Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Série Amores Proibidos. O ADVOGADO
Série Amores Proibidos. O ADVOGADO
Créditos
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia
autorização dos autores.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
______________________________
ISBN
_____________________________
Fotos da capa – Deposit Photos
Arte da Capa – K Mendez
Obra Registrada
_____________________________
Carla Dantas
Arrumo, passo, cozinho, lavo, corro atrás de crianças quando a patroa
recebe visita, acumulo mil e uma funções e no final do mês, nem mil e
duzentos continhos eu levo para casa.
Casa essa que praticamente não vivo, ou melhor, chego tão esgotada
que apenas durmo, desmaio e vegeto após um longo dia de trabalho e mais de
duas horas de trânsito onde enfrento um ônibus lotado e um metrô que me
leva para o subúrbio. No final do dia sinto-me tão cansada, esgotada, que
meus dezoito anos tem o peso de no mínimo o dobro.
Eu sei que posso parecer uma garota que só murmura sobre a exaustiva
realidade, mas na verdade eu agradeço a sorte que tive ao encontrar trabalho
na casa da dona Dorothy Menezes, uma senhora que me acolheu após a morte
de minha mãe que trabalhou para sua família a vida toda.
— Sonhando com a vida, Carla?
Para minha satisfação, ouço que ganhamos mais uma causa, viro-me em
direção a minha cliente que respira ofegante por causa da ansiedade que lhe
acometeu a alguns minutos antes do veredito, aperto sua mão para a
parabenizar, ela me agradece ainda com a voz trêmula e então caminho para o
estacionamento.
—Dr. Adriano.
Paro ao ouvir o chamado e ao virar na direção da voz, vejo o advogado
perdedor da causa vindo ao meu encontro. Puta merda, eu não mereço.
—Dr. Claudio.
Apertamos as mãos.
—Parabéns, devo admitir que seu último argumento me pegou
desprevenido.
Continuo o observando, pois sei bem que seu elogio provavelmente tem
algum motivo.
— Obrigado e sobre o argumento, um bom advogado sempre tem um
para o grand finale.
Ele concorda com gestos.
— Eu sei, mesmo que esse argumento sejam milhões na conta da juíza?
Porra, será que quem perde nunca aceita?
— Poupe-me da sua acusação, até porque isso pode te render um
processo por difamação.
Não fico para ouvir sua resposta sem cabimento, até porque sinto-me
cansado e ainda preciso voltar a empresa.
Ao chegar no estacionamento, para minha surpresa, encontro minha
cliente encostada no meu carro Aston Martin, ao observá-la, conheço muito
bem o seu ar de felicidade, o rosto corado e ansiedade na sua respiração
acelerada, a ruiva linda que acompanhei nos últimos meses por causa da
contratação está querendo aquilo.
— D-desculpa te esperar aqui, mas acho que ainda não te agradeci o
suficiente por hoje.
Dou mais dois passos em sua direção e observo ao olhar para baixo
através da roupa seu mamilo teso e a safada com a boca entreaberta.
— Acredito que já acertamos os honorários na A&A Advogados.
Ela toca em meu ombro e aperta o local, provavelmente curtindo o que
sente.
— Você sabe do que estou falando doutor. Com certeza percebeu que
eu...
Toco em seus lábios para silenciá-la.
—Eu percebi que você quer me dar desde que assinamos contrato, mas
sou profissional e não fico com clientes.
Ela geme ao ouvir que eu sei da sua vontade.
— Já que você sabe, preciso lembrá-lo que não temos mais nenhum
vínculo?
Ela parece sedenta e eu apesar de cansado, seria relaxante ter algum
prazer inesperado, então me aproximo colando nossos corpos após olhar que o
ambiente está vazio.
— Eu preciso ser sincero.
Sussurro em seu ouvido.
— Por favor, seja.
Gosto de sentir a sua urgência na voz e respiração.
— Se você quer apenas sexo e sabe lidar com momentos casuais, entre
no meu carro e tire sua calcinha, não vamos ter mais que meia hora ao
chegarmos no meu escritório.
Me afasto, ela me olha um pouco surpresa, mas seus olhos brilham com
a luxuria que percorre seus pensamentos, tenho certeza que sua boceta já
molhou toda.
Já que temos um acordo, abro a porta, Clarissa entra rapidamente, vou
para o outro lado e assim que me acomodo, ela me puxa para me beijar. Será
que ela não entendeu? Se ainda não, eu preciso ser claro, para o seu próprio
bem.
— Clarissa, nós só vamos foder, somos adultos, teremos apenas o que
queremos, prometo que você vai me sentir em sua boceta por mais de uma
semana, e adiante a minha vida, tire sua calcinha.
De um modo extremamente safada ela levanta a saia, me mostrando as
suas coxas, com certo esforço e movimentando o quadril, segura as laterais da
calcinha que vejo que é minúscula e vermelha como seus cabelos, depois a
guarda na bolsa e ansiosamente fricciona as pernas. E eu já quero vê-la
pedindo mais.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Sei ser firme com meus empregados, afinal de contas não se mantém um
verdadeiro império sendo só sorrisos, mas acima de tudo eu os respeito muito,
sei que sem eles, a A&A Advogados não seria nada, então fico completamente
surpreso, com a forma negativa que Dorothy trata a sua secretária pessoal.
O que faz Carla, com um ótimo currículo, se sujeitar a tal humilhação?
Eu com certeza no seu lugar já teria procurado outro emprego. Sem falar que
ela é muito jovem, apesar de aparentar ter no máximo dezoito anos, já deve ter
uns vinte e um, pois para exercer tal profissão precisa do nível superior.
— Tem muito tempo que Carla é sua secretária? Ela parece bem jovem.
Dorothy me olha com um ar de surpresa.
— A mãe dela trabalhou para mim, faleceu há pouco mais de três meses
e eu acolhi a garota. Mas por que a curiosidade?
— Provavelmente seja um costume de advogado, gosto de saber os
detalhes, até porque, não posso negar que achei estranho a senhora trazê-la.
Dorothy parece ficar alarmada.
—Perdoe-me Adriano, se fui tão inoportuna eu realmente não queria vir
só e meu esposo e Paty ainda não chegaram de viagem, infelizmente houve um
atraso no voo.
—De forma alguma, não vejo problema algum receber Carla aqui na
minha residência.
Percebo que minhas palavras a surpreende.
—Pois bem, Paty estava ansiosa para te ver, pena que houve o atraso.
Ela muda de assunto, provavelmente incomodada com minha
receptividade a Carla e fala de Patrícia, mas eu realmente não quero notícias
sobre a sua filha. Carla que não sai dos meus pensamentos desde que a vi no
meu escritório é que me interessa e quando estou prestes a perguntar algo
mais, o celular de Dorothy toca, ela fica um pouco desnorteada e me pede
licença.
Volto a caminhar em direção ao buffet, até que ouço uma voz que
conheço bem, porém um pouco exaltada. Não é possível que Patrícia, acaba de
chegar.
Ao me aproximar da entrada de casa, avisto Carla com o rosto bem
vermelho, o vestido rasgado mostrando a sua perna que mesmo no momento
catastrófico não consigo disfarçar ao notar as curvas. Vejo também um show
de humilhação acontecendo, me aproximo de Carla, trocamos algumas
palavras e quando vou acalmá-la ela desmaia em meus braços.
A carrego rapidamente ignorando os convidados, caminho entre olhares
curiosos, subo as escadas da minha casa e a levo para meu quarto. Um instinto
protetor me diz que não devo deixá-la com seus patrões antes de saber o que
realmente aconteceu.
Com Carla deitada desacordada em minha cama, vou até a suíte para ver
se na caixa de primeiros socorros tem algo que possa usar para acordá-la e
encontro álcool, embebedo um pouco de algodão e volto ao seu encontro.
Com o cheiro forte, ela vai abrindo os olhos que estão bastante
vermelhos por causa do seu choro, aos poucos vai me reconhecendo e tenta
levantar ao notar que está em um ambiente desconhecido.
— O-o que aconteceu?
Carla fica tonta novamente, acabo a abraçando e ela descansa a cabeça
em meu ombro de tão fraca que está.
—Você tem alguma doença? Está grávida? Enfim, já desmaiou antes?
Ela se afasta um pouco, me olha nos olhos por alguns instantes e baixa a
cabeça.
— Não tenho nenhuma doença, acredito que minha pressão baixou, eu
só comi um sanduiche na hora do almoço e essa foi minha refeição do dia todo
entre os afazeres domésticos.
Lágrimas abundantes rolam em sua face, meio que no modo automático
ela me conta boa parte do que faz em seu trabalho doméstico, sobre o convite
para vir na festa, o vestido que ganhou da patroa, até chegar na hora que foi até
o carro.
Enquanto Carla relata, cobre o rosto com as duas mãos, chora chegando
a soluçar e me conta detalhadamente o que sofreu.
— Ei, olha para mim. Você não precisa ter vergonha, pois é inocente
nesta história toda e sobre o desgraçado, podemos entrar com uma ação,
nenhum homem deve agredir uma mulher assim.
— Justamente.
Ela responde com a voz abafada por suas próprias mãos e continua me
contando detalhes do ocorrido.
Cada palavra que ouço me deixa revoltado, tenho vontade de ir de
encontro ao motorista para lhe dar uma lição, mas também não posso deixar
Carla sozinha.
Porra, ela me prende ao seu lado e eu não consigo sequer me mover, a
não ser para abraçá-la até que ela sinta que está protegida.
Para piorar, descubro que o desgraçado do motorista a assedia há exatos
três meses, que é desde quando ela começou a trabalhar para família Menezes.
— Calma, você se livrou deles e vai conseguir outro trabalho.
Ela suspira demonstrando seu desânimo.
— Eu vou tentar Dr. Adriano, mas é tão complicado. Eu provavelmente
não terei uma boa recomendação da Sra. Dorothy, não tenho experiência
comprovada, só tenho dezoito anos e antes de trabalhar lá na casa dos
Menezes, minha mãe fez de tudo para que eu concluísse meus estudos e graças
a Deus que consegui. Quando chegava do colégio, à tarde, eu vendia alguns
doces e só. Se todo nosso planejamento desse certo, no início do ano que está
chegando, eu ia começar a estudar e tentar achar um estágio a tarde, mas tudo
mudou quando minha mãe faleceu.
— Eu imagino, mas não se preocupe tanto e agora, eu realmente quero te
ver alimentada.
Enquanto ainda estou digerindo a informação que ela tem realmente a
idade que aparenta ter, Carla aceita a minha decisão que é para o seu bem, logo
depois envio uma mensagem para minha empregada que na verdade é como se
fosse uma tia de total confiança e peço para que traga ao meu quarto uma
refeição digna.
— Obrigada por me acolher aqui, eu não sei o que seria de mim se
acordasse e desse de cara com Barreto.
Só de ouvir o nome do motorista fico completamente enraivecido.
— Isso não vai voltar a se repetir.
Mesmo com os olhos pequenos e vermelhos por causa do choro, ela me
olha de forma intensa parecendo estar confortável com minhas palavras e sorri
me prendendo nos contornos perfeitos dos seus lábios.
Tenho vontade de tocar, sentir cada milímetro, provar demoradamente
e... Puta merda! No que estou pensando? Ela é muito jovem, sofrida e meu
desejo pode passar em minutos com qualquer outra mulher, eu nunca a usaria.
Por mais alguns segundos, as palavras ficam perdidas no tempo, Carla
parece perceber meu olhar intenso direcionado para ela e abaixa as vistas com
um jeito tímido que me deixa ainda mais inquieto, ela me tenta com os seus
pequenos gestos e me enlouquece. Como vou me controlar?
— Acho graça que para o senhor soa tudo tão fácil.
Ela quebra o silêncio inquietante me trazendo de volta para a realidade.
— Porque é, Carla. E não me entenda errado. O que vou falar, pode soar
como metidez, mas na minha posição, poucas coisas são difíceis e eu
realmente posso te ajudar.
Carla parece se divertir, toca timidamente em minha mão que repousa ao
seu lado na cama e o seu tom de pele fica bastante avermelhado.
— C-como? Por um acaso conhece alguma casa que eu possa trabalhar?
Quando abro minha boca para tentar responder ouço batidas na porta, a
interrupção me livra de ter que dar respostas sem fundamentos já que ainda
não sei o que falar e após pedir licença, vou ver quem é.
— Adriano, meu menino. Como pedido, trouxe um jantar farto, vou
colocar na mesa de centro.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Assim que chego em frente a uma casa bastante simples de cor azul,
uma senhora abre um pequeno portão de ferro e vem em minha direção,
parecendo bastante curiosa.
— Bom dia, moço. Você não é da área, faz o que por aqui, hein? O
bicho está pegando no bairro, teve tiroteio ontem, é melhor você ir embora.
Ela me olha de cima abaixo como se estivesse tirando minhas medidas
enquanto me preocupo com a segurança da Carla.
— Bom dia, realmente não moro por aqui, só estou à procura de Carla.
Seus enormes olhos esverdeados ficam enormes.
— Não me diga que é o dono do moletom que ela chegou usando?
Moço, seja lá o que for que rolou com essa menina, esqueça. Com certeza foi
um vacilo de uma noite, provavelmente porque ela está desesperada
procurando onde morar. Tive que pedir a casa, meu filho irresponsável que
esqueceu o que é camisinha, emprenhou uma menina e os dois vão morar no
puxadinho.
A senhora parece entrar em desespero, será que ela acha que Carla
dormiu comigo?
— Eu estava na festa sim e...
— Valha-me Deus, que eu saiba, a menina era pura, foi criada nos
caminhos e agora está nesse estado, provavelmente ela...
— Acalme-se, senhora. E apenas me diga onde está Carla, só quero
ajudá-la.
A interrompo para que ela não tenha um enfarto na minha frente.
— Se o moço veio realmente consertar as coisas, ela mora subindo
essas escadinhas aí do lado.
— Obrigado.
Subo as escadas estreitas e mal construídas até ficar em frente a uma
porta de madeira frágil. Qual segurança tem neste lugar?
Após bater na porta duas vezes, Carla abre, timidamente me olha e eu
não posso deixar de notar a região dos seus seios avermelhadas. O que ela
aprontou?
Mudo a direção do meu olhar para não ficar de pau duro, acabo
observando a simplicidade do ambiente ainda que de certa forma arrumado e
trocamos algumas palavras. Quando ela fica bem em minha frente e eu estou
sentado, vejo suas coxas também avermelhas, mais uma vez disfarço tendo
quase que certeza que ela se tocou e apalpou seu corpo gostoso e uma
pergunta paira na minha cabeça. Será que ela pensou em mim? Que delícia.
Continuamos conversando, informo que esperava encontrá-la para o
café da manhã e para minha surpresa, Carla me diz que sabe que eu estava
acompanhado e por isso não se despediu. Será que viu algo comprometedor?
Puta merda.
Ah Carla! Se você soubesse que tive dificuldade para dormir porque
queria te foder a noite toda, chupar sua boceta até você gritar meu nome,
fazer você cavalgar no meu pau nos enlouquecendo, ia entender talvez a
minha facilidade em deixar Clarissa, que invadiu meu quarto, me chupar
enquanto pensava na sua boca gostosa me recebendo.
— Tive uma visita não programada, mas enfim. Além da minha
insatisfação de não te ver hoje de manhã, estou aqui por outro motivo.
