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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

GRADUAÇÃO EM DIREITO - 6 DD

José Geraldo de Oliveira Moreira-192532


Lucas Prado dos Santos-191911
Mariana Alves Ferreira-192373
Thalita Brasil Ribeiro Lopes da Silva-192249
Thassia Senne Floriano Gregório-191797

RECURSOS JURÍDICOS NO PROCESSO PENAL

Cruzeiro- SP

2022

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RECURSOS JURÍDICOS NO PROCESSO PENAL

LEGAL RESOURCES IN CRIMINAL PROCEDURE

José Geraldo de Oliveira Moreira


Lucas Prado dos Santos
Mariana Alves Ferreira
Thalita Brasil Ribeiro Lopes da Silva
Thassia Senne Floriano Gregório

Resumo: Este estudo objetivou compreender o Recurso Jurídico no Processo Penal,


Instrumento que assegura à parte insatisfeita o direito de pedir, um reexame da decisão
judicial, os recursos são tema obrigatório no estudo do direito processual penal. Assim,
a pesquisa questiona, inicialmente, para que serve o recurso no processo a sua
admissibilidade e seus pressupostos, a seguir, trata especificamente dos princípios
recursais. Assim, considera-se que no Processual Penal existem algumas espécies de
recursos, como; Recurso em sentido estrito, Apelação, Embargos declaração, Carta
testemunhável, Agravos, Embargos infringentes, Correição parcial, Recurso ordinário-
constitucional, Recurso extraordinário e Recurso especial. Conclui-se a relevância do
estudo do tema, pois o recurso é um Direito Fundamental, desse modo, em busca de
justiça, de uma revisão.

Palavras-chave: Processo Penal, Recursos Penais, Código Processo Penal, Recursos


Jurídicos no Processo Penal, Requisitos Recursais.

Abstract/Resumen/Résumé: This study aimed to understand the Legal Recourse in


Criminal Procedure, an instrument that ensures the dissatisfied party the right to request
a review of the judicial decision, appeals are a mandatory topic in the study of criminal
procedural law. Thus, the research questions, initially, what the appeal is for in the
process, its admissibility and its assumptions, then it deals specifically with the appeal
principles used in the Appeal. Thus, it is considered that in Criminal Procedure there are
some kinds of resources, such as; Appeal in the strict sense, Appeal, Declaration
embargoes, Witnessable letter, Interlocutory appeals, infringing embargoes, Partial
correction, Ordinary-constitutional appeal, Extraordinary appeal and Special appeal.
The relevance of the study of the subject is concluded, since the resource is a
Fundamental Right, thus, in search of justice, of a review.

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Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Criminal Procedure, Criminal Appeals,
Criminal Procedure Code, Legal Resources in Criminal Procedure, Resource
Requirements.

INTRODUÇÃO

O artigo tem o propósito de analisar os Recursos Jurídicos no Processo Penal,


destacando as modalidades essenciais para a interposição de Recurso, como a
admissibilidade do recurso, com seus requisitos e pressupostos objetivos e subjetivos,
como também as espécies de recursos existentes no processo penal e os momentos
adequados para a interposição de cada tipo de recurso, e os princípios recursais.

O recurso é o instrumento em que a pessoa detém, para interceder por um novo


reexame da decisão proferida no processo, ou até mesmo, o meio pelo qual se devolve
ao órgão judicante superior o poder de julgar as lides, com o intuito de que este possa
rever a decisão proferida em primeira instância.

No direito processual penal brasileiro existem algumas espécies de recursos, tais


como: Recurso em sentido estrito; Apelação; Embargos de declaração; Carta
testemunhável; Agravos; Embargos infringentes; Correição parcial; Recurso ordinário-
constitucional; Recurso extraordinário; e Recurso especial,

Na qual cada recurso é interposto na situação que lhe cabe, seguindo seus
requisitos, como os prazos para sua interposição, como a admissibilidade. Na qual os
preceitos para Juízo de admissibilidade dos recursos no Processo Penal , ocorre quando
o juízo a quo verifica, após a interposição do recurso, se este deve ser ou não ser
recebido e processado. Assim, faz uma análise da presença ou ausência dos
pressupostos objetivos e subjetivos; sendo os requisitos objetivos o Cabimento,
Tempestividade, Regularidade formal, e Ausência de fatos impeditivos e extintivos, e os
requisitos subjetivos de admissibilidade, sendo a Legitimidade e o Interesse em recorrer,
desse modo, devem estar tudo de acordo com os requisitos, assim se tudo estiver
positivo o recurso será conhecido.

