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AJUDA MEMÓRIA Colhido por: Data:

Conferência: Engajar e defender a Larissa Cabral e Lívia Lara 21/11/23


ciência

Eixo temático: Sala ( 0 a 330 ):


1. ( ) Agricultura urbana e Periurbana
2. ( ) Agrotóxicos e Transgênicos Nome do
3. ( ) Biodiversidade e Bens Comuns dos Agricultores, Povos e Comunidades trabalho:
Tradicionais
4. ( ) Campesinato e Soberania Alimentar
5. ( ) Comunicação Popular e Agroecologia
6. ( x) Construção do Conhecimento Agroecológico e Dinâmicas Comunitárias
Atividade:
7. ( ) Cultura Popular, Arte e Agroecologia
8. ( ) Desertificação, Água e Resiliência Socioecológica às Mudanças Climáticas
e Outros Estresses
9. ( ) Economia dos Sistemas Agroalimentares de Base Agroecológica
10. ( ) Educação em Agroecologia Duração:
11. ( ) Juventudes e Agroecologia
12. ( ) Manejo de Agroecossistemas
13. ( ) Mulheres, Feminismos e Agroecologia
14. ( ) Políticas Públicas e Agroecologia Quant.de
15. ( ) Saúde e Agroecologia trabalhos
16. ( )Terra, Território e Ancestralidade apresentados:

Instituições/ organizações /coletivos/ redes envolvidos:

A conferência foi organizada pelo GT Construção do Conhecimento e GT Educação.

Elisa Pankararu - Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo
(APOIME)
Lia Barbosa - Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Irene Cardoso - Universidade Federal de Viçosa (UFV)

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Mediação:
Franklin de Carvalho – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Descrição da Atividade - Principais pontos identificados nas discussões durante essa atividade:

Questões mobilizadoras:

● Que ciências o campo agroecológico está produzindo?


● Quais as bases epistemológicas da agroecologia?
● Quais são os desafios e possibilidades dessa ciência?

Lia Barbosa - Universidade Estadual do Ceará (UECE)

● Temos aqui o desafio de pensar a agroecologia como uma ciência engajada, como uma ciência popular;
● As reflexões que trago aqui são parte das questões que temos debatido junto a diversos coletivos no
estado do Ceará. A partir desse espaço temos nos desafiado a pensar sobre as bases epistemológicas da
agroecologia como ciência;
● Ponto de partida: pensar Abya Yala como um território comum (Povos Kuna – Terra em pleno
amadurecimento/terra de sangue vital/terra vida) – estamos falando de civilizações que produziram
conhecimento em diferentes escalas;
● É importante começar desse ponto de partida, porque na ciência ocidental não reconhecemos essas
civilizações como produtores de ciência. Se fizermos o percurso escolar de cada pessoa aqui a Abya Yala
não é referência. É importante partir desse território porque ele tem uma construção de conhecimento
em íntima conexão com os cosmos e com as bases filosóficas que sustentam também os grandes
campos da ciência;
● Ciência convencional – essa ciência se funda na lógica das separações (colonialidade do saber), processo
fruto da colonização. Os territórios passaram, por essa ótica, a ser povos sem histórias e sem cultura –
processo de ontocídio e epistemicídio profundo;
● Separação entre razão e emoção – “Penso, logo existo” (René Descarte). E, nesse penso não há margem
para as emoções, para os afetos;
● Ciência centrada numa lógica antropocêntrica – a ciência a serviço do ser humano – ou como diz a
nomenclatura, a serviço do homem (onde mulheres não existem). Uma ciência subordinada à existência
humana, desconsiderando outros seres;
● Paradigma civilizatório – instituído a partir do capitalismo e que tem usado a ciência a serviço do capital.
Modelos de desenvolvimento vinculado ao capitalismo transnacional – por exemplo: eólicas, energia
solar, etc.;
● Entretanto quando olhamos para a existência histórica desses diversos povos – localizamos as bases
epistemológicas do que chamamos de agroecologia – como uma ciência engajada e popular;

