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CAPÍTULO II
Do princípio que motiva a
divisão do trabalho
Esta divisão do trabalho, que tantas vantagens traz, não
é originalmente efeito da sabedoria humana, que prevê e
pretende alcançar aquela opulência geral dela derivada.
É a conseqüência gradual, necessária, mas lenta, de uma
certa propensão da natureza humana que não aspira a
tamanha utilidade: a propensão de trocar, trocar e trocar
uma coisa por outra.
CAPÍTULO III
A divisão do trabalho é limitada
pelo tamanho do mercado
Assim como a faculdade de mudar motiva a divisão do
trabalho, a extensão dessa divisão é limitada pela
extensão dessa faculdade ou, em outras palavras, pela
extensão do mercado. Quando este é muito pequeno,
ninguém é encorajado a se dedicar inteiramente a uma
ocupação, por não poder trocar o excedente do produto
do seu trabalho, além do seu próprio consumo, pela
parte que necessita dos resultados do trabalho de outros.
[...]
CAPÍTULO IV
Da origem e uso da moeda
Assim que a divisão do trabalho foi estabelecida, apenas
uma pequena parte das necessidades de cada homem
poderia ser satisfeita com o produto de seu próprio
trabalho. O homem supre a maior parte de suas
necessidades trocando o restante do produto de seu
esforço, além do que consome, por outras porções do
produto de outros de que necessita. O homem vive
assim, graças às mudanças, tornando-se, de certa forma,
um comerciante, e a própria sociedade prospera até ser
o que realmente é, uma sociedade comercial.
CAPÍTULO V
Do preço real e nominal da
mercadoria, ou do seu preço no
trabalho e seu preço na moeda
Todo homem é rico ou pobre de acordo com o grau em
que pode desfrutar das coisas necessárias, convenientes
e agradáveis da vida. Mas, uma vez que a divisão do
trabalho é estabelecida, é apenas uma pequena parte
dela que pode ser alcançada com esforço pessoal. A
maioria deles será obtida através do trabalho de outras
pessoas, e você será rico ou pobre, de acordo com a
quantidade de trabalho de outras pessoas que você pode
ter ou pode adquirir. Consequentemente, o valor de
qualquer bem, para quem o possui e que não pretende
utilizá-lo ou consumi-lo, mas trocá-lo por outrem, é igual
à quantidade de trabalho que pode adquirir ou
disponibilizar por meio dele. O trabalho, portanto, é a
medida real do valor de troca de todos os tipos de bens.
O preço real de qualquer coisa, o que realmente custa ao
homem que deseja adquiri-la, são a dor e o cansaço que
sua aquisição acarreta. O que realmente importa para
quem já o adquiriu e quer se desfazer dele, ou trocá-lo
por outros bens, são as dores e as labutas de que o
libertarão e que poderá impor a outras pessoas. O que se
compra com dinheiro ou com outros bens, se adquire
com trabalho, da mesma forma que se adquire com o
esforço do nosso corpo. Dinheiro ou outros tipos de bens
nos livram desse cansaço. Eles contêm o valor de uma
certa quantidade de trabalho, que trocamos por coisas
que supomos conter, em determinado momento, a
mesma quantidade de trabalho. O trabalho era, então, o
preço primitivo, a moeda original que servia para pagar e
comprar todas as coisas. Não foi com ouro ou prata, mas
com trabalho que todos os tipos de riquezas foram
originalmente comprados no mundo; seu valor para
quem os possui e deseja trocá-los por outras produções é
exatamente igual à quantidade de trabalho que eles
podem adquirir e dispor com ele. [...]
CAPÍTULO VI
Sobre os elementos
componentes do preço das
mercadorias
No estado primitivo e rude da sociedade, que antecede a
acumulação de capital e a apropriação da terra, a única
circunstância que pode servir de norma para a troca
recíproca de diferentes objetos parece ser a proporção
entre os diferentes tipos de trabalho que eles são
necessários para adquiri-los. Se em uma nação de
caçadores, por exemplo, costuma custar o dobro de
matar um castor do que matar um veado, o castor irá
naturalmente negociar ou valer dois veados. É natural
que algo que geralmente resulta de dois dias ou de duas
horas de trabalho valha o dobro do que resulta de um dia
ou de uma hora.
CAPÍTULO VII
Do preço natural e do preço de
mercado das mercadorias
Em cada sociedade ou região, há uma taxa média ou
atual de salários e benefícios em cada um dos empregos,
exceto trabalho e capital. Como veremos mais tarde,
essa taxa é naturalmente regulada, em parte, pelas
circunstâncias gerais da sociedade, sua riqueza ou
pobreza, sua condição estacionária, avançada ou
decadente; e em parte, devido à natureza peculiar de
cada trabalho.
