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 O conteúdo deste livro não sofreu alterações em função
da BNCC, pois a disciplina não foi incluída no currículo
básico proposto pela Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.

Oficina de Negócios Assessoria pedagógica

(Empreendedorismo)
Suélen Franco
9o ano do Ensino Fundamental
Coordenação Editorial
Bruno Prado
Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda.
Rua Joana Francisca de Azevedo, 142 – Mustardinha
Editor Recife – Pernambuco – CEP: 50760-310
Lécio Cordeiro Fone: (81) 3205-3333
CNPJ: 09.960.790/0001-21 – IE: 0016094-67
Revisão de texto
Departamento Editorial

Projeto gráfico, editoração eletrônica,
iconografia e infografia
Box Design Editorial
Capa
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli
/Sophia Karla
Foto: Oksana Shufrych/shutterstock.com
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos
direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas
se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em
incluir quaisquer créditos faltantes.
Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam,
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original,
uma nova pontuação.

As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram

modificações com o novo Acordo Ortográfico.

ISBN Aluno: 978-85-7236-040-1

ISBN Professor: 978-85-7236-041-8

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e

Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil

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 Apresentação

Querido professor,
a formação empreendedora ultrapassou os limites empresariais e de mercado. Precisamos de-
senvolver nossas habilidades e competências para melhor nos adequarmos ao meio em que vive-
mos e nos socializarmos em um mundo tão competitivo. Assim, esta obra chega para desmistificar
o termo empreendedorismo e abrir nossos olhos para nosso próprio potencial e de nossos alunos.
Conhecer a si mesmo, assim como saber lidar com as mais diversas adversidades do cotidiano
escolar e familiar, é, sem dúvida, uma preparação para a ação empreendedora. Na infância e na ju-
ventude, aprendemos a lidar com nossas próprias expectativas, além de desenvolver a autoconfian-
ça necessária para lutar pelos nossos objetivos, sejam eles de curto, médio ou longo prazos. Traçar
metas e ter objetivos na vida é fundamental para o sucesso, não apenas profissional, mas, acima de
tudo, pessoal. Assim, é de suma importância levar nossos alunos a essa percepção.
Esta obra foi concebida de modo que você, professor, auxilie os alunos a compreenderem que
não basta ter o conhecimento técnico de uma determinada área: todos precisam ser empreendedo-
res, independentemente da área profissional que venham a escolher para seguir. Para isso, nossa
intenção é prepará-los para pensarem como grandes empreendedores, aprimorando e dando visibi-
lidade às habilidades que todos possuímos. Agora é com você, professor. Aproveite bem o seu livro
e, sendo o empreendedor do ensino, mostre aos seus alunos como podem ser empreendedores de
sua própria vida.
Bruno Prado.

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 Sumário

Motivação.......................................... 06
Capítulo
1
Para início de conversa..................................................07
Discutindo o conteúdo..................................................08
Atividade........................................................................11
Refletindo sobre o capítulo...........................................12

Valores que orientam a carreira........... 14

Capítulo
2
Para início de conversa..................................................15
Discutindo o conteúdo..................................................16
Atividade........................................................................20
Refletindo sobre o capítulo...........................................22

Conhecendo profissões
Capítulo
3
de nível técnico.................................. 23
Para início de conversa..................................................24
Discutindo o conteúdo..................................................25
Atividade........................................................................28
Refletindo sobre o capítulo...........................................30

Conhecendo profissões
Capítulo
4
de nível superior................................ 31
Para início de conversa..................................................32
Discutindo o conteúdo..................................................33
Atividade........................................................................40
Refletindo sobre o capítulo...........................................42

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 Investindo em negócios....................... 43
Capítulo
5
Para início de conversa..................................................44
Atividade........................................................................46
Refletindo sobre o capítulo...........................................49

Criar ou reproduzir negócios?.............. 50

Capítulo
6
Para início de conversa..................................................51
Discutindo o conteúdo..................................................52
Refletindo sobre o capítulo...........................................56

Empregabilidade e sucesso
Capítulo profissional........................................ 57
7 Para início de conversa..................................................58
Discutindo o conteúdo..................................................59
Atividade........................................................................53
Refletindo sobre o capítulo...........................................64

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 Abordagem preliminar

É chegado o encerramento do En-

Capítulo
1
sino Fundamental e, com ele, a proxi-
midade das escolhas profissionais dos
educandos. Por isso, o último volume
desta coleção é dedicado a orienta- Motivação
ções profissionais. Ele foi pensado para Iniciamos mais um ano de muito trabalho “quando crescer”, e esse futuro, que parecia
apresentar os possíveis caminhos que e aprendizado, mas também chegamos ao “co- tão distante, começa a se materializar no En-
se colocarão com a chegada do Ensino meço do fim”. Sim, é o último ano do Ensino sino Médio.
Fundamental, ou seja, um momento de encer- Depois de todos esses anos em que exer-
Médio. Muitas escolas já iniciam tra- rar um longo ciclo que acompanhou sua infân- citamos o autoconhecimento e conhecemos
balhos de orientação profissional na cia e parte da adolescência. Encerrar ciclos é as dimensões do empreendedorismo, você
transição do nível fundamental para um processo muito valioso em nosso desen- certamente está mais preparado para esse
volvimento: revemos tudo aquilo que vivencia- momento. Na jornada que iniciamos agora,
o médio. Para muitos educandos, é já mos, avaliamos os acertos e erros, bem como vamos aprender mais sobre carreira: forma-
no nível médio que tem início sua jor- traçamos planos para o futuro. ção, valores, negócios e empregabilidade.
nada profissional, uma vez que muitos Nos próximos anos, as palavras profissão e Começaremos por entender aquilo que nos
carreira farão parte do seu cotidiano de forma move rumo aos nossos propósitos: a motiva-
optam pela formação técnica, já atre- mais frequente. A frase “O que você quer fazer ção. Afinal, é ela o ponto de partida das nos-
lada a atividades de integração com o quando crescer?”, aos poucos, vai perdendo o sas escolhas.
mercado, como os estágios curricula-
res. Assim, abordaremos tanto as for-
mações de nível técnico quanto as de
nível superior, incluindo aquelas vol-
tadas para a pesquisa ou os negócios.
A ideia é mostrar ao educando não só
o leque de possibilidades que se apre-
senta, mas também os valores e os an-
seios que orientam suas escolhas.
Além disso, trabalharemos requisi-
tos fundamentais para se pensar uma
carreira — que não deve ser entendi-
da como algo obrigatoriamente linear,
inequívoca, uma vez que esta geração 6
tende cada vez mais a novas configu-
rações de carreira —, tais como disci- OdeN_2019_9A_01a64.indd 6 15/02/19 14:40 OdeN_

plina, autoconhecimento, comporta-
mentos empreendedores e formação
contínua.
Abrimos este volume compreen-
dendo os aspectos motivacionais que
envolvem não só a rotina estudantil,
mas as várias dimensões da vida do
educando. Nele, buscamos trazer si-
tuações cotidianas que suscitam nos
educandos a avaliação de suas mo-
tivações e de como eles reconhecem
seus objetivos e se comportam em re-
lação a eles.
A escolha profissional envolve uma
elevada dose de expectativas, muitas
delas dos pais ou responsáveis, que
inevitavelmente impactam no modo
como o educando pensa sua carreira e
seu papel na sociedade. Por isso, refle-
tir sobre a motivação se faz tão neces-
sário no início deste volume.

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 Sugestão de abordagem
Para início
de conversa É importante começar os trabalhos
desta nova turma com um debate em
que todos estejam envolvidos. Para
Na obra de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, há um interessante diálogo entre a
protagonista, que estava perdida, e o Gato:
isso, sugerimos que se discuta o per-
“ — O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui? curso dos educandos ao longo de todo
— Isso depende muito de para onde você quer ir — respondeu o Gato. o Ensino Fundamental. Procure extrair
— Não me importo muito para onde — retrucou Alice.
— Então, não importa o caminho que você escolha — disse o Gato.
dos jovens relatos de suas maiores difi-
— Contanto que dê em algum lugar — Alice completou. culdades e os principais fatos marcan-
— Oh, você pode ter certeza de que vai chegar, se você caminhar bastante — disse o Gato. ” tes dessa caminhada. Por meio dessa
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Porto Alegre: L&PM POCKET, 1998.
conversa, será possível identificar o
perfil dos alunos novatos e como estão
os que permanecem na escola desde o
ano anterior, bem como aqueles que já
vêm trabalhando com esta coleção. Al-
gumas sugestões de perguntas:
• Como vocês avaliam o próprio de-
sempenho nas três últimas séries?
• Quais foram as principais dificulda-
des? Como você lidou com elas?
• Quais foram as atividades escola-
res mais prazerosas? E as menos
prazerosas?
• Você conseguiu estudar as disci-
O diálogo entre Alice e o Gato, nessa obra de ficção, oferece uma importante lição para qual- plinas de que gosta mais e aquelas
quer indivíduo que deseja alcançar seus objetivos na vida: é necessário saber quais são eles, ou menos agradáveis com a mesma
seja, aonde você quer chegar. dedicação?
Como disse o Gato, muitas vezes será necessário caminhar bastante. Sentiremos isso dia a
dia porque, frequentemente, precisaremos nos esforçar para superar alguns obstáculos. Mas por
• Existe alguma coisa que você não
que será que há momentos em que estamos extremamente animados para realizar algo e outras desempenhou como gostaria nos
vezes parece nos faltar ânimo? anos anteriores? Se sim, a que você
Para vivenciar todo o aprendizado e superar dificuldades, a motivação é o principal com-
bustível. Neste capítulo, estudaremos a importância da motivação e como mantê-la sempre viva
atribui esse desempenho? E o que
dentro de nós. pretende mudar este ano para atin-
gir o desempenho desejado?
7

9 14:40 OdeN_2019_9A_01a64.indd 7 15/02/19 14:40

Diálogo com o professor do Ensino Fundamental, ainda que
faltem em média três anos para a es-
É chegada a hora de discutir colha efetiva. Neste momento, apro-
com mais ênfase os critérios que fundaremos um tema que possui uma
orientarão a escolha da profissão. ligação com as nossas escolhas profis-
Algumas escolas já começam a pro- sionais: a motivação. Entender a natu-
mover esse tipo de debate no final reza do que nos impulsiona a este ou
àquele caminho é um bom começo
para somar algumas dúvidas que
cercam os adolescentes.
Com as perguntas sugeridas, já
podemos proporcionar aos edu-
candos pistas de que há algo que
nos impulsiona a fazer certas ati-

OdeN_ME_2019_9A.indd 7 18/02/19 10:30

 vidades e que nos repele de ou-
tras. É possível também iniciar
uma reflexão sobre a relação
entre essas atividades mais ou
menos prazerosas e os meca-
nismos que os educandos vêm
encontrando ao longo da vida
escolar para lidar com essas de-
mandas. Tudo isso está relacio-
nado à motivação, portanto o
debate introdutório deste capí-
tulo deve ser mediado e direcio-
nado de forma e fazê-los refletir,
ainda que intuitivamente, sobre
o que lhes move rumo aos seus
propósitos.
Discutindo
o conteúdo
Sua chegada ao 9o ano do Ensino Funda-
mental traz muitas dúvidas sobre seu futuro.
Provavelmente, você já se pegou, em algum
momento, refletindo sobre como será sua vida
adulta. Idealizar uma profissão é algo cada vez
mais comum de ocorrer na sua idade. Tudo isso
se justifica porque no próximo ano você estará
cursando o Ensino Médio e a preparação para a
vida profissional será ainda mais intensa e di-
recionada ao mercado de trabalho.
Dúvidas e incertezas sobre essas questões
não são exclusividade sua. A maioria dos jo-
vens de sua idade possui as mesmas inquieta-
ções, ainda que nem todos compartilhem com
colegas e amigos. Daí surge a sensação de que
tudo isso é algo que ocorre apenas conosco,
nunca com os outros.
Um dos aspectos importantes da escolha
profissional é aquilo que nossa profissão permi-
tirá realizar no futuro, outro é o que nos move
a esse caminho. Essa é uma questão bastante
complexa, pois temos nossas expectativas e
também lidamos com as expectativas das pes-
soas mais próximas, como nossos familiares e
amigos.
Por isso, um bom começo é entender quais
são nossas motivações.
Mas o que seria motivação?
Luana

Paulo
Sugestão de vídeo
Título: Billy Elliot
Gênero: drama Larissa
Direção: Stephen Daldry
Billy é um garoto pobre de ape-
Resultados
nas 11 anos que vive em uma cidade
Sérgio
pequena e é obrigado pelo pai a se
Aprendizagem
dedicar ao boxe. Porém, é justamen-
te na academia onde treina boxe
que ele descobre a dança clássica e
Determinação
se encanta pela técnica. Decidido a
Superação
se dedicar ao ballet, Billy enfrentará
uma longa jornada não só de apren- Amizade
dizagem da técnica, mas também
de superação de preconceitos e da Dificuldades
rejeição do seu pai e seu irmão, que, 8
como muitos, acreditam que a dan-
ça não é para homens. OdeN_2019_9A_01a64.indd 8 15/02/19 14:40 OdeN_

uma sala de aula repleta de alunos para fazê-los confiarem em si mes-

Título: Escritores da liberdade
Gênero: drama
Direção: Richard La Gravenese
Recém-graduada e repleta de
ideais, a professora de Língua e
Literatura Inglesa, Erin Gruwell,
depara-se com um grande desafio:
marginalizados, segregação racial e
violência, completamente desinteres-
sados pelo que ela tem a oferecer. Re-
pensando seu papel como educadora
e seus métodos, ela busca conhecer a
realidade dos seus educandos e de-
senvolve métodos menos tradicionais
mos e se interessarem pelos estu-
dos. Apesar do pouco apoio recebi-
do pela direção da escola, Erin vai
conquistando aos poucos a con-
fiança e o empenho dos seus alu-
nos e trabalhando valores impor-
tantes, como a tolerância.

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 Motivação é uma força que leva um indivíduo a realizar determinada atividade,
a buscar seus sonhos, executar suas metas e alcançar seus objetivos. Essa motivação
pode surgir por meio de fatores externos ou da própria pessoa; pode fazer com que al-
guém encontre estímulos nas mais variadas situações, mesmo desafios e problemas.
A motivação pode acontecer de duas ma-
neiras.
Você já percebeu que é comum termos me-
lhores resultados nas disciplinas com as quais
temos afinidade? A resposta pode estar na mo-
tivação. Quando gostamos de um assunto, estu-
dá-lo costuma ser mais agradável. Assim, a mo-
tivação é o próprio prazer de vivenciar aquele
conteúdo. Logo, quando somos impulsionados
por fatores internos, tais como nossos gostos e
interesses, trata-se de motivação intrínseca.
Por outro lado, quando não temos muita
afinidade com a disciplina, tendemos a estudá-
-la para obter um resultado satisfatório e evitar
uma reprovação, ou mesmo pela necessidade
de utilizar aquele conteúdo, futuramente, em
sua vida pessoal e profissional. A motivação,
nesse caso, consiste em obter recompensas
decorrentes do estudo e evitar punições. Quan-
do o que nos impulsiona são fatores externos,
como obter uma retribuição por um bom de-
sempenho ou evitar uma consequência negati-
va de certa ação, ela é chamada de motivação
extrínseca.
Outro aspecto importante para nossa mo-
tivação é a avaliação que fazemos da tarefa a
ser realizada. Desafios são motivadores sim,
mas existe uma medida certa, nem mais nem
menos. Isso porque, diante de uma atividade,
avaliamos as reais chances de sucesso e o es-
forço que precisamos despender. Assim, se um
indivíduo se depara com uma tarefa e avalia
que as possibilidades de sucesso são muito re-
motas ou mesmo inexistentes, dificilmente se
sentirá motivado, por mais atrativa que seja a
recompensa. O contrário também pode acon-
9 14:40 OdeN_2019_9A_01a64.indd 9
Sugestão de abordagem
Os filmes selecionados abordam
tanto a questão da vocação quanto a
motivação inerente à busca pela rea-
lização de projetos pessoais e profis-
sionais. Em ambos, podemos explorar
tanto os conceitos de motivação in-
OdeN_ME_2019_9A.indd 9
tecer: muitas vezes, a tarefa é pouquíssimo de-
safiadora, e isso faz com que o indivíduo tenha
pouco interesse em realizá-la. É como em um
jogo de videogame: quando você está acostu-
mado a um determinado nível de dificuldade
e tem que jogar em outro mais baixo, provavel-
mente se sente entediado mais rápido.
Mas como manter a motivação no dia a dia?
A motivação para realizarmos nossas ati-
vidades diárias reside nas nossas necessidades
e em nossos desejos. Isso desde as ações mais
15/02/19 14:40
trínseca e extrínseca quanto levar os
educandos a refletirem que todo pro-
jeto, por mais almejado e importante
que ele seja, envolve uma caminhada
repleta de percalços, diante dos quais
precisamos avaliar o quanto estamos
dispostos a nos doar em cada desafio.
Os filmes também abordam questões
Diálogo com o professor
A apresentação dos concei-
tos de motivação intrínseca e
motivação extrínseca é um mo-
mento oportuno para discutir
com os alunos a diferença de
desempenho entre aquelas dis-
ciplinas às quais eles são mais
afeitos e aquelas às quais são
menos. Para isso, pode-se re-
lembrar a ideia de recompensa:
qual é a recompensa de estu-
dar? Parece simples, mas mui-
tas vezes o aluno não tem uma
dimensão clara daquilo que
o motiva na vida escolar. In-
tuitivamente, ele percebe que
alguns temas despertam sua
curiosidade ou mesmo alguns
conteúdos são mais prazerosos.
Outro aspecto que precisa
ser observado é a relação en-
tre o nível de desafio que a ta-
refa apresenta ao aluno. Muitas
vezes, este desenvolve uma re-
pulsa por determinada discipli-
na em virtude da dificuldade
de compreendê-la. Isso, com o
tempo, pode desmotivá-lo.
envolvendo a aceitação das escolhas
pelos pais ou familiares, um desafio
muito comum ao processo de esco-
lha profissional na realidade de mui-
tos educandos. Trata-se de um valioso
momento para discutirmos o peso das
expectativas alheias sobre nossa visão
de mundo e nossos anseios.
18/02/19 10:30

Diálogo com o professor
Relatos como o da próxima pá-
gina são bastante oportunos para
o trabalho didático, mas requerem
alguns cuidados especiais. Isso
porque trazem o risco de simplifi-
car excessivamente algo bastante
complexo.
A mídia está repleta de relatos
de superação em condições ex-
tremas, como o de Ubirajara Sil-
va, fazendo acreditar que “quem
tenta sempre consegue”. Muitas
vezes, explorados de forma sim-
plista, esses relatos podem levar à
conclusão errônea de que tais ca-
sos constituem fatos corriqueiros,
e não exceções. A constatação de
que esses casos são excepcionais é
fundamental, uma vez que muitos
educandos têm acesso a essas his-
tórias em abordagens sensaciona-
listas e com forte apelo emocional.
Isso pode fazê-los acreditarem que
todos podem obter resultados ex-
celentes, independentemente das
oportunidades que lhes são apre-
sentadas.
Nossos educandos são adoles-
centes e, portanto, ainda não cer-
simples e corriqueiras, como alimentar-se, até
ações mais complexas, como, por exemplo,
submeter-se a uma seleção para integrar o time
de futebol da escola: a motivação é um motor
que nos impulsiona. Você já refletiu sobre seus
desejos? Qual caminho deve ser percorrido
para alcançá-los? Você está transformando
seus sonhos em realidade ou sente-se inerte?
Para alcançar um objetivo, é necessário
um planejamento em várias etapas. Como vi-
mos, cada uma dessas etapas pode ser desdo-
brada em metas, sendo elas de curto, médio
ou longo prazos. Alcançando-as, você obtém
resultado maior, que é o objetivo.
Ao longo da vida, um ser humano se de-
para com vários objetivos. A energia que nos
move costuma ser incessante, por isso novas
necessidades e novos desejos surgem à medi-
da que outros vão se concretizando.
Fatores externos são bons motivadores.
Porém, o indivíduo também tem motivações
de origem interior. Acompanhe, a seguir, algu-
mas dicas para você manter-se motivado.
• Acredite em seu potencial: só é possí-
vel alcançar metas e superar os obstácu-
los da vida quando temos confiança em
nosso potencial.
• Nunca desista diante das dificuldades:
muitos serão os obstáculos que aparece-
rão ao longo de sua vida. Porém, desistir
não deve ser a primeira opção. Enfrente
seus medos e confie no sucesso. Assim,
você alcançará bons resultados.
• Aprenda com os erros: não basta fazer,
tem de ser bem feito. Mas nem tudo que
realizamos sai da maneira desejada. Por
isso, é importante analisarmos, sempre,
nossos métodos e aprender com os er-
ros. Numa segunda chance, você estará
pronto para fazer melhor.
• Pense positivo: ser otimista é um im-
portante passo para se manter sempre
motivado e alcançar, consequentemen-
te, o sucesso. Lembre-se de que, em si-
tuações extremas, fica mais fácil achar
uma solução com o pensamento positi-
vo do que de outra forma.
• Autoavalie-se diariamente: procure re-
fletir diariamente sobre suas principais
decisões e atitudes. A autoavaliação é
fundamental para que você reveja algu-
mas situações com mais tranquilidade.
Cometer equívocos é normal, mas pro-
cure corrigi-los o mais rápido possível. E,
o mais importante, procure não repetir o
erro.
Entender o que desperta a motivação e
mantém as pessoas motivadas é uma preo-
cupação bastante antiga, e não é exclusiva do
ambiente escolar. Ainda no século XX, diversas
teorias foram desenvolvidas com intuito de
compreender o que motivava os trabalhado-
res: até então, acreditava-se que a única fonte
de motivação para o trabalho era a recompen-
sa financeira, ou seja, a remuneração. Com
o passar dos anos, porém, os pesquisadores
começaram a investigar a motivação no traba-
lho como um fenômeno que envolve tanto di-
mensões internas do indivíduo quanto o meio:
o ambiente de trabalho em si, mas também os
diversos grupos sociais aos quais ele pertence
e com quem interage.
A profissão que desempenhamos tem
muito a ver com a nossa identidade e com
aquilo que acreditamos ser importante. É fun-
damental termos em mente que dela tiramos
nosso sustento, mas também precisamos levar
em consideração que dedicamos muito tempo
de nossa vida ao trabalho e, para isso, nossa
rotina precisa ter fatores que nos motivem. Por
isso é tão arriscado colocar as perspectivas fi-
nanceiras em primeiro lugar ao escolher a pro-
fissão. A esse respeito, falaremos no próximo
capítulo.

cados da necessária criticidade

para lidar com fatos extraordiná- 10
rios como este. Por isso, procure
levantar questões fundamentais OdeN_2019_9A_01a64.indd 10 15/02/19 14:40 OdeN_

à reflexão do relato à luz do tema
deste capítulo, que é motivação:
quem é Ubirajara? Por que teria ido
morar nas ruas? Qual seria a esco-
laridade dele antes de habitar nas
ruas? (Isso porque, para ser apro-
vado neste concurso, é necessário
ter nível médio; além disso, para
ele selecionar material de estudo, era
necessário ter alguma escolarização).
Essas indagações são fundamentais
para entender que nem todos os mo-
radores de rua têm essa base inicial.
A motivação é profundamente re-
lacionada com as vivências que te-
mos no nosso processo de socializa-
ção. Por isso, é importante ir além
das aparências de notícias curtas
para tentar entender o que prova-
velmente desencadeou em Ubirajara
o desejo de ingressar no serviço pú-
blico. Quais teriam sido as vivências
prévias desse cidadão? Outro aspec-
to é que a motivação está intimamen-

10

OdeN_ME_2019_9A.indd 10 18/02/19 10:30

 Atividade Sugestão de abordagem
Procure trabalhar, sempre que ne-
1. Analise as situações a seguir e classifique-as em ME quando se tratar de motivação extrín- cessário, aspectos psicológicos da
seca e MI quando se tratar de motivação intrínseca. motivação dos educandos. Se a escola
me Fernanda deseja muito realizar uma viagem e, para isso, todos os dias ela prepara trufas dispuser de psicólogo ou psicopeda-
para vender na faculdade.
gogo, peça-lhe auxílio ao planejar as
mi Júlio adora desenhar, por isso passa horas do seu dia reproduzindo seus personagens
favoritos em um caderno de desenho. atividades deste capítulo ou mesmo
mi Cláudia resolve, diariamente, desafios matemáticos em seu computador, pois Matemá- proponha um trabalho conjunto para
tica é sua disciplina favorita.
este momento. Essa parceria dará
me Diego deseja muito ingressar em uma escola técnica, por isso tem diminuído algumas
horinhas de lazer para se dedicar a um curso preparatório. muitos resultados positivos.

