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Introdução

Neste presente trabalho iremos falar sobre a administração pública, seu conceito, tipos e seu
historial. Falaremos mais sobre a evolução do historial da administração pública em
Moçambique. Falaremos de vários factores e passo a passo como foi executada a administração
em África pelos colonos Portugueses. Espero que o trabalho por mim apresentado seja do
vosso inteiro e majestoso agrado.
Administração pública
A administração pública designa o conjunto de funções para organizar a administração de
estados em todas as suas instâncias, funções essas regidas por um sistema de normas.
Ou podemos considerar que:
Administração publica e um conceito da área do direito que descreve o conjunto de agentes,
serviços e órgãos instituídos pelo Estado, com o objectivo de fazer a gestão de certas áreas de
uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, etc.
Existem vários tipos de administração pública que são;
Administração pública directa e administração pública indirecta.

Administração pública directa


E desempenhada pelos Poderes da União, pelos Estados, Distritos Federais e Municípios. Estes
órgãos não são dotados de personalidade política própria. As despesas inerentes a
administração são contempladas no orçamento publico e ocorre a desconcentração
administrativa que consiste na delegação de tarefas.

Administração pública indirecta


E a transferência da administração por parte do Estado a outras pessoas jurídicas, sendo que
pessoas jurídicas podem ser fundações, empresas publicas, organismos privados, etc. Neste
caso ocorre a descentralização administrativa, ou seja a tarefa de administração e transferida
para outra pessoa jurídica.

Princípios da administração pública


De acordo com o artigo 37 da constituição federal, estão previstos os seguintes princípios da
administração pública:
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MOÇAMBICANA

1. Evolução Histórica
Os Portugueses chegaram a Moçambique nos finais do século XV (1498), Chefiados por Vasco
da Gama a procura de ouro e marfim. Desembarcaram pela Primeira vez no rio Inharrime
(Inhambane), Quelimane e Ilha de Moçambique.
A primeira forma de ocupação foi a fundação de feitorias quer para a prática do Comercio,
quer para a defesa de ataques árabes e dos chefes locais rebeldes, em Sena (1530, Tete. 1537 e
Quelimane, 1544). No século XVI tiveram contactos com os chefes dos impérios de Mutapa e
Marave.
A penetração colonial na maior parte do território de Moçambique foi feita através de
Companhias as quais ocupavam cerca de 2/3% do território. Portugal não conseguiu ocupar,
dominar e administrar sozinho o país. Assim, a administração do território foi atribuída em
1892 à Companhia de Moçambique (1a companhia majestática), que compreendia uma
área de 134.822 km2 limitada entre o rio Zambeze (norte e noroeste) e o paralelo 22º (sul) e
entre o Indico (este) e a Rodésia do Sul (oeste). Esta concessão durou cerca de 45 anos (1897-
1942).
A companhia tinha o direito de explorar os territórios e a população que estavam no seu
domínio, praticar o monopólio do comércio, fazer concessões mineiras e de pesca costeira,
colectar taxas e impostos de palhota e de capitação (mussoco), exploração de mão-de-obra para
os países vizinhos, construir e explorar vias de comunicação, estradas, portos, pontes,
caminhos-de-ferro, conceder terras a terceiros emitir moedas e selos.
Como dever a companhia tinha o dever de pagar 10% dos dividendos distribuídos e 7,5% dos
lucros líquidos totais, manter a sua sede em Lisboa, manter o estatuto de companhia portuguesa
e entregar os territórios ocupados no fim do contrato.

Em 1891 surge a Companhia do Niassa (2ª companhia majestática), com privilégios de


ocupação, administração e exploração da área ocupada. 25% do território na zona norte entre
os rios Rovuma (norte) e Lúrio (sul), o oceano Indico (este) e Lago Niassa (oeste).

Em 1892 surge a Companhia da Zambézia (3ª companhia majestática), que ocupava as


áreas de Chire, limite com a Niassalandia, Zumbo e Luenha, fronteira com a Rodesia do Norte.
Esta companhia não tinha privilégios porque era concessionária.

A estrutura administrativa colonial foi assegurada efectivamente em toda a extensão do


território a partir do estabelecimento de contratos de concessão pelo governo português, de
zonas do território, a grandes companhias que tinham interesses em Moçambique para
desenvolverem actividades económicas e assegurarem igualmente o exercício delegado da
autoridade administrativa nos territórios concessionados à excepção da zona sul do país que foi
considerada reserva de mão-de-obra para as minas de ouro na vizinha África do Sul.
A zona sul do País foi administrada de forma directa pelos portugueses e serviu
como reserva de mão-de-obra para as plantações de cana do açúcar e exploração
mineira na vizinha África do Sul.

