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Centro Universitário UNINORTE

Introdução às Ciências da Enfermagem – 3º Período

AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS E MÁGICO-


SACERDOTAIS

Profa Esp. Mariana Nóbrega

Rio Branco – AC
2024
LINHA DO TEMPO....
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Grupos nômades primitivos, constantemente em busca de


alimentos e de proteção contra as intempéries;

• Só se estabeleceram em áreas permanentes após


aprenderem a cultivar a terra, fazendo-a produtiva para o seu
próprio consumo;

• Tempo de vida do homem primitivo 30 a 40 anos, homens


viviam mais que as mulheres;

• Práticas de saúde: lambiam e sugavam os ferimentos,


utilizavam ervas eméticas, banhos frios para alívio da dor.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Estudo publicado na revista Nature, realizado pela paleomicrobióloga Laura Weyrich, da


Universidade de Adelaide, na Austrália.

• Usou os fósseis de dentes e mandíbulas, onde conseguiram descobrir sua dieta só com
os restos de comida que ficaram presos ali, devido à formação das placas dentárias.

• Fósseis foram datados entre 36 e 48 mil anos.

• Análise de DNA revelou vestígios de álamo (que contém o analgésico natural ácido
salicílico, o ingrediente ativo da aspirina).

• Possivelmente, os neandertais usavam esses produtos naturais como remédio contra dor
de dente, segundo os pesquisadores.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Além destas novidades, em 2012, outros cientistas relataram uma nova descoberta.

• Análise química da placa dentária de cinco neandertais descobertos em El Sidrón.

• Tinham evidências de compostos de camomila, planta que não tem valor nutritivo,
apenas propriedades medicinais.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Período Paleolítico:
• Curativos
• Ervas medicinais
• Períodos Neolíticos (10.000 - 7.000 a.C):
• Agricultura e habitação
• Redução nas enfermidades
• Trepanação (a maioria sobrevivia à operação)

• Na medida em que se instalavam em áreas férteis e paravam de vagar, esses grupos


foram corporificando-se.

• Passaram a constituir tribos, onde os homens exerciam as funções patriarcais, deixando


para as mulheres a habilidade psicomotora da prática do cuidar.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• A agricultura passou a ser comercializada, nascendo, assim, a forma mais primitiva de


economia que, juntamente com a organização social, iniciada por meio da contribuição
individual para o progresso comum, consolida uma civilização.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Partindo do ponto de vista das duas teorias do surgimento do homem no planeta, a


mulher é a grande precursora do atendimento as necessidades básicas e saúde do ser
humano.

• Na estrutura familiar dos “grupos primitivos”, a divisão


social do trabalho, contemplou-se como responsável
pelo cuidado com as crianças, velhos e enfermos.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• Na concepção evolucionista, tal argumentação é


defendida por todos os historiadores e antropólogos.

• Na concepção teológica, também coube a primeira


“mãe”, Eva, o cuidado para com os filhos.

• A proteção materna instintiva é, sem dúvida, a primeira


forma de manifestação do ser humano, no cuidado ao
seu semelhante, pois, mesmo nas épocas nômades,
quando as crianças eram sacrificadas por atrapalharem
as andanças dos grupos em busca de alimentos, muitos
foram salvas pelos cuidados de suas mães.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS

• As práticas de saúde, propriamente ditas, em um primeiro estágio da civilização,


consistiam em ações que garantiam ao ser humano a manutenção da sua
sobrevivência, estando, na sua origem, associadas ao trabalho feminino.
• Com o evoluir dos tempos, constando que o conhecimento dos meios de cura
resultavam em poder, no seio dos grupamentos humanos, o homem, aliando esse
conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-se dele.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

Observa-se que a “arte do cuidar” está , em sua natureza, intimamente relacionada


com a existência das sociedades primitivas.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Sempre em articulação com as estruturas sociais das diferentes civilizações, as práticas


de saúde foram-se fundindo e se diferenciando e, a partir da Grécia Clássica, que vamos
encontrar dados relevantes que permitem a compreensão da sua evolução.

• Com a economia já bastante desenvolvida nas suas principais cidades, o mundo grego
difere profundamente do mundo oriental, e outras civilizações anteriores (mesopotâmico e
egípcio).

