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DOENÇAS DE IMPORTÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA
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1
SUMÁRIO
03 INTRODUÇÃO

04 HANSENÍASE

06 SARAMPO

10 RUBÉOLA E SÍNDROME
DA RUBÉOLA CONGÊNITA

12 POLIOMIELITE

17 MENINGITE

23 DIFTERIA

27 COQUELUCHE

31 INFLUENZA (GRIPE)

37 REFERÊNCIAS

2
INTRODUÇÃO
A Divisão de Vigilância das Doenças Transmissíveis é responsável por planejar, progra-
mar, coordenar e cumprir as ações de vigilância epidemiológica das doenças agudas
imunopreviníveis de notificação compulsória, além da Hanseníase e outras, sempre que
necessário. Tem ainda como atribuições monitorar e traçar o perfil epidemiológico dessas
doenças, elaborar, atualizar e adaptar normas e rotinas, bem como, procedimentos que
disciplinem as relações intra e inter-setoriais inerentes aos programas e ações no âmbito
da Vigilância Epidemiológica que compete a esta divisão.

Hanseníase;

Sarampo;

Rubéola e síndrome
da rubéola congênita;

Poliomielite;

Meningite;

Difteria;

Coqueluche;

Influenza (Gripe);

03
HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que
pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da
sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços,
pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o
elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências.

SINTOMAS
Os nervos periféricos vão sendo afetados lentamente, por isso é preciso atenção a si
mesmo para notar as alterações desde o início. Pode levar anos para os sintomas se
tornarem evidentes:

» Manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao


calor, dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber);

» Formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou dormência nos braços e pernas;

» Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar objetos, segurar chinelos nos
pés;

» Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e


mãos;

» Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente
nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;

» Coceira ou irritação nos olhos;

» Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

04
TRATAMENTO
São comprimidos, distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde, que devem ser
tomados diariamente. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas
e irreversíveis! O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne
incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, melhor.

DIAGNÓSTICO
A baciloscopia é um exame auxiliar e pode ser positiva ou negativa, dependendo da
fase da doença, por isso seu resultado negativo não afasta o diagnóstico, que se baseia
principalmente em sintomas clínicos e epidemiologia.

TRANSMISSÃO
Através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas
e em fases mais adiantadas da doença. Com o início do tratamento, a transmissão é
interrompida. A maioria das pessoas têm resistência à bactéria - a cada dez, apenas
uma adoece. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se
instale, por isso todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. O
contato com a pele ou objetos não transmite a doença.

CURIOSIDADES
Em 2019 o Brasil registrou 27.864 novos casos de hanseníase. É o primeiro no mundo em
incidência (quantidade de doentes em relação ao número de pessoas) e segundo em
número de casos, depois da Índia.

Fonte: Organização Mundial de Saúde, 2019

Importante: Quanto mais cedo for o diagnóstico da hanseníase melhor, porque o


tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne as sequelas. É muito
importante procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar essas
informações para que todos saibam se cuidar.

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SARAMPO
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua
transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras
pessoas. A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina.

CAUSA
A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar
ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para
90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas
vermelhas pelo corpo.

SINTOMAS
Os principais sintomas do sarampo são:

» Febre acompanhada de tosse;

» Irritação nos olhos;

» Nariz escorrendo ou entupido;

» Mal-estar intenso.

Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas


vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o
aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar
gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.

06
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para
reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Não faça uso de nenhum
medicamento sem orientação médica e procure o serviço de saúde mais próximo, caso
apresente os sintomas descritos acima.

DIAGNÓSTICO
O método laboratorial mais comum para confirmar o sarampo é a detecção de anticorpos
IgM específicos para o vírus do sarampo em uma amostra de sangue (sensibilidade 83 a
89%; especificidade 95 a 99%).

VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO


» Dose zero: Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as
crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas (dose extra).

» Primeira dose: Crianças que completarem 12 meses (1 ano).

» Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.

ADULTO DEVE SE VACINAR


CONTRA O SARAMPO?
Tomou apenas uma dose até os 29 anos de
idade:

» Se você tem entre 1 e 29 anos e recebeu


apenas uma dose, recomenda-se completar
o esquema vacinal com a segunda dose da
vacina.

» Quem comprova as duas doses da vacina do


sarampo, não precisa se vacinar novamente.

Não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão ou


não se lembra?

» De 1 a 29 anos - São necessárias duas doses.

» De 30 a 59 anos - Apenas uma dose.

07
Quais são as vacinas que protegem do sarampo?

A profilaxia (prevenção) do sarampo está disponível em apresentações diferentes.


Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina
adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

OS TIPOS DE VACINAS

Dupla viral: Protege


do vírus do sarampo
Tríplice viral: Protege Tetra viral: Protege
e da rubéola. Pode
do vírus do sarampo, do vírus do sarampo,
ser utilizada para o
caxumba e rubéola. caxumba, rubéola e
bloqueio vacinal em
varicela (catapora).
situação de surto.

PREVENÇÃO
O sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Os critérios de
indicação da vacina são revisados periodicamente pelo Ministério da
Saúde e levam em conta: Características clínicas da doença, Idade, Ter
adoecido por sarampo durante a vida, Ocorrência de surtos e além de
outros aspectos epidemiológicos.

CONTRAINDICAÇÃO
Gestantes

A vacina é contraindicada durante a gestação pois são produzidas com o vírus do


sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher,
o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver
a doença ou complicações.

O recomendado pelo Ministério da Saúde é que a mulher que faça planos de engravidar
tome todas as doses da vacina antes, podendo esta ser a tríplice ou a tetra viral, e
mantenha toda a rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação atualizada, para
se proteger e proteger o bebê.

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COMPLICAÇÕES DO SARAMPO
O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar o
óbito. A vacina é a única maneira de evitar que isso aconteça. Algumas das complicações
podem ocorrer em determinadas fases da vida:

Crianças

Pneumonia: Cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo


pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por
sarampo em crianças pequenas;

Otite média aguda (infecções de ouvido): Ocorre em cerca de


1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva
permanente;

Encefalite aguda: Em cada 1.000 crianças podem desenvolver


essa complicação e 10% destas podem morrer;

Morte: 1 a 3 a cada 1.000 crianças doentes podem morrer em decorrência de complicações


da doença.

Adultos

Pneumonia

Gestantes

» Mulher em idade fértil (10 a 49 anos) não vacinada antes da


gravidez pode apresentar parto prematuro e o bebê pode nascer
com baixo peso;

» É importante se vacinar antes da gestação, pois a vacina é


contraindicada durante a gestação.

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RUBÉOLA E
SÍNDROME
DA RUBÉOLA CONGÊNITA
A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus
do gênero Rubi vírus, da família Togaviridaarte. A doença também é conhecida como
“Sarampo Alemão”.

No campo das doenças infectocontagiosas, a importância epidemiológica da Rubéola


está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o
feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação.

A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como
aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações
congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
Distribuição universal, com maior frequência no final do inverno e início da primavera.
Observa-se a ocorrência de epidemias cíclicas, a depender da existência de suscetíveis.
Nas populações não imunizadas, a rubéola pós-natal ocorre com frequência em crianças
de 5 a 9 anos, sendo uma doença benigna e com baixa letalidade, atingindo também
adolescentes e adultos.

SINTOMAS
Os sintomas principais sintomas da rubéola são:

» Febre baixa;
» Linfadenopatia retro auricular, occipital e cervical;
» Exantema maculopapular.

Esses sinais e sintomas da rubéola acontecem independente da idade ou situação vacinal


da pessoa.

O período de incubação médio do vírus, ou seja, tempo em que os primeiros sinais levam
para se manifestar desde a infecção, é de 17 dias, variando de 14 a 21 dias, conforme cada
caso.

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TRATAMENTO
» Aconselhamento;

» Possível imunoglobulina para a mãe.

Não há tratamento específico disponível para a infecção, seja materna, seja congênita.
Mulheres expostas a rubéola em fase precoce da gestação devem ser informadas sobre
o risco potencial para o feto.

Alguns especialistas recomendam a administração de imunoglobulina inespecífica (0,55


mL/kg IM) no caso de exposição precoce na gestação, mas esse tratamento não previne
a infecção, e o uso de imunoglobulina deve ser considerado apenas para mulheres que se
recusam a interromper a gestação.

DIAGNÓSTICO
Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede
pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos, como titulação de
anticorpos IgM e IgG para rubéola.

Existem muitas doenças que se manifestam semelhantes à rubéola. As mais importantes


são: Sarampo, Exantema Súbito (Roséola Infantum), Dengue, Enteroviroses, Eritema
Infeccioso (Parvovírus B19) e Ricketioses.

Na situação atual de eliminação da rubéola, identificar precocemente um caso suspeito


e realizar as ações de vigilância de forma adequada com uma correta investigação
epidemiológica, a realização do diagnóstico diferencial é muito importante para classificar
adequadamente qualquer caso suspeito.

COMO É TRANSMITIDA
» A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa a pessoa, por meio das
secreções nasofaringes expelida pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar.

» O período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do exantema,


que é uma erupção cutânea.

» A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema.

PREVENÇÃO
• A prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. A vacina está
disponível nos postos de saúde para crianças a partir de 12 meses de idade.

• A vacina tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba) foi implantada


gradativamente entre os anos de 1992 até o ano 2000.

• A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, que se mantém até


a presente data.

