Resumo Das Aulas e Do Livro Princípios de Interpretação Bíblica

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A Hermenêutica Bíblica

Definição de Hermenêutica
Hermenêutica significa a “arte de interpretar”.

A hermenêutica bíblica é a ciência ou matéria que fornece as


ferramentas necessárias para que o intérprete busque a correta
interpretação das Escrituras Sagradas. A ideia é utilizar os recursos
disponíveis para esclarecer a mensagem da Bíblia aos ouvintes, a
fim de que eles compreendam e atendam à vontade revelada de
Deus. Disso se deduz o objetivo mais sublime da pregação.

Platão foi o primeiro a usar Hermeneutike (...) como um termo


técnico. Podemos defini-la como a ciência que nos ensina os
princípios, as leis e os métodos de interpretação. (Louis Berkhof)

Atos 14:8-18

1 - O homem sem Deus não consegue interpretar a verdade


plenamente. Precisamos da iluminação de Deus. Sem a iluminação
de Deus deturparmos a verdade.

2 - O homem sem Deus percebe alguns elementos de verdade


devido ao senso divinitatis. Ninguém é completamente esvaziado da
noção de divindade.

3 - O homem sem Deus só pode ser liberto pela verdade do


evangelho (Versículo 15).

OBSTÁCULOS PARA A BOA HERMENEUTICA BÍBLICA


1) O obstáculo temporal
• O evangelista Mateus aponta 14 gerações de Abraão a Davi; outras
14 gerações desde Davi atė o exilio babilonico; e mais 14 gerações
desde o exilio até o nascimento do Messias
2) O obstáculo geográfico
• Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe (Sl
126.4).
3) O obstáculo cultural
• Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra, dar-se a mais
nova antes da primogênita (Gn 29.26);
4) O obstáculo contextual
 9
Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó querida minha.
(Ct 1.9);
5) O obstáculo linguístico
 A Bíblia foi escrita em Hebraico, Aramaico e Grego;
 Uso de expressões idiomáticas e recursos específicos, por
exemplo, a repetição para indicar ênfase;
 Fatores que só podem ser compreendidos observando-se os
textos originais (Is 11.1 / Mt 2.23);
6) O obstáculo literário
 13
Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a
serpente. (Sl 91.13);
7) O obstáculo autorial
 Não se sabe quem é o autor de Jó?
8) Natural e intelectual
 11
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de
Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez,
examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas
eram, de fato, assim.
9) Obstáculo espiritual
 14
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque
elas se discernem espiritualmente.

PRESSUPOSTOS DA BOA HERMENÊUTICA BÍBLICA


1 – O Deus transcendente também é imanente e deseja se
comunicar conosco na medida da sua revelação.
29
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém
as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre,
para que cumpramos todas as palavras desta lei.
2 – Não existe neutralidade em qualquer que seja o sistema de
interpretação que se adote.
É um mito racionalista aquilo que eles chamam de exegese científica
e é uma das coisas que eu considero desonesta dos proponentes do
método histórico-crítico. Eles querem avançar esse método,
considerando-o como um método cientifico. Com isso, querem dizer
que é um método neutro, que exclui os pressupostos transcendentes
como se issO fosse possível. Já se provou [...] que a neutralidade
científica é impossível em todas as áreas do conhecimento. Nós
sempre somos guiados a ler a realidade dos textos a partir daquilo
que nós cremos, das nossas pressuposições. Dai a importância da
Teologia. Ninguém pode se livrar da Teologia em hermeneutica
(Augustus Nicodemus)
6
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.
3 – A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada, inerrante e infalível
• A Bíblia não é só inspirada; é também, por causa de sua
inspiração, inerrante, i. e., não contém erro. Tudo quanto Deus
declara é verdade isenta de erro. Com efeito, as Escrituras afirmam
ser a declaração (alias, as próprias palavras) de Deus. Nada do que
a Bíblia ensina contém erro, visto que a inerrância é consequência
lógica da inspiração divina. Deus não pode mentir (Hb 6.18); sua
Palavra é a verdade (Jo 17.17). Por isso, seja qual for o assunto
sobre o qual a Bíblia diga alguma coisa, ela só dirá a verdade. Não
existem erros históricos nem cientificos nos ensinos das Escrituras.
Tudo quanto a Biblia ensina vem de Deus e, por isso, não tem a
mácula do erro. (Norman Geisler)
16
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17a fim de
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para
toda boa obra.

