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Capítulo 1

TERESA
- Uhuuuu, apareça pra mim Teresinha, sei que está aí! – Diz a voz
asquerosa do homem à minha frente mas eu espremo os olhos -
Não vou te fazer mal algum eu juro! Só quero te dar um carinho...
Estou escondida atrás de um barril grande, um respiro alto e ele
com certeza me acharia.
- Não vai aparecer? Prometo que não vou te machucar minha
princesa, oh vamos combinar, eu conto até três e você aparece ok?
Um... Dois....
Antes que ele terminasse eu me levanto de onde estou. Ele olha pra
mim com um sorriso no rosto e dá um passo à frente, mas aponto a
arma que eu segurava atrás de mim pra ele - Você não atiraria. –
Ele diz e eu continuo apontando sentindo minhas lagrimas
escorrerem na minha bochecha – Teresinha? - Deu um passo à
frente
- FICA LONGE! – Grito e ele se assusta quase caindo para trás -
não duvide do que posso fazer nesse momento! - Limpei meu nariz
que escorria – eu vou atirar!
- Ah é? Então vai... atira minha querida! – Me desafiou – ATIRA! –
Gritou comigo e sem pensar duas vezes atiro no homem que cai no
chão de joelhos.
5 anos antes
- Certo – senhor Ozir começou – Em primeiro lugar, precisa saber
que enquanto o dono dessa fazenda não estiver aqui, é eu quem
mando nela, eu sou o mordomo daqui então você obedecerá minhas
ordens - Ele diz e eu assinto. Estamos pela fazenda que dá duas da
minha, aqui é muito grande – Você fará de tudo nessa fazenda,
desde faxina até administrar a colheita e o gado. A faxina
acontecerá uma vez por semana e a limpeza duas, o resto do tempo
você cuidará do celeiro e administração. O dono não quer contratar
mais ninguém por que não parece, mas estamos falidos, bom... Eis
a sua missão.
- Missão? – Abaixei as sobrancelhas
- Você irá enriquecer essa fazenda – Ele fala e eu dou um sorriso
forçado – e trabalhará de 06:00 até às 22:00 da noite.
- Espera... O que? – Surtei – não posso trabalhar esse horário todo,
fui aceita em Yale no exterior, estou me mudando pra lá!
E sim, é a mais pura verdade. Na verdade, não sei bem o que
aconteceu, durante o período da construção da fazenda de meu pai,
fiz uma prova mundial que estava acontecendo numa universidade
próxima daqui, não sabia que seria escolhidas 20 bolsas pros EUA,
e bom... Recebi uma carta meses depois dizendo, Parabéns Teresa,
você ganhou a bolsa integral para estudar em Yale, universidade
privada de ensino superior Norte-Americana.

- Ah é mesmo? E como acha que vai pagar a suas dívidas?! –


Cruzou os braços
- Vindo nas férias claro! E além do mais... posso resolver a
economia da fazenda de longe para que...
- Está errada senhorita Teresa! – Me interrompeu – você tem uma
dívida, não uma vida, as duas coisas não lhe cai mais bem!
- Não posso fazer isso! – Dei de ombros – não posso estragar a
minha vida por causa dessa essa droga de dívida, fui aceita em
Yale, a instituição...
- Então terei que estragar toda a sua fazenda de novo! – Disse em
um toma ameaçador – meu patrão está falido, e mesmo assim te
deu animais, plantações e terras...
- Terras que meus pais não pediram! Vocês foram além da conta
para que nós não pudéssemos pagar as dívidas! Compraram um
pedaço de terra que não precisamos, que não tínhamos!
- E mesmo assim seu pai a usa com gosto – es treitou os olhos – O
preço da construção da sua fazenda foi acima de 4 milhões, e você
pagará isso tudo com suas próprias mãos, e o que meu patrão quer
é que tire essa fazenda da miséria e monte um comércio - Eu não
faço milagres...
- Não estou te chamando de super-heroína! – Rebateu e eu limpo
minha lágrima com o ombro - mas sei que é formada em
empreendedorismo e finanças, sei que é boa com números e do que
é capaz. No início será difícil, mas quando isso tudo lucrar
poderemos contratar mais empregados, mais gente para trabalhar,
fora isso... Bom... Você tem muito trabalho pela frente. – Ele diz e eu
espremo os lábios Não posso perder minha vida toda aqui, nessa
fazenda. Fui aceita numa faculdade em uma das melhores dos EUA
e agora terei que recusar pela dívida. por uma maldita dívida. Uma
dívida que eu desconfio que... quem esteja por trás disso é
Fernando.
- Seu irmão trabalhará de 09:00 as 16:00, sei que ele estuda meu
patrão deu esse desconto, não quer que o garoto saia da escola por
causa de trabalho. Ele poderá estudar a noite.
Penso em agradecer, mas ele não faz mais que a obrigação. Apesar
que Pedro largou a escola. Acho bom que ele volte agora, e bem
depressa. Pelo menos ele vai ter uma vida.
...
Meu dia começa com a faxina na fazenda. Tenho muito o que fazer.
Ainda não entendo como o "patrão" comprou isso aqui, já que quem
morava necessário fazenda era os Oliveiras, e pelo que sei não
estava à venda, pelo menos não
até quando eu estava na mansão de... Bem vocês sabem. A dívida
é cruel, mas por um lado será bom, assim não terei tempo de
pensar naquele canalha e na hipócrita da minha irmã.
Se passaram meses, e confesso que no início eu sofri ainda mais do
que quando eu descobri que meu cavalo Pirata morreu, aquilo foi
ainda pior.
Quando eu descobri a verdade de Christoffer, eu não quis mais
saber de nada. Não quis comer e sair, só fiquei no meu quarto com
a depressão chorando dia e noite pensando o quanto fui idiota por
ter me apaixonado perdidamente por Christoffer. Quando aquilo
aconteceu, quando ele me olhou pela última vez, é como se meu
coração tivesse se rasgado ao meio, a dor foi tão absurda que senti
meu peito arder. Eu nunca vou esquecer aquele olhar que me enoja,
que me causa ódio. Porque eu odeio Christoffer, simplesmente o
odeio!
Todas as noites que vou dormir tenho pesadelos terríveis com ele
aparecendo ou algo do tipo, confesso que achei que passaria
rápido, mas ainda tenho, por isso evito ficar sozinha, pros meus
pensamentos não ficar trazendo lembranças daquilo que preciso
esquecer.
— Ei moça, cuidado com a taça se não você vai... – E a taça se
quebra na minha mão – quebrar.
Ozir se aproxima de mim lentamente e eu engulo um seco. Eu nem
senti que estava apertando esse acrílico e só quando vejo sangue
no meu dedo indicador que percebo a bagunça que fiz.
— Tome mais cuidado, ou terá que pagar.
— Eu já estou pagando! – Me alterei com o velho gorducho e ele
solta um sorriso pequeno
— Não falei desse pagamento – Abaixou a alça do meu vestido e eu
me afastei para trás sentindo nojo disso. – Continue o trabalho, irei
alimentar os cavalos.
Espero que eles te comam. Pensei e ele me olha como se tivesse
escutado, mas não ligo com isso.
Os meses se passaram como o vento seca as folhas molhadas no
chão. Eu chegava em casa as onze e saia a meia noite, eu dedicava
e ainda dedico toda a minha vida na fazenda do meu patrão que
ainda nem sei o nome, e também não me interessa. A única coisa
que sei, é que ele virá um dia para ver como estão as coisas, e
bom... Pra falar a verdade estou até progredindo.
Além da produção de leite, queijos e outros derivados, também criei
uma mini-indústria de abelhas, e o mel está fazendo sucesso pela
cidade e para as vendas em farmácias. Além do mais... Ozir disse
que a intenção do dono da fazenda é montar um mercado no
espaço que sobra, e a construção já está começando, Ozir até
começou a comprar os preparativos, sorte a minha que ele fica tão
ocupado com coisas da fazenda que nem tem tempo de tentar me
assediar ou algo do tipo.
— Pedro! – Fui correndo ate ele assim que o vi

Bom, eu vejo ele todos os dias, mas não conversamos muito por
não ter tempo. Pedro também trabalha aqui, mas não como escravo
como eu. Ele fica com a parte de administrar os animais, fazer a
reposição de comidas, banhos, reproduções e ver tudo que falta, na
verdade... Eu sou a chefe dele já que ele sempre me pergunta
quase tudo o que ele deve ou não comprar e o que comprar para
renovação de estoques.
— Oi. – Ele desceu do cavalo
— Como estão as coisas? Como está? – Perguntei ansiosa de ouvir
ele falando comigo de novo
Apesar de ter passado um ano, ele ainda continua o mesmo, só que
mais bonito. Seu cabelo está um pouco maior dessa vez, e sua pele
mais bronze por causa do sol.
— Bem, porém estou cansado mas não queria te falar isso porque
posso imaginar como você está. – Ele diz e eu forço um sorriso -
isso nunca vai passar.
— Pra mim não mesmo, mas tenho esperança que pra você algo
mude. – Falei riscando coisas na minha prancheta
— Você está indo bem, está fazendo um ótimo negócio e o melhor...
Sozinha.
Como eu disse e repito, além de finanças e empreender a fazenda,
também faço marketing com o mercado que irá abrir na fazenda,
descobri que sou boa com computador.
— Obrigada. Gosto de fazer isso – Falei sincera – porém... Não
queria estar fazendo as coisas dessa forma. Preferia que tudo fosse
diferente. – Falo e ele enfia as mãos no bolso. Pedro sempre sente
quando estou realmente precisando de chorar ou ter um surto a
qualquer hora.
— Sabe – Falou quebrando o silêncio – eu não queria te dizer, mas
recebi uma notícia da cidade sobre... Bem... Sobre Lorena e Chris...
— Não quero saber! – Falei antes dele terminar o nome
— Teresa, eu sei que tudo o que houve foi...
— Não ouse falar como se fosse algo insignificante Pedro, não
ouse! – Senti minhas lágrimas se formarem de imediato. Sinto ódio
disso.
— Claro que não, mas eu só acho...
— Você não tem que achar nada! – O interrompi - volte ao trabalho
antes que Ozir pegue nós dois - Falei andando às pressas – e ah! –
Me virei pra ele – nunca mais me fale desse nome ok? Nunca!

— Qual dos dois? – Gritou pra mim ouvir


— Os dois! – Gritei de volta
— Bom... Depois não diga que não avisei! – Ele diz e eu me viro pra
ele — Vai trabalhar, ou se não eu te despeço!
— Seria meu sonho! – Ele fala e reviro os olhos
O resto da tarde se resumiu em contratar operadores de caixa, Ozir
disse que posso escolher no máximo vinte, mas resolvo escolher
apenas oito, não colocarei tanta gente para trabalhar sem saber se
vai ou não dar certo, e bom... Eu decido as coisas aqui, eu mando
aqui.
— Podemos começar? – Falei ao redor de vinte e cinco garotas e
quatro garotos já que a entrevista será coletiva e seletiva óbvio.
— Sim. – Eles respondem e eu me senti na cadeira principal
— Bom, primeiro de tudo, me chamo Teresa, e hoje serão
selecionados apenas oito operadores de caixa, antes de mais nada,
alguém aqui deseja se apresentar? – Um deles levantam a mão –
Ótimo, pode começar.
Capítulo 2
CHRISTOFFER
— Alice!! – Gritei, mas não ouve respostas. – Ei – Paro uma
senhora – viu uma garota baixinha? Ela é meio loura tem os
olhinhos claro e tem 4 anos!!
— Não, não vi senhor. – A senhora diz e eu passo os dedos entre os
cabelos desesperado
..... ..... .... 5 anos antes
— Christoffer! – Lorena me chama do banheiro – pode olhar Alice
por um minuto? Eu preciso tomar um banho! – Ela me pede e eu
reviro os olhos

— Não. Já estou quase saindo. – Falo arrumando minha gravata


enfrente o espelho
Lorena aparece na porta do quarto, mas eu a ignoro. Ela só fica me
olhando com essa cara de decepcionada como ela faz todos os
dias.
— Christoffer por favor. – Ela pede vindo ate mim – já faz três
meses, três meses que sua filha nasceu e você nunca a carregou no
colo!
— Não foi minha opção. – Falo a ignorando completamente
— E a onde vai? Hum?! – Gritou comigo, mas eu permaneço calado
– CHISTOFFER ONDE PENSA QUE VAI?! – Ela grita de novo e eu
me viro pra ela
A criança começa a chorar do seu quarto e eu solto um gemido alto.
— Não te interessa Lorena. – Falo, e pego meu terno – estarei em
casa as 23:00. – Dou um beijo na sua testa e saio do quarto.
...
Entro no quarto de Madeline e me sento na cama suspirando alto.
Tiro meu relógio, meu sapato, e me deito passando os dedos entre
os cabelos entediado com isso tudo.
— Chegou meu amor? – A mulher aparece na minha frente com um
vestido rosa curto - demorou hoje.
— Vem cá. – a chamo e ela sobre encima de mim
Acaricio suas curvas e logo a agarro forte pelo braço fazendo ela
soltar umas gargalhadas rápidas, mas logo beija minha boca.
Começo a desabotoar o sutiã de Madeline, e a jogo na cama. Sua
pele negra brilha na luz neon do quarto, e seus cabelos volumosos e
encaracolados ficam na frente do seu rosto enquanto ela sorri feito
criança.
— Hoje tem brinquedos? – Perguntou dengosa. Assim como ela
fazia. Como...
— Não. – Respondo subindo encima dela e ela praticamente rasga
minha camisa. .

Depois que termino com Madeline. Me levanto da cama e visto


minha cueca. Vou até minha carteira e acendo um cigarro olhando lá
para fora. Ela também colocou seu vestido rosa de volta.
Madeline tem os cabelos longos e sua pele negra combina com
seus olhos, na verdade... Gosto muito do seus traços.
— Eu gostei muito de hoje – A mulher na cama fala – Sabe que eu
sou somente sua.
Considerando que eu pago as contas dela, e que pago ela pra ficar
só comigo... É, ela é somente minha.
— Já vou indo. – Falo vestindo meu terno – Tenho uma festa.
— Jura??? – Perguntou animada – Me leva!
Poupo de responder essa pergunta
— Ah por favor Christoffer...
— Não! – Respondo grosso com ela – Perdeu o juízo? Te pago pra
não sair desse quarto.
— Eu sei, mas...
— Se eu souber que saiu daqui, estará dispensada dos seus
serviços. – Falo e ela assente – Tem tudo o que quer aqui, tudo que
você quer eu te dou, então...
— Eu sei meu amor, me desculpa! – Ela vem ate mim e pega o
cigarro da minha mão – Nunca mais vou contrariar você.
— Ótimo. – Falo e ela se ajoelha desabotoando minha calça e eu
fecho os olhos sentindo sua boca uma última vez.
....
Chego em casa e tudo está com a luz apagada. Não bebi muito na
festa que Elisa deu mas ainda estou cansado. Assim que chego no
quarto acendo a luz e a criança começa a chorar. Não creio que
Lorena a colocou na minha cama.

Enquanto a menina chora Lorena estava dormindo. Seus seios


estão do lado de fora parece que estava amamentando, dou um
passo à frente encaro a bebê. Ela quase não tem cabelo, mas pelo
pouco que tem é de um mel claro assim como meu, seus olhos
também são claros o que lembra um pouco de mim.
A bebê continua chorando e eu olhando pra ela, mas logo cutuco
Lorena que acorda num pulo.
— Sua filha está chorando. – Falo e Lorena coça os olhos e logo
coloca a bebê em seu peito
— Ainda não me acostumei com a dor. – Ela espreme os olhos -
Chegou mais tarde do que falou que chegaria, você costumava ser
pontual.
— Tive imprevistos. – Minto e ela assente – Quero dormir estou
cansado, se importa de ir com ela pra lá?
— Ela está quase dormindo, se eu levantar ela acorda. – Ela diz e
eu suspiro baixo – Tenha um pouco de empatia.
— Eu não disse nada. – Falo e escuto seu rugido
— Mas sei o que pensa! – Se alterou e a criança voltou a chorar –
Está me deixando no momento em que mais preciso de você! –
Disse aos prantos – CHRISTOFER, EU PRECISO DE VOCÊ!
Eu sei que precisa. Mas não posso ajuda-la. Sinto que não estou
preparado pra isso, eu não quero passar por isso.
— Muito barulho. – Me levantei da cama e peguei meu travesseiro –
Vou dormir em algum quarto de hóspedes.
Escuto a voz de choro de Lorena mas como sempre ignoro isso e
saio do meu quarto. Vou para o quarto de hóspedes e me deito na
cama.
No fundo ainda sinto o cheiro dela. Ou é só imaginação minha?
Olho para as cortinas e me lembro de quando eu escondi atrás dela
quando estávamos na mansão. Lorena quase nos pegou transando.
Estou sofrendo confesso. Acho que o pior sentimento que alguém
pode sentir é culpa, arrependimento e saudade. Eu sinto os três
agora, e sinceramente... Não sei como lhe dar com isso. Eu preciso
de Teresa e isso dói muito, parece que estou no inferno.
.
A chuva é fria, e por um momento penso que vai nevar. Não me
acostumei com o temporal dessa ilha ainda.

Chego em casa e acabo esbarrando na estante de livros que cai


todos encima de mim.
— Merda! - Falei me levantando do chão, daqui posso ouvir o
barulho de choro da filha de Lorena lá em cima – Merda! – Será que
essa criança só sabe chorar? Não se pode fazer nada aqui nessa
casa.
Lorena aparece assustada com um bastão na mão e ela me olha
assustada. Passaram-se alguns meses, porém nada mudou. Nada.
— Christoffer... Eu pensei que era um ladrão! – Colocou a mão no
peito - Isso são horas de chegar?! Onde estava? – Perguntou
preocupada
— Não é da sua conta. – Subi as escadas cambaleando e Lorena
vem atrás de mim
— Está bêbado?! – Perguntou neurótica – Por céus Christoffer...
Como tem coragem?!
— Dá pra calar a boca?! – Entrei no quarto e me deparei com a
bebê encima da cama - O que diabos ela faz aqui?! – Me alterei
com Lorena
— Christoffer...
— Tira ela daqui. – Joguei minha maleta no chão fazendo um
barulho alto e a criança começa a chorar ainda mais alto – TIRA !
— Não grita com ela! – Lorena me empurrou – SEU VAGABUNDO!
CRETINO! COVARDE!
— Como?!
— ESTA SURDO?! – Avançou, gritando – POR SETE MESES EU
ESTOU AQUI SOZINHA CUIDANDO DE ALICE E VOCÊ NUNCA
OLHOU PRA ELA!
— Te disse que não queria filhos.
— MAS VOCÊ TEM, APRENDE A LHE DAR COM ISSO!
— Saia do quarto Lorena, antes que eu...
— Antes que o que?! – Ela começou a me empurrar – Antes que o
que Christoffer?! – Agora começa me dar socos e tapas – Eu te
odeio! Te odeio! Te odeio!
— Para! – Agarrei ela pelo braço e ela me olha assustada

— Está me machucando! – Ela chora alto e eu estreito os olhos -


Pega suas coisas e essa criança e saia do quarto, ou eu juro que
expulso vocês duas daqui, e não será do quarto Lorena, será da
casa toda! – Falo e ela se solta dos meus braços Lorena me olha
com raiva enquanto chora, pega o bebê no colo que chora alto e
ainda me olhando sai do quarto. Vou ate a porta, tranco e acendo
um cigarro pensando em tudo que quero fazer, mas não posso.
1 ano depois
— Isso... Christoffer... Estou quase... – Madeline desacelerou seus
movimentos no meu colo – Jesus... como gostei disso.
Tiro ela de cima de mim e termino de tirar minha calça e vou ate o
banheiro.
— Posso tomar banho com você hoje? – Perguntou
— Tanto faz. – Falei e ouvi seus passos vindo atrás de mim
Ligo o chuveiro e a água quente já encosta na minha pele, Madeline
entra no banheiro e logo embaixo do chuveiro comigo, ela não para
de me olhar.
— Você é muito bonito senhor.
Faz um ano e seis meses que peço ela para não me chamar de
senhor, mas mesmo assim ela insiste, eu contei tudo pra ela sobre
Teresa então... Acho que ela pensa que fica mais parecida com
Teresa me chamando assim, apesar de suas características não
serem nada parecidas.
— Já me disse isso umas cem vezes. – Falei tirando a água do meu
rosto e sinto suas mãos pequenas nos meus braços
— Sabe... Eu não queria te preocupar mas... Faz dois meses que
minha menstruação está atrasada. Meus olhos se abrem diante o
susto e ela se recua um pouco, é nítido o medo que ela tem por
mim. — O que diabos está falando?
— Estou falando que... Quero fazer o teste...
— Nem pense em dizer isso – Coloquei minha mão no seu pescoço
– Se tiver... Pagarei.

— Para o que? Pra me matar? – Ela tirou sua mão do meu pescoço
– Ou pra matar a criança?
— Tanto faz. – Falo e ela me empurra – Já falei pra não me tocar de
forma agressiva. – Agarrei seu braço
— Bom... Não sei se estou grávida ou não, mas se eu tivesse... Eu
não tiraria.
— Então se eu fosse você eu começava a fugir hoje. – Tirei ela de
baixo do chuveiro – Não faz a mínima ideia do que sou capaz.
— Sei sim – Me agarrou pelo pescoço - sei que é capaz de me foder
toda por trás. Ela fixa seus olhos nos meus. De alguma forma... Isso
me lembrou dela.
— Então se vira. – Falo e ela vira as costas pra mim
— Fácil.
— Sou paga pra isso, não sou? – Ela pergunta e eu a puxo pelo
cabelo e logo encaixou nela por trás a fodendo com força. Fecho
meus olhos imaginando ser outra mulher enquanto faço isso
Capítulo 3
TERESA
— Ok, bom... Convoquei essa reunião para dizer que o mercado
está funcionando bastante bem, apesar das quebras dos caixas -
olhei fixamente pra alguns que mais sofreram com isso –
Conseguimos recuperar os gastos e posso dizer que pretendo
aumentar o salário de cada um aqui presente.
Todos parecem felizes e confesso que até eu fico com isso.
Depois de 3 anos, o funcionamento do mercado está perfeito.
Contratei operadores de caixas fiscais e repositores, e além do
mais... Empregadas domesticas para a mansão, está tudo
funcionando bem por enquanto.
— Teresa! – escuto, Ozir me chama e poupo revirar os olhos na
frente de todos os funcionários da fazenda
— Continuem comemorando, estarei aqui em segundos. – Falo
gentilmente aos funcionários do supermercado

— Claro patroa. – Ouço um deles responde


Vou ate a fazenda e aperto a ponta da caneta contra meu dedo. Não
gosto de ficar sozinha com esse homem, não mesmo. Só Deus sabe
o quanto fiz de tudo pro mercado crescer e contratar empregados
porque assim eu não ficava sozinha com esse... Nojento.
— O que foi? – Pergunto ao chegar na sala principal
Ele está sentado no sofá vasculhando minhas pranchetas.
— O que diabos é isso que estou vendo? Parece que está sendo
feito um desvio altíssimo de dinheiro ou é impressão minha?
Merda... Grande merda!!
— Ah... Não – Me aproximei um pouco – Esqueceu que no início do
mês retrasado teve seca? Alguns gados morreram assim não
tivemos produção de leite e carne então... Por que tenho que ficar te
explicando isso? Tenho mais coisas para fazer.
— O senhor Francis virá. – Ele fala assim quando eu já estava na
porta pronta para sair — Francis? – Perguntei confusa
— Sim. O dono da fazenda.
Serio? Então o dono da fazendo se chama... Francis?
Ozir nunca me disse nada sobre ele, só que é um homem ou senhor
muito exigente e isso é tudo, mas de qualquer forma... Não quero
nenhum dono de fazenda intrometendo na minha vida, logo agora
que estou gostando do que faço.
— Idai que não sei quando ele vem, mas ele gosta de tudo
impecável – Se virou pra mim – Sabe que você trabalha pra ele e
talvez ele... Queira seus serviços de um jeito mais específico assim
como eu quero a um bom tempo.
— Tenho coisas para fazer Ozir. – Falo e saio ás pressas da sala
antes que ele tente fazer algo comigo. Ouço ele me chamar lá atrás
mas ignoro. Sei que isso não vai acabar bem.
........... ......... .......
Estou no meu escritório, sim, graças ao crescimento da fazenda
consegui construir uma salinha pra mim, Ozir pirou quando soube,
disse que eu não precisava de tantas regalias dessa forma.

Enquanto foco no computador e como algumas guloseimas, me


lembro das vezes que entrava no escritório de... Bem vocês sabem,
das vezes quando ele me olhava com seus olhos verdes
penetrantes, de quando me jogava encima da mesa. Penso em
escorrer minhas mãos por debaixo da minha calcinha como fiz
inúmeras vezes pensando nele mas evito de fazer isso por causa
daquele... Ordinário! Meu sangue tala só de pensar no que ele fez
comigo! Por mais que eu tento esquecer, tudo me faz lembrar dele e
de Lorena, aquilo foi tão humilhante ao ponto de ser desumano, eu
só queria...
— Teresa! – Agnes me chamou da porta e eu tomei um susto de
leve - estava te chamando a um tempão, posso entrar? – Ela
pergunta e eu assinto
Agnes é uma das operadoras de caixa do supermercado que
construí aqui na fazenda e a contratei, pra mim ela é uma das mais
habilidosas apesar de só ter 18 anos.
— B-bom... É-é que... bom...
— Aconteceu algo? – Pergunto e ela passa os dedos entre os
cabelos, sua cara nitidamente é preocupante – Agnes...
— Aconteceu, mas... não sei como eu te falo. – Suspirou baixo –
Teresa...
— O que? Fala! – Falei um pouco impaciente – Se quiser um pouco
de água...
— É o dono da fazenda, ele apareceu ontem – Ela fala e eu engulo
um seco – E não é só isso... Ele me... Ele conversou comigo sabe,
perguntou sobre você e Ozir seu irmão e alguns trabalhadores
importantes da fazenda.
— E ai? – Perguntei já tensa com isso tudo – O que mais?!
— Depois disso ele... Bom... Ele passou as mãos nos meus seios. –
Ela fala e eu recuo a cabeça pra trás
— Isso é... Sério?
Por que diabos ele faria isso? Não protegendo claro o cara é ridículo
só por queimar minha fazenda e fazer eu trabalhar pra ele de graça
mas... Assediar uma garota assim... Descaradamente?! Do nada?!
— Sim, bom... É... Eu estava dando bola mas...
— Não, não continue – A interrompo – Agnes isso é serio! Ele não
tinha o direito de tocar em você! — É eu sei... Mas tipo...

