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VELOCIDADE E DESLOCAMENTO
Afonso Sousa, nº1; Afonso Dias, nº2; Rita Cavalinhos, nº18
Prof. Jorge Ramiro
Introdução Teórica
Tomemos como exemplo um
carrinho, com uma determinada massa ( m ),
que é largado de uma posição A, e desce um
fig. 1- plano
plano inclinado até atingir um plano inclinado
horizontal rugoso, passa pela posição B,
parando depois na posição C. Supondo que a resultante das forças de atrito é constante durante a travagem, o
carrinho apenas poderá variar a velocidade com que passa na posição B se alterar a posição A no plano
inclinado, sendo a velocidade média com que o carrinho passa na posição B calculada a partir da divisão da
Δx l
largura da tira opaca (l ) pelo tempo de passagem (t ), ou seja, Vm= = , pois em curtas distâncias pode
Δt t
assumir-se a velocidade média como velocidade instantânea.
As forças que atuam sobre o carrinho entre as posições B e C são o peso, que é uma força com
direção vertical e sentido de cima para baixo; a reação normal, com direção vertical e sentido de baixo para
cima, estas duas forças têm intensidades iguais por isso anulam-se; e a força de atrito, com direção horizontal
e sentido contrário ao de deslocamento; por fim a resultante das forças que atuam no corpo, terá a mesma
intensidade que a força de atrito, visto ser esta a única que apresenta valores não nulos. Ainda entre as
posições B e C, prevê-se que o movimento seja retilíneo e uniformemente retardado, visto que o carrinho está
a diminuir a velocidade, isto é, a velocidade e a aceleração têm sentidos opostos.
Sendo v 0 o módulo da velocidade inicial do carrinho no início do plano horizontal, e Δ x o módulo
do deslocamento neste plano, como nos mostra o referencial da figura 1, podemos concluir através dos
cálculos abaixo, realizados a partir do sistema formado pelas equações de posição e velocidade, que
2 ❑
v 0 ¿ 2 a . Δ x , sendo a o módulo da aceleração.
1
O gráfico da figura 2 poderá representar a relação v 0 2 ¿ 2 a . Δ x❑,
Material
● Plano inclinado (rampa)
● Craveira
● Carrinho com tira opaca
● Contador digital com célula fotoelétrica
● Fita métrica
● Suporte universal e garra
● Balança digital
Procedimento Experimental
1. Medimos a massa do carrinho com a balança analítica.
2. Medimos a largura da tira opaca com o auxílio da craveira.
3. Medimos a distância das posições (A, B, C, D e E) até ao plano horizontal, com uma fita métrica e
registámos as respectivas medidas.
4. Largamos o carrinho da posição A de modo à tira opaca passar no centro da célula fotoelétrica.
5. Registámos o tempo de passagem da tira opaca pela célula ( t ), que estava marcado no contador
digital.
6. Medimos, com a fita métrica, a distância desde a posição da célula até à posição onde o carrinho
parou no plano horizontal ( Δ x ).
7. Repetimos os procedimentos 4. a 7. mais duas vezes para a posição A.
8. Repetimos os mesmos procedimentos três vezes para cada uma das posições restantes (B, C, D e E).
Registo de Observações
m carrinho= 72,00g ± 0,01g
= 0,07200kg ± 0,00001kg
l tira opaca= 0,70cm ± 0,05cm
= 0,070m ± 0,005m
2
Posição t (ms) Δ x (m) distância ao plano horizontal (m)
6,894 0,820
A 6,733 0,854 0,542
7,014 0,779
7,279 0,677
B 7,509 0,660 0,474
7,411 0,752
8,219 0,544
C 8,520 0,536 0,396
9,026 0,458
11,281 0,301
D 11,140 0,309 0,270
10,649 0,330
14,984 0,179
E 13,717 0,212 0,210
13,140 0,225
Tratamento de Dados
3
fig. 3- gráfico 2
declive 1 ,24
a= ⇔ a= ⇔ a=0 , 62m s-2
2 2
FR=m. a ⇔ FR=0,072.0 ,62 ⇔ FR=0,0446 N
FR=FA ⇒ FA=0,0446 N
Conclusão
Esta atividade experimental permitiu-nos calcular a intensidade da resultante das forças que atuam
no corpo, ou seja, a intensidade das forças de atrito, e perceber o que esta causa num corpo em movimento
com uma dada velocidade inicial. Para isto, utilizamos o carrinho. Ao ser lançado de distâncias diferentes,
apresentou, logicamente, diferentes intervalos de tempo e consequentemente, diferentes velocidades iniciais.
A velocidade inicial do carrinho variou de acordo com a posição de lançamento. Logo, quanto mais distante o
carrinho estava da célula fotoelétrica, maior era a velocidade adquirida, devido à inclinação do plano. Isto
resultou numa redução de tempo entre o lançamento e a interrupção do feixe de luz. Desse modo, a distância
entre a posição inicial do carrinho e a célula fotoelétrica diminuiu, e o instante em que a tira opaca
interrompeu o feixe de luz foi cada vez maior. Podemos também confirmar que o movimento foi retilíneo e
uniformemente retardado, como tinhamos previsto.
A partir da equação da reta do gráfico, v 0 2=1,2387. Δ x+ 0,0095, foi possível determinar a
intensidade das forças de atrito, dividindo o declive por dois, para obter o valor do módulo da aceleração, pois
2 ❑
v 0 ¿ 2 a . Δ x . Assim, já possuindo o valor da massa do carrinho, calculámos a intensidade da resultante
das forças, que é igual à intensidade das forças de atrito, e o valor que obtivemos foi 0,0446 N.
Mesmo tendo obtido um coeficiente de determinação ( R2) muito próximo do 1, sendo este 0,9968,
podem ter ocorrido erros, tal como a tira opaca não ter passado no centro da célula fotoelétrica, o que pode
ter alterado alguns valores do tempo de passagem. Podem ter também ocorrido erros nas medições, tanto na
distância no plano horizontal como na massa do carrinho e largura da tira opaca. Além disso, o carrinho poderá
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ter adquirido velocidade inicial ao ser largado de uma determinada posição, alterando os resultados das
velocidades. Assim, podendo ter existido erros, a força de atrito pode não ter sido calculada com os valores
corretos.
Bibliografia
Ventura G., Fiolhais M., Fiolhais C. (2022) 11F. Texto, 104-106.