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artéria e veia pudenda interna (vulva)

nervos labiais anteriores (vulva anterior)


ramos do plexo sacral (vulva posterior)
plexo utero vaginal (fibras parassimpaticas)
Episiotomia - lareção do perineo
fascia de colles – tecido mais fibroso subcutâneo que se estende para a gordura abdominal
(sindrome de furnier) – abscesso vulvar que causa foliculite e foliculose e se não tratato pode
subir pela fascia subir para a região absominal.

Períneo
O períneo é formado pelos músculos bulbocavernoso, transverso superficial do períneo e
esfíncter anal externo que formam assim o corpo perineal.
Mais profundamente tem a membrana perineal, partes do pubococcígeo e o esfíncter anal
interno.

Trigono Anterior
Espaço superficial – está entre a fáscia de Colles (fica no tecido subcutâneo) e a membrana
perineal (mais profunda), a gente tem nessa região as glândulas de Bartholin, os bulbos
vestibulares, o corpo clitoriano e a crura (uma de cada lado), os ramos dos vasos e nervos
pudendos e os músculos – isquiocavernoso, bulbocavernosos e o transverso superficial do
períneo.

Espaço profundo – ele fica profundamente/atrás da membrana perineal e se estende até a


Pelve, tem parte da uretra e da vagina, parte dos ramos da artéria pudenda interna e os
músculos esfincterianos da uretra e uretrovaginal.

Trígono Posterior
Contém fossas isquioanais/ isquioretais (espaço preenchido por gordura – ajuda na distensão
vaginal no parto), o canal anal, o complexo esfincteriano anal (esfíncter interno e
externo e músculo puborretal), ramos do nervo pudendo e dos vasos pudendos internos.

Diafragma Pélvico
É encontrado profundamente aos trígonos anterior e posterior, e é um suporte importante
para os órgãos pélvicos. O ganho de peso excessivo prejudica e propicia prolapsos, dificuldade
de sustentação, aumentando o risco de laceração nessa região.
É constituído pelo músculo levantador do ânus – que é composto pelo músculo pubococcígeo,
puborretal e iliococcígeo) e o músculo coccígeo de fato. No parto vaginal normal tem risco de
dano no musculo levantaor do anus ou a ineversaçao dele, podendo levar a prolapsos e
incontinências urinaria.
Vale destacar que é importante fortalecer essas musculaturas para evitar esse tipo de
problema. Além disso gravidez repetida também pode favorecer, por isso, é ideal um tempo de
espera de 18 meses (1 ano e meio a 2) entre as gravidez, período necessário para a retomada
das alterações gravídicas estruturais.
Vagina
A vagina é um canal muito irrigado e inervado, e ela comunica o útero com o meio externo (por
isso é mais comum infecções intra-abdominais que em homens). A vagina de uma mulher
estrogenizada, que não está na menopausa, é pregueada.
O fundo superior da vagina é dividido em fórnices – anterior, posterior e lateral (dois), e essa
divisão é feita pelo colo uterino que se projeta na vagina.
Seu tamanho é cerca de 6-8 cm para parede anterior e 7-10 cm para parede posterior.
Não possui glândulas na vagina, ela é lubrificada por um transudato que se origina de um plexo
subepitelial.
Na gravidez essa vagina tem um aumento da sua vascularização, promovendo a mudança de
cor para um tom arroxeado, além disso, levando o aumento do conteúdo vaginal (corrimento
fisiológico) – a progesterona favorece/altera a relação dos lactobacilos, do glicogênio, tem um
pouco mais de citólise/de descamação então a gestante sente/percebe a vagina um pouco
mais úmida.
A vagina é irrigada por ramo cervical da artéria uterina e pela artéria vaginal na parte proximal.
A artéria retal média na parede vaginal posterior, e na parte distal é irrigada pela artéria
pudenda interna.