2. O que é motivação?

É uma força que leva o indivíduo a realizar determinada atividade, a buscar seus sonhos,
executar suas metas e alcançar seus objetivos.
Anotações
3. Antigamente, acreditava-se que o único fator que motivava os indivíduos no trabalho era a
recompensa financeira. Por que a escolha profissional não deve ser atrelada unicamente a
esse aspecto?
Porque a profissão que desempenhamos tem muito a ver com a nossa identidade e com

aquilo que acreditamos ser importante. Dedicamos muito tempo de nossa vida ao trabalho,
por isso a rotina precisa ter fatores que nos motivem.

4. “Eu confesso: não é possível fazer isso!”

A frase acima expressa exatamente a crença na impossibilidade de realização de uma
tarefa. Entretanto, dependendo da força de vontade e determinação, os obstáculos ao longo
de nossas vidas são superados, mesmo quando pensamos que não seremos capazes. Leia o
exemplo a seguir e verifique quão importante é a motivação diante de dificuldades.
Esta é uma daquelas histórias que nos ensinam a não desistir dos nossos sonhos. Após
12 anos morando nas ruas do Recife, vivendo de bicos e de pedir esmolas, Ubirajara Silva
conseguiu ser aprovado em um concurso público concorrido para escriturário do Banco do
Brasil. Como ele conseguiu isso morando na rua? Estudando muito! Ele deixava de comer
para pagar o acesso à Internet na lan house, onde lia editais do concurso e conseguia ma-
teriais de estudo. O rapaz, na época com 27 anos, carregava pastas e apostilas o dia todo e
estudava em praças públicas para se preparar para a prova.
Disponível em: http://meuemprego.empregoligado.com.br/5-profissionais-de-sucesso-que-sao-exemplos-de-dedicacao-no-
trabalho/#sthash.cwnw2lpk.dpbs. Acessado em: 14/01/2019. Adaptado.

11

9 14:40 OdeN_2019_9A_01a64.indd 11 18/02/19 08:54

te ligada às possibilidades de suces- sempre se consegue, e lidar com

so: aquilo que de antemão mostra-se as possibilidades reais de sucesso
impossível pouco provavelmente mo- e insucesso é fundamental.
tivará alguém. Por isso, o exemplo de
Ubirajara proporciona um rico deba-
te para além da crença simplista de
que “quem tenta sempre consegue”.
Até porque o aluno sabe que nem

11

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 Sugestão de abordagem
Explorar a relação estreita entre
inspiração e motivação pode propor-
cionar uma discussão bastante fértil. Escanei o QR CODE
Peça para que alunos reflitam por al-
guns minutos e apontem alguém (real
ou fictícia) que lhes inspire. Peça-lhes,
também, para que apontem o máximo
de detalhes possível sobre esta pessoa
ou personagem, de modo a compreen-
der o que inspira cada educando, seja
a aparência (cabelos, vestuário), o Após a leitura dessa história inspiradora, lembre-se de uma situação desafiadora que você
tenha vivido e, mesmo com as dificuldades, conseguido superar, de maneira que se orgulha
comportamento (autoconfiança, ex- até os dias de hoje.
troversão, dedicação), os valores (ge-
Resposta pessoal.
nerosidade, altruísmo), entre outros.
Procure observar no relato dos
educandos os principais aspectos da
vida em sociedade que os inspiram.
Isso será fundamental para introduzir
o conteúdo do próximo capítulo.

Refletindo sobre
o capítulo
Anotações
Ter a motivação necessária para superar obstáculos e alcançar metas e objetivos é funda-
mental para todos. Se a motivação é a energia que nos move, como mantê-la sempre elevada?
Como estudamos neste capítulo, não existe fórmula ou regra para que todos nós tenhamos
motivação nos variados aspectos da nossa vida. Na verdade, essa sensação de estar convidativo ao
novo e empenhado na resolução dos desafios impostos no decorrer da vida pessoal e profissional é
muito particular está relacionada a nossas vivências, nossos interesses e nossas afinidades.
O planejamento pode ser uma ferramenta fundamental para que você realize projetos e
mantenha-se, dentro do possível, motivado. Isso porque, ao planejarmos, visualizamos cada
etapa necessária à execução de um objetivo, bem como os esforços que serão envidados. Dessa

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Ode

12

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 forma, podemos avaliar o nível de esforço que devemos desempenhar, se estamos dispostos a
empreender esses esforços, de quais prazeres precisaremos abrir mão (e por quanto tempo) e
se as recompensas compensam a dedicação. Esse processo é fundamental, sobretudo quando a
motivação é extrínseca às tarefas, ou seja, vinculada aos resultados, e não ao prazer de desem-
penhar as etapas.
Muitos, para alcançar a motivação numa determinada tarefa, buscam vídeos e palestras na
Internet. Na verdade, podemos encontrar na Web tanto conteúdos motivacionais quanto inspira-
cionais. Mas qual a diferença entre inspiração e motivação?

1. Procure no dicionário cada um dos termos acima em negrito e preencha as linhas com seus
respectivos significados:
Ins.pi.ra.ção sf. 1. Ação de fazer entrar o ar nos pulmões. 2. Estímulo, de origem interna ou
externa, ao pensamento ou à atividade criadora. 3. Resultado da inspiração (2). 4. Sugestão,

conselho.
Mo.ti.va.ção sf. 1. Ação ou efeito de motivar. 2. Exposição de motivos. 3. Conjunto de fatores
que interagem para determinar a conduta de uma pessoa.

2. Percebeu que há diferença? Embora sejam conceitos diferentes, podemos dizer que a inspi-
ração e a motivação estão intimamente ligadas, uma vez que a primeira pode resultar na se-
gunda. Por exemplo, um atleta dedicado e bem-sucedido pode lhe inspirar a ser uma pessoa
disciplinada e perseverante. Isso pode motivar você a cumprir com seus deveres de forma
mais obstinada, pois vai se espelhar num exemplo. Você conhece alguém que o inspire em
algum aspecto da sua vida? Explique o motivo.
Resposta pessoal.

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 Capítulo
2
Abordagem preliminar
Neste capítulo, retomaremos o con-
ceito de carreira, abordado no 6o ano
desta coleção, para discutir os pressu-
postos éticos ligados não só à escolha,
mas, sobretudo, ao exercício da profis-
são. A ideia é debater com os educan- Valores que orientam a carreira
dos como o exercício de qualquer pro-
No capítulo anterior, refletimos sobre a importância da motivação e de compreender aquilo
fissão envolve uma série de decisões que motiva nossas escolhas e nos mantém empenhados em nossos propósitos. E, como apren-
e que elas são orientadas por um con- demos, nossa carreira é uma dessas escolhas bem importantes e, para fazê-la adequadamente,
precisamos compreender que nosso ofício ocupa uma parcela importante do nosso tempo, por
junto de valores. A escolha de uma car-
isso precisa nos recompensar em vários aspectos, não só no financeiro.
reira, de mudar de carreira ou mesmo Antes de escolher o que fazer, precisamos pensar em como fazer. A escola, o convívio em
as decisões cotidianas que tomamos família e com os amigos vão formando, aos poucos, a nossa identidade, à medida que vamos
ao longo do exercício da profissão são adquirindo e compartilhando valores. Embora se fale bastante nas competências técnicas que
precisamos desenvolver para desempenhar esta ou aquela profissão, precisamos pensar nos va-
pautadas por nosso sistema de valores. lores que vão orientar nosso exercício profissional. Estes, sim, precisam ser pensados desde cedo.
É muito comum que as discussões
acerca da escolha profissional sejam
Paulo é
excessivamente voltadas para aspec- extremamente
Larissa procura
tos práticos da carreira. Isso termina cordial e polido ao
sempre se colocar
por ofuscar o entendimento de que no lugar dos
expressar seu ponto
de vista, mesmo
toda profissão tem, antes de qualquer outros quando se
quando discorda de
vê diante de um
coisa, uma função social e que a for- algum colega.
problema.
mação deve proporcionar ao educan-
do meios para intervir na realidade
que o cerca, seja como criador de um
negócio, seja como colaborador. Sérgio prefere
Sugerimos, para o trabalho com Luana dispensa dividir o mérito
uma oportunidade de um trabalho
este capítulo, atividades interdiscipli- excelente com
se perceber que,
nares com os professores de Filosofia ao aceitá-la, pode uma equipe a
e Sociologia, tanto para discutir aspec- prejudicar alguém. tentar se destacar
individualmente.
tos éticos quanto para a compreensão
do papel do trabalho nas sociedades
contemporâneas. 14

OdeN_2019_9A_01a64.indd 14 15/02/19 14:40 OdeN_

Diálogo com o professor
Edgar Schein, uma referência
mundial em cultura organizacio-
nal, desenvolveu um importante
estudo relacionando a carreira aos
valores: as âncoras de carreira se-
riam um conjunto de valores, de guias
que orientariam as escolhas dos pro-
fissionais. Essas âncoras seriam resul-
tado da combinação de habilidades,
motivações e valores. Seu estudo re-
sultou em oito âncoras de carreira:
autonomia/independência (AI), segu-
rança/estabilidade (SE), competência
técnico-funcional (TF), competência
gerencial (CG), criatividade empreen-
dedora (CE), vontade de servir/dedi-
cação a uma causa (SE), puro desafio
(PD) e estilo de vida (EV). Com base
nessas âncoras, foi desenvolvido um

14

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 Observe que nossos colegas Larissa, Luana, Paulo e Sérgio demonstram refletir sobre suas
escolhas, principalmente quando eles agem em grupo e tais escolhas podem afetar todo o con-
junto. Essas decisões são orientadas pelos valores que possuem. Qual será a importância disso
para nossa carreira?
Para início
de conversa
A escolha profissional é sempre uma tare-
fa complexa para qualquer indivíduo. Decidir
sobre algo que você poderá realizar para toda
a vida é sempre uma grande responsabilidade.
Por isso, antes mesmo de conhecer as opções
de carreiras profissionais ofertadas pelo mer-
cado atual, é fundamental que se tenha grande
conhecimento sobre si mesmo. O autoconheci-
mento e a avaliação cuidadosa de suas habili-
dades e dificuldades são imprescindíveis para
quando chegar o momento da tomada dessa
decisão.
O ingresso e o crescimento no mercado
de trabalho requerem muito mais que com-
petências técnicas. Antes de qualquer coisa,
precisamos pensar os valores éticos que orien-
tarão nossa conduta no ambiente profissional.
Por essa razão, conhecer a si mesmo e contro-
9 14:40 OdeN_2019_9A_01a64.indd 15
lar determinados impulsos farão de você uma
pessoa mais adaptável a qualquer que seja o
ambiente em que venha trabalhar. Isso porque
o profissional que nos tornamos é reflexo do ci-
dadão que somos. Portanto, valores são para
a vida, e, no futuro, sua carreira ocupará uma
parcela significativa dela.
Os valores são fundamentais para a exis-
tência da nossa sociedade, pois, sem esse con-
junto de referências para nossa vida, não seria
possível ocorrer o relacionamento entre indiví-
duos de maneira amigável e respeitosa.
Esses princípios são repassados, inicial-
mente, por nossa família. As atitudes e os com-
portamentos assumem um papel fundamental
na transmissão de valores, visto que, durante
os primeiros anos de vida, o indivíduo busca
repetir o que observa nos mais velhos.
15
18/02/19 08:56
ções trabalhistas, que configuravam
as expectativas e motivações desses
indivíduos. Ainda assim, é válido
como instrumento de autoconheci-
mento, sobretudo quando tratamos
os valores que orientam a carreira.
O teste de âncoras da carreira
pode ser uma importante ferramen-
ta não necessariamente para impul-
sionar os educandos a uma escolha
prematura ou a uma concepção
fechada de seus valores pessoais,
mas para possibilitar debates e ati-
vidades interdisciplinares. A seguir,
apresentamos uma versão do teste
adaptada da Revista Exame.
Teste de âncoras de carreira
A seguir, apresentamos 40 propo-
sições. Ao ler cada uma delas, você
deve atribuir os seguintes valores:
1, caso a afirmação nunca seja
verdadeira para você;
2 a 3, caso a afirmação seja oca-
sionalmente verdadeira para
você;
4 a 5, caso a afirmação seja fre-
quentemente verdadeira para
você;
6, caso a afirmação seja sempre
verdadeira para você.
1. Sonho em ser tão bom no
que faço que meus conhe-
cimentos especializados se-
jam constantemente procu-
rados. _____
2. Sinto-me mais realizado em

meu trabalho quando sou

teste que até o presente é utilizado
para ajudar indivíduos a compreende-
rem o que orienta suas carreiras. Se-
gundo essa perspectiva, um indivíduo
trabalhando em uma empresa cujos
valores e cultura organizacional fos-
sem conflitantes com sua âncora de
carreira dificilmente seria realizado. capaz de integrar e gerenciar
É importante salientar que esse tes- o esforço dos outros. _____
te foi desenvolvido na década de 1970, 3. Sonho em ter uma carreira
quando os estudos que o embasaram que me dê a liberdade de fa-
foram realizados com profissionais de zer o trabalho à minha ma-
outra geração, portanto em outro cená- neira e no tempo por mim
rio social, tecnológico e mesmo de rela- programado. _____

15

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 A escola é outro local de aprendizado de valores. O contato diário com dezenas de colegas,
4. Segurança e estabilidade são professores e funcionários também é parte do desenvolvimento desses valores nos jovens.
Entre os tantos valores que devemos conhecer e praticar ao longo de nossa vida pessoal e
mais importantes para mim profissional, estão os listados a seguir:
do que liberdade e autonomia. • Gratidão.
_____ • Honestidade.
• Lealdade.
5. Estou sempre procurando ideias • Justiça.
que me permitam iniciar meu • Prudência.
próprio negócio. _____ • Responsabilidade.
• Solidariedade.
6. Sinto-me bem em minha car- • Tolerância.
reira apenas quando tenho a Antes mesmo de entendermos a importância desses valores na nossa vida e na nossa carrei-
sensação de ter feito uma con- ra, que tal relembrarmos esse conceito?

tribuição real para o bem da so-

ciedade. _____
7. Sonho com a carreira na qual eu
possa solucionar problemas ou
vencer em situações extrema-
mente desafiadoras. _____
8. Preferiria deixar meu emprego
a ser colocado em um trabalho
que comprometa minha capaci-
dade de me dedicar aos assun-
tos pessoais e familiares. _____
9. Sinto-me sucedido em minha
carreira apenas quando pos-
Discutindo
o conteúdo
O conceito de carreira vem mudando bas-
tante ao longo dos anos. Quando pensamos
em carreira, somos remetidos à sequência de
experiências profissionais e à progressão con-
tínua de um indivíduo desenvolvida em uma
ou mais organizações das quais ele venha a fa-
zer parte ao longo de sua trajetória laboral.
Dizemos que essa concepção tem muda-
do porque, tradicionalmente, ela era pensada

so desenvolver minhas habili-
dades técnicas ou funcionais a
um nível de competência muito
alto. _____
10. Sonho em dirigir uma organiza-
ção complexa e tomar decisões
que afetem muitas pessoas.
_____
11. Sinto-me mais realizado em
meu trabalho quando tenho to-
tal liberdade de definir minhas
próprias tarefas, horários e pro-
de forma linear, num processo que envolvia o
ingresso no mercado de trabalho; o desenvol-
vimento, que geralmente incluía a progressão
hierárquica; até o desligamento ou a aposen-
tadoria. Também era comum enxergar como
bem-sucedido aquele profissional que traba-
lhou em uma ou poucas empresas. Hoje já se
pensa a carreira como a sequência mais flexível
de experiências profissionais, ou mesmo, já se
admite que um mesmo indivíduo experimente
mais de uma carreira. Essa nova visão é asso-
ciada a novas configurações de relações de tra-
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Iconic Bestiary/Shutterstock.com
balho, mas também a mudanças de valores de
geração em geração. Por isso, antes de pensar
na escolha da carreira, é tão importante pen-
sarmos que valores a orientam.
Para falar em valores, é importante enten-
dermos duas noções muito importantes: ética
e moral.
15/02/19 14:41 OdeN_

cedimentos. ____
12. Preferiria manter minha ativi-
dade atual a aceitar outra tarefa
que possa colocar em risco mi-
nha segurança na organização.
_____
13. Montar meu próprio negócio é
mais importante para mim do
que atingir uma alta posição ge-
rencial como empregado. _____
14. Sinto-me mais realizado em mi-
nha carreira quando posso utili-
zar meus talentos a serviço dos
outros. _____
15. Sinto-me realizado em minha
carreira apenas quando enfren-
to e supero desafios extrema-
mente difíceis. _____
16. Sonho com uma carreira que
me permita integrar minhas ne-
cessidades pessoais, familiares
e de trabalho. _____
17. Tornar-me um gerente técnico

16

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 Ética, moral e valores
Nossa convivência em sociedade im-
plica um conjunto de regras que definem
o que é aceitável ou não. Esse conjunto
de costumes, normas implícitas ou explí-
citas e códigos de conduta constituem o
que chamamos de moral. Já a ética diz
respeito à reflexão sobre o sentido desses
aspectos morais, avaliando situações con-
flitivas. Ou seja, a ética e a moral estão in-
timamente ligadas: enquanto esta dispõe
sobre “o que fazer”, aquela questiona so-
bre “por que fazer”.
Ao longo da nossa vida, deparamo-nos
com situações em que a dimensão do que é
aceitável fica bastante clara. Em outros ca-
sos, vivenciamos dilemas cujas respostas
não são explícitas nem imediatas. Imagine
que você e um grande amigo são funcioná-
rios de uma mesma empresa. Seu amigo
lhe confia um segredo: ele havia cometido
um grande erro. Quando esse fato, de con-
sequências graves, é descoberto, todos os
funcionários da empresa são pressionados
para contar o que sabem a respeito. Perce-
bendo que a situação causou um grande
prejuízo, você se vê diante de um dilema:
trair a confiança do seu amigo ou trair a
confiança da empresa que o emprega? Cir-
cunstâncias desse tipo caracterizam um
dilema ético. A resposta sobre a postura
correta não reside em normas predefinidas
(afinal, ser leal a um amigo e ser leal ao seu
trabalho são condutas moralmente desejá-
veis), mas numa profunda reflexão sobre as
consequências de escolher este ou aquele
caminho. Esse tipo de ponderação tem na-
tureza ética. Por isso, refletir eticamente
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 17
em minha área de especializa-
ção é mais atraente para mim
do que me tornar um gerente
geral em alguma organização.
_____
18. Me sentirei bem-sucedido em
minha carreira apenas quando
me tornar um gerente geral em
OdeN_ME_2019_9A.indd 17
21. Sinto-me realizado em mi-
nha carreira quando tenho
sobre nossos atos é tão importante quanto
a oportunidade de construir
assumir condutas moralmente desejáveis.
Ética e moral andam de mãos dadas. alguma coisa que seja re-
E os valores? Como eles se relacionam sultado unicamente de mi-
com a ética e a moral. Valores podem ser
nhas próprias ideias e esfor-
pensados como conjuntos de critérios que
utilizamos para avaliar as coisas ou situa- ços._____
ções, por meio dos quais desenvolvemos 22. Utilizar minhas habilidades
noções como correto ou incorreto, desejá-
para tornar o mundo um lu-
vel ou indesejável, bom ou mau. Eles es-
tão ligados à nossa consciência e orientam gar melhor para se viver e
nossas decisões. Tanto a ética quanto a trabalhar é mais importante
moral se relacionam aos valores, uma vez
para mim do que alcançar
que nossas concepções de certo e desejá-
vel são orientadas por premissas éticas e uma posição gerencial de
morais. alto nível. _____
23. Sinto-me mais realizado em
minha carreira quando so-
luciono problemas aparen-
temente insolúveis ou ven-
ço o que aparentemente era
impossível de ser vencido.
_____
24. Sinto-me bem-sucedido na
vida apenas quando sou ca-
paz de equilibrar minhas ne-
cessidades pessoais familia-
res e de carreira. _____
25. Preferiria deixar meu empre-
go a aceitar uma tarefa de ro-
dízio que me afaste da minha
área de experiência. _____
26. Tornar-me um gerente geral
é mais atraente para mim
do que me tornar um geren-
17
te técnico em minha área de
15/02/19 14:41
especialização. _____
alguma organização. _____ 27. Para mim, poder fazer um
19. Me sentirei bem-sucedido em trabalho a minha própria
minha carreira apenas quando maneira, sem regras e restri-
alcançar total autonomia e li- ções, é mais importante do
berdade. _____ que segurança. _____
20. Procuro trabalhos em organiza- 28. Sinto-me mais realizado em
ções que me deem senso de se- meu trabalho quando perce-
gurança e estabilidade. _____ bo que tenho total seguran-
17
18/02/19 10:31

ça financeira e estabilidade no
trabalho. _____
29. Sinto-me bem-sucedido em
meu trabalho apenas quando
posso criar ou construir alguma
coisa que seja inteiramente de
minha autoria. _____
30. Sonho em ter uma carreira que
faça uma real contribuição à hu-
manidade e à sociedade. _____
31. Procuro oportunidades de tra-
balho que desafiem fortemente
minhas habilidades para solu-
cionar problemas. _____
Desempenhar uma atividade requer, além para a orientação de nossa conduta. Assim, se
do conhecimento técnico, diversos valores hu- cultivarmos valores moralmente desejáveis, vi-
manos que tornem a sua atuação profissional venciaremos essas situações com um compor-
agregadora e colaboradora. A vida profissional é tamento aceitável, dando o nosso melhor sem
marcada por situações em que somos impulsio- prejudicar o desempenho dos colegas.
nados à competitividade. Embora competir seja Leia o texto a seguir e compreenda melhor,
indesejável, muitas vezes é inevitável, e, nessas por meio de um exemplo prático, o que se exige
situações, os nossos valores são fundamentais no atual mercado de trabalho.
As empresas buscam pessoas que tenham
valores sólidos e sejam capazes de organizar
ideias complexas
Revista Você S/A - por Gil Giardelli
São Paulo — Em fevereiro de 2012, após
procurar por seis meses, um grande banco
brasileiro encontrou um especialista em ino-

32. Equilibrar as exigências da mi-
nha vida pessoal e profissional
é mais importante do que alcan-
çar alta posição gerencial. _____
33. Sinto-me plenamente realizado
em meu trabalho quando sou
capaz de empregar minhas ha-
bilidades e talentos especiais.
_____
34. Preferiria deixar minha organi-
zação a aceitar um emprego que
me afastasse da trajetória de ge-
rência geral. _____
35. Preferiria deixar minha orga-
nização a aceitar um emprego
que reduza minha autonomia e
liberdade. _____
fizkes/Shutterstock.com
vação. A quantidade de coisas que esse exe-
cutivo precisa saber para desempenhar sua
função é exagerada: medir o grau de confian-
ça da marca, criar interações, conexões e re-
ciprocidade com os clientes, além de aplicar
a gestão da inovação e a gestão do conheci-
mento para fazer fluírem as informações.
Ele também deve entender de ética,
tecnologias sociais e sustentabilidade —
fazer o trabalho com prazer e prezar a saú-
de mental e espiritual. Logo, notamos que,
muitas vezes, as empresas procuram perfis
profissionais que podem não existir.
Apesar de exagerado, esse caso ser- por exemplo, na ética do cuidado. Esse é o
ve para mostrar que as companhias estão princípio embutido na ideia do empresário
atrás de pessoas capazes de organizar ideias brasileiro criador de um aplicativo que ajuda
complexas e que tenham valores pessoais motoristas a encontrarem uma vaga de for-
nobres. Os negócios vão precisar, cada vez ma rápida e fácil, por meio de dicas de outros
mais, de gente assim. E isso não é tarefa usuários. A ética do cuidado se sobrepõe ao
para super-homens, mas para pessoas reais. antigo “jeitinho brasileiro” de estacionar “só
Procure ser um profissional preocupa- 5 minutos” na vaga de deficiente.
do com inovação e ética. Enxergue o lucro Disponível em: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/
edicoes/167/noticias/os-valores-profissionais. Acessado em:
a partir da sabedoria das multidões. Pense, 14/01/2019. Adaptado.