Os princípios gerais dos recursos são elencados pela Doutrina sendo: duplo grau
de jurisdição, preclusão consumativa e complementaridade, voluntariedade,
taxatividade, unirrecorribilidade ou singularidade, fungibilidade, vedação da reformatio
in pejus, e o da dialeticidade. São estes que cumprem o papel de nortear e orientar a
aplicação específica das regras. Também permitem a interpretação do sistema recursal.

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Desse modo, o presente artigo busca discorrer de maneira clara sobre o assunto,
ao decorrer do texto serão feitas breves exposições e apresentação dos conceitos, e
assim contribuir para sanar possíveis dúvidas sobre o assunto.

1-RECURSO

Recurso é um meio de impugnação voluntário, previsto em lei, através do qual a


parte ou quem esteja legitimado a intervir na causa provoca o reexame das decisões
judiciais para, no mesmo processo, reformar, invalidar, esclarecer ou integrar uma
decisão judicial pelo próprio magistrado que as proferiu ou por algum órgão de
jurisdição superior. É um instrumento processual que tem a finalidade de corrigir um
desvio jurídico.

Para o doutrinador Renato Brasileiro, conceitua recurso como um:

Instrumento processual voluntário de impugnação de decisões judiciais,


previsto em lei federal, utilizado antes da preclusão e na mesma relação
jurídica processual, objetivando a reforma, a invalidação, a integração ou o
esclarecimento da decisão judicial impugnada. (BRASILEIRO, 2016, p, 28)

1.1-Fundamentos para a existência dos Recursos:

Estes existem para que a prestação jurisdicional seja entregue de maneira mais
plena à população. A falibilidade humana é uma das razões que amparam a existência
dos recursos, pois, um juiz de primeiro grau, bem como um desembargador em uma
decisão monocrática, por exemplo, pode errar e não se pode privar o jurisdicionado de
ter esta decisão revista por órgão superior ou colegiado, entendo que estes buscarão
decisões que unifiquem a jurisprudência, bem como se terá um debate sobre a questão.

Outra razão para a existência dos recursos é o alto grau de inconformidade do


indivíduo com decisões que lhe desfavorecem, tal razão é menos racional que a
primeira, contudo, bem mais intuitiva. As pessoas querem ter o direito de ter as decisões
revisadas pelo simples motivo de que lhes foram desfavoráveis, ainda que não haja tanto
embasamento no direito material para tanto, mesmo que a pessoa tenha consciência de
que merece uma sentença condenatória, o inconformismo a compeliu a recorrer.

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1.2Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos:

O juízo de admissibilidade é feito para que se faça uma análise de adequação de


requisitos do recurso para que daí se possa julgar o mérito. O Recurso é dirigido ao
juízo Ad quem, contudo, passa primeiramente pelo juízo a quo para a análise de
admissibilidade. Esta deve ser feita de maneira estrita obedecendo aos pressupostos que
serão elucidados. Após tal análise, no caso de cumprir os requisitos, o recurso é
remetido ao juízo ad quem, o qual fará novamente uma análise de admissibilidade para,
então, proceder com o juízo do mérito.

No Processo Penal, as classificações são diferentes do processo Civil, apesar de


englobarem os mesmos conceitos, sendo que os pressupostos são objetivos ou
subjetivos.

Eugênio Pacelli delineia as diferenças entre os pressupostos recursais objetivos e


os subjetivos:

Inicialmente, qualquer distinção conceitual que pretenda ser objetiva tem por
destinatário o objeto. Será subjetiva quando se referir aos sujeitos envolvidos.
Em tema de recursos, e, mais especificamente, em tema de requisitos de
admissibilidade dos recursos, serão objetivos todos aqueles que, previstos em
lei, não estejam relacionados diretamente com a identificação ou com uma
particularidade específica do sujeito recorrente. (PACELLI, 2014, p. 954)

Assim, os pressupostos recursais objetivos são aqueles que estão previstos em


lei, mas não estão relacionados com as características do sujeito. De modo diverso, os
pressupostos recursais subjetivos estão relacionados diretamente com características do
sujeito.

Os Pressupostos objetivos são: cabimento, tempestividade, regularidade


procedimental e ausência de impedimentos recursais.

O cabimento, o qual expressa a correlação entre a decisão atacada e o recurso


cabível para aquela hipótese, obedecendo ao rol taxativo de recursos previstos pela lei.

A Tempestividade, corresponde ao número de dias estabelecido para a prática de


determinado ato, sob pena de preclusão. No processo penal os prazos para interposição
de recurso têm uma ampla variação que dependerá do tipo de recurso que se pretende
interpor. Os embargos de divergência, por exemplo, têm prazo de quinze dias para
interposição, enquanto a apelação tem o prazo de oito dias.