Utero
Utero retrovertido é variação anatômica, o normal é anterovertido (anteversão ou
anteversoflexão).
O útero não gravídico se situa na cavidade pélvica entre a bexiga e o reto, até cerca de 12
semanas na fase pré- gravídica possui um formato de pêra e depois de 12 semanas ele vai
ficando globoso, ovoide até que ele vai crescendo.
No útero temos o corpo e o colo. Entre eles o istamo. Durante a gravidez, este istmo vai
sofrendo modificações na sua composição e, a partir daí, passa a ser chamado de segmento
uterino inferior. Ele ganha uma característica mais distendida e adelgaçado (com formato
estreito) para suportar a descida do feto.
O istmo e depois o segmento é uma região que possui particularidades na distribuição das
fibras musculares e da vascularização. Assim, sempre que possível, quando é realizada uma
histerotomia (típica da cesariana), opta-se por fazer a incisão na região de segmento, em vista
da característica mais horizontal dos vasos, a musculatura é mais circular e uma região mais
fina (por conta da distensão), o que evita sangramentos e fornece uma facilidade cirúrgica.
No fundo uteriorino, em cada lado, na altura do corno uterino, temos as tubas uterinas, e mais
superolateral, temos os ligamentos redondo e útero-ovárico.

Quase toda o útero é coberto por serosa (por um peritônio visceral). Na parede anterior do
útero, entretanto, somente a parte superior é coberto por serosa. Essa porção inferior do útero
que não é coberto por serosa ela se une à parede posterior da bexiga por um tecido conjuntivo
frouxo – que é o espaço vesicouterino.
É nesse espaço que é feito a cesariana, no espaço vesicouterino, através da histerotomia. É
bem dentro desse espaço vesicouterino que o médico insere a mão para retirar o bebê.
Muitas vezes quando essa mulher nunca teve filho antes e é realizada uma cesária, consegue-
se fazer uma incisão no peritônio já no mesmo lugar que vai fazer uma histerectomia (incisão
no útero) e nem sempre precisa fazer uma dissecção, porque só de abrir o peritônio por ser um
tecido frouxo ele já se separa. Mas naquelas mulheres que já possuem muitas cirurgias,
formam-se aderências/fibroses que vão enrijecendo e colando uma estrutura na outra. Uma
mulher que já fez várias cesarianas tem que ter um cuidado para saber onde vai dissecar para
evitar exatamente lesão de bexiga aderida, que é uma lesão que pode acontecer na cesariana.

Em uma mulher nuligesta o útero mede cerca de 6 a 8 cm. O útero gravídico sofre hipertrofia
da fibra muscular (para estirar e contrair) e o fundo passa a ter formato de cúpula
O colo durante a gestação e próximo ao parto vai sofrendo um encurtamento do tamanho, até
que tenha uma abertura total para o bebê passar. Vale destacar que no orifício interno e
externo do colo irá ocorrer a dilatação completa, que vão se juntando pelo processo de
esvaecimento.
Antes do parto o orifício externo é pequeno, regular, puntiforme e, após o parto (pp vaginal), o
orifício externo fica em fenda/irregular/estrelado.
Na gravidez, o útero assume uma cor arroxeada em decorrência da hipervascularização (sinal
de Chadwick) e sofre um amolecimento cervical (sinal de Goodell).
Obs: Vale lembrar que por conta da embebição gravídica (influência hormonal sobre a
elasticidade das articulações) e das modificações hormonais, este epitélio pode se
exteriorizar/passar do orifício externo formando a ectopia/mácula rubra.
Obs: o tampão mucoso é uma camada de proteção que o corpo desenvolve para o colo do
útero no período da gestação, prevenindo contra entrada de bactérias ou outros
microrganismos. No momento em que é liberado, apresenta uma secreção muito espessa e um
pouco de sangue. Isso pode representar que ocorreu dilatação do colo do útero e indicar a
proximidade do parto”, mas isso não é uma regra. Algumas mulheres tem a perda e a
recomposição desse tampão de forma intermitente durante a gestação.

