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Páginas pares – Título do Artigo Autêntica

USO DO SABER POPULAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE


CONCEITOS QUÍMICOS NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Rafaella dos Santos GAMA


Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB
Jequié, Bahia – Brasil
Rafaella_gama1@hotmail.com

Joelia Martins BARROS


Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB
Jequié, Bahia – Brasil
Joelia18@uesb.edu.br
ORCID:0000-0003-2533-8836
Submetido em: dt/mês/ano
Aprovado em: dt/mês/ano
DOI......

RESUMO: Atualmente o ensino de ciências contribui para a formação do pensamento


crítico dos alunos, busca-se cada vez mais um ensino contextualizado, relacionando os
saberes do dia a dia do aluno com o que é visto em sala de aula. O saber popular é uma
nova alternativa para colaborar no ensino de ciências. Essa visão é defendida pelos
seguintes autores: Chassot e Lopes (1999). Um pressuposto importante para o resgate
dos saberes populares: é preciso trabalhar criticamente a ciência do cientista, da escola e
a ciência popular. O presente trabalho tem como objetivo analisar o uso dos saberes
populares no ensino de ciências no 9º ano do ensino fundamental no processo de
aprendizagem de conceitos químicos. Foi aplicado um questionário, em uma turma de
9º em uma escola de zona rural da cidade de Lafaiete Coutinho-Ba, buscando entender o
conhecimento dos alunos sobre o saber popular e conhecimento científico.
Palavras-chave: Saber popular. Ensino de ciências. Conceitos químicos.

USE OF POPULAR KNOWLEDGE IN THE LEARNING PROCESS OF


CHEMICAL CONCEPTS IN THE 9TH YEAR OF EDUCATION ESSENTIAL

ABSTRACT: Currently, science teaching contributes to the formation of students'


critical thinking, an increasingly contextualized teaching is sought, relating the student's
day-to-day knowledge with what is seen in the classroom. Popular knowledge is a new

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alternative to collaborate in science teaching. This view is defended by the following


authors: Chassot, Lopes (1999). An important assumption for the rescue of popular
knowledge: it is necessary to critically work the science of the scientist, the school and
popular science. The present work aims to analyze the use of popular knowledge in
science teaching in the 9th grade of elementary school in the process of learning
chemical concepts. A questionnaire was applied in a 9th grade class in a rural school in
the city of Lafaiete Coutinho-Ba, seeking to understand the students' knowledge about
popular knowledge and scientific knowledge.
Keywords: Popular knowledge. Science teaching. Chemical concepts.

USO DEL CONOCIMIENTO POPULAR EN EL PROCESO DE APRENDIZAJE


DE CONCEPTOS QUÍMICOS EN EL 9º AÑO DE EDUCACIÓN BÁSICO

RESUMEN: En la actualidad, la enseñanza de las ciencias contribuye a la formación


del pensamiento crítico de los estudiantes, se busca una enseñanza cada vez más
contextualizada, relacionando los saberes del día a día del estudiante con lo que se ve en
el aula. El saber popular es una nueva alternativa para colaborar en la enseñanza de las
ciencias. Esta visión es defendida por los siguientes autores: Chassot, Lopes (1999). Un
supuesto importante para el rescate del saber popular: es necesario trabajar críticamente
la ciencia del científico, la escuela y la ciencia popular. El presente trabajo tiene como
objetivo analizar el uso del saber popular en la enseñanza de las ciencias en el grado 9
de primaria en el proceso de aprendizaje de conceptos químicos. Se aplicó un
cuestionario en una clase de 9º grado de una escuela rural en la ciudad de Lafaiete
Coutinho-Ba, buscando comprender el conocimiento de los estudiantes sobre el saber
popular y el saber científico.
Palabras clave: Conocimiento popular. Enseñanza de las ciencias. Conceptos químicos

