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Instalações Elétricas
Material Teórico
Conceitos Básicos de Eletricidade
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Conceitos Básicos de Eletricidade
• Carga elétrica;
• Diferença de Potencial Elétrico;
• Corrente Elétrica;
• Resistência elétrica;
• Potência Elétrica;
• Circuitos Elétricos.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender a propriedade de carga elétrica em diferentes materiais e sua utilização na
forma de corrente elétrica para alimentar circuitos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
Carga Elétrica
Na Grécia antiga, por volta do ano 500 a.C., os pensadores Leucipo e Demó-
crito já acreditavam que toda matéria era composta por partículas muito pequenas,
invisíveis ao olho humano. Eles chamavam essas partículas de átomos (que em gre-
go significa indivisíveis), pois achavam que elas não poderiam ser divididas.
Esse modelo primitivo de explicar a existência da matéria deu origem aos mo-
delos atômicos atuais, que tentam descrever a estrutura e as propriedades dessas
partículas elementares, as quais continuamos chamando de átomos.
No final do século XIX, Joseph John Thomson descobriu uma partícula menor
do que qualquer átomo e formulou uma teoria de que toda matéria contém par-
tículas de massa muito menores do que o átomo de hidrogênio. Mais tarde, essas
partículas passaram a ser chamadas de elétrons.
https://youtu.be/lDrKIqubzdw
Com esses novos dados, Ernest Rutherford e Niels Bohr desenvolveram um mo-
delo que descrevia os átomos da forma mais convencional que conhecemos hoje.
Esse modelo é o mais utilizado em experimentos e cálculos, ficou conhecido como
modelo atômico de Rutherford-Bohr. Nele os átomos são compostos por um núcleo
denso, formado por prótons e nêutrons, e uma região em torno do núcleo, cha-
mada de eletrosfera, é onde os elétrons se movimentam. Dessa maneira, o núcleo
atômico possui carga positiva e a eletrosfera possui carga negativa.
Núcleo
{ prótons (p)
nêutrons (n)
Eletrosfera
{elétrons (e )
–
8
Toda matéria é composta por átomos, como já suspeitavam os pensadores gre-
gos. Portanto, todos os objetos ao nosso redor possuem carga elétrica em dife-
rentes quantidades. Essas cargas são determinadas pela diferença entre prótons e
elétrons presente em um determinado corpo ou objeto. Quando a quantidade de
cargas positivas de um objeto é igual à quantidade de cargas negativas desse mes-
mo objeto, então essas cargas se equilibram e esse objeto é considerado um corpo
com carga nula.
Esse fenômeno foi bastante estudado pelo físico francês Charles Augustin de
Coulomb, que determinou uma maneira de calcular a força eletrostática que uma
carga pontual exerce em outra. Em sua homenagem, esse método ficou conhecido
como Lei de Coulomb.
Explor
Tabela 1
Partícula Carga
Elétron -1,602176487 . 10 -19 C
Próton 1,602176487 . 10 -19 C
Nêutron 0C
9
9
UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
+ + +
+ +
+
+ +
+
+
+
+
+ +
+ + + +
10
Caso a esfera maciça fosse de um material isolante, as cargas ficariam onde
foram colocadas, podendo ocupar qualquer região do material com diferentes den-
sidades de carga, uma vez que a propriedade isolante elétrica do material impediria
a mobilidade dessas cargas.
q1 q2
Ep k (2)
r
onde Ep é a energia potencial elétrica, k é a constante eletrostática do meio (para
o vácuo, k = 9 × 109 N.m2/C2), q1 e q2 são as cargas 1 e 2 respectivamente e r é a
distância entre elas.
O movimento realizado por uma carga, devido à força eletrostática aplicada por
outra, alterará o valor da energia potencial, pois, para que houvesse movimento,
foi realizado o trabalho. Portanto, o trabalho realizado pelo campo elétrico de uma
carga sobre outra será igual à diferença entre a energia potencial final e a energia
potencial inicial. Matematicamente, podemos escrever:
W E pf E pi E (3)
onde W é o trabalho realizado pelo campo elétrico, Epf é a energia potencial final,
Epi é a energia potencial inicial e ∆E é a variação da energia potencial elétrica.
W (4)
V
q
onde V é o potencial elétrico, W é o trabalho realizado pelo campo elétrico sobre
uma carga que se desloca do infinito até o ponto em questão e q é a carga que
foi deslocada.
11
11
UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
V V f Vi (5)
Trabalho e potencial elétrico - Aula Grátis de Física Para ENEM e Vestibular - Curso Online
Explor
Corrente Elétrica
Corrente elétrica é o movimento das cargas elétricas. Como já vimos até aqui, as
cargas elétricas podem se mover no interior de materiais condutores, como metais.