A inspiração não é mecânica (ditado), mas dinâmica.


Revelação, inspiração e iluminação.
4) O Espírito Santo ilumina e capacita o crente na tarefa de
interpretação da Bíblia

O Espirito de Deus, de quem emana o ensino do evangelho, é o único


genuíno intérprete para no-lo tornar acessível (João Calvino).
26
mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo
o que vos tenho dito.

5) A Biblia deve ser interpretada de forma cristocêntrica em


todas as suas partes
De Gênesis a Apocalipse, cada figura, cada história, cada imagem,
cada lição é a embalagem na qual encontramos o dom de Deus,
Jesus Cristo (Michael Horton)
• O principio [...] cristocêntrico reformado de interpretação das
Escrituras afirma que Cristo é a chave para a interpretação da Bíblia,
porquanto toda ela, inclusive o Antigo Testamento, se refere a ele, se
concentra nele e dá testemunho dele. O Antigo e o Novo Testamento
apresentam dois atos de uma mesma história escrita por Deus, que
tem Cristo como principal protagonista. Dificilmente se pode
compreender o significado de uma cena dessa história ou o lugar de
outros protagonistas ou antagonistas, interpretando-os à parte dos
seus lugares e papéis no enredo e das suas relações com o
protagonista principal (Paulo Anglada).
Dizer que Jesus é a chave para a interpretação da Bíblia, não é a
mesma coisa de dizer que Jesus é a chave hermenêutica.
27
E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
6) Fomos criados para interpretar a realidade e não apenas para
experimentá-la
Ao criar a humanidade à sua própria imagem, Deus estabeleceu uma
relação na qual a humanidade poderia refletir, de modo finito, certos
aspectos do infinito Rei-Criador [...] A humanidade deveria dar
expressão às funções divinas em relação ao cosmos e atividades tais
como encher a terra, cultivá-la e governar sobre o mundo criado. A
humanidade em uma forma física, também refletiria as próprias
capacidades do Criador de apreender, conhecer, exercer amor,
produzir, controlar e interagir (Van Groningen)
31
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer,
fazei tudo para a glória de Deus.
7) O pecado trouxe dificuldades para compreendermos e
aceitarmos a revelação de Deus como fonte de verdade
• O pecado foi algo tão grave que o homem corrompeu
completamente a sua natureza e se tornou absolutamente alienado
de Deus. Dessa forma, sua razão, sua emoção, sua vontade e todo
o seu ser está tão inclinado ao mal que ele não pode ir a Deus e nem
mesmo compreendê-lo por si só, senão apenas pela iniciativa do
próprio Senhor.
28
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio
Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para
praticarem coisas inconvenientes,
8) A Bíblia essencialmente se propõe a revelar a História da
Redenção e suas implicações
A Bíblia é uma narrativa, a história da redenção, e seu personagem
principal é Jesus Cristo. Ele é o tema principal da narrativa e Ele é
revelado em cada página do livro. Essa história revela como Deus
utilizou a natureza e controlou a história para enviar seu Filho para
resgatar homens e mulheres rebeldes, insensatos e egoístas. Ele os
libertou da escravidão de si mesmos, os capacitou a viverem para a
Sua glória, e os presenteou com uma eternidade em Sua presença,
bem diferente das duras realidades da Queda. Essa abrangente
história reflete o fato de que nosso problema como seres humanos é
mais profundo que os pecados individuais que cometemos a cada
dia, criando os problemas específicos que complicam nossas vidas.
Nosso problema mais profundo é que buscamos encontrar nossa
identidade fora da história da redenção (Paul Tripp)
16
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
9) A Bíblia responde aos grandes dilemas e perguntas
fundamentais com profundidade
• Uma das coisas que se argumenta acerca dos pós-modernos é a
desconfiança quanto às metanarrativas. A ideia é não acreditamos
mais que possa haver uma única grande história que explique tudo
(Emilio Garofalo)
18
Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em
nós. 19A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos
filhos de Deus. 20Pois a criação está sujeita à vaidade, não
voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, 21na
esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22Porque
sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta
angústias até agora. 23E não somente ela, mas também nós, que
temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso
íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.

