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TRAB PSI SOCIAL - PRECONCEITO CONTRA DOENÇAS MENTAIS

HISTÓRIA DA DOENÇA MENTAL


Na antiguidade: tratados como loucos, pessoas com transtornos mentais como
esquizofrenia, eram vistas como algo desconhecido e, portanto, perturbador. Ninguém
sabia o porquê de o comportamento ser tão diferente. A tendência era buscar
explicação na mitologia, na espiritualidade. O “louco” era uma espécie de ponte com o
oculto, pois mantinha comunicações com as divindades. Hipócrates sistematizou então
a teoria dos humores. Era a bílis que afetava o comportamento e causava a loucura,
fosse melancolia ou mania – ou seja, loucura calma ou agressiva. Confusão ainda maior
estava em crer que o pânico era causado pelo deslocamento do cérebro, por sua vez
aquecido pela bílis vinda pela corrente sanguínea. Galeno (130 d.C.) incrementou a
hipótese da boa e velha bílis: a amarela causaria a mania (alegre, furiosa ou homicida),
e a negra, a melancolia.
Idade média: A mente era um conceito filosófico, moral. E, nessa época, a moral
provinha de Deus. Daí vinha a crença de que essas pessoas eram possuídas por
demônios, pois estavam longe de Deus, ou estavam sendo castigadas por Ele, em razão
de uma vida de pecado. Havia as práticas inquisitoriais padrão, mas também era
comum trancar os loucos em um navio e mandá-los para outra cidade, exilados. Os
loucos sumiam e isso era considerado perfeitamente normal.
Séculos 17 e 18: A loucura sai do mundo das forças naturais ou divinas e se torna a
falta da razão. Eram loucos todos os que não conseguissem seguir as normas
estabelecidas pela razão? Mendigos, loucos, inválidos. Essa era a ideia de doença
mental. Era culpa de quem a tinha, como se tivesse escolhido não seguir a razão e as
morais. A lógica era simples: quem pensa chega à razão, e a razão leva à virtude. Já o
“louco”, desprovido de razão, cai no vício. Torna-se a falta de controle, o perigo. Uma
vez irracional, o louco era visto e tratado como um animal. Surgem os manicômios,
com controle dos corpos por violência extrema.
Século 19: Bastava sua família zangar-se com você ou seu vizinho decidir aumentar sua
propriedade para denunciá-lo como louco. Protestos de internos mentalmente
saudáveis inconformados em viver com os insanos também pipocavam. Mas junto à
Revolução Francesa veio a revolução psiquiátrica: em 1793, o médico francês Philippe
Pinel transformou a loucura de uma questão de ordem social para uma questão
médica. Agora, a ciência a veria como uma doença que deve ser curada. Bagunça:
psiquiatria, psicologia e psicanálise se intercambiavam para tratar transtornos mal
definidos e pouco conhecidos. E a maior vítima continuava sendo o “louco”, que, se
por um lado podia ser tratado, passou a ser visto sob o estigma da doença. Se criavam
métodos de cura totalmente inadequados, como o coma induzido e a lobotomia.
Hoje em dia: Os transtornos mentais são tidos como condições clinicamente
significativas, caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor ou por
comportamentos associados com angústia e/ou deterioração do funcionamento
pessoal. No Brasil, estudos nacionais e estrangeiros indicam uma estimativa de 32 a 50
milhões de pessoas com algum transtorno mental, sendo que as doenças mentais
graves e persistentes atingem 6 e 3,1% dos brasileiros respectivamente. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada quatro pessoas vai sofrer com
algum transtorno mental em algum momento da vida. É preciso considerar que a
saúde mental é mais do que a mera ausência de transtornos mentais, é um estado de
bem-estar que permita lidar com o estresse cotidiano de forma adaptativa.
O QUE É O PRECONCEITO?
- O preconceito é compreendido pela Psicologia Social como uma atitude negativa em
relação a uma pessoa baseada na crença de que ela tem sobre as características
negativas atribuídas ao seu grupo de pertença.
- As crenças e os estereótipos acabam garantindo a manutenção de relações de
distanciamento e exclusão dessas pessoas. As crenças negativas atribuídas sobre o
doente mental, demonstram que mesmo com o conhecimento de como surgem às
doenças mentais, as pessoas costumam elencar estereótipos de que os doentes
mentais são pessoas perigosas ou agressivas.
O ESTIGMA ATUAL CONTRA DOENÇAS MENTAIS