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Alguns requisitos no que diz respeito à tempestividade recursal estão previstos
no artigo 798 do Código de Processo Penal.

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e


peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do
vencimento.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver
presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença
ou despacho. (BRASIL, 1941. p. 186).

Vale ressaltar ainda que, diferentemente do Processo Civil, cujos prazos para o
MP são dobrados, no Processo Penal ocorre da seguinte maneira, conforme previsão do
Código de processo Penal, em seu artigo Art. 800 § 2o, que (BRASIL, 1941. p. 187): “Os
prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo para a interposição
do recurso.”

Percebe-se, portanto, que, quando se trata da interposição de recursos, os prazos


do MP são idênticos aos comuns, sendo que a ele se aplica a previsão já levantada do
artigo 798. Já para a Defensoria Pública, aplica-se a mesma regra do Código de
Processo Civil, cujo prazo para interposição de recursos é dobrado.

No pressuposto da regularidade procedimental temos que o recurso deve


obedecer à forma legal prevista no Artigo 578 do Código de Processo Penal, (BRASIL,
1941. p. 140), no qual se menciona: “O recurso será interposto por petição ou por termo
nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.”

Os fatos impeditivos são aqueles que surgem anteriormente à interposição do


recurso, sendo a renúncia do direito de recorrer à principal elucidação deste tipo de fato
que impede a parte de recorrer.

Já os pressupostos subjetivos são: interesse jurídico e legitimidade de recorrer.

A Legitimidade, diz respeito àqueles que podem interpor o recurso no caso


concreto. São exemplos: art. 577; art. 584, §1º; e art. 598, todos do CPP.

Já o Interesse recursal, segundo dispõe o artigo 577, parágrafo único, do CPP,


somente admite recurso interposto por quem tenha interesse na reforma ou modificação

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da decisão impugnada. Exige-se, portanto, sucumbência, que se verifica quando a
decisão não atende a expectativa juridicamente possível.

1.3-Princípios Recursais
Os Princípios são caracterizados como um conjunto de normas ou padrões de
conduta, na qual as pessoas devem seguir. Os princípios servem como um fundamento
para que se possa ter uma ampla interpretação da lei, desse modo conduzem o direito e
toda sua extensão. Existem vários tipos de princípios previstos no nosso ordenamento.
Com relação aos princípios, Nery (2014, pág. 46), pontuou que: “princípios são
normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das
possibilidades jurídicas e reais existentes”
A doutrina aponta como princípios recursais penais o duplo grau de jurisdição,
preclusão consumativa e complementaridade, voluntariedade, taxatividade,
unirrecorribilidade ou singularidade, fungibilidade, vedação da reformatio in pejus, e o
da dialeticidade.
O princípio do duplo grau de jurisdição está previsto na Constituição Federal, o
princípio vetor dos recursos, na qual assegura que as decisões proferidas possam ser
reexaminadas por um órgão superior.
Conforme o princípio da taxatividade são considerados recursos somente aqueles
os recursos que estão previstos no ordenamento jurídico, assim sendo vedado à criação
de novos recursos pelas partes.
Já o princípio da Unirrecorribilidade ou singularidade, é aquele que caberá
somente um recurso para cada decisão judicial, desse modo é vedada a interposição
simultânea ou cumulativa de dois ou mais recursos, pela mesma parte, contra uma
mesma decisão judicial.
Com relação ao princípio da fungibilidade, está diretamente relacionado com a
possibilidade do juiz aceitar o recurso errado como sendo o correto ou determinar que a
parte realize a correção, desde que haja a boa-fé. Entretanto, desde que o prazo não
tenha transcorrido. Como em algumas situações não há como saber com o recurso
conveniente, para ajudar o direito defesa, a parte não terá prejuízo.
Com relação ao princípio da dialeticidade recursal preceitua que a parte, ao
recorrer, não deve apenas manifestar sua inconformidade com o ato judicial impugnado,
mas, necessariamente indicar os motivos de fato e de direito pelos quais requer o novo
julgamento da questão nele cogitada, sem o que não se conhece o recurso.

