Você está na página 1de 6

A INTERAÇÃO DA TRINDADE

Luciano Subirá

Apresentei o Mistério da Trindade. Falamos que a Trindade não pode ser explicada, mas a doutrina da Trindade
é uma tentativa de tornar um pouco mais inteligível esse mistério que mais tem que ser crido do que necessariamente
explicado. Depois de apresentar o mistério por meio dos versículos bíblicos que destacam um só Deus, mas três
distintas pessoas, fizemos uma distinção das pessoas da Trindade, mas também apresentamos os textos que falam da
unidade dessas pessoas. Em terceiro e último lugar, mexi um pouco em algumas discussões ao longo dos séculos
sobre a doutrina da Trindade. E anunciei que o grande volume de textos bíblicos que examinaríamos além da
apresentação do mistério, estaria justamente naquilo que nós vamos compartilhar hoje, que é a interação da Trindade.

Dito isso, quero chamar a sua atenção para o volume de textos bíblicos que apresentam essa interação entre
Pai, Filho e Espírito Santo. Tanto as divisões de tarefas como as ações conjuntas da Trindade reforçam essa ideia da
triunidade. Então, vamos lá.

Em primeiro lugar, eu quero destacar a interação na criação. A Trindade está presente na criação. Vamos ver
algumas afirmações a respeito do Pai. Neemias 9:6 diz: “Só tu és o Senhor! Fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu
exército, a terra e tudo o que nela há, os mares e tudo o que há neles. Tu conservas a todos com vida, e o exército
dos céus te adora.” Uma frase dirigida a Deus nos dias do Antigo Testamento, onde o mistério de Cristo não havia sido
revelado. Portanto, a palavra “Senhor” refere-se a Deus, o Pai. Em Atos 17:24, o apóstolo Paulo, pregando em Atenas,
diz: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra”, afirmações que já
encontrávamos no Antigo Testamento falando sobre Deus, o Pai, “não habita em santuários feitos por mãos humanas.”

Depois, a respeito do Filho, João 1:1-3 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele, nada do que foi feito se
fez.” Em Colossenses 1:15-17, lemos sobre Cristo: “Ele é a imagem do Deus invisível”, do Pai, “o primogênito de toda
a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as
coisas e Nele tudo subsiste.”

No entanto, a Escritura também fala a respeito da ação do Espírito Santo na criação, inclusive do homem. “O
Espírito de Deus me fez”, diz Jó 33:4. “O sopro do Todo-Poderoso me dá vida.” No Salmo 104:30: “Envias o teu
Espírito, eles são criados, e assim renovas a face da terra”, aqui já não estava falando dos homens, mas estava falando
a respeito dos animais.

Quando falamos a respeito da criação ainda, nós vemos não apenas a presença da Trindade na criação, como
nos textos que eu mencionei, mas vemos também a interação do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Pai planeja. Todo
o planejamento da criação é atribuído a Ele. Em Provérbios 8:30, a sabedoria, falando de forma personificada, revela
que na criação, agora vou ler Provérbios 8:30: “Eu estava com ele e era o seu arquiteto.” Aqui falamos de
planejamento. O Filho é a palavra. Aquela voz de comando. Toda a criação é atribuída a Ele. João 1:10 diz: “O Verbo
estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu.” E em Hebreus 11:3 nós lemos:
“Pela fé, entendemos que o universo foi formado pela Palavra de Deus”, Jesus é apresentado como o Verbo, a Palavra,
“de maneira que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis.” Por outro lado, Gênesis 1:2 diz que o Espírito
pairava sobre a face das águas, aguardando uma voz de comando para executar.

Alguém disse que uma forma de tentar ilustrar isso seria falar, por exemplo, da construção de uma casa. Nós
temos o planejamento que é atribuído ao arquiteto. Nós temos aquele mestre de obras que lê a planta e começa a dar
ordens e nós temos os pedreiros, que são aqueles que executam. E nós podemos entender, por meio disso, essa
interação. O pai planeja, o filho dá voz de comando e o Espírito Santo executa.

