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DESPESAS GERAIS

As despesas gerais dos canteiros de obras compreendem os seguintes


custos:

• Licenças
• Infraestrutura
o Água

o Esgoto
o Energia
o Telecomunicações
• Montagem das Instalações Provisórias
o Escritório da administração
o Depósito de Materiais
o Alojamento de pessoal
• Vedação da Obra
• Acessos
• Equipamentos
o Gruas
o Central de concreto
o Central de revestimento (argamassa)
o Andaimes
o Máquinas de terraplenagem
O custo das despesas gerais de infraestrutura e execução de trabalhos nos
canteiros de obras, é determinado por meio de levantamento do histórico de obras
anteriores e requer uma interação do orçamentista e dos responsáveis pela
execução dos trabalhos, para se obter estimativa o mais precisa possível de acordo
com o tipo de estudo em desenvolvimento.

Desperdícios e perdas por mau armazenamento são comuns em obras

De acordo com Sousa (2000), desperdícios são constituídos pelas atividades


que não agregam valor e que resultam em gastos de tempo, dinheiro, recursos sem
lucro, além de adicionarem custos desnecessários aos produtos.
As definições confirmam que o desperdício corresponde às atividades que
não agregam valor às obras e que podem ser eliminadas sem que ocorra diminuição
no desempenho da empresa, como por exemplo, movimentação desnecessária,
capacidade ociosa, mão de obra e energia perdidos, entre outros.

FIGURA - EXEMPLO DE EXCESSO DE RESÍDUOS EM OBRA

O desperdício não se associa apenas à falta de empenho das pessoas,


obsolescência de equipamentos ou por culpa dos fornecedores, mas há uma
multiplicidade de fatores, alguns individuais; outros decorrentes de diversas
variáveis.
O desperdício contribui para a diminuição da lucratividade das empresas e
mesmo assim não costuma ser mensurado de forma conveniente.
Com a identificação dos desperdícios, os gestores obtêm benefícios de ordem
quantitativa e qualitativa em termos de lucratividade, bem como em relação às
necessidades de melhoria. Traz, ainda, fundamentação para novos investimentos
em qualidade.
A utilização de indicadores de desempenho da empresa favorece a análise, a
avaliação da rentabilidade do investimento em qualidade e, principalmente a tomada
de decisão.
Assim, armazenar corretamente os materiais de uma obra é fundamental para
evitar danos e perdas; além disso, quando se tem organização e planejamento a
produtividade da mão de obra é maior.

DESMONTAGEM DOS CANTEIROS DE OBRAS

FIGURA

Nesta etapa da obra devem ser respeitadas todas as regras de montagem


desenvolvidas na implantação dos canteiros de obras, sendo que com um cuidado
extra, para não interferir com os elementos construídos na obra.
São necessários certos cuidados com a correta:

• Interrupção dos ramais de água, esgoto e energia que ligavam as


instalações provisórias do canteiro, sem danificar as novas redes instaladas na
edificação;
• Remoção e transporte de todos os resíduos de construção gerados
durante a execução da obra para uma empresa certificada para realizar o
tratamento;
• Remoção dos elementos que constituíram os escritórios de obra, tapumes
e sinalização de forma a poder reaproveitar ao máximo a sua reutilização;
• Limpeza geral da obra.

MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO

O objetivo do Módulo V é analisar as características relacionadas com as


medições necessárias para a realização de um orçamento e os elementos de
apresentação do orçamento: o mapa de trabalhos e a memória descrtiva.

PRINCÍPIOS BASE

As medições podem ser elaboradas a partir de um caderno de encargos, de


um projeto ou por meio do levantamento pessoal realizado na visita ao local do
trabalho. Para todos os casos, deve-se realizar uma análise criteriosa, de forma a
obter de forma o mais clara possível todas as informações relativas a uma obra.
A experiência anterior nesta área para uma análise é muito importante,
principalmente quando a medição tem que ser realizada por meio de elementos
entregues pelo dono da obra, como caderno de encargos e projetos, sem a
possibilidade de acesso ao local da obra. Esses elementos podem conter
informações precisas, mas também podem omitir detalhes que fazem a diferença
nos cálculos a serem realizados posteriormente.
Para a realização de uma medição precisa, deve-se procurar conciliar a
análise dos documentos entregues, com a análise do local de intervenção, visando
abranger todos os pontos que direta ou indiretamente podem gerar custos no
desenvolvimento do trabalho.

Generalidades

As medições constituem a determinação analítica das quantidades de


trabalhos previstos no projeto ou especificação da obra. Estas quantidades são
organizadas em listas ou mapa de medições.