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● Princípios da agroecologia como ciência engajada e popular:
1) Concepção ontológica e epistêmica do território como espaço de constituição do ethos e de
reprodução da vida – pensar o território desde as mulheres, as ancestralidades, etc;
2) Memoria Biocultural dos conhecimentos e sabedorias ancestrais – esse processo é fundamental
quando estamos falando de uma ciência desde outros lugares, para além da ciência
convencional. Mas, espaços em que os saberes são passados de geração para geração;
3) Agroecologia vinculada às lutas em defesa do território e dos comuns;
4) Sujeitos como construtores de conhecimentos, métodos e práxis da agroecologia;

● Lógica capitalista - O conhecimento só é reconhecido se ele for científico – se não é científico não é
considerado conhecimento;
● Os saberes tradicionais não são reconhecidos pela ciência convencional – e quando é reconhecido é
tratado como saber popular, mas não como conhecimento científico. São os saberes ditos populares que
dão as bases para a construção do saber científico;
● Princípio epistemológico da agroecologia - A natureza está no centro e os seres humanos são aprendizes
nessa relação – conexão entre seres vivos e seres não vivos. Todos os seres vivos são portadores de
conhecimento;
● A materialização dessa epistemologia agroecológica se dá a partir de outras linguagens, outros métodos
na relação com o território;
● Outras matrizes epistemológicas: Sumak Kawsai, Sumak Qamaña, Bem Viver- viver em relação
harmoniosa com o território, no sentido comunal.
● Recomposição do vínculo – recuperar a ciência que foi perdida pela lógica ocidental;
● Agroecologia como um acúmulo histórico de conhecimentos sobre a natureza por meio de sistemas
tradicionais de agricultura e modos de ser e habitar o território;

● Concepção de conhecimento:
1) Problematiza o caráter universal e homogeneizador da produção de conhecimento;
2) Parte de saberes pluriverso – conhecimento situado e ético. Esse debate já tem mais de 60 anos
e acompanha a reflexão latinoamericana sobre para que(m) e com quem a ciência deve pensar
e servir como conhecimento acumulado (Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire)
3) Reconhecimento da diversidade de sujeitos e seus saberes;
4) Metodologias horizontais e integrativas;
5) Ciência que parte do diálogo de saberes – não se trata apenas de criar espaços para que
diferentes sujeitos falem, mas de criar formas de integração para que outros conhecimentos
sejam reconhecidos como ciência (criada fora da academia);

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● O Diálogo pressupõe o reconhecimento de outros conceitos de ciência. Como vamos nesse diálogo
trazendo conceitos que são elaborados fora dela?
● Epistemologias feministas - como fazer esse conceito ser reconhecido dentro da ciência?
● Memória, história e oralidade – todos esses saberes das civilizações, povo e territórios não estão
gravados nos livros, elas são passando de geração para geração através da oralidade. É a partir da
experiência de viver dentro do território que restabelecemos o vínculo afetivo, olfativo e de outros
sentidos;
● SABORANIA ALIMENTAR – é aquilo que herdamos como epistemologia popular. Conceito que temos
chamado de Sentipensar (pensar com o coração, mas também usar a cabeça);
● Agroecologia se articula em defesa da vida – disputar a ciência para pensar nessa relação, qual o
compromisso da ciência em defesa da vida? Que ciência queremos construir? e para que futuro? E para
que presente?
● A defesa da vida aqui numa perspectiva profunda, não só na relação humana mas na relação com todas
as formas de vida. Dimensão da agroecologia, como coexistência;
● Que a ciência que debatemos seja sentipensante, capaz de recompor o vínculo idiossincrático, que
pense a partir dos vínculos entre emoção, afeto e razão. Que escute que o coração é o núcleo
epistêmico dos sentidos;
● Pensar a construção de uma cientica ética passa tb por pensar uma ciencia anticolonial, antirracista,
antipatricarcal e anticapitalista.