10) A interpretação da Bíblia deve considerar a sua unidade


temática e orgânica.
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um
alto e reverente apreço da Escritura Sagrada, a suprema excelência
do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu
estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo
(que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único
meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências
incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais
abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a
nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina
autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela
palavra e com a palavra testifica em nossos corações (Confissão de
Fé de Westminster)
O discurso de Estevão em atos 7
11) A esperança escatológica permeia as páginas das Escrituras
Para entendermos corretamente a escatologia bíblica, precisamos
vê-la como um dos aspectos integrantes de toda a revelação bíblica.
A escatologia não deve ser vista como algo encontrado apenas em
livros como Daniel e Apocalipse, mas como dominando e permeando
toda a mensagem da Bíblia. O Cristianismo é escatologia, é
esperança, olhar e andar para a frente [...] é revolucionar e
transformar o presente. A perspectiva escatológica é característica
de toda a proclamação cristã. (Anthony Hoekema)
15
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o
seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
1
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe. 2Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como
noiva adornada para o seu esposo. 3Então, ouvi grande voz vinda do
trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus
habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará
com eles. 4E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não
existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras
coisas passaram.

Resumo do Livro: Princípios de interpretação bíblica

Berkhof faz uma breve síntese da hermenêutica empreendida


pelos judeus palestinos, judeus alexandrinos, Cabalistas, Caraita e
judeus espanhóis. Ele apresenta um breve relato acerca da
metodologia utilizada por esses grupos para interpretar a escrituras.

A Escola de Alexandria

Essa escola tinha uma hermenêutica mais amplamente


alegórica. Destacam-se ai nomes como Clemente de Alexandria e
Orígenes. Clemente usou abundantemente a alegoria. Orígenes
defendia que o texto possuía três dimensões: literal, moral e místico
ou alegórico.
A Escola de Antioquia

Essa escola recusou o método alegórico e defendeu um sentido


literal da Biblia. Eruditos como Teodoro de Mopsuestia e João
Crisostomo são os nomes dessa Escola. Teodoro foi mais exegeta,
e até acreditava que alguns livros da Biblia não eram inspirados. Já
João destacou-mais pela oratória do que pela exegese. De qualquer
forma ambos procuravam identificar no texto o seu sentido original.

A interpretação Ocidental

Essa metodologia surgida no ocidente adotou alguns elementos da


escola de Alexandria e da tradição siríaca. Teólogos como Jerónimo
e Agostinho foram os eminentes defensores dessa
hermenêutica. Eles se preocuparam em defender a autoridade da
tradição e da Igreja na interpretação da Bíblia. Jeronimo é mais
conhecido pela sua tradução da Bíblia (Vulgata latina) e Agostinho
foi mais um sistematizador das doutrinas bíblicas. Este último
escreveu obras como a Cidade de Deus e Confissões. Agostinho
defendia a perspectiva dos 4 sentidos de um texto: histórico,
etiológico, analógico e alegórico.

Hermenêutica na Idade média

Nesse período não houve avanços exegéticos na interpretação


das escrituras. Nesse sentido, a base para a doutrina estará na
autoridade da igreja e na tradição dos escritos dos pais. Obras
como a Glossa Ordinária de Strabo e a Glossa lienar de Anselmo,
as Catenae de Procópio e Aquino (interpretes dos pais), a Liber de
Pedro Lombardo (mais avançada) com comentários e questões do
mesmo, foram a base para a igreja apoiar sua doutrina.
Homens como Aquino começaram a ver as incongruências do
método alegórico e penderam para um lado mais literal (o alegórico
deveria estar atrelado ao literal). Já Nicolau de Lyra defendia o
duplo sentido (literal e místico) das escrituras influenciou homens
como Lutero em sua busca pelo sentido literal do texto
escriturístico.
A renascença

Esse período foi marcado pela ideia de se voltar ao original.


Nessa perspectiva, Reuchlin e Erasmo advogam a prerrogativa de
que se os intérpretes devem buscar as línguas originais em que a
escritura foi originada. Reuchlin deu a Gramatica e um Lexicon
grego, Erasmo deu-nos o Novo testamento em grego. A Bíblia
possui apenas um sentido infalível
Princípios como - A escritura interpreta a Escritura e a Analogia da
Fé avançam trazem uma contribuição gigante para o estudo da
Bíblia.
Lutero deu a tradução da Bíblia no vernáculo alemão. Defendia o
sentido literal. O intérprete deveria ter que depender também da fé
quando fosse ao texto bíblico. Lutero procurava ver Cristo em toda
a Escritura.
Melanchthon apresentou a ideia de que a biblia deveria ser
interpretada gramática e teologicamente. Ela possuía apenas um
único sentido simples e claro.
Calvino seguiu os mesmos princípios de Lutero e Melachthon e se
destacou por sua ênfase na conciliação de teoria e prática.
Para Calvino, deveríamos "deixar o autor dizer o que ele diz ao
invés de atribuir a ele o que pensamos que ele deveria dizer".