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POLIOMIELITE

Poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que
pode infectar crianças e adultos e em casos graves pode acarretar paralisia nos membros
inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de
cinco anos devem ser vacinadas.

A Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa


aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato
direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar
ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os
membros inferiores são os mais atingidos.

A doença permanece endêmica


em três países: Afeganistão,
Nigéria e Paquistão, com registro
de 12 casos. Nenhum confirmado
nas Américas. Como resultado
da intensificação da vacinação,
no Brasil não há circulação
de poliovírus selvagem (da
poliomielite) desde 1990.

Curiosidade: Poliomielite e paralisia


infantil são a mesma coisa. A
vacinação é a única forma de
prevenção. Todas as crianças
menores de cinco anos devem ser
vacinadas conforme esquema
de vacinação de rotina e na
campanha nacional anual. Cuide
da saúde do(a) seu(sua) filho(a).

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CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade
de Souza/PB. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na
realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio
(VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na
população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um
curto espaço de tempo.

Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há


circulação endêmica do poliovírus selvagem (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). Com
isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da
doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.

O primeiro surto causado por um vírus derivado vacinal (PVDV) foi detectado na Ilha de
Hispaniola (que pertence ao Haiti e à República Dominicana), em 2000/2001. Esse surto
teve grande importância no processo de erradicação da Poliomielite, quando foram
registrados 21 casos (50% na faixa etária de 1 a 4 anos).

CAUSAS E SEQUELAS
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária
constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite.

As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro


pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as
principais sequelas da poliomielite são:

» Problemas e dores nas articulações;

» Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o
calcanhar não encosta no chão;

» Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se
para um lado, causando escoliose;

» Osteoporose;

» Paralisia de uma das pernas;

» Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções


na boca e na garganta;

» Dificuldade de falar;

» Atrofia muscular;

» Hipersensibilidade ao toque.

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As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de
exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na
postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas.
Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e
das articulações.

SINTOMAS
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência
de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar
paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e
não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

Os sintomas mais frequentes são:

» Febre;

» Mal-estar;

» Dor de cabeça;

» Dor de garganta e no corpo;

» Vômitos;

» Diarreia;

» Constipação (prisão de ventre);

» Espasmos;

» Rigidez na nuca;

» Meningite.

Na forma paralítica ocorre:

» Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre.

» Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência


os inferiores;

» Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;

» Sensibilidade conservada;

» Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.

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TRATAMENTO
Não existe tratamento específico da poliomielite, todas as vítimas de contágio devem ser
hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico do
paciente.

DIAGNÓSTICO
Pode ser realizado por:

» Isolamento do vírus - a partir de amostras de fezes do caso ou de seus contatos. As


fezes são tratadas e inoculadas em cultura de células.

» O método de PCR (Polymerase Chain Reaction), introduzido no Brasil na década de 90


Permite a amplificação da sequência alvo do genoma viral, em pelo menos cem mil
vezes em poucas horas, aumentando consideravelmente a sensibilidade do diagnostico
viral, permitindo a identificação do tipo e origem do vírus isolado. O sequenciamento
dos nucleotídeos identifica a quantidade das mutações e recombinação do vírus
derivado vacinal. Para ser considerado derivado vacinal este vírus precisa apresentar
mutações em > ou = a 1% podendo adquirir neuro virulência provocando, portanto,
doença. A sorologia deixou de ser feita no Brasil em virtude da grande quantidade de
vacina anti-polio oral (VOP) administrada no país, que levou a maioria da população
a apresentar altos títulos de Ac, para os três tipos de poliovirus, dificultando assim a
interpretação dos resultados.

» Exames inespecíficos.

PREVENÇÃO
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças
menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de
vacinação de rotina e na campanha nacional anual.

Na rotina, a vacina está disponível para crianças até 4 (quatro) anos 11 meses e
29 dias.

Administrar o primeiro reforço aos 15 meses e o segundo aos 4 (quatro) anos


de idade. Administrar o primeiro reforço com intervalo mínimo de 6 (seis) meses
após a última dose do esquema primário (três doses) de VIP (vacina inativada
poliomielite).

Administrar o segundo reforço com intervalo mínimo de 6 (seis) meses após o


primeiro reforço.

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CRITÉRIOS PARA COLETA DE AMOSTRAS DE CONTATOS
Coleta de comunicantes de caso com clínica compatível de poliomielite; quando houver
suspeita de reintrodução da circulação do poliovirus selvagem (devido a viagens ou
visitas relacionadas a áreas endêmicas). Contato de casos em que haja confirmação do
vírus vacinal derivado (mutante). Observar que os contatos não são necessariamente
extradomiciliares, embora quando presentes devem ser priorizados para coleta de
amostras de fezes, e que os mesmos não devem ter recebido a vacina oral contra pólio
(VOP) nos últimos 30 dias. Toda e qualquer coleta de comunicantes deverá ser discutida
previamente com o nível nacional.