 HISTÓRIAS (não precisa pôr no slide, só citar) - Em Curitiba, um soldado do


Exército se matou quando estava de plantão. O problema é que os médicos já
haviam constatado que ele não tinha condições psicológicas para exercer a
atividade. A corporação, no entanto, ignorou a recomendação de afastamento
e o manteve no quartel.
 Já no Rio de Janeiro, a vítima foi um paciente agredido dentro do hospital onde
estava internado. O agressor também tinha problemas mentais e precisava de
cuidados. Quando foi atacado, o rapaz estava sedado e amarrado e por isso não
teve, sequer, chances de defesa. As investigações mostraram que houve
omissão da direção da Casa de Saúde mantida pelo governo federal.
 Pesquisa-ação com servidores técnico-administrativos, convidados de diversos
setores do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (Campus de Picos) da
Universidade Federal do Piauí. Entre as diferentes formas de expressarem suas
concepções sobre os transtornos mentais, os participantes os colocam como
um fenômeno anormal, que fere aos padrões éticos do comportamento
social. É possuir uma bagunça de pensamentos, uma inconstância
comportamental, comportamentos e reações fora dos padrões
conhecidos (Servidor1). Algo que faz do ser humano sair do seu estado normal
perante os outros; é uma disfunção orgânica gerada por fatores
externos (ambientais), ou inerentes à própria pessoa (hereditário), fuga dos
conceitos éticos de uma sociedade (S2). Alteração psíquica que deixa a pessoa
fora da realidade, sem discernimento entre o certo e o errado (S3).
Excepcionalidade apresentada no ser humano que, dependendo do grau, esta
pode conviver em sociedade, mas existe os transtornos mentais severos que
são identificados de imediato, eles sim, têm que seguir um
tratamento (S4). Qualquer alteração cerebral que provoque comportamento
estranho a uma pessoa, ou comportamento diferente do padrão
normal (S6). São problemas que envolvem a mente, a alma [...] (S8).
 Embora existam três tipos de serviços de atenção à saúde mental no município
alvo do estudo (hospital-dia, Centro de Atenção Psicossocial-álcool e drogas e
leitos psiquiátricos no hospital geral), os participantes se referiram somente ao
hospital-dia nos seus discursos, mencionando, também, a instituição
psiquiátrica tradicional (manicômio), situada na capital do Estado (Teresina),
que é referência no atendimento aos casos graves, instituições essas que foram
alvo de comparação pelos participantes, que apontaram semelhanças e
diferenças entre elas. No hospital-dia não se realiza internação propriamente,
mas no manicômio sim (S1). Não sei a diferença não... (S3). Acho que é a
mesma coisa (S9). O hospital-dia deve ser um tipo de manicômio e o
manicômio é um local de tratamento de pessoas com distúrbio mental (S10). O
hospital-dia é um centro de tratamento de doentes mentais, já o manicômio é
um local de isolamento dos doentes mentais da sociedade (S4). Os manicômios
deixam os loucos mais loucos ainda (S6). O hospital-dia trata e o manicômio
retira do convívio social (S11).
 Os participantes também discutiram acerca do preconceito existente contra as
