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ESTUDO DIRIGIDO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL - RECURSOS

MÓDULO 01: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E CLASSIFICAÇÃO DOS


RECURSOS

1. Quanto a noção conceitual dos recursos e sua natureza jurídica, é


CORRETO dizer que:
a) A remessa necessária é tecnicamente classificada como recurso.
INCORRETO - Não tem legitimidade recursal o próprio juiz, já que a ninguém é
dado recorrer da própria decisão. Ademais, faltam-lhe a voluntariedade, a
tipicidade, a dialeticidade, o interesse em recorrer, a legitimidade, a tempestividade
e o preparo, características e pressupostos de admissibilidade dos recursos. Dessa
forma, a remessa necessária, como condição de eficácia da sua sentença, não tem
natureza recursal.
b) Os tribunais, por serem considerados órgãos judiciários de segunda
instância, tem competência tão comente para a análise de medidas
recursais.
INCORRETO - Nos tribunais os magistrados são desembargadores, que têm entre
as principais atribuições o julgamento de demandas de competência originária e de
recursos interpostos contra decisões proferidas no primeiro grau. Logo, não se
limitam na análise de medidas recursais.
c) O CPC/2015 não estabelece um conceito legal de recurso, reservando-se
à Doutrina processual tal tarefa.
CORRETO - Os legisladores constitucional e infraconstitucional não trazem a
definição de recurso, ficando a cargo dos doutrinadores a sua conceituação. Embora
haja divergências sobre o tema, um dos conceitos mais completos é de José Carlos
Barbosa Moreira que define o recurso como o “remédio voluntário, idôneo a
ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento e a
integração da decisão que se impugna.”
d) Nenhuma das alternativas. INCORRETO

2. Quais os processos de competência originária dos tribunais (“sinônimo” =


meios autônomos de impugnação)?
1) Assunção de competência
2) Arguição de inconstitucionalidade
3) Ação rescisória
4) Homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur
5) Incidente de resolução de conflito de competências
6) Incidente de resolução de demandas repetitivas
7) Reclamação

3. Quais as 3 correntes que explicam a natureza jurídica dos recursos


(ontologia recursal)? Conceitue.
Há pelo menos três correntes que tentam explicar a natureza jurídica dos recursos, ou
seja, trabalham com a ontologia recursal:
- Controle do Juiz: defende que o recurso existe para corrigir e controlar a atividade
judicial. Se não houvesse uma 2ª instância que procedesse com a revisão dos possíveis
equívocos das decisões e dos elementos que foram tratados no procedimento da 1ª
instância, sendo perpetuados, gerariam uma instabilidade social, provocando constantes
questionamentos. Por isso, para alguns doutrinadores, a 2ª instância, instância revisora,
existe para evitar que isso aconteça.
- Juízo de Repetição: Alguns doutrinadores entendem que a natureza jurídica dos
recursos é de juízo de repetição, visto que para garantir a eficácia/eficiência do órgão ou
da instituição judiciária não basta apenas uma decisão mas mais de uma.
- Direito Fundamental:

4. Levando em conta as três correntes que explicam a natureza jurídica dos


recursos posicione-se acerca de uma delas fundamentando
principiologicamente a sua reposta.
A vertente de controle do juiz, defende que o recurso é um mecanismo de acesso à
instância revisora (segunda instância) a fim de corrigir possíveis decisões judiciárias
equivocadas, causadas inconscientemente, por uma má interpretação, ou em casos de
sentenças formuladas com parcialidade do magistrado, evitando, assim, a instabilidade
social.

5. Levando em conta as três correntes que disputam a hegemonia acerca da


natureza dos recursos no Direito Processual Civil, eleja uma e aponte a
crítica mais relevante à sua formulação fundamentando sua resposta.
Alguns doutrinadores criticam a corrente que defende que os recursos possuem natureza
jurídica de direito fundamental, alegando que o termo “recursos”, previsto no art. 5°,
LV da CF, não é utilizado como uma expressão técnica, ou seja, não se refere a ciência
processual mas sim no seu sentido genérico.
6. O que é remessa necessária e quando ocorre?
A remessa necessária, no âmbito do código de processo civil, pode ser vista como o
instituto que garante o duplo grau de jurisdição para reexame das decisões contrárias à
fazenda pública, nas circunstâncias delimitadas em lei.
Trata-se de benefício concedido à Fazenda Pública. As sentenças contra ela proferidas,
em que haja sucumbência, não transitam em julgado, senão depois de reexaminadas
pela instância superior. Mesmo que não haja recurso voluntário das partes, a eficácia da
sentença depende de tal reexame (condição de eficácia da sentença). Esse privilégio se
mantém no sistema, e não foi reconhecida a sua inconstitucionalidade. Argumenta-se
que, como os bens da Fazenda são públicos, conviria que as sentenças que lhe impõem
sucumbência fossem examinadas por juízes mais experientes, que compõem os
tribunais.

7. Levando em conta a classificação dogmática acerca da Teoria Geral dos


Recursos é exemplo de “recurso vinculado”:
a) Apelação
b) Agravo de Instrumento
c) Embargos de Declaração
d) Nenhuma das alternativas

8. Como são classificados os recursos quanto à extensão do reexame de um


órgão sobre a matéria decidida por outro?
Em relação à extensão do reexame, o recurso poderá ser TOTAL, quando atacar a
decisão como um todo, requerendo sua reforma integral, ou PARCIAL, quando a
insatisfação do recorrente se limitar a uma ou algumas questões dentro da decisão
recorrida.
Vale destacar que, na hipótese de recurso parcial, o órgão não poderá promover
qualquer alteração na parte não impugnada (Tantum devolutum quantum appelatum),
sendo que a parte não atacada da sentença transitará em julgado, caso versar sobre o
mérito da causa, e incorrerá em preclusão se tratar de questões processuais.
OBS.: O que é preclusão? é a perda do direito de manifestação no processo, seja do
autor, do réu ou de terceiros, por ausência de realização do ato processual no momento
oportuno.
9. Como são classificados os recursos quanto ao objeto recorrido (motivo da
impugnação)?
sucumbência fossem examinadas por juízes mais experientes, que compõem os
tribunais.

10. Como são classificados os recursos quanto a sua amplitude?


sucumbência fossem examinadas por juízes mais experientes, que compõem os
tribunais.
11. Como são classificados os recursos quanto a sua forma de interposição?

sucumbência fossem examinadas por juízes mais experientes, que compõem os tribunais.

12. Assinala a alternativa ERRADA:


a) O princípio da taxatividade consigna que apenas as espécies previstas no CPC
são consideradas recursos.
b) Uma Câmara ou Turma de Tribunal não pode discutir a inconstitucionalidade
de determinada matéria suscitada pela via recursal tendo em vista a exigência
de reserva de plenário prevista na CF.
c) O princípio da não-reformatio in pejus tem relação direta com o princípio
dispositivo.
d) O princípio da fungibilidade, embora aplicável aos recursos, não encontra
previsão explícita na legislação processual.

MÓDULO 03: REQUISITOS (PRESSUPOSTOS) E EFEITOS DOS RECURSOS

13. A redação do §1° do art. 1.009 do CPC/2015: “As questões resolvidas na fase de
conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento,
não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões”
corresponde a um temperamento do efeito:
a) Obstativo
b) Devolutivo
c) Suspensivo
d) Nenhuma das alternativas.

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