Você está na página 1de 52

CENTRO DE APOIO E ACOLHIMENTO PARA

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA


CENTRO DE APOIO E ACOLHIMENTO PARA PES-
SOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

BEATRIZ DE HOLANDA GOMES DA SILVA


UNIVERSIDADE SÃO JUDAS
ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
ORIENTADORA TFG 1: ADRIANA BELLEZA
ORIENTADORA TFG 2: MIGUEL
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre me manter no cami-
nho certo, sem ele eu não chegaria até aqui.
A minhafamília, minha mãeSandra, meu pai Josée minha
irmã Brenda, sem eles e a todo o apoio recebido eu não
teria tido a oportunidade de chegar aonde eu cheguei.
Aos meus amigos de faculdade, Andressa No-
gueira e Thomas Berbel, que me deram toda
a ajuda e suporte necessário nessa caminha-
da, e fazem parte da minha vida diariamente, que
não se limitou apenas ao mundo universitário.
Etambém a minha professora orientadora Adriana Belle-
“A arquitetura deve estar a serviço da dignida- za e o corpo docente da Universidade São Judas por todo
de e sempre na defesa dos direitos humanos. Os di- o conhecimento durante a minha jornada acadêmica.
reitos humanos e a dignidade, por sua vez, necessi-
tam da arquitetura para se fazerem presentes na vida.”

Padre Júlio Lancellotti


RESUMO ABSTRATC

Este trabalho trata da implantação de um centro de This essay deals with the implementation of a su-
apoio e acolhimento para pessoas em situação de pport and reception center for homeless people
rua, que vivem em São Paulo, especificamente na living in São Paulo, specifically in the central area
área central da cidade. Tem como objetivo compre- of the city. It aims to understand the characteris-
ender as características e necessidades dessa po- tics and needs of this population, bringing solu-
pulação, trazendo soluções para os problemas que tions to the problems they have been facing, not
eles vêm enfrentando, não somente acolhendo, mas only helping, but also working so that they can re-
também trabalhando para que consigam se rein- -enter society, recovering their identity as an indi-
serir novamente na sociedade, recuperando sua vidual person. As a result, research and technical
identidade como indivíduo. Para isso, foram realiza- in-depth studies were carried out on the subject
das pesquisas e aprofundamentos técnicos sobre o for a better understanding, and thus design a
tema para melhor entendimento, e assim projetar um welcoming environment that offers several servi-
ambiente acolhedor, que ofereça diversos serviços ces that help these people in a more humane way.
que atendam essas pessoas de forma mais humana.

Palavras-chave: apoio, aco- Keywords: support, reception and social reintegration


lhimento e reinserção social.
IMAGEM 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28 – Disponível em <https://www.
archdaily.com/189376/bud-clark-commons-holst-architecture>
LISTA DE IMAGENS
Autor: Desconhecido

IMAGEM 1 – Disponível em <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-


-humanos/noticia/2016-06/moradores-de-rua-aprovam-albergue-tem-
porario-em-sao-paulo>
Autor: Desconhecido

IMAGEM 2 – Disponível em < https://www.brasildefato.com.


br/2016/06/22/por-que-nem-todos-os-moradores-de-rua-querem-ir-
-para-albergues-no-frio/ >
Autor: Desconhecido
IMAGEM 3, 4, 5 ,6 ,7 , 8, 9 e 10 – Disponível em <http://www.loebcapote.
com/projetos/19>
Autor: Desconhecido

IMAGEM 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 – Disponível em < https://www.arch-
daily.com/115040/the-bridge-homeless-assistance-center-overland-
-partners>
GRÁFICO 8 – Gráfico autoral com informação disponível em <

LISTA DE GRÁFICOS https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_

SMADS_SP.pdf>
GRÁFICO 1 – Gráfico autoral com informação disponível em < GRÁFICO 9 – Gráfico autoral com informação disponível em <
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_ https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_
SMADS_SP.pdf> SMADS_SP.pdf>
GRÁFICO 2 – Gráfico autoral com informação disponível em < GRÁFICO 10 – Gráfico autoral com informação disponível em <
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_ https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_
SMADS_SP.pdf> SMADS_SP.pdf>
GRÁFICO 3 – Gráfico autoral com informação disponível em <

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_

SMADS_SP.pdf>

GRÁFICO 4 – Gráfico autoral com informação disponível em < LISTA DE ABREVIATURAS


https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_

SMADS_SP.pdf>
FIPE- Fundação Institucional de pesquisas econômicas
GRÁFICO 5 – Gráfico autoral com informação disponível em <
SMADS- Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_
MNPR- Movimento Nacional da População em Situação de Rua
SMADS_SP.pdf>
DUDH- Declaração Universal dos Direitos Humanos
GRÁFICO 6 – Gráfico autoral com informação disponível em <
PIDCP- Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_
PIDESC- Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais
SMADS_SP.pdf>