— Mas nada! – Me levantei da cadeira – Quem ele pensa que é pra


te tratar assim só por que trabalha na fazenda dele? Imagina o que
ele fará com as outras mulheres daqui? Ou ate eu!
— E, pois é.
— E onde ele está? – Pergunto e ela levanta os ombros
— Foi embora. Não está mais aqui.
— Droga! – Bati na mesa – Volta ao trabalho, qualquer coisa liga no
meu celular ok?
— Sim senhora. – Ela diz e sai da sala
Não creio que o dono da fazenda já está rondando aqui, deve ser
muito fácil deixar tudo um lixo e voltar de mão beijada pra cá. Eu
mal o conheço, mas também não quero nenhum vínculo.
Saio do meu escritório e vou lá pra fora dar uma olhada em tudo. O
mercado não está tão movimentado, mas também não está parado.
Alguns operadores de caixa e fiscais da loja me cumprimentam
quando me vê e assim que meus olhos batem em Pedro dou meia
volta.
— Ei, ei! – Ele vem até mim - Teresa! – Pedro agarrou meu braço –
Por que está fugindo de mim? — Por que acha isso? – Fingir anotar
coisas na minha agenda
— Por que? – Bufou – Me diz o que está acontecendo com você,
estou aqui para conversar.
— Não tem nada de errado comigo. – Fechei a cara
— Ah não? – Me fuzilou com os olhos – Você não para de gritar
enquanto dorme, gritar o nome de Chris...
— Não fala esse nome! – Grito com ele e as pessoas ao nosso
redor acaba nos olhando inclusive os clientes.
— Você engordou 23 quilos. – Ele diz e eu desvio os olhos – Não
ligo que esteja acima do peso mas ligo pra sua saúde Teresa, suas
crises e ansiedade não para de atacar você, você não é mais quem
era antes... Você...

— Não sou mesmo! – Agarrei o antebraço de Pedro – Sei o que vai


me dizer... Que estou assim por causa de Christoffer e Lorena mas
não tem nada a ver com os dois!
— Achei que não queria ouvir o nome dele. – Ele diz e eu aperto os
olhos
— Estou no serviço, não quero falar sobre essas coisas. – Desvio os
olhos engolindo o choro
— Estou aqui pra ficar do seu lado, mas você precisa de um
especialista Tes...
— Pare de me chamar assim, pare de me fazer me lembrar dele
Pedro! – Me altero com ele de novo – É POR ISSO QUE ODEIO
CONVERSAR COM VOCÊ! PORQUE TUDO QUE VOCÊ FALA É
SOBRE ELE!
Saio de perto dele antes que as pessoas questionem o que diabos
estou fazendo e vou pro banheiro da fazenda, apesar de Pedro ter
me chamado umas três vezes, ignorei.
Assim que me tranco no banheiro, apoio a mão na pia e sinto meu
coração palpitar mais forte, pego a toalha que está pendurada no
cabide enrolo e coloco na boca pra abafar o barulho do choro, meus
olhos se fecham ao botar tudo pra fora, minha cabeça só se passa o
nome dele, minhas memórias me escravizam lembrando do tom da
sua voz - por favor não, por favor não - é tudo que penso ao lembrar
dele. Tento me acalmar mas parece impossível, mas pelo menos
diante o choro consigo abrir meus olhos. Será que amar precisa
doer tanto?
Tiro a toalha da boca e os soluços altos invade o banheiro, fico me
encarando um tempão do espelho e a voz de Pedro na minha
cabeça vem à tona "você não é a mesma Teresa, você está acima
do peso por causa da sua ansiedade, e sua ansiedade é por causa
dele". Tiro minha blusa e olho para o meu sutiã preto sem graça,
percebo que as estrias sobem pela minha barriga, tiro também meu
short e vejo meus quadris largos se formarem a cada dia que passa,
meu rosto está bem mais redondo do que era antes, e meus cabelos
opacos amarrados em um coque alto. Viro de lado reparando cada
detalhe do meu corpo, eu não ligo se engordei, mas sim, estou
diferente, estou diferente por não parar de comer tudo que vejo pela
frente a cada crise de ansiedade, engordei 10 quilos em duas
semanas e os médicos estão preocupados comigo, Pedro não sabe,
mas eu procurei sim um especialista, eu quero melhorar, quero
voltar quem eu era antes, quero me preencher sozinha, o que
diabos eu me tornei?
— Teresa? Você tá aí? – Pedro bate na porta
Demoro um pouco mas ando até a porta e abro. Pedro me olha de
cima abaixo e espreme os lábios.
— Eu preciso de ajuda Pedro. – Falo e ele assente – Não consigo
sozinha...
— Estou aqui Teresa. – Pedro me abraça e eu me afundo em seu
braço – Vou cuidar de você... Pra sempre! – Sussurrou
— Odeio pensar que estou assim por causa de homem. – Choro
ainda mais – Estou arriscando minha saúde por causa de homem!

— Shiii! Você vai melhorar eu juro! Só precisamos cuidar da sua


saúde ok? – Ele diz e eu assinto
Pedro me aperta ainda mais em meio ao choro e eu acabo
vomitando quase tudo o que comi encima dele. Minha noite acaba
com seus xingos por isso o que me fez chorar ainda mais.
Capítulo 4
TERESA — Pode entrar.
– Diz a voz da Doutora Rafa e eu entro
— Teresa querida, como vai? – Perguntou assim que me vê
— Estou ótima, e você?
— Bem. – Fez gestos pra mim me sentar na cadeira de frente dela –
Pelo que vejo seguiu meu conselho de ir na nutricionista, você está
ótima!
— É... Perdi 17 quilos, está sendo uma luta pra mim. – Me sentei –
As coisas estão... Melhorando. Finalmente, pelo menos depois dos
remédios sabe? – Falei e ela assente – Podemos ir logo? Só tenho
30 minutos aqui ainda preciso passar na academia.
— O que que aconteceu com o que te falei semana passada sobre
tirar uns dias de folga pra você?
— Não posso! Esqueceu que estou em dívida? Ainda falta dois
anos. – Suspirei alto
Contei tudo a doutora Rafa, já que sei que como lado profissional
que ela tem ela terá que manter tudo que eu conto pra ela em
segredo. Contei exatamente minha vida toda pra ela, por mais que
doeu cada palavra quando eu falei o nome de Christoffer. Mesmo se
passando 4 anos... Ainda sinto a dor no buraco do peito que ele me
deixou, ele não destruiu só meu coração, minha sanidade foi parar
no lixo, desenvolvi problemas como ansiedade, pesadelos e ataques
constantes de pânico. Talvez a culpa foi minha por ter me dado de
mais pra ele que não me merecia, mas como a doutora Rafa disse,
não posso mais ficar pensando no que teria acontecido se eu
fizesse algo diferente, tenho que olhar pra frente, e além do mais,
Pedro e meus pais estão me ajudando muito. Achei que eles iam
meter com a língua entre os dentes e contar tudo para Lorena e
Christoffer sobre a minha dívida mas não... Até o Joseph guardou o
segredo, e sou muito grata por isso, apesar que da família de
Joseph só quero distância.
— Me fale mais sua rotina, sei que está fazendo academia o que é
ótimo, vejo que sua pele deu uma melhorada e parece mais
saudável.
— Estou me segurando para não comer tudo que vejo pela frente. –
Falo e ela sorri – E também os remédios que você me passou estão
ajudando muito.

— Claro. E quer falar algo sobre sua irmã? – Nego com a cabeça -
tem certeza? – Assenti dessa vez – Ótimo. Então pode começar a
falar
A sessão durou uns vinte minutos, e logo que terminei fui direto para
academia não demorei muito lá porque corri para a fazenda. Faz um
ano que estou fazendo terapia e confesso que está sendo de
tamanha ajuda, Pedro me apoiou muito pra chegar até aqui.
Depois de tomar um banho na academia mesmo, visto uma blusa
preta sem decote e um jeans cós alto vintage e vou direto para o
trabalho.
Chego na fazenda e já avistei o senhor Ozir vindo até mim. Passo
olho no mercado e tudo está em perfeita ordem. Ótimo.
— Então é assim? – Ozir começa a me seguir – Sai quando quer e
sem dar informações?
Ozir usa um terno que aparenta ser velho é uma blusa branca social
branca por baixa. Durante esses anos seu cabelo da frente o que o
fez parecer um velho ainda mais rabugento.
— Já fiz minhas tarefas de hoje. – Falo e sinto suas mãos no meu
braço — Você não sai, até quando eu falar pra sair. – Endureceu a
voz comigo
— Tira a droga da sua mão de mim! – Me larguei dele – Se
preocupe com seu serviço, a fazenda está em perfeita ordem.
— Acha que é a dona daqui? Más notícias pra você, Francis está na
fazenda.
— O que? – Sussurrei – Merda! – Desviei os olhos – Cadê ele?
— Pra o que? Vai expulsar ele daqui? – Agarrou de novo meu braço
– Se preocupe com sua dívida! — Minha dívida já está sendo paga!
— É o que acha. – Agarrou meu cabelo – Depois disso tem muito,
muito mais. – E se distanciou de mim

Depois de colocar tudo o que eu tinha pra fazer em dia como:


checar a colheita de arroz, conferir o estoque e se o pedido de
mantimentos chegou tudo em ordem, analisar se os funcionários
estão fazendo tudo corretamente, procuro Pedro o mais rápido
possível. Como se passou alguns anos, consegui mudar ele de
cargo em um que não prejudique ele na escola já que ele reprovou
ano passado, além dele ganhar mais, ele não trabalha muito, tudo
que ele precisa fazer é comandar os trabalhadores nas colheitas e
conferir a comida dos animais.
— E aí garanhão! – O chamei assim que eu o vi
— E aí. – Veio até mim - como está?
— Bem, cheguei da psicóloga quase agora, mas infelizmente terei
que faltar na academia a noite.
Eu faço pelo menos três horas na academia, contando que fiz uma e
meia hoje o que pra mim não fez meu dia render.
— Fico feliz que esteja melhorando. – Ele fala e eu assento – Ficou
sabendo que o dono da fazenda está aqui?
— É exatamente isso que vim falar com você. – Falo e ele limpa o
suor da testa com a mão – Que droga! Achei que ele demoraria para
vir.
— Eu também. Viu ele?
— Eu não, e você?
— Não, mas uns caras viu, falaram que ele é bem... Observador.
— Que bosta.
— É.
— Vou voltar a trabalhar. – Falo e ele assente – E você vai pra
escola, antes que toma outra bomba.
— Engraçadinha. – Estreitou os olhos
— Antes engraçada do que burra. – Falo e ele me mostra o dedo do
meio – Respeita sua gerente! – Agora fez um coração com as duas
mãos e eu reviro os olhos
....

É a noite. E já estou quase largando o serviço, o relógio bate


exatamente as 22:30. Pelo menos consegui estabelecer uma carga
horária organizada com senhor Ozir, então trabalho de 10 até às
22:00 da noite, todos dias e até mesmo no domingo, Ozir disse que
não me daria nenhum dia de folga porque quanto mais dias eu
trabalho mais rápido eu pago minha dívida, calma Teresa, só falta 3
anos.
— Cala a boca! – Ouvi a voz de um homem vindo da sala
Meu escritório fica no terceiro andar da fazenda, antigamente só
tinham dois, mas como a fazenda ficou rica construí mais um a
mando de Ozir, e em um dos quartos é o meu escritório.
A voz veio da sala de baixo e último andar, uma voz desconhecida.
— Aí... – Ouço agora a voz de uma garota. – Para...
Agnes, é Agnes!
A três dias ela tinha me dito que Francis o dono da fazenda
apareceu no hipermercado e abusou dela. Provavelmente deve ser
ele.
Corro para a gaveta e pego um taco de madeira e desço as escadas
— Fica quieta! – Ouço de novo a voz do homem. Provavelmente um
velho que está estuprando ela! Que nojo!
Vou acabar com isso agora! Penso ao ouvir os gritos de Agnes.
— Que delícia! – Diz a voz dela e eu travo inteira
Espera... Ela disse delicia????
Desço escada abaixo com o taco nas mãos e me deparo com Agnes
sentada de frente pra um homem de cabelos louros cor de mel e
que não tem nada de grisalhos ou careca.
— SENHORITA TERESA! - Agnes se altera ao me ver O homem se
vira pra mim e eu tomo um susto.
Capítulo 5
CHRISTOFFER
Antes da porta do meu escritório se abrir, eu tentava me concentrar
no que eu estava fazendo. Trabalhando. Ouço som de liquidificador
e das empregadas conversando. Mas agora, Lorena está na minha
frente em prantos.
— Christoffer, precisa vim aqui. – Falou entre soluços
— O que aconteceu? – Me levantei achando que alguém pode ter
entrado na casa como sei lá... um ladrão.
— Alice... – Ela diz e eu suspiro alto – Sei que não gosta da ideia de
termos ela, mas por favor... por favor precisa ver isso.
Suspiro baixo dessa vez e Lorena me puxa pelo braço para o quarto
dela. Assim que entro, Alice está sentada na cama de frente para o
berço. Ela já tem um ano e meio, e na verdade parece ter três.
Apesar de nunca ter trocado uma se quer palavra com a menina,
essa foi a primeira visão clara que estou tendo dela. Na verdade,
percebo que todas as suas características são iguais as minhas.
— O que foi? – Perguntei a Lorena e a garota só fica parada como
se nem estivesse ouvido minha voz — Shii. – Lorena põe o dedo
indicador nos lábios - olhe. – Ela sussurra Ainda estou na porta.
Lorena vai até a criança e para do lado dela, deixando sua frente
vazia.
— Alice? – Lorena fala com a menina – Vem até a mamãe filha.
A garota levanta da cama com os braços abertos e apalpa a calma e
o berço a sua frente — Consegue me ouvir? – Lorena pergunta e
ela assente com a cabeça
— E me ver, você consegue filha?

A garota consegue chegar até Lorena e para na sua frente olhando


pra ela — Colo. – A menina fala.
Como ela tem só um ano e já fala?
Lorena pega ela no colo e ela começa a enrolar os cabelos dela nos
dedos — Consegue ver a mamãe? – A menina não responde
Ando até Lorena e Alice e pego um brinquedo na escrivaninha.
Começo a chacoalhar na frente da criança mas ela parece não
enxergar, logo abano a mão na frente dela e ela também parece não
enxergar isso.
— Quando descobriu? – Pergunto e Lorena coloca Alice no chão
— Agora, eu já desconfiei algumas vezes, mas... Só agora que
estava arrumando o cabelo dela que percebi. – Lorena passa os
dedos entre os cabelos – Sei que a odeia, mas...
— Eu não a odeio.
— Christoffer... Você nunca nem se quer pegou ela no colo! –
Lorena diz emburrada – Você sai, chega às três da madrugada
cheirando álcool e cigarros, quando ela começa chorar você se
tranca no quarto e isso quando tá em casa! Sabe quantas vezes tive
que levar Alice no hospital correndo por causa de febre alta? Sabe o
quanto sofri de madrugada porque ela sentia muita cólica? De como
foi trocar as fraldas dela uma por uma? Não, sabe por que? Porque
na maioria das vezes que ela estava passando mal você não estava
em casa! – Lorena chora e Alice também começa a chorar
assustada – Você viu o primeiro dentinho dela começar nascer? Viu
quando ela deixou de usar fraldas? Sim, ela não usa mais fraldas,
viu ela dizendo mamãe pela primeira vez? E sabe que ela já
consegue falar papai? – Lorena sorri – Não peço que faça isso
porque sente pena porque sua filha é cega, só peço que cuide um
pouco dela, cuide do que ela tem, porque um dia... Ela pode ser
tudo que você tem, ela poderia ser tudo que você tem agora.
Poderia.
Engulo um seco e meus olhos se vão para Alice e Logo para Lorena
e sem pensar duas vezes saio do quarto. Não sei o que pensar
agora, preciso de um tempo, preciso ficar sozinho.
........ .....
— Assim... Assim... Isso Chris... Estou quase... – Madeline rebola no
meu colo mas logo para aos poucos - gozou? – Assenti – Aí Deus
isso foi tão bom. – Beijou meus ombros — Essa é a última vez que
iremos nos ver. – Falo e ela desfaz o abraço para me olhar
— O que? – Perguntou perplexa – Não brinca com essas coisas...
— Não estou – Tirei ela de cima de mim – Seu serviço está
terminado.
— Não! – Voltou a subir encima de mim - por favor não faz isso! –
Segurou meu rosto – Christoffer, você não pode me deixar ok?!
Nunca!
— Como assim não posso te deixar?
— Você...
— Eu nunca fui seu Madeline, você é apenas um favor que aliás...
Está sendo paga pra isso. – Me levantei e ela continua no meu colo,
mas logo tiro ela de cima de mim – Já depositei o último salário na
sua conta.
— Não pode simplesmente sumir assim Christoffer! – Falou em
prantos enquanto coloco minha camisa – Eu amo você!
Revirei os olhos por isso.
Assim que me viro Madeline rasga minha camisa. Agarro os braços
dela antes que ela me ataca com suas unhas — Para com isso!
— Me fode! – Ela pede – Pela última vez Lins, por favor... Por
favor... – Implorou – Pela última vez!
— Não! – Gritei com ela que me olhou assustada
Mas logo suas mãos começam a alisar meu membro e sinto meu
corpo cedendo. Estava predestinado a ir embora, digo... E vou. Mas
ainda quero uma última vez, de novo. Por isso, jogo Madeline na
cama com força e logo começo a entrar dentro dela. Se passou dois
anos desde que descobri que Alice é cega, acho que de alguma
forma estou predestinado a isso. Não tenho como escapar.
.....
Dias se passaram desde a minha despedida com Madeline. Lorena
está fazendo sessões com o médico sobre a questão de Alice ser
cega. Tudo que o médico disse que o motivo é uma doença de
origem hereditária, atrofia do nervo ótico ou perda de agudeza visual
de acordo com Médico, Alice poderá fazer um transplante visual
quando tiver pelo menos 13 anos já que é uma cirurgia delicada, por
isso ela está fazendo cessões para melhorar seu tato olfato e saber
conviver dentro de espaços desconhecidos.
— Christoffer? – Lorena entra no meu quarto
Estava na mesa finalizando meus desenhos. E se não sabem...
Desde que nos mudamos pra ilha cada um tem seu próprio quarto.
Faz 3 anos que estamos aqui, está sendo um inferno.
— Hum? – Falei ainda ocupado
— Terei que sair, Ramiro me chamou para trabalhar e disse que é
urgente.
Depois daquele evento que aconteceu que Ramiro esteve na minha
mansão, decidimos fazer um contrato onde trabalhamos juntos,
bom, tem dado muito certo já que quase não o vejo, e ainda o nome
dos atelier e da minha marca continua com meu sobrenome.
— No rio? – Pergunto e ela assente.
Perto de onde tudo aconteceu, ou seja... Perto da minha antiga
mansão que pelo que sei... Foi destruída por Fernando.
— Terá que olhar Alice até amanhã à noite.
— O que?!
— A babá está de folga hoje.
— Por que?! – Bati a mão na mesa – Que droga Lorena!
— Christoffer... É sua filha! – Falou e revirei os olhos – Não estou te
pedindo nada que não seja sua obrigação!
Suspiro alto.
— Por que a babá está de folga hoje?! – Perguntei ainda nervoso
— Porque ela é 6x1 e hoje é o dia da folga dela. – Falou – Não se
preocupe amanhã cedo ela estará aqui. Estou bonita? Estou
ansiosa que vou voltar a trabalhar
Ela usa um vestido alaranjado estampado que dá uma leve
embaralhada na visão se parar para reparar, o vestido é da marca
Lins, lembro de quando eu desenhei a alguns anos atrás, seu
cabelo está bem penteados com uma pequena mecha atrás da
orelha. E além do mais... Seu cheiro é cítrico.

— Está linda. – Falo e ela fixa seus olhos nos meus


— Ótimo. – Ela sorri meio sem graça – Até amanhã Christoffer, o
jato já está aqui.
Em segundos Lorena desaparece da porta do meu quarto e eu volto
a atenção para o meu notebook.
......
Se passaram algumas horas e eu continuo na mesma posição.
Lorena não me ligou perguntando como a filha dela tá, e eu também
não fui dar uma olhada. Achei que ouviria gritos e choros por falta
de Lorena mas a garota não soltou nem um a se quer, não sei como
ela é tão imperativa até eu na idade dela era mais travesso.
Desço as escadas e só o que ouço é o barulho da televisão, deixo
os chinelos no chão para não fazer barulho e aqui está ela enfrente
a televisão assistindo um desenho em inglês com músicas
científicas. Fala sério Lorena.
— Mamãe? – Ela pergunta olhando na minha direção, como ela
sabe que estou aqui se nem fiz nenhum barulho? – Mamãe? –
Perguntou de novo
Seus olhos são verdes assim como os meus, e Lorena
provavelmente deve ter gastado tempo de sua vida fazendo cachos
em seus cabelos castanhos, quando mais nova seu cabelo era de
um mel escuro como o meu, mas vendo agora a criança puxou mais
para o lado da mãe, mas seus olhos... Me lembram muito os meus.
— Não, é Christoffer. – Falei um pouco baixo — Tô com fome. –
Falou um pouco embolado
— O que quer comer? – Perguntei a criança que coça a cabeça
atrapalhando os cachos — Hummm.... Sorvete? – Me perguntou
— Vou ver o que faço. – Falei – Já tomou banho?
— Não.
— Então vai.

— Não sei toma sozinha . – Falou o que eu temia e eu revirei os


olhos de novo
— Tá então vamos. – Falo e ela desce no sofá vem até mim e
segura minha mão. Fico um pouco assustado com isso
— Me pega no colo? – Falou por causa das escadas
— Tá na hora de aprender andar sozinha. – Falei frio até demais.
Achei que ela iria insistir pernear ou algo do tipo, mas não, ela
realmente tenta subir as escadas sozinhas.
Com muita demora e dificuldade, chegamos no banheiro. Não
acredito que aceitei a fazer isso.
Encho a banheira de água e coloco sabão, espero as bolhas
subirem e ela consegue tirar o pijama sozinha, Alice estende as
mãos pra mim pegar ela no colo e eu reviro os olhos mas logo
coloco ela dentro da banheira e entrego sua esponja em formato de
Bob esponja, ela começa a se esfregar mas não parece fazer isso
direito.
— Tem que lavar o popô. – Falou
— Por que não lava você mesmo? – Falo e ela ri com isso – Qual a
graça?
— Você nem deve lavar o popô quando toma banho né? – E
começou a rir mais alto
Logo depois disso coloco ela debaixo do chuveiro para enxaguar o
sabão ignorando as piadas alheias
— Droga. – Falei depois de ter molhado o cabelo dela e tentando
equilibrar ela debaixo do chuveiro sem que ela caia
— Aí! – Grunhiu e percebo que estou a apertando de mais
— Desculpa. – Peço e ela não diz nada – Pronto, agora é só
escolher uma roupa.
Enrolo Alice na toalha pego ela no colo e a levo para o seu quarto e
logo visto um pijama bolinhas nela, Seco seus cabelos que ainda
ficam úmidos e logo faço um rabo de cavalo que não ficou tão bom.
— Você tem que ser mais carinhoso se não machuca papai. – Ela
pediu

Meu coração dispara quando ela me chamou de papai. Sinto algo


surgir e sinto meus olhos arderem um pouco. Mas o que diabos?!
Alice passa a mão no meu rosto alisando minha barba, mas logo tiro
suas mãos pequenas de mim. Pego ela no colo e vou descendo
com ela lá para baixo.
— Pronto, agora você vai comer e depois disso vai dormir.
Combinado?
— Não, depois de comer você vai ver Doutor junios comigo. Doutor
o que?
— Não vou não! Você vai dormir não gosto de crianças. – Falei
sincero e ela faz biquinho — Por que não? – Perguntou triste
— Não sei. mas podemos combinar, depois do sorvete você dorme,
certo?
— Não! – Fez birra
— Não achei que fosse tão chata!
Alice enfia seu dedo dentro do meu olho e eu quase caio com ela no
meu colo por isso
— Au! – Coloquei ela sentada na escada e com a outra mão protegi
meu olho – Tá doida?
— Tá doido? – Me imitou
— Não faça mais isso! – Endureci a voz com ela que fez cara de
choro – E pode chorar!
Não demorou e Alice começa a chorar. Pego ela no colo e a levo pra
cozinha, coloco na cadeira de alimentação e logo pego macarrão
com molho branco e esquento no micro-ondas. Ela não para um
minuto se quer de chorar e isso me irrita.
— Chega! – Falo e ela chora ainda mais alto – Alice para! – Ela
continua e eu passo a mão no rosto – Jesus por que me fez merecer
isso?!
Em segundos o macarrão fica pronto e coloco na frente dela, mas
ela chora ainda mais então não toca na comida. Me sento de frente
pra ela esperando a boa vontade dela calar a boca e quando ela
finalmente pega uma colher de comida e coloca na boca, chora
ainda mais alto e pior dessa vez.

