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AO DOUTO JUIZ DE DITEIRO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE RESENDE/RJ

Processo nº XXXXXXXXXX

BENTO TORRES, nacionalidade …., empresário, divorciado, portador da cédula de


identidade nº XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliado a Rua XXX, nº XXX,
bairro: XXX, da cidade de Resende/RJ, telefone XXX, e-mail XXX, por intermédio de seu
advogado, procuração em anexo as fls. XXX, com escritório a Rua XXX, nº XXX, bairro XXX,
cidade XXX, e-mail XXX, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência ofertar sua,
propor

CONTESTAÇÃO À AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

proposta por sua filha BRUNA TORRES, nacionalidade …, estudante, estado civil
…, portadora da cédula de identidade nº…, inscrita no CPF sob o nº XXX, residente e
domiciliada a Rua XXX, nº XXX, bairro XXX, cidade XXX, telefone XXX, e-mail XXX, pelos fatos
e fundamentos a seguir expostos:

I- DAS CUSTAS

As custas foram devidamente recolhidas segundo GRERJ nº XXX, anexada as fls.


XXX.

II- DOS FATOS

Segundo restou evidenciado na ação em epígrafe a autora solicita com tutela de


urgência a majora de 4 para 8 salários mínimos alegando que o réu possui uma vida abastada
e ostenta quanto a viagens, carro de luxo, bicicletas caras.
Todavia é perceptível o desconhecimento da real realidade do réu, o mesmo
atualmente casado com uma médica dermatologista de renome a qual arcar com as
despesas de viagens e luxos, apesar de atualmente sua empresa ter sede própria, a sua
renda e capital ainda mantem-se a mesma.
Enquanto sua esposa possui uma alta renda, além de arcar com as viagens, a casa
de luxo que vivem a mesma já possuía antes da união e atualmente encontra-se gravida.
Dessa forma fica claro quer o réu necessita ampará-la de igual forma e dividir a
renda entre as dependentes, não negando-se de auxiliar a autora, porém querendo dividir de
forma justa entre ambos.

III-DO MÉRITO

Ad argumentandumtantum é, sempre oportuno lembrar as representativas


conquistas que a mulher vem alcançando ao longo das décadas, e que se encontram tão bem
retratadas no sistema normativo vigente do nosso país, como vemos a seguir:

A Constituição Federal, em seu art. 5º, I, diz: “Art. 5º [Omissis] I – homens e


mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; [...]”

O diploma Constitucional, em seus arts. 226, § 5º, e 229, lembra: “Art. 226. A
família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [Omissis] § 5º Os direitos e
deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.”
“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores
[omissis]”

Já a Lei do Divórcio, Lei nº 6.515/1977, em seu art. 20, lembra que: “Art. 20. Para
manutenção dos filhos, os cônjuges, separados judicialmente, contribuirão na proporção de
seus recursos.”

Observa-se da leitura da exordial que a autora tenta transferir ao réu toda a


obrigação de prestar alimento, olvidando-se em reconhecer também a ela, o poder de
conquistar e se auxiliar para manter.
O réu, desde logo, adianta que jamais permitiu que sua filha passasse por
quaisquer necessidades ou privações.
O réu, preocupado com as reais necessidades de sua filha, vem olvidando
esforços para adimplir com as suas obrigações de pai, FALTANDO COM A VERDADE a autora
quanto alega os gastos e viagens luxuosas por conta do réu, sem conhecer as verdadeiras
condições, além disso o réu possui agora mais responsabilidades, pois sua atual esposa
encontra-se grávida.
Diferentemente do que alega a autora, o réu demonstra, conforme atestam as
notas fiscais em anexo, que, além de cumprir regiamente e integralmente com o valor de
pensionamento fixado, efetuou o pagamento, e dessa forma ainda comprova sua renda e da
sua empresa.
Mister se faz, ainda, esclarecer que, também diferentemente do que alega a
autora, observar que o rendimento bruto auferido pelo réu em seu negócio gira em torno de
R$ x.xxx,00 (por extenso), como faz prova a documentação em anexo.
Desse montante, naturalmente, hão que ser descontadas as despesas ordinárias,
conforme se demonstra a seguir.
Fazer uma planilha demonstrando os custos da operação, ou da atividade
econômica desenvolvida
Esta é a realidade, no que concerne aos rendimentos auferidos pelo contestante!
Não é necessário um grande esforço para se chegar à conclusão que caso a
majoração seja fixada o réu terá dificuldade financeira além de dificuldade para arcar com as
despesas de seu novo dependente.
Como demonstrado, a renda obtida pelo contestante é insuficiente para arcar
com um comprometimento ainda maior do que o que já suporta.
De onde mais tirar recursos? Como?