GRÁFICO 7 – Gráfico autoral com informação disponível em <

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_

SMADS_SP.pdf>
SUMÁRIO
6. ÁREA DE INTERVENÇÃO 69
6.1 Bairro da Luz 70
1. INTRUDUÇÃO 15 6.2 Terreno 71
1.1 Justificativa 17 7. PROJETO 81
1.2 Objetivo 18 7.1 Sobre o projeto 83
1.3 Publico – Alvo 21 7.2 Programa e projeto 84
2. CENÁRIO DA POPULAÇÃO DE RUA EM SÃO PAULO 23 8. BIBLIOGRÁFIA 100
2.1 Caracterização Demográfica 24
2.2 Trabalho e Renda 26
2.3 Vínculos Familiares 28
2.4 Preconceito e Violência 30
2.5 Escolaridade 31
2.6 Direitos 32
3. ÁREAS DE OCUPAÇÃO 35
4. ALBERGUES E ABRIGOS EXISTENTES 41
4.1 Serviços oferecidos pelo governo 46
5. ESTUDOS DE CASO 49
5.1 Oficina Boracea 50
5.2 The Brigd Homeless Assistence Center 54
5.3 Bud Clark Comms 62
1. INTRODUÇÃO

15
dono familiar, preconceitos, rela-
cionamentos abusivos, violência
física e psicológica, desigualdade
1.1 JUSTIFICATIVA
social, pessoas que se encontram
O Brasil é um país que sofre em extrema pobreza, falta de vín-
com inúmeros problemas sociais, culos familiares, problemas com
um deles é o grande número de álcool e drogas entre vários outros.
pessoas em situação de rua; esti-
ma-se que desde 2012 essa popu- E diante de várias justificati-
lação cresceu 140%, chegando em vas, é possível notar a falta de em-
março de 2020 a quase 222 mil penho do poder público em dar a
brasileiros nas ruas de todo o Brasil. devida atenção para essa crise que
é tão atual e notória, faltando ser-
Além do impacto econômi- viços sociais que ofereçam o mí-
co pós pandemia, que levou ao nimo de ajuda necessária. E mes-
aumento de pessoas em situação mo quando há ajuda e projetos de
de rua, existem alguns outros mo- contingência, ainda assim, os ser-
tivos que retratam a causa desse viços prestados são desproporcio-
cenário, como por exemplo: de- nais ao número de necessitados.
semprego, falta de moradia regu-
lar, doenças mentais, instabilidade Perante a estas circunstân-
econômica e emocional, aban- cias esta monografia trará como

17
tema central um CENTRO DE APOIO
E ACOLHIMENTO PARA PESSOAS
A falta de documentos dificulta a
EM SITUAÇÃO DE RUA, localizado 1.2 OBJETIVO
identificação desses indivíduos e
no bairro da Luz, a fim de propor-
Na cidade de São Paulo, de impossibilita o acesso aos recur-
cionar um ambiente para prote-
acordo com o censo da popula- sos públicos de saúde e acompa-
ger, acolher e ajudar essa popu-
ção de rua, mostrou que o núme- nhamento, além da discriminação
lação a se reintegrar à sociedade.
ro de moradores de rua aumen- social por conta de toda a situação
tou em 31% nos últimos dois anos. vivenciada por essa população.

As pessoas que vivem nessas cir- Após as análises feitas sobre a si-
cunstâncias, se tornam pesso- tuação de vida das pessoas em
as invisíveis, e possuem grandes situação de rua, o objetivo desta
chances de adquirir problemas monografia é realizar um projeto
de saúde graves tanto físicos e trazer através da arquitetura um
como psicológicos ficando com- local onde esse público possa ser
pletamente vulneráveis e ins- acolhido de maneira adequada, um
táveis. Além disto, há grandes espaço com o suporte necessário
chances de que se tornem de- para que se tornem novamente
pendentes químicos, por con- vistas como parte da sociedade.
ta da realidade em que vivem e
sentem necessidade de ameni-
zar essas dores de alguma forma.

