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Tribunal Do Juri TCC Pronto
Tribunal Do Juri TCC Pronto
A NECESSIDADE DA FUNDAMENTAÇÃO DE
VOTO DOS JURADOS NO TRIBUNAL DO JÚRI
GETULIO VARGAS/RS
2023
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GETÚLIO VARGAS / RS
2023
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ELABORADO POR
JEFFERSON JORGE DE SOUZA
COMISSÃO EXAMINADORA:
_______________________________________
Prof(a). M(a). Nome do orientador(a) – Orientador(a)
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – UNIDEAU
_____________________________________________
Prof.xxxx
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – UNIDEAU
_______________________________________
Prof.ª. xxxx
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai - UNIDEAU
GETÚLIO VARGAS / RS
2023
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Friedrich Nietzsche
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RESUMO
ABSTRACT
This Course Completion Work addresses the issue of the need to justify the vote of the
jurors within the scope of the popular jury, an institute enshrined in the Brazilian legal
system as a fundamental guarantee and expression of the democratic regime. The main
objective of this research is to analyze whether the popular jury trials fulfill the role that
justifies their existence, be it to guarantee the exercise of the democratic regime in all its
potentiality. The research question that guides this study is: Do jury trials fulfill the role
that justifies their existence, guaranteeing the exercise of the democratic regime in all its
potential, just because society is represented by lot? To answer this question, a critical
and reflective analysis will be carried out about the principles and fundamentals that
permeate the popular jury, as well as the possible implications arising from the absence
of reasons for the jurors' votes. The study will be developed through a bibliographical
review and legislative analysis, addressing historical and theoretical aspects related to
the popular jury institute and the need to justify judicial decisions. The importance of
popular participation in the administration of justice and in the realization of democratic
ideals will also be discussed. At the end of this work, it is expected to contribute to
broaden the discussions about the need to justify the jurors' vote in the context of the
popular jury, as well as to reflect on possible improvements and alternatives that can
guarantee greater effectiveness and legitimacy to the decisions made by this important
instrument. of popular participation within the scope of the Judiciary.
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 10
2 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................12
2.1 TRIBUNAL DO JÚRI: CONTEXTO HISTÓRICO NO BRASIL ...........................12
2.1.1 Tribunal do Júri na civil law .........................................................................12
2.1.2 A Importância Da Linguagem No Discurso De Expressão No Tribunal Do Júri
................................................................................................................................... 12
2.2 O Júri Como Direito E Garantia Dos Direitos Fundamentais 20
2.3 Princípios Constitucionais 23
2.4 Princípios Constitucionais Do Tribunal Do Júri 26
2.5 Tribunais Do Júri: Aspectos Gerais ................................................................28
2.6 A Vulnerabilidade Dos Jurados Diante Dos Fatores Internos E Externos Ao
Processo 31
2.6.1 Interferência Da Mídia Nos Julgamentos, Afetando A Livre Convicção 34
2.7 Livre Convicção Dos Jurados 38
2.8 Competências Do Tribunal Do Juri E Sua Importância Na Democratização Do
Ordenamento Jurídico Brasileiro 40
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 45
REFERÊNCIAS 47
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2 DESENVOLVIMENTO
previsto no artigo 157, parágrafo 3º, do Código Penal, é crime contra o patrimônio, não
sendo julgado pelo Tribunal do Júri, contrariando o senso comum (UTSCH, 2023).
No tribunal do júri atuam os jurados, cidadãos comuns que, diante dos
procedimentos a serem desenvolvidos previstos nos artigos 406 a 497 do Código de
Processo Penal, o CPP, decidem sobre a inocência ou culpabilidade dos réus (UTSCH,
2023). Com isso, é valido destacar que o Tribunal do Júri é composto por um juiz
togado, seu presidente, e por 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados, sete
dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento (NUCCI,
2014). A figura 1 demostra como é a estrutura de um tribunal de júri no Brasil.
prevalece até os dias de hoje. Sabe-se que o procedimento do júri segue o sistema
bifásico, onde, o Ministério Público oferece denúncia, juiz recebe, citação do réu para
defesa escrita, audiência una, debates, juiz poderá pronunciar; impronunciar;
desclassificar ou absolver sumariamente; e se pronunciar, intimação das partes para
apresentarem rol testemunhas e plenário (LOPES, 2023).
Para Ferreira (2020) a primeira fase do procedimento do júri nada mais é do que
o procedimento para verificar se a pessoa que está sendo processada deve ou não ser
submetida a julgamento pelo Conselho Popular (o Tribunal do Júri). O Ministério Público
(MP) oferece a denúncia contra o acusado, por cometer um crime contra a vida, o
acusado é citado para se defender, então, haverá audiências para oitivas de
testemunhas e também para ouvir o próprio acusado, que será interrogado.