O útero é irrigado pelas artérias uterinas e pelas artérias ovarianas. Sendo que elas se
anastomosam.
A artéria uterina no útero, irar se dividir em uma parte que sobe e outra que desce. A artéria
cervicovaginal que irá em direção a parte inferior do útero e superior da vagina, e o ramo
principal que irá subir pela porção lateral do útero, dando ramos. Esses ramos iniciam-se com
as artérias arqueadas, que circundam e vão envolvendo o útero, dando origem as artérias
radiadas, essas por sua vez, irão se ramificar no terço interno do miométrio em artérias retas e
espiraladas.
Na gestação terá uma modificação destas artérias espiraladas para tentar diminuir essa
resistência vascular periférica e poder formar à nutrição placentária. E na menstruação elas
irão descamar junto com o endométrio.
As drenagem é feita pelas veias uterinas.
Obs: há outras anastomoses, e isso garante que em cirurgias para retirada de útero, tubas ou
ovário, possam ser parciais.

A inervação do útero é feita pelo plexo pélvico e suas divisões.

Endométrio
Na gravidez o endométrio sofre o processo de decidualização, que corresponde a uma
modificação das células estromais do endométrio na gravidez, para poderem receber o
embrião, para implantação do embrião e ter a sustentação da gravidez.
Vale lembrar que o endométrio possui duas camadas: a funcional (que descama com a
menstruação) e a camasa basal (que regenera a funcional).

Ovários
Na gestação, essa relação do ovário muda um pouco porque o útero vai crescendo e traciona
esse ovário para uma parte mais anterior.
Em mulheres com endometriose pélvica profunda, com muito aderência, é possível verificar
que os ovários fazem um fenômeno de “kissing ovaries”, ficando conectados retrouterinos ou
na frente do útero.
Mamas
Elas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz
Adiposa. As glândulas mamárias estão localizadas sobre os músculos peitoral maior e menor.
Na parte mais proeminente está a papila mamária, envolta por uma área cutânea circular e
pigmentada chamada de aréola. O tamanho e o formato são determinados por fatores
genéticos, étnicos e alimentares e não predizem o sucesso com a amamentação e lactação,
onde está mais ligada ao estimulo adequado para produção e armazenamento do leite.
Por baixo das mamas, encontram-se as fáscias. E entre as elas, o espaço retromamário que
confere a mobilidade da mama sobre a fáscia.
O que confere suspenção às mamas são os ligamentos suspensores de Cooper (que fixam as
glândulas à derme, sustentando os lobos/ lóbulos (mama pendular pode ser por excesso de
gordura ou pela frouxidão desse ligamento).

Nas papilas não têm gordura, pelo, nem glândulas sudoríparas, e são formadas principalmente
por fibras musculares lisas circulares que comprimem os ductos durante a lactação, pelo
estímulo da sucção do bebê.
Durante a gravidez é comum ocorrer nas aréolas uma hiperpigmentação. Possui glândulas
sudoríparas, glândulas sebáceas (manter os mamilos lubrificados e limpos – aumentam na
gravidez), o folículo piloso (localizado ao redor da aréola e forma pequenas proeminências
chamadas de glândulas de Montgomery).

A unidade funcional da mama é composta por alvéolos (células produtoras e secretoras de


leite), lóbulos (de alvéolos) e lobos (vários lóbulos) e os ductos lactíferos (estruturas que
drenam o leite dos lóbulos, além de funcionarem como reservatório – seio lactífero e ampola).
Pré Natal
Toda gestante precisa de acompanhamento periódico, com no mínimo 6 consultas no total
(segundo a OMS).
O ideal são consultas com intervalos mensais até 28 semanas, quinzenais de 28-36 semanas
e, após, semanais.
A primeira coisa que devemos deixar claro é que não existe alta de pré natal. Isso só ocorrerá
com a revisão puerperal de 42 dias depois do parto.
A cada consulta é muito importante estratificar o risco da gestante, encaminhando-a para
serviços de referência, quando necessário. Vale ressaltar que o risco durante a gestação é
dinâmico, uma paciente de baixo risco pode se tornar de alto risco e vice-versa.
A UBS é a porta de entrada para a gestante no sistema de saúde e deve garantir um
atendimento continuado e multidisciplinar, garantindo assim, os cuidados necessários à
gestação.
Através desse acompanhamento duradouro é possível a partir da avaliação de necessidade e
seguindo orientações, o acesso a outras redes assistenciais (Rede de Média e Alta
Complexidade, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede Oncológica
etc.)
O Ministério da Saúde estabelece alguns passos para um Pré Natal de Qualidade, dentre eles,
podemos citar alguns:
- Iniciar o pré-natal até a 12ª semana de gestação, garantindo uma captação precoce.
- Assegurar a solicitação, realização e avaliação dos exames preconizados.
- Garantir Transporte Público e gratuito.
- Conhecer e visitar previamente o serviço de saúde na qual irá dar à luz
- Ser assegurado os direitos garantidos por lei, como a licença maternidade e realocação de
função, etc.