pessoas acometidas pelo transtorno mental e expressam, claramente, que a
origem do preconceito se encontra na desinformação, no desconhecimento,
gerando nas pessoas a imagem e o estereótipo de periculosidade e
agressividade. Fato esse gerador de medo e repulsa das pessoas. O que não se
encaixa nos padrões que a sociedade dita é sempre discriminado, não só o
doente mental, mas muitos outros (S1). A sociedade, de forma geral, enxerga o
doente mental com uma perspectiva estereotipada (S3). Há muita falta de
informação, de conhecimento do que é ser doente mental... (S5). O medo da
agressão, da forma agressiva de algumas pessoas com transtornos mentais; a
população tem receio... (S6). O doente mental pode causar uma situação difícil
em alguns momentos, pois há casos surpreendentes... (S7). O maior
preconceito é a ignorância; todos nós achamos que sabemos o que é esta
doença, e discriminamos aqueles que julgamos doentes, sem mesmo saber o
que realmente eles têm, não o ajudamos em nada, apenas o isolamos (S9).
Embora falem como se fossem outrem, os participantes se referem às pessoas
com transtorno mental como "doente mental". Essa denominação, por si só,
gera o estigma, o afastamento, o distanciamento e o medo trazido ao longo dos
séculos.
 Frente a essas considerações, foi discutido com os servidores o que fariam para
mudar o preconceito existente contra pessoas com transtorno mental, no
município, caso tivessem o poder governamental de mudança. Os discursos
foram ambíguos: ora apontando para ações de redução do preconceito ora
enfatizando a segregação entre a pessoa com o transtorno mental e a
sociedade, reforçando o aspecto excludente ainda vigente no país. Ah, eu faria
campanhas de conscientização e apoiava instituições que trabalham com essas
pessoas (S1). Procuraria uma interação maior entre a sociedade e o doente
mental para que pudessem mudar a concepção sobre doente mental... (S3).
Para a sociedade, melhoraria a saúde, educação, urbanização... para o doente
mental, construção de clínicas especializadas (S4). A favor da sociedade,
procurava realizar campanhas para atender estes adultos e crianças de rua. A
favor do doente mental, ter um hospital ou casa que pudesse atender estes
doentes... (S5). Mudaria a educação, pois é a base de tudo e nos prepararia
melhor para enfrentar as dificuldades com muito mais
naturalidade (S7). Tentaria divulgar o máximo possível sobre esta doença e suas
formas, pois a informação é uma das principais armas na luta pela inclusão na
sociedade (S8).
 O estigma ainda vigente nesse século sobre os temos doente metal e doença
mental demarca rótulos inseparáveis à condição de exclusão e de
anormalidade, mesmo quando são ditos por grupos sociais com maior grau de
escolaridade
 Como a psicofobia acontece?
- De forma velada, sutil. Através da internalização de ideias sobre portadores de
doenças mentais, invalida-se o sofrimento da vítima.
- De forma explícita. Relatos de psiquiatras mostram que mesmo pessoas cultas
estudadas, e até mesmo da área da saúde, permanecem com atitudes negativas, com
ignorância frente a portadores de transtornos mentais.

