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DIREITO DO TRABALHO

NR 28
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NR 28 – FISCALIZAÇÃO DE PENALIDADES
28.1 Fiscalização
28.1.1 A fiscalização do cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares
sobre segurança e saúde do trabalhador será efetuada obedecendo ao disposto nos
Decretos n. 55.841, de 15/03/65, e n. 97.995, de 26/07/89, no Título VII da CLT e no § 3º
do art. 6º da Lei n. 7.855, de 24/10/89 e nesta Norma Regulamentadora.

Obs.: �ou seja, na realização de uma fiscalização, é importante ter atenção aos normativos
legais apontados no item acima.

Modelos de atuação dos agentes de inspeção:


a. MODELO GENERALISTA: é aquele em que o Agente de Inspeção do Trabalho possui
competência para verificar o cumprimento pelas empresas de todas as Normas de proteção
ao trabalho. Nesse caso, o agente de inspeção pode contar com o auxílio de técnicos, se
entender necessário – Sistema adotado pelo Brasil.
b. MODELO ESPECIALISTA: é aquele em que o agente atua em determinada área da legislação
trabalhista.

A fiscalização envolve:

1) Lavratura de autos de infração;


2) Critérios da dupla visita;
3) Notificação para adequação de irregularidades de SST; e
4) Critérios para a lavratura de interdição e embargo.

Obs.: acerca da interdição e do embargo, é importante ter assistido à aula acerca da NR


3, que versa sobre esse assunto. Assim, vale lembrar que o embargo é aplicado às
obras. Já a interdição pode recair sobre pessoas, máquinas, serviços, fábricas etc.
Além disso, a NR 3 traz critérios objetivos para realizar tanto o embargo quanto
a interdição.
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1 – Lavratura de autos de infração


28.1.2 Aos processos resultantes da ação fiscalizadora é facultado anexar quaisquer
documentos, quer de pormenorização de fatos circunstanciais, quer comprobatórios,
podendo, no exercício das funções de inspeção do trabalho, o agente de inspeção do
trabalho usar de todos os meios, inclusive audiovisuais, necessários à comprovação
da infração.

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Obs.: vale lembrar que o “agente de inspeção do trabalho” descrito na NR 28 é o Auditor


Fiscal do Trabalho.

28.1.3 O agente da inspeção do trabalho deverá lavrar o respectivo auto de infra-


ção à vista de descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares contidos nas
Normas Regulamentadoras urbanas e rurais, considerando o critério da dupla visita,
elencados no Decreto n. 55.841, de 15/03/65, no Título VII da CLT e no § 3º do art. 6º da
Lei n. 7.855, de 24/10/1989.

Obs.: vale lembrar que antes existia a distinção entre as NRs urbanas e rurais, porém
não existe mais. Hoje, a NR 31 cuida do trabalho rural.

A lavratura de um auto de infração não é um ato discricionário. Se o auditor identificar que


há uma irregularidade, deve lavrar o auto de infração.

Regulamento de Inspeção do Trabalho – Decreto n. 4.552/2002

Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, ins-


tituições, associações, órgãos e entidades de qualquer natureza ou finalidade são su-
jeitos à inspeção do trabalho e ficam, pessoalmente ou por seus prepostos ou repre-
sentantes legais, obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso
aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem como
exibir os documentos e materiais solicitados para fins de inspeção do trabalho.
10m

Dispõe a CLT:

Art. 626. Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Industria


e Comercio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumpri-
mento das normas de proteção ao trabalho.
Parágrafo único. Os fiscais dos Institutos de Seguro Social e das entidades paraes-
tatais em geral dependentes do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio serão
competentes para a fiscalização a que se refere o presente artigo, na forma das ins-
truções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio.
Art. 627-A. Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal, objeti-
vando a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como
a prevenção e o saneamento de infrações à legislação mediante Termo de Compro-
misso, na forma a ser disciplinada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.

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Art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Au-
ditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve
corresponder, sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de auto
de infração.

Em provas, a banca pode trocar o termo “deve” ou “deverá” por “pode” ou “poderá”
quando se referir à lavratura do auto de infração. É preciso ter cuidado com essa pega-
dinha de prova, pois vale lembrar que a lavratura do auto de infração não é um ato dis-
cricionário, mas sim uma obrigação do Auditor Fiscal do Trabalho quando se deparar com
alguma irregularidade.