O período das Confissões

A hermenêutica desse período não teve praticamente nenhum


avanço.
Alguns movimentos fizeram parte dessa fase.
Socinianos - Acreditavam que a Bíblia deveria ser interpretada de
forma racional. Mas em suas abordagens interpretativas ao texto
acabavam caindo no dogmatismo.
Coccejus - Propunha a interpretação da Bíblia à base do contexto.
Alegou erradamente que o texto possui uma pluralidade de
significados. De qualquer forma chamou a atenção para o fato
orgânico da revelação.
Turretin - Buscavam uma interpretação longe do dogmatismo
sociniano. Argumentavam acerca de uma interpretação logica e
analítica.
Pietistas - Defensores de uma interpretação mais piedosa esse
grupo defendia que a interpretação deveria partir da escritura nas
línguas originais e na ação do Espirito santo. Eles acabaram por
desprezar a ciência.

Período crítico histórico

Nessa fase a teologia lutou contra algumas linhas de pensamento


que em suma negavam a inspiração verbal e a infalibilidade da
Biblia.
Duas escolas se destacam nesse período.
A escola gramatica e a histórica.

A hermenêutica sagrada

Um dos princípios da interpretação é que a Biblia é:


- A inspiração da Bíblia pelo Espírito.
Vários textos atestam essa inspiração (2Pd 1.21; 2Tm 3.16,17 e
outros).
- Unidade da Bíblia.
Não há contradição na Bíblia. Toda a Bíblia em todas as suas
partes é inspirada pelo Espírito. Todas as suas partes são
dependentes e testificam de um único princípio pertencente ao
organismo como um todo. A unidades de sentido também é um fato.
A Bíblia possui apenas um sentido: o literal.
- Simplicidade de estilo.
Linguagem, vivacidade de estilo, nitidez em reapresentar elementos
abstratos de forma concreta, vida presente na natureza, descrições
da história, redundâncias, figuras de linguagem, paralelismo poético
e na prosa.
O intérprete e sua relação com o objeto de estudo.
A interpretação na perspectiva católica procurou assegurar o
monopólio da interpretação da Bíblia. Os reformados defenderam a
liberdade de interpretação do leitor. Contudo essa liberdade deve
estar baseada nas regras e limites delimitados pela Escritura.

Interpretação gramatical

A Bíblia foi escrita em linguagem humana. Quando se analisa o


significado das palavras isoladas, alguns princípios norteiam o
estudo das palavras nela contidas. O significado etimológico
estabelecido das palavras deve ser tido em bastante conta. O
intérprete pode ter ajuda de dicionários e lexicos. Mas também tem
que se preocupar com o contexto em que tal palavra foi usada.
Outro fator é observar a analogia de palavras relacionadas na
mesma língua ou em outras. Faz-se necessário ver o que o autor
quis deixar claro ao usar aquela palavra naquele contexto. O estudo
dos sinônimos também deve ser buscado com critério. Porém
quando se analisa as palavras isoladas leva-se em conta como a
palavra é usada naquele contexto específico. A linguagem da
Escritura deve ser interpretada de acordo com seu significado
gramatical; e o sentido de qualquer expressão, proposição ou
declaração deve ser determinado pelas palavras usadas.
Uma palavra pode ter apenas um significado fixo no contexto em
que ocorre.
Casos em que vários significados de uma palavra são unificados de
tal forma que resultam numa unidade maior que não se choca com
o princípio precedente.
Aqui uma palavra pode ser usada no seu sentido mais geral a fim
de incluir seus significados especiais como por exemplo quando
Isaías diz que Jesus tomou sobre si nossas enfermidades ele falava
das enfermidades espirituais mas Mateus diz que isso se cumpriu
no ministério de cura do Messias. Assim, o principio defendido por
Isaías inclui cura espiritual mas também física. As vezes o sentido
especial de uma palavra inclui o outro. Jesus tanto assumiu quanto
levou nossos pecados. Casos há em que se usa a sinédoque
ampliando o sentido da palavra. Por exemplo quando Jesus ensina
os discípulos a pedirem o "pão de cada dia" o sentido abrange
todas as necessidades gerais da vida humana.

