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GREEN BELT
SUMÁRIO
Introdução ao Six Sigma 03
Fordismo 12
O Saber Profundo 24
Conceito fundamental 29
Definição de melhoria 46
Introdução ao
Six Sigma
Muitos nos perguntam sobre o que se trata nosso curso de Green Belt, ou até mes-
mo o que é a metodologia Seis Sigma. Dentre todas as definições possíveis, nós gosta-
mos muito desta: nosso curso de Seis Sigma Green Belt torna você capaz de melhorar
processos e analisar dados. Melhorar processos e analisar dados são duas das compe-
tências mais procuradas pelas empresas na era da informação, a qual vivemos hoje.
Não há nenhum colaborador de destaque que não tenha bons conhecimentos nestas
duas áreas. Sabemos que melhorar é uma necessidade de qualquer organização, in-
dependentemente do setor ou porte. Quem não busca a melhoria por conta própria,
geralmente acaba buscando quando sua sobrevivência é ameaçada por concorrentes
melhores e mais preparados. Diante disto, é consenso que aprender a nadar quando a
água chega na altura do nariz, não é algo prazeroso.
A porta de processos nos leva à várias técnicas para enxergar as organizações como
processos. E processos,são uma série de atividades que transformam insumos em
produtos ou serviços, agregando valor ao cliente a cada transformação. Juntar todas
essas ferramentas, por meio do roteiro (DMAIC), gerando melhorias na organização
é o verdadeiro objetivo do Seis Sigma e é o que vamos passar neste curso para vocês.
Cabia ao sapateiro saber quais couros escolher, como conforma-los, como ade-
ri-los à sola da bota e qual seria o uso que o cliente daria, ao bem produzido por
ele. Cada um destes distintos tipos de artesãos também trabalhava em espa-
ços separados. Não havia uma grande fábrica com diversos trabalhadores, ape-
nas algumas corporações de ofício em que alguns artesãos trabalhavam juntos.
A mudança da divisão social do trabalho para uma divisão manufatureira mudou a ma-
neira de se conduzir a produção pela primeira vez, em milênios atividade, de maneira
a torná-la mais produtiva.
Vários autores renomados, como Adam Smith e Jean-Baptiste Say, já haviam publica-
do vasto material pregando a necessidade da melhoria da produção. O que Taylor fez
foi, no momento certo, popularizar esse método. O Taylorismo é sempre considera-
do uma faca de dois gumes. Ele é extremamente positivo, pois abre ao mundo a ideia
de melhoria de atividades (o que eventualmente evolui em melhoria de processos).
Todas as empresas a partir desta época adotam a linha de montagem, em algum aspec-
to. Isso ajuda a popularizar a preocupação com a qualidade e a atenção para a melhoria.
O protagonista desse avanço foi o estatístico Walter Shewhart. Ele trabalhava com
a análise dos processos do laboratório. Dentre suas inovações mais importantes,
podemos citar o controle estatístico de processo (CEP), que culmina com os Gráfi-
cos de Controle.
Shewhart, durante sua vida acadêmica, também pode orientar outro famoso esta-
tístico: Willian Edwards Deming. Deming, mais tarde, transformar-se-ia em um dos
mais importantes gurus da qualidade, sendo responsável pela transformação do Ja-
pão no pós-guerra e pela recuperação da indústria americana no final dos anos 80.
Essa entidade era composta pelos mais brilhantes e influentes personagens da in-
dústria japonesa. Dela fazia parte quase à totalidade dos presidentes das gran-
des empresas japonesas da época e grande parte dos pesquisadores da indústria.
Um dos objetivos iniciais da JUSE foi desenvolver métodos de produção mais efici-
entes, e para isso, convidou Deming a ir ao Japão para dar palestras sobre a gestão
da qualidade e o uso de ferramentas estatísticas no desenvolvimento de processos.
Essas palestras tiveram uma adesão muito forte entre os engenheiros japoneses e o
conteúdo disseminado por Deming (no final da década de 1940 e nas décadas pos-
teriores) fez com que o Japão se tornasse uma referência mundial em manufatura.