36. Sonho em ter uma carreira que

me dê senso de segurança e es- 18
tabilidade. _____
37. Sonho em iniciar e montar meu OdeN_2019_9A_01a64.indd 18 15/02/19 14:41 OdeN_

próprio negócio. _____ posição gerencial de alto nível. Calculando o resultado:

38. Preferiria deixar a organização a
aceitar uma tarefa que prejudi-
que minha capacidade de servir
aos outros. _____
39. Trabalhar em problemas prati-
camente insolúveis é mais im-
portante do que alcançar uma
_____
40. Sempre procurei oportunidades
de trabalho que minimizassem
interferências com assuntos
pessoais e familiares. _____
Identifique as proposições a que
você atribuiu pontuação igual ou su-
perior a 5.
Dentre elas, selecione as três mais
verdadeiras para você e some 4 pon-
tos a cada uma delas.

18

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 O total deve ser preenchido com a
soma de todas as pontuações daque-
E nossa carreira? Como os valores orien- mesmo o retorno financeiro. la coluna.
tam nossa trajetória profissional? Eles alicer- A maneira como prosseguimos em nossa A média é esse total dividido por
çam nossa vida em sociedade e, consequente- carreira também é movida por valores. Imagi- cinco (número de itens de cada co-
mente, nossa carreira — inclusive os critérios ne que você receba uma proposta de promo-
que nos levam a escolhê-la. A própria escolha ção e seu chefe lhe confidencie que um colega luna).
da profissão que vamos exercer baseia-se em teve desempenho melhor, mas que tem mais As colunas com médias mais altas
nossos valores: eles nos ajudam a avaliar as re- afinidade pessoal com você e por isso preteriu indicam as âncoras mais importantes
compensas que esperamos receber ao exercer o profissional mais apto: você se sentiria con-
certa profissão. Por exemplo, alguém com forte fortável com a promoção? Se você disse não, é da sua carreira, sendo:
desejo de transformação social dificilmente irá porque a justiça, um valor humano importan- Coluna A – competência técnico-fun-
priorizar o status atrelado à sua profissão ou tíssimo, faz parte do seu sistema de valores. cional: pessoas que buscam ser espe-
cialistas no que fazem, que se sentem
motivadas ao ter seus conhecimentos
testados e valorizados.
Coluna B – competência gerencial:
pessoas com perfil de liderança, que
buscam elevados níveis de responsa-
bilidade.
Coluna C – autonomia/independên-
cia: pessoas que valorizam postos de
trabalho que lhe propiciem liberdade
de escolha e tomada de decisão.
Coluna D – segurança/estabilidade:
pessoas que buscam mais previsibi-
lidade, estabilidade laboral e finan-
ceira.
Coluna E – criatividade empreende-
dora: pessoas com propensão a criar
Alguns valores humanos são fundamentais para cultivar relações de trabalho saudáveis, ou reestruturar negócios.
tais como:
Coluna F – vontade de servir/dedi-
Tolerância: capacidade de aceitar diferentes opiniões e comportamentos. O universo do tra-
cação a uma causa: pessoas mais
balho requer indivíduos cada vez mais preparados para lidar com a diversidade e debater
pontos de vista distintos, considerando que todos têm o direito de se expressar. voltadas para a assunção de causas,
Lealdade: capacidade de não falhar em compromissos assumidos, sejam eles de amizade, que buscam, por meio do seu traba-
profissionais ou de relacionamentos. É muito importante não desapontarmos aqueles que
lho, imprimir alguma melhoria à so-
confiam em nós.
ciedade.
Coluna G – desafio puro: pessoas com
19
propensão a testar os próprios limites,
buscando solucionar questões difíceis
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 19 15/02/19 14:41

Agora, já com constantemente.

A B C D E F G H
essa pontuação Coluna H – estilo de vida: pessoas
1 2 3 4 5 6 7 8
somada, preen- com propensão a integrar os diver-
9 10 11 12 13 14 15 16
cha o quadro. sos aspectos da sua vida — carreira,
17 18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31 32 família e necessidades individuais —
33 34 35 36 37 38 39 40 sem que o trabalho comprometa essa
Total integração.
Média (T/5) Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/qual-o-
pilar-da-sua-carreira. Acessado em: 14/01/2019. Adaptado.

19

OdeN_ME_2019_9A.indd 19 18/02/19 10:31


Sugestão de abordagem
O teste de âncoras de carreira pode
trazer importantes debates sobre
aquilo que os educandos consideram
relevantes ao pensarem na carreira a
seguir. Alguns questionamentos bas-
tante profícuos podem ser levantados,
ampliando o escopo do debate para a
velha e ultrapassada dicotomia remu-
neração x realização. Essa dicotomia,
além de simplificar uma reflexão bem
mais complexa, cria um falso antago-
nismo, como se a realização pessoal e
o conforto financeiro fossem inconci-
liáveis.
Além disso, a geração que utili-
za esse material didático ingressará
em uma carreira cujas perspectivas
são completamente distintas das dos
seus pais, tanto do ponto de vista dos
valores geracionais quanto com rela-
ção aos aspectos socioeconômicos.
Isso significa que a própria concep-
Honestidade: capacidade de agir de forma verdadeira e de acordo com as normas que re-
gem aquele grupo. É cada vez mais importante estabelecer relações de confiança entre clien-
tes, colegas, superiores e subordinados.
Solidariedade: capacidade de partilhar atitudes, sentimentos e compromissos. Trabalha-
mos a maior parte da nossa vida em coletividade e precisamos entender a importância do
espírito colaborativo e do apoio mútuo.
Justiça: capacidade de buscar a igualdade de condições entre todos, de avaliar aquilo que é
correto. Durante nossa carreira, tomamos muitas decisões e precisamos avaliar se, em cada
uma delas, estamos sendo razoáveis e preservando o espaço e o direito de todos.
Como vimos, existe um conjunto de pressupostos que orientam nossa consciência e nos le-
vam a avaliar o peso de cada decisão que tomamos, entre elas nossas escolhas profissionais.
Agora sabemos que escolher uma carreira é muito mais que avaliar competências e habilidades: é
avaliar aquilo que nos recompensa sob vários aspectos e compreender que nossa profissão é um
compromisso que firmamos conosco e com a sociedade em que atuamos.
Atividade
1. Assinale V para verdadeiro e F para falso.
F Hoje em dia, não é possível um indivíduo experimentar mais de uma carreira.
F A carreira é um processo, necessariamente, linear e progressivo.
V A carreira, no presente, pode envolver uma sequência mais flexível de experiências.
V A visão tradicional de carreira tem mudado ao longo dos anos.
2. Para você, o que é carreira? Defina com suas palavras.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno remeta à sequência de experiências profissionais
desenvolvidas ao longo da sua vida adulta, mas que também reconheça que essa sequência

ção de recompensa financeira pres- tende a ser cada vez mais flexível e diversificada para os profissionais da geração a que ele
supõe outros padrões de consumo e pertence.
configuração familiar. Por exemplo:
enquanto a casa própria foi o sonho
de muitas gerações, hoje já se obser-
vam profissionais da geração Y que
não desejam criar vínculos perma-
nentes, por isso evitam contrair patri-
mônio como imóveis ou automóveis. 20
Tudo isso deve ser levado em consi-
deração, até porque os valores tam- OdeN_2019_9A_01a64.indd 20 15/02/19 14:41 OdeN_

bém resultam de processos intera-
cionais, daí a importância de se levar
em consideração a realidade que nos
circunda.
O teste também oportuniza traba-
lhos interdisciplinares com Matemáti-
ca ou Informática, uma vez que, para
se chegar ao resultado, o aluno pre-
cisará preencher uma planilha com
valores numéricos e calcular médias.
Por isso, sugerimos produzir cópias
do teste (é possível encontrar em di-
versos sites dedicados à carreira ou
RH), bem como da planilha de cálcu-
lo, para que os alunos realizem indivi-
dualmente antes de debaterem. Caso
a escola disponha de laboratório de
Informática, esta é uma oportunidade
de exercitar o trabalho com planilhas
eletrônicas e as respectivas fórmulas,
caso seja compatível com o conheci-
mento deles na disciplina.

20

OdeN_ME_2019_9A.indd 20 18/02/19 10:31

 Sugestão de abordagem
A Questão 3 aborda o dilema ético
3. Imagine que você descobriu seu melhor amigo fraudando uma prova em uma gincana e que
e também os valores que guiam a to-
isso pode prejudicar a equipe adversária dele, que, até então, estava com melhores resulta-
dos. Seu amigo é uma pessoa querida e, como em toda amizade, vocês têm lealdade um ao mada de decisão. Sua estrutura pode
outro. Por outro lado, a prova seria vencida por uma equipe que agiu por meios ilícitos, e isso trazer um valioso debate em sala de
não seria justo para com as demais equipes, que estavam agindo com respeito às normas
aula sobre a necessidade de refletir-
da gincana. Você, então, se sente dividido entre denunciar a fraude, magoando seu amigo, e
ignorar a fraude, permitindo que uma equipe com méritos seja prejudicada. Com base nessa mos eticamente, para além dos códi-
situação hipotética, responda às questões seguintes: gos impostos, sobre o peso dos nos-
sos atos.
a. Que nome damos a esse tipo de situação?
A última pergunta pode ser o pon-
Dilema ético.
to de partida desse debate: como você
b. O que caracteriza esse tipo de situação? solucionaria este impasse? Lance a
A noção do que é correto e aceitável não é tão clara nem reside em normas predefinidas, en- questão aos educandos e ofereça-
tão é preciso fazer uma reflexão mais aprofundada sobre as consequências dos nossos atos
-lhes um tempo generoso para que
eles reflitam sobre o teor da decisão,
antes de tomar uma decisão.
os impactos que ela pode exercer so-
bre todos os envolvidos. Optamos por
uma situação muito próxima da rea-
c. Que valores estão em questão na situação acima? lidade deles (uma gincana escolar, e
Lealdade para com o amigo; justiça para com os demais participantes da gincana; honestida-
não uma situação profissional) justa-
mente para estimular a capacidade de
de no cumprimento de normas com transparência.
o educando colocar-se na situação e
refletir com mais clareza.
Caso a atividade seja realizada em
d. O que você faria em uma situação como essa? Justifique sua escolha. sala de aula, você pode optar por divi-
dir a turma em grupos e permitir que
Resposta pessoal.
eles debatam sobre a decisão. Ressal-
te, porém, que as respostas devem ser
individuais: a discussão com a equipe
tem unicamente a função de buscar
outros pontos de vista antes de tomar
a decisão.

9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 21
Diálogo com o professor
Conforme já discutimos, o
exemplo ofertado educa de ma-
neira mais eficaz do que palavras
sem conexão com a prática. Dessa
forma, podemos e devemos refletir
21
15/02/19 14:41
sobre algumas de nossas atitudes em
sala de aula. Será que cobramos do
aluno algo que não realizamos com-
pletamente? Por exemplo, pontualida-
de. Nós, professores, somos pontuais
em nossos horários, entrega de ava-
liações aos alunos e atribuições com a
coordenação pedagógica? Somos
cordiais, mesmo quando precisa-
mos tecer críticas ou repreender os
educandos?
Esses pontos devem ser levados
como reflexão para que possamos
sempre crescer dentro do que es-
colhemos para nossa vida, ou seja,
sermos professores e, acima de
tudo, educadores.

21

OdeN_ME_2019_9A.indd 21 18/02/19 10:31

 Diálogo com o professor
A discussão sobre os valores que
orientam a escolha de uma carrei-
ra, antes de abordar a carreira em
si, é fundamental para evitar abor-
dagens instrumentais desprovidas
de uma reflexão ética. É importan-
te que o pensamento sobre a esco-
lha da profissão não seja centrado
unicamente nas transformações
que essa carreira pode trazer à vida
do educando, de forma individua-
lista, mas à transformação que ela
permitirá operar na realidade em
que vivemos.
A famosa frase de Paulo Freire
“Quando a educação não é liber-
tadora, o sonho do oprimido é ser
opressor” ilustra bem esta ques-
tão. É importante que a escolha da
profissão pelos educandos venha
acompanhada de uma profunda
reflexão sobre o compromisso que
temos de transformar a realidade
em que vivemos. Nesse sentido, o
aluno deve ser estimulado a pensar
sua formação não como uma ferra-
menta para subir individualmente
degraus sociais cada vez mais altos
ou ocupar cargos importantes, mas
para dotá-lo de meios para trans-
formar nossa realidade.
Dessa forma, aquele discurso
de que devemos estudar para “não
puxar carroça”, comum em conver-
sas informais, é bastante preocu-
pante e deve ser combatido. Mais
importante que evitar “puxar car-
roça” ou “varrer ruas”, é ensinar
o educando a questionar por que
vivemos num mundo em que tais
profissionais, úteis e importantes,
são extremamente desvalorizados
22
OdeN_ME_2019_9A.indd 22
4. Por que os valores são tão importantes para escolha e exercício de nossa carreira?
Os valores nos ajudam a avaliar as recompensas que esperamos receber ao exercer certa
profissão e a julgar as consequências das diversas decisões que tomamos ao longo do nosso
exercício profissional.
Refletindo sobre
o capítulo
Como vimos ao longo do capítulo, os nossos valores e nossas atitudes são indissociáveis
do nosso planejamento de carreira. Observamos que, embora seja um pouco precipitado tomar
decisões sobre qual carreira seguir, discutir valores que orientam a conduta profissional é mais
que oportuno. Vejamos, agora, exemplos de como cultivar boas condutas profissionais desde
a vida escolar.
• Trabalhar os valores humanos em nós Agora que refletimos sobre os valores que
mesmos, assim como aprimorar deter- devem orientar a conduta profissional, pode-
minados comportamentos com nossos mos começar a pensar sobre nosso proces-
familiares, amigos e cidadãos em geral. so de formação. A partir do próximo capítulo,
• Manter o espírito colaborativo. Somar estudaremos de maneira mais aprofundada
esforços tem resultados mais duradores algumas áreas de atuação neste mercado tão
e consistentes que competir e buscar amplo.
destaque sozinho. Ninguém mais for-
te do que a soma dos esforços de uma
equipe bem entrosada.
• Buscar conhecimento sobre as mais va-
riadas profissões, a formação exigida
(técnica, superior, pós-graduação), as
competências técnicas necessárias e a
contribuição que cada profissão traz à
sociedade em que vivemos.
• Lembre-se de que, independentemente
da carreira que escolher, tão importan-
te quanto sua formação e seu desem-
penho técnico é ter postura e atitudes
moralmente desejáveis ao longo da vida
profissional.
22
OdeN_2019_9A_01a64.indd 22 15/02/19 14:41 OdeN_
e muitas vezes submetidos a condi- Anotações
ções de trabalho subumanas. Esta
é a dimensão libertadora da edu-
cação e deve, sempre que possível,
estar presente nos debates sobre
escolhas profissionais que aconte-
cerão daqui para a frente.
18/02/19 10:31
 Abordagem preliminar

Capítulo
3
Ao longo dos três volumes anterio-
res, apresentamos conceitos e traba-
lhamos valores que o jovem pode de-
senvolver ao longo de toda a sua vida
para alcançar o sucesso profissional
e, acima de tudo, refletir aspectos so-
ciais, visto que trabalhamos para que
Conhecendo profissões eles se tornem cidadãos.
de nível técnico Entraremos, agora, no mercado
Como vimos, nossa profissão e nossa carreira são fruto de uma série de escolhas que faze- profissional. Sabemos que em muitos
mos ao longo de nossa trajetória. Aprendemos sobre a motivação das nossas escolhas e sobre casos os pais e familiares já iniciam o
os valores que as orientam. A escolha da profissão também envolve aspectos de ordem prática,
processo de orientação profissional
como nossas habilidades e inclinações para determinadas tarefas ou campos do conhecimento.
São tantos fatores a serem levados em consideração que escolher a profissão parece algo com seus filhos. Neste capítulo, co-
muito complexo para um estudante ao final do Ensino Médio, não é verdade? Muitas vezes, no en- nheceremos uma formação que está
tanto, o adolescente faz uma escolha ainda mais cedo, ao final do Ensino Fundamental: a forma-
cada vez mais em evidência, a de ní-
ção de nível técnico. Mas não se assuste: quando exercitamos o autoconhecimento e conhecemos
bem as opções que temos, o processo flui melhor. vel técnico, resultando em uma bus-
ca cada vez maior por parte dos ado-
lescentes por informações sobre esse
tipo de ensino. Como em muitas insti-
tuições públicas espalhadas pelo País
esses cursos são disponibilizados em
junção com o curso de Ensino Médio,
o aluno da última série do Ensino Fun-
damental já se depara com essa toma-
da de decisão.
Orientamos que este capítulo, as-
sim como os demais, seja enriquecido
com a presença de profissionais que
tenham vivenciado esse tipo de for-
mação e atuado no mercado com ela,
Edificações, Mecânica, Química e Administração são algumas
das opções de cursos técnicos ofertados pela rede federal.
permitindo um diálogo com o adoles-
cente sobre as mais variadas possibili-
dades profissionais que ele poderá ter
23
daqui por diante.
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 23 15/02/19 14:41