Ela parece surpresa.
— E qual motivo?
A verdade é que quando elimino a atração, sinto dó de vê-la cheia de
sonhos praticamente sem futuro e morando em um lugar tão precário.
— Vou te ajudar, Carla. Fiquei sabendo que você vai ser...
Minha frase é interrompida por ouvir sons de tiros, Carla grita
assustada, uma bala atravessa a pequena janela de vidro, não a acerta por
pouco, puxo-a em minha direção e com ela em minha posse, nos deito no
chão.
— Fica calma, estou aqui.
Ela me abraça completamente assustada, acomoda a cabeça em meu
ombro, sua respiração em meu pescoço me deixa arrepiado, acaricio seus
cabelos ainda molhados para acalmá-la, o som de muito tiros ecoam pelo
ambiente, repito palavras para confortá-la, enquanto sinto toda delícia do seu
corpo que está deliciosamente alinhado com o meu.
O cheiro do sabonete misturado com o de Carla invade minhas narinas,
o seu toque mesmo que desesperado em meus ombros, despertam todas as
minhas terminações nervosas, tento me controlar e eu mais uma vez, gosto de
tê-la em meus braços ainda que seja em uma situação assustadora.
Carla vai relaxando quando nota que o perigo aparentemente passou,
me olha nos olhos me hipnotizando, vejo quando ela abaixa o olhar até meus
lábios demonstrando o quanto está receptiva, ela não contém um pequeno
gemido, fico doido quase que brigando comigo por não conseguir ser tão frio
com ela para me aproveitar do momento, vejo sua rendição e receptividade e
não tem como não pensar em levantar seu vestido, tirar sua calcinha e meter
meu pau até saciar nós dois.
Mas vivendo a circunstância eminente de risco, percebo que a única
forma de a ajudar é oferecendo um trabalho, com moradia, mas para isso,
precisarei cumprir com minha regra primordial, que evita vários processos
trabalhistas. Eu não fodo minhas funcionárias, e assim, me vejo na obrigação
de cortar o clima mais quente que já vivi.
— Arrume seus objetos pessoais em no máximo quinze minutos
enquanto chamo o Uber.
Ela vai se afastando aos poucos e sua respiração fica um pouco
ofegante.
— C-como assim?
Nos levantamos e eu coloco as mãos nos bolsos para esconder minha
excitação.
— Você vai trabalhar para mim, na minha empresa, junto com os
jovens aprendizes que dão suporte aos advogados do grupo, levando e
trazendo documentos nos diversos andares. Você será uma office girl.
Explico que ela vai morar no anexo da minha casa, invento que vou
descontar um valor do seu salário por causa da moradia para parecer mais
profissional, informo que pelo horário ser flexível ela vai estudar de manhã
no curso que tanto quer e a tarde vai trabalhar na empresa.
Os olhos de Carla brilham, conto que fiquei sabendo que seus dias no
seu quarto e sala estavam contados e para apressar nossa permanência na área
de risco, informo que conversaremos melhor na minha residência.
— Tem certeza?
Se tenho certeza? É obvio que acabei de criar a vaga de trabalho, mas é
impossível deixá-la nesta circunstância.
— Arrume seus pertences agora. Sou um homem de palavra e se
apresse, vamos logo embora o quanto antes. – Carla fica surpresa, imóvel e
parece um pouco pensativa. — Diga-me, qual o motivo da dúvida.
Ela caminha até próximo a cômoda, ao lado pega duas malas que deixa
aberta na cama e ao abrir as pequenas gavetas do móvel, começa a tirar seus
pertences.
— Eu nem tenho como agradecer pela oferta de emprego e moradia, e
não estou com nenhuma dúvida, estou muito agradecida doutor. É que
ultimamente tantas coisas ruins têm acontecido que eu nem estou acreditando
que o senhor que me conhece tão pouco, vai me ajudar desta forma.
Noto que além das roupas e sapatos, ela pega duas caixas embaixo da
cama, uma foto em que aparece com uma senhora que provavelmente é sua
mãe e uma bonequinha vestida de borboleta.
Quando penso que ela terminou, a vejo pegar disfarçadamente uma
calcinha e indo em direção ao único cômodo com porta do ambiente, com
certeza o banheiro. Será que ela estava com a boceta toda descoberta
enquanto me abraçava? Puta merda, faz todo sentido por causa da
vermelhidão perto dos seus seios e coxas. Porra, seria delicioso passar meu
pau nela e vê-la toda vermelha gozando.
Abstraio do pensamento para me manter controlado e Carla vem em
minha direção segurando meu conjunto de moletom.
— Vou te devolver logo, nem se preocupa.
Lembro-me de o quanto ela fica gostosa vestida nele.
— Não precisa, ficou melhor em você do que em mim.
Ela gargalha, seus olhos encontram os meus e nos perdemos por alguns
segundos.
Puta merda, ela agora é território proibido, Adriano.
Por sorte ouvimos batidas na porta que interrompe o momento, ela vai
ver quem é, para nossa surpresa é a vizinha, que ao entrar, fica desesperada
quando vê a marca do tiro na parede. Só depois ela nota as malas na cama.
— O que perdi por aqui, hein?
A senhora nada discreta questiona.
— Dona Anete, vou trabalhar na empresa do Dr. Adriano e ele me
ofereceu moradia.
Anete dá dois passos em minha direção.
— Ela vai trabalhar na sua empresa de dia e de noite vai fazer extra na
sua casa? Essa menina não é qualquer uma, doutor.
Acabo simpatizando com a senhora sem freio na língua, obviamente
que ela só quer o bem para Carla.
— Não se preocupe dona Anete, não tenho relacionamentos íntimos
com minhas funcionárias.
A vizinha fica bastante satisfeita com o que ouve, chegando a ponto de
me abraçar, enquanto Carla evita me olhar.
Capítulo 7
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Que porra de jogo é esse que estou fazendo? Sei que tenho que ficar
longe de Carla, em contrapartida estou testando meus limites, passei da linha
da racionalidade quando praticamente concorri com o motorista do Uber ao
oferecer à tarde na piscina e eu bem sei que provavelmente nunca conseguiria
resistir a companhia da linda garota.
Para completar a lista dos últimos acontecimentos estranhos na minha
rotina, ordeno que nenhum empregado se aproxime da casa da piscina. O que
eu tenho a ver com isso?
PORRA... PORRA... PORRA... Não é possível que a boceta que nunca
nem vi, que é território proibido, tenha me enfeitiçado a este ponto.
Verifico as horas no meu celular, já tem dez minutos que Maria foi
chamar Carla e ela simplesmente não aparece, me fazendo ter mais um
sintoma ridículo para um cara de vinte e oito anos. A merda da ansiedade.
A verdade é que querer ter e não poder é excitante e nunca
experimentado em minha vida. Já tive muitas mulheres disponíveis e de
comum acordo para apenas momentos de prazer e desta forma, por ter grande
oferta, não preciso olhar para uma funcionária.
A porra é que com Carla é diferente, ela simplesmente chegou me
atraindo com seu corpo curvilíneo e aparentemente sem nenhum obstáculo
para uma foda.
Para completar, acabo de dar um cargo de office girl para Carla, que
talvez seja totalmente inapta. Não que eu tenha preconceito pela experiência
dela em trabalhos em casa de família até então, mas ela estando tão
acostumada ao "sim senhor" e "sim senhora", não sei como se comportaria ao
ter que entrar na sala de diretoria de supetão para pedir uma assinatura sem se
mostrar humilde demais e isso pode ser o fim de sua carreira na empresa,
carreira essa que nem começou ainda.
Olho mais uma vez a hora, mais cinco minutos se passaram, levanto-
me, vou até a janela, observo a lateral da casa, até que sinto aquele perfume
inconfundível e ao olhar para entrada da sala, meu mundo vai ao chão.
Vestindo uma roupa que mistura o ar de mulher e menina, Carla me faz
pensar em duas fantasias. A imagino vestindo a tal blusinha com personagem
adolescente, usando uma calcinha toda enfiada na sua bunda gostosa e
sentando no meu colo, me chamando de doutor e me incitando a fodê-la.
Por outro lado, na minha imaginação a vejo com a tal saia sexy, com
um salto alto, sem calcinha, sentada na mesa do meu escritório me dando
uma surra de boceta. Porra, eu não vou aguentar com esses pensamentos.
— Desculpa o atraso, doutor.
Será que ela imagina a delícia que é o formato que seus lábios fazem ao
se abrir quando me chama de doutor?
— Você chegou na hora certa, Carla.
É, ela foi pontual mais uma vez ao me deixar muito duro, a sorte é que
regulei a iluminação da sala, então tirando o lustre que fica acima da mesa,
não temos mais tanta claridade.
— Que bom, estava preocupada, não queria deixar o senhor com fome.
Não? Então tira a calcinha e senta no meu pau, mata toda fome que
sinto por você. Quase sorrio com meu pensamento.
— Não deixou. Agora vamos jantar?
De forma tímida ela concorda, passa por mim e em um gesto típico de
mulheres que não estão acostumadas com o cavalheirismo, afasta a cadeira e
senta.
Faço o mesmo, explico para Carla que Maria fez duas opções de carnes
já que não sabíamos qual ela gostava e mais um comportamento estranho me
acomete. Eu a sirvo depois de descobrir que ela gosta de tudo, mas opta pelo
pernil assado com batatas.
— O jantar está maravilhoso, doutor.
Ela volta a se alimentar, morde delicadamente os pedaços da batata e
para minha quase morte, lambe o cantinho da boca que escorreu o molho.
Puta merda, preciso de um desvio.
— Vamos aproveitar para conversar sobre seu trabalho?
— Claro.
Ela fica me olhando com seus olhos intensos que mais uma vez me
prendem.
— Eu te ofereci o cargo de office girl que é direcionado para estudantes
do ensino médio e você já se formou, então temos um problema para que
você esteja apta para função. Passei a tarde analisando as possibilidades e
cheguei a uma solução. O ano está acabando, olhei o site de algumas
faculdades particulares de boa fama e ainda dá tempo de fazer a sua inscrição
para o vestibular, ao invés de um cursinho. Pelo menos desta forma você será
estudante. O que acha?
Carla fica com os olhos marejados e vai abaixando lentamente o garfo
que está em sua mão e o repousa no prato.
— Dr. Adriano, como vou pagar faculdade, alimentação e moradia?
— Me considere o seu FIES, eu posso te ajudar. Deixe-me te ajudar.
Ela suspira parecendo cansada.
— Deixo, mas eu quero tudo documentado, de verdade não quero me
aproveitar e também não posso ser orgulhosa de não aceitar a proposta. Esta é
a única forma que tenho para mudar de vida.
Gosto de ouvir que apesar das circunstâncias, Carla tem suas ambições
e sonha em ser independente. Isso a deixa ainda mais sexy.
— Ora, você está tratando esses assuntos com um advogado, com
certeza tudo será documentado.
Explico outras questões do seu serviço, da agilidade que precisamos ter
na A&A Advogados e faço questão de falar sobre o regime da empresa.
— Então o senhor quer dizer que não existem funcionários por lá que
namoram?
—T emos apenas dois casais de advogados no grupo, ambos casados e
de muita confiança, mas entre os funcionários, não. Nós advogados temos
que lidar com o sigilo de informações, conflito de interesses e também é uma
forma de evitar o assédio.
Ela sorri e fica um pouco corada, abre a boca para falar algo, volta a
fechar e como se algo fugisse do seu controle, finalmente diz:
— E se tiver casais as escondidas?
Acho interessante a sua pergunta e como já terminamos o jantar nos
sirvo um vinho do porto.
— Então que sejam bem discretos a ponto da diretoria não saber.
Carla bebe um pouco de vinho e volta a me olhar.
— Acho que esse lance de ser proibido deve atiçar ainda mais, não
acha?
Ela abre bem os olhos e ganha a minha total atenção. Isso é um aval,
Carla?
— É?
Ela desvia seu olhar do meu, bebe mais vinho e fica encarando a taça
enquanto parece escolher as palavras.
— É. Isso me lembra até a igreja, acho que quanto mais tentam proibir,
mais as pessoas ficam tentadas a descobrir o motivo da proibição.
E eu não resisto a minha curiosidade.
— Você é assim, Carla?
Ela se assusta com minha pergunta direta, acaba virando a taça e o
pouco líquido logo escorre me molhando um pouco na coxa.
— Desculpa, desculpa mesmo, deixe-me te ajudar.
Carla levanta desesperada, com um lenço de tecido na mão e vem ao
meu encontro. Acho graça do seu desespero e eu me levanto para confortá-la.
— Não tem problema, de verdade fique tranquila.
Ela parece não me ouvir, a impressão que dá é que ela me vê banhado
no vinho e para piorar, Carla se inclina em direção a minha coxa. Puta merda,
se ela tocar perto...
— Carla.
Chamo de forma firme, ainda inclinada, ela levanta o olhar que
encontra o meu, em um impulso, a puxo pelo pulso para que ela fique em pé
normalmente, ficamos bem perto, sua respiração acelera, ela morde os lábios
e me enlouquece de tal forma que o mundo parece girar em menos de um
metro quadrado quente como um inferno. Puta merda, esse cheiro, esses
lábios... Essa pele coradinha... Carla...
— Oi, doutor.
Sua voz soa suave como um gemido. Caralho, eu não aguento mais. Eu
preciso desta mulher e agora.
— Boa noite irmão mais lindo.
O clima é cortado pela voz que bem conheço, Carla dá um passo para
trás parecendo estar desnorteada, viro-me em direção a voz e vejo Bruna,
minha irmã cinco anos mais nova e ela corre em minha direção.
— Não esperava você hoje, muito menos agora.
Digo tentando esconder o tom de decepção pelo momento perdido e
minha irmã me abraça empolgada.
— Nossos pais e eu já chegamos para o natal. Finja ficar feliz pelo
menos.
Ela finalmente olha para Carla e a observa por alguns segundos.
— Bruna, esta é Carla, minha mais nova funcionária.
Elas apertam as mãos em um gesto simpático.
— Prazer, Carla.
— O prazer é meu em te conhecer, mas eu já estava de saída. O Dr.
Adriano acabou de me passar informações sobre minha função. Boa noite
para vocês.
Carla se retira sem nem provar a sobremesa e minha irmã começa a
sorrir.
— Nossa, ela nem disfarçou a desilusão. – Bruna olha para a direção
da porta enquanto protesto mentalmente. Puta merda, se não fosse minha
irmã, Carla provavelmente já estaria gemendo meu nome sentada na mesa
prestes a me receber. — Ela é linda, mas você não deveria olhar para uma
funcionária, já pensou o Dr. Adriano sendo processado por assédio?
Infelizmente é o pé de meia que todas sonham, meu irmão.
Apesar de saber que Carla é diferente, não tenho tempo para justificar,
pois logo minha irmã começa a falar de mil assuntos que ela julga que são
interessantes para mim.
Após minutos de conversa, Maria repõe a mesa, meus pais finalmente
aparecem e o jantar toma outro rumo, a verdade é que estou presente de corpo
enquanto a minha cabeça, e para ser sincero, meu pau também, estão voltados
completamente para Carla.
— Marquei para os próximos quatro dias, uns compromissos para nós
dois, filho.
Meu pai diz sua decisão, eu concordo e acertamos algumas visitas a
clientes importantes.
