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Objetivos Específicos
• Apresentar os pressupostos de importância à emergência da aprendizagem
organizacional pelo mundo.
Temas
Introdução
1 Origem da aprendizagem organizacional
2 Aspectos históricos
3 Aprendizagem organizacional: da década de 1950 até os dias atuais
4 Abordagens teóricas
5 A organização do aprendizado
Considerações finais
Referências
Professora Autora
Laylla Pereira de Toledo
Aprendizagem Organizacional: Concepções, Princípios e Práticas Pedagógicas
Introdução
Nas últimas décadas, o campo da aprendizagem vem crescendo dentro das organizações,
com o objetivo de auxiliar o aumento dos resultados empresariais nos negócios. O esforço
contínuo das empresas em investir na capacitação de seus colaboradores tem chamado a
atenção sobre o quão tem sido estratégico esta ação para a sobrevivência das instituições.
Compreender esse fenômeno revela quais os pressupostos que estão por trás da
aprendizagem organizacional, os seus objetivos, valores e impactos.
2 Aspectos históricos
Recapitular a origem do termo aprendizagem organizacional é rever alguns aspectos
fundamentais da história das organizações e como elas se desenvolveram ao longo dos
tempos. A compreensão do termo recebeu contribuições da teoria da administração
científica tradicional, e seu campo de estudo permeia outras áreas teóricas, como a Psicologia,
Sociologia, História, entre outras (ANTONELLO et al., 2011).
A teoria da Administração Científica de Taylor, criada em 1911, tinha como objetivo aplicar
a técnica científica à prática da Administração. O autor Idalberto Chiavenato (2014) expõe em
sua obra os pontos que fizeram dessa abordagem teórica uma das bases para a constituição da
Administração. Para conhecer um pouco mais, acesse a Midiateca da disciplina.
O RH tornou-se nos últimos anos um fator importante para as organizações que vivem
em um cenário econômico globalizado e desafiador. Com o objetivo de atingir os resultados
empresariais e os lucros, as exigências do RH têm crescido. Seu papel na colaboração contra
a “guerra” da concorrência tem estimulado o desenvolvimento de diversos programas
que visam a um crescimento no desempenho do indivíduo no trabalho. Entretanto, para
preparar essas pessoas a estarem aptas a esse nível de exigência, é necessário capacitá-las
para que saibam atuar nesse ambiente desafiador. É nesse momento que a aprendizagem
organizacional pode oferecer seu apoio para sustentar esse processo de transformação e
atender a essa necessidade da organização.
Todavia, nem sempre essa área foi vista como um agente transformador dentro das
instituições. Nos primórdios da área de Gestão de Pessoas, a preocupação inicial era outra:
identificar através dos conhecimentos da Psicologia Industrial os melhores candidatos às
vagas de trabalho. Isto é, o conhecimento psicológico era aplicado com foco em aspectos
individuais dos trabalhadores (CHIAVENATO, 2009). As necessidades da época eram:
Não havia nesse período uma visão sistêmica, isto é, uma preocupação com o
comportamento humano sob a influência do ambiente e outros aspectos que poderiam
interferir no desempenho individual.
Você sabia que foi durante o período da guerra que surgiu o processo de recrutamento e
seleção de candidatos? Na época, buscava-se identificar o melhor perfil entre os soldados para
ocupar os cargos de liderança no exército. O termo recrutamento tem como origem a palavra
recruta (soldado).
Com o desafio de preparar essa mão de obra desqualificada para atender às necessidades
do desenvolvimento industrial que o país vivia (SAVIANI, 1994), a área de RH se inspira na
metodologia da “gestão por processos”, um modelo aplicado na produção industrial e que
tem como foco aumentar a produtividade. Inspirada e administrada por engenheiros, o RH
vê a necessidade de capacitar esses trabalhadores através de cursos profissionalizantes. A
fim de atender a estes requisitos impostos pela complexidade das tarefas laborais, o Governo
brasileiro estimulou a aprendizagem organizacional na época:
Esse cenário marca um novo momento para a área de Gestão de Pessoas, que passa
a contar com o apoio da Era do Conhecimento e categorização das competências para um
novo modelo de gestão empresarial. Os trabalhadores passaram a ser vistos como parceiros
da organização, e não apenas como recursos (humanos) a serem alocados, segundo as
necessidades produtivas.
A aprendizagem individual pode ser vista como a referência principal para compreender
o processo de aprendizagem organizacional ou ser utilizada como base para constituição da
aprendizagem organizacional.
4 Abordagens teóricas
Não existe um consenso em relação à origem do termo aprendizagem organizacional.