Anotações

23

OdeN_ME_2019_9A.indd 23 18/02/19 10:31

 Diálogo com o professor
No primeiro capítulo, discu-
timos a motivação intrínseca e
a motivação extrínseca. Eis uma
oportunidade de aplicarmos es-
ses conceitos, indagando aos
educandos sobre o que motiva
suas escolhas. Assim, muitos
alunos podem relatar afinida-
de com a tarefa (por exemplo,
prazer em registrar imagens,
realizar ou prescrever ativida-
des físicas, lidar com pessoas)
ou com as recompensas do tra-
balho (reconhecimento e grati-
dão por transformações sociais,
status, retorno financeiro). É im-
portante destacar que ambas as
dimensões devem ser levadas
em consideração na escolha
da profissão. Se um aluno ma-
nifesta interesse em cursar um
técnico em Edificações porque
espera oferta de estágio rápida
e bom retorno financeiro (moti-
vação extrínseca), mas não tem
afinidade com cálculo, é muito
provável que a rotina se torne
insustentável em determinado
momento. Por outro lado, se o
aluno adora registrar e tratar
imagem, mas não acredita nas
perspectivas do técnico em Fo-
tografia, é pouco provável que
ele se empenhe.
OdeN_2019_9A_01a64.indd 24
Anotações
24
OdeN_ME_2019_9A.indd 24
Para início
de conversa
Você deve estar se pergun-
tando por que alguém esco-
lheria iniciar uma carreira tão
cedo. Os cursos de nível téc-
nico, como veremos adiante,
podem ser, de fato, uma opor-
tunidade de ingressar mais rá-
pido no mercado de trabalho,
de obter uma qualificação ou
mesmo uma renda antecipa-
damente, mas também de co-
nhecer melhor determinada
área: e, conhecendo-a melhor,
você pode se identificar e que-
rer uma formação superior
complementar ou, simples-
mente, descobrir que não era
aquele o caminho que queria
seguir e buscar outro campo.
Antes de mais nada, pre-
cisamos entender que a esco-
lha profissional deve obedecer
a uma série de critérios, tais
como a sua satisfação pessoal ou mesmo formação técnica em início de carreira e posterior
em executar determinada ati- aprofundamento com um curso de nível superior. Estar disposto
vidade e sua motivação para a estudar e aprimorar continuamente suas competências é fun-
desenvolver as competências damental em qualquer nível de formação. Por isso, saber obser-
necessárias. Escolher algo que var o universo de opções que o mercado oferece é fundamental
se sinta confortável em exe- para escolher a formação mais adequada.
cutar deve ser o seu grande O salário médio de cada uma das profissões, embora deva
objetivo na escolha de uma ser observado, não deve ser o único ou principal critério de es-
profissão. colha. Entretanto, os rendimentos que você poderá alcançar du-
A realização profissional rante suas atribuições no exercício da profissão escolhida pode
independe do nível de forma- se relacionar com o desempenho no desenvolvimento de suas
ção. A atividade que lhe pro- tarefas. Caso escolha uma profissão apenas pelo salário médio
porciona satisfação pode exi- oferecido no mercado em geral, essa estratégia pode ser preju-
gir formação técnica, superior dicial a médio e longo prazos, uma vez que sua produtividade
24
15/02/19 14:41 OdeN_
18/02/19 10:31
 pode ser reduzida pela insatisfação ao desempenhar tal atividade. Isso tem a ver com o que es- Sugestão de abordagem
tudamos sobre motivação. Se buscarmos uma carreira visando, como única ou principal recom-
pensa, ao salário, corremos o risco de enfrentar uma rotina de trabalho entediante ou mesmo
Para que o educando conheça me-
altamente estressante, reduzindo nossa motivação e qualidade de vida.
Já, quando a escolha é pensada de acordo com suas habilidades e características pessoais, lhor a proposta dos cursos técnicos de
há uma grande possibilidade de desenvolvimento, podendo ser o salário consequência desse nível médio dentro do Sistema Educa-
processo. Assim, você poderá até se destacar pelo desempenho, principalmente pelo fato de você
cional Brasileiro, propomos uma ativi-
realizar, com satisfação e desenvoltura, suas funções.
dade de pesquisa realizada em equi-
pes. A turma pode ser dividida em um
número de equipes conforme os 12 ei-
Discutindo xos tecnológicos apresentados no tex-
o conteúdo to didático e, dependendo do número
de equipes formadas, cada uma deve
Antes de mais nada, precisamos saber o grada ao ensino médio ou de forma concomi- ficar encarregada de pesquisar um ou
que é o ensino técnico e qual é a sua função no tante. Na modalidade integrada, o aluno inicia dois eixos.
nosso sistema educacional. Com o término do a formação técnica após cursar o primeiro ano
É importante que a pesquisa apre-
Ensino Fundamental, o aluno está habilitado a do Ensino Médio. Já na modalidade concomi-
ingressar no Ensino Médio. O nível médio pode tante, ou externa, o aluno realiza a formação sente, de forma geral, cada eixo, bem
ser uma continuidade do fundamental, mas média e técnica simultaneamente. Também como os cursos que estão agrupa-
também pode oferecer uma formação técnica. neste caso, o primeiro ano do Ensino Médio
dos sob cada um deles e os possíveis
Esta, por sua vez, é voltada para quem busca precisa estar concluído, no entanto o aluno dá
um ingresso mais rápido no mercado de traba- prosseguimento aos dois componentes curri- postos de trabalho que requerem
lho, ou seja, com forte ênfase em aspectos prá- culares (médio e técnico) simultaneamente, esse tipo de formação. O Catálogo
ticos do curso escolhido. podendo ocorrer em turnos distintos (médio
Nacional de Cursos Técnicos, dispo-
No Sistema Educacional Brasileiro, é pos- pela manhã e técnico à tarde, por exemplo)
sível realizar a formação técnica de forma inte- logo o aluno possui dois vínculos. Há, ainda, a nível no site: http://portal.mec.gov.
br/observatorio-da-educacao/30000-
-uncategorised/52031-catalo-
go-nacional-de-cursos-tecnicos, apre-
senta essas informações. O critério
para definir qual(is) eixo(s) ficará(ão)
a cargo de cada equipe pode ser afini-
dade/intenção expressa pelas equipes
ou por sorteio. Dê-lhes um prazo ra-
zoável para a pesquisa e, se possível,
acompanhe a execução dessa busca
levando-os ao laboratório de Informá-
tica, caso a escola disponha.
25 Na data de entrega, os alunos po-
dem realizar uma breve exposição oral,
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 25 15/02/19 14:41
contando com o suporte de cartazes. A
Anotações opção pelos cartazes (e não pela apre-
sentação de slides) deve-se à possibi-
lidade de expor a produção dos estu-
dantes no pátio ou no mural da escola
para a visitação das demais turmas.

25

OdeN_ME_2019_9A.indd 25 18/02/19 10:31


Sugestão de abordagem
Para informações mais detalhadas
sobre os Institutos Federais Brasilei-
ros, visite o endereço: http://portal.
mec.gov.br/dmdocuments/folheto_
setec.pdf. Caso a escola disponha de
um laboratório de Informática, leve
os alunos e peça para eles navegarem
nesse site. Procure orientá-los no sen-
tido de buscar opções em seus res-
pectivos estados ou municípios, caso
haja. Isso pode ajudar inclusive na re-
modalidade subsequente, mas esta é destinada àqueles que concluíram os três anos do Ensino
Médio e desejam um rápido ingresso no mercado de trabalho.
Existem instituições credenciadas para ofertar a formação técnica de nível médio nas redes
públicas federal, estadual e municipal, bem como na rede privada. Os cursos oferecidos organi-
zam-se em torno dos seguintes eixos tecnológicos:
• Ambiente, Saúde e Segurança.
• Apoio Educacional.
• Controle e Processo Industriais.
• Gestão e Negócios.
• Hospitalidade e Lazer.
• Informação e Comunicação.
• Infraestrutura.
• Militar.
• Produção Alimentícia.
• Produção Cultural e Design.
• Produção Industrial.
• Recursos Naturais.

solução das questões da seção Ativi-
dade (página 28).
Com o crescimento da economia nacional na década de 2000, surgiu uma grande lacuna
no mercado: a de profissionais de nível técnico. Muitas empresas multinacionais passaram a se
instalar no Brasil e buscar por mão de obra qualificada para atender às suas necessidades. Como
a formação técnica é mais rápida que a de nível superior, durando em média dois anos, teve um
considerável crescimento no País.
Nessa perspectiva, o Governo Federal ampliou o investimento para construção de novos Ins-
titutos Federais, e muitos Governos Estaduais também desenvolverem estratégias de ampliação
dessas escolas.

Crescimento do número de Institutos

Federais no Brasil (1909 – 2014)
Anotações
Cenário da Rede Federal
562
unidades
562

450
354
unidades
+208 novas
unidades

+ 214 novas
350

150
140
unidades
unidades

50
1909 – 2002 2003 – 2003 2011 – 2014
Disponível em: http://redefederal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal#. Acesso em: 14/01/2019.

26

OdeN_2019_9A_01a64.indd 26 15/02/19 14:41 OdeN_

26

OdeN_ME_2019_9A.indd 26 18/02/19 10:31

 Potencialmente, o número de profissio-
nais de nível técnico no Brasil cresceu, assim
como as opções de cursos. Nesses cursos, o
aluno tem formação mais prática, focada nas
experiências do setor em que atuará, mas não
é habilitado a seguir carreira acadêmica, como
cursar mestrado e/ou doutorado.
Há no Brasil, atualmente, uma grande
quantidade de escolas e institutos técnicos,
além de uma considerável variedade de cursos
ofertados. A seguir, você poderá observar a dis-
tribuição nacional dos locais onde você poderá
estudar e tornar-se um profissional técnico.
No curso técnico, o estudante pode viven-
ciar a experiência profissional na área escolhi-
da sob a forma de estágios. O estágio é uma
atividade de integração entre escola e merca-
do, cuja função é justamente nos proporcionar
vivência prática do conteúdo estudado. Em
alguns casos, existe o estágio curricular super-
visionado: previsto na carga horária do curso
como requisito para a obtenção do certifica-
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 27
Anotações
OdeN_ME_2019_9A.indd 27
Sugestão de abordagem
Muito provavelmente, você irá ob-
servar um maior interesse de alguns
alunos para esse tipo de direciona-
mento profissional. Portanto, busque
Dragana Gordic/Shutterstock.com
interagir com eles sobre as várias pos-
sibilidades de institutos, escolas, etc.
e sobre cursos oferecidos em seu esta-
do. Se possível, utilize a Internet para
apresentar a variedade de cursos na
O curso Técnico em Enfermagem é um dos
qual o educando poderá cursar dentro
mais procurados atualmente. de um raio de distância razoável. As-
do, ou seja, ele é obrigatório. Alguns perfis de
sim, será possível o detalhamento de
curso têm o estágio obrigatório previsto em lei; cada um dos cursos dentro do interes-
em outros, a instituição é quem define a obri- se do grupo. O link disponibilizado na
gatoriedade ou não, de acordo com o projeto
pedagógico do curso.
página anterior traz um considerável
volume de informações, mas existem
diversas escolas técnicas que não es-
tão vinculadas à rede federal, inclusi-
ve escolas da rede privada de ensino.
Discuta com os alunos os deveres
e direitos dos estagiários. Para isso,
leve uma síntese da Lei do Estágio (um
exemplo é o comparativo feito pelo
Centro de Integração Empresa-Esco-
la – CIEE, disponível no link: https://
www.ciee.org.br/portal/nova_lei_es-
tagio.asp). Discuta sobre as conquis-
tas que essa lei representou para os
estudantes e a importância do estágio
como uma atividade pedagógica.
Realize junto aos estudantes uma
pesquisa sobre agentes de integração:
27 quais agentes funcionam em sua cida-
de, como é o procedimento de cadas-
18/02/19 08:57
tro e encaminhamento dos estagiá-
rios, requisitos para se cadastrar, etc.
Se possível, convide um profissional
desse setor para explicar o processo
aos estudantes e solucionar dúvidas.
27
18/02/19 10:31

Diálogo com o professor
Auxilie seus alunos durante
a pesquisa. Caso alguém tenha
dificuldade em acessar a Inter-
net, realize uma pesquisa pré-
via e leve para a sala de aula o
mapa digitalizado ou impresso
para que todos possam visuali-
zar as informações necessárias
à realização das questões pro-
postas.
Anotações
28
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28
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O estágio precisa ser supervisionado por um profissional contratado que possua formação e
experiência compatíveis com as necessidades do estagiário. Ou seja: um estagiário de um técnico
em enfermagem não deve ser orientado por um administrador, por exemplo.
No ano de 2008, entrou em vigor a Lei nº 11.788, também conhecida como Lei do Estágio. Ela,
além de dispor sobre os deveres e direitos das instituições de ensino, instituições concedentes
(aquelas que recebem o estagiário), agentes de integração (órgãos que cadastram, encaminham
e acompanham o estagiário) e estagiários, trouxe algumas novidades, tais como:
• Jornada máxima de 6h diárias.
• Recesso de 30 dias a cada ano de atividade exercida, sendo concedido, preferencialmente,
em período coincidente com o recesso escolar do estagiário.
• Limite do número de estagiários de acordo com o porte e o número de empregados da
empresa concedente.
A Lei do Estágio trouxe importantes benefícios para os estudantes de todos os níveis que
realizam estágio, seja ele curricular obrigatório ou não. Ela foi um importante passo no sentido
de preservar a função pedagógica da atividade e o compromisso de integração entre escola e
mercado de trabalho.
Atividade
Para responder a esta e às duas perguntas seguintes, pesquise as informações no link: http://
redefederal.mec.gov.br/instituicoes.
1. Na unidade da federação (estado ou Distrito Federal) em que você reside, há institutos, esco-
las, centros ou universidades que formem profissionais de nível técnico?
Resposta de acordo com a unidade da federação.
2. Qual o tamanho da rede federal de cursos técnicos na unidade da federação em que você
reside?
Resposta de acordo com a unidade da federação.
15/02/19 14:41
Ode
18/02/19 10:31
 3. Em seu município, há algum instituto, escola, centro ou universidade que ofereça cursos téc-
nicos aos estudantes? Se não, qual seria o município mais próximo com essa oferta?
Resposta de acordo com a unidade da federação.

4. O que é um curso técnico de nível médio?

É um curso voltado para quem busca um ingresso mais rápido no mercado de trabalho, ou
seja, com forte ênfase em aspectos práticos do curso escolhido.

5. Qual é a diferença entre as modalidades integrada, concomitante e subsequente?

Na modalidade integrada, o aluno inicia a formação técnica após cursar o primeiro ano do

Ensino Médio; na modalidade concomitante, ele realiza a formação média e técnica simulta-

neamente, após ter cursado o primeiro ano do Ensino Médio; na modalidade subsequente, o
aluno precisa ter concluído os três anos do Ensino Médio para ingressar na formação técnica.

6. A seguir, apresentamos uma lista de cursos técnicos ofertados no Brasil. Faça uma breve pes-
quisa e indique a que eixo tecnológico cada qual pertence.

Técnico em Edificações: infraestrutura.

Técnico em Modelagem de vestuário: produção cultural e design.
Técnico em Estética: ambiente, saúde e segurança.

Técnico em Mecânica: controle e processos industriais.

Técnico em Viticultura e enologia: produção alimentícia.

7. O que é um estágio e qual é a sua importância na formação do estudante?

9 14:41

O estágio é uma atividade de integração entre escola e mercado. Ele é uma atividade de
caráter pedagógico e tem a função de proporcionar vivência prática do conteúdo estudado.

29

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29

OdeN_ME_2019_9A.indd 29 18/02/19 10:31

 Sugestão de abordagem Refletindo sobre
o capítulo
Oriente os alunos durante a pes-
quisa e a elaboração do trabalho. Caso
A escolha de uma profissão pode ocorrer de maneira repentina, como também pode ser ma-
o aluno informe que não possui inte- terializada na cabeça do jovem lentamente. Mas uma estratégia é fundamental: o conhecimento
resse em cursos técnicos, estimule-o das mais variadas áreas profissionais.
a pesquisar e apresentar dois cursos A informação sobre as mais variadas carreiras proporciona uma maior chance de acerto na
profissão que deseja seguir, mas não precisa se desesperar caso essa convicção tarde a chegar.
que seriam opções para ele caso não Ainda há muito tempo para amadurecer as decisões.
houvesse outras opções no mercado. Como forma de ampliar suas informações sobre os cursos técnicos oferecidos em nosso país,
A intenção é um trabalho colaborati- produza um trabalho com as seguintes orientações:
• Pesquise dois cursos técnicos que lhe chamam a atenção.
vo, no qual a pesquisa realizada por • Recolha o máximo de informações sobre o curso oferecido, como: duração, área de pesqui-
cada um dos educandos auxilie o gru- sa e atuação, salário médio do profissional após formado, etc.
po. Dessa forma, mesmo que não haja • Escolha uma forma de apresentação e, sob orientação do professor, agende uma data para
você e seus colegas de turma exporem seus resultados.
interesse por cursos técnicos, é funda-
mental contribuir para a construção
de um “acervo” coletivo, a ser visuali-
zado por todos os colegas.
Caso tenha realizado a pesquisa de
eixos tecnológicos proposta na página
25, esta pode ser uma oportunidade
de desdobrar aquele exercício. Nes-
te caso, a abordagem deve ser indivi-
dual, e não em equipe, uma vez que
a proposta aqui é explorar o interesse
de cada educando por uma área em
particular.
A decisão da forma de apresenta-
ção deve ser orientada por você, pro-
fessor. Busque estimular a criatividade
dos educandos de modo a fugirem de
apresentações tradicionais, ou seja,
com cartolinas ou de forma expositiva
com conteúdos decorados. Para isso,
incentive-os a escolherem uma ferra- 30
menta criativa de apresentação. Após
um diálogo sobre tais possibilidades OdeN_2019_9A_01a64.indd 30 15/02/19 14:41 OdeN_

de exposição dos conhecimentos dos Anotações

educandos, sugira uma apresentação
em forma de teatro, paródia, curta-
-metragem, debate, etc.

30

OdeN_ME_2019_9A.indd 30 18/02/19 10:31


Capítulo
4
Conhecendo profissões
de nível superior
No capítulo anterior, conhecemos o funcio-
namento do Ensino Médio técnico e as diversas
possibilidades que esse tipo de formação pode
oferecer à nossa carreira. Para aqueles que
optaram pelo Ensino Médio técnico ou mes-
mo pelo regular, o Ensino Superior apresenta
oportunidades tanto de ingressar em uma área
completamente nova quanto de aprofundar
aquela em que você já tem uma vivência.
No mundo cada vez mais dinâmico e co-
nectado em que vivemos, estar em constante
formação é fundamental para acompanhar-
mos as mudanças que se colocam para nosso
Chegar à universidade é o grande sonho de muitos jovens brasileiros. Porém esse
objetivo requer um longo planejamento de estudos, disciplina e abdicações.
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 31
Anotações
OdeN_ME_2019_9A.indd 31
desenvolvimento pessoal e profissional. A for-
mação de nível superior, por muitos anos, foi
vista como o encerramento de um ciclo, o “tér-
mino dos estudos”. Hoje, já é praticamente um
consenso que os estudos nunca terminam e o
curso superior pode ser apenas o início de um
projeto.
Neste capítulo, estudaremos melhor as
opções ofertadas no Ensino Superior, as prin-
cipais universidades, o sistema de seleção para
os principais centros universitários do País, al-
guns dos cursos mais procurados, entre outras
informações.
31
15/02/19 14:41
Abordagem preliminar
O ingresso no Ensino Superior no
Brasil é, ainda, um sonho para muitos.
Apenas uma pequena parcela da po-
pulação de estudantes alcança esse
nível educacional, ainda mais se o ob-
jetivo for estudar em instituições de
ensino superior (IES) públicas, como
universidades federais e estaduais.
Ao longo de toda a coleção Oficina
de Negócios, os trabalhos são direcio-
nados aos mais variados segmentos
profissionais, inclusive para pessoas
que cursaram o nível superior. O es-
tudo empreendedor direciona sua
metodologia para uma compreensão
mais ampla de ação empreendedora,
não se limitando à abertura de negó-
cios. O desenvolvimento da oralidade,
o conhecimento técnico, os valores
éticos, o saber trabalhar em grupo e o
desenvolvimento de técnicas para re-
solução de situações problemas são
apenas alguns exemplos de como o
estudo do empreendedorismo pode
ajudar na sua formação como profis-
sional e cidadão.
Neste capítulo, iremos abordar os
elementos que constituem o universo
do Ensino Superior, entendendo que
o jovem precisa começar a pensar em
seu futuro. A ideia não é só desper-
tar curiosidades sobre as mais varia-
das áreas de formação, mas também
orientá-lo sobre a dinâmica dessas
instituições de ensino e sobre como
funcionam no nosso país.
Sugerimos, portanto, que este tra-
balho seja conduzido em parceria com
um professor que esteja mais ligado
aos caminhos universitários. Talvez
um docente que esteja cursando pós-
-graduação ou mesmo que tenha al-
gum tipo de vínculo universitário.
31
18/02/19 10:31
 Diálogo com o professor
Mais uma vez, retomamos a te-
mática do autoconhecimento para
discutirmos, com os educandos, a
importância de um olhar para si ao
começar a pensar sua vida profis-
sional. Como já discutimos, a esco-
lha desses jovens, que pela própria
configuração do nosso sistema de
ensino dá-se muito cedo, está su-
jeita a uma série de “armadilhas”. O
site O Meu Futuro cita as armadilhas
mais comuns nesse processo; algu-
mas delas, mencionamos aqui:
• Dar excessiva importância à opi-
nião dos outros na hora de es-
colher. É claro que opiniões são
bem-vindas, mas elas devem
servir de base para o educan-
do analisar alternativas, e não
como única referência.
• Escolher profissão pela remu-
neração é bastante problemá-
tico, tanto pelos motivos que já
vimos quanto pelo fato de que
essa questão está sujeita às os-
cilações do mercado: uma pro-
fissão bem-paga hoje pode não
ser no futuro.
• Escolher um curso em virtude
de baixa concorrência, deixan-
do a afinidade em segundo pla-
no, traz uma grande chance de
frustração.
• Profissões também têm modis-
mos. Assim como é perigoso
Para início
de conversa
Certamente, você deve ter pensado sobre
qual curso superior poderá escolher quando
chegar ao terceiro ano do Ensino Médio, não é?
Essa escolha ainda passará por muitas etapas,
seu amadurecimento pessoal e estudantil, e
muitas dúvidas poderão surgir ao longo dessa
vivência. Mudar suas escolhas no decorrer dos
anos é algo totalmente normal, portanto não
se martirize caso venha a pensar em cursar fo-
tografia quando passou toda a vida sonhando
em ser advogado.
O mais importante para este momento é a
reflexão sobre seu projeto de vida, o que inclui
sua carreira. Portanto é importante se conhecer
para identificar as profissões que mais se asse-
melham com seu perfil. Isso é o que chamamos
de autoconhecimento. Quais suas virtudes? E
suas habilidades? Qual o seu leque de interes-
ses? Responda mentalmente essas perguntas e
perceba o quanto você tem habilidades e po-
tencial para um desempenho profissional de
alto rendimento.
32
OdeN_2019_9A_01a64.indd 32
Quando uma pessoa conhece seus compor-
tamentos e suas características, ela consegue
escolher melhor seus caminhos futuros. Saber
identificar os acertos e equívocos para buscar
seu aprimoramento é o que chamamos de au-
torreflexão. Por meio dela é que somos capazes
de analisar situações, alterar comportamentos e
gerar estratégias para solucionar problemas.
Como vimos, a formação de nível médio
pode ser de caráter técnico, propiciando ao estu-
dante o ingresso rápido no mercado de trabalho
graças a uma formação direcionada para os as-
pectos práticos da área escolhida. Mas também
é comum ouvirmos que o curso superior tem a
função de ensinar o exercício de uma profissão.
Sendo assim, qual seria a diferença entre o nível
técnico e o superior: apenas a duração do curso?
O salário do profissional? Será mesmo que o En-
sino Superior serve apenas para “aprendermos
uma profissão”? Essas e outras dúvidas serão
respondidas a partir de agora: vamos conhecer
o universo da educação superior no Brasil.
18/02/19 09:07

desistir de uma profissão com
a qual você tem afinidade por-
que acredita que o mercado
“está saturado”, é também pro-
blemático escolher uma profis-
são da moda, sem a necessária
afinidade, porque acredita ser
promissora.
• Por fim, a melhor maneira de se mu-
nir de informações que fundamen-
tem a escolha é pesquisando muito!
Acreditar que o exercício da medici-
na é como nos seriados não ajuda: é
necessário buscar números, avalia-
ções de cursos, informações sobre a
rotina acadêmica e profissional, etc.
Para mais detalhes sobre estas e
outras armadilhas, indique a leitu-
ra do material no site http://www.
omeufuturo.com.br/blog /2010/
estudante/10-dicas-para-acertar-
-na-escolha-da-profissao/. Ou, se
preferir, imprima-o e distribua aos
alunos para realizar um debate.
Ode