18 19
tilham de realidades diferentes.
1.3 PÚBLICO ALVO Além da pobreza ser constante,
em alguns casos esses indivídu-
A realidade da população que
os possuem um emprego, mas
moram nas ruas é um fenôme-
não conseguem ter uma moradia.
no global, que envolve não só
os aspectos sociais como tam-
Muitas dessas pessoas que vi-
bém econômicos, políticos, psi-
vem nessas situações um dia já
cológicos e urbanísticos. A ca-
tiveram um trabalho formal, um
racterística dessas pessoas
lar ou até mesmo uma família e
baseia-se em idade, cor, sexo,
por conta de más situações ou
escolaridade e local de origem.
escolhas, e sem meios econô-
micos necessários, acabaram
O perfil de quem utiliza a rua como
por ficar sem residência física.
moradia é bem complexo, pesso-
as que foram abandonadas pela
O projeto será desenvolvido
família, que tem problemas men-
para moradores de rua, para
tais, desempregados, ex - presi-
pessoas que precisem ou es-
diários, dependentes químicos, e
tejam à procura de assistên-
que apesar de se encontrarem na
cia, serviços e acolhimento.
mesma situação de rua, compar-

21
2. CENÁRIO DA POPU-
LAÇÃO DE RUA EM
SÃO PAULO

23
2.1 CARACTERIZAÇÃO
DEMOGRÁFICA crescimento constante e 8.570 negra. A população é predomi-
fazem uso dos serviços de aco- nantemente brasileira composta
lhida oferecidos pelo governo. apenas por 1,6% de estrangeiros,
Conforme as análises de pesqui-
Os moradores de rua são predomi- entre os quais não utilizam os ser-
sas realizadas pelo FIPE em 2015
nantemento do gênero masculino, viços de acolhimento, já os “aco-
são consideradas pessoas em si-
tanto entre os que habitam nas lhidos” o número sobe para 7%.
tuação de rua aqueles que utili-
ruas como os habitam em alber- Quanto ao local de origem, em
zam de forma temporária ou per-
gues. O gênero feminino apresen- ambas situações a quantidade de
manente os espaços da cidade
ta um grau maior de vulnerabili- migrantes, chega por volta de 70%.
(ruas, praças, marquises, baixos
dade, pois são as que mais sofrem gráfico 2 -
de viadutos), e lugares abando-
situações de violência A faixa etá-
nados como terrenos baldio, ce-
ria dessa população se identifi-
mitérios e carcaça de veículos.
ca majoritariamente em adultos
Também são considerados mora-
com média de 31 a 49 anos, segui-
dores de rua aquelas que utilizam
da pelos jovens de 18 e 30 anos.
centros de acolhida como alber-
gues, públicos ou entidades so-
Referente a cor e raça conferido
ciais. A pesquisa mostrou nesse
pelos pesquisadores, prevalece a
mesmo ano que cerca de 15.905
cor parda, quase metade da po-
estão nessa situação de rua no
pulação, seguida pela população
município de São Paulo, com um
gráfico 1
gráfico 3

24 25
2.2 TRABALHO E
RENDA
de “empregados” bem maior,
com ou sem registro formal.
Em relação aos trabalhos remu-
Muitos desses indivíduos não
nerados, grande parte da popu-
possuem documento de identi-
lação obtém dinheiro através das
ficação, um local para deixar os
atividades classificadas como
poucos pertences e nem com-
“informais”, atividades em área
provante de residência, o que di-
de construção civil, serviços de
ficulta a obtenção de empregos
limpeza/cozinha, ajudantes em
formais e o acesso aos serviços gráfico 5
geral, comércio formal, serviços
e programas governamentais.
de zeladoria, portaria ou vigia,
serviços de transporte, comér-
cio ambulante, catadores reci-
cláveis, artesanato, flanelinhas e
lavagem de carro, e apenas pe-
quena parte tem trabalhos fixos.
O censo de população de rua
de 2015 informa que os indiví-
duos que frequentam os cen-
tros de acolhida têm uma taxa
gráfico 6
gráfico 4
26 27
2.3 VÍNCULOS
FAMILIARES
de 2000, houve um aumento no
número de moradores que tem
A população de rua no geral tem
companheiros nas ruas. Também
vínculos familiares interrompi-
foi constatado que cerca de 60%
dos ou fragilizados, conforme as
desta população tem filhos, mas
pesquisas feitas pelo FIPE ape-
poucos vivem nas ruas com seu
nas 25,9% dos entrevistados de-
pais, o número de mulheres com gráfico 7 gráfico 9
clarou viver sozinho, e 69% de-
filhos nas ruas é considerado bai-
clarou viver com algum familiar
xo, porém é um fator presente.
antes da situação de rua. Estima
- se que 61% possuem parentes
na cidade, porém, não convivem
com eles, a maioria vive sozinho.
Esses moradores tem uma origem
bem diversificada, pouco me-
nos da metade nasceu na cidade
de São Paulo, e muitos vieram de
municípios próximos, outros esta-
dos, ou até mesmo outros países. gráfico 8 gráfico 10