2. Delimitação do Território e Administração Pública Colonial em Moçambique


O Governo de Portugal iniciou o processo de delimitação do território de Moçambique depois
da realização da Conferência de Berlim que decorreu no período de 15 de Novembro de 1884 a
26 de Fevereiro de 1885. A partir deste período tiveram lugar conversações entre Portugal e
outras potências coloniais interessadas na colonização do continente africano as quais só
terminaram a 29 de Julho de 1869 com a delimitação das actuais fronteiras de Moçambique
Iniciando desta forma a ocupação efectiva do território sob a forma de colónia.

Após a delimitação das fronteiras a organização administrativa da colónia acomodou duas


estruturas de administração territorial, nomeadamente a estrutura administrativa colonial e a
estrutura de administração tradicional.

3. A Administração Pública depois da Independência


Com a proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975, nasceu a República
Popular de Moçambique, e entrou em vigor a nova Constituição da República Popular de
Moçambique (RPM). Esta definia Moçambique como um Estado de Democracia Popular,
onde o Poder pertencia aos operários e camponeses unidos e dirigidos pela FRELIMO.

O Artigo 4 estabelecia que a nova administração pública a instalar tinha por objectivos “a
eliminação das estruturas de opressão e exploração coloniais e tradicionais e da mentalidade
que lhes está subjacente”. A administração pública devia ser “um instrumento para a destruição
de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para a eliminação do sistema de
exploração do homem pelo homem, e para a edificação da base política, material, ideológica,
cultural e social da nova sociedade”.
Para reflectir sobre a organização das cidades foi realizada uma Reunião Nacional sobre
Cidades e Bairros Comunais e para reflectir sobre as acções que deveriam ser levadas a cabo
no quadro da edificação da Administração Pública foi realizada uma Reunião Nacional da
Função Pública que ficou como mais conhecida como Seminário de escangalhamento do
aparelho do Estado colonial.
O primeiro instrumento normativo aprovado para organizar a Administração Pública foi o
Decreto nº. 1/75, de 27 de Julho, para o Aparelho de Estado Central que definia as Principais
Funções e tarefas de cada Ministério na realização do Programa Geral de actividades do
Conselho de Ministros, bem como delimitar as competências de cada Ministério, estabelecendo
a relação hierárquica dos diferentes serviços existentes ou a criar.
O Aparelho de Estado ao nível provincial era constituído pelos seguintes órgãos:
a) Gabinete do Governador Provincial;
b) Direcção Provincial de Apoio e Controlo;
c) Direcções Provinciais e Comissões Provinciais, órgãos estes que observam o princípio de
dupla subordinação no seu funcionamento.
Para assegurar o papel directivo e centralizador do Estado, foi aprovado o Decreto nº. 4/81, de
10 de Junho, o qual passou a designar-se por Normas de Organização e Direcção do
Aparelho de Estado Central (NODAEC). Este Decreto definia os órgãos centrais do
Aparelho de Estado como instrumento unitário do poder para a direcção, planificação e
controlo da acção governamental.
Assim, com base no centralismo democrático, os órgãos centrais do Aparelho de Estado
deveriam aplicar os seguintes princípios:

1. Unidade e concentração da direcção política, económica, técnica e administrativa no


dirigente e sua responsabilização individual, combinada com a participação colectiva dos
trabalhadores na tomada, execução e controlo de decisões;
2. Direcção e planificação unitárias da economia e da actividade social do Estado;
3. Desenvolvimento, protecção e plena utilização da propriedade estatal;
4. Orientação e apoio ao desenvolvimento planificado do sector cooperativo em recursos
humanos, técnicos e materiais;
5. Integração e controlo da actividade do sector privado no quadro da política de
desenvolvimento do País;
6. Observância permanente da legalidade;
7. Participação organizada das massas nas tarefas estatais;
8. Participação na preparação, execução e controlo das decisões da Assembleia Popular, bem
como no trabalho das suas comissões;
9. Promoção da crítica e auto-crítica, da aplicação de estímulos materiais e de avanços
tecnológicos como instrumentos de melhoria da organização, estilo e métodos de direcção e
trabalho, bem como de elevação da produção e da produtividade;
10. Dupla subordinação dos órgãos locais do Aparelho de Estado e promoção da iniciativa
local do aparelho estatal e instituições subordinadas, elevando-se a sua responsabilidade e
disponibilidade em meios para a realização de tarefas estatais;
11. Participação nas tarefas de defesa e segurança e vigilância popular; e
12. Manter relações económicas, científicas, técnicas e culturais internacionais como
implementação dos princípios definidos na Constituição, das decisões do Partido FRELIMO e
dos órgãos superiores do Estado.