— O que foi agora? – Perguntei pra ela


—Tá quente! – Falou chorando mostrando sua comida dentro da
boca — Droga. – Falei baixo
Esqueci de esfriar a comida dela. Me sinto culpado por isso. Pego
um pouco de suco natural e dou pra ela, pelo menos parou de
chorar. Esfrio o macarrão pra ela e logo coloco pra ela comer, mas
ela parece ter dificuldade pra sustentar a colher em direção a sua
boca — Ok. – Falei pegando a colher de sua mão e dou comida pra
ela na boca.
Depois que ela come todo o macarrão pego o sorvete que ela tanto
queria e coloco em um copo pequeno.
— Parece que o sorvete ninguém sente dificuldade em comer
sozinha – Falei e ela pega uma colher generosa e aponta pra minha
esquerda, o lado que ela acha que estou, porém estou um pouco a
direita – Não quero.
— Só um pouquinho. – Ela me oferece
— Depois de ter babado nessa colher? Eca. – Falo e ela faz
biquinho - Tá bem, tá bem. – Falei e comi o sorvete que ela me
ofereceu me dando na boca
Depois que Alice termina, a pego no colo e a levo para o seu quarto.
Ela sobe na sua cama sem nenhuma dificuldade e de baixo do
travesseiro tira um sininho e me entrega — Pra que isso?
— Mamãe usa quando eu preciso, pra te chamar. – Falou dengosa
— Ata.
— Mas você pode dormir comigo? – Pediu
— Não. - À deitei e a cobri até o queixo e logo vou até a porta
— Apaga a luz? – Ela pede

— Achei que pra você já é tudo escuro. – Falo – E ela permanece


seria – Era piada. — Pode me dar um beijinho de boa noite? – Pediu
com carinho
Reviro os olhos mas vou até ela e beijo sua testa.
— Boa noite Alice.
— Boa noite papai. Prometo que não enfio mais o dedo no seu olho.
— Ótimo. – Falo e sem que eu percebo dou mais um beijo na testa
dela - boa noite. – Falo e fecho a porta do quarto dela
Assim que me deito no meu quarto passo a mão no rosto confuso
com isso tudo que aconteceu hoje. Será que Lorena fez isso de
propósito? Só pra eu me aproximar da filha dela? De certo que sim,
mas de qualquer jeito, não funcionou.
....... ........ ...
Acordo por volta das oito horas por hoje ser domingo, coloco uma
regata bege e um short preto já que eu estava só de cueca e penso
em fazer uma caminhada, já dei uma aquecida lá fora e o sol está
bom pra isso.
Antes passo no quarto de Alice. Ela está dormindo, acho que dá
tempo de eu correr por uma hora mais ou menos e passar na
academia pra acertar o orçamento desse mês, coloco a mão na
bochecha dela e tomo um susto, ela está muito quente — Alice? –
Acordo ela que abre os olhos – Você tá bem?
Claro que ela não tá inconsequente, a menina tá fervendo em febre
e ela tá bem? — Tô com dor de garganta. – Falou com a voz
enlatada
— Droga, esqueci de secar seu cabelo ontem, não devia te dar
sorvete – Olho ao redor e percebo tudo gelado – E o ar está ligado...
preciso te levar ao médico, vamos colocar uma roupa.

Visto Alice com uma calça moletom e agasalhos, como estamos


numa ilha tudo fica muito perto, por isso levo ela ao pediatra mais
perto de onde está nossa casa, assim que chegamos lá o médico
passou apenas uns analgésicos e tônicos pra garganta. Decidi ficar
em casa já que ela está doente e esperando Lorena chegar em casa
e encher o raio do meu saco.
— Agora é esperar sua mãe brigar comigo. – Falei estacionando o
carro em frente de casa – Mas pode me ajudar a falar com ela que
não tive culpa.
— Não devia ter me dado sorvete. – Falou e estreitei os olhos pra
ela — Foi você que pediu o sorvete!
— Mas eu só tenho dois anos e meio. – Jogou a culpa em mim
Tiro ela do carro e pego ela no colo colocando dentro de casa.
O dia passou rápido, graças a Deus a babá não demorou e agora
ela está ensinando a menina escrever ou algo do tipo. Estou na
cozinha preparando sopa pra ela já que me senti culpado por ela
está passando mal.
— Sua filha tem uma inteligência rara, já te disseram isso? – A babá
entra na cozinha
Ela é alta e tem os cabelos curtos até a orelha, loura e os olhos
claros, ela parece um pouco com... Teresa, ou será por que não tiro
ela da minha cabeça?
— Nunca me disseram. – Falei continuando cortando a cebola
— Ela parece estar melhorando, depois do tônico... – A mulher se
aproximou
— Ótimo.
— Quer deixar isso comigo? – Perguntou – É o meu serviço cuidar
da comida dela. — Já estou terminando.
— Posso provar? – Perguntou
Estava tão bom quando eu estava aqui sozinho, qual o problema
das pessoas?

Abri um espaço e a mulher vai até o fogão e prova da sopa que está
fervendo. — Está muito bom! – Disse surpresa – Com as cebolas
ficará ainda melhor! — É.
— Uma pena que Alice odeio cebolas. – Disse entre riso e
permaneci sério
— Uma hora ela passará a gostar. – Falei e ela assentiu
— Me chamo Teresa. – Falou e sinto meu corpo travar – É um
prazer.
— Unhum. – Falei e me virei para as cebolas – Vá vê ser Alice
precisa de algo. Ela assente e se retira da cozinha
Volto a atenção pra cebola e quando termino jogo na panela. Sinto o
ar parar de circular e vou para o banheiro passando pelos fundos.
Quando chego lá, me sento no vaso e coloco a mão no rosto
sentindo as lágrimas caírem, mesmo depois de dois anos ainda dói
não ter ela comigo, eu queria que tudo fosse diferente, eu daria tudo
pra poder vê-la uma última vez, tudo.
Capítulo 6
CHRISTOFFER
Já é seis da tarde, estou no sofá da sala vendo filme enquanto a
babá de Alice está com ela lá encima. Meus pensamentos não
pararam hoje, a cada dia que passa estou pior nesse lugar, devo
estar sendo punido só pode, sinto falta de ir trabalhar na empresa,
de conversar com Elisa, até hoje não liguei uma vez se quer pra ela,
gostaria de saber o que aconteceu quando fui embora.
— Christoffer? – A babá chama atrás de mim – Sabe onde posso
me secar?
Olho em direção pra ela e tomo um susto. Ela está toda encharcada,
e sua camiseta branca está literalmente deixando seus seios à
mostra
— Fui brincar com Alice enquanto dava banho nela e acabei caindo
na banheira. — Posso te emprestar uma blusa de frio e deixar você
ir pra casa. – Me levanto

— O que? – Sorriu – Não eu só...


— Só termine de dar banho em Alice, chamo o Uber pra você ir,
está dispensada do seus serviços por hoje. — Tudo bem. Então só
pegue a blusa pra mim.
Subimos juntos a escada e vou em direção ao meu quarto, pego um
moletom azul escuro e vou até o quarto de Alice entregar pra ela.
Alice já está vestida, e diferente de mim a garota não encharcou o
cabelo dela como eu fiz quando dei banho nela.
— Aqui está, só falta chamar o Uber pra você. – Falo e ela assente
parecendo desconfortável com a ideia
Vou para o corredor que é onde tem mais sinal e Teresa vem atrás
de mim. Assim que confirmo o Uber sinto os dedos na mulher no
meu braço. Encaro ela que me agarra me puxando pelo pescoço e
praticamente me jogando contra a parede enquanto me beija, suas
mãos alisam minha barriga e desce por baixo da minha bermuda.
— Minha nossa... - Sussurrou enquanto sinto suas mãos alisando
meu membro, mas logo afasto ela sutilmente de mim
— Que porra está fazendo? – Pergunto e ela enrola seus braços ao
redor do meu pescoço — Não está gostando? – Perguntou
— Você é babá da minha filha.
— Ah qual é... Lorena me contou que você não gosta da sua filha,
que só liga pra uma mulher chamada Teresa – Beijou meu pescoço -
e sempre estive reparando em você, sabe? Esse seu jeito durão que
parece não se importar com nada, eu adoro isso.
— Quem é você pra falar que não gosto da minha filha? – Falei
ainda calmo
— Sou a babá de Alice, que viu ela praticamente crescer, diferente
de você. - Começou a se esfregar no meu corpo Agarrei a mulher
pelos dois braços e ela geme de dor com isso — Te dou três
minutos pra recolher suas coisas e ir embora daqui.
— O que?!

— Vai embora!
— Não pode me despedir, não foi você que me contratou...
— Vai fazer eu mesmo te tirar a força?! – Falo e ela morde os lábios
maliciosa — Me tira a força! – Tentou me beijar, mas eu a empurro e
pego ela pelo braço — Papai? – Escuto Alice me chamar do quarto
dela Levo a mulher pra fora da minha casa a força enquanto ela
tenta se soltar, assim que chego lá fora, pego meu moletom da sua
mão e fecho a porta de vidro, ela começa a esmurrar forte pra eu
abrir e espernear. Escuto Alice chorar assustada lá encima por isso
abro a porta.
— O que diabos você quer? O que quer? Acabar com minha vida?!
— Prometo não dar mais encima de você eu juro, mas por
favor...não me despeça – Começou a chorar – Por favor... — Vá
embora Teresa. – Falo e sinto uma dor imensa por citar esse nome.
Capítulo 7
TERESA
— Agnes, vem pra cá! – Falei ainda com o taco de beisebol na mão
apontando para o homem
Seus olhos são de um azul intenso como os de Christoffer, seus
cabelos da cor de mel castanho como o de Christoffer, e até a sua
altura é igual a dele, tirando seu físico que parece um pouco mais
forte, mas ainda sim ele se parece com Christoffer, sei perfeitamente
quem ele é.
Agnes vem até mim esticando a blusa no corpo pra tampar a parte
de baixo que está pelada.
— Isso confirma todas as minhas teorias. – Falo e o homem me olha
confuso – Você é irmão de Christoffer Lins, e foi você que incendiou
minha fazenda pra me fazer trabalhar de escrava!

— Espera... Quê? – O homem diz sem escrúpulos enquanto abotoa


a calça
Nesse mesmo instante Pedro entra na sala e encara nós três
assustados
— Pedro! Era verdade o que eu temia, o irmão de Christoffer, foi ele
que incendiou nossa fazenda! – Sorri ironicamente – Não me
admiro, já que você quase me matou mandando Herton me
empurrar da janela, não é mesmo senhor "Francis?" Ou devo
chamar de Fernando?! Seu... Bosta! – Deixei escapar e junto
minhas salivas que estavam guardadas O homem me olha
literalmente assustado, Agnes e Pedro também, tudo se cala até
que Pedro decide quebrar isso. É claro que não vamos deixar isso
barato
— Teresa... Tem algo que não sabe - meu irmão deu um passo à
frente - Francis morreu no dia em que fugimos da mansão.
O que?
— O que? – Sussurrei – Não... Nada a ver... Olha pra ele! –
Endureci a voz – É Francis... Irmão do... Daquele... Daquele... –
Falo vagamente tentando achar alguma palavra pra preencher meu
ódio por aquele...
— Você disse que não queria saber nada sobre a cidade depois que
viemos, e se não lembra, as queimas foram causadas por cigarro e
o homem que assumiu a queima está preso por causa disso - ele
suspira - tem as manchetes sobre a morte de Francis, e também
mostra... O corpo. – Pedro falou desconcertado – Me desculpa.
Abaixo o taco de beisebol engolindo um seco.
Impossível. Como Francis morreu? Quem o matou? Por que diabos
Pedro não me contou? Sei que estava mal por tudo que aconteceu,
mas ele deveria ter me contado, digo... Ainda estou mas diferente
de antes hoje só me resta raiva e não a dor que eu sentia, digo...
Talvez um pouco.
Engulo um seco me recompondo ao lado do dono dessa fazenda,
olhando direito... ele nem se parece tanto com aquele homem da
cidade, digo... Só um pouquinho.
— Peço desculpas Fernando. – Pedro diz a ele pela décima vez
— So por favor tira essa louca da minha casa. – Fernando indaga
Sua casa?! SUA CASA?! ALGUÉM POR FAVOR AVISA PRA ELE
QUE ESSA É MINHA FAZENDA?! Digo... Bom... Não exatamente,
porém fui eu que cuidei dela! Durante esses quatros anos eu mais
vivi aqui do que na minha própria casa!
— Vamos Teresa. – Meu irmão me chama

— Não terminei meu serviço ainda. Me espere lá fora pra irmos


juntos. – Falo finalmente e vou até a escada
— Não entendeu o que eu disse?! – O homem se dirigiu a mim – Eu
disse... Fora da minha casa!
Deixo um riso escapar e ele arqueia a sobrancelha. Logo subo as
escadas entro no meu escritório e termino meu trabalho.
Se passaram minutos e eu fecho meu notebook. Deixo um bocejo
escapar e bebo um gole de café que já está praticamente frio. Antes
disso tudo eu odiava café, mas depois de dias e mais dias acordada
não vivo sem.
Depois que a fazenda cresceu, tirei um tempo pra mim. Resumindo
meus últimos anos depois do maldito sofrimento? Bom, pra
começar, faço terapias até hoje e ainda tomo remédio pra
ansiedade, mas não tenho crise a alguns meses e está sendo ótimo
pra mim, estou fazendo academia o que foi ótimo porque consegui
encontrar um hobby que eu nunca achei que gostaria já que sou
preguiçosa, coloquei silicone (mas o que Teresa?!) Ah qual é! Estou
fazendo um desvio absurdo de dinheiro com as finanças dessa
fazenda não ia deixar dinheiro sobrando, e também... Eu precisava,
só pra manter, virei mais loura, dei uma moto para Pedro (isso
quase levou meu desvio todo mas depois eu desviei mais e
consegui o que tinha de volta) e finalmente... Posso dizer que com o
suposto salário que eu me dou e recebo mas que ninguém sabe,
esse é o trabalho perfeito pra mim, então por favor vamos manter
isso em segredo, certo?
Desço as escadas e lá está Pedro e Francis de conversa. Confesso
que minha cara ainda está queimada pelo mico que passei mas
tento manter a postura
— Podemos ir? – Tirei o salto do meu pé já que vou subir na moto
de Pedro
— É claro. – Pedro diz.
Pedro está mais alto, e mais... Gato, ele arrasa corações com as
meninas que trabalham aqui, que eu saiba já passou o rodo em
quase todos, mas ele não sabe que eu sei, já que falei pra ele não
fazer isso porque é falta de respeito e ele seria despedido, mas nós
dois estamos muito unidos ultimamente então... Não pretendo
dispensar ele dos meus serviços.
— Pode me passar os dados da fazenda? – Fernando diz para mim
assim que eu estou na porta – O quanto lucra, o quanto gasta e...
— Está na prancheta encima da minha mesa. – Falo
— Ótimo. – Foi até a escada – E toma cuidado com o que faz da
próxima vez, não esquece quem é o verdadeiro dono disso aqui.

— Um verdadeiro dono não precisar ficar lembrando outras pessoas


que é o dono. – Falo e ele cerra os punhos – Boa noite Fernando.
— Me chame de senhor Fernando.
— Igualmente. – Falo e saio da fazenda
Assim que chegamos em casa. Meus pais já estão dormindo, Pedro
e eu andamos encima de cacos de ovos para não fazer barulho.
— Da próxima toma cuidado com as coisas que você fala Teresa,
sabe que somos obrigados a fazer o que fazemos. – Pedro tira a
camisa e pega o controlador da Tv
— Bom estou sendo mais obrigada – Também tirei minha camisa –
Olha pra mim, eu to adorando tudo isso.
— Com esses silicones aí? – Pedro caçoa e joga sua blusa suada e
nojenta em mim – Tá mais falso que nota de um real!
— Sua bunda! – Fui até ele mas ele desvia de mim
— A sua que também tem silicone! – Gargalhou
— NÃO COLOQUEI SILICONE NA BUNDA! – Gritei e ele faz gestos
pra mim abaixar o tom da voz – Devia colocar silicone nessa sua
língua grande!
— Se sobrar dinheiro né, porque quando descobrirem o desvio
absurdo que você faz a mordomia vai acabar!
— Já eram pra ter percebido, até parece que ninguém notou esses
peitões! - Chacoalhei meus peitos e Pedro faz cara de nojo pra eles
— Fico feliz que tenha mudado, tipo... Que esteja saudável.
— Não posso dizer o mesmo! – Falei já que agora ele está prestes a
abrir um pacotão de doritos Pedro revira os olhos e liga a TV, logo
vou pra cozinha procurar algo para comer —... Simplesmente um
CEO que raramente vemos, como é pra você estar casada com
Christoffer Lins Lorena? – Meu corpo trava só em ouvir o nome
desses dois. Me viro rapidamente pra televisão e nela vejo Lorena
rodeado de repórteres e paparazzi.

Diferente de mim, Lorena não mudou muito. Nem na cor de cabelo e


nem no jeito. Ela continua a mesma pessoa, uma hipócrita. Mas o
que mais chama atenção, é o lugar onde ela está, cheio de árvores,
penso na ilha que Joseph me falou que eles fugiram, será que é lá
que eles estão? Ok, não me importo.
— Christoffer e eu nos aproximamos ainda mais, principalmente
depois de Alice, nossa filha tem... E Pedro desliga a televisão.
Filha? - "Nossa... Filha" - achei que nada mais me machucaria, mas
por que ainda estou surpresa? — Teresa? – Pedro vem até mim –
Você... Está bem?
— Sim eu só... – Minha voz falha – Eles têm uma filha? Pedro você
sabia disso? – Pedro permanece calado – Como não me contou?!
— Sabe porque não te contei. – Pedro me puxou pra um abraço
desajeitado – Olha não fica assim, sabe, eles...
— Não me importo! - Empurrei Pedro – Não me importo com
aqueles dois prefiro não ficar sabendo de nada que venha deles!
Mas uma filha?! Como eles podem?
— Mas Teresa... É a nossa sobrinha. – Pedro diz e eu franzo o
cenho pra ele – E além do mais... Ela não encher... — NÃO ME
FALE DELES! Não os proteja Pedro!

Capítulo 8
CHRISTOFFER

— A pronúncia não veio só de Ramiro, veio de você e além do mais,


a marca Lins está crescendo mundialmente! –
Elisa diz ainda calma
— Não escutou uma palavra do que eu disse? – Franzo o cenho pra
ela – Antigamente eu podia pelo menos andar livremente na rua, era
abordado mas ótimo, porém hoje faz duas semanas que não vi a luz
do dia! – Me levantei da cadeira
Estou na minha empresa na minha cidade, acabo de sair da reunião
que durou em torno de duas horas e meia para falar do mesmo
assunto, qual a próxima tendência que iremos lançar.
Depois que minha parceria com Ramiro deu certo, a marca Lins está
fazendo ainda mais sucesso, como ele era estilista na Polônia, de lá
ele me descobriu e quis imediatamente juntar nosso trabalho, não
sei se lembram, mas isso aconteceu a quatro anos quando ainda...
Bem... Quando ainda Teresa estava aqui.
Não é que minha marca não fazia sucesso, fazia, era algo original
era reconhecido do jeito que eu queria, porém depois do último
desfile de moda feito por mim e Ramiro a tendência explodiu, e está
tudo sendo um exagero. Antigamente eu só mexia com roupas e
tecidos, com a nova parceria hoje temos hidratante de pele,
maquiagem e até roupas de animais eu diria, nada do que era
planejado pra mim.
— Terá que se acostumar! – Elisa insiste no assunto – Tem muitas
pessoas famosas que não saem de casa, as Kardashians por
exemplo... Ou Guccio... Pessoas que são extremamente famosas
como você agora e não sai perambulando por aí.
— Guccio? Que diabos é isso?
— O criador da Gucci! – Elisa revirou os olhos
— Sabe que ele já morreu né?
— Claro que sei, falo quando ele era vivo.
Solto um "Ah baixo" e Elisa vem até mim. O cabelo dela cresceu
muito, ela usa uma blusa gola alta e uma calça jeans boca de sino.
Seu cabelo é castanho igual os olhos e sua maquiagem... Leve.
— Vai se acostumar. – Insistiu
— Não quero não poder andar mais na rua, ou não poder ir buscar
Alice na escola, ou ir no cinema com Alice, ou ir no shopping com...
— Uma que você odeia shoppings e duas...quando começou a se
importar com a filha que tem? – Dei de ombros – Nem sabe se ela é
mesmo sua filha!
— Alice é minha filha! – Me alterei com Elisa que me olha assustada
– Vou permanecer com o contrato, mas preciso de uma assistente,
já que está tão animada pode ser a minha.

— Tá louco? – Bufou – Daqui uns meses é meu casamento com


Joseph, não posso me dedicar a você e além do mais... Precisa de
um assistente que não tem muita vida pra cuidar da sua.
— Ainda com essa história de se casar com Joseph? – Pergunto e
ela emburra a cara
Desde que ela voltou do interior depois de levar a família de Teresa
pra fazenda, ela e Joseph se aproximou muito. Não sei exatamente
o que aconteceu lá, Elisa e meu primo também não quiseram me
contar o que aconteceu direito mesmo eu implorando para me dizer
tudo que houve.
— A vida toda te impedi de se casar com Lorena e olha só pra você
agora – Ela diz e eu me sentei na cadeira e peguei um cigarro para
acender – Precisa parar de fazer isso.
— Christoffer – Meu secretário entra na minha sala interrompendo a
conversa – Tem uma moça querendo te ver. — Diga que estou
ocupado. – Me virei para Elisa – Pode selecionar alguns assistentes
pra mim?
— Ela disse que é urgente, e mandou te falar que se chama Teresa.
Meu corpo trava com esse nome, na verdade quase engasgo com
minha saliva.
— Teresa? – Elisa pergunta e o cara assente – Mande entrar.
Antes que eu perceba meus punhos estão cerrados de nervosismo,
se Elisa não tivesse encostado as mãos em meus ombros
provavelmente eu já teria desmaiado ou algo do tipo, meus olhos
estão quase arregalados e não piscam nem um segundo olhando
pra porta que se abre e logo entra uma mulher alta, negra e dos
cabelos longos. Suspiro alto com os olhos fechados.
— Christoffer. – Madeline veio até mim
— O que diabos está fazendo aqui? – Falei ainda com os punhos
cerrados
— Quem é essa Chris? – Elisa pergunta antes que eu mande ela
sair
— Elisa nos dê um minuto. – Falo e Elisa me olha com a cara que
conheço muito bem. — Irei contratar alguns assistentes como disse.
— Assistentes? – Madeline pergunta e eu me levanto impaciente da
cadeira
— Elisa... – A direcionei até a porta

Elisa sai resmungando baixo e eu vou até a porta e tranco, antes


que eu me desse conta a mulher me agarra pela nuca
— Senti a sua falta! – Começou a beijar meu pescoço – Se
passaram anos que eu tento vir falar com você!
Madeline usa um conjunto de cropped e saia. Inclusive foi uma das
minhas criações simples. Ficou bem no corpo dela.
— Pare – A empurrei – O que diabos está fazendo aqui?! Não
entendeu o que eu disse sobre distância de você?
— É por isso que vim até aqui – Disse com voz de choro – Não
estou suportando ficar longe de você, desde que você se foi... eu
não consigo...
— Não me importo com que está sentindo! – Me alterei com ela –
Entenda que aquilo acabou! Entrar na minha empresa se passando
por Teresa?! Você é ridícula!
Fui até a porta para expulsar ela daqui, mas logo sinto os braços de
Madeline me agarrando por trás
— Está me fazendo escolher o lado mais difícil – Ela diz e eu reviro
os olhos – Quero ser sua assistente. — Como?
— Sei que está ficando cada vez mais famoso, os sites e programas
de moda só fala de você e Ramiro – Me virei pra ela – Se não me
aceitar como sua assistente, eu farei um escândalo dizendo que sou
a sua amante, tenho fotos e vídeos para comprovar, você não sabe
mas... gravei a gente transando a última vez que foi me ver. – Disse
num tom ameaçador – Se não me contratar...
— Ok. – Falo e ela me olha assustada – Elisa irá te dizer tudo que
precisa fazer.
Ela franze o cenho confusa com que eu falei, parece não acreditar
muito e nem eu estou, mas sei que ela provavelmente não vai me
deixar em paz então... até eu dar um jeito nela, será melhor poder
controlar ela de perto, odeio escândalos.
— Está falando sério?
— Se pensa atrapalhar meu trabalho...

— Não vou, eu juro! – Implorou – Não vou te seduzir no trabalho


serei extremamente profissional, não vai se arrepender.
— Ótimo. Então vá assinar seu contrato. – Abri a porta e me deparo
com Elisa escutando atrás da porta Claro, já desconfiava.
— Eu só estava... eu ia...
— Limpar a porta? – Pergunto e ela sorri sem graça – Isso será
descontado do seu salário.
— Seu cu... digo... digo...
— Vá treinar Madeline, Elisa. – Falo e bato a porta na cara das duas
A noite chega e eu ainda não tirei os olhos do computador, já são
quase 22:00 horas e ainda não terminei meu trabalho, entendo que
com a parceria o lucro está rendendo mil vezes mais, mas o
trabalho triplicou, sinto que isso não vai durar muito.
Depois de sair da empresa, passo na sala de Elisa para chegar
como está o treinamento de Madeline, sei que ela vai ser um saco
ainda mais quando Lorena descobrir que ela foi minha amante por
meses.
— Chris, é você? – Lorena pergunta assim que entro em casa
Apareço na sala e ela está com Alice de frente a televisão assistindo
um desenho animado e complexo da Netflix
— Chegou cedo. – Lorena disse – Ultimamente tem chegado cedo,
tá doente?
— Papai! – Alice vem correndo até mim e eu continuo olhando pra
ela que está com os braços estendidos pra mim – Colo!
— Não acha que tá grande demais pra ficar no colo? – Pergunto a
ela que faz biquinho
Seu cabelo está bagunçado como sempre, e ela usa uma blusa de
frio de mangas bufantes é uma calça moletom.
— Ainda vou arrumar um pai que me dê colo. – Falou e Lorena
gargalha baixo

— Estou surpresa como ela consegue ser tão mandona é esperta! -


Lorena diz
— Mandona? Pra mim é uma mal criada! – Peguei ela no colo que
puxou minha orelha – Au! Por que tá me batendo?!
— Me chamou de malcriada! - Lorena gargalha de novo
— Não pode ficar rindo das coisas erradas que ela faz – chingo
Lorena – E se ela bater nos colega da escola?!
— Vamos concertar isso, não é mesmo Alice? – Lorena pergunta a
garota que cruza os braços no meu colo, mas logo me dá um abraço
e um beijo na testa – Quer comer algo? Fiz almôndegas veganas
com molho rosé.
Assenti e Lorena vai para cozinha. Ela está com uma roupa mais
curta que o normal, provavelmente pra me seduzir ou algo do tipo.
Coloco Alice no chão e me sento no sofá, logo a garotinha se senta
do meu lado quase me espremendo. — Por que não senta ali? –
Apontei pro outro sofá a minha frente — Senta você! – Atirou e dei
um beliscão no seu braço
— Peça desculpa! – Pingo ela que chora por dentro – Peça!
— Não! – Deixou sair a voz de choro
— Por que não vai pedir desculpas?! Não é assim que se fala com
seu pai!
— Quando me tratar como filha ajo como uma! – Falou ainda
prendendo o choro e eu olho assustado pra ela
O que foi que ela disse? Que eu saiba ela só tem quatro anos!
Como ela pode entender esses tipos de coisas?! Apesar que na sua
idade eu também era assim...
— Não me pediu desculpas também. – Ela diz e eu engulo um seco
— Só tem quatro anos, não entende essas coisas.

