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O Nascimento das Fábricas e as

Origens da Gerência

Administração, ADM520
Prof. José Rubens Monteiro Teixeira

Referências: DECCA, EDGAR S. DE. O NASCIMENTO DAS FÁBRICAS. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 2004, p.07-40 HUBERMAN, L.
História da riqueza do homem. Do feudalismo ao século XXI. 22ED. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Caps. 10 e 16; BRAVERMAN, Harry.
Trabalho e Capital Monopolista: a degradação do trabalho no século XX. 3ed. Rio de Janeiro: LTC, 1987. Cap. 2
.
O Nascimento das Fábricas

INTRODUÇÃO:
modernidade, trabalho e fábrica.

Objetivo do Texto
O Significado da Fábrica
Evento Tecnológico? Organização? Disciplina?
O Nascimento das Fábricas

1- O mercado e o pensar

“Nunca temos tempo para sonhar”, dizia inspector inglês ao considerar


que as pessoas que se encontravam nos moinhos estão ali forçados,
com famílias destruídas (DECCA, p.11).

Pensar regido por mecanismos sutis de controle social, segundo regras


já definidas, e o contraponto é justamente a “impossibilidade de pensar
além das regras.”(DECCA, p. 13)
O Nascimento das Fábricas

2- Início e desenvolvimento da configuração capitalista de produção

❖ O mestre artesão e suas funções.

❖ Putting out system (subcontratação):

características e transição;

questões e tensões.
O Nascimento das Fábricas

3- A Fábrica

❖ Fatores relacionados à constituição da fábrica mecanizada:


comércio; produção; inovações tecnológicas; geração de excedente.
❖ Reação de trabalhadores: máquina e fábrica

Considerações
As Origens da Gerência

1. As Origens da Gerência

1.1- Cooperação e o problema da gerência em forma rudimentar;

1.2- Formas antigas de gerência e declínio dos sistemas de transição


(subcontratação);
As Origens da Gerência

1.3- A gerência nas relações capitalistas de produção:

• Potencialidade e concretização de trabalho na produção de


mercadoria;

• Operários e propriedade de meios de produção;

• Relações jurídicas: igualdade e liberdade;

• Capitalista na condição de gerente e a compra e venda de fatores de


produção em determinadas condições.
As Origens da Gerência

1.3- A gerência nas relações capitalistas de produção:

Fatores de Produção Situação 1 (R$) Situação 2 (R$)

Meios de Produção 100,00 200,00

Força de trabalho 40,00 (4h) 40,00 (8h)

Custo total 140,00 (10 peças) 240,00 (20 peças)

Preço de mercado da peça 14,0 14,00

Saldo 0 40,00
O Nascimento das Fábricas e as Origens da Gerência

Fábrica e gerência: a emergência de uma nova conduta


diária.
Controle, normas e antagonismos: gerência e divisão do
trabalho.
Gerência e Divisão do Trabalho
Divisão social do trabalho.

➢ Sociedade em geral dividida por ocupações;

➢ Cada produtor fornece uma mercadoria;

➢ Fracionamento dos meios de produção;

➢ Perspectivas de autonomia, espontaneidade e liberdade.


Gerência e Divisão do Trabalho

A Divisão parcelar do trabalho: contexto e características

➢ Decomposição do ofício para criar funções


exclusivas de trabalhadores;

➢ Conexão de trabalhos parciais e


sua combinação dirigida pelo empresário.
Perspectivas da divisão parcelar do trabalho.

A. Smith (A Riqueza das Nações, 1776): livre comércio,


acumulação e desenvolvimento

“Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o


corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a (1723-1790)
colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete
requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça...,e
alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem ...”

Daí, em vez de 20 ou mesmo nenhum, por dia, chegam a uma


produção de 4.800 ao dia para cada trabalhador.
Perspectivas da divisão parcelar do trabalho.

A. Smith : A Riqueza das Nações (1776)


➢Aumento da destreza de cada
trabalhador;

Vantagens da “reduzindo a atividade de cada


Divisão do trabalho pessoa a alguma operação
simples e fazendo dela o único
emprego de sua vida(...)maior a
E a curva de aprendizagem?
destreza de quem sempre fez isso
na vida”;
Perspectivas da divisão parcelar do trabalho.

A. Smith : A Riqueza das Nações (1776)


➢Economia de tempo, com o foco em
uma só atividade;

“(...) todo trabalhador do campo que


Vantagens da
é obrigado a mudar de trabalho e de
Divisão do trabalho ferramentas a cada meia hora e a
fazer vinte trabalhos diferentes a
cada dia (...)quase sempre se torna
indolente e preguiçoso”.
Perspectivas da divisão parcelar do trabalho.

A. Smith : A Riqueza das Nações (1776)

➢Máquinas para facilitar e abreviar o


trabalho (produtividade e eficiência).

Vantagens da “grande parte das máquinas* utilizadas


Divisão do trabalho nas manufaturas (...)constitui
originalmente invenções de operários
comuns (...) a fim de facilitar e
apressar a sua própria tarefa no
trabalho.”
Gerência e Divisão do Trabalho
Charles Babbage (1791-1871) Sobre a Economia de
Maquinaria e Manufaturas (1832).

➢ Parcelamento e barateamento da força de trabalho.

“O animal foi vistoriado e riscado como um mapa; e os homens foram classificados


em mais de trinta especialidades e vinte taxas de pagamento, de 16 a 50 cents por
hora(...)Só no trabalho do couro há nove empregos, com oito taxas diferentes de
pagamento. Um homem de 20 cents retira a
cauda, um de 22,5 cents trabalha duramente em
outra parte onde não se acha bom couro, e a
faca do homem de 40 cents corta uma textura
diferente e tem um “sentido” diferente em
relação ao que ganha 50 cents.”
(J. R.COMMONS, 1921)
A divisão do trabalho por equipes polivalentes

• Método de continuidade do trabalho;


• Perfil do operário;
•Chefia e rotação de tarefas;
•Método de pagamento;
• Eficiência, supervisão e “autocontrole”.
Implicações da forma capitalista de divisão do trabalho.

▪ Manufatura e maquinaria: controle e produtividade;

▪ Qualificações em conformidade com as necessidades e exigências


do mercado;

▪ “Declínio” da relevância das perícias e ofícios;

▪ Lei da divisão do trabalho e dimensões estruturais da sociedade;

65% - 1.900 (43% da média);


10%- 23.000(5,3 x a média)
Considerações

Relação entre modo de produção capitalista, força de trabalho e a


maneira como o trabalho é dividido.

Forma de divisão do trabalho para obter mais produtividade e


eficiência, com legitimidade social e política, em relação às
sociedades tradicionais.

Defesa ideológica de uma forma de divisão do trabalho coerente com os


interesses de uma classe, e que passa a predominar mundialmente.

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