Em comparação com o censo

28 29
2.4 PRECONCEITO E 2.5 ESCOLARIDADE
VIOLÊNCIA
cial civil e militar, agentes de lim- quentemente a reinserção social.
peza, pedestres, comerciantes,
A grande maioria dessa popula- De acordo com a pesquisa feita
segurança privada, pedestres e
ção de rua sofre discriminação/ pelo FIPE, 95% dos moradores de
até por outros moradores de rua.
preconceito por conta dos proble- rua chegaram a frequentar es-
mas de aparência, comportamen- colas. O estudo mostra que 46%
to e higiene, que se encontram passaram pelo ensino fundamen-
fora dos padrões da sociedade. tal, mas interromperam os estu-
Eles são submetidos a humilha- dos no ensino médio, e apenas
ções por serem impedidos de fre- 16% conseguiu concluir e etapa da
quentar lugares públicos como educação básica. A taxa de anal-
shopping, bares, bancos e até fabetismo é mais alta entre as mu-
mesmo órgãos públicos. Como lheres do que entre os homens.
se não bastasse a discriminação, Quanto aos centros de acolhi-
sofrem também com outras for- da, 93% dos abrigados afirmaram
mas de violência, relacionadas a saber ler e escrever e 7% corres-
agressões verbais e físicas, abu- ponde a parcela dos analfabetos.
sos, roubo, furtos e entre outros, A falta de educação acaba tor-
essas violências partem de diver- nando distante as chances no
sos tipos de pessoas como poli- mercado de trabalho, e conse-

30 31
2.6 DIREITOS
_Pacto Internacional de Direitos _Pacto Internacional de Direi-
São direitos de todos os cidadãos, Econômicos Sociais e Culturais tos Civis e Políticos (PIDCP): Ar-
principalmente moradores de rua: (PIDESC): Artigo 11, parágrafo 1º: tigo 17, parágrafo 1º: “Ninguém
“Os estados partes no presente poderá ser objeto de ingerên-
Declaração Universal dos Direi- Pacto reconhecem o direito de cias arbitrárias ou ilegais em sua
tos Humanos (DUDH): Artigo 25, toda pessoa a um nível de vida vida privada, em sua família, em
parágrafo 1º “Todo ser humano adequado para si próprio e para seu domicílio ou em sua corres-
tem direito a um padrão de vida sua família, inclusive à alimenta- pondência, nem de ofensas ile-
capaz de assegurar a si e a sua ção, vestimenta e moradia ade- gais à sua honra e reputação”.
família saúde e bem-estar, inclu- quadas, assim como uma melho-

sive alimentação, vestuário, ha- ria contínua de suas condições de - Declaração Universal dos Di-
bitação, cuidados médicos e os vida. Os Estados-partes tomarão reitos Humanos (DUDH): - Pac-
serviços sociais indispensáveis, medidas apropriadas para asse- to Internacional de Direitos Ci-
e direito à segurança em caso gurar a consecução desse direi- vis e Políticos (PIDCP) ³- Pacto
de desemprego, doença, invali- to, reconhecendo, nesse senti- Internacional de Direitos Econô-
dez, viuvez, velhice ou outros ca- do, a importância essencial da micos Sociais e Culturais (PIDESC)
sos de perda dos meios de sub- cooperação internacional fun-

sistência fora de seu controle.” dada no livre consentimento”.

32 33
3. ÁREAS DE
OCUPAÇÃO

35
As áreas ocupadas pela população Isso se dá também por motivos de
de rua estão localizadas no centro terem companheiros na região, se
de São Paulo. Segundo o censo de sentirem livres e acomodados, por
2015, 80% dessa população se en- terem a facilidade de encontrar
contra nas subprefeituras da Sé, trabalhos, de ter serviços que aten-
Mooca, Lapa, Tucuruvi, Pinheiros, dem as pessoas em situação de
Santo amaro e Vila Mariana. A es- rua no entrono, se sentirem segu-
colha desses locais para dormirem ros, gostar do local, ou até mesmo
está ligada ao fluxo de pessoas, ter conseguido uma vaga em um
segurança, luminosidade e proxi- centro de acolhida na região. Pro-
midade com algum tipo de ganho. curam sempre manter um espaço
limpo, sem juntar lixo e sem usar
Foi analisado sobre as permanên- para fazer necessidades fisiológi-
cias e trocas de localidade, que a cas, fazendo assim a sua estadia
maioria dessas pessoas continuam ser duradoura o máximo possível.
dormindo ou morando na mesma
região em que começaram a ficar Os que se locomovem com mais
em situação de rua em são Paulo. frequência, os motivos são muitas
vezes por brigas com outros mo-

fonte:FIPE

36 37
radores de rua, falta de segurança, sentem de fato no espaço urbano,
ameaças de morte, ter cansado do pois durante o dia são ignoradas.
lugar, irem em busca de trabalhos,
gostar de andar, por falta de vagas
nos centros de acolhida da região
ou conhecer lugares diferentes.

