Aborto - e - Suas - Consequencias Atualizado

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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos, 3° ano

Trabalho em Grupo 1ºSemestre

Cadeira: Habilidades de vida e HIV/SIDA

Tema: Aborto e suas consequências

Discentes:
Alexia Jose Simbi
Dércio Da Michaela Mahando
Dorteia Romeu
Mustafa Manuel
Nelson Manuel Rui
Silvia Elias Caetano

Docentes:
Dr. Dércio Constantino
MSc. Piedade Mussiviha

Lichinga, Março de 2024


Cadeira: Habilidades de vida e HIV/SIDA

Tema: Aborto e suas consequências

Discentes:

Alexia Jose Simbi

Dércio Da Michaela Mahando

Dorteia Romeu

Mustafa Manuel

Nelson Manuel Rui

Silvia Elias Caetano

Trabalho em grupo de carácter avaliativo na cadeira de


Habilidades de vida e HIV/SIDA a ser entregue ao
departamento de Gestão de Recursos Florestais e
Faunísticos da Universidade Católica de Moçambique
(UCM) - Faculdade de Gestão de Recursos Florestais
e Faunísticos (FAGREFF), orientado pelos docentes
Dr. Dércio Constantino e MSc. Piedade Mussiviha

Lichinga, Março de 2024


Índice
Introdução ................................................................................................................................... 1

Objetivos: ................................................................................................................................ 1

Metodologia ............................................................................................................................ 1

Conceito de Aborto ..................................................................................................................... 2

Tipos de Aborto .......................................................................................................................... 2

Aborto Espontâneo ................................................................................................................. 2

Aborto seguro ......................................................................................................................... 2

Aborto Induzido ...................................................................................................................... 2

Aborto clandestino .................................................................................................................. 3

Situações que podem levar a um aborto inseguro: .............................................................. 3

Qual e a lei que autoriza o aborto em Moz ................................................................................. 4

Motivações para o aborto ........................................................................................................... 4

Consequencias do aborto ............................................................................................................ 4

Consequências do aborto inseguro.......................................................................................... 4

Consequências físicas do aborto ............................................................................................. 4

Consequências psicológicas .................................................................................................... 5

Consequências sociais e culturais do aborto ........................................................................... 5

Alternativas para não realização do aborto................................................................................. 5

Conclusão ................................................................................................................................... 6

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 7


Introdução
Este trabalho busca abordar de forma objetiva e imparcial o tema do aborto e suas
consequências, visando contribuir para um debate informado e construtivo sobre um assunto
tão delicado e relevante para a sociedade contemporânea.

Bearak (2017), O aborto é um tema complexo e controverso que desperta intensos debates em
diversos setores da sociedade. A discussão em torno do aborto envolve questões éticas, morais,
religiosas, sociais e de saúde pública, tornando-se um tema de grande relevância para a
compreensão da dinâmica social e das políticas públicas.

A importância de estudar o aborto e suas consequências reside no impacto profundo que essa
prática pode ter na vida das mulheres, das famílias e da sociedade como um todo. É fundamental
compreender os motivos que levam as mulheres a considerar o aborto, bem como as
consequências físicas, psicológicas, sociais e culturais dessa decisão.

Além disso, o estudo do aborto também é essencial para a formulação de políticas públicas mais
eficazes no campo da saúde reprodutiva, visando garantir o acesso a métodos contraceptivos
seguros, informação adequada e apoio às mulheres que enfrentam gravidezes indesejadas.

Objetivos:

Gerais

 Abordar sobre o aborto e suas consequencias

Específicos

 Descrever os tipos de abortos


 Conhecer as Alternativas para não realização do aborto
 Comprender as motivações e consequencias dos abortos

Metodologia

Na elaboração do presente trabalho foi realizado na base de dados já confirmados, que


envolvem, brochuras, manuais e base de dados virtuais, contendo assuntos do tema em causa
relacionados com os Abortos.

1
Conceito de Aborto

O aborto é a interrupção da gravidez antes que o feto possa sobreviver fora do útero, seja por
meios naturais (aborto espontâneo) ou induzidos (aborto provocado). O aborto provocado pode
ser realizado de forma legal em alguns países, quando realizado por profissionais de saúde
qualificados e em condições adequadas, ou de forma ilegal, quando realizado em condições
precárias e sem assistência médica adequada. (WHO, 2012).