Vamos passar agora para falar da redenção. Em Efésios 1:3-14, eu quero ler esse texto que é até um pouco
longo. O texto diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de
Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça, que ele nos concedeu
gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da
sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o
mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação
da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra: nele, digo, no qual fomos feitos também
herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a
fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois
que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua
glória.”

Dos versículos 3 a 6 nós temos o planejamento do Pai. A vontade, o propósito de Deus aqui é mencionado, o
ato de glorificar é dirigido: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, ele que nos abençoou, embora
as bênçãos sejam em Cristo, é ele que nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e
irrepreensíveis, é ele que nos predestinou para adoção de filhos, por meio de Jesus, segundo o prazer, o beneplácito
da sua vontade, para o louvor e glória da sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.

Apesar da menção repetida e recorrente aqui de Jesus Cristo, nós temos, a partir do versículo 7 até o 14, a
ênfase na entrega e no sacrifício de Jesus. É aqui que se fala sobre a redenção que vem pelo seu sangue, a remissão
dos pecados. É aqui que se fala de como Deus derramou abundantemente sua graça sobre nós, no verso 8 revelou o
mistério da sua vontade. O versículo 9 diz que Deus planejou fazer convergir em Jesus todas as coisas, tanto no céu
como na terra. O verso 11 diz: “Nele nós somos feitos herança.” E o verso 12 ainda destaca: “a fim de sermos, para o
louvor da sua glória, nós os que esperamos em Cristo.”

No entanto, quando chegamos nos versículos 13 e 14, a Bíblia fala de uma aplicação prática. Por exemplo, o
arrependimento é obra do Espírito Santo, Jesus diz isso, Ele convencerá o mundo do pecado. O novo nascimento é
obra do Espírito Santo, Tito 3:5 fala do lavar, da regeneração do Espírito Santo, e a transformação, depois do novo
nascimento, também é obra do Espírito Santo. 2 Coríntios 3:18 diz que o Espírito nos transforma de glória em glória na
imagem de Jesus.

Então, quando nos versículos 13 e 14 a Bíblia está falando que recebemos o selo do Espírito, que ele é a
garantia da herança, está falando mais do que meramente a sua habitação, a sua presença em nós, mas a obra de
Deus. Então, aqui nós temos a presença de Pai, Filho e Espírito Santo na redenção.

Agora, na regeneração, especificamente, o novo nascimento, a ação conjunta da Trindade também aparece.
João 1:11-13 diz: “Veio para o que era seu, os seus não receberam”, está falando Jesus, “Mas a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Esse novo nascimento é
mencionado como sendo de Deus.

A respeito do Filho, nós lemos em 1 João 2:28 e 29: “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que,
quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda.” Tanto a
expressão “nele” é aplicada a Cristo, como “a vinda” diz respeito a Cristo. “Se sabeis que ele é justo”, diz o verso 29,
“reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele”, de Cristo. Então o novo nascimento aqui é
aplicado à pessoa de Cristo.

E já Tito 3:5, versículo que eu mencionei anteriormente, fala do lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo. Então, a regeneração, ou, ser gerado de novo, nascer de novo procede do Espírito Santo. Portanto, na
regeneração, falando de um aspecto aqui específico agora da redenção, nós vemos a Trindade agindo de forma
conjunta. Cada um também é mencionado, concedendo vida eterna. 1 João 5:11 fala do Pai: “E o testemunho é este:
que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho.” A vida vem por meio do Filho, mas Deus a deu. João
10:28 Jesus diz: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.” Mas em
Gálatas 6:8, a Bíblia diz: “Quem semeia para sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o
Espírito do Espírito colherá a vida eterna.” Então nós vemos a vida eterna procedendo do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.

A Trindade também é vista na obra da santificação. Em João 17:17, nós vemos Jesus orando ao Pai: “Santifica-
os na verdade; a tua palavra é a verdade.” Embora a palavra represente Cristo, Jesus está pedindo ao Pai que opere a
obra de santificação por meio da palavra. Em Hebreus 2:10 e 11 nós lemos: “Porque convinha que Deus, por causa de
quem e por meio de quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de
sofrimentos, o Autor da salvação deles. Pois tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só”,
está falando de Deus. Agora em relação ao Filho, 1 Coríntios 1:2 diz: “Aos santificados em Cristo Jesus chamados para
ser santos. Em Efésios 5:25-26, nós lemos: “Cristo amou a igreja e se entregou por ela, para que a santificasse.”