Um grande problema dessa ocu-


pação em lugares com grande
circulação de pessoas é que es-
sas áreas acabam sendo evita-
das pelas pessoas socialmente
estabelecidas e causam um cer-
to incômodo. Uma das formas de
evitar esse tipo de situação é se
acomodarem em determinador
horários do dia, geralmente a noi-
te pois é um horário com pouco
fluxo de pessoas, e assim eles se

fonte: FIPE

38 39
4. ALBERGUES E
CENTROS DE CONVI-
VÊNCIA

40 41
blema. As vagas oferecidas (9.453)
ALBERGUES E CENTROS DE é inferior à quantidade de pesso-
CONVIVÊNCIA
as que moram nas ruas (15.905).
Alguns motivos que incomodam
Apesar de existir uma melhora essa população é a falta de liber-
nos diversos programas que tem dade devido as restrições de horá-
a intenção de acolher e abrigar rios, a proibição do uso de álcool e
disponibilizados pela prefeitu- drogas no local, as condições dos
ra, uma grande parte da popu- espaços em relação a higieniza-
lação não utiliza o sistema por ção, falta de privacidade, falta de
conta das diversidades da qual acessibilidade, falta de infraestru-
incomodam e promovem a insa- tura relacionada ao alto número de
tisfação, e que acaba provocan- pessoas a serem atendidas - im-
do a volta desses individuas as possibilitando um tratamento ade-
ruas, porque nem sempre é fácil quado -, furtos e violências partin-
para eles se adaptarem as regras. do de outros usuários, entre outros. imagem 1
Albergue da cidade de São Paulo
A princípio podemos destacar que Outro problema relatado é a
em São Paulo, os albergues e casas impossibilidade de permane-
de convivência parecem insufi- cer com seus pertences, carro-
cientes tanto para a compreensão ças e animais, que muitas vezes
quanto para resolução desse pro- são seus únicos companheiros.

42 43
Em 2006 foi realizado pelo FIPE na sociedade por meio dos progra-
uma pesquisa com o objetivo mas oferecidos nesses abrigos,
de avaliar os serviços de aloja- podendo perceber assim a quali-
mento na cidade de São Paulo, dade dos abrigos e os problemas
84% do número de vagas ofe- mais recorrentes que precisam
recidas são destinados a ho- ser ajustados. Com o auxílio da ar-
mens e que existe uma média de quitetura, seria possível resolver
22,4 camas em cada dormitório. com espaços funcionais e areja-
Essa análise apontou que gran- dos, juntamente a uma revisão das
de parte dos albergues e cen- regras estabelecidas atualmente.
tros de convivência não pos-
suem áreas externas e nem
áreas verdes, entretanto, 64%
dos estabelecimentos possui
áreas externas para atividades.
Conclui-se segunda as pesquisas
imagem 2
que apenas 25% dos albergues da Quarto coletivo de albergues
cidade são considerados bons e
25% são considerados ruins, e pou-
cas pessoas consegue se reinserir

44 45
4.1 SERVIÇOS OFERECI-
DOS PELO GOVERNO nica: Espaço destinado a minis- - Serviço de Inclusão Social e Pro-
urgentes da Assistência Social.
O (SEAS) Serviço Especializado de tração de cursos de áreas como dutiva: São oferecidas oficinas de
Em São Paulo, a Secretaria Muni- construção civil, elétrica, ca- qualificação e capacitação, que
Abordagem Social às Pessoas em
cipal de Assistência e Desenvolvi- beleireiro, pintura e manicure. tem o intuito de promover a rein-
Situaçãode Rua, presta algunstipos
mento Social (SMADS) possui uma serção profissional. Aqui se con-
de serviços à população, são eles:
rede de atendimentos voltados - Espaço de Convivência: Espa- centra também o núcleo de ca-
- Núcleo de Convivência para
para a população adulta em situa- ço destinado à atividades de tadores de materiais recicláveis.
Adultos - Tendas: Área voltada à
ção de rua, mantendo um contro- cultura e lazer, no qual está in-
promoção da socialização entre o
le e supervisionamento das vagas serido um membro da assis-
grupo, com foco na reintegração
oferecidas. O Centro de Referên- tência social, que orienta e en-
social por meio de vínculos inter-
cia e Assistência Social (CRAS) caminha o indivíduo para a
pessoais, familiares e comunitá-
introduz os indivíduos nesse sis- retirada de seus documentos.
rios. Também oferece alimentação
tema; O centro de Referência Es-
e um espaço para lavar roupas.
pecializado de Assistência Social –Núcleo de Convivência com Res-
(CREAS) oferece auxílio às pes- taurante Comunitário: Esse es-
- Bagageiro: Espaço destina-
soas em situação de rua, permi- paço se destina à distribuição
do ao armazenamento segu-
tindo que elas entrem na rede; O de alimentos que antes eram
ro e temporário de pertences.
Centro Permanente de Emergên- entregues por ONGs nas ruas
cia (CAPE) supervisiona o acolhi-
- Centro de Capacitação Téc-
mento, e atende as ocorrências