32

OdeN_ME_2019_9A.indd 32 18/02/19 10:31

 Discutindo
o conteúdo
Você, provavelmente, já ouviu falar que in-
gressamos em um curso superior para adquirir
um diploma, uma profissão, uma habilitação
ou algo similar. Isso não deixa de ser verdade,
mas termina simplificando o papel do Ensino
Superior em nosso sistema educacional.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional prevê uma série de finalidades para
a educação superior, que podemos resumir a
seguir:
• Estimular a criação cultural, o espírito
científico e o pensamento reflexivo.
• Formar diplomados, habilitá-los ao exer-
cício da profissão e colaborar para sua
9 09:07 formação contínua.
• Incentivar a pesquisa e investigação
científica.
• Promover a divulgação dos conhecimen-
tos científicos, culturais e técnicos por
meio de publicações ou outros meios.
OdeN_2019_9A_01a64.indd 33
OdeN_ME_2019_9A.indd 33
• Suscitar o desejo permanente de aper-
feiçoamento cultural e profissional.
• Estimular o conhecimento dos proble-
mas do mundo presente, sobretudo na-
cionais e regionais.
• Prestar serviços especializados à comu-
nidade.
• Difundir conquistas e benefícios desses
conhecimentos entre a comunidade.
Agora sabemos que, ao ingressar no Ensi-
no Superior, temos a oportunidade de adquirir
muito mais que uma habilitação profissional.
Consequentemente, nossa responsabilidade é
muito maior, já que a educação superior pro-
move nosso desenvolvimento como cidadão e
espera que nós utilizemos nossos saberes para
beneficiar a sociedade onde atuamos.
Como funciona o Ensino Superior no Bra-
sil? O interessado em estudar numa universi-
dade, com o certificado de conclusão do Ensi-
33
15/02/19 14:41
33
18/02/19 10:31

Diálogo com o professor
É muito comum uma concepção
reducionista da educação superior
no Brasil, restringindo-a a mera
habilitação sujeita a demandas de
mercado. Esse equívoco, além de li-
mitar as expectativas que o educan-
do desenvolve sobre o Ensino Su-
perior, gera muitas frustrações nos
primeiros períodos após ingresso
na faculdade, pois muitos esperam
conteúdo demasiadamente prático
e voltado para o exercício imediato
da profissão. Isso, não raramente,
leva à evasão nos primeiros anos do
nível superior.
Muitas propagandas de faculda-
des, centros universitários e univer-
sidades acentuam essa ênfase, ao
prometerem índices de empregabi-
lidade elevados, vivência prática e
formação voltada para o mercado. É
importante formar mão de obra ha-
bilitada, sim, mas também cidadãos
críticos e capazes de refletir sobre
os limites e as potencialidades da
área em que atuam. Além disso, a
educação superior pode ser a porta
de entrada para a pesquisa científi-
ca, uma importante ferramenta de
transformação social e inovação.
Por isso, a seção Para início de
conversa traz um aspecto funda-
mental do Ensino Superior, que é a
amplitude de finalidades previstas
na lei que rege nosso sistema edu-
cacional, desmistificando a noção
simplificada que condiciona a for-
mação a demandas de mercado. É
fundamental discutir com os alunos
cada uma das funções menciona-
das nesta página.
34
OdeN_ME_2019_9A.indd 34
no Médio, pode optar por um (ou mais de um)
entre dezenas de cursos, nas mais variadas
áreas de atuação, assim como acontece com os
cursos de nível técnico. A duração de cursos de
nível superior é de, normalmente, quatro anos.
Entretanto, há cursos com cargas horárias mais
elevadas, como os de Engenharia e Medicina,
que podem alcançar seis anos de duração. Há
também os de duração inferior a quatro anos,
conforme veremos adiante.
Os cursos de graduação são destinados
aos estudantes que tenham concluído o En-
sino Médio e que tenham sido aprovados em
processo seletivo, que pode ser:
Vestibular: um exame dos conhecimentos
em disciplinas cursadas no Ensino Médio.
Pode atribuir maior peso a disciplinas que
são mais relevantes para a formação es-
colhida: por exemplo, uma candidatura a
um curso de Medicina pode atribuir maior
peso à Biologia, enquanto uma candidatu-
ra ao curso de letras pode atribuir maior
peso à Literatura. O vestibular pode ser
realizado pela própria instituição de ensi-
no ou por uma empresa contratada.
Exame Nacional do Ensino Médio – Enem:
de forma semelhante ao vestibular, testa os
ou na área acadêmica. O curso de licenciatura
conhecimentos acerca de conteúdos do En-
é indicado àqueles que desejam seguir carreira
sino Médio. É elaborado pelo Instituto Na-
docente em instituições de ensino regular (En-
cional de Estudos e Pesquisas Educacionais
sino Fundamental e Ensino Médio), oferecendo
(Inep) e aplicado em todo o País.
disciplinas da área de Educação que os habili-
Avaliação seriada: como o vestibular, é
tem para esse fim. O curso tecnológico, apesar
uma avaliação elaborada e aplicada por
de ter carga horária reduzida (em média, dois
algumas instituições, abordando o con-
anos), também oferece diploma de graduação.
teúdo do Ensino Médio, mas de forma
A carga horária menor deve-se ao currículo,
sequencial e progressiva, uma ao final de
mais centralizado em um aspecto específico da
cada ano.
formação. Por exemplo, você pode cursar um
Dentro de opções de graduação, há uma Bacharelado em Administração, que requer o
divisão, podendo o candidato escolher entre os estudo de diversas áreas funcionais, tais como
cursos de bacharelado, licenciatura ou tecno- Marketing, Finanças e Gestão de Pessoas. Mas
lógico. O curso de bacharelado habilita o pro- você pode optar por estudar Gestão de Pessoas
fissional a atuar de maneira ampla no mercado e realizar sua formação num curso tecnológico.
34
OdeN_2019_9A_01a64.indd 34 15/02/19 14:41
Anotações
Ode
18/02/19 10:31
 Além das opções de gra-
duação, há um curso de nível
superior chamado sequencial.
Esse tipo de formação também
tem carga horária reduzida,

Tyler Olson/Shutterstock.com
mas não oferece diploma de
graduação. Trata-se de um cur-
so que oferece conhecimento
em determinado campo do sa-
ber após a conclusão do Ensino
Médio, sendo uma opção para
quem não deseja ingressar em
um mestrado ou doutorado,
uma vez que, nesses casos, é
obrigatória a obtenção do grau
(licenciado, bacharel ou tecnó-
logo).
Os cursos de nível supe-
rior são ofertados pelas Insti-
tuições de Ensino Superior
(IESs), que podem ser univer- No Brasil, a licenciatura está disponível em diversos cursos de graduação,
como Artes Cênicas, Artes Visuais, Ciências Biológicas, Ciências Naturais,
sidades, centros universitários Ciências Sociais, Educação Física, Filosofia, Física, Química, Geografia,
ou faculdades. Mas qual seria História, Letras, Matemática, Música, Pedagogia, entre outros.
a diferença entre elas?

Alf Ribeiro / Shutterstock.com

• Universidades
As universidades são IESs que ofertam,
necessariamente e de forma indissociável, en-
sino, pesquisa e de extensão (serviços à comu-
nidade) em variadas áreas do conhecimento.
Elas possuem autonomia, o que significa que
não dependem da autorização do Ministério
da Educação (MEC) para a criação de novos
cursos. Além disso, para ser considerada uni-
versidade, uma instituição de ensino superior
precisa ter, pelo menos, um terço do seu corpo
9 14:41 docente com título de mestre ou doutor e regi-
me de dedicação integral, além de oferecer, no
mínimo, quatro programas de pós-graduação Considerada uma das principais universidades do mundo, a
Universidade de São Paulo (USP) possui uma área total de
stricto sensu — sobre os tipos de pós-gradua- 7.443.770 m² e atende a 93 mil estudantes em seus 246 cursos
ção, falaremos mais adiante. de graduação e 229 cursos de pós-graduação.

35

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35

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 Sugestão de abordagem
Se a escola dispuser de um labo-
ratório de Informática, reserve um
horário e leve os alunos para o local.
Lá, a atividade será navegar no site do
Guia do Estudante (http://guiadoestu-
dante.abril.com.br/). Peça aos alunos
para que naveguem na seção Máquina
de Profissões. Cada profissão selecio-
nada apresenta uma breve síntese da
rotina profissional, principais áreas
de atuação e como são avaliadas as
instituições de ensino brasileiras que
oferecem o curso. A página também
disponibiliza testes, vídeos e outras
atividades que mesclam informação e
entretenimento. Na seção Orientação
Vocacional, os visitantes podem enviar
perguntas aos orientadores do site.
Peça para os alunos pesquisarem
por área, e não diretamente pelo cur-
so. O site disponibiliza oito áreas: ad-
ministração e negócios, artes e design,
ciências exatas e informática, ciências
humanas e sociais, comunicação e in-
formação, engenharia, meio ambiente
e ciências agrárias e saúde. Mais espe-
cíficas que as tradicionais humanas,
saúde e exatas, essas áreas podem
despertar os primeiros indícios de afi-
nidade dos alunos. Assim, oriente-os a
compreenderem o que os cursos agru-
pados nessas áreas têm em comum e
em que eles diferem.
Peça-lhes para que trabalhem em
dupla, caso não disponham de com-
putadores para uso individual. Ao
término da visita, solicite-lhes que
selecionem duas áreas com as quais
sentiram afinidade e uma profissão
em cada área. Por fim, eles deverão
escrever um texto justificando essa
afinidade.
36
OdeN_ME_2019_9A.indd 36
O surgimento das universidades federais
ocorre após aprovação do Congresso Nacional.
Já as particulares podem surgir a partir de cen-
tros universitários já existentes.
• Centros universitários
Assim como acontece com as universida-
des, os centros universitários também possuem
graduações em várias áreas do conhecimento,
tendo, inclusive, autonomia para criação de
novos cursos. No entanto, são espaços que não
desenvolvem, obrigatoriamente, atividades de
pesquisa e extensão. Além disso, é exigida a titu-
lação de mestre ou doutor de um terço do corpo
docente, mas o regime de trabalho integral só
é exigido de um quinto dessa equipe. Também
possuem uma menor exigência com relação à
oferta de programas de pós-graduação.
• Faculdades
As faculdades são IESs que possuem um
menor porte estrutural. Quando necessitam
lançar novo curso, precisam pedir autorização
ao MEC, ou seja, não possuem autonomia. Ge-
36
OdeN_2019_9A_01a64.indd 36
Caso a escola não disponha de la-
boratório, peça para que os alunos
pesquisem o site em casa e apresen-
te o material produzido em sala de
aula.
ralmente, possuem uma oferta mais restrita de
cursos e áreas de conhecimento, sendo algu-
mas especializadas.
Após a graduação, o aluno pode continuar
seus estudos, aprofundando seus conhecimen-
tos numa área de seu interesse. Essa modalida-
de é denominada de pós-graduação.
No País, existem dois tipos de cursos de
pós-graduação. São os cursos lato sensu, como
as especializações, e os stricto sensu, que são
os mestrados acadêmicos, mestrados profis-
sionais e os doutorados.
A pós-graduação da modalidade lato sensu
oferta cursos voltados para pessoas que estão
inseridas no mercado ou buscando inserção,
seja para aprimorar seu trabalho, seja para
buscar novas oportunidades. É, portanto, um
curso orientado para a prática. São cursos mais
flexíveis, com carga horária geralmente menor.
As especializações enquadram-se nesta cate-
goria. Muitas faculdades privadas oferecem
cursos nesse modelo e, com ele, os profissio-
15/02/19 14:41
Anotações
Ode
18/02/19 10:31
 nais possuem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre determinada área específica.
Já o modelo stricto sensu é caracterizado por uma maior exigência no projeto de estudo e
nas disciplinas do curso. Os cursos necessitam de autorização da Coordenação de Aperfeiçoa-
mento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para funcionar e precisam obter bons resultados nas
avaliações periódicas. Esse tipo de curso proporciona embasamento teórico e é um requisito para
quem deseja se dedicar à vida acadêmica, ou seja, ensino e pesquisa.
O mestrado pode ser de caráter acadêmico ou profissional. O primeiro, como próprio nome
já diz, possui metodologia e foco para o seguimento da carreira acadêmica por parte do estudan-
te. Já o segundo é mais abrangente, sendo mais voltado à qualificação profissional do estudante.

Confira a distribuição dos cursos de pós no Brasil

Quadro de disparidade mostra que 70% deles estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste

Mestrado profissional Mestrado acadêmico

Sudeste 254 Sudeste 1.418
Sul 115 Sul 663
Nordeste 68 Nordeste 630

Centro-Oeste 37 Centro-Oeste 259

Norte 32 Norte 157

Criado por Datawrapper

O doutorado é outra modalidade de pós-graduação stricto sensu. Ele é mais voltado aos
que desejam ser pesquisadores e/ou professores de universidades públicas.
A principal diferença entre os cursos de mestrado e doutorado é o nível de exigência entre
eles. Enquanto no mestrado são, em média, dois anos de curso, no doutorado são quatro. O curso
exige uma reflexão teórica mais aprofundada. Além disso, os critérios de seleção para o doutora-
do exigem do aluno um currículo bem mais amplo que na seleção de mestrado. Embora não seja
por lei um requisito obrigatório para ingressar no doutorado, a maioria dos programas exige, em
seus editais, o título de mestre dos candidatos.

Doutorado Nas instituições públicas,

o Ensino Superior de gradua-
Sudeste 1.309
ção — e também a pós-gra-
Sul 304 duação stricto sensu — é gra-
tuito, por obrigação imposta
Nordeste 292
pela Constituição Federal.
Centro-Oeste 130
9 14:41

Norte 64

Criado por Datawrapper

37

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37

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Leitura complementar
Qual é a diferença entre
faculdades, centros
universitários e universidades?
De acordo com o Decreto nº
5.773/06, as instituições de educa-
ção superior, conforme sua organi-
zação e suas respectivas prerrogati-
vas acadêmicas, são credenciadas
como:
I. faculdades;
II. centros universitários; e
III. universidades.
As instituições são credencia-
das originalmente como faculda-
des. A certificação como universi-
dade ou centro universitário, com
as consequentes prerrogativas de
autonomia, depende do credencia-
mento específico de instituição já
habilitada, em funcionamento re-
gular e com padrão satisfatório de
qualidade.
As universidades se caracteri-
zam pela indissociabilidade das
atividades de ensino, pesquisa e
extensão. São instituições pluridis-
ciplinares de formação dos qua-
dros profissionais de nível superior,
de pesquisa, de extensão e de do-
mínio e cultivo do saber humano,
que se caracterizam por:
I. produção intelectual institu-
cionalizada mediante o estudo
sistemático dos temas e proble-
mas mais relevantes, tanto do
ponto de vista científico e cultu-
ral quanto regional e nacional;
II. um terço do corpo docente, pelo
menos, com titulação acadêmi-
ca de mestrado ou doutorado; e
III. um terço do corpo docente em
38
OdeN_ME_2019_9A.indd 38
Assim como na formação de nível técnico, é possível realizar estágios durante o curso supe-
rior, sejam curriculares, que são obrigatórios, ou não. Além dos estágios, que cumprem a função
pedagógica de integrar conteúdos curriculares a vivências práticas, também existem os progra-
mas de trainee. Estes são dedicados a concluintes ou recém-formados, com intenção de prepará-
-lo para ocupar determinado cargo na organização, e implicam vínculo empregatício. Para enten-
der melhor a diferença entre estágio e trainee, observe este comparativo:
TREINAR PRA QUÊ?
Decida o melhor caminho para iniciar a carreira profissional
ESTÁGIO X TRAINEE
O estagiário deve cursar
FORMAÇÃO
Precisa estar no fim do curso
faculdade — de preferência,
ou formado — de preferência,
em um curso que tenha a ver
há menos de dois anos.
com o estágio.
HORÁRIO
Oito horas diárias. Cada
4 ou 6 horas diárias, pelo
empresa define a duração dos
período máximo de dois anos.
seus programas.
VÍNCULO
Recebe salário e tem férias. Além de ser remunerado, tem
Não tem carteira assinada carteira assinada e direito a
nem benefícios trabalhistas. férias, 13º salário e FGTS.
Pela alta rotatividade, Fatores como o salário maior
VAGAS
empresas abrem vagas de que o de estagiário diminuem
estágio anualmente. o número médio de vagas.
TREINAMENTO
Complementa o aprendizado Promove a passagem do
da faculdade com atividades aprendiz por várias áreas da
práticas e apresenta o dia a empresa, a fim de capacitá-lo
dia da profissão. para cargos de gerência.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferença-entre-estagio-e-trainee/. Acesso em: 14/01/2019.
38
OdeN_2019_9A_01a64.indd 38 15/02/19 14:41 OdeN_
regime de tempo integral. instituições de ensino superior já exis-
§ 1º A criação de universidades fe- tentes e que atendam ao disposto na
derais se dará por iniciativa do Poder legislação pertinente.
Executivo, mediante projeto de lei en- São centros universitários as ins-
caminhado ao Congresso Nacional. tituições de ensino superior pluricur-
§ 2º A criação de universidades pri- riculares, abrangendo uma ou mais
vadas se dará por transformação de áreas do conhecimento, que se carac-
18/02/19 10:31
 Diálogo com o professor
Sabemos que a avaliação de
Além dos programas de estágio e trainee, também existem opções para aqueles estudantes
desempenho nas universidades
que desejam se familiarizar com a carreira científica. Os programas de iniciação científica são
ofertados a estudantes de graduação que desejam pesquisar e se aprofundar em determinada brasileiras é um importante me-
área do conhecimento. Para isso, ele conta com a orientação de um professor vinculado à univer- canismo de regulação e manu-
sidade, responsável pelo projeto de pesquisa no qual o graduando é inserido. Assim como nos
tenção da qualidade da forma-
estágios, é possível contar com uma bolsa-auxílio, concedida por órgãos de fomento à pesquisa
federais ou estaduais ou pela própria instituição de ensino. ção ofertada pelas instituições
Muitas universidades brasileiras são bem avaliadas. Para isso, devem ser levados em consi- de ensino superior. Num pano-
deração:
rama de expansão dessa rede,
• Programas de pesquisa e extensão universitária.
• Estrutura física dos departamentos. tanto pública quanto privada,
• Possibilidades de intercâmbio aos alunos. é fundamental que o Estado se
• Boa oferta de disciplinas eletivas, ou seja, aquelas que não são consideradas obrigatórias
cerque de mecanismos para ga-
do curso.
Para que possa melhor identificar o reconhecimento de cada instituição de ensino superior e rantir essa qualidade.
seus respectivos cursos, basta acessar o link a seguir. Acompanhe as instruções. Atualmente, o Índice Geral
de Cursos (IGC) é o principal in-
Veja como consultar o site do MEC dicador numérico de avaliação
dos cursos, permitindo ao Es-
• Acesse o site http://emec.mec.gov.br/.
• Após entrar no site indicado, clique em consulta avançada nas abas superiores, sele- tado descredenciar temporária
cione a opção buscar por instituição de ensino superior e digite o nome ou a sigla ou definitivamente instituições
da instituição que deseja verificar. que apresentarem desempenho
• Na parte inferior, aparecerá o nome da instituição e um valor de Índice Geral de Cursos
(IGC), que pode variar de 1 a 5. Quanto maior a nota, mais bem avaliada é a instituição. aquém do mínimo estabelecido
• Os cursos também são avaliados pelo MEC por meio das avaliações do Conceito do ou, no caso de instituições públi-
Curso (CC) ou Conceito Preliminar do Curso (CPC). Quanto maior a nota, mais bem cas, subsidiar a recuperação dos
avaliado é o curso.
cursos. O cálculo desse indicador
leva em consideração desempe-
Como pudemos ver ao longo deste capítu-
lo, o nível superior não se limita ao ensino de
nho dos ingressantes e concluin-
uma profissão, que pode ser só mais uma con- tes, desempenho da pós-gra-
sequência de um longo processo de formação duação stricto sensu (mestrados
e desenvolvimento. Agora que você já deve ter
percebido a infinidade de caminhos que pode-
e doutorados) avaliado pela Co-
mos seguir ao ingressar no Ensino Superior, te- missão de Aperfeiçoamento de
nha sempre em mente essa pluralidade quan- Pessoal do Nível Superior (Ca-
do começar a fazer as primeiras escolhas da
sua carreira: ela pode começar antes mesmo
pes), infraestrutura, projeto pe-
da universidade, pode começar na universida- dagógico e corpo docente.
de e continuar no mercado ou mesmo começar No entanto, é pertinente ques-
e continuar na própria universidade.
tionar: a quem serve esse tipo de
39 avaliação? Ele oferece subsídios
a uma regulação pelo Estado ou
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 39 15/02/19 14:41 pelo mercado? Num momento
terizam pela excelência do ensino ofe- em sua sede, cursos e programas em que a educação superior tem
recido, comprovada pela qualificação de educação superior. obedecido à dinâmica oferta-de-
do seu corpo docente e pelas condi- Disponível em: http://portal.mec.gov.br/pnlem/127-
manda, como qualquer outro ser-
ções de trabalho acadêmico ofereci-
perguntas-frequentes-911936531/educacao-superior- viço vendável, é comum observar
399764090/116-qual-e-a-diferenca-entre-faculdades-
das à comunidade escolar. Os centros centros-universitarios-e-universidades. Acessado em: instituições que utilizam seus res-
14/01/2019. Adaptado.
universitários credenciados têm auto- pectivos desempenhos como re-
nomia para criar, organizar e extinguir, curso publicitário.

39

OdeN_ME_2019_9A.indd 39 18/02/19 10:31

 Há ainda a complexidade das
variáveis envolvidas na elabo-
ração desses índices. Reduzidas
a um indicador quantitativo,
muitas dessas variáveis não são
apreendidas pelo grande públi-
co, que apenas visualiza em que
faixa de conceito a instituição
se enquadra, sem saber qual a
composição desse desempenho.
Dessa forma, um instrumento de
avaliação desenvolvido no âmbi-
to da gestão pública pode estar
Atividade
E agora, consegue entender melhor o mundo universitário?
Com base nos conhecimentos adquiridos ao longo de nossos estudos, responda às questões 1 e 2.
1. Diferencie:
a. Licenciatura, bacharelado e curso tecnológico.
O curso de bacharelado habilita o profissional a atuar de maneira ampla no mercado ou na
área acadêmica. O curso de licenciatura é indicado àqueles que desejam seguir carreira do-
cente em instituições de ensino regular (Ensino Fundamental e Ensino Médio), oferecendo
disciplinas da área de Educação que o habilitem para esse fim. O curso tecnológico, apesar
de ter carga horária reduzida (em média, dois anos), também oferece diploma de graduação.

servindo a interesses mercado-
lógicos ou simplesmente subuti-
lizado pelo grande público.
Sugestão de abordagem
A carga horária menor deve-se ao currículo, mais centralizado em um aspecto específico da
formação.
b. Universidades, centros universitários e faculdades.
As universidades são instituições de ensino superior de maior porte, tendo, obrigatoriamen-
te, além do ensino, programas de pesquisa e extensão. Os centros universitários não neces-
sariamente possuem atividades de pesquisa e extensão, mas, como as universidades, pos-
suem autonomia na criação e extinção de cursos. Já as faculdades são instituições de forma-

Professor, busque explorar junto ção acadêmica, geralmente de porte menor e atendendo a áreas especializadas.
aos seus alunos o site do MEC dispo-
nibilizado na página 39. Se sua escola
c. Cursos lato sensu e stricto sensu.
possuir acesso à Internet e um proje-
Ambos são cursos de pós-graduação, sendo o primeiro conhecido popularmente como espe-
tor, o ideal é analisar coletivamente
com os educandos as principais insti- cialização e de menor duração. Já os cursos stricto sensu possuem um critério mais rigoroso

tuições de ensino de seu estado. de seleção dos candidatos, obedecem às exigências da Capes e são voltados para a reflexão
teórica mais aprofundada. Destes, o mestrado pode ser acadêmico ou profissional, sendo o
primeiro voltado para a formação de docentes.