§ 1º Ficam as empresas obrigadas a possuir o livro intitulado “Inspeção do Trabalho”,


cujo modelo será aprovado por portaria Ministerial.
§ 2º Nesse livro, registrará o agente da inspeção sua visita ao estabelecimento, de-
clarando a data e a hora do início e término da mesma, bem como o resultado da
inspeção, nele consignando, se for o caso, todas as irregularidades verificadas e as
exigências feitas, com os respectivos prazos para seu atendimento, e, ainda, de modo
legível, os elementos de sua identificação funcional.
15m § 3º Comprovada má-fé do agente da inspeção, quanto à omissão ou lança-
mento de qualquer elemento no livro, responderá ele por falta grave no cum-
primento do dever, ficando passível, desde logo, da pena de suspensão até 30
(trinta) dias, instaurando-se, obrigatoriamente, em caso de reincidência, inquérito
administrativo.
§ 4º A lavratura de autos contra empresas fictícias e de endereços inexistentes, as-
sim como a apresentação de falsos relatórios, constituem falta grave, punível na
forma do § 3º.

Decreto n. 4.552, de 27 de dezembro de 2002

Art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existên-
cia de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade, a
lavratura de auto de infração, ressalvado o disposto no art. 23 e na hipótese de ins-
tauração de procedimento especial de fiscalização.
Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à
assinatura do infrator ou de testemunhas e será lavrado no local da inspeção, sal-
vo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quando então de-
verá ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.

Continua a NR 28:

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28.1.4 O agente da inspeção do trabalho, com base em critérios técnicos, poderá notifi-
car os empregadores concedendo prazos para a correção das irregularidades encontradas.
28.1.4.1 O prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado a, no
máximo, 60 (sessenta) dias.
28.1.4.2 A autoridade regional competente, diante de solicitação escrita do notifi-
cado, acompanhada de exposição de motivos relevantes, apresentada no prazo de 10
dias do recebimento da notificação, poderá prorrogar por 120 (cento e vinte) dias,
contados da data do Termo de Notificação, o prazo para seu cumprimento.
28.1.4.3 A concessão de prazos superiores a 120 (cento e vinte) dias fica condicio-
nada à prévia negociação entre o notificado e o sindicato representante da categoria dos
empregados, com a presença da autoridade regional competente.
28.1.4.4 A empresa poderá recorrer ou solicitar prorrogação de prazo de cada item
notificado até no máximo 10 (dez) dias a contar da data de emissão da notificação.
20m
28.1.5 Poderão ainda os agentes da inspeção do trabalho lavrar auto de infração pelo
descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do
trabalhador, à vista de laudo técnico emitido por engenheiro de segurança do trabalho
ou médico do trabalho, devidamente habilitado.
2 – Critério da dupla visita
A dupla visita é prevista no art. 627 da CLT e é de fundamental importância para
fins de prova:

Art. 627. A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento das leis
de proteção do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita
nos seguintes casos:
a. quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou ins-
truções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita
apenas a instrução dos responsáveis;
b. em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de
trabalho, recentemente inaugurados ou empreendidos.

Decreto n. 4.552, de 27 de dezembro de 2002:

Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pes-


soas sujeitas à inspeção do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da
legislação trabalhista, e observarão o critério da dupla visita nos seguintes casos:
I –quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou ins-
truções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita
apenas a instrução dos responsáveis;
II –quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de traba-
lho recentemente inaugurados ou empreendidos;

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III –quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez


trabalhadores, salvo quando for constatada infração por falta de registro de
empregado ou de anotação da CTPS, bem como na ocorrência de reincidência,
fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e
25m IV –quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da
lei específica.

Obs.: �é importante perceber que esses critérios dos incisos III e IV não são previstos no
art. 627 da CLT e, portanto, possuem maiores chances de cobrança em provas.
Além disso, o inciso III foi alvo de polêmicas, mas hoje está vigente.

§ 1º A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do


prazo de noventa dias da vigência das disposições a que se refere o inciso I ou do
efetivo funcionamento do novo estabelecimento ou local de trabalho a que se refere
o inciso II.
§ 2º. Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de
dupla visita em relação ao dispositivo infringido.
§ 3º A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita se-
guinte, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em
matéria de inspeção do trabalho.

O critério da dupla visita não será obrigatório quando:

1) art. 23, inciso III do RIT;


2) condições que colocam em risco grave e iminente a integridade física e a saúde
dos trabalhadores.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Fernanda da Rocha.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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