Técnicas de Depilação

Biossegurança Aplicada à Depilação

Núcleo de Educação a Distância Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
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Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
1ª Edição
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Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária

Carlos de Oliveira Varella

Núcleo de Educação a Distância (NEAD)

Márcia Loch
Sumário
Biossegurança Aplicada à Depilação
Para Início de Conversa .................................................................................... 4
Objetivo ......................................................................................................... 4
1. EPI e EPC ......................................................................................................... 5
1.1 EPI - Equipamento de Proteção Individual .................................... 5
1.2 EPCs - Equipamento de Proteção Coletivo ..................................... 7
2. Lavagem das Mãos e Contaminação Cruzada ...................................... 8
3. Limpeza, Desinfecção, Descontaminação e Esterilização ................ 9
4. Riscos Químicos, Físicos, Biológicos e Ergonômicos ......................... 12
5. Materiais Críticos, Semicríticos e não Críticos ..................................... 15
6. Prevenção de Riscos ..................................................................................... 16
7. Artigos Perfurocortantes e Acidentes ..................................................... 16
8. Descarte e Acondicionamento de Materiais ........................................ 18
Referências ......................................................................................................... 20

Técnicas de Depilação 3
Para Início de Conversa
O conhecimento em biossegurança é de fundamental importância para
todos os profissionais da área da saúde. Neste capítulo, vamos ressaltar
a utilização das práticas de biossegurança com foco na área da estética
e depilação, cabe ao bom profissional estar atualizado e por dentro das
normas de biossegurança e do desenvolvimento dessas práticas.
Objetivo
Aprender os principais conceitos e bases da biossegurança, prevenção
de riscos, equipamentos de proteção individual e coletivo, tipos de
riscos e as formas de limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais
utilizados na área da saúde e principalmente nas técnicas de depilação.

A biossegurança compreende um conjunto de ações que visam à

prevenção, controle e eliminação de riscos nas atividades que possam
comprometer a segurança e qualidade de vida das pessoas. Com isso,
vem crescendo a preocupação de diversos profissionais em busca de
maior qualidade na oferta de seus serviços sem deixar de se preocupar
com a saúde de colaboradores e clientes.

Um bom profissional deve saber que preocupações com biossegurança

podem evitar diversos transtornos e proteger as pessoas de possíveis
riscos. Esses riscos não afetam apenas o profissional, mas sim a todos
que, direta ou indiretamente, terão acesso a materiais ou aos locais de
utilização e até descarte, e que podem causar danos ao meio ambiente e
à saúde das pessoas.

Técnicas de Depilação 4
 ▪
1. EPI e EPC ▪
Pensar que isso “nunca” vai acontecer comigo.
Acreditar que a rotina é sempre igual.
No mundo todo, o tema biossegurança vem sendo bastante discutido, ▪ Trabalhar com pressa.
principalmente, por se tratar de uma geração em que a preocupação ▪ Descuidar dos pequenos detalhes.
com a saúde e segurança de profissionais e clientes vem aumentando. ▪ Não prestar atenção ao trabalho.
Quando se trata do profissional, é fundamental ter boas condições ▪ Não usar equipamentos de proteção.
de trabalho para oferecer um bom serviço. Em se tratando estética, Quando falamos sobre equipamentos de proteção, não podemos deixar
a preocupação é ainda maior, pois nossa área de atuação é ligada à de falar sobre os EPIs e EPCs.
saúde e, na nossa rotina, temos diversos riscos.

‘‘ trabalhador,
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do 1.1 EPI - Equipamento de Proteção Individual
minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde O objetivo do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não se
do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos restringe somente à proteção dos profissionais de saúde, mas também
’’
resultados. (TEIXEIRA, 2010, n.p.) se destina à redução do risco de transmissão de micro-organismos. Seu
Com isso, a biossegurança consiste em ações de prevenção de doenças emprego relaciona-se ao risco potencial de exposição
no ambiente de trabalho. a elementos como sangue, fluidos corpóreos,
secreções e excretas, além de contato com lesões
Prevenção de pele, membranas mucosas e durante os
cuidados envolvendo procedimentos invasivos.
Segundo o dicionário brasileiro prevenção é o conjunto de atividades
e medidas que, feitas com antecipação, busca evitar um dano ou mal: Touca
prevenção de incêndios, prevenção de doenças e outros. O contato
entre o profissional e o cliente gera riscos de transmissão de doenças, ▪ Recobre todo o cabelo e orelhas.
que vão desde um simples resfriado até micose ou HIV. Principais ▪ Evita queda dos cabelos na área do Figura 1: Touca.
atitudes que vão contra o ato de prevenir: procedimento, pois os mesmos podem Fonte: Dreamstime.