40
Sugestão de abordagem
OdeN_2019_9A_01a64.indd 40 15/02/19 14:41 OdeN_

A lista de cursos a seguir contempla Administração Artes Cênicas Ciência da Computação

97 cursos oferecidos em faculdades, Administração Pública Artes Plásticas Ciências Ambientais
universidades e centros universitá- Agronegócios Artes Visuais Ciências Atuariais
rios pelo Brasil. Ofereça-a aos alunos Agronomia Astronomia Ciências Contábeis
e peça para que eles estejam de pos- Antropologia Biblioteconomia Ciências Naturais
se de canetas vermelha, azul e verde Arqueologia Biologia Ciências Políticas
para a realização da atividade. Arquitetura Biomedicina Ciências Sociais
Arquivologia Biotecnologia Cinema

40

OdeN_ME_2019_9A.indd 40 18/02/19 10:31

 Engenharia de Produção
Eng. de Telecomunicações
2. Na região em que você reside, como é a disponibilidade de cursos de mestrado acadêmico, Engenharia Elétrica
mestrado profissional e doutorado? Engenharia Eletrônica
Resposta pessoal. Engenharia Florestal
Engenharia Mecânica
Engenharia Mecatrônica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Naval
Engenharia Nuclear
Engenharia Química
3. Cite, pelo menos, três finalidades da educação superior previstas na Lei de Diretrizes e Bases Escultura
da Educação Nacional. Farmácia
O aluno deverá mencionar três entre estimular a criação cultural, o espírito científico e o Física
pensamento reflexivo; formar diplomados, habilitá-los ao exercício da profissão e colabo- Filosofia
rar para sua formação contínua; incentivar a pesquisa e investigação científica; promover Fisioterapia
a divulgação dos conhecimentos científicos, culturais e técnicos por meio de publicações
Fonoaudiologia
Gastronomia
ou outros meios; suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional;
Geografia
estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, sobretudo nacionais e regio-
Geologia
nais; prestar serviços especializados à comunidade; difundir conquistas e benefícios desses
Gerontologia
conhecimentos entre a comunidade. Gestão Ambiental
História
Hotelaria e Turismo
Jornalismo
Letras
4. O que é um programa de iniciação científica?
Matemática
É um programa ofertado a estudantes de graduação que desejam pesquisar e se aprofundar Meteorologia
em determinada área do conhecimento, sob a orientação de um professor vinculado à uni- Medicina
versidade, responsável pelo projeto de pesquisa no qual o graduando é inserido. Medicina Veterinária
Moda
Música
Nutrição
Oceanografia
Odontologia
41 Pedagogia
Pintura
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 41 15/02/19 14:41 Psicologia
Comércio Exterior Economia Doméstica Engenharia da Computação Publicidade e Propaganda
Comunicação Social Educação Física Engenharia de Alimentos Química
Dança Enfermagem Engenharia de Controle Relações Internacionais
Desenho Industrial Engenharia Aeronáutica e Automação Relações Públicas
Design de Games Engenharia Agrícola Engenharia de Materiais Secretariado
Design Gráfico Engenharia Ambiental Engenharia de Minas Serviço Social
Direito Engenharia Biomédica Engenharia de Pesca Sistemas de Informação
Economia Engenharia Civil Engenharia de Petróleo Teatro

41

OdeN_ME_2019_9A.indd 41 18/02/19 10:31

 Terapia Ocupacional
Turismo
Zootecnia
Peça para os alunos:
• circularem de caneta vermelha
os cursos que não lhes interes-
sam a princípio.
• circularem de caneta azul os cur-
sos com os quais simpatizam,
mas sobre os quais possuem dú-
vidas.
• circularem de caneta verde aque-
les com os quais acreditam se
identificar mais fortemente neste
momento.
A seguir, questione sobre os crité-
rios que utilizaram para realizar a clas-
sificação dos cursos. Procure debater
com eles tudo o que foi estudado acer-
ca das motivações para a escolha do
curso, tais como aspectos pessoais,
técnicos, socioeconômicos, entre ou-
tros. Para enriquecer a atividade, você
pode lançar mão de recursos de pes-
quisa, permitindo aos alunos com-
preenderem melhor o escopo de cada
curso, bem como seu mercado.
Diálogo com o professor
É comum instituições de ensino
regular no Brasil orientarem seus
trabalhos para o direcionamento
do estudante ao Ensino Superior.
Porém, este não deve ser o único
modelo de trabalho desenvolvido
pela escola nos dias atuais. Nossa
coleção busca extinguir este pen-
samento: de que a única forma de
sucesso profissional para o jovem
42
OdeN_ME_2019_9A.indd 42
Refletindo sobre
o capítulo
Chegamos ao fim do capítulo que trata de cursos, instituições e profissões de nível superior.
E como você chegou até aqui? Muitas dúvidas?
Certamente não é o momento de se escolher uma profissão, mas, como já tratamos anterior-
mente, o objetivo maior é fazer com que você conheça mais profundamente as diversas opções
do mercado. Além do conhecimento sobre os variados cursos ofertados, não deixe de pesquisar
melhor as instituições que possam vir a oferecer um curso de sua escolha, assim como o mercado
de trabalho.
Saiba que o Brasil possui excelentes opções de curso superior e, caso venha optar por esse
caminho profissional no futuro, planeje-se para alcançar suas metas.
O ranking britânico Times Higher Education aponta 43 universidades brasileiras entre as 129
da América Latina. Entre as dez universidades latino-americanas mais bem avaliadas, seis são
brasileiras. A metodologia para elaboração do ranking considera 13 indicadores, agrupados em
quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. Con-
fira o Top 10:
Posição Instituição de ensino País
1o Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Brasil
2o Universidade de São Paulo (USP) Brasil
3o Pontifícia Universidade Católica do Chile Chile
4o Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Brasil
5o Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey México
6o Universidade do Chile Chile
7o Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- RJ) Brasil
8o Universidade de Los Andes Colômbia
9o Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Brasil
10o Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) Brasil
Disponível em: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,unicamp-e-a-universidade-mais-prestigiada-da-america-latina,70002406258.
Acesso em: 14/01/2019. Adaptado.
42
OdeN_2019_9A_01a64.indd 42 15/02/19 14:41 OdeN_
brasileiro é a aprovação em uma ins- realmente gosta ou que desempe-
tituição de ensino superior. Várias são nha com desenvoltura. Por isso,
as possibilidades de sucesso profissio- estimule seus alunos a buscarem
nal, sobretudo quando consideramos uma profissão que lhes satisfaça.
que a melhor forma de um indivíduo
se destacar em uma determinada fun-
ção em sua carreira é fazendo o que
18/02/19 10:31

Capítulo
5
Investindo em negócios
Nos capítulos anteriores, descobrimos a
vasta gama de opções que a educação técnica
e a superior podem oferecer à nossa carreira.
Podemos pensá-las, inclusive, de forma con-
tinuada, sendo a técnica e a superior comple-
mentares no exercício de uma carreira.
Vimos que a ampla variedade de cursos
ofertada em nosso sistema educacional nos
permite, entre outras finalidades, iniciar o exer-
cício de uma profissão, que, por sua vez, pode
ser exercida em organizações diversas, como
empresas, centros de pesquisa, órgãos públicos
Flamingo Images/Shutterstock.com
A abertura de um negócio requer grande estudo sobre diversos aspectos,
além, é claro, do conhecimento específico da atividade-fim em que o
empresário esteja empreendendo. Portanto estudar tudo que cerca um
negócio é fundamental para o sucesso de sua ideia.
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 43
Anotações
OdeN_ME_2019_9A.indd 43
e, até mesmo, dentro da própria universidade.
Além de todas essas opções, o profissio-
nal também pode aplicar seus conhecimentos
na oferta de bens ou serviços a um mercado
sem que, necessariamente, esteja emprega-
do: ele pode criar o seu próprio negócio. Mas o
que leva alguém a abrir seu próprio negócio?
Uma vocação? Um perfil empreendedor ina-
to? Será possível desenvolver um perfil em-
preendedor ao longo da carreira? A partir de
agora, vamos estudar o empreendedorismo
como uma opção de ocupação.
43
15/02/19 14:41
Abordagem preliminar
Seguimos nossos estudos profissio-
nais focando na ação empreendedora.
Além da formação de competências
técnicas que a educação técnica e a
superior proporcionam, é importante
ofertar aos alunos uma formação em-
preendedora. Isso não quer dizer que
todos devem abrir um negócio: é pos-
sível ter uma atitude empreendedora
mesmo não sendo criador ou sócio de
uma empresa. Porém, quando pensa-
mos especificamente na abertura de
um negócio, estamos envolvendo de
maneira mais precisa todos os elemen-
tos de estudo do empreendedorismo.
No volume anterior desta coleção,
estudamos a abertura de um negó-
cio de forma esquemática, envolven-
do os passos necessários sob a forma
de uma proposta de trabalho prática.
Agora, retomaremos a temática do de-
senvolvimento de negócios sob outra
perspectiva: como opção de carreira,
lançando um olhar mais macro sobre
os fatores que envolvem a decisão de
empreender.
Para que esse capítulo seja mais
bem trabalhado, sugerimos a partici-
pação de professores que detenham
conhecimento sobre negócios. Seria
interessante convidar algum empre-
sário que atue em uma organização
de pequeno a médio porte, assim se-
ria possível ofertar mais esclarecimen-
tos sobre termos e ampliar a visão dos
alunos com exemplos reais.
43
18/02/19 10:31
 Sugestão de abordagem Para início
de conversa
Este capítulo recupera alguns con-
ceitos estudados ao longo do traba-
lho com esta coleção, como a própria
ideia de negócio e as características
do comportamento empreendedor
(CCEs). Por isso, antes de aprofundar o
conteúdo propriamente dito, é válido
iniciar uma breve discussão no senti-
do de estimular o educando a recupe-
rar tais conceitos e, no caso daqueles
que estão iniciando o trabalho com
Oficina de Negócios agora no 9o ano,
oportunizar a familiarização com es-
ses conceitos.
Caso avalie que há um grande nú-
mero de alunos ainda inseguros acer-
ca desses conteúdos preliminares,
realize uma breve revisão das CCEs
(é possível utilizar o volume anterior O que leva um indivíduo a abrir seu pró- cio é uma atividade simples, que não precisa de
prio negócio? Durante os últimos anos, no tra- muito conhecimento, basta ter o dinheiro neces-
desta coleção como suporte). O im- balho com esta coleção, vimos a diversidade sário e pronto, começar a trabalhar e ter lucro.
portante é que, neste momento, eles de desafios que envolvem a ação empreende- Nos últimos anos, novos empreendedores
estejam aptos a conectarem tudo que dora. Debatemos sobre as Características do perceberam que, em um mercado tão compe-
Comportamento Empreendedor (CCEs), sobre titivo, não se pode investir sem antes ter um
vivenciaram ao longo deste capítulo. traços inatos e adquiridos que podem nos aju- grande conhecimento sobre o que será feito,
dar a empreender, sobre a importância da ino- além, é claro, de muito planejamento empresa-
vação, da criatividade e, claro, do conhecimen- rial. Neste capítulo, vamos conhecer o caminho
to técnico. que precisa ser percorrido pelos que desejam
Você já deve ter ouvido algum adulto dizer investir em negócios próprios. Veremos que
que decidiu abrir um negócio porque “não que- nada é tão simples quanto parece, mas tam-
ria ter chefe” ou queria “ser seu próprio chefe”. bém que os desafios não são intransponíveis,
Será mesmo que isso é verdade quando nos apenas requerem poder de observação, plane-
lançamos ao mundo dos negócios? jamento e muito estudo — como qualquer ou-
Anotações Muitas pessoas pensam que abrir um negó- tro caminho em nossa vida profissional.

44

OdeN_2019_9A_01a64.indd 44 15/02/19 14:41 OdeN_

44

OdeN_ME_2019_9A.indd 44 18/02/19 10:32


Discutindo
o conteúdo
Vamos começar recordando o conceito de
negócio. Você deve ser lembrar que todo negó-
cio envolve uma troca: no mínimo, duas partes
têm algo de valor, que interessa uma à outra, e
escolhem trocar esse item. Assim, firmam um
acordo em que são definidas as condições de
troca. Logo, o ato de negociar envolve um acor-
do. Logo, quando indivíduos possuem bens e
serviços que podem ser ofertados a um merca-
do em troca de um valor em dinheiro, dizemos
que eles possuem um negócio.
Imagine a seguinte situação: sua mãe cria
e costura lindas fantasias de Carnaval para
você. Curiosas, suas amigas perguntam se ela
aceita encomendas, e ela decide aceitar. Com
a procura pelas fantasias crescendo, sua mãe
decide criar um pequeno estoque, com diver-
sas cores e tamanhos. Neste momento, com
demanda crescente, ela é orientada a formali-
zar seu negócio. E o que significa ter um negó-
cio formal? Ela vai registrá-lo, recebendo uma
autorização para funcionar: a partir daí, pode
contratar mão de obra para ajudá-la, passará
a pagar impostos e a contar com certas garan-
tias, como a previdência. Muitos negócios sur-
gem na informalidade porque não foram pla-
nejados, mas, a qualquer momento, é possível
realizar um planejamento e formalizar o negó-
cio, dando-lhe as garantias e segurança neces-
sárias ao seu funcionamento. Um negócio for-
mal é muito importante para nossa economia
porque gera arrecadação e postos de emprego.
Você deve estar se perguntando se isso é
apenas para empresas grandes, com muitos
clientes e funcionários. E a resposta é: não. No
Brasil, temos empresas de diversos portes, e
existem diversos incentivos para que aqueles
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 45
Anotações
OdeN_ME_2019_9A.indd 45
negócios de menor porte sejam formais e te-
nham longevidade. Para classificarmos o porte
das empresas no Brasil, levamos em considera-
ção sua receita bruta anual (ou seja, a soma de
tudo que ela recebe em um ano de exercício) e
o número de empregados. Assim, elas podem
ser ordenadas, de forma crescente, da seguin-
te maneira: microempresas (ME), empresas de
pequeno porte (EPP), médias empresas (MdE)
e grandes empresas (GdE).
Em 2008, foi criada uma nova classificação
para negócios formais, o microempreendedor
individual (MEI): com isso, empreendedores
individuais de comércio ou serviços foram es-
timulados a formalizar seus negócios, pagando
um valor fixo mensal e obtendo os benefícios
que um negócio formal oferece, tais como auxí-
lio-doença e aposentadoria.
45
15/02/19 14:41
Sugestão de abordagem
Para trabalhar algumas noções bá-
sicas sobre a abertura de um negócio,
você pode usar o exemplo da mãe que
criava fantasias de Carnaval para rea-
lizar um debate sobre aspectos práti-
cos do negócio e sobre os caminhos de
formalização:
• Já que ela vai criar um negócio
sazonal (fantasias para uma fes-
ta que ocorre uma vez por ano
e tem duração limitada), como
ela poderia estender seu mix de
produtos para funcionar regular-
mente ao longo do ano?
• Qual deveria ser o primeiro passo
caso ela quisesse formalizar seu
negócio?
• Que deveres e direitos ela adqui-
re ao se tornar responsável por
um negócio formal?
• Que ganhos um negócio formal
pode trazer para a empreende-
dora e para a sociedade?
A fim de enriquecer essa discussão,
você pode convidar alguma pessoa
ligada à área (profissionais ligados a
órgãos de apoio a empreendedores)
para ministrar uma palestra sobre o
caminho a ser percorrido por alguém
que deseja se tornar MEI ou ME. Caso
não seja possível, e a escola disponha
de um laboratório de Informática, rea-
lize uma visita guiada a páginas como
a do Serviço Brasileiro de Apoio às Mi-
cro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para tanto, selecione previamente as
páginas a serem visitadas, buscando
trazer conteúdos mais acessíveis à fai-
xa etária dos educandos e que se apli-
quem ao exemplo trazido como pon-
to de partida para a apresentação dos
conceitos.
45
18/02/19 10:32
 Diálogo com o professor
Os debates sobre empreen-
dedorismo, mesmo no âmbito
do ensino superior (em cursos
de Administração, por exemplo),
costumam estar envoltos em
uma aura de sofisticação, su-
perdimensionando a inovação,
as ideias excepcionais, os proje-
tos “fora da caixa”. Isso termina
por ofuscar um aspecto muito
importante da ação empreende-
dora, que é a sua capacidade de
sanar problemas sociais. Muitas
vezes, diante de uma perda ines-
perada de emprego e do risco de
uma não colocação, o indivíduo
vai investir sua indenização em
um pequeno negócio.
O empreendedorismo por
necessidade é uma forma igual-
mente legítima de movimentar a
economia e garantir a sustenta-
bilidade das famílias. Tanto que
diversos países hoje dispõem de
programas de créditos voltados
para os indivíduos que ingres-
sam nesse nicho.
Ainda que o empreendedo-
rismo por necessidade seja asso-
ciado a períodos de instabilidade
econômica, quando empreen-
der termina sendo a única opção
viável diante da baixa oferta de
postos de trabalho, essa ativi-
dade tem um enorme potencial
A gestão de um negócio é um grande de- tunidades de emprego e renda são insuficien-
safio para qualquer gestor. Muitas vezes, ou tes para o seu sustento ou o da família. Muitas
seja, o responsável pela administração do ne- vezes, por empreender no intuito de resolver
gócio é o próprio empreendedor. Obviamente, um problema ou resolver uma lacuna, seus
para aqueles que já possuem uma bagagem projetos podem ser malsucedidos por falta
de entendimento sobre como funciona uma de um planejamento estruturado. E, muitas
empresa, poderá ser mais fácil. Inclusive, há vezes, esses empreendedores têm baixa esco-
muitos empreendedores que se aventuram em laridade, o que dificulta o gerenciamento do
negócios próprios depois de um longo período próprio patrimônio. Isso não significa que em-
de experiência, gerenciando negócios como preendimentos que são fruto de necessidade
empregados. Entretanto, esta é apenas uma estejam fadados ao insucesso. Hoje, existem
possibilidade, não uma regra. Podemos pen- instituições voltadas para fornecer apoio fi-
sar que ser novo no ramo dos negócios pode nanceiro e operacional a essas situações. O
trazer elementos positivos, como ousadia e serviço de microcrédito (que veremos adian-
ideias inovadoras, mas, muitas vezes, a falta de te) é um exemplo disso.
conhecimento da dinâmica do negócio pode Em tempos de economia estável, é mais
implicar situações de risco. comum haver o empreendedorismo de opor-
Mas por que empreender? As razões pe- tunidade. Isso porque geralmente as taxas de
las quais alguém decide se tornar dono do seu desemprego caem. Os índices elevados do em-
próprio negócio são inúmeras. Podemos, po- preendedorismo de oportunidade indicam que
rém, agrupar todo o conjunto de motivações a região apresenta bom desenvolvimento.
em dois grandes grupos: empreendedorismo
por oportunidade e empreendedorismo por
necessidade.
O empreendedorismo por oportunidade
ocorre quando o indivíduo (ou grupo de indi-
víduos) escolhe iniciar um negócio próprio,
mesmo diante de uma situação em que exis-
tam oportunidades de emprego e renda. Ou
seja: podendo trabalhar para alguém, é uma
escolha própria trabalhar para si mesmo e as-
sumir os riscos e as responsabilidades, que são
elevadíssimos. Geralmente, quem faz esse tipo
de opção de carreira tem escolaridade razoável
(ou mesmo elevada) e pode ser motivado por
autorrealização, desejo de aumentar a renda
ou ter independência.
O empreendedorismo por necessida-
de geralmente surge de situações adversas.
Esse tipo de empreendedor vê-se impelido a
investir num negócio próprio, seja porque se
encontra desempregado, seja porque as opor-
46
OdeN_2019_9A_01a64.indd 46 15/02/19 14:41 OdeN_

de crescimento. Por isso, as ins-

tituições que oferecem crédito a
esses empreendedores também
têm se empenhado em ofertar
orientações, cursos e programas
para que eles maximizem seu po-
tencial e garantam a sobrevida
de seus negócios.
46
Sugestão de abordagem
A obra O Banqueiro dos Pobres, de
Muhammad Yunus, pode ser um im-
portante recurso de apoio para esta
disciplina. Embora não seja uma leitu-
ra voltada originalmente para o público
infantojuvenil, é possível selecionar al-
gumas passagens para leitura e debate
em sala de aula, uma vez que seu con-
teúdo é acessível para a faixa etária.
Caso opte por não requisitar a leitu-
ra aos alunos, leia a obra e apresente si-
nopses em sala de aula. Demande-lhes
que analisem o papel do microcrédito
no desenvolvimento empreendedor e
econômico em nosso país.