As medições devem ser realizadas seguindo regras bem definidas tendo em


vista atingir os objetivos bem definidos como os descritos no manual “Curso sobre
regras de medição na construção”, publicado pelo Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (FONSECA, 1999):
• Possibilitar, a todas as empresas que apresentam propostas a concurso,
a determinação dos custos e a elaboração de orçamentos, com base nas mesmas
informações de quantidades e nas condições especificadas para os trabalhos
indicados no projeto;
• Elaborar listas de trabalhos, de acordo com sistemas de classificação que
individualizem cada trabalho segundo grupos específicos que possibilitem, às várias
entidades envolvidas no processo, análises comparativas de custos e avaliações
econômicas de diferentes soluções;
• Proporcionar às empresas, a avaliação das propostas cujos preços foram
formulados com idêntico critério, bem como permitir, de um modo facilitado, a
quantificação das variações que se verificarem durante a construção, devidas a
trabalhos a mais e a menos ou a erros e a omissões de projeto;
• Possibilitar às empresas um acesso simplificado à informação
eventualmente tipificada e informatizada relativa a trabalhos-tipo, permitindo assim a
formulação de propostas para concursos com bases determinísticas sólidas,
nomeadamente as relativas a custos de construção, de canteiro, e de
subempreitadas, etc.;
• Proporcionar às empresas uma sistematização de procedimentos
relacionada com o controle dos diversos trabalhos a executar, nomeadamente os
devidos a rendimentos de recursos que proporcionam o cálculo das quantidades de
materiais e avaliação das quantidades de mão de obra, de equipamentos ou de
outros recursos a utilizar na execução dos trabalhos;
• Facilitar o estabelecimento dos planos de inspeção e ensaios aplicados
ao controle da quantidade e de segurança na execução dos diferentes trabalhos;
• Estabelecer as bases para que as empresas realizem a análise e o
controle de custos dos trabalhos.

Os erros de medições acarretam consequências financeiras para os donos de


obra e para o construtor.
Para os donos de obra:
• Impedir a execução da obra prevista por insuficiência de créditos já
anteriormente calculados e previstos;
• Produzir prejuízos por avaliação excedente dos montantes a consumir na
obra.

Para o construtor:

• Necessidade de remodelação do projeto pelo fato do custo real


ultrapassar o limite fixado pelo cliente;
• Provocar prejuízos consideráveis que podem por em risco a viabilidade da
empresa ou levar à falência.

Apesar de cada obra possuir suas próprias particularidades que a


diferenciam, podem ser definidos alguns princípios comuns a ter em consideração
na elaboração das medições, nomeadamente os seguintes (FONSECA, 1999):
• Estudo da documentação existente: o Caderno de encargos, projetos,
desenhos e cálculos apresentados devem constituir fonte importante de análise
inicial do orçamentista;
• As medições devem satisfazer integralmente os projetos apresentados e
as condições técnicas gerais e especiais do caderno de encargos, pois podem existir
erros e omissões que o orçamentista deve esclarecer com o autor do projeto de
imediato. Neste sentido, a conferência de metragens e dimensões apresentadas é
indispensável;
• As medições devem ser realizadas de acordo com as regras de medição
adotadas, na falta de informação do caderno de encargos, o orçamentista deve
adotar critérios que conduzam a quantidades corretas. Estes critérios devem ser
discriminados, de forma clara, nas medições do projeto;
• As medições devem ter em consideração as normas aplicáveis à
construção, nomeadamente aos materiais, produtos e técnicas de execução;
• Dentro dos limites razoáveis das tolerâncias admissíveis para a execução
das obras, as medições devem ser elaboradas de modo a que não seja desprezado
nenhum dos elementos constituintes dos edifícios;
• Durante o cálculo das medições devem ser realizadas as verificações das
operações efetuadas e as confrontações entre somas de quantidades parciais com
quantidades globais. O grau de rigor a obter com estas verificações e confrontações
depende, como é evidente, do custo unitário de cada trabalho;
• A lista de trabalhos deve ser individualizada e ordenada segundo os
critérios seguintes:
o Os trabalhos medidos devem corresponder às atividades que são
exercidas por cada categoria profissional de operário;
o As medições devem discriminar todos os trabalhos, principais e auxiliares,
com uma definição clara de cada trabalho e indicarem as características mais
importantes necessárias à sua execução. Sempre que possível esta definição deve
ser esclarecida com referência às peças desenhadas e às condições técnicas ou de
outras informações existentes noutras peças do projeto;
o As medições devem ser decompostas por partes da obra que facilitem a
determinação das quantidades de trabalho realizadas durante a progressão da
construção, bem como a comparação de custos com projetos similares.

REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO

A medição de uma obra é a determinação quantitativa dos trabalhos a que


serão executados, destinando-se a ser relacionada com o orçamento da obra.
Quando se realizam medições em uma obra, estas são em geral elaboradas em
mapas designados por mapas de medições.
A realização destes mapas é de extrema importância, pois é a partir destes
elementos que se realizam os orçamentos das obras, sendo o orçamento o
resultado da aplicação dos preços unitários às medições efetuadas e incluídas no
mapa de medições.
As medições assumem um papel importante na construção e, de forma a
minimizar os conflitos entre os intervenientes, torna-se necessária a existência de
regras específicas.
A falta de uma regulamentação específica para a definição das regras de
medição de uma obra constitui uma das principais causas de conflito entre os seus
intervenientes.
Para minimizar estes aspectos, algumas empresas aplicam regras básicas de
medição utilizando roteiros genéricos preestabelecidos que facilitam e direcionam o
levantamento das medições, sendo que qualquer outro profissional da empresa ao
analisar os elementos do mapa de medições consegue encontrar a informação
desejada.
As medições constituem o modo de determinação quantitativa dos trabalhos
previstos no projeto ou executadas em obra e têm como principais objetivos:

a) Possibilitar, a todas as empresas que apresentam propostas a concurso


ou licitação, a determinação dos custos e a elaboração de orçamentos, com base
nas mesmas informações de quantidades e de especificação técnica de execução
dos trabalhos indicados no projeto;
b) Proporcionar às empresas, a avaliação das propostas cujos preços foram
formulados com idêntico critério, bem como permitir de um modo facilitado, a
quantificação das variações que se verificarem durante a construção.

Condições gerais das medições

• As medições devem descrever, de forma completa e precisa os trabalhos


de uma obra;
• Os trabalhos que implicam diferentes condições ou dificuldades de
execução serão sempre medidos separadamente;
• As dimensões a adotar a cada elemento de construção são sempre
arredondadas ao centímetro.
• O cálculo das quantidades dos trabalhos é efetuado com a indicação das
dimensões segundo a seguinte ordem:
o em planos horizontais, comprimento x largura x altura ou espessura;
o em planos verticais, comprimento x largura ou espessura x altura.
Considerando-se como comprimento e largura as dimensões em planta dos
elementos a medir.
• As dimensões que não possam ser determinadas com rigor deverão ser
indicadas com a designação de quantidades aproximadas;
• As medições devem ser apresentadas com as indicações necessárias à
sua perfeita compreensão, de modo a permitir uma fácil verificação e a
determinação correta dos custos;
• As medições em ambientes exteriores devem ser apresentadas em
capítulos separados das medições de elementos interiores;
• O mapa de medições deve sempre indicar o nome do responsável pela
elaboração da medição e lista de medições.

Unidades de medida

As principais unidades de medida utilizadas em medições de obras são as


seguintes:

TABELA

Unidade Descrição Símbolo


Genérica unidade un
Comprimento metro m
Superfície metro m2
quadrado
Volume metro cúbico m3
Massa quilograma kg
Tempo hora, dia h, d

Regras básicas de medição de alguns trabalhos:

Canteiro de Obras

O canteiro de obras, em geral é medido à Unidade. Contudo, pode-se dividir


esta forma única de medir, segundo os pontos que o caracterizam (SOUSA, 2000),
como:
• Instalações destinadas a pessoal e funcionários (por m2 ou à unidade);
• Vias de acesso, caminho de circulação e vedações (unidade);
• Instalações de redes de luz, água e esgoto (Unidade – uma única que
engloba todas estas instalações);
• Equipamento, como gruas, andaimes, etc. (Unidade – uma única que
engloba todas estas instalações);
• Pessoal da administração da obra, como técnicos e encarregados (geral e
por especialidades), os funcionários encontram-se incluídos nos serviços
executados (à unidade, por cada um destes, tendo em conta um plano de mão de
obra).
Serviços Preliminares
São os trabalhos necessários para a preparação da execução da obra.
Entre outros podemos citar os seguintes:

• Desvio de obstáculos (a medição será realizada à unidade com a


indicação da natureza dos trabalhos);
• Proteções (a medição será realizada à unidade e engloba a proteção de
construções ou vegetação no local da obra que não deva ser afetada durante a
execução dos trabalhos);
• Drenagens (a medição será realizada por m2 medida em planta).

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