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O princípio da voluntariedade está previsto no art. 574, caput, do Código de
Processo Penal, na qual a parte não é obrigada a interpor o recurso, com relação à
decisão que lhe é desfavorável. Desse modo os recursos são de âmbito voluntário, pois
somente quem possui vontade de reformular a decisão, recorre.
Já o reformatio in pejus se configura quando, a parte, ao recorrer a decisão, não
poderá ter sua situação piorada em decorrência da interposição de seu próprio recurso.
Por exemplo, seria se o réu condenado recorre-se à sua prisão por 4 anos de reclusão E o
Tribunal reformar-se sua sentença para 5 anos de reclusão, de tal modo tendo um
resultado mais gravoso. Tal conduta é vedada pelo princípio do non reformatio in pejus,
positivado na legislação infraconstitucional no artigo 617 do Código de Processo Penal.
Quanto à preclusão consumativa e complementaridade, temos que a parte tem
um prazo para interpor o recurso e passado este prazo não pode complementar as suas
razões, ainda que dentro do prazo. De outra parte, não pode também desistir do recurso
e apresentar novo apelo dentro do prazo, pois consumou-se a oportunidade de fazê-lo.

2- RECURSOS NO PROCESSO PENAL EM ESPÉCIES

No direito processual penal brasileiro existem algumas espécies de recursos, tais


como: Recurso em sentido estrito; Apelação; Embargos de declaração; Carta
testemunhável; Agravos; Embargos infringentes; Correição parcial; Recurso ordinário-
constitucional; Recurso extraordinário; e Recurso especial.

2.1-Recurso em sentido estrito

O Recurso em sentido estrito, de acordo com o doutrinador Rodrigo Moretto:

O Recurso em Sentido Estrito se constitui (por ato da parte interessada ou em


virtude de determinação legal) de novo exame da espécie selecionada em
decisão de juiz de primeira instância, admitida somente nos casos
taxativamente enumerados no código, e visando à manifestação do Tribunal
Superior, se o prolator daquela decisão não a reconsiderar, no curso do
mesmo recurso. (MORETTO, 2010, p. 1).

O recurso em sentido estrito é um recurso do Processo Penal que busca atacar


decisões interlocutórias e está previsto no art. 581 do Código do Processo Penal, na qual
traz em seu artigo o rol taxativo das hipóteses de cabimento.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;

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III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a
punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão
prejudicial;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; (BRASIL, 1941. p. 140).

Enquanto o art. 586 do CPP dispõe dos prazos processuais para interposição do
recurso em sentido estrito são, via de regra, de 5 dias. Contudo, essa regra comporta
algumas exceções, e também existem outros prazos relativos ao recurso em sentido
estrito que são diferentes.

2.1-Apelação

O doutrinador Fernando Capez (2013, p. 779), pontua o Recurso de apelação


como, é o “recurso interposto da sentença definitiva ou com força de definitiva para a
segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame de matéria, com a
consequente modificação parcial ou total da decisão”.
Assim, podemos conceituar a apelação como o recurso próprio para combater
sentença ou qualquer outra decisão com caráter definitivo, sempre dirigida ao respectivo
Tribunal de segunda instância, que poderá analisar de forma extensa a insurgência.
O recurso de apelação criminal é previsto, principalmente, no art. 593, I, II e III,
do Código de Processo Penal. In verbis:

Art. 593 - Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:


I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz
singular;
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz
singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

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(BRASIL, 1941. p. 143).

Conforme estabelece o caput do art. 593 do Código de Processo Penal, o prazo


para interposição da apelação é de 05 (cinco) dias.

A apelação criminal pode gerar três efeitos: devolutivo; extensivo; suspensivo. O


Efeito devolutivo acontece quando você faz a apelação e a decisão é a de devolver o
processo ao Tribunal de Justiça, para que seja reanalisado, seja totalmente ou
parcialmente. Portanto, é possível que, caso você tenha sido condenado, após a
apelação, haja uma absolvição. Já o efeito extensivo, a apelação pode gerar efeitos
extensivos. Por exemplo, digamos que você é acusado de um crime ao lado de mais
duas pessoas, e o juiz profere uma sentença condenando os três. Seu advogado, então,
recorre da decisão. No entanto, os advogados dos outros dois acusados não o fazem.
Caso o Tribunal de Justiça decida pela absolvição, os efeitos da decisão poderão ser
estendidos aos outros dois, mesmo que eles não recorram da sentença condenatória. E
por último o efeito suspensivo que em alguns casos, a apelação pode provocar, também,
efeitos suspensivos. Por exemplo, você é condenado a uma pena restritiva de liberdade.
No entanto, seu advogado apela desta decisão solicitando a sua absolvição. A apelação
provocará um efeito suspensivo da decisão condenatória até que o colegiado decida
acerca da apelação. Assim, você ficará em liberdade até este momento.

2.2-Embargos de Declaração

Os Embargos de Declaração, também chamados de Embargos Declaratórios, são


uma espécie de recurso com a finalidade específica de esclarecer contradição ou
omissão ocorrida em decisão proferida por juiz ou por órgão colegiado.