No final do jantar banhado a muita conversa em família, quase à meia
noite, vou até a cozinha, encontro Maria acordada e só então me lembro das
pendências que tenho com Carla.
— Maria, vou precisar de alguns favores.
Peço para que ela encarregue a ajudante da cozinha para os afazeres
voltados a alimentação dos próximos dias, pois Carla precisará da sua ajuda,
na escolha da faculdade, no que mais precisar e informo que antes do Natal
vou levá-la no RH da empresa para que ela assine o contrato.
— Ahhh Adriano, você não me decepciona, meu filho.
Maria parece empolgada com minhas decisões.
— Espero continuar assim.
Dou uma piscadela para minha amiga que me devolve outra e decido ir
dormir, mas antes aproveito que a porta da cozinha está aberta e observo ao
longe que as luzes da casa da piscina já foram apagadas.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
PORRA! Enquanto Carla estiver sob minha proteção, ela não vai mais
ser humilhada.
Volto para sala depois de me recompor de uma sensação que nunca senti
na minha vida. Não sei que porra está acontecendo comigo, mas de qualquer
forma preciso voltar a ser o Dr. Adriano neste exato momento.
Jogamos conversa fora, que na ocasião já não me prende tanto, meu pai
e eu seguimos para um restaurante para um lanche da tarde informal com
nosso cliente e família e quando enfim começo a me distrair, meu celular volta
a vibrar.
Disfarçadamente abro a mensagem e então tenho certeza que a porra da
sorte está ao meu lado pois eu estou sentado.
Maria acaba de enviar uma foto de Carla vestindo um vestido que abraça
todas as suas curvas que apesar de não mostrar um decote excessivo e nem ser
muito curto, me enlouquece e para completar, ela está usando saltos altos que
deixam suas pernas mais deliciosas.
Puta merda. Sinto meu pau ganhando vida, não consigo parar de olhar
para Carla, amplio a foto para ver melhor seu corpo delicioso e só depois de
um bom tempo noto que abaixo da foto tem uma mensagem.
"Carla não quer aceitar comprar muitas opções de roupas,
acha que está te levando a falência, mas posso lhe assegurar, que
sua protegida precisa de tudo e mais um pouco."
Porra, essa mulher vai me enlouquecer. Qualquer uma no seu lugar
aceitaria todos os presentes e ela simplesmente não.
Peço licença, caminho até uma área mais tranquila e decido enviar
mensagens diretamente para Carla, por sorte consegui seu número com Maria.
“Carla. Obedeça a Maria e compre o que precisar."
Aproveito que estou sozinho, abro novamente a foto e fico olhando a
beleza que me enlouquece em todos os sentidos. Até que noto que chegou mais
uma mensagem.
"Obrigada pelos presentes. Eu nem tenho como agradecer por
tudo de verdade, mas Maria quer que eu compre a loja toda e
definitivamente eu não preciso de tanto. Pelo o que sei, futuramente
só vou para faculdade e trabalho, para que tanto? Eu nem tenho um
namorado para ter para onde sair."
Porra e se tivesse eu enlouqueceria. Puta merda, não posso imaginar
Carla dando a bocetinha para outro homem. E que pensamento de merda é
esse? Ela não é minha.
"Vou escolher o argumento da Maria em relação as suas
necessidades. Sobre o namorado, você não necessita de nenhuma
distração agora, tem que apenas estudar e trabalhar. Escolha as
roupas e tudo o mais que você precisar."
Envio a mensagem e fico sem acreditar no que acabo de escrever para
Carla. Porra, ela vai pensar que sou um patrão controlador. Mas a verdade é
que não consigo pensar na hipótese sem me sentir angustiado.
"Advogadooo***"
...
Carla Dantas
Quando termino de enviar as mensagens, ainda estou sentindo minhas
pernas trêmulas dentro do provador. O que eu fiz? Aonde estava com a
cabeça? Primeiro eu o chamo pelo apelido que dei e depois envio uma foto?
—Ele é impossível, Carla.
Sussurro baixinho enquanto olho-me no espelho e me vejo
completamente vermelha, vestindo um tomara que caia preto que me deixa
bastante sensual. Será que o Dr. Adriano ia gostar de me ver assim?
Meu cristinho, no que estou pensando?
—Carla? Vai morar no provador, minha filha?
A voz da dona Maria me tira dos meus devaneios, deixo meu celular no
puff e abro a porta.
—O que achou do vestido?
Dou uma voltinha para não encarar o olhar curioso da minha amiga.
—Ora, ele é ideal para um sábado à noite, uma ótima roupa para sair
com seu namorado.
Não consigo conter meu divertimento e volto a olhá-la.
—Eu não tenho namorado.
Recebo dois tapinhas de leve no braço, como em um ritmo de
brincadeira.
—Ahhh! Ouça a voz da experiência, tudo pode mudar menina.
E eu bem sei o quanto, minha vida já deu várias reviravoltas.
Enquanto ouço o sermão por causa da quantidade de roupas que quero
comprar, o celular da dona Maria toca mais uma vez, ela se afasta, aproveito a
oportunidade, acerto com a vendedora apenas a compra de três calças que
muito serão úteis para ir a faculdade, três vestidos incluindo o preto, seis
blusas, uma bota para o tempo frio, uma sandália alta e uma rasteirinha. Tenho
certeza que conseguirei fazer várias combinações.
—Tem certeza que só vai comprar essas peças?
A vendedora simpática fica me tentando a comprar mais roupas, mas não
serei eu a explorar quem tanto me ajuda, a verdade é que o advogato já fez
demais e mesmo o pouco que escolhi, levarei mais de um ano para pagar.
Volto para o provador para vestir minha roupa, ao terminar, vejo dona
Maria conversando com a gerente e depois ela vem ao meu encontro
parecendo estar bem feliz.
—Vamos para próxima loja?
Sou surpreendida pela pergunta.
—Já compramos bastante, não é necessário.
Ela gargalha e como sempre, coloca a mão na cintura, eu já sei que lá
vem sermão.
—Minha avó dizia que uma mulher não poderia sair de casa com os
panos debaixo acabados. Agora passe aqui na minha frente, nós precisamos
comprar umas lingeries, roupa de dormir, de banho.
Meus olhos dobram de tamanho.
—Não, que vergonha. Vai na fatura do doutor que comprei roupas
intimas, depois eu mesma compro, sei onde vende umas bem em conta e de
qualidade.
Maria me dá a mão e demonstrando conter um sorriso, me arrasta pelo
shopping, até pararmos na frente de uma loja onde vende umas calcinhas mais
caras que uma blusa.
—Pelo amor de Deus, olha os preços. Lá no bairro que morava, com o
valor de uma dessa eu compraria pelo menos umas dez.
Sussurro tentando disfarçar por causa das vendedoras.
—Carla, escolha o básico então e pelo menos vá provar os baby dolls,
aquilo que você usa para dormir está o fim de carreira.
Morro de vergonha, protesto bastante, sem ter para onde correr, escolho
três conjuntos de calcinha e sutiã bem básicos e confortáveis, uma camisolinha
com a Minnie na frente e um baby doll preto e branco de seda e renda por
insistência da mandona da minha vida, Maria.
Quando saio do provador, a vejo guardando o celular e no seu rosto
quase aparece a legenda, "estou aprontando todas", com gestos, ela me pede
para esperar e vai conversar com a gerente. Mesmo estando curiosa, aguardo o
momento de me aproximar e quando é permitido, ela verifica as horas e me
informa que já vamos para casa. Pois ela precisa ver se a assistente de cozinha
está fazendo tudo como acertado.
—As compras serão entregues ainda hoje, minha filha.
Nossa! Eu acho a coisa mais chique do mundo, comprar e nem precisar
carregar as sacolas, mas guardo o meu deslumbramento para mim.
Adriano Albuquerque
"Adriano,
Estou enviando esta mensagem para avisar que, a minha
parte estou fazendo, tentando aqui de todas as formas fazer com que
Carla compre as roupas e as demais coisas que necessita. Mas ela é
bem decidida e não aceita.
Obs.- Só não envio a foto da lindeza, porque no momento, ela
veste um baby doll preto e branco, com detalhe de seda e renda...
E não pode. Estou certa?
Maria."
Na mesma hora minha mente me leva para a mulher que é dona dos
meus pensamentos desde que a conheci. Ela deve ficar linda vestindo apenas
u m baby doll. Em um esforço quase sobre-humano tento disfarçar minhas
divagações, bebo um pouco de água, volto a conversar com meu pai e nosso
cliente, entre uma frase ou outra jogada no ar, respondo a mensagem de Maria
e ordeno mais uma vez que ela peça as vendedoras para selecionarem tudo o
que existe de melhor.
"Maria, também preciso que um bilhete seja entregue para
Carla, junto com as roupas. Me envie o contato do setor de entrega
do shopping, por favor.
Adriano."
Clico em enviar e inevitavelmente imagino Carla ao receber as compras.
Porra, ela vai ficar toda vermelhinha, eu definitivamente queria ver. Este
pensamento me diverte. Merda, quanto mais tento me afastar, mas me sinto
preso.
O almoço termina, sigo com meu pai até meu carro, assim que entramos,
recebo a nova mensagem de Maria com o contado da equipe de entrega e de
imediato, envio o que quero no conteúdo do bilhete.
—Adriano?
Volto minha atenção para meu pai que não disfarça a sua curiosidade.
—Diga Dr. Albuquerque.
Respondo com o humor que sempre existiu entre nós.
—Eu te conheço, você é meu filho. O que está acontecendo? Hoje te vi
um pouco desconcentrado, se retirou da mesa em pleno almoço, e sua atenção
até agora está no celular que você olha a cada minuto. Por Deus, só não me
diga que é alguma mulher indevida?
Porra. Será que fui assim tão transparente?
—Não pai, eu que sou indevido.
Meu pai gargalha e me dá dois tapinhas nas costas.
—Me diga, qual homem não é indevido, até encontrar a mulher certa?
Eu também achava que não merecia a sua mãe. – Ele pausa por um momento
enquanto observa a minha reação. — Me diz, por um acaso a dona dos seus
pensamentos é Patrícia? Sua mãe e eu aprovamos muito e sua irmã também.
Ligo o carro e enquanto dirijo para empresa, explico para meu pai que
entre Patrícia e eu, não existe a possibilidade. Que apesar de notar a sua
beleza, não existe química e isso é importante para mim.
Meu pai parece entender o meu lado, fico bastante aliviado por ser
compreendido, porém ao longo do caminho, ele me dá uma informação que
me deixa bastante preocupado. Patrícia está em minha casa, com minha irmã
em uma festinha na piscina.
Puta merda, eu tenho que avisar para Maria. Dirijo o restante do
percurso com este pensamento, mas ao chegar na empresa, mais um cliente
nos espera e dada a urgência, eu não consigo mais nem olhar a tela do celular.
Durante uma conversa maçante com um cliente importante e duas
reuniões de última hora daquelas que precisam a todo momento da minha
atenção, a noite chega.
Entre o elevador e a garagem, verifico meu celular, para meu desgosto, a
bateria já era e eu não tenho ideia do que pode ter acontecido durante toda
tarde. Só espero que Patrícia não tenha se aproximado de Carla para insultá-la.
Ao chegar em casa, meu pai vai ver minha mãe, não vejo sinais da festa
o que me deixa de certa forma aliviado, pois significa que Patrícia
provavelmente já foi embora. Como da porta da cozinha eu consigo ver a casa
da piscina, vou até lá para conseguir notícias e por sorte encontro Maria que
com um ar de felicidade imensa, me conta que Carla ficou bastante
emocionada com os presentes, mesmo entre protesto, achando que tudo foi um
grande exagero.
—Acreditei quando você me disse que ela precisava de roupas.
Justifico e caminho até a porta para ver se de longe vejo algum
movimento. Mas não vejo absolutamente nada.
—Sim, mas não precisava comprar a loja inteira. As vendedoras se
aproveitaram quando informei que era para Carla renovar o guarda roupa. Fora
as lingeries belíssimas, enviaram umas tão ousadas que Carla pareceu um
tomate quando viu as peças. Será que ela vai usar?
Ela gargalha, me dá uma piscadela e eu sorrio.
—Maria, conte-me os seus planos.
—Juro que não tenho nenhum, só acho que você não vai resistir aquela
garota, seus olhos brilham quando conversamos sobre ela.
Divirto-me com a constatação de Maria e volto a olhar a casa.
—Pelo jeito, Carla já dormiu.
Minha amiga olha para o relógio de pulso.
—Acho que não, ela me disse que precisava estudar para o vestibular.
Fico contente com o que ouço, termino de beber a água, levo o copo até
a pia e beijo Maria na testa.
—Amanhã à tarde, você pode acompanhá-la até a empresa? Quero que
Carla assine o contrato que não será de estagiária, como ela ainda não está
estudando, terei que fazer um contrato de assistente.
Maria confirma que pode, informo que vou tomar uma ducha e que em
pouco tempo volto para fazer um lanche.
Subo as escadas dividido entre dois sentimentos, sinto falta de ter
notícias de Carla, ao mesmo tempo que estou feliz por ela estar estudando, isso
me deixa ainda mais satisfeito, sei que não fiz minhas apostas na pessoa
errada.
—Ah Carla.
Sussurro seu nome enquanto abro a porta do meu quarto e dou de cara
com minha irmã, sentada no tapete, assistindo TV e comendo pizza.
—Até que enfim você chegou meu irmão preferido, mas ainda bem que
estou sentada, pois tenho certeza que ouvi você sussurrando o nome daquela
garota. O que estou perdendo?
Minha única irmã levanta, vem ao meu encontro e me abraça.
Conto para ela resumidamente a forma que conheci Carla e como em
menos de uma semana a garota me fez fazer coisas que jamais faria para uma
outra mulher, como por exemplo abrir minha casa.
—Ela me faz agir assim, só penso em protegê-la e de certa forma mudar
seu futuro.
Bruna suspira parecendo angustiada.
—Você é um anjo, meu irmão. – Ela caminha de um lado para o outro
parecendo estar bastante pensativa. —Eu te entendo, apesar de achar um
exagero a quantidade de roupas e sapatos que ela ganhou hoje, eu vi tudo
quando estava na piscina. Eu sei que você tem esse lado social de querer
ajudar, só que ela é muito linda para seus pensamentos ficarem apenas focados
na caridade, não é?
Bruna vai direto ao ponto e eu gargalho.
—Acho melhor comermos uma pizza, estou faminto e o dia não foi nada
fácil.
—Maninho, você sabe meus motivos, em nossa posição, infelizmente
atraímos bastante gente que só quer nosso dinheiro, eu me preocupo com você,
não quero que o mesmo lhe aconteça. Lembra do estagiário que namorei?
Bruna me lembra de um momento complicado que ela viveu, que
infelizmente eu vivenciei e não consegui evitar. O rapaz tinha uma namorada
que consentia todo plano de golpe do baú, e mantinha um relacionamento com
minha irmã apenas por interesse. Eu entendo a sua preocupação apesar de
saber que Carla é diferente.
—Não se preocupa comigo, até porque ela será nossa funcionária e você
sabe a nossa política na empresa. – Ela sorri parecendo estar mais tranquila. —
Agora vamos jantar? – Trato de mudar rapidamente de assunto.
Ela finalmente assente e como antigamente, sentamos no tapete e nos
alimentamos.
