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Origens e funções do

parcelamento das tarefas

Grupo H
Gabriel Lacerda, Gabriel Machado, Henrique Moura, Maria Izabel, Samuel Lemos,
Sarah Sampaio & Tiago .
Tópicos

Introdução: A tecnologia molda a


organização social e econômica ou
Dividir para reinar
a organizção social e econômica
molda a tecnologia ?

O desenvolvimento da fábrica Variações sobre o Tema


Duas questões são exploradas pelo autor:

2- A autoridade
1- A organização do
hieráquica é
trabalho é determina
realmente necessária
pela tecnologia ou
para obter níveis de
pela sociedade?
produção elevados ?
• .Para Marglin, as inovações na organização do trabalho, com divisão de tarefas
e um coordenador central, não foi implementado como uma maneira de
aumentar a produtividade, como defendem os capitalistas;

• . O real motivo foi assegurar uma grande porção do bolo para o capitalista em
si;

• . De mesmo modo, a origem e o êxito das fábricas não se explicam por


superioridade tecnológica, e sim pelo maior poder de vigilância e controle dos
capitalistas sobre os operários;

• . Poupar não é ensinado, logo mantem o operário em uma escravidão eterna.


Organização da produção industrial de
sociedades pré-capitalistas

• O produtor fazia parte tanto do topo quanto da base da hierarquia


• O mestre-artesão trabalhava com o aprendiz
• A hierarquia era linear e não piramidal
• O artesão membro de uma corporação não estava separado do mercado por um
intermediário
Divisão social e técnica do trabalho

• A especialização das tarefas é uma característica de todas as sociedades complexas e


não um traço particular de sociedades industrializadas
• Divisão do trabalho capitalista: e a tarefa do trabalhador se tornou tão especializada e
parcelar que ele já não tinha praticamente qualquer produto para vender, forçando o
operário a fazer de seu trabalho um produto mercantil
Superioridade tecnológica da
divisão do trabalho
• Adam Smith afirmava que a divisão capitalista do trabalho surgiu por causa da sua
superioridade tecnológica

• Motivos para a superioridade tecnológica da Divisão do Trabalho


• Aumento na produtividade de cada trabalhador
• Poupança de tempo de uma tarefa para a outra
• Criação de máquinas que auxiliam na conclusão mais eficiente do trabalho
Críticas de Marglin

• Economia de tempo: basta continuar numa produção tempo suficiente para que o tempo
de preparo se torne insignificante
• A eficiência depende apenas da separação das atividades e da duração delas e não na
especialização
• Invenção de máquinas: os trabalhadores obrigados a fazerem tarefas repetitivas perdem
um pouco a capacidade e propensão de inventar coisas devido à especialização extrema
“Um homem que passa toda a vida a
executar um pequeno número de
operações simples, cujos efeitos são
sempre os mesmos, não tem
oportunidade de desenvolver a sua
inteligência nem de exercer a sua
imaginação na procura de expedientes
para evitar dificuldades que nunca
surgem; ele perde, portanto, o hábito de
desenvolver ou de exercer essas
faculdades e, regra geral, torna-se tão
ignorante e estúpido quanto é possível a
uma criatura humana"
Críticas de Marglin

• Aumento da destreza: Marglin concede que Smith estaria correto quando se


fala de habilidades difíceis de aprender, que de fato se torna vantajoso
dividir a produção em especialidades separadas
• Contudo, no famoso exemplo de Smith da fabricação de alfinetes, as ações
realizadas pelos trabalhadores não necessitam de adquirir nenhuma
habilidade especial, nem era remunerada com bons salários, tornando
"inútil" tal divisão
Críticas de Marglin

• Se cada produtor tivesse podido combinar as diferentes tarefas que entram


no fabrico dos alfinetes, rapidamente teria descoberto que podia colocar-se
no mercado do alfinete e embolsar ele próprio o lucro
• Só pela separação das tarefas especializadas atribuídas a cada operário é
que, antes da introdução de máquinas dispendiosas, o capitalista podia
assegurar o controle da produção
Dividir para reinar

• Potências imperiais: basearam sua dominação no “dividir para reinar”


• O sistema de divisão de trabalho com separação e especialização do
trabalho surgiu para garantir o papel do Capitalista na economia, através de
uma estratégia parecida com a que as metrópoles utilizaram em suas
colônias: dividir e conquistar. Criando um problema e apresentando a si
mesmo como a solução
Dividir para reinar

• Produtores não se juntavam e produziam juntos sob um sistema sem


especialização do trabalho pois não havia lucro em tal atividade
organizacional
• Para ganhar dinheiro organizando era necessário se tornar um capitalista
• É difícil conseguir provas do método de “dividir e conquistar” como origem
do capitalismo, já que é do interesse da classe dominante omitir esse fato
dos trabalhadores que estão sendo explorados.
Princípio de cooperação

• O princípio de cooperação não foi atingido por três razões:


1) “Grandes quantidades de dinheiro são detidas por poucas pessoas”
2) A aptidão a administração do trabalho aumenta muito o valor deste, porém,
não consegue ocorrer num sistema igualitário
3) A do gênio natural e de que como qualquer modelo sem ser o da “monarquia
limitada” seria fadado a um avanço lento, mesmo que seja melhor.
Exemplo de ausência do
sistema de especialização
• Existiam exemplos até minas do século XX a ausência desse sistema de
especialização do trabalho, pois todas as outras minas eram propriedade de
outros capitalistas, portanto, não havia o perigo dos trabalhadores
estabelecerem sua própria mineradora.
• Surgiu-se a ideia, entretanto, de um sistema de exploração em galeria nas
minas, o qual permitiria a divisão do processo de trazer o carvão para a
superfície em 3 partes, entretanto esse sistema falhou já que não haviam
sistemas que permitissem coordenar os grupos em apenas uma operação.
Características da solução