 CAUSAS:
- A sólida impressão sobre a aparência e comportamento dos doentes mentais acabou
gerando ao longo dos séculos crenças pejorativas sobre esse grupo social
- O preconceito pode ter sua origem na falta de informação, mesmo pelas pessoas com
maior nível de escolaridade, gerando o estereótipo de que uma pessoa com doença
mental é perigosa e agressiva
- Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados na pesquisa foram a Escala de
Crenças Sobre a Doença Mental (ECDM), a Escala de Rejeição a Intimidade
- Além da falta de informação, o preconceito contra o doente mental tem suas bases
nas crenças levantadas sobre a origem desse grupo. Crenças negativas sobre o doente
mental, como periculosidade e incurabilidade, demonstram que mesmo com o
conhecimento de como surgem às doenças mentais, as pessoas costumam elencar
estereótipos de que os doentes mentais são perigosos ou agressivos. Isso se deve, em
maior parte, das crenças arraigadas dentro de uma cultura e sociedade a respeito dos
doentes mentais. Ao longo da história, nem sempre a loucura foi tida como doença
mental.
- O papel das crenças sobre a origem da doença mental é de suma importância, à
medida que os indivíduos utilizam suas crenças para basear suas atitudes e
comportamentos diante dos doentes mentais. As crenças organizam e orientam o
indivíduo em seu cotidiano. Alguns estudos vêm pontuando que, as crenças elencadas
sobre as origens de determinados grupos sociais, acabam por impulsionar a
manifestação de descriminação e preconceito contra estes grupos
- Como exemplos para as causas religiosas temos explicações como: “são tentações
malignas do mundo que pegam nas pessoas fracas”; “é o inimigo que induz, se coloca
no pensamento da pessoa... ouve voz, aquilo ali é coisa do Satanás”. Já as crenças
psicológicas tiveram correlação apenas com o fator 2 (relações diretas). Para
explicações psicológicas, tem se os seguintes exemplos: “acho que deve ser
preocupação”; “pressão psicológica, muita pressão”, “pessoas sentimentais… trauma
de criança”. O papel das crenças sobre as causas da doença mental é relevante na
medida em que os indivíduos as utilizam para embasar suas atitudes e
comportamentos frente aos doentes mentais.
- Tais podem ser decorrentes do fato de que a crença em fatores religiosos e
psicológicos como causadores da doença mental possam levar a uma percepção de
menor controle por parte do doente mental o que, consequentemente, pode levar a
uma maior percepção de ameaça
- Um outro motivo evidenciado por analistas seria a ideia de que: apontar um defeito
em outra pessoa de forma pejorativa significa “uma sombra de uma parte da minha
personalidade arraigada, muito inconsciente. Esse ruim do outro desperta algo em
mim que não dou conta de lidar e aí me lanço contra esse outro. É uma sombra se
manifestando, e eu projetando esse mal que existe em mim no outro e olho para ele
como se ele fosse esse mal”
COMO REVERTER O PRECONCEITO?
- MUITAS PESSÕAS DÃO CONTA SOZINHAS, MAS PAGAM O PREÇO, QUE É SOFRER EM
SILÊNCIO, GILMAR FIDELIS – PSICOLOGO E PROFESSOR DA UFMG. É importante
monitorar, mas, para monitorar, é preciso ter informação/conhecimento.
- Alguns estudos têm demonstrado que é possível reduzir o estigma da doença mental
enfatizando causas biológicas e genéticas, ou seja, as crenças de cunho médica por não
serem formadas por causas estigmatizantes, não provocariam descriminação,
concebendo a doença mental como uma doença como qualquer outra
- É necessária a fomentação de um amplo trabalho social com o intuito de promover
uma mudança nos valores, normas sociais e na própria cultura, afim de termos uma
sociedade mais crítica e consciente, que tanto na teoria - na lei - como na prática tenha
atitudes que se coadunam, para não incorrer no erro de pensar que é justa, mas que
se comporta de forma excludente e segregadora.
- Diagnosticar se um paciente está sofrendo preconceito. É importante observar o seu
comportamento, que com certeza mudará a partir de falas que o desagrada.
TRANSTORNOS MENTAIS NA PERIFERIA
- Quando Andressa Duvique, de 21 anos, moradora de Guaianases, zona leste da
capital paulista, confessou a uma conhecida da sua igreja que estava com depressão,
ouviu da mulher que a doença era uma questão de fé. "Ela perguntou pra mim 'Ah,
mas você está orando?', como se isso fosse um problema espiritual, mas isso é um
problema emocional. Por isso falam que é frescura", conta a jovem evangélica.
- Se em um quadro geral já se tem um grande preconceito e negligência com
transtornos mentais, na periferia isso se agrava, e para além do estigma. Existem
poucos estudos nacionais relacionando depressão e classe social. De acordo com uma
pesquisa do Ibope, realizada sob encomenda da Associação Brasileira de Familiares,
Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), de dez anos atrás, as classes C e
D são as mais vulneráveis à depressão – a pesquisa identificou sintomas depressivos
em 25% das pessoas desse estrato social, contra 15% das classes A e B.
- Fatores como baixa escolaridade e gênero feminino quando associados à pobreza
aumentam a prevalência de TMC (transtornos mentais comuns). Mulheres apresentam
maior prevalência. A situação econômica compromete igualmente a saúde mental
infantil.
OBS: A divergência de critérios para classificar pobreza pelos autores é um fator
que enfraquece a comparação entre os estudos.