Por volta das vinte e três horas, fico sozinho, coloco meu celular para
carregar enquanto tomo uma ducha relaxante e após terminar, visto uma calça
flanelada bem confortável.
Assim que me deito, ligo o celular, ansioso para ver se encontro alguma
resposta e por sorte, Carla não me decepciona.
"Confesso que estou até agora sem acreditar em tudo o que
estou vivendo nos últimos dias. De uma hora para outra minha vida
mudou e eu devo isso ao senhor que mesmo sem me conhecer
direito, me ajudou.
Como posso te agradecer?
Esta pergunta ficou rondando meus pensamentos a tarde toda
e cheguei à conclusão que não tenho nada para lhe oferecer, mas
sei que preciso ser a melhor guelzinha da sua empresa e tirar as
melhores notas na faculdade, para que todos os seus gestos não
sejam em vão. Não imaginava que alguém poderia ser tão bondoso
comigo, eu não vou te decepcionar.
Obrigada, Dr. Adriano.
Beijos,
Carla.”
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Carla Dantas
Enquanto sou envolvida por suas mãos másculas, os lábios deliciosos de
Adriano encostam nos meus, completamente rendida, provando o melhor
beijo, sentindo sua língua explorando a minha boca com uma avidez de
enlouquecer, passeio minhas mãos por seus braços musculosos até alcançar
sua nuca.
Sinto no meu corpo ondas de prazer que não sei controlar, dá vontade de
gritar, fico completamente arrepiada e Adriano só aquece ainda mais o
momento com toda sua habilidade e possessividade.
Movimentamos as nossas línguas de forma que completamos os
movimentos um do outro, ele me guia a dar passos para trás, me deita no sofá
já se colocando por cima, sem de fato colocar todo peso sobre mim, meu
vestido justo impede de me movimentar como queria, fico sendo refém da sua
mão enorme que passeia pela lateral do meu corpo apertando nos lugares
certos, o puxo para mais perto por querer sentir como é tê-lo me imprensando,
sinto seu pau bem duro roçando, o que me deixa ainda mais molhadinha doida
para ser tocada, separamos nossos lábios para respirar. Adriano não me dá
descanso, distribui beijos do meu pescoço até perto do meu decote, aperta meu
seio direito, abro os olhos com o choque do toque e noto o elevador subindo.
— A-Adriano, o-o elevador.
Lutando visivelmente contra sua vontade, ele para de me enlouquecer,
sento-me no sofá tentando me ajeitar, e depois folheio uma revista que estava
na mesa enquanto ele caminha até a janela e fica olhando a vista.
Como é que faz para desacelerar um coração que bate de tal forma que
parece que vai sair pelo peito afora? E como se controla o tom da pele que
não para de queimar por causa dos toques tão ousados? E a mente que está
um turbilhão de pensamentos?
Eu nem sei direito o que aconteceu nos segundos passados ou minutos,
lembro-me vagamente da declaração de desejo do homem mais lindo que
quase me fez desmaiar, da minha ousadia por demonstrar o quanto eu
também o queria e só sei que em um momento estava em pé, no outro deitada
com aquele pedaço de deus grego por cima de mim.
Pedaço não, ele estava inteiro. E a única certeza que tenho agora, é que
estou vivendo um sonho e que ninguém ouse me acordar.
Faltando dois andares para o elevador chegar, passo a mão pelos meus
cabelos, percebo a presilha quase nas pontas, entro em pânico, não tenho
tempo de ajeitar mais nada, a porta do elevador se abre e tudo o que consigo
fazer é colocar a revista na altura do meu rosto, para tentar me esconder.
— Carla, minha filha. Fez o serviço por aqui direitinho?
— F-fiz sim, está tudo guardado.
Abaixo um pouca a revista e vejo dona Maria passando em disparada
em direção a mesa, provavelmente para olhar a caixa. Por sorte ela não
observa muito o ambiente e a pergunta que não quer calar no meu juízo, é:
“Eu tinha que fazer mais alguma coisa?”
— Tudo certo, Adriano?
Volto a cobrir meu rosto, o observo de canto de olho, e ele, ao contrário
de mim, parece que acaba de chegar da rua e age na maior naturalidade.
— Está tudo certo Maria, já podemos até ir para casa.
Ele caminha em direção a mesa de reunião, de certa forma, acaba
ficando entre a dona Maria e eu, o que me dá a possibilidade de ajeitar meu
cabelo, chego a respirar fundo, mas então vejo um fio enorme do meu cabelo
preso na manga do seu terno.
Socorro! Se dona Maria ver, vai achar que sou uma oferecida.
— Então está certo, me esperem que vou no banheiro, meu remédio da
pressão deixa minha bexiga sempre cheia.
Quando percebo que estou a sós com Adriano, levanto-me tentando ser
o mais natural possível mesmo sentindo minhas pernas ainda trêmulas, ao me
aproximar passo delicadamente minha mão na manga do terno e o gesto piora
minha situação de extrema excitação.
Tocá-lo me enlouquece, o quero entre meus braços novamente e para
piorar, ele se vira completamente para mim e me olha com aqueles olhinhos
penetrantes.
— T-tinha um fio de cabelo meu, na sua roupa.
Justifico, ele levanta a mão direita, acaricia meus cabelos, tira a
presilha que estava prestes a cair e me entrega.
— Você é mais gostosa do que eu imaginava. – Aproxima seu rosto do
meu se inclinando bastante por causa da diferença de tamanho e eu fecho os
olhos. — Seus lábios são perigosos, Carla. Posso ficar viciado.
Ele sussurra no meu ouvido, sua voz de timbre forte, levemente rouca
percorre todo meu corpo, fricciono uma perna na outra tentando controlar
meus desejos ao mesmo tempo que as suas declarações diretas me fazem ter
mais coragem para dizer o que penso.
— Pode ser um bom vício, doutor.
O provoco estando com os lábios bem próximos aos dele, sentindo o
seu hálito gostoso que tanto me atrai.
— Concordo.
O gostoso roça os seus lábios nos meus, seguro em seus braços para me
manter firme, nós ouvimos a porta do banheiro sendo aberta e então me
afasto, tentando sem sucesso controlar minha respiração e ajeito meus longos
cabelos para o lado.
— Agora sim nós podemos..
Maria pausa a fala quando olha meu rosto, me encara fazendo mil e
uma expressões, abre bem os olhos, depois olha para Adriano, levanta a
sobrancelha direita e aponta para o elevador. Ela notou!
— ...podemos ir para casa?
— Claro que sim.
Respondo de imediato tentando não levantar suspeitas. Enquanto ainda
estou nervosa, Dr. Adriano parece conter um sorriso, vai até a mesa onde está
a caixa com as taças, a carrega por não permitir que a dona Maria ou eu
carreguemos peso e vamos os três para o elevador.
Se a sala já estava pequena para nós, o elevador nem se fala e apesar de
descer sem parar em nenhum andar, a sensação é que estava.
— Estão com calor, ou é coisa da minha idade?
Deus da minha vida, calor nem é o nome para o que sinto no momento,
o que necessito é de um mergulho naquela piscina gigante perto da casinha
que moro.
— Acho que é da idade, Maria. Carla e eu estávamos no ar-
condicionado e estava bem frio.
Ele me dá uma piscadela que me derrete, Maria o acerta com um tapa
de brincadeira no braço e eu fico como uma boba olhando a cena, eles
realmente são amigos.
Quando chegamos na garagem, ele se despede de nós de um jeito bem
formal, entramos no carro com Tomas e o filho da Maria e o doutor segue
para o veículo dele o que me deixa um pouco pensativa pois ele não se
despediu de mim de uma maneira especial, mas também não somos
namorados e disso sou consciente.
— Carla, todo ano minha família e eu, juntamente com os funcionários
escalados do dia da véspera de Natal, fazemos nossa ceia no quiosque da
piscina, praticamente em frente à sua casa, você já está intimada, minha filha.
Com carinho aceito o convite, ela me explica que todo ano a família do
chefe contrata um buffet para ocasião e que por este motivo está de folga e
entre conversas, prosseguimos o caminho.
Como dona Maria não aceitou minha ajuda para preparar a ceia,
aproveito a tarde para estudar pois o vestibular será na segunda semana de
janeiro, mas infelizmente não consigo me concentrar muito.
Tenho vontade de enviar uma mensagem para o advogato, mas a
ausência de notícias me desencoraja.
À noite, com a proximidade da ceia, uma depressão momentânea me
acomete, por não ter minha mãe, mas não posso fazer uma desfeita para dona
Maria.
Como estarei entre colegas e amigos de trabalho, escolho um vestido
longo estampado, faço uma maquiagem leve, vou até o guarda roupa onde
está o presente da minha amiga e quando estou com ele em mãos, vejo o
celular vibrando. Corro até ele e finalmente vejo uma notícia do meu
advogato.
"Carla,
Passei a tarde em um compromisso de última hora, mais
tarde quero te ver.
Beijos,
Adriano."
Um sorriso brota em meus lábios, o efeito da mensagem me deixa um
pouco mais animada com o Natal e eu logo o respondo.
"Oi Adriano,
Vou te esperar ansiosa,
Beijos,
Carla."
Tento não ser muito empolgada e vou para ceia que muito me
surpreende com a beleza da ornamentação.
— Dona Maria, que lindo.
Não consigo deixar de comentar, o quiosque da piscina rodeado de
pisca-pisca, uma mesa farta que até tem pernil, Chester, fora as saladas,
salgados, enfim, eu nunca estive em uma ceia tão linda.
Após o jantar onde comi como se não houvesse amanhã, converso com
algumas pessoas, mas não deixo de olhar as horas e nada de Adriano
aparecer.
— Minha filha, mais uma vez, obrigada pelo presente, mas eu já vou
dormir, essa coisa de virar a noite, não é comigo.
Levanto-me para abraçá-la, aproveito, me despeço das pessoas e volto
para casa, pois também já estou com sono.
Ao chegar, deito-me na cama ainda arrumada na esperança do advogato
aparecer, volto a olhar as horas, já passam das três horas, insisto mais um
pouco, mas meus olhos ficam pesados e eu paro de lutar contra o sono.
Carla Dantas
Assim que coloco meus pés em casa encontro minha irmã que me olha
parecendo estar bastante curiosa.
— Passa o dia sumido e aparece assim, só de calça flanelada? Onde você
estava, Adriano? E esse presente?
Gargalho com Bruna que parece que encarnou minha mãe.
— Na sauna, agora vou me arrumar, temos poucos minutos para sair.
Subo as escadas correndo, assim que chego no quarto, guardo meu
presente no closet, ao tomar uma ducha sinto falta de Carla, tento controlar
meu pau, mas é inevitável, pensar nela me deixa sedento como nunca fiquei e
agora só em saber que serei o primeiro, ainda fico mais excitado.
Porra, passarei uns dias fora o que talvez seja saudável para que eu me
entenda melhor, assim posso descobrir que porra está acontecendo comigo,
mas deixar Carla aqui, rodeada de funcionários não me deixa muito feliz, a
sorte é que eu tenho Maria.
Ainda assim, pensando no bem-estar de Carla, resolvo tomar umas
providências e ligo para o chefe de segurança.
Ao terminar de me arrumar, jogo umas trocas de roupas em uma mala, e
ao olhar para o relógio, noto que só tenho um pouco mais de dez minutos para
sair e então resolvo enviar uma mensagem.
"Carla,
Estudar olhando para uma tela de celular tão pequena pode
te prejudicar, fique à vontade para usar minha biblioteca, lá você
encontrará vários livros e um notebook.
Até a volta, linda.
Muitos beijos e você pode escolher onde quer tê-los quando
eu voltar.
Adriano A."
Com um sorriso que não consigo controlar, guardo meu celular no bolso,
seguro a mala, desço as escadas e logo encontro minha família.
— Até que enfim filho, animado para uns dias no campo?
Minha mãe me pergunta ao me abraçar.
— Ainda não sei como me sinto sobre este passeio.
Ela me observa completamente desconfiada por causa da minha
resposta.
— Você sempre curtiu fugir da loucura que é a nossa cidade e frequentar
as festas locais do interior, o que aconteceu este ano?
— Nada Sra. Albuquerque.
Minha baixinha se aproxima e me abraça.
— Logo você ficará mais animado, confia em mim.
Ela me dá dois tapinhas em meu braço, fico sem entender como ficarei
animado e então seguimos para frente da casa onde dois carros com motoristas
nos esperam para nos levar para o aeroporto. Por sorte encontro Maria, vou
rapidamente ao seu encontro.
— Cuida da Carla para mim, mostra onde é minha biblioteca para que
ela estude e não deixa que lhe falte nada.
Maria me dá um abraço como sempre faz quando vou viajar.
— Pode deixar, comigo a sua namorada estará bem protegida.
Namorada? Puta merda, não pensei em tanto, mas também não quero
deixá-la livre para outros. Certo, agora eu tenho mais um assunto para pensar.
— Eu sei que sim, aproveita e descansa.
Ela assente, entro no carro e seguimos para o aeroporto.
Ao chegarmos, por se tratar de voo particular e nacional, não tivemos
maiores burocracias, logo depois seguimos para o embarque e para minha
surpresa, negativa, diga-se de passagem, ao entrar no avião, deparo-me com
Patrícia.
— Surpresa.
Puta merda, era só o que me faltava.
— Boa noite.
Respondo, vou para o meu lugar e resolvo olhar as notificações no
celular.
"Oi Adriano,
Muito obrigada, mas não precisa se preocupar comigo, de
verdade.
E sobre os beijos, deixo que você também escolha onde quer
receber.
Carla Dantas."
Porra... Ela vai me enlouquecer.
"Carla,
Me obedeça e vá estudar na biblioteca, é mais confortável.
E eu já escolhi onde quero receber os beijos e também onde
vou dar quando chegar.
Quero você rebolando em minha boca, estou ansioso.
Beijos.
Adriano. A"
O comandante avisa que em dez minutos vamos levantar voo e os
procedimentos padrões começam a ser tomados.
“Adriano,
Por favor, não faz isso comigo... Você não imagina como eu
fico.”
Um sorriso malicioso brota em meus lábios e eu decido provocá-la mais
ainda.
“Carla,
Eu imagino sim, você repetindo meu nome diversas vezes
enquanto te chupo.”
Clico em enviar a mensagem, verifico que ainda tenho cinco minutos,
mas a resposta não chega. Porra. Por que ela não respondeu?
— Sr. Adriano, é necessário desligar o celular.
A comissária de bordo avisa e sem ter o que fazer, desligo.
Assim que levantamos voo, inclino aminha poltrona, coloco os fones de
ouvido e ouvindo música, relaxo pela próxima hora, tentando o tempo todo me
manter com o pau no lugar, já que minha mente viaja a todo tempo naqueles
peitos gostosos, na bunda empinada, em Carla me chupando. Caralho! Eu
preciso tê-la.
Por via das dúvidas, resolvo ligar, porém, tento uma vez, duas e nada.
Será que aconteceu alguma coisa? Decido enviar uma mensagem.
"Carla,
O voo foi tranquilo e já estou em casa.
Obs.- Você me enlouquece.
Beijos,
Adriano A."
Vou até a sala de jantar onde uma refeição já esperava por minha família
e eu e mesmo tendo Patrícia com uma tromba do tamanho do mundo
proveniente do meu fora, conversamos alegremente em um clima que só vivo
nos finais de ano.
— Bruna, já contou a novidade para seu irmão?