Acolhimento
O acolhimento da gestante na atenção básica implica a responsabilização pela integralidade do
cuidado. Importante também o acolhimento do acompanhante, sem oferecer obstáculos para
o acompanhamento em todas as fases da gravidez. O objetivo é criar uma relação entre
profissionais de saúde e usuários, mediantes atitudes profissionais e humanizadoras.

Condições Básicas para Assistência Pré-Natal


Para uma assistência pre natal efetiva é importante a identificação precoce de todas as
gestante na comunidade para que tal inicio se de ainda no 1º trimestre da gravidez. Ainda é
importante que seja garantido a realização dos testes de gravidez na unidade de saúde sempre
que necessário. Tudo isso, com objetivo de garantir o atendimento imediato à totalidade das
gestantes e puérperas que procurarem a unidade de saúde, além dos recém-natos.
Com a confirmação da gravidez, garantir a realização do cadastro da gestante, fornecendo o
Cartão da Gestante. Com isso é possível o acompanhamento periódico e continuo.
Vale destacar que o recomendado são consultas com intervalos mensais até 28 semanas,
quinzenais de 28-36 semanas e, após, semanais.
Toda gestante com 41 semanas deve ser encaminhada para a avaliação do bem-estar fetal,
incluindo avaliação do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal;
É recomendado ainda, o incentivo ao parto normal, visando a redução das cesáreas.

O ideal é que o pré-natal seja feito sempre pelo mesmo profissional, mas, se isso não acontece,
a integração por meio dos registros em prontuários é essencial para uma assistência adequada.
E para isso, está sendo implantando o sistema SisPreNatal Web, garantindo o cadastramento
das gestantes na base de dados do SUS, disponibilizando as informações em tempo real.
Obs: O profissional enfermeiro pode acompanhar inteiramente o pré-natal de baixo risco na
rede básica de saúde.

Diagnóstico de Gravidez
Recomenda-se que, em consultas de rotina ou ginecológicas, o médico ofereça TIG (teste
imunológico de gravidez – pela urina) para toda mulher em idade reprodutiva com atraso
menstrual superior a 15 dias (momento em que o teste se torna mais preciso).
O ßHCG pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a
concepção. Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90
dias de gravidez. O mais utilizado é o teste qualitativo, que retorna apenas o resultado sendo
positivo ou negativo.
Através do diagnóstico, deve ser estimada a idade gestacional pela DUM (1º dia da última
menstruação).
A ultrassonografia deve ser oferecida sempre que possível. Idealmente entre 10 e 13 semanas
para estimar a idade gestacional pelo CCN (comprimento cabeça-nádega). Embora não seja
obrigatório o exame, o exame ajuda no diagnóstico de gestação múltiplas, mal formações, etc.
E a partir da DUM e da Ultrassonografia será possível confirmar se a idade gestacional está
equivalente. A idade gestacional é única e divergências entre a DUM e as imagens verificadas
no ultrassom devem ser objeto de avaliação para permitir até mesmo avaliar desenvolvimento
anormal do fato. Vale ressaltar que quanto antes for realizada a ultrassom, dentro do prazo
ideal, maior a chance de fidedignidade na avaliação.
A partir de 12 semanas, a gestação pode ser diagnosticada pelos sinais e sintomas clínicos e
pelo exame físico (com certeza em 90% dos casos).
As pacientes com suspeita de gravidez apresentam algumas queixas principais quando buscam
atendimento, como atraso menstrual, fadiga, mastalgia (dor na mama), aumento da frequência
urinária, náuseas e vômitos (principalmente matinal). Entretanto, a certeza do diagnóstico é
feita pela detecção do hCG no sangue ou urina, Identificação da gravidez por ultrassonografia,
Identificação da atividade cardíaca fetal.

