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AULA - Primeiras Materias APC2021
AULA - Primeiras Materias APC2021
• Contexto;
• Histórico cientifico;
• Conceito e objecto de estudo;
• Teorias comparativas;
• Objectivos e/ou importância da comparação, e
• Problemas decorrentes da análise comparativa.
Contexto
b) A middle-range theory (trad. teoria do meio-alcance, entendida aqui como nova teoria
comparativa da administração pública).
Histórico Cientifico
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• Esse contexto foi profundamente alterado com a globalização, que trouxe no seu bojo uma
maior discussão dos problemas administrativos e das soluções encontradas, bem como uma
ampla difusão dos estudos sobre o tema, em especial, os relatórios e trabalhos elaborados
pela OCDE, FMI, BIRD, American Society for Public Administration e European Group
for Public Administration.
Robert Dahl (1947,p. 11) disse: “ A Ciência da Administração Pública não é possível a menos que
se tenha um contexto de estudos comparativos capaz de emitir princípios e teorias que transcendem
os limites nacionais e as experiências históricas”.
A alegação de Dahl a respeito disso tem servido para incutir a abordagem comparada como uma
dimensão requerida da Administração Pública, para resistir à prova da validade universal.
Este cultor conclui que cada país reflecte em sua política e em sua cultura institucional os impactos
acumulados de seus episódios históricos, tradições, glorias e desastres naturais. No entanto, uma
ciência universal precisa, contudo, ser capaz de lidar com as variações emergentes da diversidade
histórica e cultural e recolher experiências de outras realidades.
• A administração pública comparada deve ser entendida como o domínio do saber que
compara padrões de administração pública entre diferentes Estados-nação. Nesse sentido,
ela busca estudar as semelhanças e diferenças entre várias unidades de análise, nos níveis
da organização, da gestão e da política (no sentido dado ao termo anglo-saxônico policy),
com o propósito de se criar uma base de conhecimento institucionalizado que possa auxiliar
a tomada de decisão
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deve ser um dos critérios a ser levado em consideração na analise da aplicabilidade de programas,
projetos e serviços em diferentes contextos.
Teorias comparativas
A middle-range theory foi estimulada pela necessidade de encontrar respostas para problemas
como: eficiência, eficácia, efectividade, legitimidade democrática, impacto das tecnologias da
informação na administração, entre outros e por avanços em uma série de disciplinas ligadas à
teoria organizacional, ciência política e economia (neo-institucionalismo e public choice – Escolha
Pública).
A partir dessas novas ideias procurou-se abandonar a generalização e aproveitar o grande número
de informação publicada sobre a administração pública dos mais diferentes países no mundo.
• Caiden (1994, P.45), pressupõe que essa tendência de olhar para outras realidades traz
ainda vantagens científicas já que, ao se adoptar uma perspectiva comparativa e global,
evita-se o erro de tecer generalizações apenas com base no estudo de uma realidade
administrativa restrita (a administração pública moçambicana, por exemplo).
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o fenómeno deverá ser analisado separado de suas variáveis. Também é importante
salientar as interações entre variáveis com o propósito de melhor compreender os
fenómenos.
• As descobertas oriundas desses processos levam aos instrumentos práticos de ação nacional
e regional, promoção de inovações auto-avaliação de práticas administrativas entre outros
aspectos. Todos esses processos fazem parte da administração pública comparada.
Caiden também cita os problemas decorrentes da análise comparativa. Entre estes problemas estão:
1 – Nível de generalidade ; 2 – Escolha dos conceitos aplicáveis a um número de países e 3 - Sua
mensuração.
Segundo Bilhim (2004, P. 113), quando se procede ao estudo comparado da administração pública
sobressai claramente a existência e a coexistência de diversos modelos de administração.
Denhardt (2003) apresenta três modelos ou tipos de administração pública (AP) a citar:
O autor sustenta que os três paradigmas de administração pública em sentidos diferentes separam
política e administração:
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• O da velha administração pública, centrado na construção institucional de uma
administração pública baseada no modelo de tipo ideal utilizado por Weber, distante da
política, contrapondo leis e procedimentos administrativos a valores; políticos a burocratas,
onde prevalecem a racionalidade do “Homem administrativo”.