- Teng Chei Tung, psiquiatra membro do Conselho Científico da Abrata, acredita que
"as pessoas pobres sofrem mais com a depressão, pelo menos por causa da falta de
acesso a tratamentos adequados".
"Eu acho que o negro, rico ou periférico, é condicionado à depressão devido à história
de vida dele sabe? Porque ele sempre é deixado de lado, sofre preconceito. Isso tudo
abala o seu bem-estar, sua autoconfiança, suas vontades. Se você deixar isso te afetar,
você entra numa psicose maluca e não consegue sair dela", afirma o rapper Baco, que
mora em Salvador e cujo público, na Bahia, é composto principalmente por jovens de
periferia. Rapper Baco falou sobre a depressão em sua música: 'Isso é um pedido de
socorro/Você está aplaudindo/Eu tô me matando'
Uma pista para explicar a questão pode ser encontrada em outro estudo, da
Universidade do Texas, que, analisando pessoas negras dos EUA, concluiu que sofrer
discriminação diária impacta na saúde mental das pessoas.
Existe também o impacto bioquímico, diz a especialista em psicologia social e escritora
Gabriela Moura.
"Quando você se vê diante de um perigo, o seu nível de cortisol aumenta. Só que o
nosso corpo foi feito para que isso aconteça num período de cinco, dez minutos, que é
o tempo de você entrar em estado de alerta e fugir do perigo. Em uma situação de
preconceito, de violência social, a gente se vê nessa situação o tempo todo, então, o
indivíduo passa 24 horas em estado de alerta, não sabendo se ele vai ser bem
recebido, não sabendo se ele vai sofrer violência policial, violência urbana, e isso a
médio ou longo prazo causa uma extrema fadiga no corpo e na mente."
Para completar, há indicativos de que negros tenham acesso mais restrito a
tratamentos médicos e a planos de saúde privados, o que força a maioria a recorrer ao
sistema público.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2015 e abrangendo os
setores público e privado, 74,8% dos brancos tinham consultado um médico nos
últimos 12 meses, contra 69,5% dos pretos e 67,8% dos pardos. Só 21,6% dos pretos e
18,7% dos pardos tinham plano de saúde, contra 37,9% dos brancos.
Resta à imensa maioria o atendimento gratuito do SUS.
Lucia Figueiredo tem 59 anos e é moradora do Jardim Brasil, zona norte de São Paulo:
"O problema do SUS é (que) a partir do momento que a pessoa entra no sistema para
uma consulta, até conseguir chegar a um psiquiatra, demora bastante", diz Lucia. "O
problema não é o profissional, nem o atendimento psicológico, mas a distância de
quando se detecta o problema até chegar na possibilidade de ser atendido."
CONSEQUÊNCIAS DO PRECONCEITO
- O medo do preconceito e da própria doença pode afastar os afetados por transtornos
mentais dos tratamentos médicos e especialistas.
- A falta de assistência, compreensão e informação deixa a vítima em uma situação de
desamparo. Não sabe a quem recorrer, com quem compartilhar suas dores, que tipo
de problema está enfrentando, que especialista precisa procurar e onde acha-lo. Se o
contexto não traz esse tipo de debate, não há nenhuma motivação para se distanciar
do preconceito arraigado e procurar tratamento. Não há entendimento do que se deve
fazer, ou até que a doença existe no indivíduo.
- A doença mental em si não faz do afetado um imprevisível e violento. Na verdade, na
maioria das vezes ele se isola, evita situações sociais por conta dos impasses
psicológicos. No entanto, o preconceito pode agravar o quadro do paciente.
O G1 entrevistou uma mulher de 35 anos, diagnostica com esquizofrenia e que estava
internada no Hospital Regional de Vilhena. A mulher mora em um município vizinho e
relata que sofre perseguição onde reside. “Eu chego nos lugares e as pessoas
cochicham nas minhas costas, fazem sinal de que eu sou louca”, conta.
“Não aguento isso. Tomo meus remédios... aí quando eu vejo isso, me faz muito mal”,
explica.
O preconceito induz o indivíduo a um estado de pressão muito forte, podendo leva-lo
ao extremo, ao suicídio.
- Nesse sentido, logicamente a autoestima do sujeito sofre uma queda. Sem escuta,
sem saber o que fazer para melhorar sua situação, às vezes sem condições de acessar
um serviço de saúde adequado, o sujeito se sente invalidado e tende a criar
preconceito com sua própria condição, se afastando, assim do tratamento necessário.
- Se não cuidados adequadamente, o impacto econômico e social dos transtornos
mentais pode ser observado em termos de perdas de capital humano, redução da
mão de obra qualificada e educada, enfraquecimento da saúde e
desenvolvimento global de crianças, perda de força de trabalho, violência,
criminalidade, pessoas sem casa e pobreza, morte prematura, saúde vulnerável,
desemprego e despesas para os membros da família. A falta de políticas dedicadas à
saúde mental pode custar US$ 16 trilhões à economia global entre 2010 e 2030.
Segundo o professor Vikram Patel, da Faculdade de Medicina de Harvard, apesar de
parte deste valor ser decorrente de custos diretos, relativos aos cuidados de saúde
(medicamentos ou outras terapias), a maioria é indireta - na forma de perda de
produtividade e gastos com assistência social. A comissão Lancet estima que 13,5
milhões de mortes poderiam ser evitadas a cada ano se os problemas de saúde mental
fossem melhor abordados.