OdeN_ME_2019_9A.indd 46 18/02/19 10:32

 Leitura complementar
Microcrédito para quem?
Que tal comprar do pequeno?
Frequentemente, diante da necessidade de atuar
no mercado, o empreendedor depara-se com um desa-
fio crucial: a falta de recursos para investir em seu negó-
cio. Muitas vezes, alguns não têm fácil acesso a linhas de
crédito e financiamento que usualmente se oferecem a
novos negócios. O microcrédito é uma alternativa para
empreendedores de baixa renda e pequenos negócios
informais. Essa forma de crédito, conforme conhecemos
hoje, surgiu na década de 1970, em Bangladesh, quando o
professor Muhammad Yunus criou um programa de oferta
de créditos a famílias pobres, sobretudo àquelas encabe-
çadas por mulheres. O crédito era fornecido a grupos que Fonte: http://www.destinosustentavel.org/-
concediam aval uns aos outros, sendo a lealdade àquele alternativas-para-um-natal-consciente/
compromisso a garantia de que honrariam o pagamen-
to dos seus empréstimos. Com isso, muitas famílias pu-
Do site Destino Sustentá-
deram melhorar sua condição de vida, o que rendeu ao
idealizador um Prêmio Nobel da Paz. Hoje, o modelo de vel, mensagem representa uma
crédito desenvolvido por Yunus é utilizado por várias ins- alternativa para um Natal cons-
tituições de microcrédito em todo o mundo, e sua expe-
ciente.
riência é narrada na obra O Banqueiro dos Pobres.
Cada vez mais o consumo
tem-se mostrado um ato políti-
co. Isso significa que, por meio
Atividade das nossas escolhas, podemos
ser signatários de um modelo de
sociedade em que acreditamos,
evitando empresas ou marcas
1. Analise o infográfico a seguir, interprete as informações e escreva sua interpretação nas li-
cujos valores contrariem os nos-
nhas a seguir.
sos. Inúmeros debates reforçam
CATEGORIAS a importância de se consumir de
MICROEMPREENDEDOR forma consciente, não apenas
MICROEMPRESA PEQUENA EMPRESA
INIVIDUAL (MEI) nas questões financeiras ou no
controle do desperdício e da pro-
RECEITA BRUTA RECEITA BRUTA RECEITA BRUTA
de até 60 MIL de 60 MIL a 360 de 360 MIL a 3,6
dução de resíduos, mas dos va-
ANUAL MIL ANUAL MILHÕES ANUAL lores que sustentamos ao optar
por este ou aquele fornecedor.
Nesse aspecto, tem ganhado
47
cada vez mais força um movi-
mento que incentiva a compra
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 47 15/02/19 14:41
dos produtores de menor porte.
Anotações Na rede social Facebook, pes-
soas compartilham uma mensa-
gem incentivando a compra de
presentes de Natal de artesãos,
profissionais de venda direta e
pequenos produtores, para dis-
tribuir a renda de forma mais

47

OdeN_ME_2019_9A.indd 47 18/02/19 10:32

 O aluno deve diferenciar as empresas brasileiras por categorias de renda, sendo elas: MEI
igualitária e dar aos pequenos em- (até R$ 60 mil anual), Microempresa (R$ 60 mil a R$ 360 mil anual) e Pequena Empresa (R$ 360
preendedores um Natal mais feliz. a R$ 3,6 milhões anual).
Essa ideia tem se dissemina-
do com muita força. O movimen-
to Compre do Pequeno Negócio
dedica o dia 5 de outubro a essa
2. Qual é a diferença entre empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por ne-
causa e aponta os benefícios para
cessidade?
todos os envolvidos de se fortale-
No empreendedorismo por oportunidade, o indivíduo ou grupo escolhe empreender, mesmo
cer o pequeno negociante. Com a
havendo emprego, por realização pessoal ou por desejo de aumentar sua renda. Já no em-
hashtag #compredopequeno, o
movimento reconhece a importân- preendedorismo por necessidade, o empreendedor vê-se forçado a investir em um negócio

cia desse segmento no desenvolvi- para sobreviver, seja por falta de emprego, seja porque sua renda é insuficiente para suas
mento do País. necessidades.

Pequeno negócio em números

Empresas do País
10 milhões
• É o número de empresas 3. Na sua opinião, em qual das situações um empreendedor tem mais chances de sucesso: em-
preendendo por oportunidade ou necessidade?
entre Microempreendedores
Individuais, Micro e Pequenas Resposta pessoal. Espera-se que o aluno leve em consideração o planejamento como fer-

Empresas ramenta para o sucesso de um negócio. Outro aspecto que pode ser ponderado é o grau de

• Mais de 95% das empresas do escolaridade do empreendedor.

País são representadas pelos
pequenos negócios

Pequenas empresas na economia

• 44% estão no Comércio
• 35% estão no setor de Serviços
• 13% estão na Indústria
• 7% estão na Construção

Empreendedores 48
• 51% dos novos empreendimentos
são comandados por mulheres OdeN_2019_9A_01a64.indd 48 15/02/19 14:41 OdeN_

• 53% dos novos empreendedores Anotações

têm até 34 anos
• 55% dos novos empreendedores
são de classe C
Empregos normais
• 52% dos empregos formais
gerados no País estão nas
pequenas empresas
• 17 milhões de vagas com carteira
assinada, aproximadamente
Disponível em: https://destinonegocio.com/br/
empreendedorismo/compre-do-pequeno-consumidor-
consciente/. Acesso em: 14/01/2019.

48

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 Sugestão de abordagem
Refletindo sobre Para além de ações organizadas
o capítulo por instituições como a Compre do Pe-
queno, é cada vez maior a conscienti-
Como vimos, o micro e o pequeno empreendedor são agentes muito importantes em nos- zação de que aquela sua vizinha que
sa economia. Eles podem, além de garantir o seu sustento, ofertar postos de emprego, geran- tenta ganhar a vida no artesanato ou
do mais renda e oportunidade de trabalho. Quando consumimos, também podemos optar por
na costura precisa de mais recursos do
incentivar esses agentes a perseverarem seus negócios, crescendo e gerando mais renda. Mui-
tas pessoas têm optado por realizar compras de negócios desse porte, de forma a distribuir me- que aquela grande grife, que natural-
lhor os recursos financeiros. Em suas redes sociais, faça uma rápida busca usando a hashtag mente tem uma procura mais expres-
#CompredoPequeno. Em seguida, discuta com seus colegas e seu professor o significado desse
siva em datas comemorativas. Assim,
movimento. Registre suas impressões no espaço abaixo.
vislumbramos o despertar de uma
nova mentalidade em contraponto ao
Resposta pessoal. consumismo exacerbado e desprovi-
do de crítica, tão estimulado pela mí-
dia em datas comemorativas.
Assim, seria interessante solicitar
aos alunos a pesquisa sobre ações que
estimulam o desenvolvimento de pe-
quenos negócios. Você pode começar
o trabalho projetando em sala os ví-
deos abaixo. Em seguida, promova um
debate sobre as consequências de se
comprar de pequenos fornecedores.
Ao término do ano letivo, esse de-
bate pode ser retomado no tradicional
amigo secreto/oculto realizado próxi-
mo ao Natal. Além da faixa de preço
costumeiramente estabelecida para
o presente, vocês podem determinar
que o critério para a escolha dos pre-
sentes a serem trocados seja a compra
de pequenos negociantes, como arte-
sãos ou vendedores autônomos.
Compre do Pequeno Negócio
49
• https://www.youtube.com/
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 49 15/02/19 14:41
watch?v=0MXNd5ChweY
• https://www.youtube.com/
Anotações watch?v=lKZG2v6TvhA

49

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 Abordagem preliminar
Neste capítulo, vamos trabalhar no
sentido de desfazer mais um mito co-
mum aos debates sobre empreende-
Capítulo
6
dorismo: o de que toda ação empreen-
dedora deve oferecer uma solução
inédita. Dessa forma, embora reco-
Criar ou reproduzir negócios?
nheçamos a importância da inovação
Todos temos, ao longo de nossas vidas, der também é tocar para a frente modelos de
para a ação empreendedora, vamos grandes ideias, mas nem sempre elas são negócio já existentes, e isso é o que acontece
estudar modelos de negócio que dis- aproveitadas para os negócios. Claro que em muitos casos. Podemos nos inspirar nos
pensam essa característica (ou mes- você ainda é jovem e, portanto, surgirão di- que deram certo e criar uma nova versão com
versas grandes ideias que poderão modificar algo que a torne atraente, como um preço
mo não propiciam espaço para tal).
sua vida e a de muitas outras pessoas. A cria- mais acessível ou a proximidade geográfica.
É lógico que precisamos da cria- tividade é muito importante, e saber apro- Mais adiante, estudaremos uma forma muito
tividade mesmo em negócios pré- veitar essa característica para beneficiar o comum de empreender sem, necessariamen-
mundo é um dos grandes desafios de nossa te, ter lampejos criativos: a franquia. Mas não
-moldados: isso porque, conforme já
sociedade atual. pense que esse modelo de negócios dispensa
estudamos e vale a pena ser revisado, Por outro lado, nem todo modelo de negó- comportamentos empreendedores como a
essa característica implica a solução cio precisa ser inédito ou inovador. Empreen- persistência e o risco calculado.
de problemas por vias distintas das
conhecidas. Isso significa que, mesmo
recebendo todas as diretrizes de um
negócio pré-moldado, será necessário
dar respostas rápidas a situações que
acontecem fora do previsto e que não
podem esperar. Isso se chama contin-
gência e é um dos grandes desafios
dos gestores e tomadores de decisão.

Grandes ideias mudam o mundo, mas você também é capaz

Anotações de trazer sua contribuição aproveitando as já existentes.

50

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50

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 Sugestão de abordagem
O exemplo dos serviços e produtos
Para início
desenvolvidos pelos jovens possibilita
de conversa
uma discussão sobre aplicar a criati-
vidade no sentido de reconhecer um
Muitas vezes, diversas características são vistas como fundamentais para o desenvolvimento
problema e ofertar uma solução viá-
profissional no ambiente de trabalho, dentre elas o conhecimento técnico e a formalidade. De
fato, esses dois exemplos são importantíssimos para o reconhecimento de uma pessoa e para seu vel e para a qual haja demanda. Esta
crescimento no mercado de trabalho. Porém, constantemente nos esquecemos de valorizar uma é uma oportunidade de resgatar, junto
característica tão importante quanto as citadas, ou até mais relevante em determinadas situa-
aos educandos, dois conceitos traba-
ções, que é a criatividade.
lhados no 6o ano desta coleção, seja
Observe as seguintes situações:
para recordar, seja para propiciar um
Sérgio e Luana perceberam que o grande desafio dos seus pais, quando se deparavam embasamento àqueles que não traba-
com problemas elétricos ou hidráulicos, era conseguir profissionais de confiança em tem-
po hábil. Assim, tiveram a ideia de criar uma empresa que cadastra pedreiros, encana- lharam com a coleção em outros anos
dores e eletricistas com boas referências e, quando solicitada, encaminha o profissional do Ensino Fundamental: criatividade e
mais próximo de onde o cliente mora. inovação.
Criatividade e inovação são con-
ceitos tão próximos que por vezes são
confundidos, mas estabelecer a dife-
rença e, mais importante, a inter-re-
lação entre esses conceitos é funda-
mental. Enquanto a criatividade está
Larissa sempre ouvia sua mãe se queixar que comia mal quando precisava almoçar no ligada à geração de boas ideias, a ino-
trabalho. Comentou com Paulo e, juntos, observaram que o escritório ficava em um lugar vação remete aos resultados úteis da
distante de restaurantes, o que fazia os funcionários recorrerem a serviços de fast food que ação criativa, beneficiando um indiví-
entregassem naquele local, nem sempre com opções saudáveis. Assim, criou um cardápio
de sucos e refeições balanceadas para entrega e divulgou nos escritórios daquela região. duo ou grupo com esses resultados.
É possível chamar a atenção que
a criatividade também reside nessa
busca de soluções úteis, muito mais
que na premissa do ineditismo. Leve
os alunos a observarem que apenas
um percentual muito pequeno dos ne-
gócios oferece algo único e inédito: a
grande maioria replica ou recombina
soluções, e isso é fundamental para
51 que a ampla demanda por bens e ser-
viços seja suprida.
9 14:41 OdeN_2019_9A_01a64.indd 51 15/02/19 14:42

Diálogo com o professor

O adolescente nessa faixa etá-
ria (14 ou 15 anos, em média) pas-
sa por diversas transformações em
seu corpo e em sua mente. A ado-
lescência é uma das mais difíceis
fases para um indivíduo, pois é o pe-
ríodo de transição da infância para a
fase adulta.
Portanto, procure sempre estimu-
lar seus alunos e demonstrar-lhes que
são capazes. A elevação da autoesti-
ma faz parte de uma boa estraté-
gia pedagógica, resultando na con-
fiança entre professor e educando.
Procure passar a ideia de que todos
têm potencial e que este precisa
ser exercitado e aprimorado.

51

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 Sugestão de abordagem
Muitos são os jovens inventores que
desenvolveram técnicas e tecnologias
de grande importância mundial. Su-
gerimos uma matéria que poderá ser
explorada com os alunos como forma
de complementar a ideia criativa de
inovações importantes. Está dispo-
nível no link: http://www.hypeness.
com.br/2013/10/conheca-9-incriveis-
-adolescentes-inventores-de-tecno-
logia-limpa/. Esta atividade, contudo,
requer um diálogo sobre os aspectos
situacionais que envolvem o desen-
volvimento desses jovens: o sistema
de ensino, o tempo de dedicação às
pesquisas, as oportunidades de desen-
volvimento científico que tiveram, etc.
Isso porque tais exemplos constituem
situações extraordinárias e que reque-
rem uma análise mais cuidadosa.
Embora já se proporcionem opor-
tunidades de pesquisa e inovação aos
adolescentes, um modelo de ensino
mais comum é a iniciação científica
Canvas Business Model, também co-
nhecida apenas como Canvas, uma
modelagem de negócios que tem ga-
nhado bastante visibilidade graças a
seu caráter simples e intuitivo, basea-
do em um modelo gráfico que permite
a visualização de várias dimensões de
um negócio simultaneamente. A dis-
posição gráfica dos elementos é feita
em nove blocos, permitindo ao plane-
Discutindo
o conteúdo
Criatividade e empreen-
dedorismo possuem grande
proximidade, mas isso não im-
plica, necessariamente, o ime-
ditismo. Para ser um empreen-
dedor de sucesso, precisa-se
de determinação, coragem e
comprometimento com seus
compromissos. Dificilmente
um indivíduo terá a ideia para
abertura de um novo negócio A criação do jovem Alberto Lima, de 27 anos, é um tênis que resfria quando há
altas temperaturas e aquece durante o frio. O calçado possui controle eletrônico
que seja exclusivo no municí- de temperatura por meio de pastilhas de cerâmica por onde passam correntes
pio em que reside. Quase tudo elétricas, o que gera uma melhor sensação térmica.
já foi pensado por alguém em
algum momento. Isso signi-
fica que existe pouco espaço
para a ação empreendedora?
Claro que não! Nem toda cria-
tividade é aplicada na criação
de negócios inéditos. Além do
mais, você pode se beneficiar
de boas ideias já consolidadas
e aproveitar alguma lacuna do
mercado para preencher com
seus negócios. O fundamen-
tal, ao fazer isso, é perceber
que sua proposta pode solu-
Estudantes goianos, preocupados com questões ambientais,
cionar um problema de um criaram uma parede cuja matéria-prima são garrafas plásticas.
público.
Todo negócio precisa ter uma proposta de valor, isto é, algo realmente valioso que é oferta-
do: a maneira como o produto ofertado resolve o problema do cliente, o conjunto de atributos,
benefícios e condições únicas que você pode oferecer ao seu cliente.
Assim, você conseguiria, relendo as situações da página anterior, identificar as respectivas
propostas de valor?
A proposta de valor é o pilar de qualquer negócio. Ela pode até ser inédita, mas isso é muito
improvável. O importante é que seu valor seja oferecido de maneira oportuna e em condições
favoráveis. Por exemplo: um médico veterinário percebeu que, em uma região de baixa renda, as
52
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jador visualizar em perspectiva as di-
versas dimensões do negócio que se
inter-relacionam.
Realize junto aos alunos uma breve
pesquisa sobre o método (a exemplo
do link: https://www.sebraepr.com.
br/como-estruturar-seu-modelo-de-
negocio/). É possível encontrar em
plataformas de vídeo como o YouTube
diversos guias rápidos para aplicar o
modelo na estruturação de negócios.
Ao final da pesquisa, peça-lhes
para que tragam cartolinas e papéis
autocolantes (do tipo post-it) retan-
gulares e coloridos para a sala de
aula e, munidos das informações co-
letadas, esbocem um pequeno negó-
cio usando esse método. Você pode
usar os exemplos da página 51 como
inspiração. O importante é que os
alunos compreendam a importância
de uma proposta de valor, seja ela
inédita ou não.
Ode

52

OdeN_ME_2019_9A.indd 52 18/02/19 10:32

 pessoas tinham dificuldade de prestar atendimento a seus animais de estimação porque não dis-
punham de automóvel. Ele, então, passou a realizar consultas domiciliares e a oferecer transpor-
te a animais para unidades onde possam fazer procedimentos mais complexos, tudo isso a preços
compatíveis com a realidade da região. Existe algo de inédito ou inusitado nisso? Não, apenas um
empreendedor que identificou uma lacuna de mercado e resolveu preenchê-la. Sua proposta de
valor reside, portanto, na comodidade e na economia oferecidas.
Existe, ainda, possibilidade de abertura de um empreendimento sem a necessidade de con-
ceber o modelo de negócio. Essa modalidade empresarial é a franquia.
Franquia é um modelo de empreendimento em que o detentor de determinado negócio e/ou
tecnologia cede os direitos de uso de sua marca ou patente, bem como de ofertar produtos e/ou
serviços. Essa cessão é feita mediante um pagamento, sendo o detentor da tecnologia, chamado
franqueador, remunerado pelo beneficiário dessa transação, chamado franqueado. Ambos são
empresários.
Para entendermos como funciona esse tipo de negócio, vamos observar o exemplo a seguir.

interesse à rede, preenchendo formulários

O Boticário é uma empresa brasilei-
ra bastante antiga no segmento de perfu-
maria e cosmética. Uma das maneiras de
expandir sua rede é o modelo de franquia.
Assim, se um empreendedor dispõe de um
capital compatível com o tamanho do in-
vestimento e tem interesse em abrir uma
franquia da O Boticário, ele manifesta seu
disponíveis no site. Para tanto, ele precisa
dispor de:
• Um valor em dinheiro para investir
(esse valor serve para a montagem e
decoração do espaço físico e obten-
ção dos produtos).
• Um espaço físico para a instalação da
unidade.
• Um número mínimo de funcionários.

Tanto o valor do investimento inicial
quanto o tamanho mínimo do espaço físico e
o número mínimo de funcionários são critérios
definidos pelo franqueador. Além disso, um
franqueado deve seguir as diretrizes da rede
para decorar seus espaços, treinar funcionários
e realizar promoções.
9 09:11
Assim, com base no exemplo, podemos
concluir que a franquia é um modelo de negócio
no qual não precisamos conceber produtos e
serviços, pois obtemos todas as diretrizes. Isso
faz com que o empreendedor siga uma espécie
de cartilha: você já parou para pensar que, se
você pedir um sanduíche X de uma grande rede
de fast food no Recife e o mesmo sanduíche em
outra unidade dessa rede, no Rio de Janeiro, a
diferença entre eles é praticamente impercep-
tível? Um franqueado precisa ser muito fiel ao
modelo de negócio, para que a reputação da
marca do franqueador não fique comprometi-
da. As regras que o franqueado precisa seguir
são a garantia de que, em qualquer lugar em
que o consumidor visitar aquele negócio, o ní-
vel de satisfação seja semelhante.

53

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53

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 Diálogo com o professor
Muitos alunos podem questio-
nar o porquê de a franquia ser um
modelo de negócio tão rígido em
seus procedimentos. Você pode ex-
plicar-lhes utilizando a expectativa
deles como argumento. Diga-lhes
que, em qualquer lugar onde pedi-
rem um Big Mac, ele deverá conter
“dois hambúrgueres, alface, quei-
jo, molho especial, cebola, picles,
num pão com gergelim”. Caso ele
peça essa oferta em alguma unida-
de e ela não obedeça a esses requi-
sitos, isso compromete a imagem
da marca e o entendimento de que
todas as unidades são parte de um
mesmo negócio.
No entanto, por mais rígido que
seja esse controle, uma empresa
é feita por pessoas, e a dimensão
humana é uma variável de pouco
controle. Por isso, apesar de um
Big Mac conter os ingredientes do
jingle, você pode receber sanduí-
ches mais ou menos organizados
conforme a unidade na qual você
consome, isso devido a aspectos
como a aptidão e coordenação
motora de quem monta os sanduí-
ches ou mesmo a alta demanda,
que implica uma aceleração dos
processos para o atendimento no
tempo-padrão (sim, o tempo mé-
dio de atendimento também é pa-
drão em muitas franquias), poden-
do comprometer, muitas vezes, a
qualidade.
Assim, o rigor na franquia é um
mecanismo para minimizar as dife-
renças de desempenho entre as uni-
dades da organização e garantir que
o mesmo padrão de atendimento
seja ofertado em todas elas.
54
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Entenda melhor com as explicações a seguir, a diferença entre uma franquia e um negócio
independente:
Quanto ao produto ou serviço
Franquia
• Oferece produtos ou serviços já desenvol-
vidos, testados e implantados no mercado,
dependendo do tipo de franquia.
• Oferece, de imediato, marca de produtos
ou serviços com boa aceitação de mercado,
dependendo do tipo de franquia.
• O franqueado tem liberdade limitada na es-
colha de produtos ou serviços, dependendo
da modalidade de franquia, para evitar riscos
de mercado.
Quanto à localização
• Fornece consultoria para escolha do local e
arranjo físico da empresa, dependendo da
modalidade de franquia.
• A consultoria da franquia já é testada no
mercado, dependendo do tipo de franquia e
modalidade.
• O custo da consultoria é menor que no ne-
gócio independente (economia de escala).
Quanto ao mercado
• Oferece a marca testada, experimentada e
com aceitação de mercado, dependendo do
tipo de franquia.
• Fornece consultoria para pesquisa e conheci-
mento do mercado específico, dependendo
do tipo de franquia, nos seguintes aspectos:
• Área de atuação;
• Produto ou serviço;
• Público potencial;
• Concorrentes;
• Fornecedores;
• Preços e comercialização;
• Propaganda, publicidade, promoções, plane-
jamento de marketing;
• O custo da consultoria é menor que no negó-
cio independente (economia de escala).
54 Disponível em: http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/diferencas-entre-franquia-e-negocio-independente/.
Acesso em: 14/01/2019. Adaptado.
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Anotações
Negócio Independente
• Requer experiência para criar produtos ou
serviços, desenvolver, testar e implantar no
mercado.
• Requer tempo para conquistar a aceitação
do mercado com relação à marca e aos pro-
dutos ou serviços a serem comercializados.
• O empreendedor tem plena liberdade para
escolher produtos ou serviços, embora com
riscos de mercado.
• Há necessidade de contratação de consul-
toria externa, em caso de inexperiência do
empreendedor.
• É necessário testar a localização de forma
independente.
• O custo da consultoria é maior que na fran-
quia (custo unitário, independente).
• Há necessidade de pesquisar marcas já
testadas, experimentadas e com aceitação
de mercado.
• Há necessidade de contratação de consul-
toria externa, em caso de inexperiência do
empreendedor, para realizar pesquisas e
estudos de mercado referentes aos seguin-
tes aspectos:
• Área de atuação;
• Produto ou serviço;
• Público potencial;
• Concorrentes;
• Fornecedores;
• Preços e comercialização;
• Propaganda, publicidade, promoções, pla-
nejamento de marketing;
• O custo da consultoria externa é maior que
na franquia (custo unitário, independente).
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 Investir em um novo empreendimento sem- já consolidado não é garantia de sucesso. Um Diálogo com o professor
pre representa um risco, podendo ser maior, mau atendimento ou a escolha de um ponto
quando todo o projeto de implantação parte comercial que não favoreça o negócio podem
O estudo da franquia é uma
do empreendedor, ou menor, quando há toda comprometer a sobrevivência da franquia por
uma assessoria que apoie o empresário. Nesse mais consolidada que seja a marca escolhida. oportunidade para resgatar al-
segundo caso, falamos de franquia, que, como Muitas são as opções de franquias disponí- guns conteúdos de custos que
já vimos, dispõe de uma marca e um conceito já veis no mercado, tanto no que se refere a valores
vimos no ano anterior. Assim,
consolidados no mercado, e o investidor utiliza quanto a segmentos. Mas, independentemente
estratégias já testadas. do ramo escolhido pelo empreendedor, a dedica- quanto maior a rede e o número
Para ser um franqueado, não basta ape- ção e a atenção prestada pelo franqueado é o que de bens e serviços que circulam,
nas ter o dinheiro necessário para a realização determinará o sucesso ou fracasso do negócio.
maior a probabilidade de se eco-
do investimento. Ter características empreen- Por algum tempo, o franqueado necessita-
dedoras e uma visão apurada de mercado são rá ser o primeiro a chegar e o último a sair, aju- nomizar. Isso decorre do fracio-
fundamentais para o sucesso do negócio. Mes- dar na limpeza, na recepção, nas finanças, no namento de custos fixos entre as
mo que as diretrizes gerais para implantação e atendimento, ou seja, “colocar a mão na mas-
unidades. Se você encomenda
administração do negócio sejam dadas, como sa”. O sucesso acontece nos detalhes, e o co-
vimos, pelo detentor da marca, é necessário nhecimento e a liderança da empresa passam uma carga de 1.000 unidades, e
ter bastante visão de mercado, disciplina e pelo sacrifício desempenhado pelo empresário um caminhão tem capacidade
planejamento. Utilizar um modelo de negócio em seu negócio.
de transportar 2.000 unidades,
os custos de transporte serão
Atividade mais altos se o caminhão operar
com metade de sua capacidade
ociosa. Assim, os custos desse
1. Analise as proposições a seguir e assinale V para verdadeira e F para falsa.
transporte podem ser embuti-
V O pilar de um negócio é a sua proposta de valor.
F Só é possível exercitar a criatividade no desenvolvimento de um negócio quando ele
dos na composição de preço das
oferece uma solução inédita. unidades transportadas.
F Um negócio que não oferece solução inédita não possui proposta de valor. Se julgar conveniente, peça
V Para empreender é preciso conceber o modelo do negócio.
aos alunos para pesquisarem
2. Complete as lacunas a seguir. o conceito de economia de es-
a. Modelo de negócio em que o empreendedor detém os direitos de uso de uma marca e de cala.
comercializar seus produtos: franquia .
b. Empresário que detém a propriedade da marca e cede o direito de uso a outro, mediante
remuneração: franqueador .

