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Artigo - O Que As Estatísticas Dizem - Vitor Ferreira de Souza
Artigo - O Que As Estatísticas Dizem - Vitor Ferreira de Souza
COVID-19
É preciso lembrar que, em 2020, ainda discute-se quais medidas que são
adotadas, em forma de lei, para o saneamento precário de uma parcela
significativa da população, além da quantidade de jovens entre 5 a 17 anos que
trabalham para sustentar suas famílias. Isso não apenas reflete nos índices de
evasão e rendimento escolar, mas também na qualidade da infância e da
adolescência desses milhares de estudantes que estão nessa situação. E por
mais pessimista que isso possa ser, é preciso registrar que na pandemia o
cenário só se agrava, com grupos mais vulneráveis, pessoas morrendo,
desemprego em alta e a crença quase religiosa que o ensino remoto, amparado
na informática, responderá em grande parte ao trabalho que deve ser realizado
para o desenvolvimento de competências.
Além da luta contra desigualdade social, muito debatida aqui, uma das
vigas para a construção de uma escola inclusiva e que promova a autonomia
necessária para crianças e jovens exercerem seus direitos e deveres na vida
pública, é valorização do professor pela sociedade.
O que ainda não se viu discutir com afinco nesses últimos meses foi sobre
o anseio dos nossos professores. São invisíveis na pandemia, não porque
querem, mas porque são destituídos de suas próprias atribuições, como elaborar
proposta pedagógica e plano de trabalho, zelar pela aprendizagem dos alunos e
estabelecer estratégias de recuperação para aqueles de menor rendimento.
(BRASIL, 1988).
As propostas apresentadas pelo ensino remoto, como em sua maior parte,
foram feitas por aqueles que não estão no dia-a-dia da escola, portanto não
sabem se tais propostas chegarão aos estudantes. Essas situações foram
impostas “de cima para baixo”, esquematizadas para seguir um determinado
modelo, cujo professor apenas desempenha o seu papel como peça
fundamental de uma engrenagem maior que ele desconhece. Ele não pensa,
executa aquilo que veio pronto. Ele questiona a si mesmo seu trabalho, pois sabe
que quem conhece melhor seus alunos e suas dificuldades é ele mesmo.
Com isso, segue um apelo, para que secretarias, sejam elas estaduais ou
municipais, escutem seus professores, marquem reuniões com eles. São eles e
seus alunos que devem ser ouvidos, sempre, principalmente no período de
pandemia. Um ensino remoto homogêneo, traz, muitas contradições. A
sociedade não é homogênea e muito menos padronizada. A sociedade é
desigual.
Referências Bibliográficas