Técnicas de Depilação 5
 conter inúmeros micro-organismos e são considerados como
fonte de infecção.
▪ Deve ser de uso único e descartável em lixo apropriado.
Avental ou jaleco
▪ Evita o contato da pele e roupas pessoais
com os micro-organismos no ambiente
de trabalho.
▪ Necessita ter mangas longas para a
proteção, uma vez que as luvas devem se
encaixar sobre os punhos.
▪ Atualmente, já podemos encontrar jalecos
com o princípio ativo Alya Health, ele
elimina 99,99% dos fungos e bactérias
que entram em contato com a fibra.
Máscara
Representa uma importante forma de
proteção das mucosas da boca e do nariz
contra ingestão ou a inalação de partículas
e aerossóis contendo micro-organismo,
especialmente, durante a fala, a tosse ou
o espirro.
Técnicas de Depilação
Figura 2: Jaleco. Fonte:
Dreamstime.
Figura 3: Máscara cirúrgica.
Fonte: Dreamstime.
Deve ser usada quando houver risco de contaminação da face com sangue,
fluidos corpóreos, secreções e excretas, evita a contaminação do ambiente
(contra gotículas) ou procedimentos em que se utilize material estéril.
Face shield
Esta máscara protege contra respingos de tosse e
espirros na direção do rosto, porém, não evita a
contaminação por gotículas que podem entrar
pela parte inferior ou lateral da viseira, por
esse motivo, é fundamental o uso junto com
a máscara de tnt. A utilização desse tipo de
máscara aumentou em virtude da crise sanitária
global desencadeada pelo novo coronavírus
(Covid-19) que a instituiu como um “acessório” no Figura 4: Face shield.
dia a dia da população mundial, a fim de prevenir Fonte: Dreamstime.
a contaminação. Antes, os protetores faciais
ou face shields, eram conhecidos apenas como
equipamentos utilizados pelos profissionais da
área de saúde.
Óculos de proteção
▪ Protegem os olhos do profissional dos líquidos
corporais (sangue, saliva e secreções).
▪ Devem ser fechados lateralmente, leves, Figura 5: Óculos de proteção.
confortáveis e transparentes. Fonte: Dreamstime.
6
▪ Precisam ser lavados com substâncias germicidas ou antissépticas.
Luva
Caracterizam-se por promover uma boa barreira
mecânica para as mãos do profissional e para a
pele do cliente. Devem ser usadas quando houver
a possibilidade do profissional se contaminar
ou entrar em contato com sangue, secreções,
mucosas, tecidos e lesões sobre a pele.
▪ São consideradas como uma segunda pele,
para o profissional e cliente. Figura 6: Luvas.
▪ As mãos devem ser higienizadas antes de Fonte: Dreamstime.
calçar as luvas, em razão da presença de micro-organismos que podem
causar uma possível irritação sob a pele (abaixo das luvas).
▪ As luvas não devem ser reutilizadas e higienizadas com produtos
desinfetantes.
▪ Devem ser descartadas, a cada procedimento, em lixo apropriado.
Calçado fechado e calça comprida
Os calçados fechados e calças fazem parte dos procedimentos de
segurança adotados com o intuito de impedir que secreções orgânicas
ou materiais de trabalho, sejam lançadas sobre os pés dos profissionais,
evitando acidentes e a transmissão de doenças.
Técnicas de Depilação
1.2 EPCs - Equipamento de Proteção Coletivo
Considera-se Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) todo dispositivo
ou produto que visa a proteção de acidentes com clientes e funcionários.
São utilizados para proteção e segurança enquanto um grupo de pessoas
realiza determinada tarefa ou atividade. Esses equipamentos não são
necessariamente de proteção de um coletivo, muitas vezes são apenas
de uso coletivo. O equipamento de proteção coletiva protege todos ao
mesmo tempo, pois todos observam, usam ou são beneficiados.
São exemplos de EPC:
▪ Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência,
ou fitas zebradas).
▪ Extintores de incêndio.
▪ Lava-olhos.
▪ Chuveiros de segurança.
▪ Exaustores/ventilação dos locais de trabalho.
▪ Ar condicionado/aquecedor para locais frios.
▪ Kit de primeiros socorros.
▪ Corrimão.
▪ Fitas antiderrapantes de degrau de escada.
▪ Ventiladores.
7
▪ Iluminação.
▪ Piso antiderrapante.
▪ Descarte de resíduos e materiais.

