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Metadados
Data de Publicação 2004
Tipo masterThesis
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II- Currículo de Filosofia para Crianças
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1ª- O desempenho da habilidade de pensamento pode ser
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4ª- A acareação entre a criança e o currículo deve proporcionar
crianças.
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necessariamente perspectiva (sic), social e comum”. (Ibid). As crianças
o bem pensar e a filosofia têm uma relação intrínseca, que no caso das
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2. A Novela filosófica
Ricoeur. Porém, não são estes os textos que Lipman aconselha para o
desenvolvimento das habilidades, pois ele mesmo diz: “não que tenhamos
nada contra histórias; adoramos.” (2001, 311), porém não são, segundo o
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Para não se ficar pelo estudo das descrições (porque as crianças
88), tendo como objectivo aplica-las aos vários problemas filosóficos, tais
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Desenvolver porque as crianças começam a sondar, examinar,
mais atento ao que se passa à sua volta, mais reflexivo, mais discursivo,
informação e tradução.
aquilo que já aconteceu em suas vidas e com aquilo que esperam que
ou seja, o que é verdadeiro para uns pode não ser verdadeiro para
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racionalidade é possível, (...) e que alguns argumentos são melhores que
vem do exterior em juízos, dado que, é a relação dos mesmos que nos
a sua obra que será fiel ao seu conteúdo plástico”(Op. Cit., 72) está a
traduzir o que é dito numa Língua, para outra diferente, sem perder o
(Ibidem, 73).
provar e errar, e para isso, não se pode deixar de usar todos os nossos
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temáticas, que é capaz de desenvolver as habilidades do pensamento,
campo filosófico.
apresentados, não pela ordem que foram criados, isto é, pela data
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Em anexo encontra-se um quadro com o currículo, textos e temas oficiais de FpC.
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publicados pela primeira vez nos E.U.A, mas pela forma da sua aplicação,
2.1 Elfi
novela filosófica, não existe uma só, mas sim dois manuais. O primeiro
tímida, que não levanta qualquer questão nas aulas. No entanto, nada lhe
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No original chama-se Elfie. Editada pela primeira vez em 1988.
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aparecia e a realidade, a unidade e a multiplicidade, as partes e o todo,
protagonista da novela.
avós, onde faz amizade com Guga, uma menina invisual que vive ao lado
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No original designa-se por Kio e Gus. Novela publicada em 1982 e 1986.
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detectar pressupostos, levantar questões, brincar a ser outro, procurar
alternativas.
2.3 Pimpa
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No original chama-se Pixie. Editado em 1981.
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com uma especial curiosidade e vontade de perguntar, mas não um
turma. Perguntas como Alguma vez o teu braço ficou dormente? Não é
perguntas.
fio condutor a reflexão filosófica não significa que seja um obstáculo para
nos países onde se utiliza este programa (novela Pimpa) os alunos são
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2.4. A Descoberta de Ari dos Teles
(…)
— É curioso – disse ao fim de algum tempo – que
estejamos a falar de pensamentos. Sabes? Aris dos
Teles está sempre a falar de como pensamos.
Lembraste daquela discussão que tivemos outro dia na
aula?
— Como pensamos? – repetiu Fran Wood, que
acabava de chegar e se sentou junto a elas.
— Sim, é que Ari está sempre a falar do
pensamento.
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O título original é Harry Stottlemeier’s Discovery.. Novela filosófica editada em 1974 e 1982.
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— Bem! E porque não? – perguntou Jill – Na
escola falamos de tudo, das chuvas anuais, das guerras,
dos drogaditos, e da con-ta-mi-na-ção am-bi-en-tal.
As raparigas riram-se, pois reconheceram que Jill
estava a imitar a professora Halsey, a de geografia e
história. Porém Fran queria continuar a falar do tema.
—Quando decides «um pensamento», o que
queres dizer: os pensamentos que temos na cabeça…,
ou seja, ideias, lembranças, sonhos ou tudo isso… ou a
maneira como pensamos?
— O que queres dizer com a «maneira como
pensamos»?
(…)
Lisa acrescentou
— A minha mente, bem!, é como um mundo por si só. É
como o meu quarto. No meu carto tenho as bonecas
numa estante, e às vezes agarro uma para brincar e
outras vezes agarro outra distinta. E faço o mesmo com
os meus pensamentos. Tenho os meus pensamentos
favoritos. E tenho outros que nem quero pensar.
(Lipman, 1994, 18-19).
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outros como pessoas, e são capazes de se envolverem numa procura
partilhada, que não tenha outra razão se não a satisfação dessa mesma
procura.
Adultos.
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Alguns documentos apresentam a data de 1974, outros de 1976. Optamos pela data de
1974 porque são mais as fontes que a citam.
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Cada história filosófica ou novela tem um manual específico.
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2.5. Luísa
neles.” (Cfr Manual do Professor, 1988, 21). Luísa mostra a Ari dos Teles
40
No original chama-se Lisa. Editada em 1976.
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Os adolescentes da história ficam perplexos perante as seguintes
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Ari sentou-se no chão ao lado do cadeirão do pai.
— Talvez seja assim, porém significa isso que fazer
perguntas é o mesmo que procurar respostas? (Lipman,
1988, 14-15)
desabrochar de Ari.
independente, como mais uma novela, está pensada para ser utilizada na
sala de aula, sem encaminhar para um relativismo ético, assim como não
algo mais que uma simples resposta. Se for feita uma leitura inadequada
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2.6. Satie
D’Allonnes42, “faz surgir um tipo de homem novo. (...) porque são homens
41
No original a novela chama-se Suki. Editada em 1978
42
Professor universitário de filosofia da arte e da cultura, co-editor com Mikel Dufrenne,
da Revue d’ Esthétique. Fundador, em 1975, do “Centre de documentation et de
Recherche sur la Théorie Critique de la Société” (CDRTCS) no Departamento de
Filosofia da Sorbonne.