POLIOMIELITE ATINGE TAMBÉM OS ADULTOS?

Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer
em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas
preventivas, como:

LAVAR SEMPRE TER CUIDADO COM


BEBER ÁGUA
BEM AS MÃOS O PREPARO DOS
TRATADA
ALIMENTOS

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MENINGITE

É uma doença atinge o sistema nervoso, caracterizada por um processo inflamatório


que atinge a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal das pessoas. Mais
frequentemente é ocasionada por vírus ou bactéria. É importante pela severidade de
alguns casos que podem evoluir a óbito ou a um dano no cérebro mais grave deixando
sequelas. O tipo de tratamento depende do agente que causa a doença: vírus, bactéria,
fungos, parasitos, outros. Nas meningites bacterianas é importante conhecer o tipo de
bactéria envolvida de forma a possibilitar o tratamento correto. Para isso é necessário
realizar exames para confirmar a meningite.

CAUSAS
Existem muitos tipos de bactérias que podem causar meningite.
As principais causas no Brasil são:

» Neisseria meningitidis (meningococo);

» Streptococcus pneumoniae (pneumococo);

» Haemophilus influenzae;

» Mycobacterium tuberculosis;

» Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B;

» Listeria monocytogenes;

» Escherichia coli;

» Treponema pallidum;

» Entre outras.

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As causas mais comuns de meningite bacteriana variam de acordo com o grupo etário:

Adolescentes e
Recém-nascidos Bebês e crianças Idosos
adultos jovens

- Streptococcus - Streptococcus - Neisseria - Streptococcus


do grupo B pneumoniae meningitidis pneumoniae
- Streptococcus - Neisseria - Streptococcus - Neisseria
pneumoniae meningitidis pneumoniae meningitidis
- Listeria - Haemophilus - Haemophilus
monocytogenes influenzae influenzae
- Escherichia coli - Streptococcus - Streptococcus
do grupo B do grupo B
- Listeria
monocytogenes

RESERVATÓRIO
O bacilo é encontrado no trato intestinal dos animais, especialmente do homem e do
cavalo. Os esporos encontram-se no solo contaminado por fezes, na pele, poeira, entre
outros.

SINTOMAS
Febre alta e persistente, dor de cabeça por vezes insuportável, dor na nuca podendo
ocasionar rigidez no pescoço, vômitos, perda do apetite, sonolência, confusão mental,
agitação, grande sensibilidade à luz. Pode apresentar ainda manchas no corpo, diarreia,
crises convulsivas, coma. As crianças normalmente permanecem quietas, pouco ativas.
No caso das meningites bacterianas a evolução é muito rápida, podendo agravar em
horas. O paciente necessita receber o antibiótico o mais rápido possível.

As meningites causadas por vírus são as mais frequentes. Em geral é de menor gravidade,
embora alguns vírus apresentem casos graves, por vezes fatais. Normalmente evolui em 5
a 10 dias para a cura. Raramente deixam sequelas.

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TRATAMENTO
Manter o paciente sob vigilância em unidade de terapia intensiva ou enfermaria apropriada
que devem dispor de isolamento acústico e redução da luminosidade e da temperatura
ambiente; sedar antes de qualquer procedimento (uso de sedativos e miorrelaxantes
de ação central ou periférica); medidas gerais que incluem manutenção de vias aéreas
permeáveis (entubar para facilitar a aspiração de secreções), hidratação, redução de
qualquer tipo de estímulo externo, alimentação por sonda. Limpeza do coto umbilical
com água oxigenada a 10% ou permanganato de potássio a 1/5.000 (1 comprimido
diluído em meio litro de água), analgésicos; uso de antihistamínico prévio à administração
do soro antitetânico (SAT) 10.000 a 20.000UI, IV, diluídos em soro glicosado a 5%, em
gotejamento por 2 a 4 horas, após teste intradérmico para verificar hipersensibilidade ou,
imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT), 500 a 1.000UI, dose única, somente via IM,
(devido à existência de conservante). Antibioticoterapia é de uso controverso; no caso de
infecção do coto umbilical, a escolha é penicilina G cristalina, 200.000UI/kg/dia, IV, 6/6
horas, por 10 dias.

DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO

Meningite Bacteriana
Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham
de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e
secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar
por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da
Escherichia coli.

É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas


bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas
são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece,
mas ainda assim pode espalhar as bactérias para outras pessoas.

Meningite Viral

As meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a


depender do vírus causador da doença.

No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem


ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com
uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham
o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos,
trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou
boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus que
contenham o vírus. Já os Arbovírus são transmitidos por meio de picada
de mosquitos contaminados.