São benefícios do EPC, a redução de acidentes de trabalho, a melhoria

nas condições do trabalho, o baixo custo a longo prazo e a melhor
eficácia e eficiência nas atividades.

2. Lavagem das Mãos e Contaminação Cruzada

Segundo Rotter, para prevenir a transmissão de micro-organismos pelas
mãos, três elementos são essenciais: uso de agente tópico com eficácia
antimicrobiana; procedimento adequado ao utilizá-lo, técnica correta Figura 7: Lavagem das mãos com água e sabão. Fonte: Dreamstime.
e no tempo preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos
indicados. (ROTTER,1996, n.p.) O que é lavagem de mãos?

As mãos constituem a principal via de transmissão de micro-organismos
durante a assistência prestada aos pacientes. A pele é um possível
reservatório de diversos micro-organismos que podem se transferir de
uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou
indireto, por meio do contato com objetos e superfícies contaminadas.
A lavagem das mãos é a medida mais simples e eficaz para se evitar
a transmissão de micro-organismos entre pacientes e entre um sítio
contaminado para outro limpo.
Define-se lavagem das mãos como atrito vigoroso, breve, de todas as
superfícies das mãos com o auxílio de sabão, seguidas pelo enxágue sob
jato de água.
▪ Infecção cruzada: Condução de micro-organismo de um cliente para
o outro.
▪ Microbiota residente: Microbiota normal do corpo, impede a
colonização por outros micro-organismos. É eliminada parcialmente
com o uso de antissépticos. Possui baixa virulência.