Nos anos seguintes até os dias atuais, os avanços desenvolvidos na reconstrução do Ja-
pão se popularizam e se consolidaram. Hoje em dia, todos sabem o que é qualidade e a sua
importância para os negócios. As técnicas que inicialmente estavam limitadas a manu-
fatura penetram em todos os processos nas mais diversas organizações. De montadoras
até hospitais, todos começam a usar padrões e estatística para melhorar seus processos.
Além disso, nessa época surgem diversas metodologias que compilam os conceitos ini-
ciais. Dentre as mais famosas podemos citar o seis sigma, criado Bill Smith na Motorola
O SABER PROFUNDO
Deming, ao longo de sua carreira, e principalmente ao final, sintetizou os fundamentos de
sua teoria da melhoria de processos no que ele chamou de Conhecimento Profundo.
Um exemplo que utilizo muito para ilustrar este conceito é o relógio. Qual é
a valia de um relógio se não for para marcar os dias e as horas? Esta é a sua fun-
ção principal e todas as engrenagens e seus movimentos devem estar alinhados
com esta função. Alguém analisa a hierarquia das engrenagens de um relógio?
Não que eu saiba, apenas são analisados os processos que cada peça executa para
que o relógio marque as horas da maneira mais precisa possível. Assim deve ser
uma organização.
Teoria do conhecimento
Em outras palavras: precisamos saber aprender. Esse aprendizado não pode ser feito
a duras penas, na base da tentativa e erro. Precisamos ter um método para aprender
melhor. É justamente disso que fala a teoria do conhecimento. Como aprender melhor
como organização?
As ferramentas que nos ajudam a aprender, são aquelas criadas em cima do método
científico, como o ciclo PDSA e o Planejamento de Experimentos. Mais a frente, ex-
ploraremos em detalhes como funciona o método e quais são suas etapas para gerar
conhecimento de maneira rápida e sólida.
Este pilar tem tudo a ver com as ferramentas estatísticas. Todos os processos e re-
sultados de uma organização variam. Às vezes vendemos mais, às vezes menos, às
vezes uma peça sai mais leve, outras mais pesada. Isso é perfeitamente natural e por
mais que trabalhemos para reduzir essas variações, nunca acabaremos com elas.
Psicologia
Empresas são feitas de pessoas. Cada um tem seus
objetivos e ambições. Entendê-los é vital para o
sucesso da organização
Como disseminar o propósito de maneira que ele engaje continuamente cada mem-
bro da organização? Como trabalhar em equipe? Para melhoramos nosso domínio
deste pilar, existe algumas técnicas, principalmente referentes à comunicação e ao
alinhamento de cada um. Vamos discuti-la com mais profundidade ao longo do curso.
Por outro lado, em empresas, é comum nos depararmos com planos de ação em que o
autor lista que encontrou 350 oportunidades de melhorias. Está errado. Ele encontrou
oportunidade de mudanças, que serão ou não melhorias, cabendo ao tempo dizer isto.
Então como desenvolver mudanças que tenham grande probabilidade de ser melhorias?
Há uma maneira fácil de estruturamos essas mudanças, por meio das três questões
fundamentais da melhoria
O objetivo do esforço
A primeira pergunta nos faz refletir sobre o que queremos realizar. Quando o objetivo
é claro, nós podemos estruturar de maneira mais efetiva as nossas ações. Além disso,
podemos usar a definição de objetivo para alinhar a nossa equipe.
propunham a todo o momento realizar mudanças no processo (e acho que isso não
acontecia só lá). Muitas dessas mudanças eram iguais às mudanças dos políticos que
comentamos anteriormente, ou seja, sem um foco claro definido. Algumas eram boas
ideias, outras nem tanto, mas a grande maioria delas vinha embasada em proble-
mas reais da organização. Para não desperdiçar as boas ideias e nem deixar passar
os problemas, propusemos um método: todas as mudan ças seriam analisadas, con-
tanto que para cada uma, as outras 2 perguntas fundamentais fossem respondidas.