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INTRODUÇÃO
Essa pesquisa é uma proposta sobre uma nova abordagem de ensino que possa
servir de orientação a professores, principalmente os de Química, na realização de
práticas pedagógicas que busquem a inter-relação entre os saberes populares e os
saberes formais ensinados na escola. A utilização da realidade da comunidade escolar,
partindo do que se conhece para se chegar a novos horizontes, valendo-se da interação
social, da reflexão e da construção dos saberes pode proporcionar aos alunos a
utilização do aprendizado escolar em instrumento de acesso à cidadania. Uma vez que
se conhece a sua realidade com os olhos da ciência, ele pode utilizá-la para melhorar sua
vida e de sua comunidade.
O saber popular e o ensino de ciências
Na busca por mudanças no ensino de ciências autores como Chassot e Lopes
(1999) discutem a valorização dos saberes populares no âmbito escolar. Entende-se que
é função da escola valorizar o saber popular, o saber local, próprio da comunidade onde
está inserida não como algo inusitado ou folclórico, ou ainda para que sirva,
simplesmente de ponte para a aquisição do saber acadêmico, mas, principalmente,
porque ao se valorizar os saberes populares de um determinado grupo social, no
ambiente escolar, está se considerando a existência de uma diversidade cultural.
(PRIGOL, 2008).
Quanto aos saberes populares, é possível afirmar que são fruto
da produção de significados das camadas populares da
sociedade, ou seja, as classes dominadas do ponto de vista
econômico e cultural. As práticas sociais cotidianas, a
necessidade de desenvolver mecanismos de luta pela
sobrevivência, os processos de resistência constituem um
conjunto de práticas formadoras de diferentes saberes
(LOPES, 1999, p 150).
Para Oliveira (2015), desde que o homem se reconheceu como parte integrante
do mundo, despertou o interesse por compreender a realidade que o circunda. A partir
de então, ao longo da história o homem constrói um conjunto de saberes que expressam
uma compreensão da realidade. Essa forma de compreensão da realidade é construída
de maneira espontânea, acumulativa e fragmentária, formada a partir de uma série de
opiniões, hábitos e formas de pensamentos dos quais os indivíduos se servem no
cotidiano, para entender o mundo circundante e orientar a sua própria existência.
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A escola e o saber popular


Toda a riqueza implícita nos saberes populares, pode perder-se ao longo do
tempo, sendo relevante fazer seu registro, como forma de preservar o patrimônio
sociocultural de um povo, em determinado espaço e época. Sendo assim, o ambiente
escolar pode ser o local onde o aluno pode ter a possibilidade de preservar esse
patrimônio do seu povo. Além disso, ao mesmo tempo, pode construir novos conceitos
a partir desses saberes populares (ZANOTTO, 2015).
Para Lopes (1999), os pesquisadores em currículo e em educação de uma forma
geral concordam que a cultura é um conteúdo substancial do processo educativo e o
currículo a forma oficial de transmitir e reelaborar a cultura de uma sociedade,
reproduzindo-a como a produção social garantidora da característica humana.
Em dado contexto histórico, são selecionados os conteúdos da
cultura, considerados necessários às gerações mais novas,
constituintes do conhecimento escolar. A concepção que se
tem de cultura será, portanto, definidora de como se
compreende o conhecimento escolar.
A importância de abordar os saberes populares na sala de aula traz contribuições
significativas para o ensino das Ciências Naturais. Pois, a partir destes, é possível
relacionar os saberes científicos abordados nos conceitos da área. “A valorização de
uma cultura e da concepção de diferentes saberes no ensino de Ciências é um
importante recurso para se conceber o ensino-aprendizagem de diferentes formas aos
estudantes” (SOUSA; XAVIER; ALMEIDA, 2016, p.1).

Saber popular x Saber cientifico

Para Silva et al. (2016), tanto o saber popular quanto o saber científico, podem
contribuir para se entender o mundo em que vivemos e o porquê de as coisas
acontecerem. Então, não devemos menosprezar os saberes populares, mas sim a partir
da introdução do conhecimento científico tornar esses saberes mais sistemáticos,
capazes de fazer ligação entre natureza e cultura, científico e popular, presente e
passado. E esta conexão só ocorrerá quando não mais houver superioridade de um saber
sobre o outro.