Técnicas de Depilação 8
▪ Microbiota transitória: Constituída por micro-organismos que
colonizam transitoriamente a pele, pois não estão aderidos a
receptores específicos. É facilmente removida através da higienização
das mãos.
▪ Microbiota resistente: Micro-organismo resistente à ação de drogas
por causa da sua constante exposição.
O uso de luvas não exclui a necessidade da lavagem das mãos antes
e após os procedimentos, pois pode haver algum tipo de contaminação
cruzada ao colocar ou retirar as luvas, portanto deve-se manter líquidos
antissépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
Tem-se comprovado que a contagem de micro-organismos sob as unhas
e quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta. Quando
lavar as mãos?
▪ No início e no fim do turno de trabalho ou de algum procedimento.
▪ Antes e após o uso de luvas.
▪ Antes e após utilizar o banheiro.
▪ Antes e depois de contato com clientes.
▪ Após o contato direto com secreções e matéria orgânica.
▪ Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente.
Técnicas de Depilação
▪ Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para
espirrar, manusear dinheiro.
▪ Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
▪ Após manusear quaisquer resíduos.
▪ Ao término de cada tarefa.
▪ Ao término da jornada de trabalho.
Quando as mãos se encontrarem visivelmente limpas, pode-se optar
pela utilização de uma solução alcoólica, pois foi comprovado que a
solução alcóolica com emoliente apropriados, são melhor tolerados
pela pele do que as lavagens frequentes das mãos com sabão. A eficácia
na redução da microbiota transitória é superior à da água e sabão.
Modo de proceder: Aplicar nas mãos secas 2 ml a 3 ml de álcool 70%
e friccionar todas as áreas das mãos durante 15 segundos e deixar
secar naturalmente.
3. Limpeza, Desinfecção, Descontaminação e
Esterilização
As principais fontes de contaminação em um ambiente de Saúde são:
matéria-prima, homem, ambiente e utensílios. As vias de transmissão
ocorrem de forma direta e indireta. A forma direta ocorre pelo homem
através dele mesmo, do seu corpo ou de suas excreções (espirros, tosse,
fezes, ferimentos, etc.). A forma indireta é a transferência do agente
9
etiológico, por meio de veículos animados ou inanimados, como:
medicamentos, utensílios, pisos, paredes e os vetores, são: moscas,
baratas, ratos, formigas, etc.
Assepsia: é o conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução
de agentes patogênicos no organismo.
Antissepsia: consiste na utilização de produtos (microbicidas ou
microbiostáticos) sobre a pele ou mucosa, com o objetivo de reduzir os
micro-organismos em sua superfície.
As principais definições são:
Limpeza: Remoção física de sujidades com a finalidade de manter o
asseio e higiene do ambiente. A lavagem pode ser com água e sabão
ou detergente.
Consiste na remoção de materiais estranhos, como sujidades e matéria
orgânica de superfícies e objetos. Pode ser usada com o auxílio de
esponjas, panos, escovas, detergentes comuns ou enzimáticos. É
realizada, obrigatoriamente, anterior à desinfecção e esterilização.
Os critérios de escolha dos produtos químicos para higienização do
material são: a superfície, o ambiente e o equipamento, o tempo de
ação e os micro-organismos. A limpeza dos artigos pode ser feita pelo
processo manual, utilizando-se das mãos ou mecânico, sendo este o
mais utilizado em serviços de saúde, devido à complexidade e o alto
custo das lavadoras mecânicas.
Técnicas de Depilação
Os procedimentos de limpeza compreendem a
lavagem com água e sabão; escovação, fricção
ou esfregação e o uso de pano úmido. Varrer ou
usar espanadores são proibidos, pois espalham
a poeira e micro-organismos no ar e nas
superfícies dos objetos.
Macas, mochos e carros auxiliares: Fricção com
álcool 70% e papel toalha a cada atendimento.
Pias: Limpeza com água e sabão diária.
Lupa: Fricção de papel toalha com álcool a 70% por 30 segundos a
cada atendimento.
Equipamentos: Fricção com papel toalha e álcool etílico 70% por 30
segundos a cada atendimento.