Nesse mesmo conceito Humberto Theodoro Júnior, (1997, p. 584) ensina: "Dá-
se o nome de embargos de declaração ao recurso destinado a pedir ao juiz ou tribunal
prolator da decisão que afaste obscuridade, supra omissão ou elimine contradição
existente no julgado.”

Em regra, esse recurso não tem o poder de alterar a essência da decisão, e serve
apenas para sanar os pontos que não ficaram claros ou que não foram abordados.

Os mencionados embargos são previstos no Código de Processo Penal, em seu


artigo 619.

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Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou
turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de 2 (dois)
dias contado da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão. (BRASIL, 1941. p. 148).

Desse modo, só é permitido o oferecimento de embargos de declaração, somente


no caso de acórdãos proferidos por Turmas ou Câmara Criminais, com o prazo de 2 dias
após a publicação da decisão.

Os embargos de declaração são cabíveis quando há obscuridade, omissão ou


contradição na decisão judicial.

2.3-Carta Testemunhável

A carta testemunhável é utilizada caso o juiz denegue o recurso ou, apesar de


admitido, não fosse encaminhado ao tribunal, como previsto no artigo 639, CPP. Ela
teve origem na época imperial para que fosse evitado o ocultamento de recursos,
lembrando que ela não serve para atacar a decisão do processo e sim demonstrar que o
recurso precisa ser levado ao tribunal e se entenderem que ela está bem instruída, além
de julgar a carta, é julgado também o recurso anterior.

É importante saber quando seria cabível a carta testemunhável. No caso, isso


acontece apenas se não houver outro tipo de recurso, ou seja, o recurso em sentido
estrito e o agravo em execução. Seu prazo é, de acordo com os termos do artigo 640,
CPP, de 48 (quarenta e oito) horas para interposição, e se, caso não houver horário no
despacho, deve se contar o prazo como 02 (dois) dias. No prazo máximo de 05 (cinco)
dias, no recurso de sentido estrito, ou de 60 (sessenta) dias, no recurso extraordinário, o
escrivão ou secretário do tribunal entregará a carta, após dar o recibo e se deixar de
entregar, a carta ou o recibo, será suspenso por 30 (trinta) dias. Assim, não é endereçada
ao juiz e sim ao secretário ou escrivão.

Este recurso não tem efeito suspensivo, mas sim, devolutivo e deve ser feito
como petição. Ao chegar à instância superior, segundo artigo 645, CPP, segue o mesmo
processo do recurso denegado.

2.4-Agravo em Execução

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Se tratando de Agravo em Execução, é um recurso aplicado na impugnação de
qualquer decisão do juiz da execução penal.

O CPP não traz maiores detalhes sobre ele, portanto se aplica a ele
subsidiariamente as regras do RESE (recurso em sentido estrito). Sua única previsão no
art. 197 da Lei de execução penal. Sua forma de interposição pode ser por petição ou
termo (art. 578, CPP) e seu prazo, nos termos da súmula 700, STF, são de 05 (cinco)
dias. Quanto às razões, devem ser apresentadas no prazo de 02 (dois) dias, quando
receber a intimação do juiz (art. 588, CPP).

A competência é do TJ (tribunal de justiça) ou TRF (tribunal regional federal), é


uma câmara ou turma. Seu efeito é regressivo e devolutivo. Contudo, o efeito
suspensivo, em regra não é usado, mas há uma exceção no artigo 179, LEP (BRASIL,
1984. p. 31): “Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a
desinternação ou a liberação.”

Em caso de desinternação ou liberação da medida de segurança, quando aplicar


agravo contra a decisão em questão, ele pode permanecer internado até decisão do
agravo, se manteve a desinternação, é liberado, se a decisão for desfavorável a
desinternação, continua internado.

2.5-Embargos infringentes

Os Embargos infringentes, primeiramente, no processo penal comum é um


recurso exclusivo da defesa e tentará fazer com que os votos que condenaram o réu
seguissem os votos em minoria, podendo este ser apenas 01 (um) voto, utilizando de
suas razões para que, no caso, possam amenizar sua pena ou chegar à absolvição,
estando previsto no artigo 609, p. ú., do CPP.

Devo lembrar que para ser cabível tal recurso, a decisão não pode ser unânime e
os votos, em sua maioria, devem ser desfavoráveis ao réu. Seu prazo é de 10 (dez) dias
para interposição e são feitas em forma de petição.

Atacam decisões de: apelação, recurso em sentido estrito ou agravo em


execução, julgadas pelo mesmo tribunal, porém, é preciso analisar se é a mesma câmara
ou turma ou se vai para outra câmara ou turma. Ocorrendo empate, o presidente do

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tribunal vota em desempate. Se ele tiver votado, e ainda estiverem em empate os votos,
se segue os termos do artigo 615, §1º, CPP:

Art. 615, §1º. Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o


presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação,
proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais
favorável ao réu. (BRASIL, 1941. p. 77).