POLÍTICAS PÚBLICAS E CAMPANHAS (pesquisar mais sobre cada uma)

- DIA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA PSICOFOBIA - 12 DE ABRIL

- Janeiro Branco

- O Projeto de Lei do Senado nº 74, de 2014, que altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de


dezembro de 1940, tipifica o crime contra as pessoas com deficiência ou transtorno
mental. A pena prevista no projeto é de três anos para quem praticar injúria contra
pessoas com transtorno mental.

- A reforma psiquiátrica no Brasil (pesquisar mais)

- Luta antimanicomial

ALGUNS MITOS E PRECONCEITOS

 NÃO SÃO DOENÇAS REAIS


 NÃO AFETAM A SAÚDE
 SÃO DESCULPAS PARA COMPORTAMENTOS RUINS
 SÃO SÓ PREGUIÇA/FALTA DE VONTADE
 SÃO FRUTOS DA CRIAÇÃO FAMILIAR
 SÃO SINAL DE FRAQUEZA E INCOMPETÊNCIA
 SÃO SINAIS DE PERIGO, VIOLÊNCIA E INSTABILIDADE
 SÃO INCURÁVEIS
 DEFINEM O PACIENTE

EXPRESSÕES PRECONCEITUOSAS E NEGLIGENTES


“CHAMAR DE LOUCO QUEM TEM ALGUM SOFRIMENTO EMOCIONAL”
(restante que está no slide)
Link da campanha contra a psicofobia (12 de abril): https://www.psicofobia.com.br/
REFERÊNCIAS

Livro História da loucura, Michel Foucault

https://super.abril.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=kBaNe7DrnHc
http://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conbracis/2017/
TRABALHO_EV071_MD1_SA5_ID474_02052017133535.pdf CRENÇAS E PRECONCEITO
CONTRA O DOENTE MENTAL Dayane Barbosa Silva (1); Giselli Lucy Souza Vieira (1);
Rayanni Carlos da Silva (2); Larissa Lourenço de Araujo (3); Silvana Carneiro Maciel (4)
Universidade Federal da Paraíba
https://www.bbc.com/portuguese/geral-44400381
https://www.youtube.com/watch?v=W8VgQrIJWcM

Preconceito contra quem tem transtornos mentais | Entrementes:


https://www.youtube.com/watch?v=ZQtL7M-6ArU

https://www.youtube.com/watch?v=CGhZBsOz1vw:

OS PRECONCEITOS CONTRA OS TRANSTORNOS MENTAIS - Saúde da Mente - POR QUE


O PRECONCEITO COM A DOENÇA MENTAL - https://www.youtube.com/watch?
v=9dgFCjMbXKw

https://www.youtube.com/watch?v=M1EDtQM0yeY

https://g1.globo.com/ro/vilhena-e-cone-sul/noticia/psicofobia-preconceito-contra-
vitimas-de-transtornos-mentais-prejudica-pacientes.ghtml

https://www.caars.org.br/saudemental-16-crise-mundial-saude-mental--onde-nao-ha-
entendimento-negligencia

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
69762012000300002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

https://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1214/1099

https://www.cjf.jus.br/cjf/noticias/2011/abril/via-legal-negligencia-do-estado-no-
atendimento-a-doentes-mentais

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