Cubetas: Limpeza com água e sabão; fricção com álcool 70% e papel
toalha a cada atendimento.
▪ Remoção de materiais estranhos
▪ Água
▪ Detergente
▪ Ação mecânica
Detergente enzimático: O detergente enzimático é indicado para
degradar especificamente, proteínas, açúcares e gorduras que compõem
10
a matéria orgânica, pois as enzimas são elementos biológicos que
fazem essa degradação de forma biodegradável, rápida, com baixa
toxicidade e de uma forma não corrosiva e oxidativa. Sua ação é tão
eficaz que em alguns casos pode dispensar a fricção mecânica feita
com o auxílio de escovas ou esponjas e isso pode aumentar a vida útil
dos materiais.
A forma de utilização do detergente enzimático pode ser feita
preparando uma solução com água em temperatura ambiente, seguindo
as recomendações do fabricante que vem na embalagem. Normalmente,
essa diluição é feita utilizando 2 ml de detergente enzimático para
cada 1 L de água, e a imersão dos materiais é de, no mínimo, 3 a 5
minutos. Após esse tempo, o material pode ser enxaguado em água
corrente, e o material ser seco e encaminhado para a esterilização.
Desinfecção: A desinfecção promove a eliminação de agentes
infecciosos através da utilização de substâncias químicas ou
processos físicos que podem eliminar de forma parcial os micro-
organismos existentes.
São considerados desinfetantes os agentes químicos capazes de destruir
as bactérias patogênicas e que são aplicados em ambientes ou objetos
inanimados. Os desinfetantes apresentam ação rápida e de amplo
espectro. Eles não devem ser afetados por fatores ambientais e devem
ser compatíveis com sabões, detergentes e outros produtos químicos. Ex:
glutaraldeído, álcool, cloro e seus derivados, hipoclorito de sódio.
Técnicas de Depilação
A desinfecção é realizada após a limpeza dos artigos, sendo este um
procedimento químico que destrói parcialmente micro-organismos
presentes em objetos, mas não inibe todos por completo, os esporos
bacterianos ainda ficam ativos com a desinfecção e, em virtude disso,
há a necessidade do processo de esterilização dos materiais que tem
capacidade de suportar este processo sem desgaste.
O álcool é um dos recursos mais utilizados, pois possui baixo custo.
O álcool etílico é bactericida e age rompendo a membrana celular,
desnaturando as proteínas. Apresenta ação bactericida, fungicida e
virucida, para alguns vírus, no entanto, não é esporicida.
Desinfecção de alto nível: Cloro ou compostos clorados
Desinfecção de nível médio: Álcool 70%
Desinfecção de baixo nível: Álcool etílico
Assepsia: É um método que visa inibir a entrada de patógenos no
organismo ou sua proliferação em locais, por meio de medidas de
higienização preventiva.
Antissepsia: É um método que visa desinfectar um local ou organismo já
infectado a fim de eliminar micro-organismos por meio de substâncias
capazes de fazer essa desinfecção com substâncias químicas ou
processos físicos como a esterilização.
11
Descontaminação: É comumente confundido com a
desinfecção, mas se trata do processo geral que
vai incluir os três passos: limpeza, desinfecção
e esterilização.
A descontaminação visa tornar mais seguro
o manuseio dos objetos, diminuindo o risco de
contaminação. É um processo conhecido como
uma ação preventiva de biossegurança.
Figura 8: Álcool 70%.
Fonte: Dreamstime.
Esterilização: É a destruição de todos os
organismos vivos, mesmo os esporos bacterianos, de um objeto.
O Autoclave é um aparelho utilizado para esterilizar artigos, através do
calor úmido sob pressão e foi inventado por Charles Chamberland.
É possível também a esterilização por calor seco, que
é feito através de uma estufa que se utiliza
da elevada temperatura para matar micro-
organismos, porém, esse tipo de esterilização
não se mostra tão efetivo quando o
autoclave, pois a esterilização feita pela
estufa é realizada por meio de aquecimento
e irradiação de calor que é menos penetrante
e uniforme que o vapor saturado. O uso da
estufa requer temperatura mais elevadas Figura 10: Estufa.
Fonte: Dreamstime.
(160° a 170° C) e maior tempo de exposição
(160 °C 120 min e 170 °C – 60 min).