Então, assim como o Pai, o Filho também está presente na obra de santificação, mas também o Espírito Santo.
Em Romanos 8:11 e 12, nós lemos: “Se em vocês habita o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos,
esse mesmo que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também o corpo mortal de vocês, por meio do seu
Espírito que habita em vocês. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a
viver segundo a carne. Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito
mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão.” Também em 1 Coríntios 6:11, a Bíblia diz: “Mas vocês foram
lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.”
“Santificados no Espírito do nosso Deus.” Portanto, Pai, Filho e Espírito Santo, presentes na santificação, no ato de dar
a vida eterna, na regeneração, especificamente e, como vimos, na redenção como um todo, isso também é
mencionado.

Em terceiro lugar, quero destacar aqui a formação de um corpo para Jesus. Jesus, na condição de Deus, é
eterno, é pré-existente, ele não tem início, mas a sua vida terrena teve um início. Por isso um corpo, Ele foi formado.
Essa é a declaração da Bíblia. Então, quem preparou o corpo? O Pai. Sempre o planejamento de tudo é atribuído ao
Pai. Em Hebreus 10:5, citando o Antigo Testamento, a Bíblia diz: “Por isso, ao entrar no mundo, Cristo disse: Sacrifício
e oferta não quiseste, mas preparaste um corpo para mim.” Outra tradução diz: “Antes um corpo me formaste.” Então,
assim como na criação, a execução tem duas etapas, execução do plano: a palavra falada e a ação do Espírito Santo.
Então, um anjo enviado como o portador da palavra, e a palavra de Deus é Cristo, ele diz o seguinte: “O anjo
respondeu”, Lucas 1:35 e 38 depois 2:11: “O Espírito Santo virá sobre você”, falando sobre Maria, “e o poder do
Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de
Deus.” Então o anjo Gabriel está anunciando a Maria: “o Espírito Santo estará envolvido na execução desse plano de
Deus.” Mas no verso 38 nós lemos: “Então Maria disse: Aqui está a serva do Senhor; que aconteça comigo o que você
falou.” Outra tradução diz: “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra. Então o anjo foi embora.” O plano do Pai, a
palavra sendo liberada, ainda carregada por meio de um anjo, um porta voz, o que vemos também em Apocalipse, o
Senhor Jesus usando um anjo para comunicar as suas palavras a João, nós temos aqui a interação da Trindade.

Também o planejamento do Pai, a Palavra falada e a ação do Espírito Santo. Na ressurreição de Cristo, que
também diz respeito ao corpo de Jesus, a ação conjunta da Trindade também é vista.

Em Atos 2, Pedro, pregando, diz: “Porém Deus o ressuscitou, livrando-o da agonia da morte, porque não era
possível que fosse retido por ela.” Deus o ressuscitou.

1 Coríntios 6:14: “Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará pelo seu poder.”

Em João 2:19, Jesus diz: “Jesus lhes respondeu: Destruam este santuário, e em três dias eu o levantarei.”
Jesus está dizendo: “Eu mesmo vou levantar.”

João 10:18: “Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para
entregá-la e também para reavê-la. Esse mandato eu recebi de meu Pai.” Mas ele diz: “Eu tenho o poder de reavê-la.”

O Espírito Santo em Romanos 1:4 também é mencionado, ligado também com a sua ação na ressurreição de
Cristo, quando a Escritura diz: “e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela
ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor.” O Espírito de santidade é mencionado aqui como
participando da ressurreição dos mortos e designando Jesus, Filho de Deus. Que outro espírito poderia estar à altura
dessa tarefa?

Quarto lugar: a inspiração das Escrituras. As declarações bíblicas sobre a inspiração divina das Escrituras,
igualmente, assim como todos os outros argumentos apontam aqui o trabalho conjunto ou a interação da Trindade.