Fluxograma de Atendimento quando confirmado a Gravidez


Então, com a confirmação da gravidez, serão solicitados os exames e testes, será feito o
cadastro no SisPreNatal, prontuário e caderneta de gestante, estratificando o risco da gravidez
em habitual, baixo ou alto.
Se a DUM for maior que 12 semanas e ausculta de BCF é positiva, seguir o mesmo
procedimento inicial.
Obs: quando há o atras menstrual maior que 15 dias e no exame o resultado da negativo, deve
ser repetido em 15 dias. Caso seja confirmado, fazer o mesmo processo anterior. Caso
novamente de negativo, investigar outras causas de irregularidade.

A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao


acompanhamento de pré-natal: sequência de consultas, calendário de vacinas, etc.
Obs: Identificado um pré-natal de alto risco, deve-se garantir o atendimento no ambulatório de
pré-natal de alto risco (conforme a referência), mantendo o acompanhamento da equipe da
área de abrangência. Além disso, deve ser identificado o hospital de referência de alto risco
para o parto e agendada a consulta de puerpério para a primeira semana pós-parto.

Alguns fatores de risco indicam o encaminhamento ao Pré-Natal de Alto Risco para avaliação,
como cardiopatias, nefropatias, HAC, etc.

Alguns eventos, todavia, são fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/
emergência, como suspeita ou diagnóstico de Pré-Eclâmpsia, sinais de Eclâmpsia,
incompatibilidade entre o Rh da mãe e da criança, anemias graves, vômitos inexplicáveis no 3º
trimestre, restrição de crescimento uterino, óbito fetal, etc.

Anamnese da 1ª Consulta
A anamnese na primeira consulta é muito mais demorada e completa, sendo as próximas mais
direcionadas.
Os tópicos importantes são identificação (nome, número Cartão Nacional de Saúde, raça/cor,
naturalidade e procedência, endereço e unidade de referência), dados socioeconômicos (grau
de instrução, profissão, estado civil, numero e idade dos dependentes, renda familiar,
moradia), antecedentes familiares (diabetes, hipertensão, gemelaridade, câncer de mama,
malformações), antecedentes pessoais gerais (hipertensão, diabetes, cardiopatias, anemias),
antecedentes ginecológicos (idade da menarca e ciclos menstruais – duração, intervalo e
regularidade, uso de anticoncepcionais, suplementação, infertilidade ou esterilidade,
malformação uterina, mamas, IST e doença inflamatória pélvica – tratamentos realizado,
inclusive pelo parceiro, e ultimo Papanicolau), sexualidade (sexarca, dor na relação, pratica
sexual na gestação, numero de parceiros, sangramento durante o sexo), antecedentes
obstétricos (GPAC e as informações referentes a cada uma gestação, idade na primeira
gestação, intervalo entre gestações, número de RN prematuros, mortes neonatais precoces e
tardias).
Obs: No aspecto relativo aos abortos, é preciso saber como perguntar. É comum que muitas
delas tenham narrado aborto, mas na realidade era um natimorto, ou seja, chegou a realizar
um parto com 30 semanas, por exemplo. Essas informações são importantes, pois refletem no
risco da gestação atual.

Gestação Atual
Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida –
indicando se é uma estimativa feita pelo médico).
Além disso, devemos medir a altura e pesar (servirá para acompanharmos a progressão do
peso na gestante para verificar se segue os valores de referência do gráfico de ganho de peso
gestacional.
Avaliar sinais e sintomas, hábitos alimentares, medicamentos utilizados, internação (caso tenha
ocorrido), hábitos e vícios (fumo, álcool, drogas), ocupação habitual, aceitação ou não da
gravidez pela mulher ou família.
Ainda, é importante calcular a idade gestacional e data provável do parto.