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Meningite causada por Fungos

A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente


os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos
pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as
meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal).
Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com
excrementos de pássaros ou morcegos.

Já um outro fungo, chamado Candida, que também pode causar


meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Meningite causada por Parasitas

Os parasitas que causam meningite não são transmitidos de uma pessoa


para outra, e normalmente infectam animais e não pessoas. As pessoas
são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados
que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita.

DIAGNÓSTICO
É de suma importância proceder ao diagnóstico e tratamento precoce. O paciente deve
procurar o serviço de saúde, logo que apresentar os sintomas, pois no caso das meningites
bacterianas, a introdução precoce do antibiótico reduz o risco de morte em 15%. Para o
diagnóstico é necessário realizar a coleta de líquido cefalorraquidiano e de sangue de
forma a identificar a bactéria, vírus, fungo, ou seja, o agente causador da doença.

MODO DE TRANSMISSÃO
A doença se transmite de uma pessoa para outra
pela tosse, espirro e pelas mãos sujas, no caso de
alguns vírus, isto é, vias fecal-oral e respiratória.

Podendo ocorrer durante a secção do cordão


umbilical ou ao cuidar do coto umbilical em virtude
do uso de substâncias e instrumentos contendo
esporos do bacilo e/ou pela própria falta de higiene
nos cuidados do recém-nascido.

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PREVENÇÃO
A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes
infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais
como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção
das principais causas de meningite bacteriana.

As vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa


Nacional de Imunização - PNI que protegem contra a meningite, são:

A vacina meningocócica C (conjugada) encontra-se disponibilizada no


Calendário Nacional de Vacinação da seguinte forma:

- 02 (duas) doses, administradas entre os 3 e 5 meses de idade, com intervalo


de 60 dias entre as doses, com (01) uma dose de reforço aos 12 meses.

A vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) encontra-se disponibilizada no


Calendário Nacional de Vacinação da seguinte forma:

- Crianças aos 2 (dois) meses e 4 (quatro) meses uma dose de reforço aos 12
meses de idade.

A vacina pentavalente encontra-se disponibilizada no Calendário Nacional


de Vacinação da seguinte forma:

- Crianças aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade.

A vacina meningocócica conjugada quadrivalente — ACWY encontra-


se disponibilizada no Calendário Nacional de Vacinação da seguinte
forma:

- Adolescentes de 11 e 14 anos, administrar 1 (um) reforço ou dose única,


conforme situação vacinal encontrada.

Outras estratégias são:

» Lavar as mãos frequentemente – ao chegar do trabalho, antes de preparar, servir


ou comer alimentos: depois de usar o banheiro, após auxiliar uma criança a utilizar o
banheiro, após trocar fralda, após assoar o nariz, tossir Wou espirrar, proteger o nariz
e a boca com o braço ao espirrar ou tossir.

» Não secar as mãos em toalhas úmidas. Em local coletivo utilizar de preferência toalhas
descartáveis.

» Manter o ambiente limpo e arejado.

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» Lavar e desinfetar as frutas e verduras.

» Limpar os reservatórios de água de abastecimento com solução clorada.

» Utilizar filtro ou bebedouro para água potável.

» Desinfetar filtros e bebedouros regularmente com água clorada.

» Separar os utensílios de uso individual, em especial das crianças.

É uma doença infecciosa aguda, grave, não transmissível e imunoprevenível. Acomete


recém-nascidos com maior frequência na primeira semana de vida (60%) e nos primeiros
quinze dias de vida (90%). Os casos de tétano neonatal (TNN), em geral, estão associados
a problemas de acesso a serviços de saúde de qualidade.

Sinonímia:
Mal de 7 dias, tétano umbilical.

Período de Incubação:
Aproximadamente 7 dias, podendo ser de 2 a 28 dias de vida.

Período de Transmissibilidade:
Não é doença contagiosa. Portanto, não é transmitida de pessoa a pessoa.

Complicações:
Disfunção respiratória, infecções secundárias, disautonomia, taquicardia, crise
de hipertensão arterial, parada cardíaca, miocardite tóxica, embolia pulmonar,
hemorragias, fraturas de vértebras, dentre outras.

22
DIFTERIA
A difteria é uma doença transmissível e causada
por bactéria que atinge amígdalas, faringe,
laringe, nariz e (ocasionalmente) outras partes
do corpo, como pele e mucosas.

Dependendo do tamanho e de onde as placas


aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade
de respirar. A presença de placas na cor branco-
acinzentada nas amígdalas e partes próximas
é o principal sintoma da difteria. Em casos mais
graves, porém raros, podem aparecer inchaços
no pescoço e gânglios linfáticos.

A principal forma de prevenção é por meio da


vacina penta valente.