• O do novo serviço público, que procura integrar os aspectos positivos dos modelos
anteriores, centra a gestão nas parcerias entre público, privado e o terceiro sector, ao mesmo
tempo que apela ao envolvimento dos funcionários, através da mística do serviço público,
defendendo uma liderança organizacional participada, interna e externamente,
prevalecendo neste caso “ a racionalidade estratégica e política”.
NOTA:
Alguns autores apresentam três modelos da administração pública que vigoraram e continuam
vigorando em todas realidades ou países, que na sua essência não diferem dos apresentados
anteriormente neste ensaio.
• Modelo burocrático
Dessa forma, a Administração Pública deixa de atender à função defesa da coisa pública e dos
interesses da sociedade, dando-se mais atenção aos assuntos que privilegiam a vontade de uma
minoria.
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São características marcantes desse modelo de administração a corrupção e o nepotismo. Tal forma
de governar passa a ser contestada e a se tornar insustentável com o advento do capitalismo e da
democracia.
Modelo Burocrático
A revolução industrial e o surgimento do Estado liberal contribuíram para uma nova óptica sobre
o papel do estado, dando espaço ao surgimento do modelo burocrático, baseado na impessoalidade,
no profissionalismo e na racionalidade (OSBORNE; GAELBLER, 1995).
Foi analisado e sintetizado por Max Weber inicialmente, no livro A Ética Protestante e o Espirito
do Capitalismo (1904), e teve suas bases mais bem definidas somente em 1992, com a publicação
do livro Economia e Sociedade, desse mesmo autor.
Foi resposta aos abusos e demais vícios experimentados pela Administração Pública e verificados
no patrimonialismo
A proposta é de realização de um controlo rígido dos processos a priori, por exemplos, aqueles
referentes à admissão de pessoal e às contratações e a serem realizadas pelo Poder Público,
baseando-se nos princípios da profissionalização (mérito do funcionário, competência), da
carreira (cargos e posições baseadas em mérito, experiência, antiguidade) da hierarquia (separar
funções e actividades diferentes) da impessoalidade (separação da propriedade pública e privada
e dos ambientes de vida pessoal e de trabalho) e do formalismo (formas e formalidades).
• Impessoalidade;
• Formalismo;
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• Divisão funcional hierárquica clara;
O modelo caracteriza-se por uma ideia de Administração submissa à lei, a ser exercida levando-se
em conta elevados padrões de conduta moral. O objectivo que norteia esse pensamento é o de
defesa do interesse público, através de um conceito de integridade, com redução da corrupção e
maximização da democracia (LONGO, 2008).
Apesar de o modelo burocrático ser funcional para controlar a corrupção, que era o principal
objectivo proposto quando de sua criação, a extrema racionalidade e o excesso do regulamento do
sistema acabaram por ocasionar efeitos negativos, como a lentidão de processos e a redução de
eficiência.
Até mesmo hoje a palavra burocracia é usada de forma pejorativa para designar “gargalos”,
lentidão de procedimentos, caracterizados pelo extremo formalismo, acabando por comprometer
a eficiência da acção administrativa.
As principais criticas à administração burocrática forma formuladas por Merton (1949) onde
aponta a desmotivação dos empregados, a resistência às mudanças, o abuso da senioridade como
critério de ascensão profissional e a grande separação entre o cidadão e o funcionalismo público,
que acaba por não atender ás necessidades e anseios dos seus destinatários.
Modelo Gerencial
A crise do modelo burocrático juntamente com outros factores como a globalização da economia,
uma nova dinâmica de mercado, uma crise fiscal do Estado e um cada vez maior distanciamento
entre as decisões da Administração e os interesses dos administrados, passou a evidenciar a
necessidade de um modelo que propusesse a estruturação e a gestão da administração pública,
baseado em valores de eficiência, eficácia e competitividade.
Na segunda metade do sec XX, como resposta à ampliação das funções económicas e sociais do
Estado, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização, foi emergindo um novo modelo de
Administração Pública, a gerencial (BRESSER PEREIRA; SPINK, 2001), ou a nova gestão
pública (New Public Management).