Tipos de Aborto
ACOD (2019), diz que existem três principais tipos de aborto:

1. Aborto Espontâneo

Ocorre de forma natural, sem intervenção externa, devido a problemas no


desenvolvimento do embrião ou feto, problemas hormonais, anomalias genéticas, ou
condições médicas da mãe que tornam a gravidez inviável.

Aborto seguro

Ao longo deste kit de ferramentas, usamos o termo aborto seguro para referir a
gravidezes que são interrompidas usando um método reconhecido como seguro pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso inclui abortos que são realizados com a
assistência de um(a) profissional de saúde formado(a) – numa unidade sanitária limpa
e bem equipada – usando técnicas modernas apropriadas descritas acima, seja D&E ou
AM. Isso também inclui abortos auto-induzidos usando o regime correcto de
medicamentos de AM, de acordo com os parâmetros de elegibilidade correctos.
Portanto, os serviços de aborto seguro podem ser obtidos numa unidade sanitária a partir
de provedores formados e cuidadosos, bem como através de informações precisas sobre
o uso de comprimidos para o efeito fora de uma unidade sanitária.

Pode ser útil pensar na segurança do aborto em um continuum, e não em um binário


seguro e inseguro. Publicações recentes da OMS começaram a classificar os abortos
como “seguros”, “menos seguros” e “muito menos seguros”, para reconhecer o
crescente uso do aborto medicamentoso fora do sistema formal de saúde.

2. Aborto Induzido

É aquele realizado de forma deliberada, seja por motivos médicos, sociais ou pessoais,
e pode ser classificado em:
2
 Aborto Medicamentoso: Feito através do uso de medicamentos, como o misoprostol e
o mifepristone, para induzir a expulsão do embrião ou feto.usa medicamentos para
provocar o esvaziamento do conteúdo do útero. Existem duas opções de medicamentos
que podem ser usados: uma combinação de mifepristona e misoprostol; ou misoprostol
isolado. Os comprimidos causam cólicas e sangramento, como no caso de um aborto
espontâneo. É um procedimento muito eficaz e tem um baixo risco de complicações.
Complicações resultantes de AM ou aspiração intra-uterina são raras, mas podem
incluir sangramento intenso e infecção. Se isso ocorrer, a pessoa deve procurar ajuda
numa unidade sanitária imediatamente, (ACOD, 2019).
 Aborto Cirúrgico: Envolve procedimentos realizados por um profissional de saúde para
remover o embrião ou feto do útero. Pode incluir a aspiração a vácuo (ASPI) e a
dilatação e curetagem (D&C).
3. Aborto clandestino

Os tipos de aborto clandestinos podem variar de acordo com o contexto cultural e social de cada
região, mas alguns métodos são comuns em muitos lugares onde o aborto é ilegal ou altamente
restrito. Exemplos:

Aborto por métodos inseguros: Este tipo de aborto é frequentemente realizado com o uso de
objetos pontiagudos ou não esterilizados para introduzir no útero, na tentativa de interromper a
gravidez. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre aborto inseguro mostra
que métodos como a introdução de objetos no útero representam uma parte significativa dos
casos de aborto inseguro em todo o mundo (OMS, 2011).
Situações que podem levar a um aborto inseguro:

 Necessidade de contracepção não satisfeita


 Gravidez indesejada
 Leis de aborto restritivas, incluindo leis sobre consentimento de terceiros
 Medo de ser estigmatizada
 Falta de apoio social
 Falta de privacidade na unidade sanitária que presta serviços de aborto seguro
 Falta ou inadequação de informação ou educação sobre sexualidade em geral
 Falta de provedores ou medicamentos de AM seguro em uma dada comunidade
 Atrasos na obtenção do dinheiro necessário para pagar por um aborto seguro na fase
inicial da gravidez
 Custos de transporte para um local que presta serviços de aborto seguro
 Pobreza e barreiras sociais e financeiras à informação, recursos ou transporte
 Discriminação baseada no género
 Coerção reprodutiva e/ou violência sexual
 Casamentos prematuros e forçados.