Segundo a Resolução - RDC nº 15, de 15 de março

de 2012 da Agência Nacional de Vigilância 4. Riscos Químicos, Físicos,
Sanitária, o autoclave é o aparelho utilizado para Biológicos e Ergonômicos
esterilização em ambientes de saúde.
Físicos
Recomenda-se que para a esterilização feita em
autoclave, que os artigos estejam embalados em ▪ Ruídos.
papel grau cirúrgico e esses instrumentos devem ▪ Temperaturas excessivas.
ser esterilizados a uma temperatura de 121ºc a ▪ Radiações.
131ºc durante 15 a 30 minutos a uma pressão Figura 9: Autoclave.
▪ Umidade.
de 1 atmosfera. Fonte: Dreamstime.

Técnicas de Depilação 12
Químicos
Exposição a manipular produtos químicos, podendo trazer danos
físicos, como: irritação na pele e olhos.
Ergonômicos
São os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do
trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. Esforço
físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de
produtividade, situação de estresse, jornada de trabalho prolongada,
repetitividade e imposição de rotina intensa.
Podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios
danos à saúde.
- LER, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração
do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do
aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas
de coluna, etc.
Agindo de forma preventiva, o profissional diminui as dores, o risco de
lesões, o comprometimento da qualidade de vida e, principalmente, os
afastamentos do trabalho.
Técnicas de Depilação
As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT) são os nomes dados às afecções dos
músculos, tendões, sinóvias (revestimento das articulações), nervos,
fáscias (envoltório dos músculos) e ligamentos, isoladas ou combinadas,
com ou sem degeneração de tecidos. Elas atingem, principalmente, os
membros superiores, a região escapular (em torno do ombro) e a região
cervical. Têm origem ocupacional e são decorrentes do uso repetido ou
forçado de grupos musculares, ou da manutenção de postura inadequada.
Por isso, o alerta, pois os grupos musculares dos membros superiores
são os mais utilizados pelos massoterapeutas e esteticistas.
Risco Biológico
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus,
fungos e parasitas. São fontes de infecção:
▪ Solo.
▪ Animais.
▪ Sapato de outras pessoas.
▪ Alicate contaminado.
▪ Tesoura contaminada.
Aids
Manifesta-se clinicamente por infecções oportunistas causadas por
protozoários, fungos, bactérias e vírus, destacando-se a pneumonia
provocada pelo protozoário Penumocystis carinii; neoplasias raras como
o Sarcoma de Kaposi, atingindo com maior freqüência a pele.
13
Na estética, a contaminação pode ocorrer quando o profissional
entra em contato, através da mucosa ou pele lesionada, com sangue
contaminado ou secreções, que também contenham sangue.
Herpes
Quadro: Vesículas agrupadas que se localizam, especialmente, nos
lábios, e na genitália, mas que podem surgir em qualquer outra parte
do corpo como: olhos (por meio da autoinoculação pelas mãos), face,
nariz e cavidade oral.
Hepatite B
Provoca lesões degenerativas ou inflamatórias no fígado. Pode
apresentar intensidades variáveis, desde um quadro clínico agudo
e benigno, até um quadro grave e fatal, ou ainda evoluindo para
hepatopatias crônicas. Em mais de 60% dos casos é assintomática.
Quadro: Inicia como infecção aguda, podendo ou não apresentar
sintomas. O período de incubação é de 120 dias e os sintomas mais
comuns em adultos são: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal,
hepatomegalia e icterícia.
A contaminação ocorre via sanguínea, por meio de exposição da pele
lesionada ou mucosa ao sangue ou a outros fluidos orgânicos.
É transmitida principalmente pelo contato direto de mucosas ou
pele lesionada, com sangue ou algumas secreções corporais de
pessoas contaminadas.
Técnicas de Depilação
Quadro: Sintomas como mal-estar, vômitos, náuseas, icterícia e
dores musculares.
Essa hepatite é assintomática na maioria dos casos, e o portador só
saberá que está doente anos após ter sido infectado, já estando em fase
crônica e com o risco de desenvolver cirrose e/ou câncer de fígado.
Todos os profissionais de saúde devem ser imunizados contra:
Hepatite B – É administrada em três doses. Via intramuscular, músculo
deltoide com intervalo de 0, 1 e 6 meses. É indicado fazer o Anti-HBs
entre o 7º e 13º mês para documentar a viragem sorológica e, a cada
três anos, ratificar a imunidade para a Hepatite B.
Gripe (Influenza) – É administrada em dose única anualmente. Via
intramuscular. É especialmente recomendada aos profissionais
de saúde em contato com pacientes com doenças
cardiorrespiratórias e imunodeprimidos.
Tétano e Difteria (dT adulto ou toxoide
tetânico) – É administrada em três
doses, via intramuscular sendo a 2ª
dose realizada de 4 a 8 semanas após
a primeira e a 3ª dose, de 6 a 12 meses
após a segunda. O reforço deve ser feito
em dose única a cada 10 anos.
14
Varicela – É administrada em duas doses com intervalo entre as doses
de 4 a 8 semanas em via subcutânea. É contraindicado para gestantes
e é aconselhável evitar a gestação até um mês após receber a vacina.
Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral) – Administrada
em dose única, via subcutânea. Recomenda-se uma 2ª dose para
atingir melhores índices de proteção sendo o intervalo de 30 dias.
É contraindicada na gestação e recomenda-se evitar a gestação até
um mês após receber a vacina. Contraindicada para alérgico a ovo
e neomicina.
Tuberculose (BCG) – Apesar de não existir estudos que comprovem
sua eficiência na fase adulta, alguns autores ainda indicam a
BCG (Bacille Calmette-Guérin) para prevenção da tuberculose em
profissionais de saúde.
Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e Difteria)
Diante de surtos de coqueluche recentemente descritos, cujo
reservatório foi identificado por profissionais de saúde, recomenda-se
a vacinação, especialmente para os profissionais que lidam com recém-
nascidos, imunodeprimidos etc.
Hepatite A – É administrada em duas doses com intervalo de zero a
seis meses. Via intramuscular. Deve ser considerada para profissionais
de saúde que manipulam alimentos, profissionais que trabalham em
unidades neonatais, creches e pacientes institucionalizados. Indicada
na profilaxia pós-exposição.
Técnicas de Depilação
5. Materiais Críticos, Semicríticos e não
Críticos
Os materiais utilizados na estética e em outras áreas da biossegurança
são classificados como críticos, semicríticos e não críticos, para que
sejam feitos os processos de limpeza, desinfecção e esterilização de
forma correta para cada categoria.
Críticos: São artigos ou produtos utilizados em procedimentos
invasivos com penetração de pele, mucosas e sistema vascular,
incluindo também todos os artigos que estejam diretamente
conectados com esses sistemas. Pelo grande risco de transmissão
devem ser esterilizados ou de uso único. Ex: Agulhas.
Semi críticos: São artigos ou produtos que entram em contato com
a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção
de alto nível ou esterilização para ter a garantia da qualidade do
seu múltiplo uso. Ex: Toalhas, espelhos, macas, acessórios de
equipamentos etc. Requer limpeza, secagem, desinfecção de alto
nível e esterilização.
Não críticos: São artigos ou produtos que entram em contato com
a pele íntegra. Ex: Recipientes, espátulas, macas, cadeiras. Requer
limpeza, secagem, e desinfecção de baixo nível.
15