1) “Método do trabalho”: a equipe que descia para a mina deveria retomar a da equipe que
subiu dela e vice-versa, quando eles concluíam uma atividade já seguiam para a seguinte
2) Os operários: Todos os operários tenham de ser competentes para executar qualquer
tarefa que surgisse, independente da sua educação, ou seja, a especialização extrema
não ocorria
3) Cada grupo de trabalho nomeava seu próprio chefe, além de desenvolver sua própria
repartição de atividades
4) Cada grupo recebia uma remuneração coletiva que era distribuída igualmente entre seus
integrantes
• Esse caso das minas hulhíferas foram uma das poucas situações em que
pode-se comparar os dois métodos de divisão do trabalho, tendo como
resultado um aumento de 20% do método de equipes polivalentes
comparado aos tradicionais.
• A transformação dos trabalhadores em proletários do “putting out system”
ocorreram devido a divisão do trabalho, já que as máquinas da época do
desenvolvimento industrial eram primitivas e o capital ainda não era tão
relevante.
• A especialização parcelar característica do putting-out system
só fez desaparecer um dos dois aspectos do controle operário
Parte 3: O da produção: o controle sobre o produto. O sistema de fábrica
(factory system) fez desaparecer o controle operário de todo o
desenvolvimento processo de trabalho.
da fábrica
• Historiadores econômicos, a exemplo de Paul Mantoux e T. S.
Ashton, defendem a tese de que o sistema fabril seria superior
tecnologicamente devido à presença de grandes máquinas.
- Diminuição dos custos de produção
Análises sobre o
desenvolvimento da
fiação industrial
‘’Os primórdios da fábrica moderna’’: o desenvolvimento da
indústria de algodão com Richard Arkwright e com a
colaboração Wyatt-Paul. A aplicação da disciplina e da vigilância
sobre os trabalhadores enquanto fator crucial para o êxito do
factory system

O desenvolvimento da indústria de lã com Benjamin Gott e as


‘’grandes oficinas de teares manuais’’. - O uso de apenas
trabalho manual no empreendimento de Benjamin Gott não foi
impedimento para o recebimento de lucros significativos – a
fonte de lucro dos capitalistas não possui forte relação com uma
organização produtiva com ‘’superioridade tecnológica’’
A instituição das patentes

A necessidade do estabelecimento de patentes O factory system e a relação com a instituição de A instituição de patentes consolidou o ‘’jogo dos
para a consolidação dos lucros – divisão da patentes: o aumento do controle e da vigilância capitalistas mais poderosos’’, em contraposição
sociedade entre a classe capitalista e a classe sobre os operários e sobre o processo produtivo. ao modelo de concorrência perfeita defendido
trabalhadora. por Adam Smith.
Por que é que o mecanismo do mercado não conseguiu
formar um controle e uma disciplina adequados no putting-
out system?
• - A disciplina e o controle só faziam falta do ponto de vista do capitalista, não do operário;

• Disciplinar a força de trabalho significava um aumento das quantidades produzidas pelo


aumento do trabalho fornecido;

• A vigilância da mão-de-obra limitava-se a reduzir o salário real;

• A fábrica pôs efetivamente fim à desonestidade e à preguiça do trabalhador.


Esse raciocínio é fortalecido pelo
desenvolvimento do capitalismo
nos tempos modernos.

• A organização corporativa da produção e da distribuição


abriu caminho ao putting-out system já que era mais
vantajoso para a classe que estava em condições de se
interpor entre o produtor e o mercado;

• Os lucros conferiram à classe capitalista nascente o


poder político necessário para acabar com as instituições
corporativas;

• Enquanto não foi vencido o poder político dos pequenos


mestres e companheiros, o putting-out system não pôde
prosperar;

• Ao mesmo tempo, putting-out system era


necessariamente um sistema de transição.
O capitalismo industrial não alcançou o poder de repente,
sua progressão aconteceu por etapas e de forma irregular

• No fim do século XVIII, o processo estava praticamente concluído. A transformação da


organização do trabalho num sentido mais favorável aos interesses da classe capitalista
estava em pleno desenvolvimento.

• Não foi a fábrica a vapor que nos deu o capitalismo, foi o capitalismo que projetou a fábrica
a vapor.
Variações sobre o tema:

• O processo de disciplinar e vigiar em um espaço o trabalhador não é


exclusivo do capitalismo:

• Fazendas coletivas soviéticas

• Moinhos hidráulicos feudais


Moinhos hidráulicos

• Criado pelos senhores feudais para que


pudessem ter direito sobre uma parte da
produção plebeia

• Não foi superior tecnologicamente do que o


manual, pois foi abolido após as revoltas
plebeias
Fazendas coletivas soviéticas

• No inicio da revolução havia muitas duvidas em como administrar a


população campesina.

• As fazendas coletivas foram impostas por Stalin visando:


. Maior acumulo de capital para o governo
. Manutenção de bons salários para os operários
PERGUNTAS ?

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