Após, primeiro o Ministério Público, depois a defesa, apresentam seus memoriais
finais, que é a exposição das teses defendidas por cada uma dessas partes, e então, o
juiz togado proferirá sentença de pronúncia. Se, após colhida a prova, o juiz ainda
estiver convicto de que há, de fato, indícios suficientes de autoria e prova da
materialidade do crime (ou seja, prova de que o crime contra a vida ocorreu), o juiz
deve pronunciar o réu (FERREIRA, 2020).
Também se tem a sentença de pronúncia. Portanto, é o juiz togado dizendo que,
por tudo que foi apurado, o réu deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. Sentença de
Impronúncia, se o juiz entender que esses indícios de autoria não estão presentes ou
que o crime não ocorreu, ele, então, impronunciará o réu, o que significa que ele não
será submetido ao julgamento pelo tribunal do júri. Sentença de desclassificação, e se o
juiz entender que houve qualquer outro crime, mas não um crime contra a vida, ele
remeterá os autos para o juiz de uma vara comum, pois não será caso de julgamento
pelo procedimento especial do Júri (FERREIRA, 2020).
E por fim, a sentença de absolvição sumária, há também a possibilidade de o juiz
reconhecer que o réu, de fato, cometeu o crime. Mas se essa conduta estiver
acobertada por uma excludente de ilicitude, ou seja, o réu somente cometeu o crime
porque agiu em legítima defesa, ou em estado de necessidade, ou, ainda, estava no
estrito cumprimento de um dever legal ou no exercício regular de direito, o juiz
absolverá sumariamente o réu (FERREIRA, 2020).
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A ordem dos quesitos está prevista de forma muito didática no art. 483 do
Código de Processo Penal, que assim dispõe: Art. 483. Os quesitos serão
formulados na seguinte ordem, indagando sobre: I – a materialidade do fato; II –
a autoria ou participação; III – se o acusado deve ser absolvido; IV – se existe
causa de diminuição de pena alegada pela defesa; V – se existe circunstância
qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. A resposta negativa,
de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II
do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
Os países que abrangem a civil law são: Portugal, França, Itália e Espanha.
Assim como o Brasil, esses países também são regidos por leis e códigos. Para Rangel
(2012) a histórica da instituição do júri nasceu e progrediu na antiguidade, tornou-se
obscuro por um longo tempo até que a Magna Carta de 1215, na Inglaterra, o fez
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do Júri, pelo menos 8 assim decidirem (RANGEL, 2012). Portanto, no escabinato são
os jurados quem decidem a pena do acusado.
Sobre o Tribunal do Júri na Itália Nucci (2018, p. 129) descreve que:
ser prescritos, como é o caso da propriedade que poderá ser atingida pela usucapião
quando não exercida.
Historicidade: os direitos fundamentais são parte de um processo histórico,
adquiridos através de inúmeras revoluções no desdobrar-se da história. 4.
irrenunciabilidade: os direitos fundamentais são irrenunciáveis pelo titular. Entretanto,
existe a possibilidade de renúncia temporária, inalienabilidade: os direitos fundamentais
são intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis, não podendo ser desertados
(CANOTILHO, 2014). Contudo, existe a possibilidade de sua não atuação.
Inexauribilidade, O artigo 5°, parágrafo segundo da CF explica que os direitos e
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte, Concorrência: Os direitos fundamentais interagem entre
si, influenciando-se, havendo, assim, uma mútua dependência, visto que seus
conteúdos se vinculam e, por vezes, precisam ser complementados por outros direitos
fundamentais (CANOTILHO, 2014).
Aplicabilidade, os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata, não
podendo, sob nenhuma hipótese, ser postergados. A Constituição Federal determina
ser da competência dos poderes públicos a aplicabilidade imediata dos direitos e
garantias previstos em lei, Constitucionalização: Os direitos fundamentais são
os direitos positivados na Constituição de um país. Influem em todo o Direito, não só
quando tem por objeto as relações jurídicas dos cidadãos com os poderes públicos,
mas também quando regulam as relações jurídicas entre os particulares (CANOTILHO,
2014).
E por fim, a vedação ao retrocesso: Uma vez estabelecidos, os direitos
fundamentais não podem ser tomados de volta. Uma vez que é decorrente do sistema
jurídico-constitucional, entende-se que se uma lei, ao regulamentar um mandamento
constitucional, instituir determinado direito, ele se incorpora ao patrimônio jurídico da
cidadania e não pode ser absolutamente suprimido e a relatividade: Trata-se da
natureza relativa e limitada desses direitos (CANOTILHO, 2014). Por mais que
sejam imprescindíveis, eles podem ser limitados no caso concreto por outros Direitos
Fundamentais.