3. O que é proposta de valor? Anotações

É algo realmente valioso a ser ofertado: a maneira como o produto resolve o problema do
cliente; o conjunto de atributos, benefícios e condições únicas que lhe pode ser oferecido.

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 Refletindo sobre
o capítulo

Neste capítulo, compreendemos que ação empreendedora não está necessariamente atre-
lada à inovação e ao ineditismo. E que, mesmo em um modelo de negócios pré-moldado, como
as franquias, é necessário ter um enorme comprometimento com a qualidade, que obedece a um
padrão estabelecido na franquia.
Aprendemos que o pilar de um negócio, seja inédito, seja replicado, é sua proposta de valor.
Desde o pequeno empreendimento às grandes multinacionais, todos precisam ter uma proposta
de valor clara e distinta. Que tal fazer um pequeno exercício de observação? Selecione um peque-
no negócio de sua vizinhança, observe-o (se possível, converse com seu responsável) e registre
abaixo suas impressões sobre a proposta de valor verificada.

Resposta pessoal.

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Capítulo
7
Empregabilidade e sucesso profissional
Chegamos ao término de nossa jornada e,
com ele, você deve estar se fazendo uma série
de perguntas: como ser bem-sucedido em mi-
nha carreira? Será que vou ter emprego? Será
que vou me realizar empreendendo? Como
vou saber se a área que escolhi me dedicar tem
realmente a ver comigo?
Bem, já deu para perceber que o sucesso
profissional é um conceito bem amplo e envol-
ve uma série de variáveis, desde ser capaz de
obter seu sustento pelo seu trabalho até rea-
lizar alguma transformação na sociedade em
que vivemos. Assim, a maneira como nos sen-
timos recompensados pelo nosso trabalho é
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muito pessoal e envolve nossos valores, nossa
história de vida e aquilo que gostamos de de-
sempenhar.
Uma das principais inseguranças que aco-
metem os jovens ao escolher uma carreira é:
haverá vagas de trabalho para mim? Por isso,
agora que você já experimentou um panora-
ma sobre a gama de opções de qualificação e
atuação que existem, vamos aprender como
ingressar nesse mercado. Mesmo diante de um
cenário de concorrência acirrada, veremos que
identificar e aproveitar oportunidades de tra-
balho também é muito sobre tomar decisões
acertadas.
57
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Abordagem preliminar
O último capítulo desta coleção é
dedicado a um tema fundamental para
os jovens em início de carreira: empre-
gabilidade. Após um longo caminho
abordando competências, atitudes,
comportamentos, possibilidades de
formação e qualificação, é chegado o
momento de reunir todas essas variá-
veis apresentando ao aluno a ideia de
que a empregabilidade é fruto de um
processo contínuo de aperfeiçoamen-
to pessoal e profissional.
Cada vez mais, as carreiras são
desvinculadas daquelas longas traje-
tórias em organizações, que estrutu-
ravam complexos planos de cargos e
carreiras, incentivando a permanên-
cia e oferecendo benefícios atrativos.
Cada vez mais, é delegado ao profis-
sional o compromisso de tomar deci-
sões sobre sua carreira, buscar apri-
moramento e assumir o protagonismo
desse processo.
Assim, abordaremos neste capí-
tulo aspectos práticos para o ingres-
so do educando nesse universo, tais
como currículos, planos de carreira,
autoavaliações, perfis em redes so-
ciais profissionais e elaboração de
portfólios.
Anotações
57
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 Para início
de conversa

Paulo, Sérgio,
Jornalista. Professor de Física.

Larissa, Luana,
Fotógrafa. Geóloga.

Como se dá o ingresso no mercado de formação. O estágio é um exemplo disso.

trabalho? Vimos que, para muitos, é possí-
vel participar de um programa de estágio,
mesmo no nível médio. Também vimos que
é possível experimentar a pesquisa científica
em programas de iniciação. Outra possibili-
dade é termos um vínculo empregatício fora
da nossa área de atuação para custear nosso
estudo e, com o avançar dele, conseguirmos
uma recolocação em nossa área na mesma
O fato é que todo profissional, a exemplo
das empresas, tem algo a oferecer; é como se
fosse nossa proposta de valor, lembra? E exis-
tem algumas maneiras de fazer com que nos-
sa “proposta de valor” se torne conhecida por
aqueles que têm interesse nela. É isso que va-
mos aprender neste capítulo.
Gustavo Frazao/Shutterstock.com

empresa. Ou seja: as possibilidades são inú-

meras. Mas você deve estar se perguntando:
como começar?
Esta não é uma pergunta fácil de respon-
der: não raro, anúncios de vagas pedem pes- OdeN_

soas com experiência, só teremos experiência

vivenciando, correto? Não se desespere. Exis-
tem inúmeras oportunidades pensadas espe-
cialmente para quem está começando, com-
preendendo que se trata de um profissional em

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Discutindo
o conteúdo
Um conceito bastante discutido no pre-
sente é o de empregabilidade, que diz respei-
to à capacidade do indivíduo de obter um em-
prego e manter-se empregado, ainda que essa
permanência implique a troca de emprego
quando necessário ou interessante. Cada vez
mais, essa noção tem levado em consideração
o indivíduo, entendendo que a sua empregabi-
lidade é fruto de sua adaptação a um mercado
dinâmico, o que requer poder de observação e
aprimoramento constante.
No passado, era muito mais comum a prá-
tica de as empresas desenvolverem um exten-
so plano de cargos e carreiras, visando a reter
seus talentos e dar-lhes benefícios e recompen-
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sas crescentes, além, é claro, das responsabili-
dades progressivas. Essa prática ainda existe,
mas hoje espera-se cada vez mais que os pro-
fissionais sejam protagonistas de sua carreira
e que, para isso, elaborem planos e estratégias
para alcançar seus objetivos profissionais.
A nossa carreira está fortemente vinculada
a um documento chamado currículo.
O termo advém da expressão curriculum
vitae, que significa trajetória de vida. É justa-
mente isso que ele deve apresentar: uma sínte-
se da sua trajetória, enfatizando aspectos edu-
cacionais e profissionais, com ênfase naqueles
que interessam à função que você pretende de-
sempenhar. Nele, o candidato deve dispor to-
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Sugestão de abordagem
A seguir, apresentaremos ferra-
mentas de busca de oportunidades de
trabalho e de gerenciamento de ima-
gem profissional. É natural que os es-
tudantes, imersos em uma realidade
conectada, já conheçam ferramentas
para além do tradicional currículo. As-
sim, antes de introduzir os conceitos,
proponha-lhes a seguinte reflexão:
você é um profissional e deseja ofere-
cer seus serviços para quem deman-
dar, que instrumento você utilizaria
para divulgar suas habilidades?
É natural que eles mencionem re-
des sociais de uso amplo (ou seja, sem
a ênfase em construir redes profissio-
nais), e esta é uma importante oportu-
nidade de levantar questionamentos
como: por que a escolha desse ca-
nal? Que benefícios esse canal pode
trazer? Existe algum risco para sua
imagem utilizar esse tipo de canal? A
ideia é que eles percebam como nossa
imagem pode circular facilmente nes-
se universo ultraconectado — para o
bem e para o mal.
Anotações
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Diálogo com o professor
Já se foi o tempo em que o
currículo incluía apenas infor-
mações referentes às compe-
tências técnicas: formação e ex-
periência. Hoje, competências
comportamentais e até vivên-
cias não profissionais podem (e
devem) compor um currículo.
É o que acontece com o tra-
balho voluntário: muitos recru-
tadores valorizam esse tipo de
experiência no currículo. O que
se leva em consideração é se tal
experiência tem relação com a
vaga que o candidato vislumbra.
Já as competências com-
portamentais devem, sim, ser
listadas. Se você apresenta boa
expressão escrita e inclinação
para o trabalho em equipe e a
vaga valoriza esses requisitos, é
válido mencionar. No entanto,
cuidado com essas armadilhas:
é comum achar que, diferen-
temente da formação, as com-
petências comportamentais
não podem ser comprovadas,
levando muitos candidatos a
apontarem características in-
terpessoais que não condizem
com a realidade. Isso, além de
eticamente questionável, é fa-
cilmente identificado, senão
em processos seletivos, nas
primeiras vivências da rotina
de trabalho.
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das as informações necessá-
rias à empresa ou instituição
que busca novos funcionários
ou estudantes.
Esse documento, além de
fundamental para candidatu-
ras a postos do trabalho, é um
retrato de carreira: por isso,
ele é curtinho quando somos
iniciantes e torna-se cada vez
mais extenso à medida que
nossas vivências profissionais
se ampliam.
Para elaborar um currícu-
lo, é necessário que se infor-
me, corretamente, uma série
de dados, dentre eles: nome
completo, endereço, contatos
telefônicos. Caso o interesse
do candidato seja profissio-
nal, o currículo deve trazer o
campo de atuação, os cursos
realizados e a experiência pré-
via, caso a tenha. Se for no âm-
bito acadêmico, o indivíduo
não pode deixar de adicionar
suas competências e ativida-
des desempenhadas na área
pretendida. Como é um do-
cumento de apresentação na podem chamar mais atenção que o conteúdo), de margens ade-
busca de uma determinada quadas, tamanho de fonte e espaçamento entre parágrafos que
vaga, nunca adicione infor- proporcionem boa legibilidade. Por fim, muito cuidado com a
mações que não possam ser boa escrita: um texto claro e sem desvios gramaticais é funda-
comprovadas. Ou seja, nunca mental.
informe que é fluente em um Para aqueles que optam pela carreira acadêmica, há um
idioma quando apenas possui modelo de currículo bem específico a ser apresentado. O Con-
um curso básico. selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
No campo da formatação, (CNPq) possui uma plataforma para que os estudantes e pesqui-
há vários modelos pré-forma- sadores do País disponibilizem seus currículos. Essa plataforma
tados em diversos editores de já apresenta formulários para que os usuários preencham seus
texto. É fundamental escolher dados. Esse formato, além possibilitar um enorme banco de
um modelo sóbrio, sem exces- dados com os pesquisadores do País, também permite que os
so de elementos gráficos (que usuários disponham as informações que são mais relevantes
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 para o perfil acadêmico, como os textos publi-
cados. Isso porque a principal maneira de os
pesquisadores trocarem suas experiências e
comunicarem ao grande público o resultado de
seus trabalhos é a produção de artigos cientí-
ficos.
Algumas empresas já oferecem, em seus
sites, formulários que cumprem a função de
currículo. Neles, o candidato já é direcionado
a dispor as informações que são necessárias à
vaga ofertada. Embora dispense a preocupa-
ção com a formatação do documento, valem os
mesmos cuidados: carregar uma foto elegante,
informar apenas competências que possam
ser comprovadas e utilizar adequadamente a
língua portuguesa.
Além do currículo, algumas profissões re-
querem uma demonstração prática das com-
petências do candidato e, para tanto, solicitam
um portfólio, documento (físico ou virtual) que
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reúne registro de seus principais trabalhos: pu-
blicitários; designers gráficos, de moda ou de
interiores; arquitetos e muitos outros profissio-
nais que lidam com criatividade são exigidos
em relação à composição e atualização dos
seus portfólios.
Você deve estar se perguntando como um
estudante em início de carreira e ainda sem ex-
periência consegue compor um porftólio. O ca-
minho mais comum é aproveitar os trabalhos
práticos realizados na faculdade (claro, quan-
do feito em equipe, é fundamental mencionar
o nome de todos os participantes). Por isso,
quando um professor requisita um trabalho, é
fundamental que façamos o nosso melhor, por-
que aquilo pode ser um importante registro de
nossas competências.
Antigamente, era muito oneroso criar um
portfólio, além de ser trabalhoso transportar
pastas enormes e delicadas aos potenciais em-
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Sugestão de abordagem
Esta é uma oportunidade de atua-
ção interdisciplinar. Caso a escola dis-
ponha de laboratórios de Informática,
leve os alunos para criarem seus do-
cumentos utilizando editores de texto.
Muitos já dispõem de modelos prede-
finidos: alerte os alunos para a neces-
sidade de escolha do modelo mais
condizente com seu perfil. O profes-
sor de informática poderá auxiliar no
manuseio desse software, de forma a
produzir um documento esteticamen-
te agradável.
Na oportunidade, oriente-os sobre
o uso do Microsoft Office Word. Nele,
muitos modelos de currículo são su-
geridos, assim como há uma grande
quantidade de opções de edição de
texto.
O ideal seria o aluno realizar a co-
leta de dados do profissional em sua
residência ou em casa de familiares e
produzir o arquivo na própria escola,
evitando que adultos participassem
deste último momento da atividade.
Assim, o professor poderá orientar e
sugerir mudanças e melhorias no do-
cumento.
Anotações
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 pregadores, sem sujar ou da- partilhamento de fake-news estão entre as condutas mais rejei-
nificar seu trabalho. Hoje, dis- tadas pelos recrutadores.
pomos de plataformas virtuais Como vimos, entrar e se manter no mercado de trabalho
que fornecem hospedagem (in- é uma questão de competências, mas também de estratégias.
clusive com versões gratuitas) Esperamos que, ao fim desse longo trabalho, conhecer esse pro-
dos nossos trabalhos, em fotos cesso deixe-o mais confortável e seguro para tomar as decisões
ou mesmo vídeos, permitindo, que virão nos próximos anos.
inclusive, receber “curtidas”,
comentários e visitas de vários
potenciais empregadores ou
clientes ao mesmo tempo. São
exemplos disso, plataformas
como Carbonmade e Behance.
O mundo digital também
nos conectou de forma mais
intensa: as redes sociais di-
gitais, como o próprio nome
diz, criam verdadeiras redes
de contatos e recomenda-
ções. Um exemplo de rede
concebida para esse propósi-
to é o LinkedIn, que permite
apresentarmos nossos perfis,
competências, publicarmos
textos, atribuirmos palavras-
-chaves e, além disso, estabe-
lecer conexões entre pessoas
de interesses comuns ou com-
plementares.
As ferramentas digitais,
porém, devem ser utilizadas
com cautela: as informações
que dispomos ao nosso res-
peito também podem ser pre-
judiciais se não forem bem
pensadas. É que muitos recru-
tadores também visitam per-
fis pessoais, como o Facebook OdeN_

e o Instagram, por exemplo, e

o conteúdo que publicamos
pode nos comprometer. Fotos
em situações constrangedo-
ras, erros gramaticais e com-

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 Sugestão de abordagem
Atividade Procure explorar com os alunos ou-
tras ferramentas de apresentação pro-
fissional para além do tradicional cur-
1. O que é empregabilidade?
rículo elaborado em editores de texto.
A empregabilidade também está liga-
É a capacidade do indivíduo de obter um emprego e manter-se empregado, ainda que essa
da ao uso inteligente que fazemos das
permanência implique a troca da ocupação ou empresa quando necessário ou interessante.
ferramentas em ambientes on-line.
Para isso, você pode mencionar exem-
plos, como:
• O uso de ferramentas de busca,
como o Google, pelos recrutado-
2. Para que serve um portfólio? res.
• Alguns recrutadores também
Para auxiliar na avaliação do candidato por meio de uma demonstração prática das compe-
gostam de avaliar perfis pessoais
tências do candidato, muito comum em áreas ligadas à criatividade.
em redes sociais.
• Plataformas on-line para o upload
de currículos e formulários de
currículo on-line disponibilizados
pelas empresas.
3. Sabemos que o mundo digital traz inúmeras ferramentas para nos conectar a oportunidades • Redes sociais profissionais, a
de emprego. Cite um pró e um contra desse cenário. exemplo do LinkedIn.
Resposta pessoal. Como prós, o aluno pode mencionar a facilidade de contato, a redução de • Plataformas de hospedagem de
custos e tempo de elaborar e distribuir currículos e portfólios físicos, a existência de redes portfólios, como Carbonmade,
voltadas para uso profissional, a gratuidade de uso de muitas ferramentas, etc. Como con-
Behance e Wix, onde é possível
registrar seus trabalhos para
tras, o aluno pode mencionar a superexposição, o risco de ser mal interpretado ao produzir/
clientes ou recrutadores acessa-
compartilhar um conteúdo, etc.
rem.

Anotações

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 Diálogo com o professor

O texto de encerramento da obra Refletindo sobre

é, na verdade, um diálogo com o
adolescente que estudou empreen-
dedorismo ao longo deste ano leti-
vo. Caso o jovem tenha passado por
todas as etapas de estudo empreen-
dedor com a coleção Oficina de Ne-
gócios, a mensagem ficará ainda
mais coerente com sua caminhada
ao longo desses anos.
Fechar um ciclo de trabalho é
sempre muito prazeroso ao pro-
fessor, ainda mais quando se tra-
balham temas práticos que são
vivenciados diariamente, que é o
empreendedorismo.
O objetivo maior de nossos en-
contros com os educandos foi o de
demonstrar que o alcance de objeti-
vos e o desenvolvimento pessoal de
cada um deles são consequência do
comportamento diário e dos hábi-
tos cultivados em seu cotidiano.
É importante que se reflita ao fi-
nal dos trabalhos e que o professor
direcione um debate com toda a
turma. Peça-lhes para que relatem
o que mais gostaram dos estudos e
o que eles aprenderam a esse res-
peito. Ao final dessa conversa, mui-
tas serão as experiências comparti-
lhadas.
o capítulo
Chegamos ao final de nossos estudos de
empreendedorismo este ano, mas os ensina-
mentos que você adquiriu e compartilhou com
colegas de turma e com o seu professor ao lon-
go das unidades de ensino não se encerram
por aqui. Como vimos, o empreendedorismo
não funciona apenas para guiar empresários
na abertura de um negócio e torná-lo sustentá-
vel durante sua existência, mas também como
uma ferramenta de autoconhecimento e de-
senvolvimento de habilidades que são funda-
mentais para a vida profissional e pessoal de
um indivíduo.
Realizar uma atividade em equipe, saber
escutar os colegas e dar suas opiniões de forma
educada e construtiva é fundamental à ação
empreendedora, assim como a iniciativa em
uma atitude de desentendimento entre duas
pessoas conhecidas, apaziguando os ânimos e
confortando-as. Não podemos, também, deixar
de considerar como um aprendizado ao longo
de nossos encontros posturas que podem nos
ajudar em qualquer atividade que venhamos a
desempenhar no futuro, como pontualidade,
organização, planejamento, contribuição co-
letiva, bom humor, disposição, persuasão, per-
sistência, entre tantas outras.
Possivelmente, muitos dos comportamen-
tos citados você ainda não tenha desenvolvido
plenamente, mas esse foi o seu primeiro passo:
daqui por diante, haverá muitas outras oportu-
nidades de levar seu conhecimento para a prá-
tica. Procure, sempre, ser uma pessoa melhor,
solícita e companheira de todos que o cercam,
amigos ou não. Saber lidar com todos os tipos
de personalidade fará de você um grande cida-
dão e profissional, com enorme poder de adap-
tação e quem sabe até liderança na atividade
que optar por desempenhar, além, é claro, da
felicidade e do prazer em estar bem com todos
e com tudo.
O estudo empreendedor é, na verdade,
um guia para a vida. Leve esse conceito consigo
e alcance seus maiores objetivos. Desejamos,
portanto, uma linda e feliz caminhada para
você, jovem estudante.

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Diálogo com o professor
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Estamos finalizando o último
capítulo de nossa coleção. Espera-
mos que com a sensação de dever
cumprido. A orientação profissional
deve ocorrer não apenas no cam-
po das profissões, mas também no
sentido comportamental e de va-
lores. Saber despertar no jovem o
espírito de liderança e a autonomia ao
mesmo tempo que realizamos ativida-
des em grupo para que essas caracte-
rísticas sejam exploradas ao longo de
todo um ciclo é uma de nossas metas.
Esperamos que você tenha chega-
do até o presente momento com essa
visão completa da obra, tendo em
vista que a atuação é multidisci-
plinar e engloba toda a comunida-
de escolar em prol de um objetivo
maior, que é o de preparar nossos
adolescentes para o mercado pro-
fissional, tão concorrido e ao mes-
mo tempo amplo para aqueles que
estão preparados.

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