46 47
5. ESTUDOS DE CASO

49
5.1 OFICINA BORACEA

imagem 4

imagem 3

Autor: Loeb Capote Arquitetura e para serviços de acolhimento e


Urbanismo atenção à população em situa-
Local: Barra Funda - SP 2002/2003 ção de rua que atua 24h por dia.
Está localizado na Barra Fun-
Oficina Boracea é um projeto re- da em um terreno de 90.000m²
ferencial que foi criado pela pre- e tem 17.000m² de área cons-
feitura de São Paulo, na gestão truída, foi uma readaptação de
da Marta Suplicy, direcionado antigos galpões de transporte.
imagem 5

50 51
PROGRAMA ESPAÇO

O programa oferece diversos ti-


pos de serviços, como dormitó- A arquitetura do local consiste
rios, abrigo especial para ido- em uma readaptação de uma es-
sos, núcleo de atendimento aos trutura existente, onde os arqui-
catadores, restaurante - escola, tetos adotaram como partido a
lavanderia - escola, sala de in- especialização do programa em
ternet livre e cursos de infor- uma forma horizontal e fluida.
imagem 9
mática, cursos de alfabetização
imagem 6
para adultos, horta comunitária.

imagem 7 imagem 8 imagem 10

52 53
PROGRAMA
5.1 THE BRIDGE HO-
MELESS ASSISTANCE O projeto apresenta um progra-
ma variado que oferece dormi-
tórios (incluindo dormitórios ao
ar livre), higienização, lavande-
ria coletiva, refeitório, setor de
apoio para saúde mental e físico,
espaços de aconselhamento mé-
dico, biblioteca, setor para crian-
ças, espaços para cuidados ani-
imagem 12
mais, escritórios de advocacia.

imagem 11

O The Bridge Homeless Assisten- tural Entry”, foi projetado pelo es-
ce Center é um centro de assis- critório Overland Partners Archi-
tência para pessoas em situações tects, está localizado no centro
de rua, considerado um proje- de Dallas no Texas e conta com
to modelo mundial de design de uma área de 75.000m², abrangen-
centros de acolhimentos e lares, do ainda grandes áreas externas.
ganhou o prêmio ‘Best Architec-
imagem 13

54 55
ESPAÇO
núcleo de circulação vertical. E
nas áreas de acomodação no su-
Distribuído em cinco edifícios, o
perior cria-se uma sensação de
projeto forma um pátio central
abrigo, privacidade e segurança.
que cria um ambiente externo
com áreas verdes e amplia os es-
paços de descanso e convivência.
A distribuição dinâmica é disposta
em um edifício de recepção, áre-
as públicas e serviços nos primei-
ros pavimentos e nos superiores
imagem 15
os abrigos; têm também um local
para estocagem e depósitos e o
refeitório que é o foco principal TÉRREO
que está localizado no pátio cen-
tral, seguido de um edifício que foi
adaptado para abrigos ao ar livre.
A maior parte dos blocos estão
no térreo, criando uma forte co-
nexão com a praça aberta, além
imagem 14
de eliminar a necessidade de um

56 57
imagem 16 imagem 17

PRIMEIRO PAV. SEGUNDO PAV.