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Esse modelo (NPM ou NGP) tem como base as seguintes prioridades: Eficiência e a qualidade na
prestação de serviços públicos, além da redução de custos. Ela é baseada nos critérios de eficiência,
eficácia, qualidade e desempenho. Parte-se do pressuposto de que todo desempenho pode ser
medido focando-se os resultados (que devem ser mensurados em comparação com as expetativas)
e o cidadão beneficiário ou cidadão cliente.
Nenhum modelo de administração rompe totalmente com os preceitos do anterior, havendo sempre
uma continuidade, sem que o modelo precedente seja integralmente abandonado. No caso da
transição do modelo burocrático para gerencial, houve um certo rompimento, mas forma
conservados, de forma flexibilizada, alguns princípios, com admissão por critérios de mérito,
sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, avaliação de desempenho, o
treinamento.
Contudo, a principal mudança refere-se à forma de controlo, que antes era realizado à priori e
focava-se nos processos, passando a concentrar-se nos resultados e a ser feita a posteriori. Ainda,
há uma evolução no sentido de interesse público.
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Dessa forma, a proposta é de uma organização administrativa com menos níveis hierárquicos, com
controlo de resultados e voltada para o atendimento das necessidades dos administrados.
Ainda no que diz respeito à autonomia (gerencial, orçamentária e financeira) dos órgãos e
entidades públicas, esta é maior no gerencialismo em virtude de um acordo firmado entre o Poder
executivo e seus dirigentes, através do qual ficam estabelecidos metas e objectivos claros para o
alcance de resultados (OLIVEIRA, 2010).
Dada a incapacidade do modelo burocrático em tornar os serviços públicos cada vez mais céleres,
houve a necessidade de se implantar uma nova lógica de orientar a Administração Pública. Para
Abrúcio (idem) o modelo burocrático weberiano já não responde mais as demandas da sociedade
contemporânea, pois está mais voltado para si mesmo, daí que o modelo gerencial vem preencher
um vácuo teórico e prático, captando a opinião pública, entre as quais se controlam os gastos
públicos e a demanda pela melhor qualidade dos serviços públicos.
Visto que necessidade de um novo modelo também foi reforçada por alguns factores, como: a crise
existente das finanças públicas devido à defits acumulados e a mudanças demográficas em curso.
Preocupações crescentes da sociedade com a ética, transparência e imputabilidade dos dirigentes
e políticos, pressões por maior competitividade devido a globalização, as possibilidades abertas
com a tecnologia de informação; fortalecimento de uma visão liberal de governação pública.
Com essa convergência de factores, surge administração pública gerencial, como modo de
enfrentar a crise fiscal, como estratégia para reduzir o custo e tornar mais eficiente a administração
dos mecanismos dos serviços prestados pelo estado e como instrumento de protecção do
património público dos interesses da corrupção aberta.
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Pressupõe que a política e administradores são merecedores de limitado de confiança
Criação de novas figuras institucionais para realização dos serviços como parceria pública
e privada e organizações da sociedade civil de interesse público;
É importante que o processo de estruturação do sector público incentive o agente para levar a cabo
o cumprimento dos objectivos do principal (público). Não basta ter pessoas formadas se o sistema
não incentiva o uso das capacidades.
Depois da grande crise dos anos 80, na década dos 90 começa-se construir um novo estado, que
resultará de uma reforma profunda. Tais reformas habilitarão o estado a desempenhar as funções
que o mercado não é capaz de executar, o objectivo é construir um estado que responda as
necessidades dos seus cidadãos, um estado democrático, no qual seja possível aos políticos
fiscalizar o desempenho dos burocratas e estes sejam obrigados por lei a lhes prestar conta e onde
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os eleitores possam fiscalizar o desempenho dos políticos e estes também sejam obrigados por lei
a lhe prestar contas.
Por tanto são essenciais uma reforma politica que dé maior legitimidade aos governos, o agente
fiscal, a privatização, a desregulamentação que reduz o tamanho do estado, e uma reforma
administrativa que crie meios de se obter uma boa governança.
A administração pública gerencial envolve uma mudança na estratégia de gerência, a ideia geral é
descentralizar, delegar autoridade na estrutura administrativa. É preciso ser mais específico, definir
claramente os sectores que o estado opera, as competências e as modalidades de administração
mais adequada a cada sector.
