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Turma: ONL024R9-POGFI0112
1. Introdução
Este relatório tem o objetivo de analisar as demonstrações contábeis da empresa Magazine Luiza dos
exercícios de 2019 e 2020, realizando e interpretando índices e indicadores econômicos-financeiros
que sirvam de base para conhecimento, análise e organização estratégica da diretoria.
A Magazine Luiza, fundado na década de 50 em Franca, interior de São Paulo, passou por diferentes
ciclos de desenvolvimento, desde a gestão de Luiza Helena Trajano até Frederico Trajano. Esses ciclos
incluíram expansão nacional, entrada em novos mercados, transformação digital e agora focam em
posicionar a Magalu como uma plataforma digital de varejo. Cinco pilares sustentam essa nova fase:
novas categorias, Superapp, entrega mais rápida, Magalu ao seu Serviço e Fintech. Com cerca de
39.000 colaboradores e parcerias estratégicas, a Magalu alcançou um crescimento exponencial,
combinando vendas online e offline. Mantendo suas raízes de proximidade com o cliente e inovação, a
Magalu se destaca também por sua representatividade feminina no Conselho de Administração. Sua
missão histórica de inclusão se manifesta agora na digitalização, visando transformar positivamente o
cenário empresarial brasileiro, especialmente para as pequenas empresas. A Magalu se posiciona
como um ecossistema digital fundamental para a digitalização do Brasil.
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2. Análise horizontal
Balanço Patrimonial
exercício 31/12/2020 31/12/2019 AH (%) 2020 AH (%) 2019
Com base na análise horizontal, a Magazine Luiza apresenta um aumento de 608,84% do seu Caixa, o
que pode ser arriscado, pois não é interessante para a companhia deixar o seu dinheiro parado na
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conta corrente. Ao mesmo tempo, uma queda de 72,56% nas aplicações financeiras, o que pode
demonstrar uma possível movimentação de encerramento de exercício, como o resgate de um título,
por exemplo.
O Estoque da Magazine Luiza teve um aumento de 55,56% em 2020, que reflete diretamente no
também aumento de Fornecedores de 41,86%.
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3. Análise vertical
Balanço Patrimonial
exercício 31/12/2020 31/12/2019 AV (%) 2020 AV (%) 2019
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Com base na análise vertical, a Magazine Luiza demonstra um bom resultado referente ao seu Ativo
Circulante, pois em média de 65% dos seus recursos estão concentrados no curto prazo, tanto para
2019 quanto para 2020.
O mesmo vale para o seu Passivo Circulante, que demonstrava a concentração das suas dívidas de
curto prazo representadas por 38,70% em 2019, e 51,63% em 2020. A concentração das dívidas no
curto prazo é importante, pois a possível incidência de juros dentro desse período é sempre menor do
que para as dívidas de longo prazo – malefícios, estes, que impactam até a apuração de resultado da
da companhia (lucro e/ou prejuízo).
O Indicador de Liquidez Imediata mede, no curto prazo, a gestão de fluxo de caixa da compania e,
quanto mais próximo de zero for o seu resultado, ou seja - menos recursos em caixa - melhor. Nesta
análise, observamos uma piora na gestão de fluxo de caixa da Magazine Luiza em 2020, por manter
mais recursos em tesouraria (Índice 0,03 em 2019 e 0,11 em 2020). Entretanto, apesar da queda do
índice de liquidez, a empresa representa, ainda, uma gestão de caixa eficiente, concentrando
majoritariamente o seu capital em aplicações financeiras, clientes e estoque em relação a tesouraria.
O Indicador de Liquidez Corrente, que apura o endividamento de curto prazo, apresenta uma queda
em 2020. Para cada real de dívida de curto prazo em 2019, a Magazine Luiza apresenta R$1,00 mais
R$0,69 de capital de giro. Em 2020, a Magazine Luiza apresenta R$1,00 mais R$0,29 de capital de giro.
Mesmo com uma queda do índice, a compania apresenta capital de giro suficiente para honrar todo o
seu endividamento de curto prazo, revelando-se assim com capacidade de solvência.
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O Indicador de Liquidez Seca é responsável pela avaliação do estoque no comprometimento com a
liquidez da compania, ou seja, o grau de dependência de estoque. A Magazine Luiza apresentou o
GDE de 28,87% e 36,89% em 2019 e 2020, respectivamente, demonstrando um resultado elevado de
dependência de estoque para uma empresa varejista em relação a liquidez apurada nos exercícios.
Quanto ao Indicador de Liquidez Geral, para cada real de dívidas de curto e longo prazo da compania
em 2019, a Magazine Luiza apresenta R$1,00 mais R$0,24 de recrusos totais. Em 2020, a Magazine
Luiza apresenta R$1,00 mais R$0,09 de recursos totais. Mesmo em queda, foi possível analisar com
base nos indicadores anteriores, que a Magazine Luiza possui capacidade de solvência. A entidade
concetra as suas dívidas no curto prazo, o que é farovável, considerando que as taxas de juros, quando
aplicadas para dívidas de curto prazo, são menores do que as dívidas de longo prazo.
O Índice de Composição de Dívida demonstra a representação das dívidas de curto prazo em relação
as dívidas totais, e o aumento deste indicador para a Magazine Luiza em 2020 é positivo, pois apenas
23,11% das suas obirgações estão alocadas no longo prazo. Como comentado no Indicador de
Liquidez Geral, é inteligente para a compania alocar as suas dívidas no curto prazo, uma vez que
considerando que as taxas de juros, quando aplicadas para dívidas de curto prazo, são menores do
que as dívidas de longo prazo.