a. TABELA DE GASTOS ORDINÁRIOS

GASTOS R$

FUNCIONARIO
S XXX,XX
ENERGIA XXX,XX

CAPITAL XXX,XX

MANUTENÇÃO XXX,XX

ÁGUA XXX,XX

INSUMOS XXX,XX

TOTAL XXX,XX

Dessa forma fica evidente os gastos do réu e sua insuficiência para arcar com tal
majoração.

IV-DO DIREITO

Apesar de reconhecer o Direito da autora quanto a majoração, é perceptível a


mudança da realidade financeira e social do réu, ora, o mesmo conforme comprovado possui
altas despesas ordinárias, além de novo dependente, ainda comprovando as fls. XXX, que
quem vem arcando com a vida luxuosa do mesmo é sua atual esposa, por ser médica
renomada.

Conforme o Artigo 1.699 do CC: Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na


situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado
reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.

Assim a real necessidade do réu é demonstrar a sua mudança na situação


financeira.

Neste sentido, é pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, in


verbis:

Direito civil e processual civil. Família. Alimentos. Recurso especial. Revisão de


alimentos. Pedido de redução. Elementos condicionantes. Mudança na situação financeira
do alimentante ou do alimentando. Princípio da proporcionalidade. Constituição de nova
família com nascimento de filho. Desinfluência. Embargos de declaração. Omissões. Novo
julgamento.
– A modificação das condições econômicas de possibilidade ou de necessidade
das partes, constitui elemento condicionante da revisão e da exoneração de alimentos, sem
o que não há que se adentrar na esfera de análise do pedido, fulcrado no art. 1.699 do
CC/02.

– As necessidades do reclamante e os recursos da pessoa obrigada devem ser


sopesados tão-somente após a verificação da necessária ocorrência da mudança na situação
financeira das partes, isto é, para que se faça o cotejo do binômio, na esteira do princípio da
proporcionalidade, previsto no art. 1.694, § 1º, do CC/02, deve o postulante primeiramente
demonstrar de maneira satisfatória os elementos condicionantes da revisional de alimentos,
nos termos do art. 1.699 do CC/02.

V- DOS PEDIDOS

Nestes termos, é a presente para requerer a Vossa Excelência que se digne em,
analisando os autos, reformar a decisão que fixou a verba alimentar provisória em R$ xxx,00,
uma vez que absolutamente incomportável diante das possibilidades do alimentante!
Como provado, o alimentante não pode suportar qualquer majoração em tal
encargo!
Requer, ainda, seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE a Revisional proposta,
eis que ausentes os pressupostos legais autorizadores de tal pedido, condenando-se os
autores aos consectários legais da sucumbência, nos termos do art. 85 do CPC.
Pretende provar o alegado pela documentação inclusa, depoimento pessoal da
representante dos alimentandos, sob pena de confesso, testemunhas, vistoria, perícias e o
mais que o controvertido dos autos assim o exigir, tudo desde já requerido.

Resende/RJ, XXX/XXX/XXX

Advogado
OAB/XX nº XXX

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