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forma do que dispõe o art. 5°, § 1°, da Constituição Federal (DALLARI, 2014). Por fim, a
efetivação dos direitos fundamentais, deve ser o compromisso ético do Poder
Judiciário.
Considerando-se o direito individual como aquele que se concretiza sozinho,
devendo o Estado apenas reconhecer a sua existência, como direito à vida, à liberdade,
à integridade física, e a garantia individual como aquela que depende da atuação
estatal para criá-la e assegurar o seu cumprimento, como ampla defesa, contraditório,
juiz natural (CAPEZ, 2014), pode-se concluir que as garantias se destinam,
basicamente, a assegurar a existência e preservação dos direitos.
Os maiores problemas de toda essa repercussão dos fatos gerados pela mídia
se dão com relação à manipulação midiática, que atinge os jurados que formarão o
conselho de sentença de um julgamento de crime cometido contra a vida. A informação
repassada à sociedade faz objeções da vida do acusado, incriminando-o e mostrando a
sua vida, particular de uma maneira distorcida, formando então a opinião errônea a
respeito da conduta deste (KOEHLER, 2010, p. 29).
Nessa ressalva, destaca-se que os pré-julgamentos são obstáculos perante os
crimes dolosos contra a vida. Tal influência é de fácil percepção dentro do tribunal do
júri, pois o conselho de sentença é formado por esses membros da sociedade, bem
como toda essa informação vendida pela mídia pode sim interferir na convicção do
jurado, induzindo-o ao preconceito generalizado pelos meios de comunicação.
Segundo as concepções de Tucci (2019, p. 89):
Indubitável é que a pressão da mídia produz efeitos perante o juiz togado, que
sente pressão pela ordem pública. Por outro lado, de maior amplitude é este
efeito sobre o júri popular, que possui estreita relação com a opinião pública
construída pela campanha midiática. É obvio, pois, que isto faz com que a
independência do julgador se dissipe não podendo este realizar um julgamento
livre por estar diante de uma verdadeira coação. Levar um réu a julgamento no
auge de uma campanha de mídia é levá-lo a
um linchamento, em que os ritos e fórmulas processuais são apenas a
aparência da justiça, se encobrindo os mecanismos cruéis de uma execução
sumária.
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Outro caso seria o da Daniela Perez, filha da renomada autora de novelas Glória
Perez, assassinada por seu ex-colega de trabalho Guilherme de Pádua e sua esposa,
com mais de 18 tesouradas em todo o corpo. A indignação popular, diante desse
episódio, resultou até na alteração da legislação penal, em decorrência de uma
iniciativa popular que culminou com a publicação da Lei 8930/94, responsável por
incluir no rol dos crimes hediondos o homicídio qualificado (LOPES FILHO, 2018).
Em 2008, outro caso de grande repercussão na imprensa foi o de Eloá Cristina
que, aos 15 anos de idade, foi assassinada pelo seu ex-namorado, Lindemberg Farias,
após ser mantida por mais de 100 horas em cárcere privado, juntamente com alguns
amigos. Várias emissoras de televisão se mantiveram presentes durante todo o
desenrolar dos fatos, cobrindo e transmitindo todos os acontecimentos, inclusive,
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Pois como não se deixar influenciar se o que eles fazem é justamente tentar
condenar de todas as formas? Como poderia jurados leigos, que não tem
acesso ao processo, não sabe do trâmite, não tem acesso a tudo o que foi
colhido até então, não conhece sobre as normas da lei, decidindo assim por
mera opinião própria, não se baseando no direito e na forma judicial de julgar,
tendo base no que viu na mídia e no depoimento das partes apenas o
depoimento com a acusação e defesa, utilizando-se da malicia para convencê-
los de sua tese? Seria essa a ideia de democracia? Colocar pessoas sem
conhecimento especifico para julgar um dos bens mais preciso do ser humano
que é o direito à liberdade? Seria esse o pensamento do legislador ao declarar
que o tribunal do júri seria clausula pétrea?
tem um desrespeito total a sua dignidade, tendo sua privacidade invadida e sua
condenação decretada (PRATES; TAVARES, 2018).
A impressão que a mídia transmite do crime e do criminoso é, em grande parte,
mais relevante aos jurados do que aquelas apresentadas no desenrolar do julgamento.
O fato de o júri decidir apenas por íntima convicção, não fundamentando sua decisão,
favorece ainda mais a que isso ocorra, de maneira que se torna obscuro visualizar
quais fatos apresentados foram decisivos durante a formulação do veredito.
A exposição dos motivos que levaram à decisão é imposta apenas aos juízes
togados. Aos jurados, cabe apenas responder sim ou não os quesitos formulados pelo
juiz presidente. Entretanto, isso não os afasta do dever de decidir com isenção e
imparcialidade. O que está em jogo é o futuro de uma pessoa, por isso os jurados não
podem se deixar manipular pelos segmentos mais fortes e organizados da sociedade.