Qual seja, prevalecerá o voto que favorece o acusado, quando não ocorrer o voto
de minerva proporcionado pelo presidente do tribunal.

Ressaltando que, no CPPM em seu artigo 538, (BRASIL, 1969. p. 94) prevê o
seguinte: “O Ministério Público e o réu poderão opor embargos de nulidade,
infringentes do julgado e de declaração, às sentenças finais proferidas pelo Superior
Tribunal Militar.”

Portanto, a única exceção onde o Ministério Público poderia se valer também


deste recurso. E, também, destacando que se tratando do plenário do STF, ao invés de
01 (um) voto divergente, neste caso em específico, seriam 04 (quatro) votos divergentes
para que os Embargos infringentes sejam utilizados. Seu efeito é devolutivo, salientando
que pode haver efeito regressivo apenas se for à mesma câmara ou turma, pois podem
voltar atrás em seu voto.

2.6-Correição parcial

A Correição parcial visa uma providência administrativo-judiciária, ela tem uma


aplicação bastante estreita e é usada em específico contra despachos do juiz que
importem a inversão tumultuária do processo, porém, sempre que não houver recurso
específico previsto em lei.

Dependendo do Estado, cada tribunal tem sua legislação interna que prevê esse
recurso. No Estado de São Paulo, a Correição parcial foi criada pelo Decreto-Lei
Estadual n.14.234/44, um tempo depois, através da Lei Estadual n.8.040/63 se
estabeleceu que o prazo para interpor esse recurso seria de cinco dias, e que o modo de
processamento seria o mesmo do agravo de instrumento. Já o Decreto-Lei
Complementar nº 3, de 27 de agosto de 1969 - Código Judiciário do Estado de São
Paulo, em seu artigo 94 dispôs: “Observar-se-á, no processo de correição parcial, o rito do
agravo do instrumento, ouvido o Ministério Público” (BRASIL, 1966, p.37). Em âmbito federal
encontra-se previsto na Lei 5.010/66.

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O seu procedimento segue o mesmo do agravo de instrumento do processo civil,
no qual o com as novas regras trazidas pela Lei n. 13.105/2015 prazo da correição não
pode ser mais de cinco dias, mas o de quinze dias. Nesse sentido:

(i) o prazo de interposição será de quinze dias, a contar da ciência do


despacho impugnado; (ii) a petição será dirigida diretamente ao tribunal
competente, contendo a exposição do fato e do direito e as razões do pedido
de reforma da decisão; (iii) obrigatoriamente deverão integrar o instrumento
cópia da decisão recorrida, da certidão da respectiva intimação e outras peças
que o corrigente entender úteis; (iv) recebida e distribuída a correição, o
relator poderá requisitar informações do juiz, que as prestará no prazo de dez
dias, podendo ser atribuído efeito suspensivo ao recurso; (v) o corrigido será
intimado para apresentar as suas contrarrazões em dez dias; (vi) em seguida,
manifesta-se o Ministério Público, salvo quando este for o próprio corrigente,
e os autos irão para julgamento, a menos que o juiz comunicar que reformou
a decisão; (vii) a correição parcial, em regra, não terá efeito suspensivo.
Corrigente é o recorrente; corrigido é o recorrido. (CAPEZ, 2022, p.574).

O réu, o Ministério Público, o querelante e o assistente da acusação têm a


legitimidade de interpor esse recurso, que vem com o objetivo de corrigir o erro
cometido pelo juiz em ato processual que provoque essa inversão tumultuária no
processo. Sua interposição não é adequada a correição quando for impugnar “error in
judicando”, isso é, quando o seu objeto versar sobre decisão que envolva matéria de
mérito.

2.7-Recurso Ordinário Constitucional

O Recurso Ordinário Constitucional é utilizado quando se houver uma decisão


denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, sempre que proferida em
segunda instância ou por Tribunal Superior.

No Supremo Tribunal Federal ele será cabível em dois casos: o primeiro será
quando as decisões dos Tribunais Superiores que julgar em única instância o mandado
de segurança, o habeas data, o habeas data e o mandato de injunção, desde que sejam
denegatórias, como previsto no art.102, II, “a” da CF. Já o segundo caso ocorre quando
houver decisões que são referentes aos crimes políticos, que está previsto na Lei de
Segurança Nacional, encontrado no art.102, II, “b” da CF. Nessa hipótese o recurso
recebe o nome de Recurso Criminal Ordinário Constitucional.