Em 2 Timóteo 3:16, nós vemos a inspiração ligada ao Pai: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”, diz o
apóstolo Paulo ao seu discípulo.

Mas em Hebreus 1:1-2, a Bíblia diz assim: “Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e
pelo qual também fez o universo.”

Segundo aos Coríntios 10:10, Paulo diz: “visto que vocês buscam provas de que Cristo fala em mim.”
Detalhe: o apóstolo Pedro, ao citar as epístolas de Paulo, ele menciona alguns pontos que ele mesmo destaca
serem difíceis de entender, os quais os indoutos distorcem, ele diz: “como também o fazem com o restante das
Escrituras.” Pedro já reconhecia os escritos de Paulo como parte das Escrituras nos seus dias e Paulo estava dizendo:
“Cristo fala em mim.”

O Espírito Santo. Em Marcos 12:36, nós vemos: “O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao
meu Senhor: Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés.” Diz que a fala de
Davi foi inspirada pelo Espírito Santo.

Segundo Pedro 1:20-21 diz: “Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de
interpretação pessoal; porque nunca, jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” “Falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Portanto, Pai, Filho e Espírito Santo agindo de forma conjunta na inspiração das Escrituras.

Quinto lugar vamos destacar aqui a habitação dos cristãos. Falo, obviamente, da habitação divina, habitação de
Deus em nós. As declarações bíblicas sobre a habitação da deidade, da divindade nos cristãos também revelam o
trabalho conjunto da Trindade.

Então, em primeiro lugar em relação ao Pai. Efésios 4:6 diz: “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos,
age por meio de todos e está em todos.” Aqui nós vemos um texto que fala da habitação de Deus.

1 João 4:12: “Nunca ninguém viu Deus. Se amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é
em nós aperfeiçoado.” Então, aqui novamente, “Deus permanece em nós.”

Em relação ao Filho. Em João 14:23, Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o
meu Pai o amará, e viremos”, plural, eu e meu Pai “viremos para ele e faremos nele morada.” Então este texto tanto
sustenta a habitação de Deus mas Jesus está dizendo: “Eu também estarei lá.”

1 Coríntios 13:5: “Examinem-se para ver se realmente estão na fé; provem-se a si mesmos. Ou não
reconhecem que Cristo Jesus está em vocês?” Agora, a Bíblia está falando de Cristo Jesus em nós.

Em Efésios 3:17: “E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e
alicerçados em amor.”

Já em relação ao Espírito Santo, nós lemos em 1 Coríntios 3:16: “Vocês não sabem que são santuário de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vocês?” Depois em Efésios 2:22: “Nele também vocês estão sendo edificados,
junto com outros, para serem morada de Deus no Espírito.” Portanto, temos afirmações das Escrituras de Pai, Filho e
Espírito Santo habitando no cristão.

Em sexto e último lugar, eu quero destacar a interação no serviço dos santos e com isso quero falar do
serviço da Igreja, dos redimidos se movendo com os recursos divinos para a edificação do próprio corpo de Cristo.

Então, em 1 Coríntios 12:4-6, nós lemos: “Ora, os dons são diversos”, outra tradução diz: “há diversidade de
dons, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços”, outras traduções dizem: “há diversidade de
ministérios” porque serviço e ministério são sinônimos, “mas o Senhor é o mesmo.” E depois ele diz: “E há
diversidade de realizações”. Algumas traduções dizem: “diversidade de operações, mas o mesmo Deus é quem opera
tudo em todos.” Então vamos lá. Diversidade de três coisas: diversidade de dons, diversidade de ministérios ou
serviços, diversidade de realizações ou operações. Aqui nós temos três categorias distintas: dons, ministérios e
operações ou realizações. Os dons, quando ele diz “há diversidade de dons”, ele diz: “mas o Espírito é o mesmo.” Os
dons são atribuídos a quem? Ao Espírito Santo.