Com uma variedade na abordagem para esse objeto de estudo, a aprendizagem
organizacional recebeu uma forte influência da teoria da administração científica, que pode
ser ecompreendida, segundo o trabalho de Shrivastava (apud ANTONELLO et al., 2011), a
partir das seguintes perspectivas:
a. Adaptação,
b. Compartilhamento de pressupostos,
O autor consolidou essas visões a partir das diferentes abordagens sobre o termo,
conforme o Quadro 1:
A influência dessas correntes de pensamento pode ainda ser vista em muitas organizações
nos dias atuais. Dependendo da forma como é realizada a política de Gestão de Pessoas e
o modelo administrativo, uma tendência ou outra se ajusta com mais facilidade à cultura
da empresa. Entretanto, nenhuma delas é capaz de atender em sua plenitude aos desafios
impostos pelo mercado empresarial.
Após a publicação dos estudos de Shrivastava (1983 apud ANTONELLO et al., 2011), dez
anos depois outro teórico lança mão de outro conjunto de critérios para conceituar o termo.
Dodgson apresenta em 1993 (apud ANTONELLO, 2011) outros aspectos da aprendizagem
organizacional.
Dessa forma, pode-se entender que a gestão do conhecimento é uma forma de apoio
para o desenvolvimento da organização a longo prazo e está intrinsecamente ligada à sua
cultura. Para Rosini (2010), as pessoas e seus conhecimentos são a base de uma instituição.
Sem profissionais motivados, treinados e qualificados, a organização não exerce os seus
propósitos com eficiência.
5 A organização do aprendizado
Atualmente as pessoas estão mais atentas aos processos de mudança, tanto no ambiente
acadêmico como nas organizações. E o sujeito envolvido deixou de ser um indivíduo passivo e
espectador do mundo (ROSINI, 2010).
A forma de pensar a aprendizagem nesse contexto deve ser revista a partir dos vários
aspectos envolvidos na questão.
A Era da Informação apresenta uma gama de recursos tecnológicos que permitem o acesso
a ela de forma instantânea. Entretanto, como conciliar o uso desses recursos no processo de
aprendizagem organizacional?
Para o autor Rosini (p. 51, 2010), “[...] a transferência do aprendizado individual para o
organizacional é eficaz à medida que os membros da organização conseguem tornar explícitos
e transferíveis os seus modelos mentais”. O conhecimento precisa ser retido e gerenciado
como um recurso valioso capaz de manter a permanência da instituição no mercado.
Sendo assim, podemos observar que a influência no processo está direcionada por
pressupostos institucionais que visam a atender os interesses da organização. Quando as
organizações possuem uma visão global do seu papel dentro do ambiente econômico, social
e ambiental, sua contribuição pode ser positiva e ultrapassar as fronteiras físicas, gerando
impactos positivos na sociedade (STADLER, 2012).
Considerações finais
A capacitação profissional é um veículo importante ao preparar o indivíduo para lidar com
as constantes mudanças que o ambiente organizacional vive. No início, o cenário corporativo
apresentava treinamentos voltados apenas para atender aos requisitos de cargo, empregados
que não estavam envolvidos no processo do seu próprio desenvolvimento e treinamentos
desconectados com a estratégia da empresa.
Essa visão vem mudando em virtude das variações contínuas que o mercado tem exigido
das empresas. Hoje, a necessidade está em preparar profissionais que possam agregar valor
através da aprendizagem organizacional, promovendo adaptabilidade e desenvolvimento
contínuo aos negócios.
Referências
ANTONELLO, Claudia Simone et al. Aprendizagem organizacional no Brasil. Porto Alegre:
Bookman, 2011.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole,
2014
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Aprendizagem Organizacional: Concepções, Princípios e Práticas Pedagógicas
DUTRA, Joel Souza; COMINI, Graziella Maria. Competência como base para a gestão estratégica
de pessoas. In: EBOLI, Marisa (Org.). Educação corporativa: fundamentos, evolução e
implantação de projetos. São Paulo: Atlas, 2010. p. 101-121.
ROMERO, Sonia Mara Thater; SILVA, Selma França da Costa; KOPS, Lucia Maria. Gestão de
pessoas: conceitos e estratégias. Curitiba: Intersaberes, 2013. (Série Gestão em Foco).
SAVIANI, Dermeval. O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias. In:
FERRETI, C. et al. (Org.). Novas Tecnologias, Trabalho e Educação. Petrópolis: Vozes, 1994.
Disponivel em: <http://ufpr.cleveron.com.br/arquivos/EP_104/dermeval_saviani.pdf> Acesso
em: 20 jul. 2015.