Segundo Heitor Caulliraux e Mauro Yuki (2004) dizem que nos anos 80, surge o conceito de
cidadão /cliente, como resposta das necessidades da nova gestão pública. A ideia central consistia
em voltar as organizações públicas para os clientes, tornando-os preocupadas acessibilidade e
qualidade dos serviços prestados e com satisfação das necessidades do seu público. Mas a
aplicação deste conceito causou grandes controvérsias, na medida em que o cidadão não é um
mero usuário dos serviços prestados pela administração, mas acima disso, o proprietário da coisa
pública.
1. Um dos objectivos principais no uso do termo cliente seria provocar uma mudança de
comportamento nas organizações públicas, possibilitando a realização de mudanças nos
processos na busca de maior eficiência no atendimento aos clientes, a desburocratização
dos procedimentos, a inovação dos serviços tornando-os mais efectivos. Nesse sentido o
uso do termo cliente pelo sector público, significaria atender as necessidades do cidadão e
respeita-lo.
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Primeiro conjunto de críticas baseia-se no distanciamento entre o governo e o público. Isso
ocorreria caso a administração transformasse os cidadãos de proprietários da coisa pública em
clientes do governo;
Dai que a adaptação para o sector de um conceito originado na administração privada não deve
afectar os princípios básicos que regem a Administração pública tais como a Igualdade e
transparência.
Generalidades
• Os sistemas políticos ou Regime de Governo pode ser descrito como a forma de se reger
uma nação, dividindo-se em: Democracia e Autoritarismo. Outras classificações podem
incluir ainda o totalitarismo e a ditadura.
Parlamentarismo
Caracterizado por ter todo o poder concentrado no Parlamento, que é, de facto, o único poder, e
ainda caso o governo executivo discordar do Parlamento, a maioria dos deputados dissolve esse
governo.
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A Justiça não se opõe ao Parlamento, até porque, em um sistema parlamentarista puro, a
Constituição não é rígida: se uma lei for considerada inconstitucional, o Parlamento pode alterar a
Constituição. No Reino Unido, o exemplo mais puro de parlamentarismo, não há sequer uma
Constituição escrita.
As principais funções parlamentares são exercidas em sua plenitude por uma casa legislativa que
se pode chamar, por exemplo, de Câmara dos Deputados, Parlamento (Moçambique), Câmara dos
Comuns (Reino Unido) ou Assembleia Nacional (França). Mas em geral, são muito raros os
sistemas parlamentaristas puros, que se subsistiram, sobretudo, nas Monarquias (Reino Unido,
Suécia, Holanda, etc.).
Um dos exemplos mais famosos de governo parlamentarista vem da Inglaterra, que apresenta esta
forma de governo há muito tempo, com certos aspectos positivos.
Características do parlamentarismo
Presidencialismo
O presidencialismo, por sua vez, produz um gabinete, personificado no presidente, com prazo
definido, nesse regime, há três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, exercidos,
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respectivamente, pelo Presidente da República, pelo Parlamento (no caso do Brasil, o Congresso
Nacional) e pelo Supremo Tribunal ou Corte Suprema.
Toda a concepção do presidencialismo baseia-se na harmonia desses três poderes, sendo que
nenhum pode impor-se ao outro ou tentar superar os demais, e para manter esse equilíbrio, há um
sistema de freios e contrapesos pelo qual um poder controla o outro e cada um depende dos outros
dois.
Características do Presidencialismo
a) a chefia de governo e a chefia de Estado ficam concentradas nas mãos de uma única pessoa: o
Presidente da República;
b) o Presidente é eleito para mandato determinado, não respondendo, ordinariamente, perante o
Poder Legislativo;
c) o Presidente da República possui ampla liberdade para a formação de seu ministério;
d) o Parlamento, de igual forma, não pode ser dissolvido por convocação de eleições gerais pelo
Executivo;
e) só é compatível com a República, sendo inviável em uma monarquia”.