Para que haja movimento das cargas, é necessária uma diferença de potencial. Em
um desenho de circuito elétrico, a fonte que fornece a diferença de potencial é indi-
cada por duas barras paralelas, uma maior do que a outra. A barra maior indica o
maior potencial, e a barra menor, o menor potencial.
12
Figura 4 – Circuito elétrico alimentado por uma fonte
Fonte: Wikimedia Commons
Quanto maior a diferença de potencial elétrico, maior será a corrente que circu-
lará o fio. Se for utilizada, por exemplo, uma pilha de controle remoto, que possui
1,5V como fonte, a corrente que circulará no fio será muito menor do que uma
bateria de celular de lítio, que possui 3,7V.
Resistência Elétrica
Como o próprio nome sugere, uma resistência elétrica é algo que resiste uma
corrente elétrica. As resistências elétricas podem ter diferentes graus de resistivi-
dade, variando de valores de resistência mais altos, próximos aos materiais iso-
lantes, até valores mais baixos, próximos aos materiais condutores. A unidade de
resistência elétrica é Ohm (símbolo: Ω), em homenagem ao físico alemão Georg
Simon Ohm.
V
R= (6)
i
13
13
UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
L
R (7)
A
onde R é o valor da resistência elétrica, ρ é uma constante de resistividade elétrica
que depende do tipo de material utilizado, L é o comprimento do fio e A é a área
de secção transversal do fio.
A R
Tanto pela Equação 6 quanto pela Figura 5, podemos verificar que um fio com
maior área de secção transversal possuirá menor resistência e permitirá a pas-
sagem de mais corrente. Porém, se o comprimento for aumentado, a resistência
elétrica também aumentará e o fio dificultará mais a passagem de corrente elétrica.
Explor
Potência Elétrica
A potência elétrica é uma grandeza medida em Watt, que indica quanto de ener-
gia é dissipada por um componente ou pelo circuito elétrico ou um determinado
período de tempo. Essa dissipação de energia pode ocorrer de várias maneiras. Em
geral, fios condutores dissipam energia na forma de calor, eles esquentam quando
estão passando corrente elétrica. Mas também pode haver dissipação de energia
em um circuito em forma de luz, como é o caso das lâmpadas, ou na forma de som,
como no caso de alto falantes.
No caso de circuitos elétricos, podemos usar, para calcular a potência, sua rela-
ção com a diferença de potencial elétrico e com a corrente elétrica, e suas variantes
com a resistência elétrica:
P V i (8)
P R i2 (9)
V2
P= (10)
R
14
onde P é a potência, V é a tensão elétrica, ou DDP, i é a corrente elétrica e R é a
resistência elétrica.
Circuitos Elétricos
A eletricidade só pode ser utilizada em um circuito elétrico. Seja para acender
uma lâmpada, ligar um motor, carregar algum aparelho, ou qualquer outra função,
é necessário o arranjo correto dos componentes em um circuito elétrico.
+
R C L V V - I
A bateria pode ser a fonte de energia de um circuito (nesse caso, atua como fonte
de tensão), mas também pode ser um elemento que retira energia desse circuito
para se carregar. Em um veículo com motor a combustão, por exemplo, a bateria
funciona como fonte de energia para ligar o carro. Após ligado, a bateria age como
elemento consumidor de energia e passa a se carregar com a energia produzida
pelo alternador.
Fonte de tensão e fonte de corrente são elementos que fornecem energia para
o circuito, na forma de diferença de potencial, forçando a movimentação de cargas
através dos condutores, ou diretamente na forma de corrente contínua, forçada pela
própria fonte.
15
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UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
R1 20 Ω R2 200 Ω
R3 100 Ω
R4 50 Ω
10 V
Digamos que seja necessário calcular a potência dissipada por esse circuito elé-
trico. Pelas equações 8, 9 e 10, não temos todos os dados fornecidos pelo circuito,
temos apenas que a tensão V = 10V, mas não temos o valor da corrente que circula
por todo o circuito, nem a resistência total do circuito.
R1 20 Ω R2 200 Ω
Req 33,33 Ω
10 V
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Agora que temos o valor da resistência equivalente do circuito, podemos calcular
a potência dissipada por ele através da equação 10:
V2 102
P= = ≅ 0 4W
R 253, 33
Veremos agora um circuito básico para a recarga de uma bateria. Esse é o exem-
plo mostrado na Figura 9, onde uma outra bateria com diferença de potencial maior
carrega outra bateria com diferença de potencial menor.
R 100 Ω
12 V
3,7 V
Figura 9 – Circuito de exemplo
Para isso, observaremos a Figura 10, onde os fios foram coloridos para facilitar
a visualização.
R 100 Ω
12 V
3,7 V
Podemos afirmar, então, que tanto a bateria de 12V quanto a de 3,7V possuem
um potencial igual, pois estão conectadas pelo fio azul. Tomando o fio azul como
referência, podemos ainda atribuir a ele o valor de potencial 0V, pois o que nos
interessa é a diferença de potencial.