Alice fica olhando fixamente na minha direção como eu costumo


fazer quando quero é não quero falar nada pra alguém depois que
ela me chateou. Logo ela se levanta do sofá e vai se sentar no outro
que fica na minha frente com os braços cruzados ainda emburrada.
— Ok desculpa. – Falo e saiu mais sincero do que pensei – Não sei
como funciona essa coisa de ser pai mas... Você pode me ajudar
com isso.
— Serio papai? – Perguntou animada e eu assenti – Então... Você
pode brincar comigo hoje?
— Dependendo do que, sim.
— A mamãe me colocou numa aula de maquiar pra deficientes
visuais, posso tentar maquiar você e você me conta como ficou?
Droga.
— Não. Tá doida? Digo... Não. – Me corrigi
Não quero falar esses tipos de palavras perto dela, já que pelo que
vi a garotinha aprende rápido até demais.
— Então não quero brincar! – Cruzou os braços
— Uma que você é muito mimada, duas... É você que sai perdendo
você que queria brincar não eu. – Falo e ela me mostra a língua e
com isso atiro um travesseiro nela que cai sentada no chão. Alice
vem nervosa ate mim e prendo seus braços pequenos.
— Vô te derrubar! – Falou e soltei uma gargalhada baixa
— Não vai. – Me mostrou a língua de novo e belisquei ela fazendo a
garotinha soltar um grito baixo. Em meio a guerra meus olhos se
encontra com o de Lorena que estava na porta da sala vendo isso
tudo, coro com isso e solto Alice que parece ter percebido que fiquei
sem jeito. Lorena sorri sem mostrar os dentes e entra pra dentro da
cozinha de novo.
— Agora vai deixar eu te maquiar? – Alice pergunta carrancuda e eu
reviro os olhos.
Capítulo 9
TERESA

— Teresa, não vai comer? Sua mãe fez um bolo de cenoura que...
— Não dá tempo pai – Peguei uma maçã verde – E sabe que não
como massa de manhã. – Coloquei meu salto às pressas
Depois de horas na academia corri pra casa para tomar um banho e
ir direto para o trabalho. Coloquei um vestido branco a cima dos
joelhos, sequeira rapidamente meus cabelos e fiz um babyliss
atrapalhado.
— E a entrada no carro? Você já deu? – Meu pai perguntou e toma
um gole do seu café
— Vou comprá-lo a vista. – Falo e ele quase engasga
— Como avista?! Não tem dinheiro pra isso tudo! – Reviro os olhos
tentando acertar o coque enfrente o espelho da sala - Teresa...
— Pai não se preocupe.
— Ja gastou dinheiro com estéticas, agora vai comprar um carro? E
o pior... A vista? – Colocou a mão na testa – Se descobrirem que
você está fazendo esse desvio...
— Acho que já sabem. – Falo – E além do mais... Não vão me
mandar embora, e se mandassem seria sonho realizado.
— Sua mãe e eu não estamos mais te reconhecendo. – Disse num
tom decepcionado
Desde que cheguei na roça a quatros anos atrás, não contei a meu
pai sobre a traição da minha mãe, tudo ficou muito apertado, a
construção da minha casa, meu serviço e o de Pedro dobrou,
desenvolvi ansiedade e depressão, eu entrei em crise, e ainda
confesso nem estar 100%. Ainda sonho com aquilo, as lembranças
ainda me apavoram. Pedro foi o que mais me ajudou, nos
reaproximamos mais, e até minha mãe e eu somos mais unidas
agora. Não quero contar o que houve sendo que ela se arrependeu
daquilo. Apesar de tudo, ainda continuo chateada apenas com meu
pai porque culpo ele por essa dívida, ele devia ter me contado.
— Preciso ir. PEDRO! – Gritei ele que logo aparece com a cara de
sono
Ele usa um jeans velho é uma blusa preta gola V. Provavelmente foi
a primeira roupa que viu pela frente.
— Vamos. – Ele fala – Que vestido é esse? — Gostou? Comprei
ontem quando...

— Todo dia você aparece com uma roupa diferente! – Reclamou


enquanto fomos lá pra fora – Você é doida já deve ter gastado
quase um milhão só com esses peito e agora o carro.
Puxei a orelha dele com força depois que ele me entrega o capacete
— PARA DE FALAR DOS MEUS PEITO! – Gritei no seu ouvido – E
agradeça todos os dias pela moto que te dei! — Au! Cuidado com
essas unhas de onça, doida?!
— Doida teu furico! – Falo e ele gargalha baixo
Assim que chego no trabalho me sento na minha mesa e ligo o
notebook, hoje o dia vai ser bem corrido, mas não tenho pressa
como antigamente já que os negócios vão bem. Lembro que
antigamente eu entrava nessa sala e fazia tudo na correria porque
era muita coisa, hoje consigo separar as coisas e fazer tudo com
calma, percebi que foi assim que as coisas começaram a funcionar.
Depois de pedir pra empregada trazer um café pra mim permanecer
acordada, resolvi ligar a TV já que é a tarde e estou no horário de
lanche. Por sorte Francis não deu as caras ainda. Ótimo, bem
melhor assim.
— ... Depois do escândalo que houve ontem. Mas posso falar o que
acho? Pra mim cada um tem sua própria opinião não é Patrícia?
Acho que ele foi apenas sincero.
É um canal de fofocas. Suspiro baixo e volto atenção pro meu
notbook.
— Claro, sinceridade em primeiro lugar.
— Sim, e aqui está ele, me diz Christoffer Lins como está os
preparativos pro seu desfile?
Travo a boca na xícara e acabo queimando minha boca. Meus olhos
correm para televisão e se depara com Christoffer. Meu coração
palpita tão forte que consigo ouvi-lo e sinto minha respiração parar
por um momento.
— Ansioso. – Ele diz
Ele está numa praia, parece que não é aqui no Brasil. E a entrevista
tem data do ano passado.
Christoffer mudou um pouco, mesmo na praia seu cabelo está bem
arrumado, sua barba bem cortada, e seu corpo continua o mesmo
de sempre, sarado sem nenhum esforço. Ele usa um óculos de sol,
e está com uma blusa branca entre aberta. Cerro os punhos
machucando a palma da minha mão por causa das unhas.

— E o que diz para os internautas sobre o comentário que você fez


ontem no palácio Garden? Pra quem não sabe o senhor Lins tinha
ido numa orquestra e uma jornalista perguntou no final o que ele
achou e ele disse que não tinha gostado. Sabe que está sendo
criticado por isso certo? O que diz sobre isso?
Percebo que ao redor deles estão cheio de paparazzi e pessoas
olhando. Como ele ficou tão famoso da noite para o dia? O que eu
perdi?
— Acho que as pessoas estão muito sensíveis. – Passou os dedos
entre os cabelos fazendo algumas mulheres ao redor gritarem -
Alice. – Pegou na mão de uma garotinha dos cabelos castanhos que
estava brincando com a areia — Essa é sua filha??? Como não
percebi isso?! – A jornalista pergunta – Me fale sobre ela.
— Uma outra hora. – Pegou a garota no colo. Percebi que
jornalistas começam a chegar disparadamente e alguns homens
provavelmente seguranças rodeiam Christoffer e a garotinha,
provavelmente... Filha dele.
— Christoffer nos fale mais de sua filha! – Um dos jornalistas vai
atrás dele
— E nos conte mais sobre seu desfile! – Uma mulher pergunta
dessa vez enquanto eles saem praticamente correndo do local
— E sua cunhada? Me diz sobre o caso, era tudo verdade?!
Me levanto de uma vez na cadeira tomando um susto com isso.
Christoffer tira os óculos escuros enfia a filha dele no carro e logo
entra junto com os seguranças.
— Quando vão esquecer esse assunto? Irei processa-los se
permanecer com isso. – Ele diz e entra no carro -parem de se meter
na minha vida ou se não... – E desligo a televisão Sinto a raiva talar
o meu sangue. Como todos ficaram sabendo disso? Durante quatro
anos esse caso se repercutiu e eu não sabia disso?
Em meio a raiva, jogo a xícara na televisão que acaba quebrando a
tela. Passo os dedos entre os cabelos por isso, droga... Preciso ficar
calma. Preferia não ter visto isso achei que não odiava Christoffer,
mas agora... Percebo que tenho nojo dele, dele e de tudo que vem
dele, até mesmo... Da sua filha.
Vou até a televisão arranco ela da parede e a jogo no lixo.
— Ei, o que diabos está fazendo?! – Fernando entra na minha sala
— O que diabos você está fazendo?! – Me alterei com ele – Bate na
porta pra entrar!

— Com quem pensa que está falando?! – Franzi o cenho pra ele –
Abaixa seu tom...
— Vá se ferrar! – Me alterei ainda mais – Já não basta eu fazer a
porcaria do meu trabalho de graça pra você e ainda entra aqui me
cobrando coisas?! Sai daqui!
Fernando correu até mim e me agarrou pelos braços. De perto ele
ainda é a cara de Christoffer, ainda acho que minha teoria estava
certa disso tudo, que na verdade... Ele pode ser Fernando.
— Se continuar gritando, sua dívida irá aumentar por mais um ano.
Seus olhos são de um azul bastante claro, e ele também é bastante
alto, sua pele é bem bronzeada e o corte de sua barba... Perfeita.
— Tira suas mãos de mim. – O ameacei
Fernando abre a boca para me rebater e nessa mesma hora Brenda
a fiscal do supermercado entrou nos interrompendo, Francis me
solta por isso.
— Teresa - ela disse um pouco espantada com o que viu - chegou
isso pra você. – Estendeu uma carta para mim — Obrigada Brenda,
pode voltar ao trabalho.
Brenda assente olha esquisito para Fernando e sai do meu
escritório.
Assim que eu ia abrindo a carta, Fernando toma da minha mão.
— Qual é a sua hein? – Falei exausta com as atitudes dele
— A fazenda é minha então a carta também. – Falou enquanto abre
Ótimo ele ter que me avisar toda hora que a fazenda é dele, um
dono de verdade não precisa avisar que é dono porque ele é
respeitado e todos sabem, diferente de Francis ou Fernando seja lá
o que esse idiota for. Achei que tinha engolido esse papo de Francis
mas vendo ele pela segunda vez, percebo que não.
— Hum. – Foi até minha cadeira e se sentou. Senti raiva por isso.
Como ele ousa?!

— O que diz? – Perguntei pra ele que vira sua atenção pra mim
Ok confesso, Fernando é mesmo muito bonito, se ele fosse
qualquer outro cara eu certamente me aproximaria.
— É uma festa na cidade pra empreendedores – Falou –
Descobriram você por causa do negócio todo que fez e agora
querem sua presença.
Cidade? Onde tudo aquilo aconteceu? Onde fica a mansão de
Christoffer, o escritório e onde Lorena e sua filha está. Achei que
nunca mais voltaria pra lá.
— Entendo. – Falei pensativa quase esquecendo da presença de
Fernando
— Nós vamos. – Concluiu
— Nós? – Bufei – Credo, não mesmo que vou sair com você!
— E por que? – Veio até mim – Aposto que me acha um gostoso por
que teria vergonha de sair comigo já que sou lindo?
— Você não sabe nada de finanças. – Falo e ele cruza os braços - e
olha... Não quero você me enchendo o saco! — Eu vou e é você
que vai me acompanhar.
— Como?!
— Você vai, como minha secretária.
Cerrei os punhos e fechei os olhos pra não ter que voar em
Fernando. Coloco o dedo indicador na testa tentando me conter.
— Quer saber? – Suspirei alto – Por que não vai sozinho... A não
espera - dei um sorriso forçado – Você é burro e ignorante não
entende nada do que está acontecendo aqui!
— Onde arrumou dinheiro pra por silicones? – Cresceu os olhos no
meu decote – E você... Tá meio diferente do que era antes
fisicamente suas roupas e mais... Como tá conseguindo dinheiro?
— Isso não é da sua conta. – Fui até minha cadeira e me sentei já
que por graças a Deus ele saiu.
— A não? – Veio atrás de mim – Quem ficou na fazenda quando
estava na cirurgia do seus peito? Até onde sei... Você trabalha das
08:00 as 23:00 todo santo dia.

— Quer saber, Fernando? – Bati a mão na mesa – Sou eu que


mando nessa merda! Por mais que eu estaria aqui sendo obrigada,
mas agora eu não estou mais! Eu cresci sua fazenda, eu montei um
supermercado, eu...
— Falou certo, minha fazenda. – Arqueou as sobrancelhas
— Você não tem nenhuma autoridade aqui, o que devia estar
fazendo é gastando o dinheiro que reproduzo e não atrapalhar meu
trabalho, posso estar sendo ameaçada mas se eu desistir disso,
tudo vai cair!
— E você cai junto! – Levantou meu rosto pelo queixo
— É, mas pensa bem. Eu sou famosa agora – Sorri – Depois de
quatro anos ganhei reconhecimento e esse evento pode me tornar
ainda mais rica, já pensou se eu falasse pra imprensa que você está
me ameaçando?! – O empurrei – Toma cuidado com que você fala!
— Tomar cuidado com você?! – Falou com desdém – Você tem
sorte de estar trabalhando pra mim, você é só uma mulher, apenas
isso, posso acabar com você.
O que Fernando tem de bonito tem de estúpido.
— Da pra sair do meu escritório? Está atrapalhando meu trabalho!
— Vou ir nesse evento. – Insistiu
— Tá, tchau! É permissão que você quer?! – Falei farta
— Você não é dona de nada! – Falou e revirei os olhos – Se lembre
disso!
— Vaza Francis! – Deixei escapar e ele me olha confuso
— Francis?
Me levantei da cadeira e o empurrei pra fora da sala
— E tem uma coisa – Falou quando já estava na porta – Você é... –
Se aproximou do meu ouvido – Uma delícia.
Empurro ele para fora do escritório e bato a porta forte na cara dele.
Se ele for mesmo nesse evento, garanto que ele irá se arrepender.
Imaginava que era burro, mas ser ignorante junto é de mais, ele
atrás de mim só vai atrapalhar minha fama e meus negócios.

Logo volto a fazer o que tenho pra fazer e assim que termino saio da
fazenda para resolver negócios sobre a compra do meu carro.
Capítulo 10
CHRISTOFFER
— Posso entrar? – Lorena pergunta depois de bater três vezes na
porta
Estou no meu quarto e com dois computadores ao mesmo tempo
fazendo a) novos modelos de roupa pra inauguração de inverno
mês que vem b) Conferindo os modelos de fragrâncias da minha
marca de perfume.
Depois da minha aliança com Ramiro, não mecho somente com
roupas, mas também com calçados roupas infantis perfumes e
maquiagens que fica com a parte de Lorena. A marca Lins está
inspirada e espalhada no mundo todo por ser produtos veganos e
não testados em animais, por isso, depois de quase cinco anos
quase não saio de casa, e se saio... com seguranças.
— Precisamos conversar. – Lorena diz entrando e se sentando na
minha cama
Mesmo depois de quase cinco anos, Lorena e eu não nos
relacionamos muito bem. Dormimos em quartos separados e só
estamos juntos aos domingos que é quando estamos em casa, mas
somente pela Alice. Pra falar a verdade... Tem dias que nem a vejo,
assim como Alice. Mas confesso não gostar de ficar longe daquela
sapinha.
— Depois, to ocupado. – Falei focado no meu trabalho - pode me
mostrar os resultados das amostras da sua base líquida? Ouvi
comentários que algumas pessoas estão tendo alergias com os
produtos.
— Já estou resolvendo. – Ela diz e eu assento – Christoffer... –
Suspirou baixo – Não podemos mais ficar assim.
Continuei calado.
— Achei que as coisas iam mudar depois de cinco anos, mas... Só
estão pirando. Tem dias que não te vejo e Alice cobra isso de mim,
achei que tinham se reaproximado. O único dia que passamos
juntos é final de ano e olhe lá, já que ano passado passou numa
festa com Madeline.
Como sabem, Madeline é minha ex amante e assistente e agora
secretária. Ela faz um bom serviço, e me respeita durante o
trabalho, claro que ela ainda dá encima de mim mas gosto tanto do
serviço dela que acabo não me importando. Lorena desconfia que já
tivemos um caso, talvez até sabe já que as duas não se dão bem,
mas de qualquer jeito... Ela finge não se importar.
Meu telefone vibra e eu logo atendo. É um dos assistentes de
Ramiro.

— Falei pra ligar depois. – E desligo o celular


— Dá pra mandar Maria vim trazer um café? – Pergunto e ela logo
aparece na minha frente
— Me escuta! – Lorena se altera – Quando vamos ficar bem?!
Quando voltará a olhar pra mim e conversar comigo?! – Lorena
passa os dedos entre os cabelos – Christoffer, você me odeia! E não
só eu Alice também!
— Não odeio Alice.
— Ah não?! – Sorriu – Então por que? Por que?! – Bateu a mão na
mesa
— Por que? – Fixei meus olhos nos dela enquanto me levanto da
cadeira – Está me dizendo odiar Alice mas a única coisa que odeio
é a forma como ela aconteceu! – Lorena me olha assustada agora –
Se não se lembra Lorena, você me dopou e transou comigo. A
força.
Lorena bate na minha cara e eu fecho os olhos por isso. Ela é a
pessoa que mais sabe como odeio agressão é mesmo assim ela
insiste nisso.
— Quando assumir o que fez, talvez eu te perdoe. – Falei ainda
sério
— Não vou assumir algo que eu jamais...
— Deixa de ser falsa Lorena! – Agarrei ela pelos braços – Você é
falsa, mentirosa e manipuladora! Precisou me dopar pra conseguir
me dar o golpe do baú e mesmo assim vem me cobrar empatia?
Você me dá nojo, sinceramente... Se eu pudesse desejar nunca
mais te ver, eu faria.
— Preferia que eu fosse Teresa? – Disse entre soluços
— Não. – Falo e ela espreme os lábios – Teresa jamais faria o que
você fez comigo.
Lorena começa a chorar e nessa mesma hora a porta se abre e
Alice entra. Ela também está chorando.
Solto Lorena e ela me olha assustada. Não queria que ela soubesse
assim, eu pretendia contar como a mãe dela realmente é, mas não
dessa forma, mas também não sou o tipo que fica escondendo tudo
de uma criança, isso não é certo.
— Alice volte para o quarto. – Lorena diz
— Ainda gosta dessa tal Teresa? – Alice pergunta pra mim. Como
ela sabe de Teresa? – Como assim odeia a forma que eu aconteci!?

— Alice...
— Mamãe eu quero que meu pai responda. – Falou como uma
adulta – Papai...
— Você ouviu tudo. Não tem mais o que falar. – Dei de ombros
O barulho do choro de Lorena entope o quarto, passo os dedos
entre os cabelos de raiva e tristeza, fazia dias que não me sentia
assim. Preciso sair daqui.
— Papai? – Senti os dedos de Alice nos meus assim que eu ia
saindo do quarto - posso ir com você?
— Fique com sua mãe. – Falei sem olhar pra ela mas ela sacode
meu braço insistindo pra eu levar ela comigo – Coloca um casaco. –
Falo e ela sai do quarto
Desço as escadas para pegar a chave do carro e penso em sair
sem dizer nada Alice. Preciso ficar sozinho e pensar, e sei que a
garotinha vai me fazer perguntas a noite toda, e além do mais... Já
são 21:00 da noite e amanhã ela acorda cedo para estudar.
— Estou pronta. – Disse descendo as escadas se apoiando no
corrimão
Ela já se acostumou com a casa, então ela conhece cada canto,
porém na rua ela precisa da sua bengala smart, que a ajuda
bastante já que é tecnológica, isso facilitou pra ela já que a bengala
tem Google maps, e a siri narra os lugares onde ela está e tem um
sensor pra quem está se aproximando, além de narrar a pessoa que
se aproxima e para ela não tropeçar que era o que andava
acontecendo também tem sensores de objetos, na verdade a
bengala é quase uma assistente social que fica conectado no fone
de ouvido dela por via Bluetooth, enfim, é muito eficiente.
— Ok vamos. – Falo e logo ela passa por mim
No carro o silêncio paira. Posso dizer que essa é a primeira vez que
Alice e eu saímos juntos.
Eu iria numa cafeteria ou algo do tipo mas já que estamos juntos
prefiro ir a um subway 24h já que é os sanduíches veganos
preferidos dela.
A lanchonete está vazia e na verdade prefiro assim, Alice ainda está
calada e devorando o sanduíche sujando sua boca com molho, me
êxito a pegar um guardanapo e limpar a ponta do seu nariz.
— Você me odeia? – Perguntou de boca cheia
— Primeiro mastiga depois fala. – Tomo um gole do meu suco de
maracujá

— Já tá mastigado só falta engolir. – Falou de boca cheia e


contenho o riso
— Quer ganhar um puxão de orelha? – Dou a bronca e ela ri com os
dentes sujos de alface – Que nojo. – Desviei os olhos
— Me responde. – Falou mais séria dessa vez
Bebo mais outro gole do suco para conter o nervosismo, mas resolvi
me abrir:
— Sua mãe e eu não nos gostamos Alice, na verdade... Sou eu que
não me dou bem com ela.
— Por causa de Teresa? – Perguntou confusa e com um tom triste
Falar de Teresa ainda dói um pouco. Parte do meu dia tudo que eu
faço é pensar nela, onde ela está, o que está fazendo, como ela
ficou depois que eu a abandonei.
— Não. – Menti
— E essa... Teresa, você gostava mais dela do que da minha mãe?
— É complicado Alice, podemos conversar isso quando for mais
velha mas... Sim. – Falo e ela morde seu sanduíche – Eu amava
Teresa, o casamento com sua mãe seria um favor para não perder a
minha herança, eu não amava ela.
Alice suspira alto e parece engolir o sanduíche quase inteiro que
estava na sua boca
— Por que não? Por que eu existo então?
Droga. Mas preciso contar.
— Sua mãe colocou um sonífero no meu copo e não lembro muito
bem o que aconteceu, só sei que... Ela fez você quando
provavelmente eu estava desacordado ou quando eu não estava em
sã consciência.
Alice arregala os olhos e logo coloca a mão na boca. Ela sabe muito
bem de onde um bebê sai, Lorena é rígida nos estudos dela e até
ano passado pela inteligência de Alice a garotinha já começou a
questionar como é feito um bebê, então com ajuda de profissionais
e de uma forma não tão obscena e displicente explicamos de uma
forma menos descabida, mas por trás do que realmente acontece,
ela sabe o que significa.
— Não achei que a mamãe... Minha nossa! – Abaixou a cabeça –
Será que por isso nasci cega?
— O que? Não! – Peguei sua mãozinha pequena – Uma coisa não
tem nada a ver com a outra Alice.

Ela assente e logo suspiro alto. Digo a Alice que vou ao banheiro,
mas na verdade preciso pensar.
5 anos se passaram e meu sentimento por Teresa ainda não mudou.
Achei que com o tempo as coisas iam mudar, que eu ia conseguir
superar isso.
Quando Lorena se dirigiu até o altar e me disse que estava grávida
eu entrei em desespero, no dia eu iria fugir com Teresa, mas Francis
estava vindo atrás de mim armado e não queria que um filho meu
crescesse longe de um pai como aconteceu comigo, então para
proteger Teresa pedi para Joseph e Elisa tirarem a família de Teresa
de lá. Depois que me assegurei que eles estavam bem fugi com
Lorena para um hospital, fizemos um teste de gravidez e deu
positivo. O plano era voltar para Teresa, o plano seria estar com ela
se não fosse por Lorena, se não fosse por Alice. E se não fosse
por... Esquece, não quero ter que lembrar disso de novo.
Saio do banheiro e volto pra praça de alimentação. A mesa onde
estávamos estava vazia. Merda! — Ei, viu uma garotinha que estava
sentada aqui? É uma criança de 5 anos e ela...
— Acabou de sair por aquela porta. – Falou apontando pra porta de
saída
Saio correndo a procura de Alice, tento manter a calma mas
simplesmente não consigo.
— Ei, - Parei uma senhora – Viu uma criança dessa tamanho ela
tem o cabelo castanho meio louro e...
— Não vi. – A senhora responde e continuo andando para frente
Olho para todos os lados a procura dela, mas não acho, desço
correndo pelas escadas rolantes e me esbarro com alguém que nem
percebi quem é.
— Cara – Cheguei em um dos seguranças do shopping – Minha
filha sumiu, é uma criança baixa dos cabelos... — Espera... Você é
Christoffer Lins? O dono da marca Lins?? – O segurança pergunta
— Por favor me ajuda a encontrar minha filha, ela é cega não vai
saber me encontrar ela...
— Central de câmeras, uma criança está desaparecida a filha do
senhor Lins aquele famoso, chequem em todos os cantos e mande
reforços! – O segurança diz e eu passo os dedos entre os cabelos
— Estávamos no andar de cima mas acho que ela deve ter descido
ou... — Iremos procurar. Espere aqui senhor.

Espere aqui? O que ele faria se a filha dele desaparecesse?