58 59
imagem 18

IMPLANTAÇÃO

imagem 19

60 61
PROGRAMA

5.3 BUD CLARK COM-


O projeto oferece serviços de saú-
MOS CENTER
de, lavanderia, biblioteca, oficinas,
suporte em casos de reabilitação
de drogas e álcool, recepção 24h
com acesso controlado, abrigo
temporário com 90 leitos para
moradores de rua e 130 aparta-
mentos estúdios para mulheres e
homens de renda muito baixa que
imagem 21
procuram moradia permanente.

imagem 20

O Burd Clark é um edifício de 106.000m², que está localizado em


Portland – EUA. O seu programa consiste em fornecer moradia
permanente e acessível, e serviços de recursos comunitários.

imagem 22

62 63
ESPAÇO outros usos futuramente, como
acomodação estudantil ou para
Os pavimentos foram divididos idosos e ate mesmo um hotel.
de acordo com os usos, no tér-
reo e no 1º pavimento estão lo-
calizados as áreas públicas de
acesso coletivo e abrigos tempo-
rários, e nos pavimentos superio-
res estão as áreas de acolhimento.
A circulação vertical é feita atra-
imagem 23
vés de dois núcleos e uma escada
mais informal para os pavimentos.
Já a circulação horizontal é re-
alizada por corredores centrais
com os espaços círculares. Outro
partido adotado foi a concep-
ção de uma estrutura e layout que
podem potencialmente abrigar

imagem 24

64 65
imagem 25 imagem 26 imagem 27 imagem 28
6. ÁREA DE
INTERVENÇÃO

68 69
6.1 BAIRRO DA LUZ 6.2 TERRENO
com oseu caféque atraia a elite pau- Seu entorno é marcante por con-
listana para encontros e reuniões. ta do seu caráter simbólico, é um
O Bairro da Luz era interessan- Porem com a chegada da indústria O terreno escolhido está locali- dos bairros mais importantes da
te para a cidade de São Paulo, na segunda metade do século XX zado no bairro da Luz, entre as região central por acomodar edi-
um pontoestratégico para ocomér- e a mudança de habito dos mo- ruas Washington Luiz, Mauá e ficações historicamente relevan-
cio em geral, uma região cortada radores o Parque e o Bairro da Luz Brigadeiro Tobias e pela Av. Cás- tes, também é notável a abundân-
pelos dois principais rios da cida- sofreram grandes mudanças, per Líbero. Possui pouca incli- cia de edificações subutilizadas,
de, que possibilitou um grande se tornando violento e perigoso. nação com apenas um metro de desocupadas ou abandonadas.
crescimento para o enriquecimen- No que se refere à arquitetu- desnível, tem aproximadamente Uma particularidade do bairro
to do comércio, e importante local ra, o Bairro da Luz pode ser visto 6.000m², atualmente se encontra são os edifícios históricos pre-
de repouso para os viajantes que com um dos pais significativos se murado e sem uso, ele é classifi- servados com múltiplos usos
ali paravam durante as viagens, não o mais para a história da cidade. cado pelo zoneamento da cidade como a estação Luz, a Pinaco-
usando o bairro como Além do mosteiro da Luz, localiza- como ZC (Zona de Centralidade). teca e o Jardim da Luz, que são
um local de parada. do hoje o Museu de Arte Sacra, o No bairro encontra - se grandes edifícios tombados pelo IPHAN.
Esse Bairro já foi considera- bairro ainda acomoda a Pinacote- aglomerações de comércios e ser-
do um dos mais elegantes da ca do Estado, o Batalhão da Rota, a viços variados, possui um gabarito
cidade de São Paulo, com a Ave- Sala São Paulo, considerada uma diversificado desde pequenos es-
nida Tiradentes arborizada, com o das melhores salas de espetáculo tabelecimentos de 2 pavimentos
Jardim da Luz que antes aberto do mundo, e a sede do DPH (Depar- até edifícios com mais de 20 pavi-
ao público com Jardim Botânico e tamento do Patrimônio Histórico) mentos, sendo uso predominante.

70 e a estação da Luz em estilo inglês. 71


MAPA - USOS DO SOLO MAPA - EQUIPAMENTOS
MAPA - GABARITO MAPA - MOBILIDADE
MAPA - CHEIOS E VAZIOS MAPA - ZONEAMENTO
MAPA - VIAS
7. PROJETO

81
7.1 SOBRE O PROJETO

necessidades e ainda receber


Tendo em vista as precárias con- assistência que possibilite uma
dições de vida a que estão sub- perspectiva maior de reinserção
metidos os moradores de rua, foi na sociedade.
proposta a criação. É evidente a Foi pensado em um local com
falta de acesso à educação de atendimento primário que possa
qualidade, serviços de alimenta- solucionar de imediato algumas
ção/higiene e assistência social necessidades básicas do mora-
são alguns dos fatores que tor- dor de rua, assim como o banho,
nam o mercado de trabalho e a a alimentação, a emissão de do-
consequente reinserção social, cumentos e o possível encami-
algo difícil de ser alcançado, des- nhamento profissional. Localizado
sa forma, o projeto consiste na entre a Av. Cásper Líbero e Rua
criação de um programa que pos- Brigadeiro Tobias, no bairro da luz,
sibilitasse a essa população não ao lado da estação.
apenas um lugar para pernoite
e higienização, mas também um
espaço que possa suprir outras

