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1 Cálculo da Resistência à Compressão dos Aquedutos Tubulares

1.1.1 Considerações Gerais

No que respeita à estabilidade das passagens hidráulicas, sob o ponto de vista da sua
resistência à compressão, teve-se em consideração como factores condicionantes
dessa mesma resistência, a carga exercida pelo aterro, a carga devida à acção dos
veículos e o tipo de fundação sobre a qual a conduta é assente.
Nos cálculos apresentados não foram considerados os efeitos dos impulsos laterais
sobre os aquedutos. No entanto não pode deixar de se realçar o facto de, a não
consideração dos referidos efeitos, ser favorável em termos de estabilidade.

1.1.2 Cargas Exercidas sobre as Condutas

A - Carga exercida pelo aterro

A carga que o aterro vai exercer sobre a conduta irá ser determinada pela seguinte
expressão:
Q1 = K1..h.d

Em que:
 - é o peso específico do material do aterro, o qual consideramos igual a 2.0
tf/m3
h - altura do aterro medida a partir da geratriz superior da conduta, em metros.
d - diâmetro externo da conduta, em metros.
K1- coeficiente, função de h/d e do tipo do solo do aterro, que toma os valores
indicados no quadro abaixo:

h/d 0 1 2 3

K1 1.0 1.2 1.3 1.4

B - Carga devida à acção dos veículos


No cálculo das cargas que os veículos induzem no terreno, entrou-se em linha de
conta com a acção do veículo da classe I do RSA, tendo-se admitido que a acção das
carga exercidas por cada roda se desenvolve ao nível do centro de gravidade do
veículo.
Para o cálculo da carga devida à acção do veículo utilizou-se a seguinte fórmula:

Q2 = 1,5 . z . d

Em que:
d - é o diâmetro externo da conduta, em metros
z - tensão induzida à profundidade z, em tf/m2, e que é calculada pela
seguinte equação de Boussinesq:

z = 3.P.(cos)5 / 2..z2

C - Factor de Carga

A capacidade de carga duma conduta francamente saliente é função, não somente da


distribuição da carga vertical e da reacção vertical no tubo mas também da amplitude
e distribuição da pressão lateral activa naquelas partes laterais que estão em contacto
com o material da fundação.
Assim, existe a possibilidade de dois tipos de assentamento para condutas, a co-
locação da classe A e a colocação em berço de betão - Classe B. No primeiro caso a
relação de saliência não deve ser maior que 0.7 sendo a conduta cuidadosamente
assente sobre um bom material granular. No segundo caso consiste em fazer uma
fundação em betão de tal maneira que a sua espessura mínima seja igual a 1/4 do
diâmetro interno e que acompanhe a curvatura da conduta em pelo menos o
correspondente a 1/4 do diâmetro externo.

No presente estudo optou-se pela utilização da Classe A.

Em função do tipo de colocação e do valor da relação de saliência, surgem os


seguintes valores do factor de carga.

FACTOR TIPO DE ASSENTAMENTO


DE CARGA CLASSE A CLASSE B

Fc 2.25 3.70
D - Resistência das condutas à acção das cargas

Qualquer conduta deverá resistir ao somatório das cargas devidas ao aterro e à do


veículo, dividido pelo factor de carga consequência do modo como a conduta é
colocada. O valor obtido, multiplicado pelo factor de segurança de 1,5 deverá ser
menor ou igual à capacidade de carga do tubo. É apresentado em anexo o cálculo das
cargas exercidas sobre a passagem hidráulica em estudo e bem assim o tipo de tubo
e classe de colocação a adoptar-se.

1.1.3 Determinação do Tipo de Tubo de Betão e Classe de Colocação

Os tubos a empregar serão de betão reforçado e em conformidade com preceitos


indicados no Caderno de Encargos.

Na análise feita consideraram-se as cargas de rotura para tubos de betão,


determinadas segundo a metodologia indicada na Norma Portuguesa NP 879 (1971)
constante do quadro seguinte.

TUBOS TUBOS REFORÇADOS (Classes)


(mm)
NORMAIS II III IV

600 6000

800 5800 7800 11700

1000 7300 9800 14600

1200 8800 11700 17600

1500 11000 14600 22000

2000 14600 19500 29300

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