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Todavia, o conhecimento popular e o conhecimento científico são expressões da


mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver
melhor e sobreviver. Para Gaston Bachelard, a passagem do senso-comum para a
ciência representa antes uma ruptura. A contínua retificação dos conhecimentos
anteriores é a chave de todo o progresso científico, uma vez que o progresso científico
se faz através de sucessivas rupturas (OLIVEIRA, 2015).
Ensino de ciências

O ensino de Ciências, assim como o ensino de Química vem passando por


diversas transformações nos últimos anos. Ao contrário do que se objetivava no
passado, que era basicamente transmitir informações, hoje o ensino de Ciências tem por
objetivo preparar o indivíduo para ser um cidadão consciente e que consiga se
posicionar criticamente frente a situações do cotidiano (VILANOVA, 2015).
Na mesma perspectiva, Arce, Silva e Varotto (2011, p. 9) destacam que:
O ensino de ciências designa um campo de conhecimentos e um
conjunto de atividades que oferecem uma visão científica do
mundo real e o desenvolvimento de habilidades de raciocínio
desde a mais tenra idade [...]. A escola fundamental tem o dever
social de colocar a criança em contato com uma forma
particular de conhecimento: o conhecimento científico.
O ensino de ciências, em geral, deve basear-se, entre outras coisas, na
construção e uso de modelos para fornecer explicações em sala de aula (LEMES;
PORTO, 2013; ADÚRIZ-BRAVO, 2012), numa tentativa de aproximar os estudantes
das discussões propostas pelas ciências, além de apresentar as ferramentas que podem
permitir àquele estudante adotar uma postura mais crítica e reflexiva em relação à sua
própria realidade.

Ensino de ciências e o cotidiano

Carvalho (2011) afirma que o ensino de ciências precisa ir além do trabalho com
conceitos e ideias científicas. Ensinar ciências consiste em envolver o estudante em uma
cultura científica, condição dada pelo professor e pela escola:

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é necessário introduzir os alunos no universo das Ciências, isto


é, ensinar os alunos a construir o conhecimento fazendo com
que eles, ao perceberem os fenômenos naturais sejam capazes
de construir suas próprias hipóteses, elaborar ideias,
organizando-as e buscando explicações para os fenômenos
(Ibid., p.253).

O ensino de ciências e os conceitos químicos no ensino fundamental

Para Macedo e Penha (2014), o ensino de Química é de fundamental importância


na formação de um cidadão comprometido com o mundo, pois esta ciência permite ao
aluno o desenvolvimento do seu senso crítico em torno das relações entre a sociedade e
a tecnologia moderna.
A aprendizagem dos conceitos químicos é primordial para a compreensão do
mundo na qual estamos inseridos, e tais conhecimentos serão úteis na transformação da
sociedade e consequentemente do mundo. Com isso, torna-se necessário ensiná-la de tal
maneira que os educandos compreendam que a química está inserida em seus diversos
contextos sociais e que o entendimento de seus conceitos é importante para a
transformação de suas realidades (AVELAR et al, 2019).

Contextualização dos conceitos e conteúdos

O termo contextualização abrange diferentes significados. Segundo Lopes


(2002, p. 395), a contextualização vem substituindo o conceito de cotidiano e de
valorização dos saberes populares, "muitas vezes havendo a suposição de que se trata do
mesmo enfoque educacional".
Segundo Moure e Latini (2017), para Vygotsky, o sujeito já possui uma
capacidade de formar conceitos, não de uma forma pronta a ser assimilado, mas por um
processo de desenvolvimento, por meio de construções mentais. Como uma via de mão
dupla, os conceitos cotidianos presentes no sujeito possibilitam e impulsionam
realizações que poderiam ou não ser efetivadas pelo conceito científico.
Salienta-se que o ensino por meio da contextualização caracteriza-se pela
interdisciplinaridade e não fragmentação dos conteúdos e as ações de formação

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continuada facilitam este processo para o professor, pois possibilitam a integração


(PESSANO et al., 2015). Esse ensino contextualizado também tem como base a
valorização de todo o contexto social e cultural que os alunos carregam consigo e o
meio em que eles vivem.

METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, que para Denzin e Lincoln
(2006), é considerada como oportunidade para diagnosticar e contribuir, em sua
totalidade e efetivamente, as dificuldades do processo de ensino-aprendizagem.
Dificuldades essas, muito comuns no processo ensino- aprendizagem de Química, em
especial em turmas de 9º ano. Ainda de acordo com a pesquisa qualitativa, consideram-
se, os diferentes pontos de vista dos participantes. Apresenta-se como possibilidade de
compreender de forma mais detalhada os significados e as situações. Parte da noção da
construção social das realidades em estudo, está interessada nas perspectivas dos
participantes, em suas práticas do dia a dia e em seu conhecimento cotidiano relativo à
questão em estudo (FLICK, 2009).
Foi aplicado um questionário, como método de coleta de dados, que foi
preenchido pelos participantes da pesquisa sem necessidade de identificação. O método
qualitativo lida com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
das atitudes a fim de entender o conjunto de fenômenos humanos (MINAYO, 2008). A
pesquisa foi desenvolvida com alunos de um colégio municipal, da zona rural situado
em um povoado chamado Marimbondo na cidade de Lafaiete Coutinho – BA. A
população do estudo constituiu-se de 40 estudantes do 9º ano, turno matutino.
A ideia central para o desenvolvimento desta pesquisa foi: Analisar a
importância do uso do conhecimento popular no processo de aprendizagem de conceitos
químicos. A seguir apresentamos as questões utilizadas no questionário:

1. O que você entende por saber popular?


2. Quais os saberes populares que você conhece da sua cultura?
3. Quais os saberes populares que você identifica na sua comunidade?
4. Quais os saberes mais relevantes chegaram a você através dos seus pais?
5. Cite alguns saberes populares que você usa no dia-a-dia e que tenha
aprendido com seus pais ou avós. Você consegue relacionar com a química?
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6. Esses saberes são abordados em sala de aula?


7. Como você relaciona os conteúdos que aprende nas aulas com seu cotidiano?
8. O que você entende por saber científico?
9. Qual a diferença entre saber popular e saber científico?
10. Você consegue aprender conteúdos químicos a partir do seu conhecimento
popular?

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao serem questionados sobre “O que você entende por saber popular?”, 62,50%
dos alunos responderam que são aqueles pertencentes ao senso comum e conhecimentos
passados de geração em geração, 25% responderam que são frases ou expressões
populares e 12,50% responderam ser algo relacionados a chás e remédios naturais que
os avós fazem (Figura 1). Para Zanotto (2015) Os saberes populares brotam de
observações feitas ao longo de gerações, não obstante, para determinados grupos, se
prestam coerentes e fazem sentido, nutrindo vivo “conhecimento” e, desta forma,
preservam a história, costumes e tradições locais.
Figura 1. SABER POPULAR

FONTE: Autoria própria (2022)

O saber popular pode ser confundido com o senso comum, mas Chassot (2011)
os diferencia. Para o autor, enquanto o senso comum dissemina-se em todo tecido
social, os saberes populares estão associados às práticas cotidianas das classes

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destituídas de capital cultural e econômico. Desta forma, o saber popular aponta para a
especificidade e para a diversidade.
Cerca de 87,50% dos alunos ao serem questionados sobre quais saberes
populares conhece na sua cultura responderam sobre os chás medicinais e 12,50%
falaram da pecuária (Figura 2). É comum associar o conhecimento local à sua forte e
permanente ligação com a natureza, o conhecimento gerado, ao longo de sua história e
com o ambiente natural ajuda a superar os desafios da vida cotidiana. Segundo Silva et
al, (2017), o Brasil é considerado um país privilegiado com abundância de plantas
biomédicas. Sua biodiversidade é considerada uma das mais ricas do mundo devido às
inúmeras espécies vegetais com potencial medicinal.