17
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UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
Nesse caso, se o fio azul está em um potencial de 0V, então o fio vermelho deverá
estar com uma diferença de potencial de 12V em relação ao fio azul, pois a bateria de
12V nos garante que entre seus terminais deva haver 12V de diferença de potencial.
De forma análoga, o fio verde deverá estar com uma diferença de potencial de
3,7V em relação ao fio azul, pois entre os fios verde e azul temos uma bateria com
diferença de potencial entre seus terminais de 3,7V.
Então:
V 2 8, 32
P= = ≅ 0 69W
R 100
Isso quer dizer que o resistor a ser usado nesse circuito deverá suportar no míni-
mo 0,69 W para o correto funcionamento.
Para isso, precisamos saber qual é o valor da corrente que passa pelo resistor R.
Já temos o valor da diferença de potencial em seus terminais (VR = 8,3V) e o valor
da resistência (R = 100 Ω). Usando então a Equação 6, da primeira lei de Ohm,
encontramos a corrente da seguinte forma:
V V 8, 3V
R= ⇒ i= ⇒ i= = 0 083 A = 83 mA
i R 100Ω
Então, a corrente que passa através do resistor é de 83 mA. Essa é a quantidade
de carga que é transferida de uma bateria para outra por unidade de tempo. Se a
capacidade da bateria de lítio é de 5000 mAH, então basta dividirmos essa capaci-
dade pela quantidade de carga transferida:
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5000 mA H
Tempo = ≅ 60 H
83 mA
O físico alemão Gustav Robert Kirchhoff propôs duas leis, que ficaram conhecidas
como Leis de Kirchhoff, as quais se baseiam no princípio da conservação da carga
elétrica, que determina que as cargas não são perdidas nem criadas em um circuito
elétrico. As Leis de Kirchhoff se dividem em Lei dos Nós e Lei das Malhas, e são um
recurso bastante útil quando precisamos analisar circuitos mais complexos.
A Lei dos Nós, ilustrada na Figura 11, considera como nó um ponto de encontro
de três ou mais ramos de um circuito elétrico. Pelo princípio de conservação das
cargas, a soma de todas as correntes que chegam em um nó deve ser igual à soma
de todas as correntes que saem desse nó.
i1 i2 i3 i4
A Lei das Malhas considera uma malha como um caminho fechado que pode
ser percorrido pelo circuito elétrico, saindo de determinado ponto do circuito e che-
gando no mesmo ponto. Pelo princípio de conservação de energia, ao circular por
uma malha, o ponto de partida deverá ter o mesmo valor de potencial elétrico que
o ponto de chegada, até porque é exatamente o mesmo ponto. A Figura 12 ilustra
uma situação desse tipo.
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UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
a R1 b
v1
+
v4 R2 v2
–
d R3 c
v3 R5
v5
Figura 12 – Lei das Malhas
Fonte: Wikimedia Commons
Vamos assumir o sinal positivo para a fonte e o sinal negativo para os resistores.
Então, teremos que:
v1 v2 v3 v4 0
Onde as correntes i1, i2 e i3 são as correntes que passam pelos resistores R1, R2
e R3 respectivamente.
Analisemos outro circuito, o da Figura 13. Nesse circuito, deseja-se saber qual é
a diferença de potencial entre os terminais do resistor R5. Para isso, começaremos
calculando a resistência equivalente do circuito para encontrarmos a corrente elétri-
ca que é fornecida pela fonte.
20
R1 20 Ω R2 40 Ω
R5 5Ω
10 V R3 60 Ω R4 30 Ω
R 1 20 Ω
Req(R2 e R4) 70 Ω
R5 5Ω
10 V
R 3 60 Ω
R1 20 Ω
Req(R2, R4 e R5) 4,67 Ω
10 V
R3 60 Ω
Figura 15 – Circuito de exemplo
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UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
Temos agora apenas três resistores em série. Então, para encontrar o valor da
resistência equivalente, basta somá-los:
R1 + R3 + Req( R 2 R 4 e R 5) = 20 + 60 + 4, 67 = 84, 67 Ω
i i1
R1 20 Ω R2 40 Ω
R5 5Ω
10 V
i2
R3 60 Ω R4 30 Ω
A corrente i1, após passar pelos resistores R2 e R4, encontra-se novamente com
a corrente i2 e ambas, juntas, voltam a ser a corrente i.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Circuito Elétrico
https://bit.ly/2Hl8fl5
Toda Matéria
https://bit.ly/2XV8r2L
Livros
Fundamentos de física
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. v.
3. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2009.
Instalações elétricas
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
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UNIDADE Conceitos Básicos de Eletricidade
Referências
CIRCUITO ELÉTRICO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2018. Disponível em: https://bit.ly/2J4s2su.
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