DUM
Em relação à DUM, é possível calcular a idade gestacional de duas formas, quando DUM
conhecida e certa: some o numero de dias do intervalo entre a DUM e a consulta, dividindo o
total por 7.
Se a datação da DUM for compatível com a datação ultrassonográfica (ou seja, se estive
dentro dos limites de variação de acurácia para ultrassonografia), a data provável do parto
deve ser baseada na DUM.
Quando a DUM é desconhecida, mas se sabe o período do mês que aconteceu:
Deve-se inquirir se a menstruação foi no início, meio ou fim do mês, para, assim, considerar
como DUM os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Em seguida, deve-se proceder, então, à
utilização de um dos métodos descritos.
Quando a DUM é completamente desconhecida, assim como o período: esse quadro pode
acontecer em pacientes anovolutórias, por exemplo. A estimativa deve ser feita pelos sinais
clínicos e por uma ultrassonografia obstétrica, principalmente pela medida cabeça-nádega
(CCN), como na imagem abaixo.
E como escolher se vai usar a DUM ou o primeiro ultrassom? Existem várias tabelas e regras,
uma delas é a regra dos 8%, que consegue estabelecer intervalo de confiança para avaliar a
correção da DUM.
Sempre que a paciente chegar com o diagnóstico de gravidez, calcula-se a idade
gestacional pela DUM. Depois disso, verifica-se a idade gestacional da US, que deverá ser
transformado em dias e aplicado a regra de 8% (multiplica por 8% - que vai estabelecer o
intervalo de confiança em dias).
Se o resultado da US indicar uma IG que, comparada com a IG da DUM, está dentro do
intervalo de confiança, prevalece da IG da DUM. Se estiver acima do intervalo de confiança, daí
é adotada a IG indicada na primeira US.
Por exemplo:
- IG DUM 10 semanas
- 1° US no exato dia indica IG de 8 semanas e 2 dias = 58 dias * 0,08 (8%) = 4,64
Esse percentual representa uma diferença aceitável de até no máximo 4 ou 5 dias. Dessa
forma, a idade gestacional a ser adotada é a indicada na US, ante a diferença que supera a
regra dos 8% com a IG da DUM (a gestante poderia ter no máximo 9 semanas pela DUM para
que ela fosse adotada).

Data Provável do Parto


Ela é calculada pela Regra de Naegele: calcula-se a DPP considerando a duração média da
gestação normal, ou seja, 280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM.
O cálculo da DPP, de abril a novembro, consiste em somar 7 dias ao primeiro dia da última
menstruação (DUM) e subtrair 3 meses do mês em que ocorreu a última menstruação. Em
seguida, utiliza-se o ano seguinte.
Nos meses de dezembro a março, segue a mesma regra de somar 7 dias na DUM, mas ao invés
de subtrair 3 meses, calcula-se adicionando 9 meses. Em dezembro, muda o ano; entre janeiro
e março, mantém o mesmo ano.
Obs: Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do
mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do
mês. A subtração observa a quantidade de dias do mês da DUM.

Exame Físico
A anamnese e o exame físico dependem da semana de gestação e se é a 1ª consulta ou
acompanhamento.

Exame Físico Geral:


- Inspeção da pele e das mucosas, palpação da tireoide, ausculta dos pulmões e coração,
exame do abdome, avaliação de extremidas e pesquisa de edemas.
- Medida da pressão arterial;
- Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura;
- Determinação do peso;
- Determinação da altura;
- Cálculo do IMC;
- Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;

Exame Físico Específico (Gineco-Obstétrico):


- Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos e internos, exame especular, toque
vaginal bigital do útero e anexos).
Obs: Exame colpocitopatológico, só se necessário (se ela não tive feito)
- Palpação obstétrica ( manobras de leopold);
- Medida e avaliação da altura uterina (a partir da 12ª semana);
- Ausculta dos batimentos cardiofetais (a partir da 10ª a 12ª semana) (FCF normal entre 110-
160 bpm);
- Registro dos movimentos fetais;
- Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se necessário;
- Exame clínico das mamas e nódulos;
Obs: O exame físico das adolescentes deverá seguir as orientações do Manual de Organização
de Serviços para a Saúde dos Adolescentes.