Figura 2. SABERES CONHECIDOS DA PRÓPRIA CULTURA

FONTE: Autoria própria (2022)

Segundo Gondim (2017), os saberes populares são identificados através da


cultura, gastronomia, arquitetura, chás medicinais, entre outros, fazendo parte da prática
cultural de determinadas comunidades. São conhecimentos obtidos empiricamente, a
partir do “fazer”, que são transmitidos e validados de geração em geração,
principalmente por meio da linguagem oral, de gestos e atitudes.
Sobre quais os saberes que conseguem identificar na comunidade (Figura 3),
37,50% dos alunos responderam sobre conhecimentos locais, grupos e ter conhecimento
de geração a geração e outros 37,50% responderam sobre plantas medicinais e chás,
para Bastos (2013), diferentes populações fornecem uma base de conhecimento sobre
seus arredores. Propriedades terapêuticas e medicinais, animais e plantas, percepção de

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fenômenos naturais como estações do ano, época de plantio e colheita, classificação de


flora e fauna, organização de calendários, dicionários, sazonalidade dos animais e suas
relações uma organização com aspecto natural é uma organização que forma um
estoque conhecimento comumente referido como conhecimento tradicional.
Figura 3. SABERES IDENTIFICADOS NA COMUNIDADE

FONTE: Autoria própria (2022)

Questionados sobre “Quais saberes mais relevantes chegou a você através dos
seus pais?” (Figura 4), 50% dos alunos responderam saberes utilizados no trabalho,
vale ressaltar que os alunos são criados em uma cultura em que estudam pela manhã e
trabalham com os pais a tarde. Segundo Lopes (1993), o conhecimento popular é fruto
da produção de significados das camadas populares da sociedade, isto é, a classe
dominante da sociedade em perspectivas econômicas e culturais, prática social diária e
necessidades de desenvolver mecanismos de luta pela sobrevivência, os processos de
resistência constitui um conjunto de práticas discursivas que formam diferentes tipos de
conhecimento. Cerca de 25% dos alunos falaram sobre fazer xaropes caseiros, de acordo
com Vasconcelos, et, al (2011), uma das práticas mais antigas é a utilização de plantas
medicinais, que são empregadas para tratamento de enfermidades humanas. Através do
conhecimento popular foi descoberto muito do que se sabe hoje em dia sobre o
tratamento de plantas. Os outros 25% dos alunos responderam que a pecuária e as
plantações são os saberes recebidos através dos pais.

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Figura 4: SABERES RELEVANTES TRAZIDOS DOS PAIS

Quais os saberes mais relevantes


chegaram a você através dos seus pais?
100%

80%

60% 50%
40%
25% 25%
20%

0%
Trabalhar Fazer xaropes caseiros Pecuária e plantações

FONTE: Autoria própria (2022)

No questionário foi pedido para que os alunos citassem saberes populares que
eles utilizam no dia a dia e eles foram perguntados se conseguiam relacionar esses
saberes com a química (Figura 5), 50% dos alunos falaram que utilizam saberes popular
na cozinha, 25% dos alunos responderam que utilizavam na conservação dos alimentos
e 25% não souberam responder, no entanto, nenhum dos alunos conseguiram relacionar
suas atividades do cotidiano com a química. Para Gondin & Mól (2009), as escolas têm
repetidamente priorizado o conteúdo científico recomendado pelos livros didáticos
sobre o conhecimento, a experiência e o conhecimento alternativo dos alunos. Portanto,
o ensino de ciências se baseia principalmente em uma perspectiva disseminada, fora de
contexto, que fortalece a neutralidade da ciência e ignora a relação entre ciência,
tecnologia e sociedade.
Figura 5: SABERES POPULARES USADOS NO DIA A DIA

Cite alguns saberes populares que você usa no dia-a-


dia e que tenha aprendido com seus pais ou avós.
Você consegue relacionar com a química?
80%
50%
40% 25% 25%