Irene Cardoso - Universidade Federal de Viçosa (UFV)

● Gostaria de começar perguntando o que é essa ciência engajada que estamos discutindo aqui? E porque
estamos fazendo ciência engajada?
● Não sou socióloga, sou cientista do solo. Mas, nessa nossa caminhada tem algumas coisas que tomamos
como certa. Uma delas é que não gostamos dessa ciência convencional. Constatamos também que é
importante fazer ciência em diálogo com as sabedorias popular;
● Não sabemos ainda como fazer essa ciência – mas estamos aqui porque estamos no processo de busca
desse aprendizado;
● Ciência engajada é uma ciência feita com o povo que questiona a arrogância científica de pensar que o
conhecimento científico é o único válido;
● Paulo Freire – o conhecimento é produzido em diálogo: As instituições de pesquisa não resolvem
problemas e demandas populares. O que aprendemos com Paulo Freire é que os territórios têm
capacidade de produzir as próprias respostas;
● De onde vem nosso desejo de realizar ciência engajada?
1) A revolução verde traz como principal narrativa a ideia de que ia acabar com a fome do mundo.
Com o processo de modernização da agricultura “tudo que a gente sabia estava errado”. Mas,
não só isso. Tudo que a gente falava levava a gente preso, considerando o período de repressão
por ocasião da Ditadura;
2) Nós somos frutos da redemocratização desse país;

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3) Na década de 1970 – Paulo Freire escreveu o livro Extensão ou comunicação? – é a partir dessa
ideia que a Rede PTA busca a construção de práticas camponesas como bases para a atuação
das organizações;
4) Politica Nacional de Agroecologia participativa;
● A agroecologia é fruto da sistematização das experiências dos povos e comunidades tradicionais, com
destaque para as experiências do México;
● Um princípio importante é a sabedoria popular como bases para a construção do conhecimento
científico;
● Quando olhamos para os sistemas agrícolas tradicionais, precisamos da ajuda da etnociência – o corpus
como sendo a episteme, mas também o cosmo (artigo Laranjeiras, et. al.);
● A cosmovisão é muito importante – quando os agricultores/as perguntam: até quando vamos
envenenar nossa Mãe Terra? Isso tem muita espiritualidade. Ou quando falam que Deus não fez a
monocultura, fez tudo junto e misturado. Isso é princípio da cosmovisão;
● A história do fogo – a ecologia do fogo, sem o fogo as sempre-vivas não viveriam; a vida do solo é
alimentada por matéria orgânica e não por cinza. Essa é uma questão que ainda precisamos
amadurecer;
● Conhecimento Puri – sistemas agrícolas camponeses na Zona da Mata, formando mosaicos que não
foram estudados. Desafio: como estudamos essas paisagens tradicionais;
● Interdisciplinaridade entre ensino, pesquisa e extensão – mas, de que extensão estamos falando? Dessa
extensão que leva o conhecimento pronto e acabado ou de um que rompe com os muros da
universidade?
● Isso nos leva a questionar profundamente que assistência técnica e extensão rural estamos fazendo;
● Ciência hegemônica não está a serviço do capital, ela é o capital;
● Ciência tem institucionalidade, tem seus códigos, seus jeito de fazer. É isso que queremos fazer com os
saberes populares? Queremos institucionalizá-los?
● Para construir a ciência contra hegemônica não basta criar os ambientes de diálogos – mas esses
ambientes são importantes e não são feitos de forma isolada. O conhecimento é construído em
parceria. E para isso é preciso conhecer a música do Milton “o artista tem que ir aonde o povo esta”.
Mas, o cientista quer ir aonde o povo está?
● Precisamos criar os nossos ambientes e as nossas metodologias participativas – monitoramento
participativo, sistematização participativo das experiências com sistemas agroflorestais; intercâmbios
agroecológicos, troca de saberes, caravanas agroecológicas são ambientes que vão possibilitando a
construção dessa ciência engajada e contextualizada;
● É fundamental pensar nas nossas publicações, fazer disputa da ciência e para isso as publicações são
importantes; para socialização do conhecimento e dos resultados – que devem ser colocados a
disposição em múltiplas linguagens;