Nós lemos na própria carta de Paulo aos Coríntios, Ali em 1 Coríntios 12, que é o texto que nós chamamos do
capítulo dos dons do Espírito Santo, você olha para a declaração de Paulo e, obviamente, ele está enfatizando a ação
do Espírito Santo. Ele diz no verso 7: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso”,
que é a continuação do texto que nós lemos. “Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; a
outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento. A um é dada no mesmo espírito, a fé; a outro, no
mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos.
A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade de interpretá-las.” O verso 11 diz: “Mas um só e o mesmo
Espírito realiza todas essas coisas, distribuindo-as a cada um individualmente, como ele quer.” A Bíblia faz menção aqui
de nove manifestações do Espírito Santo que são chamados os dons, que é a palavra “carisma”. Então a Bíblia está
dizendo: “Tem diversidade de dons, mas quem os opera? O Espírito Santo.” É o mesmo Espírito que opera os dons
diversos.

Quando a Bíblia diz: “há diversidade de ministérios”, nós precisamos entender que a mesma lógica está sendo
aplicada: “mas o Senhor é o mesmo.” A Bíblia está dizendo que quem opera os ministérios é o Senhor. E a palavra
“senhor”, embora no Velho Testamento ela seja uma ênfase ao Pai, no Novo Testamento ela é usada para falar de
Jesus. Aliás, em Efésios 4:10-11, a Bíblia diz: “e Ele mesmo.” Ele quem? Se você olha os versículos anteriores, está
falando de Cristo. O verso 10 diz: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para
encher todas as coisas.” Estava falando de Jesus. Então o verso 11 diz: “e ele mesmo”, Jesus, “concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres.” Aqui nós temos ministérios
ou dons ministeriais. De quem é a responsabilidade desses? De Jesus. “Há diversidade de ministérios, mas o mesmo
Senhor.” Mas a Bíblia também diz: “Há diversidade de operações, mas o mesmo Deus”, ou realizações, dependendo da
versão, “mas o mesmo Deus opera tudo em todos.” Alguém um dia desses me perguntou: “Pastor, eu sei que a Bíblia
lista nove manifestações do Espírito. Eu sei que a Bíblia também alista, com muita clareza, cinco dons ministeriais. Mas
o que são essas realizações? Essas operações?” Falei: “Tudo o que não for os nove dons do Espírito Santo, operados
por Ele e os cinco ministérios operado por Jesus, todo o resto você pode colocar nessa lista que é atribuída a Deus, o
Pai.” Então a Bíblia fala de socorros, a Bíblia fala de governos, a Bíblia vai falar de funções que não estão nem entre os
nove dons, nem entre os cinco ministérios, mas que são parte daquilo que Deus faz e daquilo que Deus opera. Com
isso, nós conseguimos entender o quê? Que há uma interação da Trindade no serviço dos santos. É interessante
observar isso. Os dons são uma categoria de ação atribuída ao Espírito Santo. Os ministérios, uma categoria de ação
para a edificação da Igreja atribuída a Jesus e as demais a Deus, o Pai. Agora, quanto ao poder para operar milagres,
independente de um dom, o ministério que esteja ativando, a ação conjunta da Trindade também é vista. Então, deixe-
me apresentar isso. O Pai, o Filho e o Espírito Santo em relação ao poder para operar milagres.

Atos 15:12 diz assim, falando em relação ao Pai: “e toda a multidão silenciou, passando a ouvir Barnabé e
Saulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus tinha feito por meio deles entre os gentios.” Quem fez os sinais?
Deus.

Atos 19:11: “Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários”.

Hebreus 2:4: “Também Deus testemunhou, juntamente com eles”, falando dos apóstolos, “por meio de sinais,
prodígios, vários milagres e a distribuição do Espírito Santo segundo a sua vontade.” Podemos ainda citar até o
ministério de Jesus. Atos 10:38 fala sobre como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual
andou por toda a parte, fazendo o bem, curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. Agora, a
Bíblia também enfatiza a participação do Filho na operação de milagres.

Em Lucas 10:17-20, nós vemos: “Então os setenta voltaram, cheios de alegria, dizendo: Senhor, em seu nome
os próprios demônios se submetem a nós!” Em Atos 4:29-30, os apóstolos oram: “Agora, Senhor, olha para as
ameaças deles e concede aos teus servos, que anunciem a tua palavra com toda ousadia, enquanto estendes a tua
mão para fazer curas, sinais, prodígios, por meio do nome do teu santo Servo Jesus.” O nome de Jesus presente.