Auxílios internos para a explicação de palavras.


- Definições ou explicações que os próprios autores dão às suas
palavras.
- O paralelismo ajuda a determinar a significação da palavra.
- Passagens paralelas.
a) verbal quando ocorre em contextos semelhantes ou em
referência ao mesmo assunto geral.
b) Real quando ocorrem passagens similares onde a semelhança
ou identidade consiste de fatos, assuntos, sentimentos ou doutrinas.

O uso figurativo
Palavras com um sentido diferente do que lhe é natural.
- metáfora: um objeto comparado a outra coisa (Jesus chamou
Herodes de raposa).
- metonímia: estabelece relação mais mental que física (Apelar a
Moisés significa apelar à Lei de Moises).
-sinédoque: relação mais física que mantal. Toma-se a parte pelo
todo ou o todo por uma parte ("foi sepultado nas cidades de
Gileade" ou seja foi sepultado em uma das cidades de Gileade).

Auxílios internos para determinar se o sentido é figurado ou


literal.
- Há impossibilidade de se haver sentido figurado em leis, história,
obras estritamente filosóficas e cinetificas e em Confissões.
- deve-se priorizar a busca do sentido literal a menos que haja ali
contradição.
- Observar contexto, adjuntos, caráter do sujeito e predicados,
paralelismos e possíveis paralelos.

Princípios para interpretar a linguagem figurada.


- conceito claro das coisas nas quais as figuras estão baseadas, ou
de onde foram extraídas..
- uso figurado referente a Deus e a ordem das coisas eternas
trazem apenas uma expressão aproximada da realidade.
Interpretação do pensamento
"interpretação lógica?. Ela baseia-se na suposição de
que a linguagem da Bíblia é, como qualquer outra linguagem, um
produto do
espírito humano, desenvolvida sob direção providencial.
- Expressões idiomáticas
*simile
*alegoria
*elipse
*braquilogia
*Construito praegnans
*zeugma
*eufemismo
*litote
*meiose
*ironia
*sarcasmo
*epizeuxis
*hipérbole

Interpretação teológica
O nome interpretação teológica expressa o fato de que Deus é o
autor e necessariamente o intérprete de sua própria palavra.
Alguns pontos merecem ser contemplados.
- A interpretação da Bíblia como uma Unidade.
- O sentido místico da Escritura.
- As implicações da Bíblia.
- Auxílios para a interpretação teológica.

Os tipos e o símbolo
Tipo e antítipo. Um representa a verdade num estágio inferior, o
outro, a mesma verdade num estágio superior. Passar do tipo para
o antítipo é ascender daquele em que o carnal é preponderante
para o puramente espiritual, do externo para o interno, do presente
para o futuro, do terreno para o celestial.
Tanto os tipos como os símbolos apontam para alguma outra coisa.
Eles, no entanto, diferem em pontos importantes. Um símbolo é um
sinal, enquanto um tipo é um modelo ou uma imagem de alguma
outra coisa. Um símbolo pode se referir a algo do passado,
presente ou futuro, enquanto um tipo sempre prefigura algo da
realidade futuro.

A interpretação da profecia
O autor trabalha a interpretação da profecia possui ressaltando seu
caráter orgânico, sua historicidade,
a transcendência do horizonte do profeta, a perspectiva profética, o
Espírito de seu tempo, literal (a menos que o contexto indique o
oposto).

Sobre a interpretação dos salmos


Os salmos possuem caráter individual mas também revelam sua
relação com a vida comunitária.
Conhecer o salmista traz muita luz para o salmo escrito. O novo
testamento clareia muitos dos salmos.

A interpretação implícita da palavra.


As vezes certas doutrinas bíblicas não estão totalmente explícitas
no texto mas podem ser com segurança obtidas por inferência.
Um exemplo disso é que Jesus usou o texto de Deus na sarça
ardente para refutar o argumento dos saduceus de que não havia
ressurreição.
Elementos da interpretação teológica
Paralelismos reais ou de ideias.
Analogia da fé.

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