3
Aborto por ingestão de substâncias tóxicas: Mulheres podem ingerir substâncias nocivas,
como produtos químicos domésticos ou medicamentos não aprovados, na esperança de
induzir o aborto. Um estudo realizado pela Guttmacher Institute estimou que cerca de 8%
dos abortos inseguros em países onde o aborto é restrito são realizados com o uso de
substâncias tóxicas (Sedgh et al., 2016).
Aborto por automedicação: Mulheres podem tentar induzir o aborto usando
medicamentos sem prescrição médica, cuja eficácia e segurança não são garantidas. A
automedicação para aborto é comum em muitos países onde o aborto é ilegal ou
altamente restrito, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS,
2011).
Aborto por métodos tradicionais : Alguns métodos tradicionais, baseados em crenças
culturais ou folclóricas, podem ser perigosos e ineficazes. (Cok et al., 2017).

Qual e a lei que autoriza o aborto em Moz


Em Moçambique, a lei que regula o aborto é a Lei nº 16/2011, de 25 de Maio, conhecida como
Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Esta lei despenaliza o aborto em
determinadas circunstâncias, permitindo a interrupção da gravidez em caso de estupro, incesto
ou quando a gravidez coloca em risco a vida da mulher ou a sua saúde física, mental ou psíquica.
O aborto também é permitido em casos de malformação fetal grave ou doença incurável do
feto. É importante ressaltar que a lei exige que a interrupção da gravidez seja realizada por um
médico e em uma unidade de saúde autorizada, garantindo assim a segurança e a saúde da
mulher.

Motivações para o aborto


As motivações para o aborto podem ser variadas e incluir razões pessoais, sociais,
econômicas e psicológicas que levam uma mulher a considerar a interrupção da
gravidez. Algumas das motivações comuns incluem a falta de condições financeiras
para cuidar de um filho, a falta de apoio familiar ou do parceiro, a idade da mulher, a
saúde física ou mental da mulher, e a falta de planejamento familiar. Outras razões
podem incluir a violência sexual, o estigma social associado à gravidez fora do
casamento ou fora de uma relação estável, e a pressão social ou familiar para
interromper a gravidez. (Gedts et al., 2016).

Consequencias do aborto
Consequências do aborto inseguro
Quando as pessoas não têm acesso ao aborto seguro ou quando outras barreiras, como o
estigma, atrapalham, elas podem buscar opções inseguras. Abortos inseguros podem ter
consequências, incluindo: Morte, Lesão e Criminalização.
Consequências físicas do aborto
As consequências físicas do aborto podem variar dependendo do método utilizado e das
condições em que é realizado. Alguns estudos indicam que o aborto seguro, realizado por
4
profissionais de saúde qualificados e em condições adequadas, geralmente não apresenta
complicações graves. No entanto, o aborto inseguro, realizado em condições precárias e sem
assistência médica adequada, pode estar associado a complicações físicas, tais como
hemorragia, infecção, lesões nos órgãos reprodutivos e até mesmo a morte. (Moler et al., 2014).
Consequências psicológicas
As consequências psicológicas do aborto podem variar de mulher para mulher e são
influenciadas por diversos fatores, como o contexto social, cultural, emocional e a experiência
individual. Alguns estudos sugerem que algumas mulheres podem experimentar sentimentos de
arrependimento, tristeza, culpa ou ansiedade após o aborto, enquanto outras não relatam
efeitos negativos significativos em sua saúde mental. (Charles et al., 2008).
Consequências sociais e culturais do aborto
As consequências sociais e culturais do aborto podem variar significativamente dependendo do
contexto cultural, político e social de cada país. Em muitas sociedades, o aborto ainda é um
tema tabu e é cercado por estigmas e preconceitos. Para Norris (2011), Algumas das
consequências sociais e culturais do aborto incluem:

 Estigma Social: Mulheres que optam pelo aborto podem enfrentar estigma social e
discriminação, sendo julgadas por sua decisão.
 Pressão Familiar
 Impacto na Relação com o Parceiro: O aborto pode ter um impacto significativo na
relação entre a mulher e seu parceiro, podendo levar a conflitos e tensões no
relacionamento.
 Questões Éticas e Religiosas: O aborto muitas vezes levanta questões éticas e
religiosas complexas, especialmente em sociedades onde o aborto é considerado
moralmente errado.
Alternativas para não realização do aborto
Segundo Bearak (2017), diz o seguinte:

