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Ashcroft - Solid State Physics

April 2024
1 | Cap 31

A Densidade de Magnetização de um sistema inserido em um campo magnético H, pode ser


dependente da temperatura, caso haja um equilı́brio térmico.
A Susceptibilidade Magnética pode ser entendida como a variação da Magnetização em
função do Campo Magnético aplicado. Para o caso de um campo constante, temos
δM
X= (1.1)
δH

1.1 Diamagnetismo
1.1.1 Diamagnetismo de Larmor
Tomando um sólido, de volume V, composto de N ı́ons, com todas suas camadas eletrônicas
completas. Como um ı́on tem spin zero e momento angular zero no seu estado fundamental, não
há momento angular total para o sólido.
Portanto a susceptibilidade magnética desse sólido será dependente apenas da posição de
cada ı́on.

e2 N
* X +
x=− 0 2
ri 0 (1.2)
6mc2 V i

A equação acima é chamada de S usceptibilidadeDiamagnéticadeLarmor. Quando o mo-


mento induzido é no sentido oposto ao campo aplicado, temos a susceptibilidade negativa, e a
ela damos o nome de Diamagnetismo.

1.1.2 Regras de Hund


Tomando um átomo ou ı́on com todas as camadas eletrônicas cheias ou vazias, com exceção
de uma, cujos nı́veis com um elétron possuam momento angular orbital l. Para o dado l existem
2l + 1 valores que lz pode ter, e duas possı́veis direções de spin para cada lz . Portanto, essa
camada vai possuir 2(2l + 1) elétrons.
Sabendo que um estado degenerado é basicamente estar no mesmo nı́vel de energia, se dife-
renciando de outras formas, como pelo spin ou pelo momento angular orbital. Caso os elétrons,
do ı́on em questão, não interagirem entre si, o estado fundamental do ı́on será degenerado, pois
vão haver muitas formas de se colocar n elétrons em mais de n nı́veis. Pode ocorrer o aumento de
estados degenerados (ou seja, maior quantidade de estados degenerados) por meio da interação
Couolombiana, entre elétrons, e por meio de InteraçãoS pin − Órbita, do elétron.
Para encontrar os nı́veis com menor energia, após a degeneração, seguimos algumas regras:

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• Acoplamento de Russel-Saunders: Os estados do ı́on podem ser descritos por números
quânticos L, Lz , S , S z , JeJz , que indicam que eles são auto-estados dos operadores L2 , Lz , S 2 ,
S z J 2 , Jz , com autovalores L(L + 1), Lz , S (S + 1), S z , J(J + 1), Jz . Como as camadas cheias
não possuem spin, momento angular orbital e momento angular total, esses números
quânticos descrevem a configuração eletrônica das camadas que não estão completamente
cheias.

• Primeira Regra de Hund: Os estados com menor energia, possuem o maior spin total S ,
que é igual a maior valor que S z pode possuir. Para n ≤ 2l + 1, todos os elétrons podem
ter spins paralelos sem ocupar vários subnı́veis. Os elétrons após o de ”número”(2l + 1),
precisam ter o spin oposto. Fazendo com que o Spin total seja reduzido a medida que
aumenta o número de elétrons após o (2l + 1).

• Segunda Regra de Hund: O momento angular orbital total L dos estados de menor
energia possuem o maior valor possı́vel. O primeiro elétron da camada pode ter momento
angular orbital igual ao valor máximo de lz , o segundo elétron vai ter o mesmo spin do
primeiro, mas o seu momento angular orbital não poderá ser igual ao primeiro. O valor total
do momento angular orbital será L = 2l − 1. Se para uma dada camada, suas subcamadas
estão com menos da metade de elétrons suportadas, temos L = l + (l − 1) + ... + [l − (n − 1)].
Para o caso onde as subcamadas possuem exatamente metade dos elétrons suportados,
temos L = 0, isso porque a outra metade vai possuir spin no sentido oposto e momento
angular orbital igual.

• Terceira Regra de Hund: Sobram ainda (2L+1)(2S +1) estados possı́veis. A degeneração
desses estados aumenta devido ao AcoplamentoS pin − Órbita, que contribui na Hamil-
toniana com o termo λ(L · S ), que favorece máximo J quando λ negativo, e mı́nimo J
quando λ positivo.

1.2 Paramagnetismo
Se a camada possui J = 0 (como no caso da camada precisar de apenas um elétron para
que as subcamadas estejam preenchidas pela metade), o estado fundamental não é degenerado.
Devido a isso, é necessário um termo de correção na S usceptibilidadeDiamagnéticadeLarmor,
aparecendo uma contribuição proporcional ao momento angular orbital e spin total, além das
energias do estado fundamental e de cada elétron.
Esse novo termo, tende a favorecer o alinhamento dos momentos de forma paralela ao campo,
chamado Paramagnetismo. Portanto, o comportamento magnético dos ı́ons é determinado pelo
balanco entre o Diamagnetismo e o Paramagnetismo, assim, a energia livre é a energia do
estado fundamental.

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