Em Atos 13:9-11, nós vemos Saulo pregando o evangelho ao procônsul Sérgio Paulo e a Bíblia diz assim: “Mas
Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, olhando firmemente para Elimas”, que era um mágico que
estava tentando se opor à pregação do evangelho, “olhando firmemente para Elimas, disse: Ó, filho do diabo, cheio de
todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça, por que você não deixa de perverter os retos caminhos
do Senhor? Eis que, agora, a mão do Senhor está contra você, e você ficará cego, não vendo o sol por algum tempo.
No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridão, e, andando em círculos, procurava quem o guiasse pela mão.”
Paulo, cheio do Espírito Santo, se move nesse sinal.

Em Romanos 15:18-19 ele diz: “para conduzir os gentios à obediência, por palavras e por obras, por força de
sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo. Então nós vemos Pai, Filho e Espírito Santo presentes na
manifestação do poder para operar milagres.

Quando falamos das manifestações proféticas, elas também revelam a ação conjunta do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Em Lucas 1:68-70, Zacarias, o pai de João Batista, ele diz assim: “Bendito seja o Senhor, Deus de
Israel, porque visitou e redimiu seu povo, e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo, como
havia prometido desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas.” Quem prometeu? Deus.
Atos 3:21: “ao qual é necessário que o céu receba”, está falando de Jesus, “até os tempos da restauração de
todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade. Então, de novo, Deus,
falando pela boca dos seus profetas. Tanto no texto de Lucas como de Atos, nós temos a mesma ênfase.

Já em relação ao filho. Em Lucas 21:14-15, Jesus diz: “Tomem, pois, a decisão de não se preocupar com o
que irão responder, porque eu lhes darei palavras e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos os que
se opuserem a vocês.” Jesus está dizendo: “Eu vou dar as palavras.” Ou seja: “vocês falarão debaixo da minha
inspiração. Eu vou colocar palavras na boca de vocês.”

Em 1 Coríntios 14:37, Paulo diz: “Visto que vocês buscam provas de que Cristo fala em mim.” Então, de novo,
aqui “Cristo fala em mim”.

Já em relação ao Espírito Santo, podemos destacar em Mateus 10:19-20, Jesus diz assim: “Por minha causa
vocês serão levados à presença de governadores e de reis, para lhe servir de testemunho, a eles e aos gentios. E,
quando entregarem vocês, não se preocupem quanto a como o que irão falar, porque, naquela hora lhes será
concedido o que vocês dirão. Afinal, não são vocês estão falando, mas o Espírito do Pai de vocês é quem fala por meio
de vocês.” A ênfase aqui é o Espírito Santo falando.

1 Coríntios 12:3, Paulo diz: “Por isso, quero que entendam que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma:
Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus, se não pelo Espírito Santo.” Ele está falando aqui a
respeito da profecia.

Então, mais uma vez, nas manifestações proféticas, também vemos a ação conjunta do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.

E concluímos, ao reconhecer esses seis aspectos, a interação da Trindade na criação, na redenção, na


formação de um corpo para Jesus, o que inclui sua ressurreição, na inspiração das Escrituras, na habitação dos
cristãos, e em sexto lugar, no serviço dos santos, isso mostra tanto a distinção das pessoas, cada um fazendo a sua
parte como a unidade, onde eles, como um verdadeiro time e atribuições que são dadas a um mencionadas a todos os
demais, nós vemos o mistério desse um “o quê”, um único Deus e três “quem”, três pessoas sendo manifestadas e
essas interações sustentam a doutrina ou o mistério da Trindade que apresentamos no vídeo anterior.

Espero que com esse segundo vídeo você possa ter esse resumo doutrinário desse fundamento da nossa fé,
que é o Deus trino. Que o Senhor te abençoe e te enriqueça de uma maneira prática, por meio desse entendimento,
no seu relacionamento com Ele.

Você também pode gostar