Os objectos de trabalho são as matérias primas que se incorporam no produto final e as matérias
subsidiárias utilizadas para o produzir.
9.
a. Os elementos a inserir são: plano de investimentos para construção da nova fábrica. Plano
detalhado de construção da nova fábrica, contendo local, data de início e fim, investimento
necessário,...
b.
Act. Nº DE DIAS
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
c. As críticas são: C, F, H, K e L
As não críticas são: A, B, D, E, G, I e J
d. Caminho crítico: C, F, H, K e L - Duração do projecto: 44 dias
e. Actividade E - 34º dia
Actividade G - 25º dia
Actividade I - 37º dia
f. Actividade C - 1º dia
Actividade K - 34º dia
g. Margem livre - 30 dias
h.)
i.
2 5 11
A D J
L
G
1 8 12 13
K
G L
3 6
B E
C I
K L
10
4 7 9
F H
10.
b.
3 6
B E
G
A K
1 2 4 8 9 12
C H
G K
D
I K
5 7 10 11
11
F J
c. B, E e H
e. Margem livre - 19
f. Data mais tardia de início - 48, data mais tardia de fim 49, J é uma actividade crítica.
g.
Act.
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
Ficha nº 2
2. Entende-se que a empresa é um sistema aberto na medida em que deve escolher as melhores
condições possíveis em termos de: matéria-prima, mão-de-obra, meios financeiros e outros
(inputs), que vai procurar transformar para colocar no mercado produtos ou serviços (outputs),
para serem consumidos ou utilizados.
3. Conceito de pme (pequenas e médias empresas) aplica-se às que tenham até 500
empregados, tenham um volume de vendas que não ultrapasse 2.400.000 contos e não
possuam ou sejam possuídas em mais de 50% por outra empresa.
4. Como se pode verificar pelo quadro, mais de metade das pessoas empregadas (61.3%)
trabalham em empresas com menos de 100 trabalhadores. Apenas 19.26% trabalham em
empresas com 500 ou mais trabalhadores.
5.
a.) A indicação dada pelo Director Comercial ao chefe de vendas corresponde a uma relação
hierárquica já que é da competência do Director Comercial a ordem dada da atribuição da zona
a um determinado vendedor.
d.) Não existe qualquer tipo de subordinação, mas apenas é o cumprimento de uma norma que foi
estabelecida internamente.
e.) Os elementos fornecidos pelo chefe do sector de vendas ao chefe da tesouraria, relativo à
importância a pagar aos vendedores pelas suas deslocações ao longo do país é, tipicamente,
uma relação funcional. A ordem de pagamento é dada pelo director financeiro, do qual
depende a tesouraria, e não uma ordem dada pelo sector de vendas que apenas se limita a
informar o quantitativo em causa. Quando a tesouraria processa o pagamento, fá-lo em
cumprimento de uma ordem emanada do director financeiro, ou até poderá aquele sector estar
autorizado a pagar até um determinado montante, previamente estabelecido pelo Director
Financeiro.
f.) Estamos perante uma relação hierárquica. É ao chefe que compete autorizar a permuta do
período de férias, independentemente de ter existido um acordo mútuo.
6.
SITUAÇÃO
a) b) c) d) e) f)
RELAÇÃO
HIERÁRQUICA X X X
FUNCIONAL X X X
7. Função Logística
10. O princípio básico de uma análise de valor é tornar um qualquer processo administrativo mais
simples, rápido, eficiente e principalmente menos oneroso para a empresa.
Bibliografia Consultada
LENDREVIE, Jacques ; LINDON, Denis; Dionísio, Pedro e Rodrigues, Vicente – “Mercator, Teoria e
Prática do Marketing”, Publicações D. Quixote
Glossário
A D
Activo ou Capital Fixo Disponível
São os bens que não são absorvidos É o dinheiro, ou valores imediatamente
totalmente pelo ciclo de exploração. São transformáveis em dinheiro
“bens duradouros”, que têm uma vida E
superior a 1 ano.
Exigível a Curto Prazo
São estes bens que constituem o activo da
São os compromissos de pagamento
empresa.
imediato ( menos de 1 ano ) que a empresa
Activo ou Capital Circulante assumiu perante terceiros
Capital que não está investido em bens F
duradouros; são os bens absorvidos pelo
Fluir
ciclo de exploração
Circulação da informação e das instruções
Aglomerado G
Agrupamento de pessoas
Geração de Fundos
Articular Criação de capital
Suceder numa ordem lógica
Grossista
Autoridade Delegada Detém o controlo físico dos bens que
Consiste em um superior hierárquico confiar distribui, tem como principal função o
determinadas tarefas, certas funções ou armazenamento, manutenção e transporte
certos domínios de actividade a um seu de produtos
subordinado I
C
Improvisar
Capitais Alheios Fazer de repente qualquer coisa sem prévia
Conjunto de obrigações que a empresa preparação
assumiu perante terceiros a curto, médio e
Ingressar
longo prazo
Ser admitido na organização/empresa
Capitais Permanentes
Interdependentes
Conjunto dos capitais que permanecem na
Que dependem uma das outras
empresa mais que um ano
Intermediário
Capitais Próprios
Constituídos pelo capital social e pelos Pessoa ou empresa que está entre o
lucros não levantados da empresa produtor e o consumidor final. Os
intermediários reduzem o numero de
Circunscrever-se transacções na venda do produto ao
Restringir-se a certos limites consumidor, ao retirar ao fabricante
Conjunto Estruturado (produtor) a responsabilidade pela
Reunião de pessoas organizadas distribuição, liberta-lhe os recursos
permitindo uma maior concentração de
Cooperar esforços na melhoria da qualidade dos seus
Colaborar juntamente com alguém artigos.
Coordenadamente
Organizado dentro de uma certa ordem
Consecução
Acto ou efeito de realizar algo
R Retalhista
Encontra-se no final do canal de distribuição,
Realizável são eles que lidam directamente com os
Inclui todos os valores eventualmente consumidores finais do produto
realizáveis num prazo de 1 ano