Paro com o garfo no ar imaginando mil e uma possibilidades do que
pode ser, enquanto minha irmã faz questão de me deixar curioso por longos
segundos.
— Vou morar aqui este ano, estou te achando muito sozinho naquela
casa enorme.
Puta merda! Ganhei uma vigia? Já estou acostumado a morar sozinho.
— Vai se acostumar a morar aqui no Brasil?
Ela revira os olhos, parece escolher as palavras, olha para dois
empregados que estão no canto direito da sala de prontidão para atender nossas
necessidades, demonstra estar constrangida e me olha.
— Ora meu irmão, nosso mundo não deve em nada a um país de
primeiro mundo, você sabe.
E eu tenho que concordar, nossas possibilidades nos dão uma qualidade
de vida maravilhosa.
Ao terminar o jantar, faço questão de voltar para o meu quarto, assim
que chego, vou até o celular e nenhuma mensagem sequer eu vejo.
Como assim?
Desconecto do carregador, vou até a cama e já deitado, ligo para Maria,
por sorte, no terceiro toque, atende.
— Onde está, Carla?
Ouço sua risada e eu já consigo até imaginar os seus pensamentos.
— Sua namorada está aqui comigo, estamos assistindo um filme na sua
sala de TV, achei justo ligar a televisão que nunca ninguém usa.
Me divirto com Maria e sua sinceridade.
— Você sabe que pode, agora deixe-me falar com Carla e obrigado por
cuidar dela.
— Carla, seu namorado está na linha.
Ouço a risada de Carla, a mais gostosa de se ouvir e uma certa ansiedade
me acomete. Que porra é essa?
— Oi, doutor.
Carla Dantas
Fico surpresa com a direção que seguimos, pelo que me lembre, a via
Norte nos levará para Orla, mas decido não perguntar até porque a ansiedade
me deixa completamente sem voz.
Com mais alguns minutos, vejo um pequeno congestionamento de
carros, bem no cais onde um cruzeiro marítimo lindo está atracado, seguimos
a enorme fila que deixa várias pessoas numa entrada, onde tem uma ponte
que leva para o navio e finalmente chega a minha vez.
Adriano Albuquerque
Passo o dia me perguntando o que está acontecendo de verdade comigo,
sinto-me ansioso, verifico as horas várias vezes, só em pensar no nome
"Carla", um sorriso persistente simplesmente brota em meus lábios e a
expectativa da noite de réveillon, me faz ser completamente cego para as
alternativas que surgem durante o período que estive na academia e piscina do
cruzeiro.
A lembrança dos seus lábios em mim, a maciez da sua pele roçando no
meu corpo me enlouquece. Porra! Tenho muita saudade, este sim é o
sentimento que traduz boa parte do que sinto e eu não posso mais negar que
Carla exerce um poder sobre mim.
Quinze minutos, é a distância de tempo que me separa de Carla, a
expectativa de vê-la novamente me desconcentra. A todo momento conhecidos
vêm em minha direção, clientes antigos me parabenizam por meu sucesso em
algumas causas em que saí vitorioso há meses só para terem assunto comigo,
enquanto eu... verifico novamente as horas.
— Você parece estar bem ansioso, esperando alguém? Uma namorada?
A esposa de um grande empresário local me pergunta ao me observar,
demonstra bastante interesse pela resposta e eu entendo, sei que sou um dos
solteiros mais cobiçados da alta sociedade e ela tem uma filha que já
demonstrou interesse.
— Na verdade, sim. E tenho que ir até a entrada principal, ela chegará
em minutos.
A senhora abre bastante os olhos, mas não parece estar feliz.
— Ora, será que testemunharei o Dr. Adriano assumindo um
relacionamento? Ficarei ansiosa para conhecê-la, só não se esqueça de ter
bastante sabedoria, muitas moças quando conhecem um rapaz bem-sucedido
como você, tentam se aproveitar.
É sério o que acabo de ouvir? De repente me vejo tentado a perguntar se
ela está falando da própria filha, mas me controlo em respeito à família.
— Sobre a moça em questão. – Paro por um momento ao me lembrar de
Carla com seu jeito simples que quer sempre me impedir de gastar valores que
acho o mínimo, mas que para ela é o máximo. — Ela é diferente.
Afirmo com toda certeza que posso ter, percebo que agora sou vítima da
total curiosidade da socialite, decido cortar conversa e após um cumprimento,
vou em direção a entrada do salão, que por sinal encontra-se lotado de homens
e mulheres com suas diversas máscaras. Quase não reconheço ninguém, mas é
incrível como me enxergam.
Cinco minutos para as vinte e duas horas. Mentalmente faço piada sobre
meu estado adolescente, pois é o que pareço dada as circunstâncias e para
completar mais e mais pessoas chegam, menos ela.
Coloco as mãos nos bolsos, observo ao olhar para o céu o quanto a noite
está espetacular e ao abaixar minhas vistas, paraliso. Carla está parada a
poucos passos de distância, perfeita, observo que a máscara lhe caiu muito
bem deixando o ar misterioso que eu queria, ela parece ansiosa, sua respiração
falha por um momento, seus peitos ficam mais evidentes e então sorri.
Porra! O que eu poderia esperar da mulher que teve minha total atenção
quando estava vestida apenas com meu moletom no meu quarto? Agora ouso
falar que é a mais linda de toda festa e é completamente minha.
— O-oi, doutor.
Puta merda! Não resisto aos seus lábios entreabertos, com uma mão
possessiva em sua cintura a puxo e a beijo. Ela segura em meus braços como
se estivesse buscando equilíbrio, acaricia e com as mãos cruzadas em meu
pescoço retribui ousadamente as minhas investidas.
— Você está linda.
Ela morde os lábios.
— Hoje eu preciso concordar, estou me sentindo de verdade muito
linda, mesmo agora estando sem batom.
Acho graça da sua colocação, mas será que ela não sabe que já é linda
mesmo usando apenas um roupão?
— Seus lábios têm uma cor maravilhosa, o batom não te faz falta, você
continua linda de qualquer jeito.
Ela me dá o mais lindo sorriso.
— Você também está lindo... Na verdade é muito, mas quando usa
essas roupas fica ainda mais.
Carla toca em minha gravata e depois desliza seus dedos pelos botões
da camisa. Puta meda! Seus toques me deixam ainda mais excitado, não
consigo conter meu pau e para evitar mais exposição, entrelaço minha mão
com a dela.
Adentramos o salão, em direção a mesa reservada em um local com
vista privilegiada para se ver a queima de fogos, noto a todo tempo o
encantamento de Carla por causa do glamour da festa, é lindo de ver seus
olhinhos brilhando com o novo, porém também vejo que as vezes ela abaixa
o olhar quando as pessoas a observam.
— Carla, você por um acaso está desconfortável por estar aqui?
A abraço de surpresa e pergunto bem no seu ouvido por causa do
ambiente barulhento.
— Um pouco, pelo que vejo aqui só tem pessoas bem ricas, Adriano. E
eu sou apenas uma empregada, ou melhor, sua guelzinha.
Ela me abraça e sussurra. Aproveito a aproximação, deslizo minha mão
nas suas costas nuas e mais uma vez beijo seus lábios viciantes, quando abro
os olhos, noto algumas pessoas tentando desvendar o seu rosto, ao
terminarmos ela descansa a cabeça em meu ombro para recuperar o fôlego e
eu decido reconfortá-la.
— Não se sinta inferior por ser office girl, isso não é motivo de
vergonha.
— Eu não tenho, pelo contrário, sou bastante agradecida, mas você
sabe, as pessoas julgam.
Entendo seus motivos, na tentativa de acalmá-la a levo para mesa,
sentamos um ao lado do outro em uma espécie se sofá em L, a envolvo no
meu abraço, peço um vinho rosê para minha linda e faço questão de alimentá-
la com algo leve, mas que lhe ofereça o devido vigor durante as próximas
horas.
— Mais uma hora e entraremos em um novo ano.
Comento ao acariciar o rosto de Carla e recebo um beijo saborizado
com o chocolate da sobremesa.
— Sim e vai ser inesquecível para mim.
Passo minha mão por baixo da mesa e acaricio sua coxa por cima do
vestido, fico louco ao ver seu rosto ganhando um novo tom.
— Para mim também. Quer dançar?
— Sério que você dança?
Acho graça da sua pergunta com misto de brincadeira e surpresa.
— Na verdade não é difícil fazer um passo para esquerda e vez ou outra
para direita.
Carla sorri.
— Aqui não parece que vamos dançar valsa, Adriano.
Ela acaricia meu rosto roçando os dedos na minha barba por fazer que
eu sei bem onde vou passar para provocá-la.
— Mas eu aceito, estou super curiosa para te ver dançando.
Ela não imagina o quanto também estou curioso. De mãos dadas vamos
para o centro da pista e ao som de várias músicas nos divertimos, gosto de
vê-la relaxando e deixando a baixa autoestima de lado, mas eu só não contava
que Carla saberia dançar tão bem e que por isso chamaria ainda mais atenção.
Tento mantê-la protegida por meus braços, mas não consigo evitar os
olhares.
O Dj anuncia a música Perfect Duet de Ed Sheeran, que ele dedica aos
casais, o ritmo mais suave contagia o ambiente e Carla juntamente comigo
dançamos perdidos um no olhar do outro.
— Essa música parece ser linda, mas não entendo muito o que diz.
Ela confessa parecendo lamentar, então inclino-me e com meus lábios
próximos ao seu ouvido traduzo alguns trechos.
"Querida, entre de cabeça e me siga... Bem, eu encontrei
uma garota, linda e doce. Oh, eu nunca soube que era você quem
estava esperando por mim..."
Nossos movimentos vão cessando, Carla acaricia minha nuca enquanto
vou sussurrando as frases, se afasta um pouco fazendo com que eu a olhe,
fica na ponta dos pés e me beija, lento, sexy, gradativamente aumenta o ritmo
e me puxa ainda mais para que nossos corpos fiquem alinhados. Eu não
consigo mais esperar.
— Carla, está sentindo como você me deixa?
Sussurro no seu ouvido e ela me aperta.
— Você me causa o mesmo efeito. E eu acho que gostaria de passar a
virada de ano, a sós com você.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Carlinha totalmente no seu modo misto entre uma tímida e safada que
muito me agrada, me puxa pelos bolsos da calça, meu pau chega a pulsar de
tanto desejo de tê-la me recebendo e movido por este pensamento, abro o zíper
lateral do seu vestido e deixo que caia até seus pés.
No momento que a vejo com a lingerie minimalista que escolhi para
ocasião, percebo que uma grande prova está acontecendo comigo, pois tenho
vontade de fodê-la em todas as posições, meter meu pau sem maiores
cerimônias, proporcionar muito prazer até vê-la desacordada em meus braços,
mas é a sua primeira vez e eu preciso ser paciente.
Sem que ela espere, a carrego, ela cruza as pernas em meu quadril, com
nossos lábios unidos, vou em direção da cama onde a coloco deitada, tiro seu
sutiã, beijo seus peitos inchados de tanta excitação, mas dada a ansiedade,
deslizo minha boca faminta por sua barriga, até que chego lá, na boceta, onde
desde que a conheci tenho vontade de estar.
— Ahhh Adrianooo,
Ela geme, na expectativa, se contorce de prazer puxando os lençóis, tiro
sua calcinha e logo enlouqueço com o que vejo.
— Boceta lisinha como gosto.
Ela tenta fechar as pernas quando me ajoelho na sua frente o seu rosto
fica todo vermelhinho.
— Abra bem essas pernas, Carla. Vou te foder com minha língua.
Com o auxílio das minhas mãos em suas coxas, ela me obedece, fico de
cara com uma gostosa aberta, molhadinha, pronta para rebolar em minha boca
e porra!
Passo minha língua na extensão, provo o gosto de boceta que sou
viciado, Carla grita, a observo para ver como está e para minha surpresa a
gostosa aperta os seios e inclina a cabeça para trás. Ela está pronta e louca para
ser fodida.
Percebendo que Carla não vai mais fechar as pernas, massageio sua
entradinha com meu polegar enquanto chupo seu clitóris, vendo o quanto ela
relaxou meto um pouco do meu dedo abrindo espaço, meu pau pulsa, ela
rebola, de tão excitada parece não sentir dor, chupo mais rápido, o prazer
aumenta e eu já brinco tirando e botando meu dedo na apertadinha, até sentir o
início dos espasmos que indicam o orgasmo sendo construído.
— Não para, não para doutor.
Ela pede desesperada, os movimentos do seu quadril sugam mais o meu
dedo e ela goza gostoso me dando seu sabor de mulher.
— Carla, eu não aguento mais, preciso de você, qualquer dor, peça para
parar, pois eu já estou no limite.
A gostosa, enquanto me vê tirando a calça junto com a boxer, vê meu
pau com as veias bem salientes e pulsando, desliza a mão até sua boceta e se
masturba para mim, fico louco com a visão, tiro um preservativo da minha
carteira que estava na mesa de centro, visto meu pau, vou para o meio de suas
pernas, posiciono-me na entrada, com uma encostadinha da cabeça ela rebola,
seguro suas mãos para deixá-la ainda mais vulnerável a mim e olhando nos
seus olhos, meto um pouco.
— Vemmm.
Ela pede enquanto seus olhos ficam marejados e em um movimento
lento de vai e vem para acostumá-la vou metendo meu pau todinho.
Carla vai se acostumando, ousadamente rebola, ainda usando saltos,
cruza as pernas no meu quadril, me puxa e com esse gesto me libera para uma
foda mais pesada.
— Goza, sou todo seu.
— Vem Adriano.
Suas mãos cruzam meu pescoço, sinto meu pau sendo ainda mais
apertado, os gemidos de Carla ficam muito mais altos, ela arranha minhas
costas e goza chamando meu nome, eu a acompanho, quando ainda estamos
encaixados, nos beijamos e pela claridade que entra no quarto e som de fogos
de artificio, constato que acabo de viver a melhor virada de ano da minha vida
— F-feliz ano novo, lindo.
Acaricio seus cabelos molhados de tanto suor, observo o quanto ela fica
linda pós sexo, não imagino Carla com mais nenhum homem e nossos olhares
se encontram demonstrando cumplicidade enquanto sou acometido por uma
certeza que preciso verbalizar como se fosse o ar que respiro.
— Feliz ano novo, minha namorada.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Meio dia, estudo de caso completo, observo minha gostosa deitada ainda
mais exposta e uma ideia surge. Por que não almoçar na cama?
Sigo até a cozinha, em uma bandeja para café da manhã coloco os
pratos, sirvo a lasanha tentando fazer bonito, coloco os talheres ao lado e vou
para o quarto onde deixo a bandeja aos seus pés e deito-me ao seu lado.
— Dorminhoca.
Distribuo beijos em seu pescoço, Carla movimenta o corpo, roça sua
bunda em meu pau e minha fome por ela só aumenta.
— Oi.
Ela diz tão baixinho que fica sexy e se vira para ficar de frente para mim
e quando vejo seu sorriso, decido evitar falar sobre o motivo do seu choro.
— Trouxe nosso almoço preparado por mim, minha especialidade.
Carla sorri ainda sonolenta, nos sentamos na cama e eu puxo a bandeja.
— Uau, parece deliciosa. Já te falei que amo lasanha?
Divirto-me, pois, seus olhinhos brilham.