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Semipresidencialismo
Generalidades
Segundo Freitas do Amaral (2006, p. 99), tal como sucede com os sistemas políticos e com os
sistemas judiciais, a estruturação da Administração pública varia em função do tempo e do espaço.
Por Sistema Administrativo entende-se um modo jurídico típico de organização, funcionamento e
controlo da Administração Pública.
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De entre estes, haverá depois uma nova subdivisão, porque a estruturação da Administração
Pública seguiu caminhos diversos conforme os países – designadamente, em Inglaterra e em
França.
• O sistema tradicional,
A primeira grande distinção a fazer é a que separa, historicamente, o sistema tradicional que
vigorou na Europa até aos seculos XVII (17) e XVIII (18), dos sistemas modernos que se
implantaram nessa altura ou posteriormente.
Sistema Tradicional
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As características do sistema administrativo britânico são as seguintes:
a) Separação dos poderes: o Rei fica impedido de resolver, por si ou por concelhos formados
por funcionários da sua confiança, questões de natureza contenciosa, por força da lei da “Star
Chamber”, e foi proibido de dar ordens aos juízes, transferi-los ou demiti-los, mediante o “Act of
Settelement”;
b) Estado de Direito: culminando uma longa tradição iniciada na Magna Carta, os Direitos,
Liberdades e Garantias dos cidadãos britânicos foram consagrados no Bill of Rights. O Rei ficou
desde então claramente subordinado ao Direito em especial ao Direito Consuetudinário, resultante
dos costumes sancionados pelos Tribunais (“Common Law”);
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a) Separação de poderes: com a Revolução Francesa foi proclamado expressamente, logo em
1789, o princípio da separação dos poderes, com todos os seus corolários materiais e orgânicos. A
Administração ficou separada da Justiça;
c) Centralização: com a Revolução Francesa, uma nova classe social e uma nova elite chega
ao poder;
g) Garantias jurídicas dos administrados: também o sistema administrativo Francês, por assentar
num Estado de Direito, oferece aos particulares um conjunto de garantias jurídicas contra os abusos
e ilegalidades da Administração Pública. Mas essas garantias são efectivadas através dos Tribunais
Comuns.
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Estas, características originárias do sistema administrativo de tipo francês – também chamado
sistema de administração executiva – dada a autonomia aí reconhecida ao poder executivo
relativamente aos Tribunais.
Este sistema, nasceu em França, vigora hoje em quase todos os países continentais da Europa
Ocidental e em muitos dos novos Estados que acederam à independência no séc. XX depois de
terem sido colónias desses países europeus.
Quanto ao direito regulador da administração, o sistema de tipo Britânico é o Direito Comum, que
basicamente é Direito Privado, mas no sistema tipo Francês é o Direito Administrativo que é
Direito Público;
Enfim, quanto às garantias jurídicas dos administrados, a Inglaterra confere aos Tribunais Comuns
amplos poderes de injunção face à Administração, que lhes fica subordinada como a generalidade
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dos cidadãos, enquanto França só permite aos Tribunais Administrativos que anulem as decisões
ilegais das autoridades ou as condenem ao pagamento de indemnizações, ficando a Administração
independente do poder judicial.
ALBANO MACIE (2012, p. 125 e ss) afirma que ninguém negará que o nosso sistema foi
influenciado pelo Direito Colonial Português, recebido em 1975, pela Constituição, ao referir, no
seu artigo 71, que: “ (…). A legislação anterior no que não for contrário à Constituição, mantém-
se em vigor até que seja modificada ou revogada”.
A resposta a estas questões deve ser encontrada na Constituição. Assim, diremos que a
Constituição estabelece:
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• A suspensão de eficácia dos actos administrativos como um dos meios processuais
acessórios, cujos pressupostos resumem-se no seguinte: causar o acto prejuízo irreparável
ou de difícil reparação para o requerente, a suspensão quando concedida não representa
grave lesão ao interesse público em causa no acto e não resultem do processo fortes indícios
de ilegalidade do recurso (artigos 108 e seguintes da lei n.º 9/2001, de 7 de Julho – Lei do
Processo Administrativo Contencioso);
• França, Portugal, Moçambique, Ilha das Maurícias, Seychelles, São Tomé e Príncipe,
Cabo Verde.