Esperaria aqui?
Resolvi descer para o primeiro andar e me esbarro com um homem
alto com a cor do mesmo cabelo que os meus e olhos claros
— Ei, viu uma garotinha desse tamanho...
— É aquela? – Apontou o dedo para Alice sentava em um dos
bancos do shopping – Ela achou que eu era pai dela falou que fugiu
ficou perdida e me pediu desculpas então vim te procurar.
Minha pressão parece voltar ao normal, meu coração quase sai pela
boca, acho que nunca senti tanto medo assim na minha vida, nem
mesmo quando perdi Teresa.
— Da próxima toma mais cuidado. – O homem diz me seguindo até
Alice – Você é Christoffer Lins o...
— Sou. Você é...
— Fernando. – Ele diz e eu assinto – Estou aqui pelo evento de
empreendedores que vai ter na cidade. Foi convidado?
— Se é meu fã sabe que não sou empreendedor. – Retruco ao
homem que parece não gostar da resposta — Papai! – Alice corre
até mim
— Onde é que estava com a cabeça Alice?! – Pego a criança no
colo
O tal Fernando continua me encarando e encarando Alice. Penso
em dizer alguma coisa, mas ele acena com a cabeça e logo se
afasta. De costas, vejo seu punho cerrado, e seu colarinho está com
uma mancha vermelha, o cheiro dele também parecia um pouco
familiar, ele estava acompanhado de uma mulher, estava bem
vestido, mas não é isso que penso, o cheiro parecia o de Teresa.
— Papai! - Alice vira meu rosto pra ela – Me desculpa por fugir.
— Alice, quero que entenda uma coisa. – Sentei ela no banco e me
sentei do lado dela – Não sou mesmo fã da forma que você veio,
mas eu te amo mesmo assim. Não trocaria nada pra ter você.
— Nem mesmo um rio de chocolates? — Nem mesmo.

— Ou... bala fini grátis pro resto da vida?


— Nem mesmo.
— Ou... Teresa? – Ela diz e eu engulo um seco
— Nem mesmo Teresa, Alice. – Falo e ela me abraça
— Você é o melhor pai do mundo. – Ela diz e eu deixo um riso
escapar
— Pena que não posso dizer que você é a melhor filha do mundo.
— Por que? – Perguntou chateada
— É muito mimada e faz nojeiras quando come. – Me levantei do
banco e levantei ela também — Me dá colo papai?
— Tem duas pernas pra quê? – Falo e ouço ela resmungando baixo
......... ..... ...
— E ah... Os fornecedores da linha da nossa maquiagem estão
pedindo os últimos resultados o do porquê causaram alergia em
alguns tipos de pele. – Madeline disse – E também o dos batons
parece... Que em algumas bocas causaram ressecamento.
Estamos em uma reunião entre Madeline, Elisa, eu, Joseph e
Lorena, depois de semanas resolvemos falar sobre o caso dos
cosméticos que Lorena deveria estar cuidando.
— Não é necessário. – Falei em meio a discussão – Percebi que na
verdade não são os produtos de maquiagens que irritam a pele, mas
sim o demaquilante. Estava vendo através do microscópio e percebi
que tem algumas substâncias um pouco ácida que irritam peles que
tem acnes ou melasmas.
Os quatro me encaram surpresos ou nervosos. — E por que não
disse antes? – Joseph pergunta

— Achei que tinham descoberto. Era meio óbvio. Não é todo mundo
que está reclamando dos cosméticos, somente pessoas que tem
algum certo tipo de deficiência na pele, achei que tinha feito o teste
corretamente. – Falei diretamente para Lorena — Eu fiz, e no teste
deu tudo certo. – Lorena coloca a mão no queixo – Não entendo...
— Acho que podem adicionar nutrientes de côco pra pele ficar mais
saudável, não é amor? – Perguntou a Joseph
— Ou óleo de amêndoas. – Joseph diz
— Ta maluco? – Elisa o xinga - Não vamos botar óleo em um
demaquilante que é exatamente pra tirar oleosidade, estúpido!
Depois daquilo tudo que aconteceu a alguns anos atrás, Joseph e
Elisa se aproximaram muito e agora depois de três anos estão
noivos. Os dois mais brigam do que estão juntos, as vezes
desconfio de Joseph por tudo que aconteceu, desconfio que ele
ainda gosta de Lorena, e dei conselhos rigorosos para Elisa não dá
uma chance pra ele mas Elisa está cegamente apaixonada pelo
idiota. Sim, logo Elisa.
— Então posso enviar as amostras junto com a ideia? – Madeline
pergunta
— É claro. A reunião termina aqui. Está tudo resolvido? – Lorena
pergunta
— Se não for precisar dá gente ter que fazer isso de novo por
incompetência sua...
— Que eu saiba, você também é a que direciona os cosméticos
Lins, Elisa! – Lorena se altera
— Parte esmalte! - Elisa franze o cenho como uma adolescente
aborrecida - e que eu saiba, não houve nenhuma reclamação de
unhas caindo.
— Olha sua vaca...
— Ei - Joseph aponta para televisão – Espera, aquela ali é Teresa
na televisão?
Meus olhos logo correm pela tv e tomo um susto diante do que vejo.
Teresa? Não aquela não pode ser... Droga... Minha Teresa? Ela era
tão... Diferente.
Capítulo 11
CHRISTOFFER
Não tiro os olhos da tv. Poderia se passar anos e eu não me
cansaria de olhar para Teresa na tela da televisão. Teresa... Como
pôde ter mudado tanto? Seus cabelos estão mais ondulados e
curtos que o normal, até seu queixo parece mais fino e seus olhos
mais claros, seu olhar é bem mais confiante e suas curvas mais
explícitas nesse vestido casual, ela colocou silicone? Meu Deus...
Ficou linda. Ela está tão linda... Ela sempre foi linda e agora está
radiante. Isso foi o que fiz Teresa se tornar, de uma garota ingênua
pra uma mulher decidida e poderosa. Será que ela tem o mesmo
cheiro? A mesma forma de beijar e de acariciar meus cabelos? "Me
prometa que nunca irá me deixar Chris" sua voz suave veio na
minha cabeça ", como queria dizer isso a ela, que não queria ter
abandonado, que eu a amo do mesmo jeito mesmo tento que deixar
ela. Eu a amo profundamente.
— Estamos aqui com ela, Teresa Torres Ferraço e ela vai nos contar
como foi pra ela fazer crescer não só uma fazenda mais um
supermercado inteiro também, Teresa é uma empreendedora de 24
anos e olha... Ela tá solteira hein gente.
— Não por muito tempo! – Um homem entrou de penetra no meio
da gravação, espera... Conheço esse cara Somos interrompidos
com Lorena soltando um som abafado de susto. Todos nós olhamos
pra ela, inclusive eu. — Conhece esse cara? – Joseph pergunta —
Que cara? – Lorena pergunta e olha pra televisão mas logo desvia
os olhos – Ah não... Nunca vi.
Volto atenção para televisão de novo e fito o cara falando no
microfone. Ele é o homem que ajudou Alice quando ela se perdeu
no shopping, sim, com certeza é ele. O que ele faz com Teresa? E
como Teresa virou uma empreendedora de sucesso? Droga... Minha
decepção causou mudanças nela, Teresa não é mais uma garota
indefesa, agora é uma mulher, eu a tornei uma mulher.
Teresa.
— ... E foi uma bagunça! Sabe quando você acha que nada vai dar
certo? – A jornalista assente – Pois é mas ainda bem que deu tudo
certo.
— E você se assume uma CEO depois disso tudo então?
— Boom... Sim! – Sorrio – Acho que eu amo o que estou fazendo eu
amo esse patamar e na dúvida, venha conhecer o nosso
supermercado tem muitas variedades por lá!
— Claro que tem! – A jornalista disse animada – Mas falando da
vida acadêmica, o você o que é dessa empreendedora aqui? –
Perguntou para Fernando

Um inútil. Pensei.
— Sou só o dono da fazenda que ela trabalha. – Ele diz se gabando
e eu quase reviro os olhos. Mas encaro meus sapatos de quase
sete mil pra disfarçar.
— E vocês estão...
— Definitivamente não! – Falei para a jornalista – Na verdade ele
não entende muito de empreendedorismo veio de penetra.
Sinto um beliscão dele no meu braço e contenho soltar um grito por
causa disso. Mas doeu e muito.
— É mesmo? – Jornalista pergunta – Como não entende finanças?
Explica isso?
— Meu ramo está em outros assuntos, prefiro deixar isso com
pessoas que tem uma capacidade melhor na área. – Fernando disse
até bem demais e sem sotaque gringo dessa vez. Será que ele
força?
— Certo! Foi um prazer conhecer vocês e ainda quero conhecer
essa fazenda chiquérrima que está se tornando uma das mais ricas
no interior e na cidade hein! voltaremos em breve depois da
mensagem dos nossos patrocinadores, Patrícia?
Depois que entramos no edifício ... Logo pego uma champanhe
assim que avisto o garçom. Fernando também pega, e toma toda a
champanhe da taça.
— Ta mal humorado? – Pergunto e ele agarra meu braço
— Me chamou de penetra em rede nacional... – Aproximou seu
rosto até demais do meu – Quer ver onde eu quero penetrar?
Se Fernando não fosse tão mal educado ele seria ainda mais bonito.
Ele usa uma blusa branca nada bonita com um blazer que parece
ser mais do meu avô. Não esperava menos de Fernando já que na
maior parte do tempo ele está de camiseta de academia ou roupa
de cowboy.
— Tá interessado em mim? – Me solto dos braços dele que bufa
baixa – Credo... Você não tem nenhuma chance comigo pode ir
desistindo.

— Eu consigo sempre o que quero, mas felizmente não quero você.


– Estreitou os olhos
— Então para de ficar empatando meu caminho. – Passei por ele
me afastando indo direto para a mesa do ponche
Achei que não teria pessoas tão famosas aqui, mas observando
vejo vários empresários, pessoas que fazem bem mais do que eu fiz
pela fazenda, mas ainda assim me orgulho muito de estar aqui, pelo
suor e esforço... Eu mereço.
— Teresa Ferraço? – Diz a voz de um homem e eu logo me viro pra
ele
— Eu te conheço? – Passei a língua nos lábios tirando o resto da
tequila
— Não... Ainda... – Estendeu a mão – Me chamo Thiago, sou dono
Escape Game. – Ele diz e eu arqueiro a sobrancelha
Definitivamente eu não esperava ele por aqui. Bem... Já ouvi falar
dele algumas vezes, e posso ter visto ele na TV, mas não,
imaginava que esses cabelos encaracolados fosse tão bonitos
pessoalmente. Sua pele é de um moreno bronzeado e seu corpo um
tanto sarado. Ok... Ele é muito bonito.
— É um Prazer Thiago. – Apertei a mão dele e ele logo pega a
minha e beija do jeito tradicional que conhecemos – Desculpa não
nos conhecemos muito. – Puxei minha mão de uma forma suave –
Sei que é dono da casa de jogos mais famosa do Brasil e é tudo.
— E é tudo? – Sorriu e ficou ainda mais bonito – Não se interessa
por esses tipos de coisas?
— Posso ser sincera? – Falo e ele desvia os olhos de mim – Mil
desculpas acho legal mas... Acho que não é uma área que eu me
interessaria.
— Claro. – Sorriu
Thiago Bernoulli é só um cara bilionário desse país, aliás... Acho
que nem nesse país ele deve morar, me admira, achei que o evento
seria coisa pequena.
Passamos algum tempo conversando parados no mesmo lugar, ele
me disse que mora na Inglaterra mas que também tem uma mansão
no Brasil, claro. Me admiro muito por ele estar aqui, eu se tivesse na
Inglaterra jamais viria, ainda mais... Pelo que aconteceu.
— E pretende morar na cidade? – Puxou assunto – Ou já... Morou
aqui?

— Na verdade faz anos que não venho aqui, mas sendo sincera
prefiro o espírito interior, isso aqui é de mais pra mim.
Ele ri e logo fixa seus olhos nos meus. Me aproximo um pouco dele
fingindo pegar outra taça de champanhe atrás de si e logo aproximo
minha boca no seu ouvido
— Então... Chegamos de flertar? – Sussurro
— Não entendi...
— Estarei te esperando. – Tomei o último gole da minha bebida e
sai do grande salão
Não conheço aqui, e na verdade nem sei se tem quartos. Subo uma
escada gigante e me deparo com um corredor pequeno, abro uma
das portas e por sorte tem um quarto, assim que acendi a luz não
me surpreendo, o edifício ... É bem chique e tradicional, o quarto é
bem detalhado, imagino que seja pra esses tipos de ocasiões, o
famoso... After que rola nas festas.
— Então... – Ouço a voz de Thiago atrás de mim – Sobre o flerte, eu
não entendi muito bem o que você queria dizer a respeito disso. –
Falou meio tímido
Vou até a porta e tranco. Logo saio do meu salto vou até ele, o
empurro na cama e subo encima dele colocando minhas pernas
entre seu corpo.
— Eita... – Falou entre riso e logo beijo sua boca
Sua língua atravessa a minha, e logo seus dedos apertam minhas
coxas. Puxo seu lábio inferior com os dentes e entre a respiração
alta começo a remexer meu quadril encima de Thiago.
— Quer apagar a luz? – Ele pergunta e eu abaixo as alças do meu
vestido deixando meus seios a mostra pra ele – Puta que o pariu...
Thiago me agarra pelos braços e coloca meus seios na sua boca,
gemo baixo por conta disso, minha vagina pisca de tanta vontade
que estou agora. Ele me joga na cama para o lado e eu abro minhas
pernas pra ele.
— Caralho... Você tá... Sem calcinha? – Perguntou e assenti com
um riso maliciosa enquanto passo a língua nos dentes – Você é...
— Me chupa Thiago? – Pedi com carinho e ele logo passa seus
dedos entre minhas pernas

Começo a me contorcer por isso, seus dedos começam bem


devagar no meu clitóris e logo sinto sua respiração entre minhas
pernas e por último sua língua molhada. Agarro os cabelos
encaracolados de Thiago forçando ele contra minha boceta, ele
praticamente me engole e faz um bom trabalho com isso. Sinto seu
dedo me penetrar e minha gemida aumenta formando minhas
pontas dos pés — Vem cá. – O chamei e ele veio sem pensar duas
vezes
Beijo Thiago e sinto meu gosto na sua boca. Gosto disso, logo ele
começa a desabotoar sua calça e tira seu pau pra fora, começo a
toca-lo e ele geme baixo por isso e quase se desmonta.
Assumo o controle ficando por cima dele e logo desço minha boca e
engulo seu pau grosso
— Caralho... - disse um pouco alto enquanto começo a fazer
movimentos de vai em vem no seu pênis – Droga... Vem cá. – Me
chamou e subi encima dele – Estou sem camisinha.
Estiquei a mão e peguei minha bolsa, logo tirei uma camisinha de
dentro da minha carteira, abri, e coloquei nele.
— Porra... – Sorriu e subi encima de Thiago
Logo enfiei seu membro dentro de mim fazendo nós dois grunhir
baixo, começo a cavalgar encima de Thiago que pressiona minha
cintura contra seu corpo, logo ele me joga na cama sobe encima de
mim e eu cruzo minhas pernas nas suas costas — Gostosa... –
Gemeu no meu ouvido e eu agarrei seu pescoço enquanto passo as
unhas nas suas costas
— Mais forte... – Gemi no seu ouvido e ele obedece
O único barulho do quarto é a cama batendo na parede e meu corpo
se chocando contra a dele, meus gemidos são mais altos de acordo
com a intensidade que ele me penetra, Thiago agarra meu cabelo e
beija meu pescoço, sinto meu clímax se aproximar e aumento meus
movimentos de uma forma desesperada, logo minha boceta fica
mais escorregadia e Thiago pressiona com força seu pau dentro de
mim fazendo eu rebolar e ficar ainda mais gostosa.
— Isso foi... – Thiago tenta encontrar as palavras mas fixa seus
olhos nos meus e beija minha boca, dessa vez de uma forma mais
suave
– Certo. – Empurrei ele de cima de mim - podemos descer? – Me
levantei e fui para frente do espelho
Concerto a alça do meu vestido e ajusto ele no meu corpo, logo
calço meu salto ajusto o coque no meu cabelo e retoco meu batom.
— Você... Pode me ligar? – Thiago perguntou e eu me virei pra ele

— Tá falando sério?
— Sim? – Arqueou uma sobrancelha de uma forma insistente
Vou até ele e logo ele segura minha cintura
— Só quero pegar a bolsa. – Eu disse e ele solta um "ah baixo" –
Até mais Thiago. – Peguei a bolsa e sai do quarto
Desço as escadas e o clima da festa continua o mesmo. Pra falar a
verdade... meu dia hoje foi muito corrido e confesso que quero ir
embora agora, mas resolvi tomar algumas antes de partir.
Vou até a mesa de bebidas e me sirvo colocando mais na taça,
encima da mesa tem um caderno pequeno escrito listas de
convidados, viro a página e encontro "convidados ausentes" o
primeiro nome é o de Christoffer Lins. Como se ele nem é
empreendedor?
— Ei, onde diabos você estava?! – Fernando diz atrás de mim – Te
procurei por toda parte e não achei você... — Vamos embora. –
Passei por ele que segura meu braço — O que diabos deu em
você? Aposto que estava transando com aquele cara. – Franziu o
cenho – Estava? — Sim. – Falei e na verdade saiu como um
sussurro – Francis... Se não quiser embora eu vou.
— Pro hotel?
— Pra fazenda.
— Tá maluca? Sabe quantas horas são? – Alterou o tom de voz e
as pessoas ao nosso redor nos encaram - vamos pro hotel!
— Faça o que quiser não estou te chamando. – Passei por ele e de
relance vejo ele vindo atrás de mim
..... ..... ....
Não estava com cabeça para dirigir, e apesar do carro ser meu,
deixei Fernando dirigir. Estamos horas dentro do carro e ele fala
sem parar, mas quase não o ouço.

— Como conseguiu comprar essa Coupe? – Fernando me pergunta


e eu viro o rosto pra janela – Estou te perguntando.
— Francis... Da um tempo.
— Francis? De novo com isso...
— Sabemos que você é Francis.. Até quando vai assumir? Onde
quer chegar com isso?
— Você é louca. – Soltou um sorriso
Prego os olhos fingindo dormir pra não ouvir mais a voz de
Fernando, sinceramente... só quero chegar na minha casa.
Mesmo depois de anos ver o nome de Christoffer me deixou muito
mal, passei quase esse tempo todo me perguntando porque ele me
abandonou, por que me traiu, tive até depressão profunda porque
não sabia lhe dar com a perda de não ter ele, e agora só consigo
sentir ódio, céus... espero não ter que cruzar com ele nunca mais na
vida, espero muito.
.....
— Teresa? – Minha mãe fala assim que chego em casa
Ela estava me esperando na porta e isso me faz pensar que algo
aconteceu.
— O que? O que houve? – Sai do carro
Eu deixei Fernando na fazenda antes de vir pra minha casa.
— Temos visitas. – Ela disse animada
Avisto uma Sedan vermelho no jardim da minha fazenda e passo os
dedos entre os cabelos. Merda! Sei bem de quem é a merda desse
carro!
— O que diabos fazem aqui? – Sussurrei pra minha mãe - que
droga!
— Seja educada por favor... – Minha mãe se enrola no meu braço
enquanto entramos – Você está linda como foi o evento?

Ignoro a pergunta dela e entro dentro de casa. E lá esta os dois


sentados no sofá da minha casa, Pedro também está aqui, e a cara
dele já diz tudo.
— Como vai Teresa?
Ele pergunta ao me ver e eu engulo um seco de ódio.

Capítulo 12
TERESA
O cheiro de Elisa continua o mesmo, porém ela mudou um pouco.
Antigamente seu cabelo era acima dos ombros castanhos escuros e
cacheados em babyliss, agora ela usa liso e ainda assim continua
bonita. Elisa ainda continua mais baixo que eu, provavelmente ela
deve ter 1,69 e eu 1,75 e o cheiro do perfume doce e ousado dela
não mudou.
Pra falar a verdade... Não gostei de ter recebido Elisa é Joseph
aqui. Não queria ter mais nenhum vínculo que viesse de Christoffer
ou Lorena.
— O que vieram fazer aqui? – Perguntei sem conseguir disfarçar a
decepção ao vê-los
Joseph vem até mim e me puxa pra um abraço também. Ele
continua alto, magro porém um pouco malhado, e com os cabelos
quase louros naturais, ainda não acho que ele parece com o primo,
porém ainda não perdoei ele por tudo que ele fez pra mim.
— Resolvemos fazer uma visita. – Elisa diz animada - céus... O que
foi que houve com você? Você era linda antes mas agora... Pintou o
cabelo e colocou... Silicone?
Tá muito na cara assim que não são meus peitos?
— Podem me deixar a sós com Elisa é Joseph? – Falei a meus pais.
Torço para Pedro ficar mas ele logo vai embora. Dragãozinho!
— Irei preparar um cafezinho! – Minha mãe diz da cozinha que fica
quase na sala

— Ótimo, por gentileza sem açúcar! – Elisa diz alto pra minha mãe
ouvir
— É você que manda! – Minha mãe responde
— Então... – Fui até o sofá e me sentei
Tiro meu salto para ficar mais confortável evitando olhar para o
pretensioso de Joseph.
— Viemos porque queríamos te ver, e também... Saiba que Joseph
e eu mantemos segredo sobre a dívida - ela diz e eu assenti – Você
tá indo bem nisso, mas pretendemos te ajudar em pagar o resto pra
você ficar livre. – Se sentou do meu lado gentilmente — Não
precisa, de verdade. – Falei
— Não nos negue isso! – Joseph fala – Deixa a gente te ajudar...
— Eu gosto de trabalhar na fazenda – Falo e os dois me olham
surpresos – Estou bem lá... De verdade.
— Ganha algum dinheiro com isso? – Elisa pergunta e eu assento
Mas é claro que não ganho, eu só... Desvio um valor absurdamente
grande.
— Fico feliz por você amiga – Elisa pega minha não é eu encaro
nossas mãos entrelaçadas, mas que diabos? – Quero te fazer um
pedido.
—Diga. – Falei fria até mais, mas ela parece não perceber isso —
Joseph e eu queremos te convidar para o nosso casamento. — O
QUE?! – Me alterei antes que eu percebesse Que porra é essa?!
Como assim?!
— Você é Joseph estão... – Elisa assente – Meu Deus que horror
Elisa! Você não tinha nojo de Joseph? - Despejei antes que eu
percebesse
— B-bom...

— As pessoas mudam dondoca – Joseph fala – Olha só pra você...


Quem diria que você se tornaria uma CEO?
— Mas ele ficava com Lorena... – Insisti no assunto - Elisa...
— Teresa... – Elisa aperta ainda mais minha mão – Depois do que
aconteceu me apaixonei por Joseph, de verdade... Resolvi dar uma
chance pra ele e acredito em mudanças. – Ela dá um sorriso sincero
até de mais - é muita coisa pra explicar mas nada foi intencional,
tudo aconteceu naturalmente sabe... Por favor... Aceite a vir no
nosso casamento?
Suspiro alto com tudo isso. No máximo eu precisaria de umas três
semanas pra processar essa ideia de Elisa é Joseph juntos.
— Tudo bem, eu vou. – Minto. Porque se eu dissesse a verdade ela
insistiria até a morte
Desvio os olhos de Elisa e encaro o chão enquanto ela continua
falando sobre as ideias do casamento. Aceitar ir no casamento de
Elisa é ter que encarar Christoffer e Lorena juntos e eu odiaria isso.
Não quero vê-los de novo, de jeito nenhum.
— ... Joseph e eu ficaremos na cidade. – Ela diz – Já que o
casamento vai acontecer aqui.
— Aqui... Onde?
— Num sítio perto. – Ela fala – Joseph e eu estamos de férias
ficaremos até o mês que vem que é nosso casamento – Falou e eu
assinto – Quero que saiba, que não contamos nada para ninguém
sobre o que houve no dia da queima da sua fazenda.
— Obrigada Elisa – Falo e ela abre um sorriso - Tenho que dormir,
amanhã acordo cedo para trabalhar. – Me levantei
— Espera, tem uma coisa que precisa saber – Me virei pra ela.
Joseph negou com a cabeça e Elisa dá um sorriso amarelo – Pode
deixar.
— Boa noite. – Falo e vou direto para meu quarto.
Escuto minha mãe chegar com o cafezinho na sala pra eles e logo
tranco a porta. Droga...tenho que inventar uma desculpa pra não ir
nesse casamento! Não quero ver aquela gente de novo, Elisa e
Joseph não foram bem-vindos aqui, só queria que esse povo
esquecesse da minha existência, seria pedir demais??

Christoffer

— Papai, qual sua fruta favorita? – Alice pergunta.


Estamos na sala assistindo Bob esponja, na verdade eu estou
vendo mais do que ela já que ela colore enquanto assiste, já me
acostumei em assistir desenhos com Alice.
— Hum...não sei... Acho que... Physalis. – Enrolo os cabelos
encaracolados dela no meu dedo – E a sua? — Pytaia.
— Por que não comemos carne? – Perguntou
— Por que preferimos os animais vivos. – Respondo
— O que aconteceria se não existisse gravidade?
— A terra provavelmente se despedaçaria.
— E você não acha que a teoria do Big Bang é a mesma coisa de
falar que Deus existe?
— O que?!
— Você me disse que pode ser que Deus criou tudo ou... Uma
explosão, acho mais fútil escolher a explosão. Franzi o cenho
olhando pra tampinha deitada no meu colo — Da pra agir como uma
criança de 5 anos?
— Você age como um velho de 80.
Puxei a orelha dela que soltou um grunhido
— Por que fez isso?! – Saiu do meu colo – Porque tô certa?!
— Não, porque sou seu pai e posso.
Alice me mostra a língua e vai sentar em outro sofá.