— Não, mas vamos ter tempo para descobrir vários gostos.
No seu modo menininha, ela me entrega o meu prato. Coloca suas
pernas deliciosas por cima da minha de lado e se serve. Fico admirado com seu
apetite, ela devora sua porção em poucos minutos.
— Quer mais um pouco?
Ela me dá um beijinho e nega alegando que está bem satisfeita, que
mesmo estando com fome e amando a lasanha, não conseguirá comer mais,
por sorte me lembrei de colocar a sua porção bem menor que a minha.
— Já que você cozinhou provavelmente fazendo o silêncio do mundo
todo, vou lavar nossos pratos.
Ela ajeita os itens na bandeja e eu a puxo para os meus braços.
— Não, temos alguns empregados de plantão.
Ela ajoelha entre minhas pernas me enlouquecendo com suas curvas
deliciosas e acaricia meu rosto.
— Você tem, eu não. Agora deixe-me lavá-los e logo voltarei para cama.
– Ela morde os lábios e seu rosto fica vermelhinho. — Quero tanto você..
como ontem.
Segurando em sua cintura, a puxo para meu encontro, Carla geme
quando meus lábios encontram os seus, mas usando uma força sobrenatural,
consegue escapar e segue para cozinha segurando a bandeja, mas logo para na
porta e abre bem os olhos.
— Meu cristinho! – Ela me olha e gargalha. — Adriano, você usou toda
cozinha para fazer uma lasanha.
Dou de ombros, gargalho e vou em sua direção.
— Não me culpe, não sabia onde estavam todos utensílios e tive que
usar vários.
Ela vai até o balcão e coloca a bandeja.
— Claro que não, eu amei o almoço, só vou demorar cinco minutinhos a
mais para voltar para seus braços.
Divirto-me enquanto a observo. Carla pega um saco plástico, com uma
rapidez impressionante, recolhe todo lixo, deixando-me louco com cada
inclinada que ela dá para alcançar algum item mais distante, meu pau lateja
enquanto meus olhos percorrem todo seu corpo, ainda entretida nos seus
afazeres continua lavando os pratos, e eu me aproximo silenciosamente por
trás.
— A-Adriano... Adriano.
Ela repete meu nome como um clamor enquanto encosto-me ainda mais
por trás.
— Você é gostosa até lavando pratos e usando esta camisola então...
Sente como você me enlouquece.
Carla respira fundo, passo minhas mãos por sua cintura, alcanço as suas
mãos e juntos lavamos mais alguns poucos itens.
Com minhas mãos limpas e molhadas, as deslizo pelas laterais do seu
corpo, abaixo-me por atrás, tio sua calcinha, subo minhas mãos por suas
pernas, pela parte interna das coxas, minha gostosa por saber que meus dedos
estão próximos da sua boceta, rebola buscando atrito, então a deixo na
vontade, acaricio sua bunda e busco aquele lugar, preciso saber se ela tem
sensibilidade lá.
Carla geme quando meu polegar circula a área, empina a bunda e então
eu já sei que é uma área que posso trabalhar. Levanto-me a deixando carente
dos meus toques, tiro sua roupa, viro a de frente, a carrego, ela cruza suas
pernas no meu quadril e eu a levo para bancada.
Carla tira a minha camisa, me puxa para um beijo gostoso e enfio dois
dedos na sua boceta extremamente molhada para alargá-la.
— Adriano, vem... Ahhhh, quero você em mim.
Carla rebola, tenta abaixar minha calça, facilito sua vida me afastando
rapidamente, me despindo, ela me puxa em seguida para me beijar e para
minha quase morte, a cabeça do meu pau roça na sua entrada.
— Carlaaa.... Porra! Que delícia.
Sinto uma boceta pela primeira vez sem a proteção, tenho vontade de
meter com força, mas lembro-me do preservativo e de onde os pacotes devem
estar, se Maria não os jogou fora, mas Carla não dá descanso, me puxa para
um beijo, eu a carrego com a intenção de levá-la para o quarto, sinto sua
boceta abertinha bem no local e por estar bem louco de desejo, meto com
vontade ainda no balcão da cozinha.
— Ahhhh!
Ela geme de prazer me incentivando, arranha minhas costas, me beija,
me envolve com suas pernas, apalpo sua bunda gostosa, a sensação da sua
carne apertando meu pau me enlouquece.
— Carla eu vou gozar.
Aviso, ela me aperta, goza gostoso repetindo o meu nome, me deixa
ainda mais estimulado com seus espasmos, então me retiro rápido e gozo fora
deixando sua barriga marcada com meu gozo, nos beijamos e ainda abraçados
vamos nos acalmando.
— Nunca tinha transado sem preservativo e você é deliciosa.
Carla dá uma leve mordida em meus lábios inferiores.
— Minha menstruação foi embora tem pouco tempo, posso tomar a
pílula, não se preocupa e também não tenho nenhuma doença.
A informo que também não, pois como havia dito sempre me protegi e
faço exames regulamente.
— Precisamos então decidir qual será nosso método contraceptivo, mas
antes vamos aproveitar o dia de hoje.
Carla concorda e vamos tomar um banho na banheira daquele jeito.
Carla Dantas
Adriano Albuquerque
Carla Dantas
30 dias depois...
Adriano Albuquerque
"Bom dia,
Não quis te acordar, senão poderia correr o risco de me
atrasar para aula como já aconteceu duas vezes, você bem sabe a
tentação que é.
Como combinamos ontem à noite, deixei meu vestido
separado para festa da faculdade, não esquece de levar para A&A.
Puta merda, não acredito que não a vi antes de sair de casa, como assim?
Levanto-me, vou até a suíte necessitando de um banho frio para acordar
de vez e também acalmar meu pau que sente falta de ser saciado pela manhã.
Enquanto a água molha meu corpo, repasso em meus pensamentos os
lembretes de Carla e quando vem a minha memória a "mesa de reunião" já era
qualquer possibilidade de acalmar meu ânimo.
Como posso esquecer do seu segundo dia de trabalho?
— Acho que ontem ficamos com uma pendência.
Carla caminha até a mesa, senta-se na beirada, cruza as
pernas e desabotoa três botões do vestido, deixando o decote maior
e seus seios expostos.
— Carla.
Caminho hipnotizado por sua beleza e ousadia já tirando a
roupa e expondo o que ela tanto deseja e então minha linda abre as
pernas me surpreendendo por estar nua, mostrando sua boceta toda
molhadinha e sedenta por uma surra de pau.
— Vem, doutor.
Ela morde os lábios, encaixo-me entre suas pernas e enquanto
provoco metendo e tirando a cabeça do meu pau em sua boceta, ela
tira minha camisa e deixa-me apenas com a gravata.
— Não vou conseguir ser romântico, entende Carlinha?
Me preocupo, por ainda não lhe ter apresentado uma foda tão
forte em respeito ao seu corpo tão delicado, iniciado na prática do
sexo há pouco tempo.
— Entendo.
Carla querendo me enlouquecer, acaricia meus testículos
enquanto chupa meus lábios. Porra! Tiro sua mãozinha
provocadora entre nós, abro ainda mais as suas pernas e meto meu
pau todinho até as bolas.
— Ahhh... Ahhh...
Carla geme gostoso me recebendo, deita na mesa, aperta os
peitos se dando ainda mais prazer, me envolve com suas pernas e
me leva a loucura.
— Porra!
Volto a consciência, termino o banho ainda necessitado, visto um roupão
e vou para meu quarto escolher uma roupa, já que ultimamente tenho dormido
mais na casa da piscina.
Carla Dantas
Depois de alguns dias de aula, uns "bom dia" distribuídos ali, uns "como
vai?" por outro lado, algumas conversas trocadas no intervalo, poderia jurar
que estava enturmada, porém, hoje, aqui em plena festa, percebo que não é
bem assim.
Os estudantes parecem se conhecer há muito tempo, de outras festas,
conversam sobre viagens internacionais, roupas de grife, sabem as músicas da
moda, enquanto eu estou preocupada em passar em todas as matérias, ser uma
ótima guelzinha e não decepcionar meu advogato que tanto me ajuda.
— Você parece ser bem granfina só que está deslocada, como eu. Posso
me sentar aqui com você?
Uma garota morena com os olhos esverdeados me tira dos meus
devaneios.
— Só pareço, mas não sou nem um pouco e pode me fazer companhia,
por favor.
Ela levanta as mãos para cima como se estivesse agradecendo aos céus e
se acomoda.
— Meu nome é Aline, sou bolsista no pré-vestibular pela tarde, sou filha
do jardineiro e agora a noite fui forçada a vir nesta festa, meu pai acha que
ficarei mais animada.
Me apresento, conto um pouco sobre a minha rotina cansativa, do meu
namorado, só não entro em detalhes, não conto que é Adriano, que tem vinte e
oito anos e é o advogado mais lindo que existe.
— E você? Tem namorado?
Ela dá risada, mas logo sua expressão fica um pouco triste.
— Há um pouco mais de quinze dias eu tinha, vivia uma ilusão, mas
algo aconteceu e agora eu tenho certeza que amor é luxo.
Ela declara com uma certa tristeza, fico curiosa para saber o que
realmente aconteceu, porém não me sinto muito à vontade para perguntar,
afinal de contas acabamos de nos conhecer. Logo depois nos servimos de
alguns salgados, mesmo sem costume, resolvo tomar duas batidas de frutas
bem docinhas, o ânimo de Aline continua péssimo, eu já não sei o que dizer e
por este motivo, aceito mais uma taça.
Bebo no canudinho bem devagar saboreando a batida de frutas, até que
um garçom me dá um bilhete que imediatamente abro.
"Linda, três taças? Não passa disso, sei que você não tem
costume de ingerir tanto álcool. Temos mais trinta minutos aqui e a
festa continua lá em casa.
Beijos
Adriano. A"
Onde está Adriano que procuro a tanto tempo e não vejo?
— Algum admirador secreto?
Curiosa, Aline pergunta e eu gargalho mais alto até do que normal.
— Serve namorado secreto? Ele está aqui, viemos juntos mas não
podemos ser vistos ainda um na companhia do outro.
Ela parece surpresa, mas não me pergunta detalhes, a banda dá as boas-
vindas aos novos alunos, fala os nomes dos cursos, os estudantes vibram com
cada citação e eles convidam a todos para pista.
— Vamos dançar, Aline?
Faço o convite sem nem pensar direito para tentar animá-la e para meu
desespero, ela aceita.
— Vamos sim, dançar sempre me deixa animada.
Aline me dá a mão, me puxa, caminhamos feito duas pré-adolescentes e
como a festa tem centenas de pessoas mais que animadas, por não sermos
altas, decidimos ficar um pouco atrás.
As músicas no estilo sertanejo universitário contagiam a todos e
aparentemente só eu não sei os passinhos da coreografia, uma vida longe das
festas dá nisso.
— Não faço ideia como se dança, Aline.
Ela sorri de verdade pela primeira vez na noite.
— Me imita, Carla.
Aceito a sugestão, aos poucos consigo imitá-la, enquanto me divirto,
lembro-me da virada do ano, de estar dançando com Adriano, sinto falta do
meu advogato e suas mãos enormes me envolvendo, o procuro pelo ambiente,
mas não o encontro.
Verifico no relógio que só tenho mais cinco minutos para hora marcada
de ir embora, então despeço-me de Aline.
— Só mais uma música, Carla. Por favor.
Como tenho tempo, aceito, mas para meu azar um rapaz se encosta em
mim.
— Dança comigo, gata? Prometo deixar você usufruir do meu corpinho.
Tenho vontade de dar risada, se ele soubesse o corpão que meu
namorado tem, jamais me ofereceria o dele, abro a boca para responder,
porém.
— Ela já tem acompanhante.
Adriano para bem ao meu lado com seu porte másculo e o rapaz
paralisa.
— P-porra, a-achei que ela e-era o-outra menina, cara.
O rapaz praticamente corre e eu acabo me divertindo com a cena.
— Vamos?
Adriano sussurra, passa sua mão por minha cintura e eu aceito a
sugestão maravilhosa.
— Claro, mas antes quero te apresentar uma colega.
Por estar animada, viro-me para Aline pois quero apresentá-la a Adriano,
pois julgo que ela não poderá ser um problema para nós e tudo acontece muito
rápido. Uma confusão enorme começa entre os estudantes causando pânico,
Adriano me dá a mão arriscando nosso disfarce, puxo Aline para que ela não
fique para trás, mas alguém se bate nela e para meu desespero, minha mais
nova colega acaba caindo.
— Ahhh meu Deus! Alineee.
Temo que ela seja pisoteada, Adriano me protege com seu corpo, tenta
ajudá-la, mas um outro rapaz bem alto, assim como meu advogato,
praticamente abre passagem, a resgata do meio da confusão e vai para o lado
contrário.
Sem nem perceber, encontro-me nos braços de Adriano e ele só me
coloca no chão quando estamos no meio de um corredor enorme parcialmente
iluminado.
— Linda, você está bem?
Ele segura meu rosto com tanto carinho e nossos olhares se encontram.
— S-sim, ainda bem que você estava perto, só estou preocupada com
Aline.
Adriano desliza as mãos por meus braços, só então eu o noto com mais
precisão, as mangas da sua camisa social estão dobradas e ele está sem a
gravata.
— Te observei o tempo todo, ficaria louco se algo te acontecesse e sobre
sua colega, vi quando um amigo meu a carregou, fique tranquila.
Ele me puxa pela cintura e eu envolvo minhas mãos no seu pescoço.
— Carla, quero depois você dançando só para mim. Eu não resisto mais,
linda.
Ele roça os lábios nos meus.
— Com todo prazer, doutor.
Adriano me beija, carrega, cruzo as minhas pernas em sua cintura e suas
mãos enormes passeiam por baixo do meu vestido, aperta minhas coxas,
apalpa minha bunda me fazendo ficar completamente arrepiada, a sensação
gostosa das suas carícias me faz gemer e nós não conseguimos mais esperar.
— Adriano te quero tanto.
Ele abre a primeira porta, por causa da iluminação da lua conseguimos
notar que estamos em uma sala de aula, meu advogato me coloca na mesa,
abre minhas pernas e enquanto me beija, aquecendo ainda mais meu corpo, tira
seu pau para fora da calça.
Por causa da urgência, afasto minha calcinha, ele vem, rápido, com
força, me enlouquecendo com o vai e vem gostoso. Separamos nossos lábios
para respirar e então Adriano pressiona meu clitóris com seu polegar e eu
acabo tendo um orgasmo que o deixo todo molhado.
Ainda respirando ofegante, sem entender como o orgasmo veio tão forte,
Adriano se inclina e sussurra enquanto se retira.
— Fique de bruços.
Ele me ajuda, levanto e me inclino sobre a mesa, Adriano afasta as
minhas pernas e então sinto seus dedos dentro de mim.
— Tão molhada.
Ele retira os dedos, coloca novamente seu pau bem duro, tira, bota e
então me surpreende circulando com um dedo lá atrás.
— Adriano o...
Sinto prazer com o toque e eu vou relaxando enquanto ele continua de
forma implacável me penetrando.
— Você vai gostar, será delicioso para nós dois.
Seguro-me na borda da mesa que acaba sendo um pouco arrastada por
causa do movimento, novamente minha carne o aperta, clamo por mais, ele
grunhe de prazer e então sinto seu dedo entrando por trás, minhas pernas
tremem e a sensação vem ainda mais forte.