Cabe a eles decidirem de acordo com as suas consciências e inteligências,
representando em suas decisões a opinião da sociedade e não a dos mais abastados.
Lopes Filho (2018) descreve que a finalidade do Tribunal do Júri é a de ampliar o
direito de defesa dos réus, funcionando-se como uma garantia individual dos acusados
pela prática de crimes dolosos contra a vida e permitir que, em lugar do juiz togado,
preso a regras jurídicas, sejam julgados pelos seus pares. Ao se desvencilhar do
conjunto probatório apresentado no processo, o Júri pode estar baseando o seu
convencimento em fatos dissonantes da verdade processual, apoiando-se em um pré-
julgamento realizado e amplamente divulgado pela mídia, desprovidos do
reconhecimento judicial.
manifestamente contrária a prova dos autos, visto que a falta da obrigação de motivar
seu veredito, pode levar o jurado a condenar o acusado sem demonstrar provas,
contrário ao que versa o princípio da presunção de inocência.
Além disso, as pessoas leigas estariam mais sujeitas a pressões exteriores,
influências políticas e econômicas, bem como não detêm as garantias orgânicas da
magistratura (OLIVEIRA, 2019). Os jurados não possuem conhecimento de processo,
ou conhecimento legal para compreender a complexidade jurídica.
Outro ponto a ser discutido, é o fato de o Conselho de Jurados não conseguir
distinguir as provas colhidas durante a fase de instrução e a prova colhida durante o
inquérito, visto que está pode não ser suficiente para a condenação, também levando
em conta não estar presente o princípio do contraditório na fase inquisitiva, não fazendo
distinção da prova judicializada daquela produzida no inquérito (LOPES JUNIOR,
2017). Outrossim, os jurados somente têm acesso ao processo no dia do julgamento, o
que os limita a julgar com base no que é trazido durante as sustentações.
Neste sentido, Lopes Júnior (2017, p. 458) destaca que:
Com isso, entende-se que o tribunal do júri faz parte das garantias individuas do
ser humano. Para Nucci (2011), garantia esta que não poderia ser a garantia à
liberdade, pois, seria uma proteção do delinquente, que atenta contra a vida do ser
humana. Tal situação viola o direito à vida, também coberto como garantia de direito
pela Constituição. O Tribunal do Júri, para Nucci (2018), é uma garantia ao devido
processo legal que, por sua vez, é uma garantia ao direito de liberdade. A Constituição
brasileira descreve que o Tribunal do Júri expressa claramente os direitos e garantias
fundamentais, ou seja, são a estrutura da instituição do júri no Brasil.
Azevedo (2017) descreve o Tribunal do Júri como uma garantia institucional, na
medida em que a constituição garante a existência e eficácia do Tribunal do Júri, como
também por significar, indiretamente, a proteção da liberdade individual, já que seu
processo diferenciado, caracterizado por uma defesa plena e por sua própria
significância enquanto instituição popular e democrática, consiste num evidente
instrumento de proteção do indivíduo frente ao Estado. Portanto, é essencial, selecionar
as pessoas que irão compor o júri, pois estas devem ser integras, honestas e corretas.
Para Campos (2018), por mais que sempre tenha havido quem, com fortes
argumentos, desaprovasse o Tribunal do Júri, é fato que a instituição tem feito parte da
história constitucional do Brasil, e, certo ou errado, foi trazido pela Constituição da
República de 1988 para dentro do rol de direitos e garantias fundamentais expressas no
artigo 5º. Sendo assim, nota-se que o júri ou suas decisões, refletem a vontade do
povo.
Os juízes populares, que julgam secundum conscientiam são livres no exame do
fato, podendo usar do critério da reprobavibilidade como expressão do sentido moral
médio, sem as amarras a que o magistrado se submete jungido, como está à lei. E a lei,
como é notório, tem o passo trôpego, acompanhando lentamente a evolução social, de
que o juízo de reprovabilidade é reflexo imediato (NUCCI, 2018).
No entanto, a soberania dos vereditos justifica-se por não poder a decisão
coletiva dos jurados ser mudada em seu mérito por um tribunal formado por juízes
técnicos, nem pelo órgão de cúpula do poder judiciário, e nem pelo Supremo Tribunal
Federal (CAMPOS, 2018). Nessa ressalva, destaca-se que pelo fato da existir o tribunal
do júri estuda-se e demostra-se os instrumentos utilizados para que se concretize as
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garantias e os direitos fundamentais, motivo pelo qual a diferenciação entre uma e outro
é apontada, bem como são demonstrados os instrumentos utilizados, a fim de
assegurar os direitos fundamentais, pois, o julgamento pelo júri tanto uma garantia
como um direito fundamental.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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