Generalidades
• Neste sentido, qualquer organização pressupõe a determinação dos fins atingir. Segue-se a
análise das diversas funções a desenvolver para os atingir, dispondo-as segundo uma ordem
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estável na qual se acha entre si relacionadas de modo a que fique assegurada a sua
conjugação harmónica na prossecução do objectivo comum.
Na Administração Pública a organização tem por unidade básica o serviço administrativo. Cada
serviço forma uma estrutura onde as funções distribuídas por diversos indivíduos são ordenadas
para, mediante a utilização dos meios jurídicos e materiais adequados, serem prosseguidos com
continuidade certos objectivos.
Por isso, a teoria geral da organização administrativa implica dois capítulos fundamentais: O das
pessoas colectivas e o dos serviços administrativos.
A personalidade colectiva é uma qualidade jurídica, que permite adquirir e exercer direitos e
contrair obrigações, ser, portanto, sujeito de relações jurídicas.
Assim, considerar-se-á que há uma pessoa colectiva desde que “existam meios materiais idóneos
que formam um centro de interesses colectivos devidamente organizados de modo a que possa
manifestar-se uma vontade colectiva, diferente da vontade individual da pessoa humana, estão por
essa via reunidas as condições exigidas pelo Direito para reconhecer um substracto personificável
e a lei atribuir-lhe a qualidade de pessoa colectiva”.
Existe no Direito várias classes de pessoas colectivas de Direito Público e de Direito Privado. As
pessoas colectivas do Direito Público são aquelas que integram a Administração Pública por força
da lei ou por acto administrativo ou por contrato administrativo, incumbidas de realizar alguma
função de interesse público em cujo desempenho exerçam poderes de autoridade ou colaborem no
seu exercício.
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São vários os critérios da caracterização das pessoas colectivas do Direito Público: (i) o critério da
criação pelo Estado, (ii) o da tutela do Estado, (iii) o dos fins, (iv) o dos fins de realização
obrigatória, (v) e o da titularidade de poderes de supremacia.
• Assim, pessoa colectiva de Direito Público é aquela que nasce da necessidade da realização
de interesses públicos – interesses considerados fundamentais para a existência,
conservação e o desenvolvimento da sociedade política.
• Neste sentido, pode-se considerar pessoas colectivas do Direito Público, além do Estado,
aquelas que, sendo criadas por actos do poder público existem para a prossecução
necessária de interesses públicos e exercem em nome próprio poder de autoridade.
• Pessoas colectivas do tipo institucional – Empresas públicas (Ex: EDM, TDM, LAM),
Institutos públicos (INGC, INSS, ISAP, ISRI, IFAPA), Fundos e Fundações Públicas
(FIPAG, Fundo de Fomento Pecuário, Fundo de Habitação), Universidades públicas (Ex:
UEM, UP);
A palavra Estado tem vários sentidos, das quais as mais importantes são:
(i) Acepção internacional – que trata do Estado soberano, titular de direitos e obrigações na esfera
internacional;
(ii) No sentido constitucional, a palavra Estado representa-nos o Estado como unidade de cidadãos
que, nos termos do poder constituinte que a si própria se atribui, assume uma determinada forma
política para prosseguir os seus fins nacionais;
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(iii) Na acepção administrativa o Estado é a pessoa colectiva pública que, no seio da comunidade
nacional, desempenha, sob a direcção do Governo, a actividade administrativa.
No primeiro caso, o Estado é uma entidade internacional; no segundo uma figura constitucional;
no terceiro, uma organização administrativa.
É verdade que também não se confundem Estado e Governantes: resulta da doutrina dominante
que o Estado é uma organização permanente; os governantes são os indivíduos que
transitoriamente desempenham as funções dirigentes dessa organização.
Não se confundem Estado e funcionários: o Estado é uma pessoa colectiva, com património
próprio, os funcionários são indivíduos que actuam ao serviço do Estado, mas que mantêm a sua
individualidade humana e jurídica.
Não se confundem Estado e outras entidades administrativas: o interesse prático maior do recorte
da figura do Estado-administração reside, justamente, na possibilidade assim aberta de separar o
Estado das outras pessoas colectivas públicas que integram a Administração.