— Ahhhh... Ahh Adriano.
Fecho os olhos, sinto como se estivesse tendo dois orgasmos ao mesmo
tempo em uma intensidade ainda maior e meu advogato goza em mim.
Adriano Albuquerque
— Chegueiiiii.
Carla chega na minha sala parecendo animada e por estarmos a sós, me
dá um beijo.
— E bem na hora, Natália acaba de me avisar que o Sr. Muniz está
chegando.
Ela parece ficar um pouco tensa e eu bem sei o motivo, provavelmente
Dorothy estará presente.
— Fica tranquila, pode ficar ali no sofá, que assim que os acordos forem
assinados, você precisará despachá-los para o cartório.
Ela confirma com gestos, nos beijamos rapidamente, Carla vai se sentar
e finalmente o elevador se abre, então vejo Dorothy, o esposo, Patrícia, o Sr.
Muniz e Natália.
Nos cumprimentamos, trocamos algumas palavras, Carla sendo educada
também os saúdam, Natália indica os lugares na mesa e enquanto aguardamos
os representantes de cada família, noto que o Sr. Muniz não tira os olhos da
minha namorada.
— De onde te conheço, garota?
Assim como eu, Carla fica bastante surpresa, depois abre um lindo
sorriso.
— Provavelmente o senhor conheceu a minha mãe, ela trabalhou
durante muitos anos na casa da sua irmã, dizem que pareço com ela.
Como bom observador, depois que Carla responde o questionamento,
observo as reações dos presentes. Em segundos vejo Patrícia revirar os olhos
demonstrando um ciúme sem cabimento, o seu pai, olha para uma agenda que
está na mesa e começa a rabiscar algo, o Sr. Muniz continua olhando para
Carla, enquanto Dorothy empalidece me deixando curioso. Por quê?
— Qual sua idade, Carla?
Minha linda fica um pouco tímida com a pergunta pessoal do meu
cliente, mas age de forma simpática.
— Em dois meses faço dezenove.
— Era só o que nos faltava, meu irmão. – Dorothy interrompe Carla
com o tom de voz tão alto que surpreende a todos. — Controle-se, a garota,
pelo o que sei, tem um caso ou é namorada do meu motorista.
Respiro fundo para tentar manter a calma e quando penso em responder.
— Nunca, a senhora bem sabe que não tenho nada com seu motorista.
Carla levanta demonstrando bastante raiva com o que ouve e eu não
posso deixar de ir até ela sem me importar com olhares.
— Calma.
Começo a consolá-la, mas ela toca em meu braço como se estivesse
querendo me tranquilizar.
— Desculpa, sei que tenho que me comportar e.
A interrompo, pois, dada a circunstância, ela agiu de forma bem
aceitável, quem não se defenderia? Principalmente depois do que passou com
o tal motorista.
— Sra. Dorothy, toda negociação será feita com o Sr. Muniz e seu
esposo. Peço que aguarde na recepção juntamente com Patrícia. Em hipótese
alguma, uma funcionária minha será insultada.
As duas ficam em choque, mas acatam minha decisão, Natália as
acompanha até o elevador enquanto fico ao lado de Carla.
— Amo esse seu jeito protetor, por esse e outros motivos que sou
apaixonada por você.
Ela sussurra tão baixo que até tenho dificuldade para escutar e apenas
fico na vontade de beijá-la, mas me seguro.
— Fico feliz que tenha aceitado ficar na casa principal enquanto viajo,
assim você ficará mais perto de Bruna e Maria.
Realizando minha fantasia, vestida apenas com a camisa do meu
moletom aberta até a metade da sua barriga como imaginei quando a vi no
meu quarto pela primeira vez, ela me abraça e coloca a cabeça no meu ombro.
— E eu tive escolha? Argumentar contra você, Bruna e Maria, foi
demais para mim.
Carla com certeza tem razão, não existiam alternativas, dessa vez, de
qualquer forma a deixaria na casa principal enquanto viajo com o Sr. Muniz.
— Não, minha linda.
Ela se diverte enquanto fico pensativo, por mais que eu saiba que ficarei
fora apenas por quarenta e oito horas, sinto-me desde já saudoso.
— Vou sentir saudade.
Confesso enquanto me levanto, pois preciso tomar banho para viajar em
plena madrugada.
— Eu também, é incrível como desde já estou triste, acho que sou
apaixonada por você de tal forma que nem sei explicar.
Carla senta na cama e fica me olhando, noto seus olhos marejados, volto
ao seu encontro, aperto suas bochechas e ao olhá-la tão de perto, não me
permito mais perder tempo.
— Eu sei explicar.
Ela me olha curiosa enquanto vou me inclinando em sua direção e
encaixando-me novamente entre suas pernas.
— Não é só paixão que vem e passa rápido, o que nós temos é mais
forte, minha linda. Não percebeu que eu te amo Carla Dantas? E é por isso que
quero sempre estar por perto mesmo que seja para te ver dormindo?
Os olhos de Carla ficam maiores, uma lágrima molha seu rosto e de
forma que me surpreende ela cruza as pernas no meu quadril me puxando para
que eu me perca novamente entre suas pernas.
— Ahhh, eu também te amo, Adriano. Há muito tempo. Eu te amei
mesmo sem saber que um dia você seria meu, isso me afligia muito e agora
também sou amada.
Fico louco com sua declaração bem no meu ouvido e meto meu pau a
preenchendo todinha, novamente nos amamos parecendo insaciáveis e quando
chegamos ao ápice do prazer, mais uma vez nos declaramos.
— Não acredito que você me pegou novamente, meu amor.
Ela rebola ainda se aproveitando do nosso encaixe.
— Como não? Quando você disse que me amava, fiquei ainda mais
excitada, quis te ter novamente tendo a certeza deste sentimento lindo, você
não imagina o quanto sonhei em ouvir isso.
Entendo perfeitamente bem, pois também fiquei louco para tê-la
enquanto ouvia as declarações.
— Agora preciso me arrumar.
Carla abre as pernas para que eu desencaixe e faz questão de me
acompanhar no banho me tirando completamente do eixo.
— Maria, cuide da minha linda e de Bruna enquanto fico fora este final
de semana.
Maria se diverte com meu pedido.
— Está querendo me ensinar, meu filho? Logo eu que já criei meus
filhos e te suporto?
Ela gargalha.
— Pode deixar que cuidarei dos seus amores.
Beijo o rosto de Maria, dou um beijo rápido em Carla e vou
acompanhado por Tomas para o carro.
Carla Dantas
— Posso saber o motivo desse sorriso nos lábios Carlinha? Dos olhos
marejados eu já sei sobre o que é... Saudade do namorado, com certeza.
Olho para Maria, vou ao seu encontro e a abraço bem apertado.
— Adriano se declarou para mim, ele me ama, assim como eu o amo,
juro que estou vivendo um sonho.
Fecho os olhos me lembrando do momento e suspiro, a verdade é que já
conto as horas para voltar a vê-lo.
— E qual a novidade nisso tudo, menina? Só você que não sabia, uai.
Dona Maria coloca a mão na cintura.
— Eu sentia todo cuidado e amor, mas é maravilhoso ouvir as palavras
mágicas ditas com aquela voz máscula que me enlouquece.
Ela gargalha com a minha animação por causa da declaração.
— Ainda vejo vocês casando, agora vá dormir que hoje é sábado e nem
deu cinco horas ainda.
Obedeço, pois, estou muito cansada por causa da madrugada recente
com meu amor, volto para o quarto do meu advogato e vestindo uma camisa
dele, fico entre nossos lençóis e travesseiros, sonhando com a sua volta.
— Acorda Carlinha. – Tento abrir meus olhos, mas minhas pálpebras
parecem não me obedecer e eu só tenho vontade de ficar deitada. — Carla? –
Bruna praticamente me sacode e senta ao meu lado.
— O-oi... Nossa, que horas são?
Encosto-me na cabeceira, bocejo e puxo um travesseiro que de imediato,
abraço.
— Já passam das treze horas, sabia?
O susto que tomo ao saber a hora é tanta que me estico rapidamente para
pegar meu celular que está no criado-mudo para ver se tem ligações perdidas
ou mensagens de Adriano e como desconfiava.
— Perdi duas ligações do seu irmão.
Verifico logo as mensagens.
"Oi linda,
A viagem foi bastante tranquila, te liguei duas vezes, como
você não atendeu, acredito que minha cama te pegou de jeito (já
que eu não estou aí) então falei com minha irmã que me prometeu
cuidar de você.
Te amo, beijos.
Adriano."
Um sorriso persistente brota em meus lábios e eu só volto para realidade
quando Bruna puxa meu celular para ver a mensagem.
— Ahhhhhh, onde você escondeu meu irmão, hein? – Ela me olha e
começa a ficar corada, me fazendo rir só de imaginar seu pensamento. — Por
favor, não me conta, Carla. – Gargalhamos com sua brincadeira e Bruna
prossegue. —Estou super feliz, sabia? Adriano é um cara muito bacana e você
é perfeita para ele, quando o amor acontece, é lindo de se ver.
Noto que seu semblante fica um pouco triste.
— Um dia acontece para você também, Bruninha.
Ela suspira e coloca as mãos para cima.
— Alguém aqui tem que ter fé... Mas, não te acordei para falar da minha
carência e falta de sorte e sim para te convocar para um dia com sua
irmãzinha, que tal duas sessões de cinema VIP com muita pipoca e
refrigerante?
A palavra "cinema" me faz lembrar que ainda não pude viver um
programinha tão comum com Adriano por causa do meu estágio, mas logo me
recordo que essa situação em breve vai mudar e vamos poder nos assumir, já
que meu advogato disponibilizou a metade do primeiro andar da A&A
Advogados para estagiários de Assistência Social recrutados pela faculdade e
me colocou como secretária do setor pois ainda não posso exercer a função,
desta forma não serei mais a sua funcionária e sim da faculdade.
— É claro que aceito, só preciso me arrumar.
Ela concorda com gestos e me incentiva a levantar.
— Perfeito!
Bruna bate palmas.
— Era para te chamar antes, mas Patrícia esteve aqui mais cedo, enfim,
arrume-se que ainda vamos almoçar fora.
Agradeço por estar dormindo na ocasião, despeço-me
momentaneamente de Bruna e antes de me arrumar, respondo a mensagem de
Adriano.
"Oiê,
Pois é, a sua cama me pegou de jeito e só acordei agora. Na
verdade há alguns minutos.
Vou sair com Bruna, vamos ao cinema.
Manda um abraço para o Sr. Muniz, ele foi super educado
comigo quando o conheci.
Mais tarde, quando chegar do cinema, te ligo.
Também te amo.
Beijos,
Carla s2 s2 s2"
Assim que saímos do carro, corro para porta da casa da dona Anete, que
quando me vê, logo me puxa para dentro de casa e me abraça.
— Minha menina, eu não sei direito o que você aprontou, mas a polícia
já esteve aqui te procurando.
Ela me libera dos seus braços, me olha de cima abaixo e também
observa Bruna.
— Você parece outra pessoa por fora, está muito bonita, um mulherão e
por dentro? Ainda é a minha Carlinha?
Bruna, parecendo bastante preocupada vem para meu lado e segura
minha mão.
— É sim, a mesma Carlinha, mas agora ela tem a mim e meu irmão.
Bruna ajeita os cabelos para o lado e me olha.
— Se a polícia já esteve aqui, pode não ser seguro, eles podem voltar e
até Adriano chegar de viagem, não vamos voltar para casa, ele é o melhor e eu
não vou arriscar que você passe a noite na cadeia.
Explico rapidamente o que aconteceu para Anete que fica enraivecida
com meu relato.
— Concordo com sua cunhada, mas aqui também não é viável, mas eu
sei onde pode ser.
Ela para de falar por um momento e me olha com os olhos marejados.
— Seu pai voltou para cidade tem pouco tempo e mora aqui na rua de
trás, sei que ele não é presente na sua vida, mas é a única opção.
Não tendo alternativas, com o coração na mão e o corpo trêmulo, aceito
a sugestão e nós vamos acompanhadas de Anete e seu sobrinho que estava de
passagem para ver a tia depois de calçarmos chinelos emprestados.
Enquanto andamos pelas ruelas, noto que Bruna aparentemente nunca
esteve em um bairro tão humilde, ela praticamente esmaga meu braço por
causa do medo ao ver o local e quando chegamos em frente a uma pequena
casa de porta de madeira pintada de azul, Anete bate na porta duas vezes e
logo é atendida.
Em meio a tempestade, meu coração pulsa com um pouquinho de
esperança, porquê de imediato reconheço meu pai por causa das fotos e
mesmo sabendo que ele me abandonou, talvez por causa da fragilidade da
circunstância, eu o abraço e choro no seu ombro.
— P-por que você abandonou sua família? Nunca teve curiosidade para
me ver? E-eu senti tanto a sua falta.
Ele não me devolve o abraço e Bruna me puxa, só então noto a frieza no
olhar do homem que tanto olhei nas fotografias desejando a presença.
O que fiz para ele ser tão frio comigo? Será que minha mãe o magoou de
tal forma a ponto dele me esquecer?
Mesmo sem a permissão falada do homem que eu jurei que teria o
mínimo de sentimento por mim, nós entramos em sua pequena casa, em meio
ao silêncio agonizante, observo rapidamente o ambiente e noto alguma
semelhança com a minha antiga moradia, apesar de simples, é acolhedora e
com um toque feminino, pois vejo um pequeno arranjo de flores de plástico
em uma banquinha de centro. Meu pai deve ter casado novamente, será que
tenho irmãos?
Encosto-me na parede tendo Bruna sempre ao meu lado como se
estivesse me sustentando com seu corpo, até que vejo uma mulher de
aproximadamente quarenta anos saindo de um cômodo e ela nos olha
assustada.
— Noite, gente.
Ela nos cumprimenta de longe parecendo estar um pouco tímida por
causa da sua roupa de dormir.
— Querida, volte para o quarto
Ele fala com carinho com ela, depois me olha de um jeito que não
consigo decifrar.
— A visita aqui não vai demorar.
E praticamente nos coloca para fora sem cerimônia alguma.
— Fui o primeiro a te carregar, você parecia um anjo, com as pernas
gordinhas, as bochechas enormes e apesar de ser muito linda, ainda recém-
nascida, não tinha traços tão firmes que de imediato entregasse se era a minha
filha ou não.
Ele se acomoda em uma poltrona com o tecido bem gasto e pede para
que eu me sente no sofá. Assim eu faço juntamente com Bruna, enquanto dona
Anete e seu sobrinho decidem ficar mais ao lado esquerdo sentados em
banquinhos de cozinha.
— Os meses foram passando, você chegou a ser quase loirinha,
completamente diferente de mim, quando estava prestes a fazer um ano, me
chamou de pai e eu te amava com todo meu ser. Carla, por causa do meu
estado de saúde, nós dois passávamos o dia brincando enquanto sua mãe
trabalhava.
Ele pausa um momento e deixa uma lágrima cair, mas rapidamente seca
com os seus dedos e os enxuga na camisa.
— Você era meu mundo, meu motivo para sorrir depois de toda prova
que passei com o acidente de trabalho que me levou a aposentadoria e a crise
no relacionamento com a sua mãe. É difícil para um homem ver sua mulher
renunciando sonhos e deixando de ser o provedor principal. Essa circunstância
me afastou da mulher que um dia amei.