Descartáveis são artigos fabricados com o objetivo de descarte após o
uso, por exemplo: batoques, lençóis de maca, palitos, luvas, máscaras,
toucas etc. Requer separação, acondicionamento, identificação, transporte
e descarte adequado.
6. Prevenção de Riscos
Todos os profissionais da área da saúde, incluindo esteticistas, devem
se prevenir contra doenças. Procure um Posto de Saúde, informe sua
profissão e receba as vacinas gratuitamente.
Os ferimentos com agulhas e material perfuro-cortante, em geral, são
considerados extremamente perigosos por serem potencialmente
capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes, sendo
os vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), da hepatite B e da hepatite
C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos. A sorologia deve
ser feita após acidente com material perfuro cortante ou com fluidos
corpóreos em mucosas, porém, não é obrigatória.
A comunicação deve ser realizada de imediato em decorrência da
profilaxia com antivirais ter que iniciar em tempo não superior a duas
horas após o acidente, sendo feita preferencialmente na primeira hora
após o acidente.
Técnicas de Depilação
As vítimas de acidente que se negarem a realizar a rotina sorológica
proposta pela Instituição, devem estar cientes do fato e assinar termo
de compromisso o qual ficará arquivada na Secretaria Municipal de
Saúde de seu município.
Como fazer o controle de infecção: A ocorrência de infecções é de
responsabilidade da clínica, portanto cabe a ela adotar medidas básicas
de prevenção e um sistema de vigilância que permita identificar
rapidamente os casos. Além disso, o tratamento e acompanhamento
das infecções e suas complicações cabem ao responsável técnico da
clínica. A clínica deverá ter um programa de controle de infecções
(PCINF) relacionado aos procedimentos realizados.
7. Artigos Perfurocortantes e Acidentes
Os artigos perfurocortantes são classificados pela ANVISA (Agência
de Vigilância Sanitária) como qualquer dispositivo ou objetos com
cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas capazes
de cortar ou perfurar.
Ao penetrar na pele, é possível que esses materiais espalhem agentes
patogênicos contidos no sangue, sendo diretamente responsáveis
pela transmissão de doenças como hepatite B (HBV), hepatite C
(HCV) e HIV.
16
De acordo com as orientações da Anvisa, os materiais perfurocortantes
devem ser descartados separadamente, no local de sua geração,
imediatamente após o uso ou necessidade de descarte em recipientes
rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e
devidamente identificados com a palavra perfurocortante e os riscos
adicionais quando houver.
Indivíduos que trabalham em Instituições de Saúde estão
potencialmente expostos a muitas doenças infecto contagiosas,
principalmente, aqueles em contato direto com pacientes ou artigos
e equipamentos contaminados com material orgânico.
Em casos de acidentes:
1. Limpar imediatamente o local com água e sabão.
2. Em caso de acidente com membranas e mucosas, irrigar
imediatamente com água limpa ou soro fisiológico.
3. Em caso de acidente com a membrana ocular, irrigar os olhos com
água limpa ou solução oftalmológica estéril.
4. Comunicar imediatamente o setor responsável.
5. Em caso de acidente com perfurocortante, será necessário coletar
amostra de sangue para realização de exames sorológicos da
vítima e do cliente que estava sendo atendido. Os mesmos devem
aguardar a coleta do material para a realização dos exames.
Técnicas de Depilação
6. O profissional responsável deverá preencher a ficha de notificação
de acidente padronizada pela Comissão de Biossegurança e a ficha
padronizada pela Secretaria Municipal de Saúde de seu município.
7. Caso a vítima do acidente seja funcionário da Instituição, também
deverá ser encaminhado ao Setor Pessoal para preenchimento de
Cadastro de Acidente de Trabalho (CAT).
8. A vítima do acidente deverá realizar exames sorológicos: 30, 60 e
180 dias após o acidente (anti HIV, anti HCV HbsAg) e entregar o
resultado ao profissional responsável para registro dos mesmos.
Para a prevenção da Hepatite B, existe uma vacina bastante eficaz, mas
são necessárias três doses para garantir a proteção.
A vacina para hepatite B está disponível no SUS para pessoas até 49 anos
ou que pertençam a grupos com maior vulnerabilidade, como gestantes,
trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações
indígenas, doadores regulares de sangue, gays, lésbicas, travestis e
transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas com IST.
Para a Hepatite C, não existe vacina até o momento.
O profissional nunca deve reencapar agulhas, pois isso pode ocasionar
um acidente grave.
17
8. Descarte e Acondicionamento de Materiais
É responsabilidade de todos os profissionais
que trabalham nos estabelecimentos de
embelezamento gerenciar os resíduos
gerados. A primeira etapa do gerenciamento
de resíduos internos refere-se à operação
de segregação ou separação dos resíduos,
no momento e no local de sua geração,
acondicionando-os imediatamente de acordo
com a seguinte classificação:
Figura 11: Símbolo de
resíduo comum. Figura 13: Símbolo resíduo infectante. Fonte: Adaptada do Google.
Resíduo comum: Acondicionar em saco
Fonte: Adaptada do Google.
plástico de qualquer cor, exceto branca. O
preenchimento dos sacos deve alcançar, no máximo,
2/3 de sua capacidade. Um triste exemplo da falta de preparo de profissionais em relação ao
descarte de materiais foi o acidente ocorrido em Goiânia, no ano de 1987,
Resíduo infectante: Os materiais perfurantes
quando um aparelho de radioterapia foi abandonado em uma clínica
e cortantes devem ser acondicionados em
desativada. O descarte inadequado causou consequências graves à
recipientes apropriados de parede rígida,
população, que ficou exposta à radiação do Césio 137.
devidamente identificados como resíduo
infectante.