Gosto de estar com ela, apesar de tentar me aproximar dela e as


vezes não consegui, percebi que esse é meu jeito. Só quero estar
presente na vida dela, nada mais.
— Chris. – Lorena aparece na porta da sala
Seu cabelo está todo bagunçado e ao redor de seus olhos
vermelhos, como se ela tivesse chorado muito. — O que houve? –
Pergunto sem me mover
Alice também percebe a tensão e se indireta no sofá.
— E-eu... Eu estava olhando umas fotos de quando eu era criança e
vi essa foto - ela veio até mim e me entregou uma foto. Nela está
Lorena encima de um balanço de rodas, ao seu lado uma garotinha
loura dos olhos esverdeados com o cabelo todo bagunçado e com o
nariz escorrendo meleca e Eva e seu pai atrás das duas. – Tô
sentindo falta da minha mãe e do meu pai.
Viro a página do álbum e me deparo com uma foto um pouco
divertida, Lorena e Teresa estão sentadas ao redor de uma mesa e
tudo indica que as duas estão cochichando algo.
Assim que viro novamente, Teresa está sozinha dessa vez fazendo
uma escova de cabelo maior que ela como microfone. Não evito de
deixar um riso escapar ao vê-la assim, de certo ela nunca me
mostraria essa foto se eu a pedisse.
Bom, queria poder dizer o mesmo. Mas depois do tiroteio que houve
aqui na minha mansão, minha mãe e Olívia desapareceram. Eu não
estava no tiroteio, aconteceu com meus seguranças que inclusive,
dois deles morreram. Foi um banho de sangue aqui depois que
Lorena e eu fomos embora. Tudo que sei, e que no meio desse
tiroteio Fernando foi atingido com um tiro na cabeça, eu até cheguei
a olhar o corpo, o cara não tinha nada haver comigo e senti alívio
por ele ter morrido.
— Vem cá. – A chamei e Lorena vem até mim e deita sua cabeça no
colo. Assim que começo acariciar seu cabelo ela começa a chorar
descontroladamente. Alice se levanta do sofá e vai até a mãe que
também acaricia seu cabelo, ao ver a mãe assim ela chora também
Apesar de não ser fã de Lorena. Sinto pena pela parte de sua
família. Eu não a odeio. Mas não gosto do que ela fez comigo, e
isso não dá pra esquecer.
— Por que não fazemos uma visita a vovó? – Alice pergunta – Tia
Elisa vai casar por lá mesmo... Podíamos passar as férias lá.

Lorena me olha esperando eu dizer uma resposta.


Não gosto dessa ideia. Teresa provavelmente iria nos expulsar se
nos visse, apesar que quero muito vê-la, mas acho que ela não quer
o mesmo.
— Ligue para ela. – Falo e ela assente se levantando do meu colo
Lorena pega o celular, respira fundo e disca para a mãe que atende
no terceiro toque.
— Alô? – Eva perguntou e eu engoli um seco —M-mae?
— Lorena???
— Sim...
— Ah meu Deus... Santiago é nossa filha! Lorena! – Marta falou
atrás da linha
— Coloque no viva voz! – Diz a voz de Santiago – Filha como você
está? Estamos morrendo de saudades!
— Jura pai? Também estou... Muita! Me perdoem por sumir por
favor... – Lorena falou chorando
— Claro que perdoamos você minha filha! - Marta disse e parece
chorar também – Te amamos muito, como estão as coisas? Tentei
conseguir seu telefone mas nada... Soube que eu tenho uma neta!
— Sim mãe, tem, mande um oi Alice. – Lorena aproximou o telefone
na boca da filha — Oi vovó.
Ouço um barulho de choro vindo do outro lado da linha e franzo o
cenho com isso. Não sabia que estavam tão necessitados disso.
— Quantos anos ela tem filha? – Marta pergunta — Tem 5, mãe.

— Meu Deus... 5??? – Marta sorri


— Mande uma foto dela depois! – Santiago falou e eu encostei a
mão no ombro de Lorena que parece bastante delicada com isso
— Não será necessário - ela diz e eu olho pra ela confuso –
Christoffer, Alice e eu chegaremos aí amanhã. O silêncio do outro
lado da linha paira.
— Mãe você me deixa ir? – Lorena pergunta – Pai...
— Claro que deixamos filha. – Marta disse – Você continua sendo
nossa filha independente de tudo.
— Sim. – Agora diz Santiago
Depois de conversar sobre a viagem amanhã Lorena logo desliga o
telefone.
— Não vou. – Falei firmemente
— É claro que vai! Por que não iria?
Olho para ela esperando ela se lembrar de tudo que aconteceu, não
é possível que ela tenha esquecido.
— Alice vá para o quarto. – Lorena diz ainda me olhando – Alice.
— Mas mãe...
— Para o quarto!
Alice vai para o quarto resmungando baixo e Lorena se senta de
frente para mim, do jeito que ela faz quando quer me convencer
— Precisamos ir – Ela diz – Pra jogar as cartas na mesa.
— Não temos que fazer isso.
— Temos Chris. – Ela encosta sua mão na minha, mas eu recuo –
Até quando vai me recusar assim?

— Me deixe sozinho Lorena. – Falo e ela abre a boca para dizer


mais alto – Me deixe sozinho. — Irei pedir Dolores para arrumar
suas coisas, posso? – Ela pergunta Na verdade, eu não só devo ir
como preciso.
Preciso conquistar Teresa de volta, agora que Alice cresceu e
consegue entender melhor as coisas é a hora de retornar para ela.
Achei que superaria, me senti culpado por todos esses anos e com
razão, mas ela vai entender, principalmente quando ela souber o
porquê a deixei, guardei esse segredo por 5 anos, por 5 anos meu
sentimento por ela foi fiel, meu coração só pertence a Teresa, meu
sentimento não mudou, preciso ter ela de volta.

Capítulo 13
TERESA
Entro no meu escritório e me deparo com a bagunça que está nele.
Sinto meu sangue talar por isso, já não basta Joseph e Elisa terem
me tirado do sério com aquela visita e agora... isso?
Vou até o quarto de Fernando pisando duro. Claro que foi aquele
desgraçado!
— Ei, ei... onde pensa que vai? – Senhor Ozir o velho que me
orientava com a fazenda me barra no corredor indo direto pro quarto
de Fernando
Depois que a fazenda cresceu, ele quase não vem aqui. Ótimo.
— Me larga! – Me alterei com ele jogando toda raiva que sinto agora
— Meu chefe...
— Foda-se o seu chefe! – O empurrei – Sou eu que pago suas
contas aceita isso!

Passei por ele e logo abri a porta


E lá está Fernando, deitado com seu abdômen definido para cima,
cabelos cor de mel levemente atrapalhados e uma mulher ruiva dos
cabelos encaracolados do lado dele que inclusive... está pagando
peito já que os dois estão de fora.
Penso em sacudi-lo pelo pescoço, porém pego a jarra de água
encima da escrivaninha e jogo nele fazendo o mesmo levantar
assustados

— Ou! tá maluca? Que porra é essa? – Se sentou se tampando


junto com a moça que faz o mesmo ao seu lado
— O que diabos fez com meu escritório?! – Gritei com ele
— Seu escritório?! – Puxou a coberta toda enquanto se levanta
deixando a mulher pelada e desesperada tentando se tampar -
estou de olho em você garota, está gastando muito dinheiro e vou
descobrir de onde está saindo!
— Não está satisfeito com meus serviços? – Estreitei os olhos
— Eu quero mais!
— Então quer saber?! – Tirei meu crachá de gerente ao redor do
meu pescoço – Tô fora! Não estou aqui 5 anos pra ficar aguentando
pitaco de gente que não entende porcaria nenhuma de finanças e
quer atrapalha meu serviço!
— Sabe que vou destruir sua fazenda se deixar seu cargo antes do
tempo determinado. Temos um contrato.
— FODA-SE MINHA FAZENDA! – O empurrei feito louca – Tá certo
– Coloquei meu crachá de volta – Eu fico!
— Não estou pedindo pra você ficar!
— Sabe que se eu sair por aquela porta tudo estará por água abaixo
- falo e ele desvia os olhos de mim - da próxima vez que invadir meu
escritório, me contrariar, me tratar feito uma empregada ou uma de
suas... vagabundas...
— Ei! – A vagabunda interrompe
— Eu mesmo boto fogo na minha fazenda pra não te dar o trabalho
de você fazer o serviço! – Me aproximo dele que me olha
furiosamente – Você está nas minhas mãos Fernando, consegue
entender? Eu sou a única que posso fazer isso aqui funcionar sem
que os outros descubram quem você é e os podres que tem, então
repense como me trata, porque se eu sair por aquela porta,
nenhuma humilhação sua me pedindo pra voltar irá me servir!
Espero ele dizer algum argumento, mas o silêncio paira no ar. Vou
até a porta e logo me viro pra ele
— E te dou vinte minutos para arrumar meu escritório do jeito que
deixei ontem, tenho trabalhos a fazer não vou ficar perdendo tempo
com gente hipócrita!
— Olha como fala...
— Olha como você fala. – O ameacei e sai do seu quarto

Enquanto Fernando providenciava organizar meu escritório do


mesmo jeito que deixei, chego o supermercado e as reposições
estão chegando. Esse mês a produção do leite subiu
exageradamente, com isso posso fazer alguma aliança com alguma
outra imprensa que queira financia-lo, na verdade já recebi duas
propostas muito boas vindo de empresas grandes, seria bom ter um
acordo, já estou pensando em dar nome ao supermercado que só
se chama mercado, e quando isso acontecer, posso começar a
fabricar minha própria marca.
— Teresa. – Pedro esbarra comigo em um dos corredores da sala
do RH
Esse mês teremos vistorias do PROCON, então estava indo até lá
chegar algumas coisas.
— Ta fazendo o quê aqui? Não devia estar fiscalizando o...
— Vou largar serviço mais cedo hoje. – Ele me interrompe
E sua cara na verdade está mais preocupada que o normal, na
verdade...reparando bem, sua testa está até meio suada.
— Aconteceu alguma coisa? – Pergunto e ele espreme os lábios –
Sabe que pode me contar tudo né? – Dei tapinhas no seu braço
— Acho melhor não voltar pra fazenda hoje. – Falou e eu soltei um
riso, mas meu semblante muda até eu perceber que ele não estava
brincando
— E por que não? – Balancei a cabeça mas ele desvia os olhos de
mim – Qual é Pedro me fala...
— Conversaremos amanhã. – Disse passando por mim – Juro
compensar as horas ok? – Gritou pra mim ouvir – E não vá pra
fazenda hoje!!
— M-mas... – Tentei dizer mas ele some no meio dos corredores
Que coisa! Ainda falta três semanas pra eu completar 24 anos, será
que já estão preparando minha festa surpresa? Mato aquele idiota!
Só para checar, resolvi ir até o armário de Pedro.
Se não sabem, todos os funcionários do supermercado têm
armários nos vestiários, e eu como gerente tenho a chave de todos
eles. Sei que é errado e ele me mataria por estar fazendo isso, mas
eu preciso pra matar minha curiosidade então é um bom motivo.
Assim que abro o armário de Pedro, encontro um caderninho
pequeno com a capa marrom, abro ele e cai uma foto de uma garota
que reconheço assim que a vejo, Olivia.

— Por que ele teria isso?! – Sussurrei


Olivia está diferente na foto. O cabelo dela está mais curto, e ela
parece um pouco mais velha. Não me lembro dela ter cortado o
cabelo quando a vi.
Pedro ainda gosta dela, é isso.
Viro a página e me deparo com sua letra desajeitada.

Lista de compras para a festa surpresa da siliconada:


Fermento em pó
Leite
Chocolate em pó
A quer saber? Vai o bolo pronto mesmo.
Lista de convidados
Mãe Pai Eu
Decoração
Balão
Presente que devo comprar
Chocolate, me lembra de pegar dinheiro escondido dela no cofre
Que idiota! Como ele sabe a senha do meu cofre?! Viro a página
Senha do cofre de Teresa:
14.02.4566

Pedro! Eu te mato! Esqueci que tinha escrito isso no meu bloco de


notas do meu celular, como ele conseguiu vasculha meu celular? A
não ser que... Merda, provavelmente deve ser quando eu estava
dormindo, ele deve ter colocado minha digital enquanto dormia.
Aquele...
— Bu! – Alguém fala atrás de mim e eu pulo de susto – Ei o que tá
fazendo ai?
Francis. – Pensei, me levantei, tranquei o armário e me virei pro
ordinário.

Minha sorte é que o ordinário está sem camisa e com um jeans


escuro preta um pouco apertada. Ok, Francis é muito bonito. É seu
corpo sarado... chama muita atenção.
— Por que tá pelado no meu estabelecimento?! – Já fui aos nervos
— Seu?! – Ele ri – Olha... quem te iludiu desse jeito? Por que sério...
nada aqui pertence a você, sabe disso né?
— Tanto faz, minha função é fazer dinheiro depositar na sua conta
para que você fique à toa mas não...prefere mil vezes me atazanar!
— Bom... na verdade... – Veio até mim – Prefiro mil vezes fazer
outra coisa...
Francis se aproxima de mim e eu me afasto. Estamos sozinhos, e
não sei do que ele é capaz já que imagino que ele seja Fernando
mesmo. Nunca vou me esquecer de quando Francis mandou Herton
me jogar pela janela, tenho hematomas disso até hoje.

— Pode indo tirando essas... fantasias da sua cabeça agora


Fernando, ou diria Francis?! – Falo e ele gargalha baixo
Ok... ele ficou bonito fazendo isso.
— Francis quem? – Continuou se aproximando e eu recuando –
Olha se foi apaixonada por esse Francis eu te ajudo a superar,
calma.
— Francis, Fernando, que seja pra mim... é tudo a mesma coisa. –
Bati as costas na parede enquanto me recuava e ele logo veio até
mim não dando a oportunidade de fugir – O que quer Francis?! Se
afasta!
— Alguém já te disse que você é muito linda? – Acariciou meu rosto
– Vem cá. – Me pegou pela cintura mas eu logo o empurrei – Para
de se fazer de difícil gata!

— Acha que eu olharia para você?! Um escroto?! – Debochei dele


que revira os olhos
— Vai dizer que não me acha gostoso? – Ele fala e cruza os braços
– Aqui tem conteúdo, e além do mais... – Aproximou a boca do meu
ouvido não dando nem tempo de eu recuar – Faço sexo selvagem!
— Que nojo! – Fiz uma careta demostrando repugnância – Que nojo
mesmo!
Saio de perto de Francis fingindo me tremer de nojo e ele ri com
isso.
— Se fosse com aquele outra da festa você já teria dado a muito
tempo. – Fingiu estar chateado – Mas comigo... — Não só teria
dado como dei. – Falo e sinto suas mãos no meus braços —
Como?! – Franziu o cenho – Tá zoando né?
— Não. – Arqueei a sobrancelha – E me solta! – O empurrei agora.
– Você precisa entender que a minha única função aqui é fazer
dinheiro pra você gastar atoa, você já é milionário, por que não faz
uma viagem ou... sei lá! Qualquer coisa que não te faça encher o
meu saco?!
— E o que acha de viajar comigo? – Ele pergunta num tom animado
Ata. Ele tá maluco né? Não tenho certeza mas sei que ele é Francis,
o que diabos esse homem quer comigo? Por que sinto que ele pode
ser perigoso e me machucar em qualquer momento?!
— Até mais Francis. – Andei na frente e escuto ele vindo atrás de
mim
Mas que... droga!
— Na verdade só vim te avisar que arrumei seu escritório, e falar
pra você segurar sua onda do que fala comigo. Me virei pra ele é
franzi o cenho
— Você queima minha fazenda, arruinar com todos os animais que
estavam lá, coloca a vida de meu pai em perigo só para ter mão de
obra de graça e conseguir me manipular, e ainda me diz pra segurar
as pontas com você?! – Ele me olha sério agora – Francis...
— Fernando! – Levantou o dedo indicador

— Que seja! – Revirei os olhos - eu só quero trabalhar em paz só


isso, consegui o que queria te tornei milionário e você fica a cada
dia que passa então por favor... não me faça ter ainda mais ódio de
você. – Digo mais como um desabafo – Só me deixa em paz.
Suspiro alto e saio dali e dessa vez ele não vem atrás de mim.
Apesar de citar o que Francis fez, deixei de citar o tiroteio que houve
na casa de Christoffer no dia do... bem, no dia do casamento. Sei
que depois que fui embora com Elisa, minha família e Joseph, eles
invadiram a mansão e transformou tudo em pedaços, de acordo
com as notícias dos jornais, 5 pessoas morreram, é uma delas foi
Francis Yan, o irmão de Christoffer. Mas não acredito que seja
verdade, pra falar a verdade, acho que tudo isso foi um plano de
Francis e acho que ele queimou minha fazenda para se vingar de
Christoffer que conseguiu salvar toda a sua herança de Olívia. Sei
que Francis tem inveja de Christoffer, por eles ser irmãos e ele não
ter tudo que Christoffer tem, mas enfim, Fernando sendo Francis ou
não isso não é da minha conta, ele não vai conseguir nada com isso
já que nunca mais verei Christoffer na minha vida, pelo menos isso
me conforta, não suportaria ver ele de novo aquele... só de imaginar
sinto ódio! E nojo.
....... ......
À noite chega rápido. E já estou saindo da fazenda. Como sei que
hoje vai ser a festa surpresa, resolvo trocar de blusa e coloco um
cropped decotado que realça meus seios, uso uma calça xadrez
vintage amarela e um tênis branco de esporte, sei que meus pais
vão querer tirar fotos então é melhor eu me arrumar, mas apesar da
festa surpresa que eu tenho quase certeza que vai acontecer, não
perdoei Pedro por estar pegando dinheiro escondido do meu cofre!
Aquele... desgramado!
Depois de sair com meu carro, demora minutos até chegar na minha
fazenda. Vejo uma Ferrari preto blindado estacionado no jardim de
casa e resmungo baixo. Droga! Claro que Pedro tinha que chamar
Elisa e Joseph, mas de qualquer modo... não sabia que eles tinham
uma Ferrari preta.
Resolvo chegar perto do carro e arqueio a sobrancelha, a máquina é
mesmo cabulosa.
Ouço som de risadas vindo de casa, principalmente da minha mãe e
do meu pai, apesar de saber que Elisa e Joseph estão aqui, esqueci
um minuto da festa surpresa e entro fazendo barraco — Pedro?! –
Limpei os pés do tapete de casa – Olha aqui seu cabeça de sabugo!
Que diabos você fez pra saber a senha do meu cofre?! – Abri a
porta de casa e o silêncio paira – PEDRO!!! – Gritei entrando indo
direto pra sala e tomo um susto assim que entro
A garrafa de água de vidro que estava na minha mão cai nessa
mesma hora ao dirigir meus olhos para Christoffer que se levanta do
sofá ao me ver, Pedro estava na cozinha e sai com os olhos
arregalados... e Lorena... pra falar a verdade eu nem consigo olhar
pra cara dela.
Sinto minha pressão abaixar de uma vez, e dou um passo para trás
cambaleando já sentindo minha cabeça latejar

— Teresa... – Meu pai veio até mim para me segurar mas eu ergo
minha mão para ele se afastar de mim ainda com os olhos fixados
em Christoffer que está sério
Como ele pôde? Com que direito ele pôde?
— Filha... eu ia te contar que Lorena e Christoffer estão aqui! –
Pisco e minhas lágrimas escorrem sem minha permissão
Espremo os olhos viro as costas e logo saio de casa, droga... não
sei onde deixei a chave do carro. Mas não me importo. Saio
correndo sem direção na estrada asfaltada e quando percebo só há
terras e pedras no chão, corro tão rápido que não faço a mínima
ideia onde eu estou agora, meus soluços prendem o ar que respiro,
e na verdade a rua é interrompida com o som do meu choro. Como
ele pode?! - É só o que eu penso? Como ele... de repente tropeço e
Caio de cara no chão Solto um gemido baixo sentindo uma dor na
minha testa e no meu tornozelo, a queda foi muito feia, sinto a dor
no meu corpo todo mas nada se compara com o que sinto dentro de
mim.

— Hum... – Gemi baixo me sentando na estrada de areia e logo um


carro enorme vem em minha direção
Por favor, ele não, ele não, por favor não... tento me levantar mas
parece impossível. Encaro o chão e o sangue da minha testa pinga
no meu braço, passo a mão na testa e sinto uma ferida aberta.
Quando o carro se aproxima, percebo que não é a Ferrari preta,
mas sim a Mercedes de Fernando. Droga...
— Teresa? – E parou do meu lado – Droga... o que aconteceu?!
Saiu do carro. Olho para dentro e tem uma mulher lá. Claro.
— Vem, levanta. – Pegou meu braço
— Vai embora Fernando. – Falei ainda calma, mas ele permanece
me olhando assustado – VAI EMBORA! – Gritei com ele e comecei
a chorar, feito uma criança
Fernando dá a volta no carro e por um momento penso que ele
realmente vai embora, mas não, ele abre a porta do carro pra
mulher que estava dentro
— Pegue isso, melhor voltar para casa. – Falou com a mulher
— Então é isso?! Vai me largar no meio da estrada por causa disso
aí?! – Apontou pra mim que continuo chorando

— A estrada para pegar um táxi é por ali. – Ele diz a mulher que dá
um tapa na cara dele e ela vai embora resmungando baixo
Fernando vem até mim e se abaixa se aproximando até de mais
— Vou te levar para casa, ok?!
— Não! – Agarrei os braços de Fernando – Não por favor... não me
leve para casa, por favor Fernando... não...
— Calma, ei – Levantou meu rosto – Tudo bem, não vou te levar pra
lá.
— Me promete Fernando? – Falei entre choro – Não me leve pra lá
por favor, não me leve!
Fernando me abraça e eu desmorono no seu ombro, logo ele me
pega no colo e me coloca dentro do seu carro. Não sei pra onde ele
tá me levando, mas me acalmo quando vejo que não é pra minha
fazenda e sim pra sua.
— Se importa se eu te levar pra minha...
— Não. – Apoiei a cabeça no banco tentando conter o choro – Só
me tira daqui... por favor.
— Tudo bem. – Ele agarrou minha mão – Vai ficar tudo bem. – Ele
diz
Penso em tirar suas mãos de mim, mas não tenho forças pra isso.
Só sinto meus olhos se fecharem automaticamente é um branco
repentino surgir, e quando isso acontece... não me lembro de mais
nada.
Capítulo 14
TERESA
— Teresa?! Teresa?! – E acordo no meio do susto
Fernando está bem na minha frente segurando meus dois braços.
Estou muito assustada, e meu coração quase sai pela boca de tanto
que ele dispara.

— O-o que aconteceu? – Sussurrei

— Você estava gritando... Tipo... muito, muito alto. – Ele diz e eu


suspiro baixo – E tá machucando meu braço. – Olho para minhas
mãos e só agora percebo que eu estava o segurando, minhas unhas
quase entram dentro de sua pele Ela também usa pijama,
provavelmente eu devo ter acordado ele com os gritos.
— Minha cabeça tá doendo. – Passei os dedos entre os cabelos e
tomo um susto ao notar que estou usando uma blusa polo Branca
enorme. Passo a mão nos meus seios e me pergunto onde diabos
está meu sutiã – O que... O que diabos aconteceu?!
— Bom, Pedro me contou que seu ex noivo...
— DISSO EU JA SEI! – Gritei com ele antes que eu percebesse.
Não sei porque, mas... não tenho muita paciência com Fernando,
talvez seja porque ele provavelmente deve ser Francis . – Tô
falando, o que houve com minhas roupas?!
Fernando vem até a cama e se senta com sua cara maliciosa e eu
já estreito os olhos por isso
— Bom... você bateu a cabeça ontem, daí eu estava com uma
coreana ruiva gostosa e tive que dispensa-la por sua causa, porém
em compensação, pude ver seus peitões e sua... – Articulou pra
entre minhas pernas — O QUE?! – Surtei ao notar que não uso
calcinha também – MAS O QUE... – Tentei encontrar palavras –
QUAL O SEU PROBLEMA?!
— Pare de reclamar, você estava suja de barro ontem por causa da
queda e coloquei suas roupas para lavar! – Inventou uma desculpa
porque claro, ontem não estava chovendo, então não tinha barro
nenhum.
Suspiro alto e volto a me deitar na cama. Estou muito mal hoje, sinto
que toda a depressão voltou a tona, me sinto acabada por ter visto
ele.
— Teresa? – Pedro entra no quarto e eu me assusto ao vê-lo –
Precisamos...
— Sai daqui! – Me levantei da cama num pulo esquecendo que
estou com a bunda praticamente toda de fora – Você me traiu!
— Eu não sabia como te falar!
— Mas soube direitinho como me machucar Pedro! – Cuspi as
palavras – Por que?! Por que não me disse que aqueles dois...
MOSTROS estavam na MINHA casa?!
— Lorena é minha irmã. – Ele disse – E além do mais... Tem Alice a
nossa sobrinha e ela...

— Sai daqui! – Fui até a porta


— Você precisa voltar pra casa.
— Não! Vou passar os dias aqui!
— O que?! – Fernando interrompeu – Com a permissão de quem
princesa? Que eu me lembre... A fazenda não é sua e além do
mais...
— Saia da minha frente Pedro! – Grito com ele interrompendo
Fernando – Ou se não eu juro que...
— Ok, tudo bem Teresa. Tudo bem. – Ele diz e sai do quarto com as
mãos no bolso
Passo os dedos entre os cabelos e sinto meus olhos arderem de
raiva e chateação. Não quero ter que encarar isso, por favor... isso
não...
— Quer um abraço de consolação? – Fernando fala quebrando o
silêncio
— Vá pegar minhas roupas! – Gritei com ele que veio até mim e me
agarrou pela cintura
— Quando vai parar de gritar comigo assim?! – E cheirou meu
pescoço
— Não encosta em mim! – O empurrei – Vou morar aqui mas você
lá e eu cá!
— Só ia pegar minha camisa, posso?! – Ele pergunta e eu reviro os
olhos – E se pensa que eu vou me virar para não te ver pelada está
muito... – Ele para de falar assim que eu tiro a camisa e jogo pra fala
– Puta que o pariu...
Vou até a cama e pego o travesseiro para me tampar e aponto pra
ele sair
— Não acha que vou sair depois de eu ter visto isso né? – Veio
lentamente até mim – Me deixa te ver de novo?! — Vá pegar minhas
roupas.
— Se não me quer... pare de se oferecer pra mim.
— Pare de achar que estou me oferecendo pra você – Falo e ele
solta um riso – Isso não está acontecendo, e não vai. Agora sai!