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problematizado no campo da arte, onde a relatividade do gosto é hoje um
sendo a arte um meio propício para tal. E assim, partilhando da ideia que,
que têm” (1990, 156), argumenta Lipman. Por isso, a criança vai
imagem que vai servir de mediadora entre o que faz e o que pensa, isto
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Didart é o nome da equipa composta por quatro docentes da Universidade de Valencia
que trabalham no departamento das artes plásticas.
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artística com crianças entre os 5 e 8 anos, levando-as a criarem uma
técnica e uma cor na sua própria obra de arte. Tem como primeiro
Barcelona, dirigido por Irene Puing, tem vários projectos·, sobre a arte e
mostrando não ser só, uma leitura perceptiva sensorial, mas também
reflexiva.
2.7 Marco
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pessoas, bens e serviços, levando mais rapidamente as informações a
Alienação.
44
Os valores cívicos são parte de uma abordagem mais reflectida no capítulo II., dada a
sua importância na FpC.
45
No original a novela chama-se Mark. Foi editada em 1980.
46
Por democracia entendemos “muito mais que um sistema político, um ideal de vida
social ao qual todo grupo humano deveria tender”. (Kohan, e Wuensch, op. cit., p. 128-
129).
101
As questões e o espanto perante o que envolve a sociedade e a política,
Marco e Tó
(…)
— O que é a Democracia? – perguntou a Laura.
— O que é a Democracia? – perguntou a senhora
Willians, dado que ninguém fez nenhum comentário,
durante algum tempo.
— A Democracia consiste na vivência das pessoas,
segundo as suas próprias leis, leis estas que são
elaboradas por elas mesmas. Por isso as pessoas na
democracia são livres. – Disse a Laura esticando-se com
um gesto de desafio.
— Pára um momento; não vás tão rápido - disse o
Marco com cara de quem se sentiu agredido – Não
podes escolher uma razão antiga e dizeres que essa é a
que está certa. São muitas as diferenças entre as
democracias e os vários tipos de governo. Quem te
disse que essa é a que tem de ser levada em conta?
— O Marco tem razão Laura – disse o Tó –
Quando falamos de coisas tão complexas como a
Democracia e a Liberdade deve-se ter em conta muitas
outras coisas. (Lipman, 1989, 8).
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relação ao manual do professor, este, apresenta exercícios diferentes,
dos manuais de apoio aos outros programas. Pede-se aos alunos para
de Gilbert Talbot, traduzida para castelhano por Félix y Sofia, para aplicar
abordados temas que fazem parte dos problemas dos jovens com essas
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história Os Brinquedos do Rei47, criada por Maria José Rego num
dispensá-lo”. (2001, 325) A explicação para tal facto está na forma como
por Manual?
47
História e manual com os exercícios em anexo.
48
Escritora francesa que, trabalhou durante muito tempo na Comunicação Social.
49
Professor de Filosofia na Sorbonne.
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À medida que se utiliza o manual a consequência incumbe de não
parte do mundo, assim como uma certa parte dos poderes da pessoa que
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Cfr. Em Lipman (1996), «Philosophical Discussion Plans and Exercises», Analytic
Teaching, V. 16, nº 2 Abril, p. 3-14.
105
- a melhorar a formação de conceitos;
definições.
formalmente iguais, para que possam lidar com temas cada vez mais
Perguntas a seguir:
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4. A tua família tem uma história?
história.
é “boa”?
coisa é boa?
ou sem valor?
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6. É possível gostares de uma coisa ruim?
que é ruim?
gostem dela?
gostem dela?
Lisa, Cap.1)
determinado problema:
melhor.
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6. Somos livres se temos boa saúde.
discussão, pois ainda ficam por exemplificar os planos que remetem para
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2. Concordas em que o silêncio está para o som como o frio
falem?
mesmo?
significam o mesmo?
mesmo?
calada?
fale?
inquietadores?
eloquentes?
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(Cfr. Em busca del sentido manual del profesor para acompañar
que seja possível reconhecer que essa alternativa possa ser muito
discussão, mais cuidadosa deve ser a sua utilização. Com isto não se
alternativa, desde que esta possa ser discutida pelos alunos de forma
Após uma análise aos manuais infere-se que a maioria dos planos
canalizar ao tema.
51
Cfr. Investigación social manual del profesor para acompañar a Mark .
111
Não existe uma fórmula para criar planos de discussão, a
requer exercícios.
para o juízo emitido. Para ilustrar esta ideia vejamos o seguinte exemplo
de exercício:
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3. Maria: A luz do sol é original, a da lua é apenas uma
cópia.
cópias.
de Satie, cap. 5)
determinar até que ponto ele pode ser considerado uma evidência é outra
forma de exercícios.
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1. Coisas que parecem reais mas não são.
Pede-se para que cada aluno traga um objecto para a sala de aula,
b. Um carrinho de brinquedo.
e. Um aviãozinho de papel.
g. Um espelhinho
estimule o outro a expor a razão para ter colocado o seu objecto naquela
que já foi citado no primeiro capítulo. Qualquer jogo para criança pode ser
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enquanto que o exercício, tende a apresentar para cada aluno um
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