No Supremo Tribunal de Justiça esse recurso será cabível em três casos: o


primeiro caso é quando se tiver decisões denegatórias de habeas corpus proferidas em
única ou última instância; a segunda será nas decisões denegatórias de mandado de
segurança, sendo nesses dois casos, quando proferidas em única ou última instância,
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pelo Tribunal Regional Federal, ou pelos Tribunais dos Estados ou do Distrito Federal;
o terceiro caso será em decisões proferidas que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional de um lado, e, do outro, município ou pessoa residente ou
domiciliada no país. Esses casos estão previstos no art. 105, II, “a, b, c’.

Sua interposição realiza-se da seguinte maneira:

É interposto por meio de petição dirigida ao presidente do tribunal recorrido,


dentro do prazo de cinco dias, no caso de denegação do habeas corpus (art.
30 da Lei n. 8.038/90), ou quinze, no caso do mandado de segurança (art. 33),
com as razões do pedido de reforma. Em seguida, os autos vão com vista ao
Ministério Público, para parecer em dois dias, no caso do habeas corpus (art.
31), ou cinco dias, no caso do mandado de segurança (art. 35). Os autos são
distribuídos ao relator, que marcará data para o julgamento. (CAPEZ, 2022,
p.615)

Deve-se observar com atenção se todos os pontos específicos para a sua


produção estão corretos, ou seja, se está dirigido ao tribunal competente, se estão
preenchidos todos os requisitos para que seja admitido, se os fundamentos apresentados
estão embasando a decisão recorrida, se foi exposto corretamente o pedido para a
reforma do acórdão ou sua nulidade, entre outros.

2.8-Recurso Extraordinário

O recurso extraordinário é destinado a devolver ao STF a competência para


conhecer e julgar questão federal de natureza constitucional, no qual pode ser suscitada
e decidida em qualquer tribunal do país. Sendo assim, ele vai ser interposto perante o
STF nas decisões judiciais quando não couber mais o recurso ordinário. Ele tem como
finalidade primordial à correção de equívocos que ocorrem em julgamentos de causas
judiciais por órgãos de instância inferior, prezando garantir a autoridade e a unidade da
Constituição Federal em todo o território brasileiro.

Para que seja conhecido o recurso extraordinário, afigura-se indispensável o


concurso de outras circunstâncias, os chamados pressupostos específicos do recurso
extraordinário, são eles: quando a causa for decidida em última instância; o
prequestionamento; a Questão federal de natureza constitucional; julgar válida lei local
contestada em face de lei federal; e as Súmulas 283, 284 e 279 do STF.

O recurso extraordinário possui capacidade postulatória, mas é necessário que


estejam presentes os requisitos de admissibilidade, pode a parte sucumbente (MP, o

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querelante, a defesa e o assistente de acusação) realizar a interposição do recurso
extraordinário.

Sobre sua interposição seguirá os termos elencados nos arts.1.029 a 1.042 do


CPC, nesse sentido:

Nos termos dos arts. 1.029 a 1.042 do CPC, o recurso extraordinário e o


recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido,
em petições distintas que conterão: I – a exposição do fato e do direito; II – a
demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as razões do pedido
de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. (CAPEZ, 2022, p.605).

Esses três requisitos deverão ser seguidos à risca para que nesse parâmetro o
recurso seja admitido. Já quando estabelecer-se através de dissídio jurisprudencial
seguirá da seguinte forma:

Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a


prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que
houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de
julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias
que identificam ou assemelham os casos confrontados. (CAPEZ, 2022,
p.606).

Caso seja negado o seu seguimento caberá o Agravo Interno, encontrado no


artigo 1.021 do NCPC.

2.9-Recurso Especial

O recurso especial é aquele no qual está destinado a devolver ao STJ a


competência de conhecer e julgar questões federais que contenham natureza
infraconstitucional, quando suscitada e decidida perante os Tribunais Regionais
Federais ou Tribunais do Estado e do Distrito Federal.

Até a promulgação da CF/88 o STF, por meio do recurso extraordinário, tinha a


nobre tarefa de assegurar à legislação federal infraconstitucional a autoridade e a
unidade de aplicação em todo o território nacional, quando está em confronto com a
legislação local, estadual ou municipal. Com o excesso de demandas judiciais que
estavam sobrecarregando os ministros do STF, o que tornava inviável o desempenho
satisfatório do ofício jurisdicional, assim, atendendo os pedidos dos profissionais, o
legislador constituinte veio a criar o Supremo Tribunal de Justiça concedendo ampla

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competência para julgar esse recurso, como descrito no artigo 105, inciso III, alíneas
“a”, “b” e “c” da Constituição Federal.