Converse, discuta o que está acontecendo com os demais envolvidos, buscando con-
cretizar o que queremos fazer. É muito difícil sair com um objetivo concreto de uma si-
tuação, é como se houvesse uma “fumaça” na cabeça de cada um dos envolvidos. O que
temos que fazer, como gestores de melhoria, é condensar essa fumaça em algo concre-
to, um objetivo. Para isso, precisamos entender o sentimento e as impressões de todos
os envolvidos mais próximos. Não há maneira melhor para esse entendimento do que
conversando com todos.
Defina um objetivo
Se o passo anterior era muito aberto, este deve ser muito fechado. Após as discussões,
force a equipe a sair com um objetivo claro. Objetivos claros tem uma estrutura padrão:
Exemplos:
Alguns exemplos de restrições são: não contratar mais pessoas ou não aumentar os
gastos. Além desses, podemos ter restrições de escopo como, não fazer nenhuma
mudança nos processos de vendas.
Uma vez feito isso, o seu time de melhoria está pronto para começar a trabalhar.
É preciso gastar um bom esforço na definição do padrão sobre como coletamos nossos
dados. Existem várias ferramentas que serão abordadas ao longo da certificação para a
boa coleta de dados, como por exemplo, folhas de verificação, definições operacionais e
avaliação estatística do sistema de medição
Temos que entender quando uma mudança no indicador é significativa e quando ela não
é. Só podemos fazer isso analisando a variação natural do processo. Comparações do
tipo um mês contra o outro são, em geral, armadilhas perigosas.
Para entender um pouco melhor a variação, temos este exemplo. Observando o gráfico
acima e tendo em mente que o objetivo do projeto de melhoria era diminuir o tempo de
ciclo, é possível dizer que a mudança (realizada entre a primeira e a segunda medição) foi
uma melhoria? Seja sincero e responda agora. Depois, mostraremos alguns argumen-
tos que poderá fazê-lo tornar-se mais prudente em relação a este tipo de comparação.
1 6 6 9 8 6 3
2 9 2 9 9 9 4
3 7 3 6 7 7 2
4 8 8 8 8 8 8
5 6 4 7 6 3 3
6 7 2 6 7 2 2
7 9 9 6 9 4 4
8 2 7 4 2 3 2
9 3 3 4 1 2 3
10 4 7 3 3 4 4
11 3 3 3 3 3 3
12 3 6 2 5 2 3
13 4 9 3 8 4 4
Intuitivamente diríamos que a mudança do gráfico anterior é sim uma melhoria. Entre-
tanto, vamos analisarvestes 6 cenários propostos. Todos eles poderiam representar o
gráfico anterior, pois possuem tempo na semana
4 = 8 e tempo na semana 11 = 3.
Todos eles foram melhorias? Vamos colocar estes dados de uma forma mais fácil de
se observar...
Cenário 3
Aqui também não possível atribuirmos a melhoria à mudança realizada. Apesar do pro-
cesso estar melhorando, o comportamento do processo pouco tem a ver com a mudança
sinalizada. São grandes as chances desta melhoria no indicador ser efeito de alguma mu-
dança realizada antes da quarta semana.
O que os dados do cenário 3 nos mostram é que algo aconteceu no processo que fez com
que ele mudasse de comportamento. Ele já vinha mudando de comportamento quando
fizemos a mudança, e esta foi sem efeito,
Cenário 6
Por fim, temos mais um caso de não-melhoria. Esse caso é interessante, pois a diferença
entre a semana 4 e a semana 11 foi causada por um “ponto fora da curva” na primei-
ra medição. Isso acontece bastante, e tais pontos são o que definiremos futuramen-
te como causa especial. Algo aconteceu na semana 4 que fez o tempo de ciclo explo-
dir naquela semana, mas depois dela, o indicador retornou à estabilidade e o processo
continuou estável. Veremos que quando isso acontece, nem sempre é uma boa estra-
tégia analisar todo o processo. Temos que analisar apenas a causa especial e identifi-
car o que pode ter acontecido ali, para que não deixemos que aconteça novamente.
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