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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – CAMPUS BETIM

Curso: Direito

Disciplina: Sociologia Jurídica

Professor: Dimas Antônio de Souza

Aluno: Luis Fernando Silva Pinheiro – 1494149

Aluno: Enzo Gabriel Santos Melo de Andrade – 835945

1) Em 7 de novembro de 1831, foi promulgada no então Império do Brasil a Lei Feijó, a


primeira de várias que se seguiram até o efetivo fim da escravidão, em 1888. (Busquem
maiores informações)

a) Explicitando os conceitos de função manifesta e de função latente, utilize-os realizando


uma análise da lei supracitada.

R: Segundo a sociologia de Robert Merton, as funções manifestas são aquelas motivações


abertamente expressas por seu praticante. Já as funções latentes são motivações que possuem
caráter não intencional ou não declarado. Analisando a Lei Feijó de 1831, que declarava livre
todos os escravizados vindos de fora do Império do Brasil, sob os conceitos de função
manifesta e latente de Merton, podemos aferir que a função manifesta desta lei era acabar com
o tráfico negreiro internacional, libertando os escravizados que chegassem em portos
brasileiros e punindo os traficantes. Já em relação à função latente dessa lei, podemos levar
em consideração a pressão externa que o Brasil sofria naquele momento, sobretudo da
Inglaterra. Por mais que o objetivo da lei fosse acabar com o tráfico de escravos internacional,
seu principal propulsor foi a pressão inglesa, que visava o aumento do mercado consumidor
no Brasil, que naquela época possuía uma população de negros escravizados muito superior à
de brancos livres.

b) No caso dessa lei, e, explicitando o conceito de “item não-funcional”, avalie se tal conceito
seria pertinente para analisar tal lei.

R: Os itens não funcionais são aqueles que não exercem nenhuma mudança do sistema
analisado em questão. Embora tenha havido pouca mudança com a promulgação da Lei Feijó,
em 1831, não se pode dizer que ela não tenha impactado no sistema escravagista brasileiro e
nas suas relações econômicas. A Lei Feijó tornou o tráfico de escravos algo mais oculto do
que antes, embora as transações ocorressem do mesmo jeito.

2) O Congresso Brasileiro em 3 de julho de 1951, aprovou a Lei 1.390, que tornava


contravenção penal a discriminação racial. A discriminação por raça ou cor. E que ficou
conhecida pelo nome de seu autor, o deputado federal pela UDN, Afonso Arinos de Melo
Franco. Segundo notícias, a motivação para elaborar a lei veio depois de um caso de
discriminação envolvendo a bailarina afro-americana Katherine Dunham que foi impedida,
em razão da sua cor, de se hospedar em um hotel em São Paulo. O caso não teve tanta
notoriedade no Brasil, mas repercutiu negativamente no exterior. Nos anos posteriores a
aprovação da lei, algumas associações dos homens de cor (assim se intitulavam à época)
foram fechadas ou impedidas de serem abertas, sob a alegação de que a Lei proibia o racismo
no Brasil. (informem-se mais sobre a lei e o contexto).

a) Utilizem os conceitos de Função Manifesta, Função Latente e de Disfunção (expliquem)


para analisar a referida lei.

R: Disfunção são aquelas consequências observadas que diminuem a adaptação ou o


ajustamento do sistema. Analisando a lei 1.390, podemos classificar como sua função
manifesta o combate ao racismo e a igualdade de todos perante a lei, que é o que ela
expressivamente propunha no texto da lei. Como função latente a lei serviu para melhorar a
imagem do Brasil internacionalmente, especialmente nos EUA, afirmando o seu compromisso
no combate ao racismo, pois o caso de Katherine Dunham repercutiu negativamente lá. Como
disfunção, a lei posteriormente foi usada da forma errônea por parte de certas autoridades,
fazendo exatamente aquilo que deveria combater, ao fechar associações dos homens de cor,
contribuindo para o desajustamento do sistema naquele contexto.

3) Qual a função da Toga de um Juiz no contexto da efetivação da justiça.

R: No geral, a toga é uma vestimenta que exerce um papel singular na efetivação da justiça,
demonstrando autoridade, imparcialidade, igualdade, dignidade e identificação da função
durante os procedimentos judiciais e a efetivação da justiça nos tribunais.

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