CAPÍTULO X
Dos salários e benefícios nos
diferentes empregos de
trabalho e capital
Todas as vantagens e desvantagens que derivam dos
diferentes usos do trabalho e do capital, no mesmo
território, devem ser perfeitamente iguais ou gravitar
continuamente para essa mesma igualdade. Se no
mesmo território um emprego fosse evidentemente mais
ou menos vantajoso do que outros, certo número de
pessoas procuraria emprego, em um caso, e um certo
número desistiria desse emprego, no outro, de tal forma
que muito logo, como compensação, voltaria ao nível de
outras ocupações. Este é o caso pelo menos em uma
sociedade em que as coisas podem seguir seu curso
natural, em que há liberdade perfeita e cada um é
totalmente livre para escolher a ocupação que considere
mais conveniente, ou para mudá-la assim que quiser.
considera razoável.
[...]
Segundo livro
INTRODUÇÃO
Nesse estado primitivo da sociedade, em que a divisão
do trabalho não é praticada e a mudança mal é
conhecida, e em que cada ser humano adquire o que
precisa, por seu próprio esforço, não é necessário
acumular capital antecipadamente para desenvolver as
atividades da comunidade. Cada homem tenta satisfazer
suas necessidades conforme elas surgem, colocando em
ação sua própria indústria. Quando ele está com fome,
ele vai caçar na floresta; quando suas roupas estão
deterioradas, ele cobre seu corpo com a pele do primeiro
grande animal que mata, e quando a cabana ameaça
ruína, ele a conserta, com as árvores e a terra nas
proximidades.
CAPÍTULO III
Da acumulação de capital, ou
do trabalho produtivo e
improdutivo
Existe um tipo de trabalho que agrega valor ao objeto ao
qual está incorporado, e outro que não produz esse
efeito. O primeiro, pelo fato de produzir valor, é
denominado produtivo; a segunda, improdutiva. Assim, o
trabalho de um artesão em uma manufatura geralmente
agrega valor aos materiais que trabalha, como a sua
manutenção e os benefícios do professor. Já a da
empregada doméstica não agrega valor. Embora o
professor tenha adiantado seus salários ao trabalhador,
nada realmente lhe custa, pois o acréscimo no valor
recebido pela disciplina, na qual o trabalho foi exercido,
restaura, portanto,
Terceiro livro
CAPÍTULO I
Do progresso natural da
opulência
A atividade comercial mais eminente de toda a sociedade
civilizada é aquela que se realiza entre os habitantes das
cidades e os do campo. Consiste na troca de produtos
primários por manufaturados, seja por meio do
instrumento da moeda, ou de um determinado tipo de
papel que o substitua. O campo abastece a cidade com
todo o tipo de mantimentos e matérias-primas para a
manufatura. A cidade, por sua vez, paga por esse
sortimento devolvendo parte dessas mesmas produções,
já fabricadas, aos moradores do campo. A cidade, onde
não há reprodução das espécies, pode-se dizer que
ganha toda a sua riqueza e subsistência no campo; Mas
por isso não devemos imaginar que o ganho da cidade
represente justamente uma perda para o campo, porque
o ganho de ambas as partes é recíproco, e quanto mais
amplo for esse mercado, maior será o número de quem
participa de suas vantagens. [...]
Assim como, por natureza, o sustento vem antes do
conforto e do luxo, também a atividade econômica que
proporciona satisfação àqueles deve necessariamente
ser preferida àquela fornecida por estes. O cultivo e o
aproveitamento das terras que produzem o sustento não
podem deixar de preceder o progresso da cidade, que é
aquela que oferece os meios para o conforto e o luxo. O
produto excedente do campo, isto é, o que sobra depois
de ter atendido às necessidades de quem o cultiva,
constitui a subsistência da cidade, de tal forma que só
pode progredir com o aumento do referido excedente do
meio rural. . [...]
Quarto livro
INTRODUÇÃO
A economia política, considerada como um dos ramos da
ciência do legislador ou do estadista, propõe dois objetos
distintos: o primeiro, proporcionar à população uma
renda abundante ou de subsistência, ou, mais
propriamente dito, empoderar seus indivíduos e colocá-
los em uma posição para alcançar ambos por si próprios;
a segunda, proporcionar ao Estado ou à República
receitas suficientes para os serviços públicos. Portanto,
busca atingir ambos os fins, ou seja, enriquecer o
soberano e o povo.
Os diversos avanços ocorridos em termos de afluência ao
longo de vários séculos e em diferentes nações deram
origem a dois sistemas distintos de economia política,
voltados para o enriquecimento dos povos: um, pode ser
denominado sistema mercantil; o outro, sistema agrícola.