Existem diversas alternativas para que não aconteça o aborto, que visam prevenir a gravidez
indesejada e oferecer suporte às mulheres que enfrentam dificuldades durante a gestação.
Algumas alternativas incluem:
1. Educação sexual: Programas de educação sexual que fornecem informações precisas
sobre contracepção, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e
relacionamentos saudáveis podem ajudar a prevenir gravidezes não planejadas.
2. Acesso à contracepção: Garantir o acesso fácil e acessível a métodos contraceptivos
eficazes pode reduzir significativamente o número de gravidezes não planejadas e,
consequentemente, a necessidade de aborto.
3. Aconselhamento e apoio às mulheres grávidas: Oferecer aconselhamento e apoio
emocional, financeiro e prático às mulheres grávidas pode ajudá-las a levar a
gravidez a termo, mesmo em situações difíceis.
4. Adoção: Para mulheres que não desejam ou não podem criar um filho, a adoção é
uma alternativa que permite que a criança seja criada por uma família que deseja ter
um filho.

5
Conclusão

A pesquisa realizada sobre o tema do aborto e suas consequências revela a complexidade e a


sensibilidade desse assunto, que envolve questões éticas, morais, sociais, econômicas e de saúde
pública. Ao longo do trabalho, foi possível compreender as diferentes perspectivas e
argumentos relacionados ao aborto, bem como as motivações, os tipos e as consequências dessa
prática.

Para OMS (2011), Foi destacado que o aborto pode ser realizado de forma segura e legal em
alguns países, em condições adequadas e com assistência médica qualificada, o que contribui
para a redução dos riscos à saúde da mulher. No entanto, em contextos onde o aborto é ilegal
ou altamente restrito, as mulheres recorrem a métodos clandestinos e inseguros, aumentando os
riscos de complicações e morte.

Além disso, foram apresentadas alternativas ao aborto, como a educação sexual abrangente, o
acesso à contracepção, o apoio às mulheres grávidas e a adoção, que podem ajudar a prevenir
gravidezes não planejadas e oferecer suporte às mulheres que enfrentam dificuldades durante a
gestação.

Em suma, a pesquisa destaca a importância de um debate informado e respeitoso sobre o aborto,


bem como a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso a serviços de saúde
reprodutiva seguros e de qualidade, visando proteger os direitos e a saúde das mulheres em todo
o mundo.

6
Referências Bibliográficas

American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). (2019). Induced Abortion.


ACOG Practice Bulletin No. 208. America.
World Health Organization (WHO). (2011). Preventing unsafe abortion.
World Health Organization (WHO). (2012). Safe abortion: technical and policy guidance for
health systems.
Sedgh, G., Bearak, J., Singh, S., et al. (2016). Abortion incidence between 1990 and 2014:
global, regional, and subregional levels and trends. The Lancet.
Singh, S., Remez, L., Sedgh, G., et al. (2018). Abortion Worldwide 2017: Uneven Progress and
Unequal Access. Guttmacher Institute.
Ministério da Saúde (Brasil). (2020). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
Integral às Pessoas com Direito Reprodutivo à Prevenção e ao Abortamento Previstos
em Lei. São Paulo: Brasil

Bearak, J. M., Burke, K. L., Jones, R. K. (2017). Disparities and change over time in distance
women would need to travel to have na abortion in the USA: a spatial analysis. BMJ
Open.
República de Moçambique. Lei nº 16/2011, de 25 de Maio. Lei da Interrupção Voluntária da
Gravidez. Recuperado em: http://www.wlsa.org.mz/wp-content/uploads/2014/02/Lei-
16_2011-IVG.pdf

Norris, A., Bessett, D., Steinberg, J. R., Kavanaugh, M. L., De Zordo, S., & Becker, D. (2011).
Abortion stigma: a reconceptualization of constituents, causes, and consequences.
Women’s Health Issues.

Say, L., Chou, D., Gemmill, A., Tuncalp, O., Moller, A. B., Daniels, J., … & Alkema, L. (2014).
Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. The Lancet Global
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Charles, V. E., Polis, C. B., Sridhara, S. K., & Blum, R. W. (2008). Abortion and long-term
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Gerdts, C., Dobkin, L., Foster, D. G., & Schwarz, E. B. (2016). Side effects, physical health
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pregnancy. Women’s Health Issues.
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