Elisa Pankararu - Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo
(APOIME)

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● Venho do território Pankararu no sertão de Pernambuco, quase às margens do rio São Francisco. No
passado, foi um espaço sagrado para meus ancestrais. Hoje foi tomado pelas barragens e seremos
expulsos do nosso território sagrado;
● Ciência Pankararu - Na infância não tive energia elétrica. Fui conhecer energia elétrica com 15 anos.
Trago essa lembrança porque havia uma palavra que era usada como algo extraordinário – a gente não
sabia o que significava ciência nesse contexto que está sendo posto aqui, como conhecimento
produzido na academia. Nenhum Pankararu havia pisado numa universidade. Então, para nós o que era
ciência? Era conhecer os períodos da chuva, as fases da lua, os cantos dos pássaros e daí saber o tempo
certo de plantar e colher. Era a experiência dos rituais sagrados sobre os tempos de caçar, de cortar
lenha. Isso era a nossa ciência;
● O que eu quero trazer com esse exemplo é que essa ideia das pessoas que não sabiam naquela época
escrever seu nome, tinha respostas “para os questionamentos científicos” a partir da observação;
● O que o CBA traz é extraordinário. A palavra ciência é colocada nesses dois campos de diálogo, de
interculturalidade. Isso me leva a pensar sobre quais desses conhecimentos tem visibilidade de fato?
● A agroecologia traz todas essas especificidades, da geografia, da história, etc. Quando eu trago essa
lembrança da minha infância é isso;
● A academia tem sua própria metodologia – ora abraçando, ora não os saberes populares;
● Conhecimento Indígena - Ao afirmar que determinado tempo, ao cortar a madeira, ela será boa para um
fim ou para outro é fruto de anos de observação, passados pelos nossos avós, bisavós. São esses
conhecimentos que passamos de geração para geração que chamamos de educação. De conhecimento
indígena;
● Qual a relação sobre quem tem a legitimidade na voz da ciência – de quem é a fala? Que fala será
validada? Essa ciência, ou essas ciências, trazidas pelas vertentes da agroecologia são belezas, culturas.
Mas, são também conflitos. E por ser conflitos, será de negação de direitos no campo das políticas
públicas;
● Sem feminismo não há agroecologia – pressupor pensar que nossas mulheres tb fazem ciência. Venho
de uma sociedade matriarcal, onde os sistemas de educação estão nas mãos das mulheres, que são
detentoras e portadoras de conhecimento. A isso chamo de agroecologia indígena;
● Nesse campo das práticas tradicionais, nesse território-morada de tantos seres, águas, plantas, rios,
seres sagrados, e todos os outros seres que vivem nesse espaço – quando a agroecologia vai abraçar a
cosmovisão? Quando vai abraçar o mundo dos sonhos?
● Não é apenas o campo da agroecologia que pressupõe esse diálogo. Há outros campos das ciências
humanas, sociais e naturais. Compreender essa relação com o cosmo e com a espiritualidade no campo
real. Não é apenas uma relação de exploração para uma sustentabilidade física, mas uma
sustentabilidade intelectual;
● Quem faz ciência? Essa é a pergunta que todas essas trajetórias nos trazem. É apenas ouvir os relatos
dos nossos? Ou para alterar as correlações de forças no campo dos direitos;
● Agroecologia como um campo da ciência que traz para si o que outras ciências não fazem. Mas, não a
faz sozinha, tem todo um conjunto de povos para levar junto com ela;
● A agroecologia é talvez uma das ciências mais importantes que devem ser tomadas para esse olhar de

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pertencimento. E não é apenas a academia que a carrega, mas todo um processo ancestral de povos
originários que a sustentam. Eu falo do lugar dos meus parentes indígenas, mas isso perpassa tb pela
luta das mulheres, pela luta antirracista, pela luta LGBTQIAPN+. Essa é a potencialidade que a
agroecologia nos propõe.