0%

FONTE: Autoria própria (2022)

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Na questão seguinte, 75% dos alunos responderam que os saberes populares são
abordados em sala de aula, enquanto 25% afirmaram que não são (Figura 6), portanto
evidencia-se que é um tema presente na vida dos estudantes, Chassot (1995) defende o
resgate e a valorização de saberes populares, trazendo-os para as salas de aula como um
caminho que contempla essa necessidade do Ensino de Ciências para que o ensino deixe
de ser de forma sistematizada, matematizada e descontextualizada e passe a ser algo que
se relacione com a realidade do aluno. Para Carvalho (2011) o ensino de ciências
precisa ir além do trabalho com conceitos e ideias científicas. Ensinar ciências consiste
em envolver o estudante em uma cultura científica, condição dada pelo professor e pela
escola.

Figura 6. SABERES ABORDADOS NA SALA DE AULA

Os saberes populares são abordados na


sala de aula?
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não

FONTE: Autoria própria (2022)

Apesar da resposta acima ter sido em maioria positiva os alunos afirmaram não
conseguir relacionar os conteúdos aprendido em sala de aula com o cotidiano (Figura 7),
para Zanotto (2015) é importante ressaltar que a valorização dos saberes populares e sua
aproximação da cientificidade contribuem para dar maior significado ao ensino da
Química. É importante que os saberes populares abordados em sala de aula sejam
discutidos de forma contextualizada de modo que os alunos consigam relacionar os
conteúdos com seu cotidiano, Lopes (1993), argumenta a favor de uma inter-relação
entre os saberes, de forma a contribuir para a construção do conhecimento escolar sem,
contudo, os descaracterizar.

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Figura 7. RELAÇÃO DOS CONTEÚDOS COM O COTIDIANO

Como você relaciona os conteúdos que


aprende nas aulas com seu cotidiano?
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Não souberam responder

FONTE: Autoria própria (2022)

É possível constatar que boa parte dos alunos não sabem o que é o conhecimento
científico (Figura 8), ao serem perguntados sobre o que eles entendiam por
conhecimento científico 37,5% responderam ser “coisa de médico”, já 37,50%
responderam “informação e o saber que parte do princípio das análises dos fatos reais e
cientificamente comprovado”, 25% disseram ser “coisa de ciências e de química”.
Figura 8: SABER CIENTÍFICO

O que você entende por saber científico?


100.00%

80.00%

60.00%

40.00% 38% 38%

25%
20.00%

0.00%
Saberes que são cientifi- Coisas de ciencias Saberes de médico
camente comprovados

FONTE: Autoria própria (2022)

A partir deste ponto, devemos considerar que os esforços para difundir o


conhecimento científico, não só nas escolas, mas na sociedade como um todo ainda é
necessário.

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Analisando as respostas dos alunos sobre a diferença entre o saber popular e o


conhecimento científico (Figura 9), 37,5% reafirmaram que o saber popular é o
conhecimento por senso comum, um conhecimento de várias pessoas que interagem
entre si, enquanto o cientifico são conhecimentos atrelados a tentativa e erros, 12,5%
responderam que popular é o que as pessoas mais velhas sabem e científico são os
saberes ensinados pelos professores.
Segundo Oliveira (2015), apesar da evolução do conhecimento científico faz-se
necessário a valorização do saber popular, pois, não podemos esquecer que, por séculos,
o conhecimento popular e tradicional serviu para subsidiar nas necessidades mais
cotidianas, mesmo que de modo ingênuo. Porém, muitas vezes eficaz. Na visão de
Baptista (2007) o diálogo entre saberes no ensino de ciências pode contribuir para que o
estudante perceba que a ciência não representa o único caminho que conduzirá ao
conhecimento.
Figura 9. SABER POPULAR X SABER CIENTÍFICO

Qual a diferença entre saber popular e saber


científico?
100.00%
80.00%
60.00% 37.50%
40.00% 25.00%
20.00% 12.50% 12.50% 12.50%
0.00%