Para os não perfurantes e cortantes, utilizar De acordo com a RDC Anvisa nº 306/04 e a Resolução nº 358/2005 do
sacos plásticos de cor branca leitosa com a Figura 12: Caixa Descarpack. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) – órgão colegiado do
identificação. Fonte: Dreamstime. Ministério do Meio Ambiente –, são definidos como geradores de resíduo

Técnicas de Depilação 18
de serviço de saúde (RSS) todos aqueles serviços relacionados com o
atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os de assistência
domiciliar e de trabalhos de campo. É necessário que a clínica elabore
um plano de gerenciamento de resíduos obedecendo a critérios técnicos,
legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais
e de limpeza urbana.
que os profissionais sejam treinados e regidos pelas normas de
biossegurança e que sejam implantadas como rotina na vida desses
profissionais, com o intuito de proteger e evitar que acidentes
aconteçam no ambiente de trabalho.

No que diz respeito aos profissionais da área da saúde, a

biossegurança preocupa-se não apenas com os profissionais, mas
também com as instalações laboratoriais, as boas práticas em
laboratório, os agentes biológicos aos quais o profissional está
exposto e, até mesmo, a qualificação da equipe de trabalho. E apesar
de muitos profissionais considerarem a biossegurança como normas
que dificultam a execução de seu trabalho, são essas regras que
garantem a saúde do trabalhador.

O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode

acarretar em muitos problemas como a transmissão de doenças,
pois os profissionais estão expostos frequentemente a material
biológico, por isso os riscos de contaminação podem ser altos a
depender da atividade realizada.

Os acidentes com esses profissionais geralmente envolvem ferimentos

com agulhas ou outro material cortante e contato direto com sangue
ou materiais contaminados. Por esses motivos, é muito importante

Técnicas de Depilação 19

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procedimentos estéticos. Disponível em: https://www.saudedireta.com.
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