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DPC - Semana 11 CC
DPC - Semana 11 CC
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Direito Processual Civil - Teóricas
1. Caso a providência venha a ser considerada injustificada ou a caducar por facto imputável ao
requerente, responde perante o requerido (art. 374º nº1 CPC);
2. Pode o juiz determinar a prestação de caução pelo requerente (art. 374º nº2 CPC);
3. Pode o requerido, por seu lado, pedir a substituição de providência por caução (art. 368º nº3 CPC);
4. Recusada a providência cautelar ou tendo ela caducado, não pode o requerente repetir o pedido de
providência cautelar com base no mesmo fundamento (art. 362º nº4 CPC), no fundo, é uma norma
paralela ao efeito negativo do caso julgado;
Nota: Em que consiste uma caução? A caução está regulada, em geral, no código civil, nomeadamente, nos
Em que consiste uma caução? A caução está regulada, em geral, no Código Civil, nomeadamente nos art.
623º CC a art. 626º CC. A caução é uma qualquer garantia que possa acautelar uma eventual responsabilidade
de quem a preste. É um termo genérico para qualquer tipo de garantia que consiga caucionar uma
responsabilidade, depois terá de ser vista se a garantia é ou não idónea.
Efeitos do decretamento das providências cautelares
As providências cautelares podem ter força executiva (art. 703º nº1 a) CPC e art. 705º nº1 CPC). Nalguns
casos, elas próprias são executivas, é o caso do arresto (art. 392º CC e art. 619º CPC). Ter força executiva
significa que, se não for respeitado pelo requerido, o requerente pode pedir a execução forçada, mas pede num
segundo momento. Ter força executiva, significa que a providência cautelar consiste ela própria na adoção de
medidas coercivas, não é necessário nenhum ato complementar.
A providência cautelar goza, ainda, de dois elementos complementares que permitem o reforço da sua tutela:
Incorrem em crime de desobediência aquele que desobedece a uma providência cautelar (art. 375º CPC e
348º CP – este crime não se aplica para o desrespeito à sentença);
Para reforçar a probabilidade de cumprimento de providência cautelar, pode decretar-se uma sanção
pecuniária compulsória (art. 829º-A CC e art. 365º nº2 CPC);
Cabe apenas recurso para o Tribunal da Relação (art. 370º CPC), sendo que, apenas é admitido recurso para o
STJ nos casos do art. 629º CPC.
Inversão do Contencioso
No princípio desta matéria, nós vimos que as providências cautelares são dependentes, mas autónomas da
ação principal. Portanto, em princípio, o que se decide na providência cautelar não se repercute na ação
principal. Contudo, a lei permite que, em determinadas circunstâncias, sem se colocar em causa esses
princípios base que começamos por estudar, a decisão da providência cautelar possa valer como decisão
definitiva da causa, sem necessidade de uma ação principal. A esta possibilidade designamos por inversão do
contencioso (art. 369º CPC).
Em que consiste a inversão do contencioso? Consiste em o requerente pedir ao tribunal que o dispense de
propor uma ação principal e, aí, sendo determinada a inversão, quem passa a ter o ónus de propor a ação
principal é o requerido.
Se ele propuser a ação principal, ela será tramitada nos termos comuns, se ele não propuser a providência
cautelar passa a valer como composição definitiva do litígio.
Assim, no regime regra, quem tem o ónus de propor a ação principal é o requerente já que a providência
cautelar caduca se ele não propuser a ação principal. Já na inversão do contencioso, inverte-se este ónus.
Quais são os pressupostos da inversão do contencioso?
1. Deve ser requerida (art. 369º nº1 CPC) – o requerimento pode ser feito até ao fim da audiência final
(art. 369º nº2 CPC);
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2. Para ser decretada, o juiz deve ter formado a convicção segura da existência do direito exercido pelo
requerendo (art. 369º nº1 CPC).
Nos casos de procedimento, sem contraditório prévio, o requerido pode opor-se à inversão do
contencioso em conjunto com a oposição à providência cautelar decretada (art. 369º nº2 CPC), logo, a
inversão do contencioso tem um pressuposto de decretamento diferente da providência cautelar, para a
inversão não basta o fumus boni uno (a aparência), tem de haver mesmo a convicção.
3. Tem de ser uma providência tal, apta a realizar a composição definitiva do litígio (art. 369º nº1 CPC);