DEBATE

● Estamos em um campo que está para si uma responsabilidade enorme de construção coletiva, de
diálogo de saberes, de questionamento da ciência convencional;
● A agroecologia não cabe só mais ciência, prática e movimento. Alguns afirmam que esta ideia está
obsoleta. Mas, o que estamos movimentando como ciência?
● A cosmovisão não dualiza e não hierarquiza;
● Salve a sua ciência. Esse encontro da agroecologia com a ciência preta é uma possibilidade de buscar a
saída do caos, orientada por diferentes cosmovisão;
● Eu queria incorporar essa ciência. Eu quero falar dessa ciência. Mas, meu corpo está impregnado. A
gente precisa se desfazer dessa racionalidade dos conhecimentos e para isso a gente precisa trazer os
corpos;
● Como estamos percebendo esse diálogo? Está tendo diálogo dentro da academia?
● Como estamos nos descolonizando?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

● Precisamos entender nosso corpo para conhecer uma relação conectada. “Chulen” (ver como escreve)
filosofia maia;
● Corpo-território é a forma mais profunda de expressar a forma como as mulheres são afetadas pelas
diversas formas de violência;
● O diálogo de saberes tem sido algo que temos reivindicado. Mas, será que é mesmo uma forma
horizontal de diálogo? Será que estamos incorporando para a ciência acadêmica outras formas de fazer
ciência?
● Ouvimos aqui várias denominações para essa ciência que estamos construindo aqui. Então, uma coisa
que temos que fazer é considerar o plural “as ciências da agroecologia”.
● É importante a gente acreditar que o diálogo de saberes é possível na academia, pois se a gente não
acredita nisso não faz sentido a gente estar aqui. Vamos fazer o que na academia se a gente acha que o
diálogo de saberes não é possível nesses espaços;
● Ciências no plural – ciências diversas. As cosmovisões também são diferentes. Não dá pra generalizar.
Os povos indígenas falam: Todo indígena tem ciência, e onde ela está? No tronco do juremê, no tronco
do juremá;
● O que estamos chamando de ciências? Para nós, ciências são as diversas cosmovisões a serviço do Bem
Viver!

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Temas Transversais abordados em cada Se o tema Observações:
item: foi

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abordado
marque
um x:

1. Ações e Práticas de x Ouvir os povos e comunidades tradicionais chega como prática na


Conhecimentos construção do conhecimento agroecológico.

2. Princípios

3. Indissociabilidade/Inter/ x A Agroecologia é um conhecimento que se constrói essencialmente no


Transdisciplinaridade encontro de diversas áreas: agrárias, biológicas, humanas e sociais.

4. Território x O conhecimento agroecológico emerge dos territórios.

5. Resultados/ Avaliações e x A agroecologia se constrói a partir de várias epistemologias,


Impactos construindo assim ciênciaS (plural)

6. Comunicação e Estratégias x As imagens como estratégia de comunicação, usar outras linguagens


para desenvolver o ‘sentipensar’.

7. Cultura x A cultura popular como eixo trasnversal na construção do


conhecimento agroecológico.

8. Gênero x A presença das mulheres, e os conhecimentos que emergem na presença


e na liderança feminina se aproxima cada vez mais do mundo que
queremos construir.

9. Juventude

10. Saúde

11. Diversidade/Etnicidade x O ponto forte da Agroecologia enquanto ciência prática e movimento é


abarcar a diversidade em todas as suas dimensões, isso é desafiador ao
mesmo tempo que é o diferencial da cosntrução da ciência na
agroecologia.