Curiosidade: Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos


de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal
forma de prevenir a difteria.

A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar todas as pessoas que
não são vacinadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Acontece com mais frequência
nos meses frios e secos (outono e inverno), quando é mais comum a ocorrência de
infecções respiratórias, principalmente devido à aglomeração em ambientes fechados,
que facilitam a transmissão da bactéria.

A doença ocorre com maior frequência em áreas com precárias condições


socioeconômicas, onde a aglomeração de pessoas é maior e onde se registram
baixas coberturas vacinais. Os casos são raros quando as coberturas vacinais atingem
patamares de 80%.

23
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
O Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos,
mediante a ampliação das coberturas vacinais. Naquela década, a incidência chegou a
0,45/100 mil hab., diminuindo à medida que as coberturas se elevaram.

Entre 2008 a 2019, ocorreram 10 óbitos pela doença, 3 dos quais no ano de 2010. Em 2017
ocorreu um óbito referente a um caso importado da Venezuela. A letalidade esperada
varia entre 5 e 10%, atingindo 20% em certas situações. A cobertura vacinal com a DTP
vem-se elevando neste período, passando de 66%, em 1990, para mais de 95%, em 2015.
Nos anos de 2017, 2018 e 2019 a cobertura de Penta valente (difteria, tétano, pertussis,
hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b) foi de 83,81%, 88,51% e 70% respectivamente.

CAUSA
A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se hospeda na
própria pessoa doente ou no portador, ou seja, aquele que tem a bactéria no organismo
e não apresenta sintomas. A via respiratória e a pele são os locais preferidos da bactéria.

SINTOMAS
Os principais sintomas da difteria, que surgem geralmente após seis dias da infecção, são:

» Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras


estruturas da garganta.

» Dor de garganta discreta.

» Gânglios inchados (linfonodos aumentados) no pescoço.

» Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves.

» Palidez.

» Febre não muito elevada.

» Mal-estar geral.

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TRATAMENTO
O tratamento da difteria é feito com o soro antidiftérico (SAD), que deve ser ministrado
em unidade hospitalar. A finalidade do tratamento é inativar a toxina da bactéria o mais
rapidamente possível.

O uso do antibiótico é considerado como medida auxiliar do tratamento, ajudando a


interromper o avanço da doença.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da difteria é clínico, após análise detalhada dos sintomas e características
típicas da doença por um profissional de saúde.

Para confirmação do diagnóstico, o médico deverá solicitar coleta de secreção de


nasofaringe para cultura. Em casos de suspeita de difteria cutânea (na pele), devem ser
coletadas amostras das lesões da pele.

TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre basicamente por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele,
ou seja, a bactéria da difteria é transmitida pelo contato direto da pessoa doente ou
portadores com pessoa suscetível, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou
ao falar.

O contágio por objetos recém contaminados com secreções do doente ou de lesões em


outras localizações é pouco frequente.

O período de incubação da difteria, ou seja, o tempo que os sintomas começam a


aparecer desde a infecção da pessoa, é, em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo.
Já o período de transmissibilidade da doença dura, em média, até 2 semanas após o
início dos sintomas.

PREVENÇÃO
A principal forma de prevenção é por meio da vacina Penta.

Importante: Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o


número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a
melhor, mais eficaz e principal forma de prevenir a difteria.

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QUAIS COMPLICAÇÕES PODE CAUSAR?
A difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar algumas
complicações, como:

INSUFICIÊNCIA PROBLEMAS
RESPIRATÓRIA CARDÍACOS

PROBLEMAS INSUFICIÊNCIA
NEUROLÓGICOS DOS RINS

Então, no surgimento de qualquer sinal, é fundamental procurar ajuda médica para


iniciar o tratamento o mais breve possível. A difteria é uma doença grave que pode
levar à morte.

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COQUELUCHE
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria. Está
presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode
atingir, também, tranqueia e brônquios.

Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que,


se não tratada corretamente, pode levar à morte.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
Doença de distribuição universal. A incidência independe da raça, clima e situação
geográfica. Em populações aglomeradas, ocorre com maior frequência no final do
inverno e início da primavera. A letalidade é mais acentuada entre os lactentes (concentra
mais de 50% dos óbitos).

SINTOMAS
Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o
mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.

» Mal-estar geral;

» Corrimento nasal;

» Tosse seca;

» Febre baixa.

No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem.

» Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada;

» A tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração;

» A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.

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TRATAMENTO
O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser
prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar
uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que
surgirem os primeiros sinais e sintomas.

As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas,


tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é
difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como
resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias.

A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche,


mas para confirmar o diagnóstico o médico pode
pedir os seguintes exames:

» Coleta de material de nasofaringe para cultura;

» PCR em tempo real.

Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.

FATORES DE RISCO
Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de
vacinação.

» Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses
da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de
idade.

» Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível
novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.

TRANSMISSÃO
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente
com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou
até mesmo ao falar.

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Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados
com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente
causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.

O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a


aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de
4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

QUAIS COMPLICAÇÕES A COQUELUCHE


PODE PROVOCAR?
A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores
complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros
mais severos, como Hérnias Abdominais.

Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais


graves e podem incluir, por exemplo:

Infecções de ouvido;

» Pneumonia;

» Parada respiratória;

» Desidratação;

» Convulsão;

» Lesão cerebral;

» Morte

PREVENÇÃO
O indivíduo torna-se imune em duas situações:

- ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente);

- pela vacina, mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um


reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com
a tríplice bacteriana (DTP).

Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir
da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente,
após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção
pode ser pouca ou inexistente.

29
CONFIRA O ESQUEMA DE PROTEÇÃO
NO CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
A coqueluche é uma doença endêmica, com epidemias surgindo ciclicamente a intervalos
de três a cinco anos. A suscetibilidade à doença é geral.

O indivíduo torna-se imune em duas situações:

» ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente);

» pela vacina, mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço


aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice
bacteriana (DTP).

Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª
semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média,
da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente.

30
INFLUENZA (GRIPE)
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza,
com grande potencial de transmissão.

O vírus da gripe (Influenza) propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas


de hospitalização. Existem quatro tipos de vírus influenza/gripe: A, B, C e D.

O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza
A responsável pelas grandes pandemias.

TIPO A

São encontrados em várias espécies de animais, além dos seres


humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves.

As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação


natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre.

Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações


de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase
(NA ou N).

Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)


pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos.

Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar


humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9),
A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.

TIPO B

Infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem


ser divididos em 2 principais grupos (as linhagens), denominados
linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Os vírus da gripe B não são
classificados em subtipos.

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TIPO C

Infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência


e geralmente causa infecções leves, apresentando implicações menos
significativa a saúde pública, não estando relacionado com epidemias.

TIPO D

Em 2011 um novo tipo de vírus da gripe foi identificado. O vírus


influenza D, o qual foi isolado nos Estados Unidos da América (EUA)
em suínos e bovinos e não são conhecidos por infectar ou causar
a doença em humanos.

CAUSA
Em geral, a transmissão ocorre dentro da mesma espécie, exceto entre os suínos, cujas
células possuem receptores para os vírus humanos e aviários.

A transmissão direta de pessoa a pessoa é mais comum, e ocorre por meio de gotículas
expelidas pelo indivíduo infectado com o vírus, ao falar, espirrar ou tossir. Também há
evidências de transmissão pelo modo indireto, por meio do contato com as secreções
de outros doentes. Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a
introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular. A eficiência
da transmissão por essas vias depende da carga viral, contaminantes por fatores
ambientais, como umidade e temperatura, e do tempo transcorrido entre a contaminação
e o contato com a superfície contaminada.

Período de Incumbação: Em geral, de um a quatro dias.

Período de Transmissibilidade:

Adulto: Podem transmitir o vírus entre 24 e 48 horas antes do início de sintomas, porém
em quantidades mais baixas do que durante o período sintomático. Nesse período, o pico
da excreção viral ocorre, principalmente entre as primeiras 24 até 72 horas do início da
doença.

Pessoas com imunodepressão: podem transmitir vírus por semanas ou meses.

Crianças: quando comparadas aos adultos, também excretam vírus mais precocemente,
com maior carga viral e por períodos mais longos.

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QUAL A DIFERENÇA ENTRE GRIPE E RESFRIADO?
Existem sintomas diferentes para gripe e resfriado, confira a diferença:

Sintomas comuns de gripe: Sintomas comuns de resfriado:

• Febre usualmente alta;


• Tosse;
• Calafrios;
• Congestão nasal;
• Dores musculares;
• Coriza;
• Tosse;
• Dor no corpo;
• Dor de garganta;
• Dor leve de garganta.
• Queda no estado geral de
saúde.

Adulto - O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade.

Criança - A temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de
aumento dos linfonodos cervicais e podem fazer parte os quadros de bronquite ou
bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais.

Idoso - quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em
geral, a temperatura não atinge níveis tão altos.

Os demais sinais e sintomas da gripe (influenza) são habitualmente de aparecimento


súbito, como:

• Calafrios;

• Mal-estar;

• Cefaleia;

• Mialgia;

• Dor nas juntas;

• Prostração;

• Secreção nasal excessiva.

Podem ainda estar presentes na gripe (influenza) os seguintes sinais e sintomas:

• Diarreia;

• Vômito;

• Fadiga;

• Rouquidão;

• Olhos avermelhados e lacrimejantes.