Enquanto ele relata, temo as suas próximas palavras, meu cérebro grita a
realidade que está bem na minha frente e eu só sinto vontade de fugir.
— Até que um dia sua mãe chegou do trabalho aparentemente muito
triste e ela chorou durante uns bons minutos sem me dizer o que estava
acontecendo. A pressionei pensando em vários motivos, pedi desculpa achando
que fiz algo além do desprezo, mas ela alegou apenas cansaço e eu não tive
outra alternativa a não ser aceitar.
Ele continua relatando toda história, conta que quando fiz dois anos eles
fizeram um aniversário em casa para alguns vizinhos com bastante guloseimas
incluindo cachorro quente e brigadeiro, tudo feito pela mamãe e amigas
próximas, então percebo que é nesse aniversário a última lembrança registrada
que temos juntos.
— Na outra semana fui ao urologista, para exames de rotina, fui
diagnosticado com uma doença chamada, varicocele crônica, o médico me
disse que não era algo recente, essa doença deixa o homem infértil e só então
percebi que algo estava errado e na mesma noite sua mãe, sem alternativas
confessou. Catarina não teve a coragem de me contar com qual desgraçado
dormiu, eu só sei que você não é a minha filha e eu não fui capaz de continuar
te amando ao saber a verdade.
Meu corpo fica pesado, nada mais faz sentido, toda minha trajetória,
tudo o que acreditei tornando-se pó na minha frente, eu não consigo falar mais
nada, o problema da polícia parece ficar até pequeno, quero abraçar Adriano
que é minha única certeza na vida, soluço chorando sem conseguir controlar
minha tristeza, Bruna me abraça e nós ficamos assim por um bom tempo.
— Olha, fiquem o tempo que precisar, sei que minhas palavras te
machucaram, me desculpe, Carlinha. Seria uma honra ser seu pai, mas não
sou. Eu nunca te abandonaria se fosse.
Sinto vontade de me levantar e ir embora, começo a pensar que uma cela
de cadeia por uma noite seria bem melhor do que tudo que acabo de saber,
pressiono o botão do meu celular para ligá-lo sem me importar de ser rastreada
e na discagem rápida ligo para Adriano, mesmo Bruna tentando me impedir. O
bom é que ele atende no primeiro toque.
— Carla, onde você está?
— A-Adriano, e-eu preciso de v-você.
Sussurro baixinho e sinto-me um pouco tonta. Ah minha pressão...
Adriano Albuquerque
Ouço sua voz trêmula que entrega o quanto ela está abalada enquanto
caminho de um lado para o outro no gabinete da minha casa sendo observado
por muitos policiais.
— Carla?
— Oi irmão, minha cunhada não está muito bem, acho que a p-pressão
caiu e vou levá-la para o hospital.
A preocupação me define e eu busco de imediato a chave do meu carro
que está na mesa.
— Onde vocês estão? Ainda não consegui rastrear.
— N-não importa e nos encontre no hospital Aliança.
Ouço toda movimentação que me deixa ainda mais aflito.
— Carla acaba de descobrir que o homem que ela pensou ser seu pai,
não é. Você imagina o quão aflita ela está?
Sento-me na mesma hora. Porra, isso não deveria acontecer assim. E é
claro que imagino, policia, descobertas, tudo de vez, qual pessoa normal
suportaria?
— Tudo bem, te encontro no Aliança. Bruna, obrigado. – Pauso um
pouco minha fala. — Cuida da minha linda e a tranquilize, já resolvi toda
situação que envolve o colar de diamante.
Sigo para frente da casa e então encontro o Sr. Muniz que logo me
interroga sobre Carla, mas decido omitir, pois do jeito que ele está, é capaz de
querer me acompanhar e por hoje, minha linda já enfrentou bastante
novidades.
— Não esqueça de marcar o jantar para o mais breve possível.
Ele me lembra.
— E o senhor, não deixe de tomar as medidas cabíveis, depois do que
vimos nas filmagens, a decisão é toda contigo e caso não faça algo, a justiça
fará.
Assim que chego no hospital, volto a ligar para Carla, Bruna atende e me
diz em qual quarto ela está, praticamente corro pelo corredor ansioso para vê-
la e quando finalmente chego em frente a porta 505 e abro, a vejo dormindo.
— Ah, graças a Deus você chegou, meu irmão.
Bruna praticamente corre para meus braços como fazia quando era
novinha. Não é só minha namorada que precisa de um apoio, então eu a
abraço, agradeço e consolo.
— O que Carla tem?
Aproveitando que Carla dorme, vou até seu lado, acaricio seus cabelos,
beijo seus lábios e Bruna me informa que realmente só foi uma queda de
pressão, e me conta detalhadamente sobre os acontecimentos da noite.
— Preciso te contar algo, Bruna.
Minha irmã me olha com um misto de curiosidade e aflição e quando
estou prestes a falar algo, sinto um toque em meu braço que reconheço bem.
— Adriano.
Olho rapidamente para seu rosto um pouco inchado por causa do choro e
a beijo rapidamente.
— Oi meu amor.
Ela sorri ao me ouvir enquanto acaricio sua face.
— Ainda bem que você está aqui, acho que vou precisar de um
advogado.
Os olhos de Carla ficam marejados como se ela tivesse se dado conta do
que acaba de falar e o medo de uma provável prisão fica estampada em seu
rosto.
— Não precisa, já resolvi tudo.
Carla senta na cama, me abraça, me aperta como se estivesse agarrada
ao fio de esperança e repete algumas vezes baixinho o quanto está agradecida.
— Não precisa agradecer, eu sempre estarei com você.
Sussurro em seu ouvido, acaricio suas costas até sentir seu corpo
relaxando.
— Como você conseguiu?
— Nós também queremos saber.
Só então Carla e eu voltamos a nos lembrar da presença de Bruna, mas
dessa vez um rapaz que eu não sei de onde surgiu, está ao lado da minha irmã.
Quem é?
— Adriano, este é o Paulo, sobrinho da Anete, ele que nos deu carona
até aqui.
Carla parecendo adivinhar meus pensamentos, faz a apresentação. Paulo
aperta minha mão e eu agradeço pelo favor.
Logo depois, começo a contar sobre como livrei minha linda de uma
falsa acusação.
— Quando você foi morar na casa da piscina, mesmo antes de ter algo
contigo, me preocupei com sua proteção, tenho empregados de confiança, mas
são homens e você do jeito que é linda, poderia atrair qualquer um deles.
Sendo assim, liguei para meu chefe de segurança da empresa e residência e
sem você saber, pedi para instalar uma câmera na sua varanda, mais
precisamente no lustre próximo a porta pois o local que a casa fica,
propositalmente era em uma área de ponto cego da vigilância.
Explico os motivos de não ter câmeras por perto antigamente na área da
casa da piscina, pois minha vida de muitas festas não precisava de testemunhas
e todos ficam bastante surpresos com meu relato.
— Amei o cuidado, só não gostei de saber sobre seu passado.
Divirto-me com seu ciúme e a beijo rapidamente para lhe lembrar que
ela é o meu presente e futuro.
— Mas então, quem foi?
Bruna pergunta, se aproxima e de tão curiosa que está, senta na cama
hospitalar ao lado de Carla.
— Assim que cheguei em casa fui parado por alguns policiais, segui
direto para meu gabinete, onde coloquei a senha no sistema e vi quando
Barreto entrou na casa da piscina segurando uma pequena caixa.
Bruna e Carla em gestos gêmeos colocam a mão na boca como se
quisessem abafar um grito
— Na mesma hora que Patrícia me visitou?
Bruna faz a pergunta óbvia e eu confirmo.
— Só não sabemos se Barreto foi mandado por Patrícia, Dorothy, ou as
duas, mas provavelmente há uma hora dessa ele já foi preso e vai responder
por calúnia, difamação e injúria. A ou as cúmplices também, o Sr. Muniz vai
monitorar esta questão de perto.
Carla fica um pouco pensativa e seu semblante fica bastante triste.
— Eu não sei o que fiz para me odiarem tanto. – Sei bem o motivo, mas
decido ficar quieto, Carla já sofreu muitas emoções em um único dia. —O Sr.
Muniz nem parece que é irmão da dona Dorothy, eles são completamente
diferentes.
— Nisso nós concordamos, ele é um homem de bem.
Fico satisfeito que ela perceba o quão diferente é o provável pai dela.
— É sim e eu queria ser uma formiga para vê-lo colocando os pontos
nos Ís com Dorothy e Patrícia, será que ele realmente vai fazer justiça?
Sorrio por ter certeza que sim, só eu vi o olhar do Sr. Muniz quando
mostrei o vídeo, contei sobre o tratamento que Carla recebia em seu trabalho e
o assédio que sofreu de Barreto. Reconheci nele algo que me identifico muito,
nós não aceitamos que mexam com quem amamos e pelo cuidado que ele
demonstrou em ter por Carla, os laços familiares já falam mais alto.
— Ele vai sim, linda. Agora me conte, você está melhor? Imagino que
sua conversa mais cedo com o homem que acreditávamos ser o seu pai te
abalou bastante.
Ela assente, me convida para sentar ao seu lado e enquanto aguardamos
a alta, ela me conta tudo o que passou nas últimas horas.
Sr. Muniz
Adriano Albuquerque
Enquanto Carla se arruma para o jantar onde vamos receber o Sr. Muniz,
o seu pai, eu a observo. Por dois motivos, primeiro por não conseguir tirar os
olhos da mulher que me ensinou a amar e também por querer saber como ela
reagirá com as notícias.
— Você está muito quieto, amor.
Ela vem em minha direção, para entre as minhas pernas e como ela
ainda está vestida apenas com sua lingerie, beijo sua barriguinha que um dia
carregará nosso filho.
— Só te olhando, definitivamente é a melhor visão.
Passo minhas mãos ao redor da sua bunda, os dedos por baixo do tecido
e uma vontade de tê-la fica bem evidente em minha ereção testemunhada por
Carla com muito gosto.
— Assim vamos chegar atrasados em pleno jantar. – Carla senta em meu
colo e nos beijamos. — Amor, eu não sei explicar, mas depois de chegar em
casa após minha rápida internação e ver aquelas rosas brancas e um ursinho
que o Sr. Muniz me enviou, tenho vontade de vê-lo para agradecer
pessoalmente pelo presente e por ele também fazer justiça com Barreto e seus
familiares. Eu nunca ia imaginar que dona Dorothy, compactuava com as
coisas que Barreto fazia e ainda não entendo o porquê dela querer me
incriminar mandando o seu motorista colocar aquele colar de diamante em
minhas coisas.
— Daqui a pouco você descobrirá tudo, linda.
Afasto seu sutiã para os lados e ela geme ao sentir meus dedos polegares
estimulando cada mamilo.
— Agora nós vamos tratar de nos atrasar um pouquinho para o jantar.
Ela geme quando chupo seu peito o deixando todo vermelhinho.
— Ahhh Adriano, quinze minutos nem pode ser considerado atraso.
Chupo o outro peito, Carla rebola e eu após afastar sua calcinha, acaricio
sua boceta molhadinha.
— Também acho, acredito que nem meia hora seja um atraso.
Assim que descemos as escadas, minha linda fica surpresa ao ver Maria
bem arrumada nos esperando sentada em uma das poltronas que compõe o
espaço.
— Até que enfim estão prontos.
Ela joga as mãos para cima em agradecimento e nós dois nos divertimos
com toda cena teatral que Maria sempre faz.
— A culpa foi toda do Adriano. – Carla solta minha mão e vai abraçar
sua amiga inseparável. — Você está muito linda e eu amei a surpresa, vamos
jantar juntas.
Maria acaricia o rosto da minha linda e se limita a um sorriso acolhedor,
com certeza é por não querer entregar o motivo da sua presença.
— Prefiro minha cozinha, mas Adriano insistiu.
Ela nos faz sorrir e acena em direção a porta provavelmente tentando
buscar as palavras certas.
— O convidado já chegou, fiz sala para ele como uma pessoa chique que
eu sou, mas ele me pediu licença pois queria caminhar no jardim, perto da
piscina.
Entendo que o Sr. Muniz provavelmente quis ver onde a filha morou
durante algum tempo, logo depois Maria pede para uma outra funcionária
chamar meu sogro e nós vamos para sala de jantar o esperar.
Carla Dantas
— Carla?
Ouço a voz de Maria, levanto-me rapidamente para não demonstrar que
estou um pouco indisposta e começo a colocar os brincos antes que ela entre
no closet.
— Oi mãezinha, estou aqui.
Com seu jeito afobado ela entra com tudo e para na porta,
provavelmente estranhando o meu vestido.
— Ué, decidiu ir com esse vestido vermelho, não era o verde?
Ela fica surpresa porque todos sabiam que eu iria de vestido longo verde
comprado há um pouco mais de um mês.
— Pois é, decidi ser a dama de vermelho, o que acha?
Dou uma voltinha enquanto sou observada.
— Ainda mais linda, estilo esposa matadora, só sei que a Sra. Carla
Dantas Muniz Albuquerque hoje vai arrasar e deixar o seu amado esposo ainda
mais apaixonado.
E eu me apaixono por Adriano e ele por mim a cada dia, é incrível que
em pouco mais de quatro anos juntos, nosso amor só aumenta... E como
aumenta.
— Ahh, eu espero que sim, pois eu estou de um jeito, que tanto amor
não cabe no meu peito.
Olho-me mais uma vez no espelho fico satisfeita com a produção de
última hora e de mãos dadas com Maria, vamos até a sala, onde toda família,
incluindo os entes queridos da minha segunda mãezinha, meu lindo esposo e
papai nos esperam.
— Uau, você está ainda mais linda, amor.
Adriano vem em minha direção, me abraça quando ainda estou no
último degrau da escada e eu fico de certa forma do seu tamanho, por causa do
batente e saltos altos.
— Tenho que concordar com meu genro.
Meu amado pai vem me abraçar, Adriano dá passagem para o sogro, ele
também me parabeniza e como sempre, compara minha beleza com a da
mamãe.
— Obrigada, pai... Ser parecida com a mamãe é maravilhoso.
Por mais que o tempo tenha passado e a dor amenizado, a saudade
continua a mesma e meus olhos ficam marejados.
— Pela foto que eu vi, tenho que concordar, mas agora temos que ir,
senão a minha nora vai chegar atrasada em plena formatura e com a
maquiagem prejudicada.
Minha sogra se pronuncia, meu sogro concorda e seguimos em vários
carros rumo ao centro de convenções da cidade, onde acontecerá a solenidade
da formatura.
Adriano Albuquerque
Carla Albuquerque
FIM... De verdade.
Carta da autora
Querida leitora, fico feliz que chegou até aqui e espero que
tenha curtido a Carlinha e o Adriano.
“O Advogado”, é o primeiro livro da “Série Amores
Proibidos”, porém é livro independente, pois cada titulo é focado
em um casal.
Mas devo avisar, todos os personagens se conhecem, então é
bem provável que você verá uma certa interação entre eles e
futuramente no livro “O Diretor” você vai acabar com a saudade
dos personagens daqui.
Nos mais, espero te encontrar em outras páginas e para ficar
por dentro das novidades, me sigam nas redes sociais.
Beijos,
K Mendez
Facebook – Kalie Mendez
Instagram - @kalie_mendez_
Wattpad – KalieMendez
Agradecimentos