12. Outras questões ou temas:

Percepções:
Como você percebe a ciência A ciência é o tema dessa conferência. A problemática de como a
nesse espaço? ciência agroecológica é construída, e quais os desafios que
Onde está a ciência? enfrentamos nesse momento histórico constrói o fio de debate
na conferência.

Como você acha que a ciência O debate foi justamente analisar e refletir como a ciência
poderia contribuir para essa agroecológica tem sido construída e se ela tem cumprido a sua
discussão/espaço? função social. A questão é: Qual ciência queremos?

Quais as políticas públicas que A discussão das políticas públicas aparece a partir de
emergiram neste debate? compreender se as demandas, e as verdadeiras necessidades
Onde estão as políticas públicas dos povos e comunidades tradicionais e camponeses têm sido
nesse contexto? atendidas. Ou seja, se nesse diálogo, e na construção desse

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conhecimento o fluxo: comunidade>assessoria>legisladores
tem sido seguida, e como essa construção tem sido feita, de
maneira verdadeiramente participativa. A apropriação dos
termos construídos pela ciência popular muitas vezes não são
usados e novos são elaborados a partir do acúmulo da
sabedoria popular.

Fortalecimento dos núcleos de agroecologia de agroecologia


Quais as estratégias para a (NEAS).
construção de políticas públicas
que foram apontadas?

A atividade possibilitou a O formato clássico de mesa, não favorece a participação de


participação dos presentes? muitas pessoas. Mesmo assim, no final 5 pessoas fizeram
Ela foi inclusiva? perguntas para as palestrantes.
Como e quais as metodologias
de participação foram
aplicadas?

Como o lema do Congresso É um desafio. Analisar a agroecologia como ciência e os saberes


“Agroecologia na Boca do tradicionais, base do conhecimento agroecológico, como
Povo” foi abordado nesta ciência. Fica o questionamento: Construímos AgroecologiaS?
atividade? Queremos batalhar para construir CiênciaS? No plural?

Principais pontos da discussão:

Principais Denúncias

● Ciência convencional – essa ciência se funda na lógica das separações (colonialidade do


saber), processo fruto da colonização. Os territórios passaram, por essa ótica, a ser povos
sem histórias e sem cultura – processo de ontocídio e epistemicídio profundo;
● Separação entre razão e emoção – “Penso, logo existo” (René Descarte). E, nesse penso
não há margem para as emoções, para os afetos;
● Ciência centrada numa lógica antropocêntrica – a ciência a serviço do ser humano – ou
como diz a nomenclatura, a serviço do homem (onde mulheres não existem). Uma ciência
subordinada à existência humana, desconsiderando outros seres;
● Paradigma civilizatório – instituído a partir do capitalismo e que tem usado a ciência a

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serviço do capital. Modelos de desenvolvimento vinculado ao capitalismo transnacional –
por exemplo: eólicas, energia solar, etc.;

Principais Anúncios

● Princípios da agroecologia como ciência engajada e popular:

Concepção ontológica e epistêmica do território como espaço de constituição do


ethos e de reprodução da vida – pensar o território desde as mulheres, as
ancestralidades, etc;

Memoria Biocultural dos conhecimentos e sabedorias ancestrais – esse processo é


fundamental quando estamos falando de uma ciência desde outros lugares, para
além da ciência convencional. Mas, espaços em que os saberes são passados de
geração para geração;

Agroecologia vinculada às lutas em defesa do território e dos comuns;

Sujeitos como construtores de conhecimentos, métodos e práxis da agroecologia;

Oficinas - Síntese e relato de atividades

Aprofundar a discussão sobre epistemologias da agroecologia para compreendermos que ciências


estamos construindo e com quem queremos construir. Avaliar a linguagem, quais palavras
queremos usar: ciência? Sabedoria? Conhecimento?
Se não queremos hierarquizar porque queremos que tudo seja ciência?
Qual ciência queremos disputar?

Ter cuidado para não nos dividir internamente por questões teóricas e perder força para lutar
contra o que realmente importa, o capital.

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