Ainda, mostra-se claro que o Estado não se confunde com os cidadãos: a personificação jurídica
do Estado-administração permite construir como autênticas relações jurídicas às relações travadas
entre o Estado e os cidadãos.
Nestas relações, nem sempre o Estado figura como autoridade e os cidadãos como administrados:
muitas vezes é o cidadão que actua como sujeito activo, no exercício de direitos, e é o Estado que
surge como sujeito passivo, no cumprimento de deveres.
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Espécies da Administração do Estado
O surgimento da NGP, está relacionada com o processo de mudanças que tomou conta da
agenda das Reformas do sector público cujo objectivo estava voltado para a criação de
serviços que estivessem em altura de responder as demandas dos cidadãos bem como da
resolução do problema de ajuste fiscal, outrora não era satisfeitos pela “velha
administração” basicamente orientada pelo modelo burocrático de gestão pública.
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Silva que a ênfase exagerada nas regras e procedimentos, manutenção de registos e
papelada, pode se tornar importantes por si mesmos como um meio, do que nos fins.
Apesar de ter sofrido críticas, o modelo burocrático criou bases para o surgimento de NGP
ao advogar a existência de uma cultura de profissionalismo bem como de elevados
padrões de ética na administração pública.
Impulso para eficiência, dominou a ate a metade da década 1980 e tinha como principal
objectivo tornar o sector público mais parecido com o sector privado apoiando-se com
bases rudimentares de eficiência que caracterizava o sector privado.
Busca da eficiência, analisa a ineficiência dos valores, cultura, ritos e símbolo das pessoas
em relação ao trabalho. Neste modelo desenvolveram duas abordagens de baixo para cima
(botton-up) e a de cima para baixo (top-down) que fim ultimo caminha para o alcance de
maior eficiência nas organizações.
Orientação para o serviço público, tem como fonte de inspiração os casos de sucesso
provenientes do sector privado e algumas ideias de gestão do sector público como forma
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de impulsionar a administração de qualidade as organizações. O incentivo pela qualidade
dos serviços constitui o foco deste modelo.
Para Silvestre (2007) terceiro e quarto modelo identificados por Ferlie at al agregam as
características quer de modelo de governação quer da terceira variante identificada como
pertencente á NGP.
A aplicação dos preceitos da NGP á RSP deve ser feitos com muita cautela, não se
esquecendo que o sector público é, na sua maneira de ser, diferente do sector privado, dado
que o seu fim último concorre para satisfação das necessidades colectivas.
Por várias razões, a reforma do estilo NGP foi a reforma administrativa mais adoptada em
muitos países, resultando no debate sobre a convergência e a transferência de políticas.
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soluções prescritas pela NGP, que são o fundamento da sua Estratégia Global da Reforma
do Sector Público.
Estes desafios têm a ver com o contexto de pluralismo político, a fraca capacidade do sector
público e a ascensão de que a NGP é uma abordagem pós-burocrática da gestão pública,
baseada na crítica e no ajustamento do modelo burocrático Weberiano (Weber, 1982),
cujos elementos principais por muito tempo estiveram ausentes no contexto moçambicano,
nomeadamente:
Podemos concluir que Moçambique tende ao modelo misto, isto é, coexistência de Velha
Administração e da Nova Gestão Pública, basta com isso observar as características que
alicerçam a NGP e VAP, e de seguida relacionar a realidade moçambicana.
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Bibliografia Utilizada
BILHIM, João Abreu de Faria (2009), Gestão Estratégica de Recursos Humanos, (4a ed),
Lisboa: ISCP.
AMARAL, Diogo Freitas do (2006), Curso de Direito Administrativo, Vol. I (3ª ed.),
Coimbra: Almedina editora.
CAETANO, Marcello (2010), Manual de Direito Administrativo, vol. I (10ª ed.), Coimbra:
Almedina editora.
AMARAL, Diogo Freitas do (2006), Curso de Direito Administrativo, Vol. I (3ª ed.),
Coimbra: Almedina editora., pág. 99 à 130.
CAETANO, Marcello (2010), Manual de Direito Administrativo, vol. I (10ª ed.), Coimbra:
Almedina editora.
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