Fernando ou Francis passa os dedos entre os cabelos, mas logo sai


do quarto, porém ele se vira pra mim

— E se quer saber de uma coisa, não ligo de você se esconder aqui


na minha fazenda. – Falou como se eu tivesse pedido opinião ou
permissão
Essa fazenda é minha. É óbvio que posso ficar aqui. Eu hein.
— Não estou me escondendo. – Desviei meus olhos dele
— Sim você está, está muito assustada até os idiotas perceberiam.
– Ele diz e o silêncio paira. Odeio assumir que ele está certo – Acho
que deveria voltar pra sua casa.
— O que?!
O que?! Achei que Fernando iria me querer aqui, me seduzir para
ferrar com Christoffer ou algo do tipo.
— Acho que deveria mostrar que você não liga com isso. A casa é
sua, por que é você que tem que sair?
Ele tá... Falando sério? Nem Pedro me daria esse conselho, talvez
nem mesmo minha psicóloga.
— Por que está me dando conselhos? – Olhei pra ele e minhas
bochechas coram de vergonha por esta praticamente nua na sua
frente
— Seu irmão contou o que fizeram com você. – Ele fala – Acho que
deve voltar pra casa quando se sentir melhor, caso contrário... Pode
dormir no meu quarto junto comigo e me fazer companhia pra...
— Fernando... Só sai do quarto. – Revirei os olhos
— Qual é... é só sexo! To maluquinho pra te fod...
— Tchau! – Fui até ele e o empurrei para fora do quarto Ouço ele
resmungar baixo atrás da porta mas logo tranco.
Pensando no que Fernando me falou, ele está certo. Devo voltar
para casa, apesar de ainda machucada com o que aconteceu, não
quero ficar aqui na fazenda de Fernando, vou só esperar eu me
recompor e voltar pra fazenda, devo arcar tudo isso. O pior já
aconteceu Teresa, é só uma fase, precisa colocar eles para fora.
.... ....

— Teresa?! – Ouço a voz de Pedro atrás da porta de vidro do meu


escritório, olho e lá está ele, tentando entrar na minha sala
Depois que descobri que Fernando fica espionando atrás da minha
porta troquei por uma porta de Vidro essa semana, ele não tem mais
acesso a minha sala então provavelmente ele não sabe que consigo
ver quem está do lado de fora ou quem espia, e ele vem quase
todas as noites.
— Por favor abre a porta. – Pedro pede – Precisamos conversar. –
Continuo calada – Sei que está aí, me desculpa, desculpa por não
ter te contato eu só... estava com muito medo de tudo que você
passou voltar sabe? E você não merece isso – Ele passa os dedos
entre os cabelos – Volta pra casa por favor, vamos ficar juntos. Sinto
sua falta lá não me dou bem com aquela gente. – Sua voz é de
choro agora – Teresa...
Quero abrir a porta e abraçar Pedro, dizer que vai ficar tudo bem,
que eu o amo e que ele é meu melhor amigo, mas o orgulho fala
mais alto
Se passou uma semana que não voltei pra fazenda, Fernando
sumiu por uns quatro dias, acho que ele nem sabe que estou
dormindo aqui se não já estaria tentando me seduzir ou algo do tipo,
e também... Estou dormindo no escritório pra ele não desconfiar que
estou aqui.
— Vá pra casa Pedro. Mais tarde eu vou. – Falei ainda fria. Da porta
de vidro consigo ver seu semblante de felicidade
— Eu posso te levar...
— Eu vou sozinha.
— Mas está sem carro. – Insistiu — Pedro. Eu vou sozinha. Ok?
Enquanto ando até minha casa, dou uma olhada no meu celular
bem rapidinho, meus pais me ligaram umas quatrocentas vezes e
vieram até me procurar na fazenda, mas eu fingi que não estava.
Falsos. Sei que Lorena é filha deles, mas enquanto a mim? Já
esqueceram de tudo que eu passei por culpa daqueles dois?!
Droga... devia ter ido com Pedro, andar por quase uma hora não
está fazendo bem pra minha cabeça.
..... ......
Chego na minha casa e lá está a Lamborghini de Christoffer. Vou
até a porta e escuto as vozes de meus pais, agora de Lorena, e a
filha deles... hoje é domingo então todos devem estar rodeados na
mesa da sala de estar. "Tudo bem Teresa, você consegue!" Penso e
logo abro a porta
Meu coração dispara de uma forma como nunca aconteceu antes,
tento fazer minhas pernas ficarem firmes mas parece impossível. Só
queria ir para o meu quarto sem que ninguém me vejam mas já é
tarde demais. Meus olhos se dirigem para Lorena que trava ao me
ver, a filha de Lorena que olha na minha direção, e por último...
Christoffer, que fica com seus olhos mortos fixos em mim.
— Teresa. – Meus pais dizem em uníssono e se levanta da cadeira
Antes que eu perceba vou até a mesa andando lentamente. O salto
que uso é o único barulho agora
. — Hum... – Deixei escapar indo até a mesa – Devo estar
atrapalhando o almoço em família?
O silêncio paira enquanto todos me olham assustados.
— Filha – Meu pai começa – Vamos reconsiderar um pouco,
precisamos perdoar as pessoas, somos seres humanos, e além do
mais, Lorena é sua irmã, e você tem uma sobrinha linda, veja que...
— Lorena não é a minha irmã. – Falei e me virei para ela – Eu dou 2
horas pra saírem da minha casa!
— Mãe? O que está acontecendo? – A garotinha pergunta
— Ninguém vai sair. – Minha mãe entra no meio
— Desde quando você manda alguma coisa aqui? – Falei para ela –
Essa fazenda foi construída com meu dinheiro!
— Que história é essa?! – Lorena interrompe e meu olhar de nojo
faz ela me olhar surpresa – Essa fazenda é mais dos nossos pais do
que sua!
— Definitivamente não sabe de nada do que houve aqui. – Falo e
ela sorri desviando os olhos – O que veio fazer aqui Lorena? Me
diz?! Já não bastou tudo o que aconteceu?! Me diz Christoffer – Me
virei pra ele que me olha com o mesmo semblante de antes – Já
não bastou me deixar plantada no altar, me enganar daquela
forma?! Mentir...?
Christoffer se levanta da cadeira e eu dou um passo para trás.
— Precisamos conversar. - É tudo o que ele diz Conversar?! Como
ele ousa?!
— Não tenho nada para dizer a você. – Cuspi – Você me dá nojo!
— Pedro, pode levar Alice para o quarto por favor?! – Lorena pede
com os dentes cerrados

— Na verdade... gostaria que todos saíssem. – Christoffer diz –


Preciso ficar a sós com Teresa.
Meus pais saem sem questionar e Lorena e o resto também. Tudo
está acontecendo rápido demais, não quero ficar aqui com esse
homem. Que nojo!
— Já falei que não tenho nada para falar com...
— Somos casados. – Ele diz e eu travo inteira – E na verdade vim
para pedir o divórcio.
Espera... O que?! Que história é essa?! Eu casada com...Chris...
Esse homem?! Ok, agora essa história foi longe demais!
Capítulo 15

Espera... O que?! Que história é essa?!

— Antes de você partir, fiz você assinar um papel, a partir daí, nos
casamos. – Falou vindo até a mim e eu estendo a mão pra ele se
afastar
— Não chegue perto de mim. – Falo e ele desvia os olhos dos meus
e se afasta um pouco com as mãos nos bolsos – Não vou assinar
nada – Falo e ele me olha confuso – Não sou casada, o que
aconteceu no passado morreu pra mim!
— Teresa...
— NÃO DIGA MEU NOME! – Grito com ele – Sabe o quanto eu
odeio você?! Eu preferia que estivesse morto! – Deixo escapar e na
verdade dói dizer isso, dói muito. Porque é mentira.
— Entendo. – Disse baixo – Vou embora...
— Faça o que achar melhor – O interrompo – Pensando por outro
lado, é melhor ficarem, meus pais querem vocês aqui então fiquem.
Só finge que não me vê quando eu estiver na fazenda, se me ver
finge que sou um fantasma, não fale comigo, não olhe pra mim, não
entre onde eu estou não queira se aproximar. – Senti minha voz
falhar. Que droga – Isso não vai acontecer.

— Não vim por você.


— Espero que essa seja a última conversa que teremos enquanto
permanecer nessa casa.
— Como preferir, Tere... como preferir. – Ele diz e eu me vou pro
meu quarto e me tranco lá
Me sento na cama em frente ao quadro de Olympia. Sabe quando
você dá uma paralisia de sono? Que não consegue se mover
mesmo com os olhos abertos? É isso que estou sentindo agora.
Apesar de meus olhos ficarem fixos nos quadros observando a
curva de Olympia, Eles não ardem, na verdade só quando sinto as
lágrimas escorrerem que percebo que fiquei quase uma hora aqui
parada em estado de choque. Ouvir a voz dele, ouvi ele dizendo
meu nome me machuca. Eu não queria sentir algo por ele ainda,
juro, lutei contra todos os sentimentos bons que eu tinha por ele. Se
fosse alguns anos atrás, eu estaria de joelhos na frente dele
perguntando o porquê, porque dele ter feito isso comigo se ele me
amava, ou pelo menos dizia que me amava.
Me deito na cama chorando baixinho por tudo que está
acontecendo, eu não queria existir agora, pelo menos agora. O sono
vem à tona e eu adormeço.
.... ....
O relógio bate as 22:00 horas até que eu decido ir para casa.
Hoje sai um pouco mais cedo da fazenda, sai cinco horas para não
ter que olhar para Christoffer Lorena e a monstra que eles
carregam. Pedro passou na minha sala perguntando se posso dar
carona ele e eu neguei, sei que ele deixou a moto de propósito em
casa, e eu ainda não o perdoei. Ainda.
Tranco meu escritório e logo desço as escadas, e quando chego na
sala principal ouço um som de gemidos vindo da cozinha. Fernando
eu sei que é, mas os gemidos dessa vez não parecem ser de sexo
violento como ele fazia com Agnes, mas sim de alguém que parece
estar sentindo muita dor.
A casa está meio escura, na ponta dos pés vou andando até a
cozinha e confesso sentir medo por isso, sei que Fernando é
Francis, e sei que Fernando provavelmente deve ser um psicopata,
pelo menos essa é a visão que tenho dele, sei lá.
Chego na cozinha e abro a porta, me deparo com Francis apoiado
na pia quase caindo, tem uma faca fincado no seu braço direito, e
sangue no chão inteiro, a faca está bem funda, e seu olho direito
está roxo.
— Teresa... – Falou e dei um passo para trás – Teresa por favor... –
Veio até mim mas caiu no chão escorregando no próprio sangue –
Me ajuda!
Fico imóvel sem saber o que fazer, mas quando vejo que ele está
quase desmaiando resolvi ir até ele.
— Certo, me ajuda a te levantar. – Peguei em seus braços fortes o
que é inútil. O cara é gigante perto de mim – Vem, senta aqui! –
Arrastei ele pra cadeira mais próxima. – Vou ligar pra ambulância...
— Não! – Ele grita – Não, ninguém pode saber disso.
— Está maluco?! Você precisa de um médico!
— Teresa, ninguém. Pode. Saber! – Falou com os dentes cerrados
— O que diabos você fez? – Pergunto e ele espreme os olhos
provavelmente sentindo a dor insuportável
— Te ajudei quando precisou. – Encostou sua mão ensanguentada
no meu antebraço – Retribua.
Eu já ia retribuir, mas depois dele esfregar isso na minha cara,
confesso que queria deixar ele morrer aqui mesmo.
— Preciso desencravar essa faça limpar a ferida e costurar. – Falei
me mostrando profissional no assunto. Pelo menos o curso de
costura vai me servir bem.
— Merda... – Pegou em seu braço – Tira!
— Não aperta o braço imbecil, vai perder mais sangue assim! –
Peguei o braço dele e coloquei encima da mesa. Ele geme alto de
dor por isso
— CUIDADO! – Gritou comigo e dei um tapa na sua bochecha
— Fala assim comigo que enfio essa faça dentro do seu c...
— Teresa... anda logo! – Ele implora e eu deixo escapar um risinho
– TERESA!! — Tá! Tá! – Virei o rosto dele – Olha pra lá. – Falo e ele
estreita os olhos
— Sou homem... posso muito bem... – Ele grita alto assim que tiro a
faca do braço dele e logo estampo o buraco com o pano de prato
amarrando forte em seu braço já que saia uma poça de sangue –
MERDA, MERDA!!!! – Gemeu – Está doendo...
— Tem anestesia? – Perguntei preocupada
— É CLARO QUE TENHO ANESTESIA, EU POR ACASO PAREÇO
MEDICO?! – Gritou – Não sei se quem vende droga tem apetrechos
de médico! – E quase chorou de dor
— Você vende drogas?????
Ok, ele é mesmo Francis.
— Costura essa merda logo, por favor. – Ele pede em meio a dor e
súplicas
Resmungando baixo, pego o kit de primeiro socorros e começo a
costurar a ferida de Fernando, ele não para de gemer, reclamar e
até gritar de dor. Sei que sinto ódio em assumir, mas ele não tem
nada a ver com Christoffer. Francis não é nada reservado e discreto.
— Pronto, agora é só limpar. – Falei e ele suspira de alívio – Com
álcool.
— TÁ MALUCA?! – Gritou comigo e meto outro tapa na cara dele
— Desculpa, sempre quis fazer isso. – Falo e ele geme baixo –
Olha, a faca estava meio enferrujada e pra não infeccionar, preciso
jogar um pouco de álcool aí. – Falo e ele assente na maior
dificuldade – Será só um pouquinho relaxa.
— Joga logo essa porra. – Falo e ele tampa o rosto com a mão boa
Pego um pouco de álcool e jogo encima da ferida costurada de
Fernando e ele grita ainda mais alto de dor
— Droga tá queimando!!! – Se levantou indo até a pia para lavar
mas eu o agarro pelo seu braço bom.
— Não use essa água, pode ter bactérias! – Tentei o impedir
— Está queimando!! – Gritou comigo
Agarrei Fernando pela nuca e encostei sua testa na minha, sua
respiração está bastante alterada e até sai lágrimas dos seus olhos
— Calma, vai passar, respira... – Falo e ele geme por dentro —
Merda...
— Shiii... – Sussurrei – Vai passar...

Depois de instantes Fernando para de gemer um pouco. Me afasto


dele que parece sem jeito com a situação. Ele ainda Cíntia gemendo
baixo e com seu braço imóvel, mas logo me diz: — Pode me
enfaixar? Tenho que tomar um banho. – Pediu mais calmo dessa
vez
— Posso. – Falo e ele se senta na cadeira – Vou acordar a
empregada pra ela limpar esse sangue. — Não – Pediu – Pode
fazer isso você mesma? Ninguém pode saber.
— Só se me contar o que aconteceu. – Falo e ele espreme os olhos
— Me envolvi numa briga. – Ele diz, porque sei que é mentira – Vou
tomar um banho.
Fernando se levanta e sobe as escadas. É claro que ia sobrar pra
mim em limpar esse sangue.
Depois de passar infectante praticamente em tudo e limpar tudo.
Resolvo subir até lá encima para ver como o ogro está. A porta está
entre aberta e pela fresta vejo Fernando vestindo uma bermuda
leve, porém ainda permanece sem camisa — Então, como tá? –
Entrei no quarto e ele se vira pra mim
Seu corpo bronzeado está exposto na minha direção. Desvio os
olhos dele que percebe a tensão e o clima e ele logo se senta na
cama e eu me sento de frente pra ele.
— Tomei um comprimido de morfina, está um pouco melhor. – Ele
diz e eu assento – Obrigada por me ajudar. — Bom – Me levantei –
Então agora posso ir.
— Espera. – Fernando veio até mim
Quando ele se aproxima de mais me afasto um pouco
— Fernando não vai rolar. – Falo e ele me pega pela cintura –
Fernando...
— Shii... – Sussurrou e aproximou seu rosto do meu

Fernando se inclina para me beijar e espera eu fazer o resto. Penso


em me afastar. E se ele for mesmo Francis? E se ele estiver me
manipulando ou algo do tipo? Todos esses pensamentos parecem
ter se afastado quando me inclino e beijo Francis.
Seus lábios são suaves nos meus, e logo sinto sua língua
atravessar minha boca, Francis me leva para cama um pouco
eufórico e em segundos estou em cima dele, sua respiração
aumenta bem mais que a minha, ele agarra minhas coxas enquanto
aumentamos a velocidade do nosso beijo, Francis começa a querer
tirar minha blusa, mas eu nego, logo suas mãos escorrem pelos
meus seios por cima da blusa e sinto um arrepio por isso.
— Francis, melhor não... – Tentei sair de cima dele que me prende –
Francis...
—Não me chame de Francis. Você me deixa maluco! – Falou
ofegante e me puxou para beijar meu pescoço – Quero tocar você.
Fecho meus olhos sentindo sua boca na minha pele e quando abro
Christoffer está na minha frente. Tomo um susto e saio de cima de
Francis. Por um momento nesse ângulo ele se pareceu muito com
Christoffer.
— O que? O que foi?! – Perguntou preocupado
— Nada eu só... – Passo os dedos entre os cabelos – Preciso ir. – E
saio do quarto
Ouço Francis me chamando lá embaixo mas ignoro isso. Pego meu
carro e corro para minha casa assustada com o que acabou de
acontecer.
..............
São quase quatro da madrugada e eu simplesmente não consegui
pregar os olhos essa noite.
Estou na sala e ainda não tirei a saia que estava hoje o dia todo,
uso um cropped branco que eu usava por cima da roupa e uma
meia calça branca que por algum motivo coloquei por causa do frio.
Bom ainda não tomei banho, e confesso que a essa hora da noite
me dá um pouco de preguiça mas devo ir quando o dia clarear.
A verdade é que não paro de pensar no beijo de Francis, aquilo...
Me lembrou muito a cinco anos atrás quando Christoffer e eu nos
beijamos. Na verdade, Francis se parece muito com Christoffer, até
o jeito de falar, se ele fosse mais sério e autêntico poderia até dizer
que eles são gêmeos dizigóticos, apesar que Francis aparenta ser
um pouco mais velho e provavelmente é.
Por ter chegado tarde em casa, não vi nenhum sinal de Lorena e o
bando. A fazenda é muito grande, o que me deixa mais confortável
de estar aqui, apesar que ainda não me acostumei com o fato
daqueles três na minha casa.

— Mamãe? É você?! – Ouço a voz de uma garota atrás de mim


Olho na direção de onde vem a menina e forço a revirada de olhos,
ela nem percebeu isso, que pena.
A garota é pequena, mas nem tanto, ela usa uma jaqueta de frio um
pouco maior que ela e seu cabelo está um pouco bagunçado. Ela
não se parece muito com Lorena, na verdade ela se parece mais
com... bem, vocês sabem.
— O que quer? – Pergunto a menina que parece assustada com
minha voz
Ela é cega ou o que?!
— N-nada. – Falou dando passos largos para frente quase
esbarrando na mesa
Volto minha atenção para o Notebook e logo ouço um barulho da
menina se chocando contra o chão causando um barulho um pouco
alto já que acabou quebrando o jarro caríssimo de porcelana que dei
de presente pra minha mãe.
— Ou! – Me levantei indo até a menina que está espatifada no chão
de barriga para cima – Tá vendo o que você fez?!
— Au! – Ela falou passando a mão na testa enquanto se levanta
com dificuldade
— Au nada! Vai pagar por esse vaso! – Ela me mostra a língua e
dou um passo à frente pra ir até ela mas Christoffer aparece na hora
Meu corpo trava, e meu joelho esta flexionado na direção da garota
como se eu realmente fosse bater nela. Christoffer me olha de cima
abaixo.
Seu cabelo está bagunçado e ele usa um roupão de frio. Lembro-me
de quando eu via Christoffer pela manhã e eu amava quando ele
estava desarrumado. Christoffer não mudou quase nada.
— Papai, meu bastão. – A garota fala quase chorando e eu reviro os
olhos
Bastão?!
Só de ver a cena de Christoffer segurando essa garota no colo me
dá nojo, saber que essa cria é de Lorena... Credo, credo mesmo.

— Falei para me esperar. – Ele diz levando ela pra cozinha, que fica
praticamente na sala onde estamos. — Ela ia me bater! – A garota
dispara e eu cerro os punhos — O que?! Mentirosa! – Me protegi
antes que eu me desse conta
— E ainda me cobrou o vaso! – Me mostrou a língua
— Mal criada! – Cerrei os dentes
— Igualzinho você!
— Olha, da próxima vez que...
— Chega. – Christoffer interrompe nós duas e eu franzo o cenho de
raiva
Por que diabos ele está falando comigo?! Eu ordenei para que ele
não falasse comigo!
— Não entendo como meu pai se apaixonou por uma pessoa
horrível como você. – A garotinha fala e eu tomo um susto com isso
Na verdade, durante esses cinco anos, eu nunca voltei a sentir isso
que estou agora. Christoffer dirige seus olhos pra mim e eu já
estava olhando pra ele a muito tempo, seu olhar é diferente e
reconhecível, é o mesmo olhar de quando ele me pediu em
casamento — Você me dá nojo. – Falo, pego meu notebook e saio
às pressas da sala indo para o meu quarto
Me deito na cama e sinto as lágrimas escorrer, não creio que estou
chorando por isso de novo, que essa seja a última vez que ele me
faz chorar, a última!

Capítulo 16
TERESA
Acordo com alguém batendo na minha porta. De olhos fechados,
limpo a baba no canto da minha boca e passo a mão no rosto

— Quem é? – Pergunto e a voz sai mais rouca do que eu pensei


— Vim te trazer um cafezinho. – Diz a voz do meu pai
— Pode deixar no chão depois eu pego. – Falo e escuto ele escorar
na porta - que dia é hoje?
— Domingo.
— E que horas são?
— 15 pras 15:00
Droga. Eu não costumo folgar domingo, mas de qualquer jeito não
dormi muito essa noite, e não quero ver Francis tão cedo.
— Obrigada pelo café mas vou almoçar. – Falo me sentando na
cama
— O almoço ainda não está pronto, e... vai demorar um pouco. –
Meu pai diz – Estou preocupada com você, não tem dormido direito,
e nem comido direito. Pode abrir a porta pra gente conversar?
— Já vou sair. – Falo e ele assente dizendo que vai estar me
esperando
Arrasto para o banheiro do meu quarto e praticamente morro
debaixo do chuveiro. Faço minhas higienes, me seco e ainda pelada
me deito na cama tentado assimilar tudo que aconteceu nessa
madrugada e ontem, e o que provavelmente terei que passar hoje.
Visto uma camiseta branca sem sutiã deixando a mostra minha
auréola dos seios e logo um short confortável alaranjado. E
finalmente... Chinelos. Não aguento mais usar salto. Apesar que
gosto muito.
Saio do quarto esfregando o rosto e quando chego na sala lá estão
todos. Lorena que usa um vestido florido a filha dela que está no
tapete sentado de frente de Pedro, e meus pais no sofá de frente
para Lorena. E cadê o... Ata, está na cozinha, cozinhando. A quem
esse povo quer enganar?
— Teresa... – Meu pai vem até mim
— Pai... Depois. Hoje é meu dia de folga só quero relaxar. – Falo e
ele assente parecendo triste — Como está minha filha? Chegou
tarde ontem. – Minha mãe diz

— Bem. Vou fazer algo para comer.


— Christoffer já está fazendo o almo...
— Vou fazer algo para comer. – Insisto indo até a cozinha
— Deixa mãe. – Ouço Lorena falar
Já não basta? Já não basta eu ter a aceitado a presença deles
aqui? Que merda.

Chego na cozinha tentando ignorar a presença de Christoffer que


usa uma camisa xadrez vermelha
Ele está bem concentrado com as panelas. E o cheiro... Nossa pra
falar a verdade o cheiro tá muito bom.
Pego a lasanha pronta no Fraser e boto dentro do micro-ondas. Meu
celular toca enquanto me apoio na pia, é Fernando. Droga.
— Quê? – Atendo a ligação
— Como quê?! Por que não veio trabalhar?! – Falou já nervoso
— Minha folga? – Tentei falar baixo para Christoffer não ter que
ouvir sobre meus problemas
— Você não tem folga! Venha trabalhar, agora! – Falou e eu sorrio
— Isso é saudade pra me ver? – Falo e Christoffer acaba olhando
pro lado. Mas logo volta atenção pra suas cebolas
— É saudade de ter dinheiro na minha conta! – Falou ríspido - Tô te
esperando!
— Eu não vou! Já falei! – Alterei minha voz com ele
— Se não vir, eu vou te buscar!
— Vá se foder!

— Só se você vier comigo! – Falou e desligo o telefone na cara dele


Passo os dedos entre os cabelos e Christoffer vem na minha
direção, meu coração dispara com isso, o que diabos ele está
fazendo?! Que droga! Tento desviar, mas é tarde demais ele já está
bem perto.
— O que está... - e pega a faca encima da pia atrás de mim
Meu rosto cora com isso, achei que ele iria me agarrar ou falar algo
aqui mesmo.
A lasanha do micro-ondas apita me fazendo voltar a realidade. Tiro
ela, pego um garfo e vou me sentar na mesa.
Meus pais parecem animados com a presença de Christoffer,
Lorena e a filha deles. Por um lado, gosto de ver eles assim, culpo
meu pai pelo que aconteceu, mas ele está ficando velho e cansado,
mas depois que comecei a gostar do trabalho na fazenda consegui
perdoar ele.
Meus pensamentos são interrompidos com alguém batendo na
porta. Lorena vai correndo para abrir e logo começa uma gritaria
sem fim. Elisa e Joseph logo aparece na sala. Desde quando as
duas são amigas??
— Teresa! – Elisa vem até mim e me dá dois beijos na bochecha,
mesmo com minha boca cheia de lasanha de frango industrializada.
– A janta hoje é lasanha? - Falou com um tom faminto — Não - Alice
a garotinha fala - É risoto de gorgonzola com molho fondue. Meu pai
tá fazendo.
Por um lado, esqueci que eles são veganos. De qualquer jeito, não
nego que o cheiro da comida de Christoffer está quase me matando.
— Ah minha garotinha! – Elisa vai até a menina que abraça ela –
Trouxe um presente pra você!
— Não sendo bonecas – Ela diz – Meu pai não gosta que me dão
brinquedos que me incentivam a ser dona de casa.
— Não se preocupe, é um mega quebra cabeça para deficientes
visuais que vem com a Siri para te ajudar a se desenvolver.
Espera... Deficientes visuais?! Tomo um susto com isso. Então... Era
isso que Pedro estava tentando me dizer? Que a garota é cega?

