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Cadeira: Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa

O Resumo
- Conceito
- Exigências
- Regras

Conceito de Resumo

O resumo é um texto que apresenta as ideias ou factos essenciais de um texto, de um


modo abreviado, isto é, acto ou efeito de resumir. Sendo assim, segundo REI (1986)
resumir é:

(i) condensar as ideias principais, respeitando o sentido, a estrutura e o tipo de


enunciação, isto é, os tempos e as pessoas, com a ajuda do vocabulário. É, assim, reter
as linhas de um raciocínio, o essencial dos dados de um problema, as características de
uma situação, as conclusões de uma análise, sem o mais pequeno comentário.”

(ii) Resumir significa criar um novo texto mais condensado, que utiliza as informações
mais importantes do texto base. Quer dizer que o resumo é um texto que reelabora o
escrito de base, reduzindo-lhe o comprimento, mantendo-se o autor em segundo plano,
esforçando-se por ser objectivo, na tentativa de criar uma síntese coerente e
compreensível do texto de partida.

Exigências do Resumo

Exige-se que:
- no mais curto espaço possível ou na extensão indicada, o resumo reproduza com
fidelidade as ideias essenciais do texto que condensa e mantenha, igualmente, as
relações lógicas entre essas mesmas ideias.
- Os parágrafos do resumo tenham de ser, obviamente em número menor do que os do
texto fonte.
- O autor do resumo não fique escravizado aos esquemas das frases do texto original.
Regras do Resumo

Existem seis regras de resumo agrupadas em três grupos, isto é, em cada grupo
encontramos duas regras:
1.º Grupo: eliminação
1.1. Eliminar informações redundantes. Exemplo: O António é tão estudioso, ele é
estudioso e nunca reprovou.
Resumo: O António é tão estudioso e nunca reprovou.
1.2. Eliminar informações secundárias. Exemplo: Ser jogador implica treinar, isto é,
correr, fazer flexões e saltar.
Resumo: Ser Jogador implica treinar.

2.º Grupo: Substituição


2.1. Substituir uma lista de elementos por um termo englobante. Exemplo: O António
comprou pão, arroz, farinha e peixe.
Resumo: O António comprou alimentos.
2.2. Substituir uma lista de acções por um termo englobante. Exemplo: Os meninos
estão no jardim a correr, a jogar e a desenhar.
Resumo: Os meninos estão no jardim a brincar.

3.º Grupo: macrosselecção e Invenção


3.1. Escolher uma frase com ideia principal. Exemplo:

Os Cães
“Existem diversas raças de cães que apresentam um conjunto de características
comuns”.

Texto

O uso de portanto

Hoje toda a gente diz portanto. Toda a gente é talvez um exagero, uma falta de rigor,
mas toda a gente já reparou que muita gente diz portanto, a torto e a direito. Sobretudo
gente culta, ou tida como culta, vá-se lá saber em muitos casos, por que bulas, mais nas
cidades do que no campo -políticos, militares, advogados, médicos, engenheiros,
professores, estudantes, jornalistas, escritores, todos dizem portanto, dando a ideia de
que se trata de palavra indispensável, ou pelo menos útil à comunicação.
Uma qualquer gramática da língua portuguesa ensina que portanto é uma conjunção
coordenativa conclusiva e acrescenta a lista que, noutros tempos era debitada de cor e
salteado ao menor aceno do professor: logo, pois, portanto, por conseguinte, por
consequência. Simples, portanto. As coisas só se complicam (complicam é um modo de
dizer…) com a crescente frequência da palavra utilizada a propósito e a despropósito,
mais a despropósito, acrescente-se já a bem da verdade, inevitável como um tique,
irritante como uma espera na paragem de autocarro.

Afonso Praça, in Um Monumento de Ternura e Nada Mais,


Lisboa, Editorial Notícias, 1995.

Bibliografia
LAKATOS e MARCONI. (1995). Metodologia do Trabalho Científico. 4.ª ed. São
Paulo, Atlas Editora.
NASCIMENTO, Zacarias e PINTO, José Manuel de Castro. – A Dinâmica da Escrita – Como
Escrever Com Êxito. 5.ª ed. Lisboa, Plátano Editora, 2006.

O Docente: J. Samuel

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