33
TRATAMENTO
De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2017, do Ministério da Saúde, o
uso do antiviral Fosfato de Oseltamivir está indicado para todos os casos de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) e casos de Síndrome Gripal (SG) com condições ou
fatores de risco para complicações.

O início do tratamento deve ocorrer preferencialmente nas primeiras 48 horas após o


início dos sintomas.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo de gripe baseia-se no isolamento do vírus e na identificação
do genoma viral. Contudo, estes exames são apenas usados em situações especiais
como em casos que levaram a hospitalização, e em grávidas e crianças com sintomas
severos. Nos restantes casos, o diagnóstico é feito com base nos sintomas do paciente.
Daí falar-se, quando detectado, de síndrome gripal em vez de gripe.

Os testes de diagnóstico de gripe podem ser realizados através da análise de secreções


respiratórias da garganta ou nariz, ou do sangue. As amostras devem ser recolhidas
nos primeiros 4-5 dias da doença após o aparecimento dos primeiros sintomas. Os
seus resultados são conhecidos entre 2 horas a 2 semanas, dependendo do tipo de
procedimento laboratorial utilizado.

PREVENÇÃO
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas
complicações. A vacina é segura e é considerada uma das medidas mais
eficazes para evitar casos graves e óbitos por gripe.

A vacina, administrada anualmente para grupos elegíveis, é indicada para


proteger contra o vírus da Influenza e contra as complicações da doença,
principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.

O número de doses e o volume são estabelecidos de acordo com a faixa etária


da seguinte maneira:

a) Crianças de 6 meses a 2 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo


de 3 semanas;

b) Crianças de 3 a 8 anos de idade, 2 doses com intervalo


mínimo de 3 semanas;

c) Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, dose


única.

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O imunizante é apresentado sob suspensão injetável (líquida) em seringa
preenchida, em frascos unidose ou multidose. Ele é oferecido habitualmente e
nas campanhas de vacinação de inverno pelo setor de imunização do centro
de saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz),
que administra as vacinas descritas no calendário vacinal estabelecido pelo
Ministério da Saúde.

QUEM DEVE SER VACINADO CONTRA A GRIPE?


• Crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias);

• Gestantes em qualquer idade gestacional;

• Puérperas até 45 dias após o parto;

• Trabalhadores da Saúde;

• Professores de escolas públicas e privadas;

• Povos indígenas a partir dos seis meses de idade;

• Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;

• Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;

• População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional;

• Força de segurança e salvamento;

• Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas


especiais independe da idade.

Além da vacinação orienta-se a adoção de outras medidas gerais de prevenção para


toda a população. Medidas estas, comprovadamente eficazes na redução do risco de
adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade,
como vírus da gripe:

• Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de
consumir algum alimento;

• Utilize lenço descartável para higiene nasal;

• Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;

• Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

• Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

• Mantenha os ambientes bem ventilados;

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• Evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;

• Evite sair de casa em período de transmissão da doença;

• Evite aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);

• Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

FATORES DE RISCO
• Grávidas em qualquer idade gestacional;

• Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou
perda fetal);

• Adultos ≥ 60 anos;

• Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de


2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade);

• População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso;

• Pneumopatias (incluindo asma);

• Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica);

• Nefropatias;

• Hepatopatias;

• Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);

• Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);

• Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou


aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia,
paralisia cerebral, Síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças
neuromusculares);

• Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência


humana);

• Obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 40 em adultos);

• Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado com ácido


acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye).

• Atividades de Vida Diária (AVD)

• Alimentar-se, Banhar-se, Vestir-se, Mobilizar-se, Deambular, Ir ao banheiro.

SAIBA https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_
MAIS restritos/files/documento/2020-04/cartilha_doencas.pdf

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REFERÊNCIAS
01 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). ESTRATÉGIA NACIONAL PARA ENFRENTAMENTO DA
HANSENÍASE. 1a edição – 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/estrategia_nacional_enfrentamento_hanseniase_2019.pdf. Acesso em:
18 mar. 2024.

02 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil) et al. Gripe (influenza). In: Gripe (influeza). BRASIL.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/gripe-
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03 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil) et al. SARAMPO. In: SARAMPO. 21 mar. 2024.


Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/
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04 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil) et al. RUBÉOLA. In: RUBÉOLA. 21 mar. 2024. Disponível
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21 mar. 2024.

05 REVISTA GALILEU (Brasil). Por que a poliomielite voltou a causar preocupação. In: Por
que a poliomielite voltou a causar preocupação. [S. l.], 6 maio 2014. Disponível em:
https://revistagalileu.globo.com/blogs/segunda-opiniao/noticia/2014/05/por-que-
poliomielite-volta-causar-preocupacao.html. Acesso em: 18 mar. 2024.

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escoladasaude.com.br

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