Para que seja conhecido pelo STJ, deve se seguir algumas condições específicas
para que haja a admissibilidade desse recurso, são os chamados pressupostos específicos
do recurso especial. Nesse mesmo sentido:

(i) Causa decidida em única ou última instância: dada a semelhança guardada


pelo recurso especial com o recurso extraordinário, pelas razões já expostas,
e a fim de evitar desnecessárias repetições, anote-se, quanto a esse
pressuposto, o que foi dito sobre o recurso extraordinário. Há, todavia, uma
importante diferença: enquanto a Carta Constitucional, ao disciplinar o
recurso extraordinário, não restringe, quanto à origem das decisões
recorridas, o seu cabimento, o mesmo texto, no art. 105, III, considera
passíveis de impugnação mediante recurso especial somente aquelas
emanadas dos Tribunais Regionais Federais, dos tribunais dos Estados e do
Distrito Federal. (ii) Prequestionamento: o STJ não tem admitido recurso
especial contra acórdão tomado por maioria de votos, contra o qual não se
ofereceram embargos infringentes: (iii) Questão federal de natureza
infraconstitucional: para que o recurso especial seja conhecido, afigura-se
indispensável que a causa decidida em única ou última instância suscite
questão federal de natureza infraconstitucional. A própria Constituição
Federal, no art. 105, III, cuida de arrolar as questões que ensejam o
julgamento do recurso em tela. São as hipóteses de cabimento do recurso
especial: – “Alínea a contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
vigência;”: são duas as hipóteses de cabimento previstas nesta alínea. A
primeira, quando a decisão impugnada, prolatada por um daqueles tribunais
acima mencionados (item “i”), contrariar tratado ou lei federal; a segunda,
quando negar vigência ao tratado ou à lei federal [...]. “Alínea b julgar válido
ato de governo local contestado em face de lei federal;” (cf. redação da alínea
b do inciso III do art. 105): aqui também possui perfeita aplicação o que se
disse anteriormente levando-se em conta, apenas, que o cabimento do recurso
especial exige que a decisão recorrida considere válido ato de governo local
que haja sido impugnado de ilegalidade, não de inconstitucionalidade,
quando, então, o recurso adequado será o extraordinário. – “Alínea c der a lei
federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”: sob
esse fundamento, o recurso especial possui clara função de instrumento
constitucional de uniformização da interpretação e da aplicação da lei federal.
(CAPEZ, 2022, p.613 e 614).

Esses requisitos são comuns com o de outros recursos, porém importantíssimos


para que o recurso esteja regularizado e possa ser nos autos. Através de cada ponto Vale
lembrar que, para que seja cabível Recurso Especial, a lei exige que o recorrente tenha
se insurgido previamente em face da lesão à lei federal suscitada no recurso, ainda que o
faça embargos de declaração.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante o exposto, podemos perceber que o recurso tem como finalidade reverter
uma decisão desfavorável e que, sem sua existência, voltaríamos a viver sobre um

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tempo em que a decisão era soberana e, portanto, iria ferir um princípio muito
importante: do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF).

Além disso, é preciso encontrar o recurso correto para que a decisão seja
reexaminada. Portanto, as espécies têm suas exceções, prazos, competência e
especificações diferentes uma da outra, com isso, devem ser estudadas com cuidado,
pois, caso seja utilizado de forma errônea, não será considerado.

Podemos perceber também que cada recurso tem seus efeitos, sendo ele
devolutivo, no caso, esse todo recurso possui, em que, tudo o que estiver presente no
recurso será devolvido ao tribunal e, em alguns casos, como Recurso em Sentido Estrito
(RESE), Agravo em Execução e Carta Testemunhável, também apresentam o efeito
suspensivo onde a decisão não produz efeitos enquanto o recurso não for julgado.

Para que possa se julgar o mérito desses recursos é necessário que seja feito o
juízo de admissibilidade, ou seja, a verificação feita pelo juízo a quo que comprovaram
que o recurso está de acordo com os pressupostos para sua admissibilidade,
pressupostos que se assemelham aos do Processo Civil, mas sendo agrupados de
maneiras diferentes.

Sendo assim, através do presente estudo, concluímos a importância dos recursos,


que vem como meio de intercessão feita pela parte para que seja reexaminado a decisão
proferida. Também o modo e o momento que cada um desses recurso será interposto, os
requisitos para que admitidos eles possam ser bem como as exceções que cada um
possui e os efeitos que cada um deles apresenta, os recursos são de grande importância
no meio processual, sem eles a parte não conseguiria interceder por um reexame ao qual
não concorde com a decisão proferida pelo juízo.

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