• Não obstante tenha absorvido a influência destes com relação às práticas de saúde.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• A vocação marítima, estimulada pela presença do mar, é o mais importante fator


econômico e civilizador, em uma época de total precariedade das comunicações terrestres.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• A religião, como um fenômeno cívico, tem interferência na vida política do Estado, e


este dá expressão maior aos Deuses, cujo teor mitológico e dogmático corresponde às
expectativas dos governantes.

• Cada cidade possui um Deus-protetor, e cada atividade é regida por um ente mitológico.

• ARTEMIS: é a protetora das mulheres e criança;

• APOLO: é venerado como o que espanta todos os males;

• ESCULÁPIO: filho de Apolo e discípulo de Chiron, é o Deus da arte da cura e da


cirurgia, sendo reverenciado nos templos denominados Asclepíades, que se espalharam
rapidamente pelas cidades gregas.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Entretanto, essa religião não atendia totalmente aos anseios das massas que
conservavam os cultos populares repletos de magias e superstição, os quais, malgrado
o interesse político, eram tolerados.

• A religião corresponde às necessidades individuais de sobrevivência do povo que


almeja a felicidade material, a saúde do corpo e a imortalidade da alma.

• Assim, a prática de saúde se associa à prática religiosa, numa luta de


milagres e encantamentos contra os males do corpo e do espírito.

• Os templos de Esculápios (Asclepíades) eram geralmente edificados em


locais paradisíacos, cuja beleza natural os tornava convenientes para tratar
dos enfermos.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Realizavam-se cerimônias em que os doentes eram induzidos ao sono, durante o qual,


produzia-se a cura.

• O sacerdote exercia o papel de mediador entre os homens e os Deuses, investindo-se


dos atributos das divindades e do poder de cura, da vida ou da morte.

• Havia uma divisão de categorias entre os sacerdotes e o respeito a uma hierarquia, na


qual já se distinguia a valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho
manual.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Os sacerdotes dos templos recebiam títulos e honrarias, bem


como formavam castas perfeitamente organizadas, o que lhes
outorgava poder e autoridade, por possuírem um saber e uma
prática, considerados inatingíveis para o homem comum da
época.

• Essa prática mágico-sacerdotal permaneceu por muitos séculos, desenvolvida nos


templos que, a princípio, foram simultaneamente santuários e escolas, onde os conceitos
primitivos de saúde eram ensinados.

• Posteriormente, escolas específicas para o ensino da arte de curar surgiram no sul da


Itália e na Sicília.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Nessas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as concepções acerca do


funcionamento do corpo humano, seus distúrbios e doenças, por muito tempo, essas
concepções marcaram a fase empírica da evolução dos conhecimentos em saúde.

• Enquanto as práticas de saúde sacerdotais prosperavam nos santuários, daquelas


escolas saíam cuidadores que trabalhavam nas cortes, cidades e exércitos, recebendo
muitas vezes elevados honorários, pagos pelos tesouros públicos.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

• Essa elite bem renumerada ocupava lugar de destaque, atendendo exclusivamente à


classe abastada, enquanto os segmentos mais pobres da população eram assistidos por
sacerdotes com preparo inferior que aceitavam ínfima remuneração.

• Dessa forma, as diversas camadas da sociedade recebiam tipos de assistência diferentes,


de acordo com os conceitos estabelecidos pelo grupo social.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

GRÉCIA ANTIGA X GRÉCIA CLÁSSICA

• Grécia Antiga:
Causas das doenças  Ofensas feita aos Deus
(dedicar orações, preces e sacrifícios)

• Esculápio: Deus da Saúde


Filho de uma mulher mortal com o Deus Sol Apolo
(Século VI a.C.)
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-SACERDOTAIS

GRÉCIA ANTIGA X GRÉCIA CLÁSSICA

• Grécia Clássica: transição entre período


mitológico e a época de Hipócrates (406 - 370
a.C).

• Hipócrates: abordagem racional das práticas de


cuidar, criou a prática clínica, separou a medicina
da superstição, escreveu 72 livros e 59 tratados
(Corpus Hippocraticum).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

• GEOVANINI, Telma; MOREIRA, Almerinda; SCHOELLER, Soraia Dornelles; MACHADO,


William C. A. História da enfermagem: versões e interpretações. Rio de Janeiro:
Revinter, 2002.
DÚVIDAS

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