Tentaremos explicar ambos com a clareza e distinção
possíveis, começando pelo sistema mercantil. [...]
CAPÍTULO I
Desde o início do sistema
mercantil
Que a riqueza consiste em dinheiro, ou seja, ouro e
prata, é uma ideia popular, derivada das duas funções
diferentes do dinheiro, como instrumento de comércio e
como medida de valor. Em virtude da primeira dessas
funções, podemos adquirir com dinheiro o que
precisamos, mais facilmente do que por meio de
qualquer outra mercadoria. O velho grande negócio está
ganhando dinheiro. Assim que isso for alcançado, cessam
as dificuldades para realizar outras aquisições
sucessivas. Como consequência da segunda dessas
funções, que deve ser uma medida de valor, estimamos
todas as outras coisas pela quantidade de dinheiro que
podemos obter em troca delas. Costumamos dizer de um
homem rico que vale muito dinheiro e de um homem
pobre que vale pouco. De quem é poupador, ou quer
ficar rico, costuma-se dizer que ama o dinheiro; e de
outro que é generoso ou gastador, que o olha com
indiferença. Enriquecer consiste em adquirir dinheiro;
riqueza e dinheiro são, na linguagem vulgar, termos
sinônimos.
Em geral, supõe-se que um país é rico, da mesma forma
que uma pessoa, quando é rico em dinheiro e acumular
ouro e prata é considerado o caminho mais curto e
seguro para enriquecer. Pouco depois do descobrimento
da América, a primeira pergunta que os espanhóis
faziam, quando chegavam a praias desconhecidas, era
se havia ouro ou prata nas redondezas. Pelos relatórios
desse tipo que receberam, eles mais tarde julgaram se
seria ou não conveniente fundar estabelecimentos nos
países considerados dignos de conquista. [...]
CAPÍTULO II
Das restrições impostas à introdução de bens
estrangeiros que possam ser produzidos no país
CAPÍTULO IX
Dos sistemas agrícolas, isto é, daqueles sistemas
de economia política que consideram o produto da
terra como única ou principal fonte de renda ou
riqueza do país
Os sistemas agrícolas da Economia Política não precisam
de uma explicação tão longa como aquela que
dedicamos ao sistema mercantil ou comercial.
[..]
CAPÍTULO I
Parte I
De gastos de defesa
Parte II
Das despesas da justiça
Parte III
De obras e instituições públicas
você publica
CAPÍTULO II
Sobre as fontes de onde vêm as receitas públicas e
gerais da sociedade
Parte I
Das fontes de receita que pertencem particularmente ao
Soberano ou à República
Parte II
De impostos
CAPÍTULO III
De dívidas públicas
No estado social primitivo que antecede a expansão do
comércio e os avanços na manufatura, e em que todos
aqueles artigos de luxo caros que somente as atividades
acima mencionadas são capazes de adquirir são
desconhecidos, quem tem uma grande renda não pode
gastá-la em outro lugar. aproveite-o de qualquer outra
forma, mas mantendo todas as pessoas que é possível
apoiar com ele. [...] Pode-se dizer que uma grande renda
equivale à capacidade de dispor de um grande número
de coisas necessárias à vida. Nos primeiros estágios da
sociedade, toda a renda desse tipo é paga em grande
quantidade de artigos necessários à subsistência,
alimentação, roupas grosseiras, grãos, gado, lã e peles
cruas. Embora não haja comércio ou manufatura que
permita oferecer algumas coisas pelas quais a maioria
dos materiais que excedem o consumo pessoal possam
ser trocados, o proprietário não pode usá-los de outra
forma que não alimentando e vestindo o máximo
possível. A hospitalidade sem luxo e a liberalidade sem
ostentação dão origem, nessa situação, às principais
despesas dos ricos e poderosos; mas também
procuramos enfatizar que [...] tais gastos dificilmente
chegam a arruiná-los. Não há, entretanto, diversão, por
mais frívola que seja, cujas consequências não tenham
arruinado alguns. [....] A hospitalidade sem luxo e a
liberalidade sem ostentação dão origem, nessa situação,
às principais despesas dos ricos e poderosos; mas
também procuramos enfatizar que [...] tais gastos
dificilmente chegam a arruiná-los. Não há, entretanto,
diversão, por mais frívola que seja, cujas consequências
não tenham arruinado alguns. [....] A hospitalidade sem
luxo e a liberalidade sem ostentação dão origem, nessa
situação, às principais despesas dos ricos e poderosos;
mas também procuramos enfatizar que [...] tais gastos
dificilmente chegam a arruiná-los. Não há, entretanto,
diversão, por mais frívola que seja, cujas consequências
não tenham arruinado alguns. [....]
[.]