FONTE: Autoria própria (2022)

Questionados se conseguem aprender conteúdos químicos a partir do seu


conhecimento popular (Figura 10), a turma se dividiu 50% dos alunos responderam que
não conseguem enxergar a química nos saberes populares e 50% responderam que sim.
Macedo e Penha (2014) afirmam que é comum no espaço da sala de aula e nos espaços
gerais da escola a disciplina de Química ser considerada pelos alunos e até por alguns
professores como uma ciência complexa, decorativa e restrita a fórmulas matemáticas.
Uma maneira de fazer com que os alunos consigam aprender e relacionar os conceitos

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químicos com o saber popular é através da contextualização. A contextualização no


processo de ensino é um fator que facilita o trabalho que os professores realizam dentro
e fora da sala de aula. Dessa forma, o conhecimento popular pode ser utilizado como
ferramenta motivadora e objeto contextualizado no ensino de química, e o
conhecimento popular pode ser utilizado como alternativa, pois traz importantes
contribuições, agregando métodos de ensino para quebrar o paradigma e valorizar a
experiência do aluno.
Figura 10. APRENDIZADO DOS CONTEÚDOS QUÍMICOS A PARTIR DO SABER
POPULAR

Você consegue aprender conteúdos químicos


a partir do seu conhecimento popular?
100%

80%

60% 50% 50%


40%

20%

0%
Sim Não

FONTE: Autoria própria (2022)

A partir das respostas obtidas através da aplicação do questionário foi possível


observar que os alunos apesar de terem uma pequena noção do que é o saber popular e
dos exemplos, não conseguem relacionar esses saberes com os conteúdos abordados nas
aulas de ciências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa, buscou-se analisar o uso de saberes populares no processo
de aprendizagem de conceitos químicos no 9º ano do ensino fundamental. Verificou-se
os conhecimentos dos alunos em relação aos saberes populares presentes na sua
comunidade e cultura, através de um questionário que ajudou a obter informações
interessantes sobre a noção quanto aos saberes popular e científico, sendo que, é de
conhecimento geral que apenas as descobertas provenientes do método científico são
ensinadas em aula.
Através da pesquisa, percebemos que os alunos não conseguem relacionar os
saberes populares com os conceitos ou outros conhecimentos químicos, portanto, é

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necessário resgatar a experiência cotidiana, incluindo o saber popular, para compreender


e valorizar os conceitos utilizados nas diversas disciplinas. Esse conhecimento evolui
com a comunidade, sugerindo que o conhecimento científico não é definitivo, ao
contrário do que sugere o discurso escolar atual. É importante fornecer aos alunos
opções de enquadramento curricular adicionais que permitam questões regionais como o
conhecimento predominante na comunidade, a integração dos currículos escolares,
permitindo a discussão de conhecimentos científicos relevantes para as realidades da
comunidade escolar. A antecipação de assuntos de maneira descontextualizada, sem
outras aplicações visíveis além da resolução mecânica de exercícios, não acrescenta
muito na formação dos estudantes desta fase do ensino. Ao contrário do desejado, ela
pode reforçar a aprendizagem de conceitos equivocados e despertar o desgosto pela
Química no Ensino Médio. A ideia do ensino baseado na sabedoria popular, que visa
aproximar a ciência dos alunos, utilizando conceitos mais simples e explicando-os na
ciência, valoriza o conhecimento local, o conhecimento de observadores que fazem
suposições que muitas vezes não conseguem explicar porquê, essas hipóteses podem ser
apresentadas aos alunos como perguntas que permanecem inexplicáveis mesmo que
sejam verdadeiras ou não, e a ciência é apresentada como uma forma de responder a
perguntas que não podem ser respondidas por simples observações, o interesse pela
ciência aumentará e os alunos casa o conhecimento e exercitá-lo estimula sua
consciência crítica, de modo que as aulas de ciências se tornam mais interessantes para
os alunos e, com a participação deles, as aulas se tornam mais dinâmicas.

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