Como forma de garantir uma direcção centralizada, as NODAEC definiam como competência
exclusiva dos órgãos centrais do Aparelho de Estado a definição de princípios, objectivos,
normas, metodologias e procedimentos fundamentais nas seguintes áreas:

1. Planificação, finanças, actividades bancária e seguradora, salários e preços;


2. Formação, colocação e gestão de quadros dirigentes, especialistas e técnicos, de acordo com
o quadro classificativo de funções;
3. Investigação e experimentação científica;
4. Estatística e contabilidade nacional;
5. Inspecção e controlo;
6. Defesa e segurança;
7. Relações internacionais.
A Administração Pública Moçambique à luz da Constituição de 2004
Da nova Constituição destacam-se alguns aspectos fundamentais com respeito à organização e
funcionamento da Administração Pública em Moçambique.

Administração Pública
A Administração Pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos. Os órgãos da Administração Pública obedecem à
Constituição e à lei e actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da
ética e da justiça (Artigo 249 da Constituição da Republica).

A Administração Pública estrutura-se com base no princípio de descentralização e


desconcentração, promovendo a modernização e a eficiência dos seus serviços sem prejuízo da
unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo.
A Administração Pública promove a simplificação de procedimentos administrativos e a
aproximação dos serviços aos cidadãos (artigo 250).
O Decreto nº 30/2001 de 15 de Outubro que aprova as Normas de Funcionamento dos Serviços
da Administração Pública estabelece os seguintes princípios da actuação da Administração
Pública:
 Princípio da legalidade;
 Principio da prossecução do interesse público e protecção dos direitos e interesses dos
cidadãos;
 Princípio da justiça e da imparcialidade;
 Princípio da transparência da Administração Pública;
 Princípio da colaboração da Administração com os particulares;
 Princípio da participação dos particulares;
 Princípio da decisão;
 Princípio da celeridade do procedimento administrativo;
 Princípio da fundamentação dos actos administrativos;
 Princípio da responsabilidade da Administração Pública;
 Princípio da igualdade e da proporcionalidade.

Formação em Administração Publica


A formação para o fortalecimento da capacidade técnico-profissional dos funcionários e
agentes da Administração Publica em Moçambique sempre mereceu uma atenção especial para
se assegurar a implementação eficiente e eficaz das políticas de desenvolvimento do País.

A primeira instituição de formação para a Administração Pública foi criada em 1977 e


designava-se Centro de Formação de Quadros 1º de Maio e tinha como vocação a formação de
administradores distritais. Este centro funcionou até 1980, altura que foi criada Escola de
Estado e Direito.
A Escola de Estado e Direito dedicou-se á formação de directores provinciais, administradores
distritais e iniciou a oferta de cursos de graduação básica e média em Administração Estatal.

Em 1994, a Escola de Estado e Direito foi transformada em Instituto Médio de Administração


Pública, com responsabilidade de formar técnicos básicos e médios em Administração Pública.

Em 1994 foi criado o Sistema de Formação em Administração Pública (SIFAP) mas que só foi
possível iniciar a sua operaracionalização a partir de 1998. No quadro da implementação do
SIFAP foram criados os Institutos de Formação em Administração Pública e Autárquica
(IFAPA), que funcionam nas zonas Norte, Centro e Sul do País e o Instituto Superior de
Administração Pública (ISAP). Estas instituições oferecem cursos de formação quer de
graduação, quer
de capacitação de funcionários públicos a vários níveis. A acção de formação desenvolvida por
esta rede de instituições é complementada pela intervenção de outras instituições de formação,
universidades e institutos superiores que oferecem cursos de graduação e pós-graduação em
Administração Pública.
Ao nível da cooperação regional destacam-se os cursos oferecidos inicialmente pelo Projecto
de Formação em Administração Pública (FAP), que foi substituído pelos Projectos PIR-
PALOP I e PIR-PALOP II voltados para o fortalecimento das capacidades das Administrações
Públicas dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP).

Conclusão
Após a apresentação deste trabalho, pudemos constatar que a administração pública teve um
importante papel na organização da economia do pais. De acordo com o trabalho a
administração pública teve muita influência em vários sectores de desenvolvimento do pais.
Sem muitas palavras, espero que o trabalho apresentado tenha sido do vosso inteiro e
majestoso agrado.
Bibliografia:
1) Constituição da República aprovada em 1990
2) Constituição da República aprovada em 2003
3) Normas de Organização e Funcionamento dos Serviços da Administração
Publica
11) Chichava, Prof. Dr. J. A. Conceição, Evolução da Administração
Pública.

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