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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
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A Constituição de 1990 estabelece, inter-alia, o princípio do controlo da
legalidade da acção administrativa através da instituição do Tribunal
Administrativo com tarefa de exercer o controlo da legalidade dos actos
adminstrativos e a fiscalização da legalidade das despesas públicas. Na
nova ordem constitucional, o Tribunal Administrativo apresenta-se como
órgão de soberania, partilhando desta qualidade com os demais Tribunais
enumerados no texto Constitucional.
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No âmbito da fiscalização das despesas públicas:
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contas se fazem acompanhar dos documentos exigidos pelas respectivas
instruções e se os mesmos estão escriturados correctamente, a par do
exame sumário da legalidade, regularidade financeira e contabilística das
operações e registos que integram essas contas e a verificação do 2º grau
que compreende a análise dos documentos de despesa e da forma de
instrução da conta, na perspectiva não apenas da sua conformação formal e
substancial relativamente às instruções aplicáveis, mas também da
verificação da consistência dos documentos, da correcção contabilística e
da legalidade e regularidade das operações e registos neles evidenciados, a
par da liquidação da conta, da fixação dos emolumentos e da ultimação do
respectivo relatório.
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Contas levar ao poder legislativo, no caso Moçambicano à Assembleia da
República, através do seu relatório e parecer, os resultados da apreciação da
execução orçamental do governo, tornando-se a AR o destinatário
privilegiado da actividade do tribunal.
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Prof. Doutor António de Sousa Franco, “O Presente e o Futuro das Instituições de Fiscalização
Financeira com Natureza Jurisdicional”, Lisboa, 1993, pág. 124
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Idem
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áreas identificadas no Plano Estratégico, designadamente a área de infra-
estruturas e da auditoria de desempenho.
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centralizados no Governo, apesar do Tribunal propor muitos aspectos, cuja
decisão compete aos órgãos do poder executivo, em última análise.
Este quadro está a conhecer uma reversão, ou pelo menos, uma melhoria.
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3. O Tribunal Administrativo vis-à-vis as entidades fiscalizadas
A experiência mostra que a prevenção deve ser tanto mais ampla quanto
mais a prática da administração revele tendências de inefeciência indutores
de má gestão ou ligeireza no manuseamento dos dinheiros públicos. Em
contrapartida a necessidade de prevenção tende a esbater-se ou ganhar
novas formas quando a autodisciplina da Administração oferece por si
garantia de maior rigor nos procedimentos e um sistema eficiente de
controlo interno. De alguma maneira se pode dizer que numa administração
ideal a prevenção e a pedagogia vão-se deslocando para o interior da própia
Administração.
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Na mesma linha, se excluem da fiscalização prévia, sem prejuízo de uma
eventual fiscalização sucessiva, determinadas categorias de actos, em
função do seu autor (Presidente da República), da sua natureza (cargos
electivos e contratos de cooperação), do afastamento entre o local da
celebração e respectiva ordem jurídica e a sede do Tribunal (contratos
celebrados em missões diplomáticas moçambicanas no exterior).
Realça-se que a função de fiscalização prévia acaba por ter uma grande
importância, nomeadamente, na Administração Pública porque se esta não
for eficaz, o caminho para o cometimento de actos ilícitos e ilegais estará
aberto. Todavia, se esta for exercida de forma exagerada, poderá tornar-se
num nó de estrangulamento para administração pública, daí a necessidade
de se encontrar um equilíbrio.
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Tavares, José, O Visto do Tribunal de Contas, Lisboa, 1997,página 77.
5
Tavares, José, O Visto do Tribunal de Contas, Lisboa, 1997, página 81.
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Raposo, Amável, Virtudes e fragilidades do actual sistema de controlo de dinheiros públicos,
Comemorações dos 150 anos doTribunal de Contas, Tribunal de Contas, Lisboa 2000.
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O facto de alguns Tribunais de Contas terem sob sua jurisdição um sem
número de entidades e fiscalizarem todo e qualquer tipo de contrato acaba
por dar ênfase ao peso excessivo à fiscalização prévia, tendo como uma das
consequências a demora nas respostas solicitadas pelas entidades, acabando
esta por tornar-se numa desculpa dos órgãos executivos e políticos para o
não cumprimento das suas obrigações, porque estes olham para os
Tribunais como algo que emperra o normal funcionamento da
Administração, e por este facto acham que a própia Administração deveria
fazer o controlo prévio na medida que tem mais recursos humanos e
financeiros para exercer esse tipo de controlo.
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“No sentido da fiscalização prévia, outros Autores se pronunciaram, considerando-a «tecnicamente
indespensável à execução orçamental» e «politicamente vantajosa e representativa», Tavares, José, O
Visto do Tribunal de Contas, Lisboa 1997, página 84.
8
Tavares, José, O Visto do Tribunal de Contas, Lisboa 1997, página 18.
9
Cit in, Tavares, José,. O Visto do Tribunal de Contas, Lisboa 1997, página 82.
10
A. Águedo de Oliveira, A fiscalização financeira preventiva no direito português, ed. do Tribunal de
Contas, Lisboa, 1959.
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AFROSAI-Supreme Audit Institutions of Africa Speaking English Countries.
SADCOSAI-Supreme Audit Institutions of Southern Africa Development Countries.
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independentes das entidades auditadas e protegidas contra todas as
influências externas.
É nesta senda que em África se tem reflectido sobre o papel das ISC´S no
processo de responsabilização. Após a adopção de uma declaração sobre a
matéria no Malawi, em Março de 1999, o Congresso da SADCOSAI
decidiu, nas Maurícias, em Maio de 2001, apoiar o processo de
independência das ISC´S, aprovando um documento que espelhava a
situação da independência das ISC´S e um guião de boas práticas para
auxiliar as ISC´S da região a equacionarem a questão da independência nos
seus respectivos países.
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The Accounting and Auditing Environment and Financial Accountability in the Southern African
Development Community» – Junho de 1999. Relatório elaborado por Jean-Guy Laliberté, FCA (Canadá)
para a Finance and Investment Sector Co-ordinating Unit da Southern African Development Community,
sob os auspícios da Canadian International Development Agency (CIDA
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3. Poupanças do orçamento resultantes particulamente das auditorais do
tipo “Value for money”;
4. Reconhecimento regional e internacional junto das organizações
regionais e internacionais.
5. Conclusões e Recomendações
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Conciliação entre a natureza jurisdicional dos Tribunais e as
necessidades da Administração Pública.
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6. Ficha Técnica
Bibliografia específica
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Legislação consultada
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