82 83
lo e fazer a barba; conta também
7.2 PROGRAMA
com o apoio profissional e cultu-
E PROJETO
ral, oferecendo salas de aula para
alfabetização, cursos de informá-
tica, biblioteca e salas de oficinas.
O projeto foi desenvolvido pen-
sado em ter um local de apoio
Além disso, conta com um grande
e acolhimento para as pessoas
restaurante bom prato, onde são
que se encontram em situações
servidos refeições de alta qualidade.
de rua e/ou buscam diversos ti-
pos de ajuda, para que possam
Por fim, os dormitórios foram divi-
trazer a possibilidade de rein-
didos em pavimentos, sendo que, o
serção à sociedade novamente.
terceiro pavimento é uma área fe-
minina e familiar, o quarto pavimen-
O trabalho realizado oferece um
to masculino, esses 2 andares são
programa com rede de apoio so-
destinados ao acolhimento para
cial, em que são apresentados
pernoite, de segunda a segunda.
tipos de serviços de tratamen-
Enquanto que o quinto andar fun-
to como psicologia, odontolo-
ciona como moradia provisória para
gia, um departamento jurídico,
pessoas inseridas no mercado for-
assistência social, atendimento
mal ou informal de trabalho, porém
à mulher, uma barbearia com a
sem condições de assumir financei-
possibilidade de cortar o cabe-
ramente os gastos com moradias.
84 85
86 87
88 89
90 91
7.1 SISTEMA ESTRUTURAL

Para a construção do projeto


será utilizada toda a estrutura
em concreto armado, uma com-
binaçao entre a alta reasistência
á compressão do concreto e a
alta resistência á trção do aço,
suprindo as necessidades es-
truturais do projeto, laje maciça .
O brise é um dos elementos que
contribuem para obter uma ar-
quitetura mais sustentavel. O
brise foi usado na fachada onde
estão a maioria dos dormitórios
para que assim haja uma melhor
eficiencia termica.

92 93
BIBLIOGRAFIA
PREFEITURA - Disponível em <https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_

content&view=article&id=35811>

<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/>
PREFEITURA - Disponível em <https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_
< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produ-
content&view=article&id=35811>
to%209_SMADS_SP.pdf>
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/>
< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/populacao_
< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produ-
em_situacao_de_rua/index.php?p=3183>
to%209_SMADS_SP.pdf>
< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/legislacao/
< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/populacao_
atas_de_rp/index.php?p=3216>
em_situacao_de_rua/index.php?p=3183>

< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/legislacao/
BAIRRO LUZ - Disponível em < https://www.tarjab.com.br/blog/bairros-de-sao-paulo/
atas_de_rp/index.php?p=3216>
bairro-da-luz-tudo-o-que-voce-precisa-saber/>

< https://bairrodaluzsp.wordpress.com/>
BAIRRO LUZ - Disponível em < https://www.tarjab.com.br/blog/bairros-de-sao-paulo/
bairro-da-luz-tudo-o-que-voce-precisa-saber/>
OFICINA BORACEA < http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/cea/2011/12/MariaMagdalenaAl-
< https://bairrodaluzsp.wordpress.com/>
ves.pdf

https://moradorderua.wordpress.com/2012/06/28/projeto-oficina-boracea/>
OFICINA BORACEA < http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/cea/2011/12/MariaMagdalenaAl-
< http://www.loebcapote.com/projetos/19>
ves.pdf

https://moradorderua.wordpress.com/2012/06/28/projeto-oficina-boracea/>
THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER - Disponível em <https://www.archdaily.
< http://www.loebcapote.com/projetos/19>
com/115040/the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners>

<https://www.overlandpartners.com/projects/the-bridge-homeless-assistance-
THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER - Disponível em <https://www.archdaily.
-center/>
com/115040/the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners>
SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO - Disponível em < https://www.sds.sc.gov.br/index.php/

assistencia-social2/protecao-social-especial/alta-complexidade/servico-de-acolhi-

mento-institucional>

< https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/protecao_

social_especial/index.php?p=2003>

TFG REFERENCIA - Disponível em - <https://issuu.com/marianapsantos/docs/tfg>

< https://issuu.com/rosajulie0/docs/julierosa_31534767>

< https://issuu.com/renatajunqueirameirelles/docs/caderno_tcc_final_._issu>

Você também pode gostar