Consultas Subsequentes
- Anamnese atual sucinta
- Exame físico direcionado
- Verificação do calendário de vacinação;
- Deve-se avaliar o resultado dos exames complementares;
- Devem ser feitas a revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal.
- Além disso, devemos executar as seguintes tarefas:
Controles maternos:
- Cálculo e anotação da idade gestacional;
- Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC): realizar a avaliação
nutricional subsequente e o monitoramento do ganho de peso gestacional;
- Medida da pressão arterial (observe a aferição da PA com técnica adequada);
- Palpação obstétrica ( manobras de leopold) e medida da altura uterina (acompanhar curva de
crescimento)
- Pesquisa de edema;
- Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo.
Controles fetais:
- Ausculta dos batimentos cardiofetais (FCF normal entre 110-160 bpm);
- Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/
- registro dos movimentos fetais;
- Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica.
- Definir a apresentação fetal por volta da 36º semana

Algumas Informações Adicionais sobre os exames:


Medida da Altura Uterina
As situações que podem ser encontradas são:
- Longitudinal (apresentação cefálica e pélvica)
- Transversa (apresentação córmica)
- Oblíquas.

Manobras de Leopold
Medida da Altura Uterina

Tecnica de Ausculta dos BCF – Pinard e Sonar Doppler


Procure o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal e conte os batimentos
cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo.
Ideal controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do
feto, já que as frequências são diferentes.
FCF normal: entre 110-160 bpm

Mobilograma
O mobilograma ou teste de movimentação fetal é um instrumento para registro dos
movimentos fetais, permite avaliar o bem-estar fetal na gravidez a partir da 34ª semana de
gestação.
Instruçao para a mãe: coma alguma coisa, deite-se do lado esquerdo ou sentese com a mão
sobre a barriga e marque no quadrinho abaixo cada vez que o bebê se mexer, durante uma
hora. Se você conseguir registrar seis movimentos em uma hora, não é necessário continuar.
Caso após uma hora você não tenha conseguido registrar seis movimentos, faça novamente a
contagem. Se na próxima hora não sentir seis movimentos, procure o serviço de saúde.

TESS
O Paciente deve estar em decúbito dorsal com a cabeceira elevada.
Encontrar o polo cefálico do feto e realizar o estímulo sonoro, colocando a buzina sobre o polo
cefálico fetal com ligeira compressão sobre o abdome materno (aplique o estímulo entre três e
cinco segundos ininterruptos).
Durante a realização do estímulo, deve-se observar o abdome materno, procurando identificar
movimentos fetais visíveis
Imediatamente após o estímulo, repita a ausculta dos BCF por mais 4 vezes por 15 segundos e
refaça a média dos batimentos.
Teste positivo: presença de aumento mínimo de 15 bpm em relação à medida inicial ou
presença de MF fortes e bruscos na observação do abdome materno durante a realização do
estímulo
Teste negativo: ausência de resposta fetal identificada tanto pela falta de aumento dos BCF
quanto pela falta de movimentos fetais ativos.

Obs: Em breve será publicada CONITEC orientando a solicitação rotineira de HTLV 1-2 no pré-
natal. O HTLV é um retrovírus que impacta o sistema de defesa do organismo. O vírus está
associado à diversas doenças, especialmente de ordem neurológica, dermatológica e
oftalmológica, além de cânceres como a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL),
considerado muito grave.

Exames (se necessário)


- Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional;
- Citopatológico de colo de útero (se necessário); Nesse caso, para pacientes a partir dos 25
anos e com rastreamento atrasado.
- Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);
- Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);
- Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de
anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).

Vacinação de rotina para gestantes

Vacina Covid-19
Protege a mulher contra o vírus causador da Covid-19. É recomendada a aplicação dessa vacina
em qualquer idade gestacional para todas as gestantes e mulheres no puerpério (até 42 dias
após o parto).

Vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche)


A vacina dTpa deve ser aplicada a partir da vigésima semana de gestação e a cada gestação. Se
não tomou durante a gestação, tomar no puerpério.

Vacina contra raiva humana


Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana não é contraindicada durante a
gestação. Na pré-exposição, devido ao risco da ocorrência de eventos adversos, é preferível
que ela receba a vacina somente se não puder evitar as situações de possível exposição ao
vírus rábico.

Vacina contra febre amarela (atenuada)


Na rotina, a gestante não deve receber a vacina contra febre amarela. Entretanto, em situações
de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação de vacinação
para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de
receber a vacina.

Obs: vacinas com o vírus enfraquecido ou atenuadas apresentam risco teórico de


contaminação do feto e são contra indicados.

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