Quanto ao Grau de Imobilização do Capital Próprio, é possível analisar que para cada R$1,00 do
capital próprio, foram investidos R$0,60 no ativo permanente em 2019, e para cada R$1,00 do capital
próprio em 2020, foram investidos R$0,81 no ativo permanente. O aumento dos ativos permanentes
geram custos fixos para a entidade, uma vez que será necessário a apuração de depreciações,
manutenções, seguros, entre outros.
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O aumento deste indicador não é interessante para a Magazine Luiza em 2020, pois quanto maior ele
é, maior será a busca por capital de terceiros para a compania as suas operações, e como visto no
Indicador de Endividamento Geral, a entidade já possui bastante dependência de capital de terceiros
neste momento.
O Índice do Grau de Imobilização dos Recursos Não Correntes indica a proporção de Recursos Não
Correntes que financiam o Ativo Imobilizado. Mesmo com um aumento de 11% na comparação dos
períodos acima, totalizando 55% de imobilização de recursos não correntes em 2020, a Magazine
Luiza possui recursos suficientes para financiar os seus ativos fixos.
Os passivos onerosos são aqueles que incidem juros e despesas financeiras, que refletem diretamente
a apuração do lucro da entidade naquele período. Houve um aumento em 2020, totalizando 7,55%.
Este índice deve ser trabalhado para ser cada vez menor, ainda mais depois de uma quedra de 57,51%
na apuração do lucro líquido do exercício, em comparação com o período anterior, visto na análise
horizontal anteriormente apresentada neste relatório.
5. Cálculo da lucratividade
Lucratividade 2020 2019
Margem Bruta 24,72% 27,19%
Margem Operacional 1,45% 6,57%
Margem Líquida 1,50% 4,99%
Giro do Ativo (Indicador) 1,17 0,99
Como visto na análise horizontal, houve um aumento nas receitas líquidas da Magazine Luiza de
41,31% de 2019 para 2020. Entretanto, o Índice de Margem Bruta está associado a obtenção de lucro
por cada unidade vendida. Em 2020, existe uma queda no valor deste índice em 2,47%, totalizando
24,72% em 2020. Dessa forma, é possível afirmar que a Margem Bruta não se mantém positiva mesmo
com o aumento expressivo de vendas no exercício.
Como visto na análise horizontal, houve uma queda de 68,78% no resultado antes dos tributos sobre o
lucro. O aumento dessas despesas operacionais impactam diretamente na redução do Índice de
Margem Operacional da Magazine Luiza, que caiu de 6,57% em 2019 para 1,45% em 2020.
Relacionada diretamente com o Lucro Líquido da compania, que sofreu uma quedra de 57,51% em
2020, o Índice de Margem Líquida da Magazine Luiza reduz de 4,99% em 2019 para 1,50% em 2020.
Tendo como princípio a expectativa de que o ativo irá gerar riqueza para a compania, este indicador
demonstra de fato a sua eficácia. O Índice de Giro do Ativo em 2019 de 0,99 significa que a empresa
produziu R$0,99 para cada R$1,00 de ativos possuídos por ela nesse exercício. O aumento deste índice
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em 1,17 em 2020 permite concluir que, neste exercício, a Magazine Luiza gerou mais renda sobre os
seus ativos.
6. Cálculo da rentabilidade
Rentabilidade 2020 2019
Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) 5,35% 12,19%
Retorno dos Investimentos (ROI) 1,76% 4,95%
Payback 57 anos 20 anos
O retorno auferido pelo capital próprio da Magazine Luiza para os seus sócios e investidores caiu de
12,19% em 2019 para 5,35% em 2020. De um ponto de vista conservador, o sócio saiu no prejuízo
caso houvesse aportado o seu capital no Título do Tesouro Prefixado, por exemplo, que possui o
rendimento anual de 9,86%.
O retorno auferido pelos investimentos da Magazine Luiza em 2019, pelo cálculo do Payback, pode ser
recuperado em 20 anos. Entretanto, a diminuição dos demais índices como os de Lucratividade
apresentados neste estudo em 2020, interfere diretamente na queda do ROI, de 4,95% em 2019 para
1,76% em 2020, aumentando o cálculo do Payback para 57 anos em 2020, resultado desfavorável para
a entidade no ponto de vista de retorno sobre os investimentos.
Dentre diversas ações emergenciais e atípicas que a Diretoria da compania precisou tomar para
enfrentar o cenário de uma pandemia, que impactam também diretamente algumas linhas analisadas
neste relatório, a Magazine Luiza soube usufruir do aumento significativo de padrão de
comportamento referente a vendas online dentro deste período, comprovado no aumento das suas
receitas em 2020, mesmo com todas as lojas físicas fechadas.
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Do ponto de vista contábil propriamente dito, o resultado da compania não foi positivo em 2020, se
comparado com 2019. Entretanto, a Magazine Luiza demonstrou, ainda assim, fortes índices de
liquidez, capacidade de solvência e uma forte estrutura de capital, e seus índices negativos dentro
deste exercício não são capazes de dizer, com coerência, que foi realizada uma má gestão. Pelo
contrário: dentro de um cenário mundialmente desfavorável, a empresa conseguiu se mantém sólida.
Referências bibliográficas
Quem Somos. MAGAZINE LUIZA. 2024. Disponível na URL
https://ri.magazineluiza.com.br/ShowCanal/QuemSomos?
=urUqu4hANldyCLgMRgOsTw==&linguagem=pt==. Acesso em 18/03/2024.
LIMEIRA, André Luiz Fernandes, conteúdo Análise das Demonstrações Contábeis. Eclass. Disponível em
https://ls.cursos.fgv.br/d2l/le/622028/discussions/posts/5961759/ViewAttachment?fileId=6185885.
Acesso em 27/03/2024.