— Legal tia! Posso escolher a voz da siri também?! – À criança falou


empolgada e eu reviro os olhos

— É claro que pode!


— Yes!!!! – A menina comemora – Ouviu só pai? A tia Elisa é a
melhor de todas, ela...
— E você? Como está indo o trabalho na fazenda? – Joseph
pergunta interrompendo minha série de pensamentos

Nem notei que ele estava na minha frente, estava concentrada com
a lasanha.
Joseph usa um sobre marrom escuro e um jeans claro. Ele sempre
teve esse estilo meio de detetive sério, quando na verdade pra mim
não passa de um falso.

— Bem. – Falei e ele continua me olhando sem parar – O que foi?!


— Você tá... diferente. – Ele diz
— O que foi? Quer trair Elisa como fazia antes com Lorena agora? –
Pergunto e Joseph sorri
— Deve se lembrar que não fui eu que te deixei no altar
abandonada. – Me desafiou
— Você faz parte desse ciclo, essa rodinha acaba quando fingir que
não me conhece e nunca me viu. – Estreito os olhos
— Toma cuidado com esse mundinho que está criando só pra você.
Vai acabar sendo pior do que fingir que nada aconteceu.
Forcei um sorriso e meu celular toca, é Fernando. Droga! Ele nunca
mais me deixar em paz não?
CHRISTOFFER
Depois de cortar a cebola, viro minha atenção para Teresa. Ela usa
uma blusa sem sutiã e um short bastante curto. Não sendo
egocêntrico, mas por um lado sei que ela quer provocar, mostrar o
que perdi durante esses cinco anos ou algo do tipo, ela acha que
me engana mas de relance vi o quanto ela olhava pra mim, mexia
no cabelo... Teresa ainda fica desconcertada perto de mim, ela me
odeia, e odeia o fato de eu estar aqui, mas também gosta. E pra
mim... Isso é uma esperança.
— O que diabos faz aqui! – Escuto a voz de Teresa e estico o
pescoço para ver quem chegou
É o cara que encontrou Alice no shopping e acompanhou Teresa no
evento. Tudo que sei é que ele é dono da fazenda que Teresa
trabalha.

— Precisamos conversar. – Ele diz parecendo preocupado e logo


olha na minha direção. Seu semblante muda, como se me
conhecesse, e na verdade também sinto que o conheço,
sinceramente... Ele até se parece um pouco comigo.
— Estou na minha folga! – Teresa se altera com ele
Todos estão olhando para os dois.
— Você vem comigo! – O cara agarra Teresa pelo braço e eu cerro
os punhos com isso
— Você tá me machucando! – Teresa diz – Me solta Francis!
Francis? Já estou ficando nervoso com isso tudo.
— Saia da minha casa! – O pai de Teresa vai até Francis, que finge
que nem ouviu o que ele disse
— Já falei - Francis começa a arrastar Teresa pra fora da fazenda –
Que você vai vir comigo! E não me chame de Francis! O meu nome
é Fernando!
— Ai, meu braço! – Teresa esperneia – ME SOLTA TA ME
MACHUCANDO!
— Solta ela! – Pedro se altera com o homem que continua
arrastando Teresa para fora da fazenda – Não vê que tá
machucando ela?!
— Estou me fodendo pra isso garoto, e você sabe! – Francis disse
com um tom de raiva até que conseguiu arrastar Teresa para fora.
Porém antes, seus olhos se encontram com os meus, os mesmos
olhos de quando estávamos no meu navio e ela estava com medo
de me perder.
— Solta ela. – Falei ainda baixo e o cara me olha com os olhos
franzidos paralisado.
Vou até Teresa e Francis. E ainda calmo tiro suas mãos do braço de
Teresa.
— Teresa é minha funcionária. – O cara fala – E hoje não é a folga
dela.
— Não perguntei o que ela é pra você. – Fui direto – Da próxima vez
que a tratar assim, eu...
— Eu vou! – Teresa foi pro lado de Francis – Só vou trocar de roupa!
— O que?! – Francis perguntou surpreso pela sua atitude

Me viro para Teresa e agarro seu braço.


— Você. Não. Vai. – Falei já nervoso com tudo isso
O que diabos estou fazendo?! Não é assim que vai conseguir
conquistar ela seu idiota.
Teresa fixa seus olhos nos meus que muda pra direção da minha
boca, estamos muito próximos um do outro agora. Me sinto
hipnotizado por estar tão perto dela, mesmo se for para brigar.

— Tira suas mãos imundas do meu braço. – Ela fala e eu a solto –


Falei pra você não se aproximar de mim.
— Teresa...
— Não me chame pelo meu nome! Você não entendeu?! – Ela me
empurra já que até então estávamos muito perto um do outro – Só
tem uma coisa que quero de você. Distância! – Falou e foi pro seu
quarto Francis ri com isso, debochando de mim. E logo diz:
— Da próxima...
— Não terá próxima – O interrompo – Se eu ver que machucou
Teresa, eu tiro tudo de você. Começando pela sua maldita fazenda.
— Se fosse tão bom, Teresa não olharia com nojo pra você. – Ele
diz - cuidado com que você fala.
— Está avisado. – Falo e volto para a cozinha.
Teresa logo aparece na sala em meio a discussão com Francis
minha sogra e meu sogro. Ela usa uma camiseta preta bastante
decotada, um jeans vintage e um tênis branco que aparenta ser
velho. Ela está... linda. Teresa era linda antes, mas agora... quem eu
a tornei?
— Vamos. – Ela falou pra Francis passando pela porta
Sinto ódio por isso. Mas que diabos?! Por que ela está fazendo
isso? Se esse cara machucar ela eu juro que o mato. — Calma
amigo, vai dar tudo certo! – Elisa bate a mão no meu ombro. Nem
percebi que ela estava aqui.
— Estou calmo. – Voltei a atenção pro meu risoto

— É tô vendo. – Ela diz – Sua expressão robótica não me engana


mais Christoffer. Vejo que gosta dela.
— Eu a amo. – Falo e Elisa me olha surpresa com isso.
Passo os dedos entre os cabelos e Alice também está olhando pra
mim. Ela acabou escutando tudo. Merda.
— Se a ama... por que a deixou? – Elisa pergunta e eu dou de
ombros – Christoffer... teve algum motivo? Porque se tiver você
pode concertar isso, eu te ajudo é só...
— Elisa. – Suspiro baixo – Me deixa sozinho.
Elisa nunca foi de insistir quando eu peço isso pra ela. E agora não
é diferente. Mas ela desconfia que algo aconteceu e pra falar a
verdade já estou esgotado de esconder toda essa mentira. Droga...
sinto que estou sozinho nisso tudo.
TERESA
— Ok... O que houve com seu maldito carro? – Pergunto a
Fernando já que estamos indo pra fazenda na minha Mercedes
Estou aqui, mas minha cabeça está na minha casa ainda. Com que
direito Christoffer acha que pode mandar em mim daquela forma? Aí
como eu o odeio! Sinto vontade de voltar lá e falar mais umas
verdades pra aquele...
— Estou sem grana. – Ele diz e eu rio baixo por isso - é sério.
— Não pode estar sem grana. – Falo – Conta outra! Você é o
homem mais rico daqui do interior, para! Na verdade, não tão rico já
que Christoffer está aqui, mas Fernando é só milionário e graças a
quem?
— Não sei se cara rico deve dinheiro pra agiotas.
Paro um carro freando bruscamente. Se não estivéssemos de cinto
de segurança, provavelmente Francis e eu estaríamos voando para
fora desse carro.
— Você não fez isso... – Coloquei a mão na testa — É, fiz.
—FERNANDO?!

— Eu sei Teresa! Sei tudo que vai me falar ok?! Droga! – Bateu a
mão no carro – Olha... eu preciso de grana ok?! Preciso de muita
grana!
— Você tinha mais de 20 milhões na sua conta! – Alterei minha voz
com ele – Você deu tudo?! – Ele desvia os olhos com a pergunta –
QUE DROGA FERNANDO! – Bati a mão no volante – Por que
diabos fez isso?! Tem noção do que fez?! Como vamos suprir o
supermercado sem dinheiro?! Temos contas pra pagar!
Suplementos... Salários dos funcionários!
— Dá um jeito! – Gritou comigo
— EU NÃO VOU DAR MERDA NENHUMA! – Gritei com ele – Se
fode otário! – Abri a porta do meu carro – Você é burro ou o que?!
Que merda! Sai da porra do meu carro...
— Teresa... por favor me ajuda! – Ele pede - Cometi um erro...
— Erro?! – Sorri ironicamente – Quanto deve?! – Pergunto e ele
permanece calado – QUANTO VOCÊ DEVE?!
— 2...
— 2 o que?! Milhões???? Você tem isso na sua conta, por que...
— Bilhões. – Ele fala e eu travo inteira com isso – E mais uns juros.
Coloco a mão no rosto quase chorando com isso. Não creio que ele
foi tão estúpido! Como ele pôde?! Que merda... que merda...
— Quanto tem na sua conta? – Pergunto tentando me conter — 150
mil.
— Não gaste, é pra pagar os funcionários.
— O que?! Tá maluca?! Esse dinheiro é meu...
— Nada mais é seu! Você perdeu! Consegue entender isso?! – Grito
com ele - sabe o que vai acontecer se não dermos o salário do mês
pra droga dos funcionários?! Vão nos processar! E você tá pobre,
falido! Vai ser pior!
— Que nos processe!

Ele fala e eu olho surpresa pra ele.


— Olha em toda a minha vida... confesso que nunca vi uma pessoa
tão burra igual você. – Falo e ele revira os olhos
— O que vamos fazer?! – Ele pergunta
— Por isso chegou machucado aquele dia não é? – Pergunto e ele
assente - mereceu mesmo. – Falo e ele passa os dedos entre os
cabelos – Estamos em crise agora, isso significa que teremos que
despedir metade dos funcionários.
— Então faça agora! Não podemos pagar...
— Irei despedir aos poucos. – Falo - para não ter processos, tem
funcionários aqui que tem mais de três anos, não posso
simplesmente manda-los embora sem motivo.
— Então o que vamos fazer?!
Paro para pensar em outra coisa, mas não tem muita solução. A não
ser que...
— Vamos ter que sabotar. – Falo e ele me olha confusa – Acusa-los
de roubo.
— Mas... aí será pior, não acha?!
— Não se realmente terão roubado algo. – Falo e ele me olha
preocupado – Vou cuidar disso.
Francis pega a minha mão e a beija. Mas logo o empurro
— Sai do meu carro. – Falo e ele revira os olhos, mas nem insiste
em ficar.
Definitivamente aquele beijo foi um erro. Merda por que diabos
aquela droga de beijo tinha que acontecer?! Droga Teresa. Droga.

Capítulo 17
CHRISTOFFER
Teresa chega em casa batendo a porta forte e pisando duro.

— Teresa...
— Agora não mãe! – Ela fala indo para o seu quarto e também bate
a porta do quarto interrompendo sua mãe Já almoçamos, e a
sobremesa ficou com Lorena. Ela até que é bem na cozinha.
Lorena mudou muito nesses últimos anos, pode ser que ela está
sendo uma farsa ou não... Mas ela não me engana. Sei que ele quis
ver seus pais, mas Lorena anda tentando me reconquistar, e me
trazer aqui mostraria o ódio de Teresa por mim, o que de acordo
com que provavelmente ela pensa... eu desistiria de amar Teresa.
— Abre o bico. – Pedro falou atrás de mim e eu me viro pra ele
Estou sentado no sofá observando todos rirem e brincar com Alice.
— O que? – Perguntei confuso
— Por que? – Pedro perguntou e eu olhei ainda mais confuso – Por
que deixou minha irmã?!
Droga. Achei que isso aconteceria, mas não assim do nada.
A única coisa que me lembro e de Pedro apaixonado por Olivia, ele
era bem mais novo na época, mas agora parece que amadureceu
bastante.
— Não tenho que explicar nada para você. – Falo e ele continua me
encarando
— Olha... Christoffer – Disse forçando desdém em sua voz – Se
você se aproximar de Teresa, eu juro que faço da sua vida um
inferno! – Me ameaçou – Já machucou de mais ela quando se foi,
se sua intenção é se reaproximar vou dizendo... você não tem a
menor chance com ela.

Penso em dizer algo, mas me conformo com o que Pedro está me


dizendo. Ele é irmão dela, e vou deixar ele a proteger. Eu não pude,
mas agora estou aqui, por Teresa. E hoje vai ser meu primeiro
passo de reaproximação dela. Eu vou conseguir ela de volta.
TERESA
Acordo com meu suspiro alto depois de um sonho esquisito que tive.
Não vou entrar em detalhes, mas nele... Estava... Christoffer.

Pego meu celular e o relógio marca as 21:45 horas. A casa está


silenciosa, e quando estava trancafiada no quarto escutei eles
dizendo que iam sair à noite para comer pizza ou algo do tipo.
Abro a porta do quarto e não tem ninguém na sala, achei que estaria
tudo bagunçado, mas não, nem parece que temos a presença da
família odiosa dentro da minha casa.
— Pedro?! Mãe?! Pai?! – Chamo e só quem responde é o eco lá
fora – Maravilha! Sozinha em casa! – Penso em voz alta e vou
correndo ligar o som

Fazia tempo que precisava de um momento sozinha. Penso em


fazer várias coisas, mas primeiro vou até a cozinha beliscar algo, o
risoto de Christoffer está aqui.
Ah quer saber?! Comer um pouco não faz mal. Provo de sua comida
e está melhor do que eu pensei, o que tem de mal caráter tem de
prendado na cozinha. Depois de comer quase tudo. Vou para o
banheiro tomar um banho.
Lavo meus cabelos, depilo minhas pernas... fico horas no banheiro
dançando ao som alto da casa inteira. O bom da fazenda é que não
tem vizinhos chatos se não de certo apareceria um aqui agora
mesmo perguntando que patifaria é essa.
Depois de terminar meu banho e passar óleo de maracujá na minha
pele ainda molhada, percebo que esqueci a toalha no meu quarto
atrás da minha porta. Mas estou sozinha em casa então... não ligo
em sair do banheiro sem roupa e ir para meu quarto.
Seco os pés no tapete do banheiro e com os braços cruzados por
conta do frio vou até meu quarto cantando alto o som de Sam Smith
– To Die For, tento elevar meus pensamentos sobre tudo, menos o
que terei que fazer com os funcionários da fazenda, hoje é o meu
dia, essa noite é minha e ninguém... Travo inteira quando vejo
Christoffer sentado no sofá da minha sala lendo um livro. Meus pés
ficam tão trêmulos que, quando pressiono eles no chão para dar o
próximo passo, sinto eles sairem e voltar do meu tornozelo me
fazendo cair praticamente de cara não chão, obrigada óleo de
maracujá por deixar meus pés escorregadios. Que droga!!!
Tento me levantar o mais rápido que posso, mas Christoffer aparece
na minha frente, a dor no meu tornozelo me invade como se meu pé
realmente tivesse se quebrado.
— Merda! – Grunhi de dor – Que que foi?! Sai daqui!
— Se quiser ajuda...
— Não quero sua ajuda! Sai eu tô pelada! – Falei sem conter minha
raiva
Estou de joelhos e com as mãos apoiadas na parece agora, olho
para o meu tornozelo e estão mega inchados. Christoffer não para
de me encarar, não sei sua reação, mas ele me devora com os
olhos.

Ele vem até mim e eu me afasto, mas logo sinto suas mãos na
minha cintura me levantando, e antes que seja tarde, ele me põe no
sofá, vai até meu quarto, pega minha toalha e me cobre. Sinto raiva
por gostar da sua atitude, raiva por ele não ser um escroto! Eu o
odeio!

— Não foi suficiente pra você? – Pergunto e ele pega o puff e se


senta de frente pra mim com o kit de primeiro socorros
— O que? Teresa. – Falou ainda frio.
Como ele pode ser frio comigo? Ele é o culpado disso tudo!
— Fazer o que fez. – Falo e ele pega meu tornozelo para cuidar do
inchaço – Não põe suas mãos em mim! – Falei e senti as lágrimas
jorrarem dos meus olhos - me deixa sozinha! – Grito e ele se levanta
e fica parado olhando para mim – Anda!

Penso que Christoffer vai, mas ele se senta de novo de frente pra
mim
— Não, você vai me ouvir! – Falou e olhei pra ele assustada – Tive
motivos.
— Pouco me importa...
— Eu precisava ir. Ok?! – Me interrompeu – Precisava te deixar.
— Eis a sua consequência.
— Sim estou pagando por isso - falou e desviei os olhos dele – Te
odiar me faz me odiar. – Olhei pra ele agora – Se me deixar cuidar
do seu tornozelo, juro que te deixo em paz. – Falou Não o respondo.
Quero continuar aqui discutindo com ele, mas sou sensível de mais
pra isso. Limpo minhas lágrimas que escorrem, cruzo os braços e
coloco minha perna encima da sua. Logo sinto seus dedos no meu
tornozelo.
— Ai! – Sussurrei me contorcendo no sofá
— Não quero te machucar. – Ele falou e voltou sua atenção para o
meu tornozelo.
— Você não vai me machucar Christoffer – Falei – Você não pode
mais. - Christoffer me olha, mas logo desvia os olhos de mim

— Um dia vai entender. – Falou


— Um dia... vou ir embora daqui e vou esquecer que tudo isso
existiu. – Falo e ele assente
Christoffer enfaixa meu pé quase terminando o serviço, quando
penso que ele vai embora daqui ele diz:
— Vim por você... Teresa – Falou e senti meu coração palpitar forte
com isso, com o tom da sua voz, com ele me chamando pelo meu
nome, com ele. – Vim para te buscar.
Cerro os punhos com isso. Como ele veio para me buscar?! Depois
de tudo?! Depois de cinco anos?! O que aconteceu?! Por que ele
fez isso comigo?!
"Eu te perdoo meu amor, eu te amo tanto..." – Lembrei quando ele
me disse isso.
— Chegou tarde. – Respondo e me levanto ficando de frente pra ele
Solto a toalha na frente de Christoffer deixando ela cair. Christoffer
arregala um pouco os olhos fitando meu corpo nú e indecente. Ele
gosta do que vê, sim com certeza gosta.
Pego a toalha rapidamente no chão enrolo ela no meu corpo e logo
vou para meu quarto ainda mancando

. — Não vou desistir de você Teresa. – Ouvi sua voz – Você é


minha. O ódio que sente por mim sabe disso. Me viro pra ele com
um sorriso no rosto
— Eu era sua, a antiga Teresa. Mas agora...você não me conhece
mais. – Falo e ele desvia os olhos dos meus – Fica longe de mim ou
vou fazer você se arrepender do que fez comigo, até agora eu não
penso em vingança, mas não me faça escolher!

Penso que Christoffer vai me rebater dizendo algo, mas tudo que ele
faz é pegar o kit de primeiros socorros que estava no chão esboça
um sorriso malicioso e logo desaparece nos corredores. Eu o odeio!
Quem ele pensa que é e o que está fazendo?! Sinto raiva por ele ter
desaparecido da minha frente, raiva porque na verdade o que mais
queria era continuar discutindo com ele pra tê-lo por perto. Merda
Teresa, merda.

Capítulo 18
TERESA
Acordo por volta das oito da manhã e vou direto pro chuveiro.

Ponho uma calça flare junto com um body alaranjado e um tamanco


baixo preto. Aproveito para passar um delineador fino que sai meio
torto, mas de longe está perfeito. Aproveito o babyliss ligado e
enrolo algumas mexas do meu cabelo.
Assim que chego na sala. Me deparo com um homem alto dos
cabelos louros brilhantes lendo um jornal, mas ele logo abaixa as
folhas para me ver, seus olhos claros se encontram com o meu, mas
logo ele volta a atenção para o jornal de volta. Ao seu lado está
Alice que come uvas.
Pego uma bandeja vou até a mesa e começo a preencher ela pra
comer longe daqui.

— Eu não mordo. – Disse o insolente


Botei a bandeja de frutas encima da mesa e fixei nele
— Não estou afim de jogar com você. – Falo e o silêncio paira – Não
percebe que te odeio? Que a única coisa que eu queria era que
você e sua família fosse para o raio que o parta?!
— Como? – Diz a voz de Lorena atrás de mim – Como ousa falar
esses absurdos pra minha filha e meu marido?
— Seu marido?! – Christoffer e eu perguntamos em uníssono. Olho
pra ele estranha e confusa com isso. Por que diabos...
— Não vou ir embora daqui! – Lorena se senta na mesa – Aqui é
onde eu cresci, é a casa dos meus pais, é a minha casa!
— Era a sua casa! – Corrigi – Não é porque virou mãe que virou
protagonista da novela ave Maria cheia de graça, você não me
engana Lorena!
Alice suspira baixo e sai da sala como se estivesse cansada disso
tudo. Ótimo. Melhor ainda.

— Provavelmente as conclusões que está me dizendo era de quem


eu era a cinco anos atrás – Lorena me desafiou – E que eu me
lembre, a cinco anos atrás você estava se esfregando no meu noivo,
e agora está sentindo o mesmo que eu não é mesmo? Só que com
você não...você que se acha a boazinha e eu sou a errada! – Se
alterou comigo – Tá esquecendo das coisas que você fez comigo?!
Terei que jogar tudo na sua cara?!

— Chega, as duas. – Christoffer fala e eu cerro os punhos com força

— Pra salientar, não fui eu que me esfreguei no seu noivo, ele não
deve ter te contado mas era o alecrim Dourado que ficava correndo
atrás de mim implorando atenção e me cutucando debaixo da mesa,
e quando eu retribuía, ele gostava. – Me virei para Christoffer que
está sério agora – Estou mentindo?!
— Obviamente não. – Ele responde – Mas se sua memória for tão
boa como diz, deve se lembrar que você que impôs sobre termos
um caso.
— Porque eu vi Lorena te traindo! – Me protegi
— E certamente adorou que ela me traiu para poder aproveitar do
noivo dela sem sentir remorsos. – Abro a boca mas me calo
novamente. Ele continua me olhando esperando eu dizer algo mas
eu perco as palavras — Eu te...
— Sim, já sabemos que me odeia Teresa. Posso te ajudar a
aumentar o seu vocabulário. – Retrucou ainda mais e jogo a
bandeja encima da mesa e logo saio da sala pisando duro ..... .....
....
O dia pra mim não fluiu quase nada, só consigo me lembrar daquele
nojento pretensioso falando comigo. Percebo que Christoffer ainda
me afeta muito, queria não ter sido tão ingênua aquela época, se eu
fosse a Teresa de hoje com certeza eu não me apaixonaria por ele.
— Merda, merda!! – Ouço a voz de Fernando lá do quarto dele. –
Cadê?!
Em segundos ouço passos dele vindo até meu escritório
— Teresa?! – Quase esmurrou a porta – Abre essa droga!
Suspiro alto e aperto o botão automático para destrancar a porta.
Logo ela se abre e seu corpo sarado é a primeira coisa que noto já
que a sua camisa está aberta na frente — O que foi agora?! –
Perguntei já impaciente

Beijar Fernando definitivamente foi um erro. Não sei porque aceitei


aquilo, e não sei porque diabos ele fez aquilo.
— Meu dinheiro! O dinheiro que estava aqui na minha conta - falou
girando a tela do seu celular na minha direção - tinha mais de 150
mil aqui, onde tá?!
— Eu peguei. – Falei e voltei atenção pro computador
— O-que...por que diabos?! – Gritou
— Por que diabos? – Me levantei indo até ele e logo cruzo os
braços - você acabou com o meu plano de enriquecer essa fazenda,
estamos pobres, falidos.
— E agora estou completamente falido já que me tirou tudo o que
tinha.
— Esse dinheiro não é seu! – Infligi - esse dinheiro é dos 89
funcionários do supermercado que eu criei.
— 89 funcionários?! – Quase engasgou – Não temos dinheiro pra
isso tudo...
— É óbvio que não temos! – Falei já impaciente – Se descobrirem
que estamos pobres, tem chances de acontecer processos encima
de você...
— De nós. – Me corrigiu
— Nós?! – Bufei – Qual parte você não entendeu que você está
nessa sozinho?!
— O mais engraçado é que quando eu cheguei aqui você dizia
"minha fazenda, meu supermercado" agora que a "sua fazenda e
seu supermercado" está arruinado de repente virou só meu!
— Porque você arruinou! – O interrompi – Foram cinco anos de
trabalho nesse inferno e você conseguiu acabar com eles em
segundos! – Passo os dedos entre os cabelos – Devemos colocar a
fazenda em venda, pelo menos metade dela.
— O que?! – Surtou – De jeito nenhum! – Deu de ombros
— Fernando não temos dinheiro!
— Daremos um jeito! O que aconteceu com a ideia de incriminar os
funcionários?!
— NÃO TEM OUTRO JEITO! Ok?! – Grito com ele que me olha
frustrado – Se acharmos um vendedor que queira financiar a sua
dívida ou pelo menos a metade dela...

— É mais de 1 bilhão, Teresa. – Se sentou na poltrona – Isso é


impossível.
— Esse é o plano A.
— E qual o B ou C? Se é que tem C.
— O plano B é despedir os funcionários da loja forçando algum tipo
de roubo ou algo ou pelo menos inventar motivos para despedir
metade dessas pessoas, e o plano C é vender a fazenda.
— Vender a fazenda?! – Se alterou – Se eu peguei essa droga de
dinheiro pra construir essa fazenda, me diz como vou vender a
fazenda? – Levanto os ombros e ele vem até mim – Quis você para
solucionar os meus problemas.
— Não faço milagres. – Virei de costas, mas ele agarra meu braço
— Vamos conseguir isso juntos, não vamos Teresa?! – Perguntou
mais sério agora
— Sim. Mas solta meu braço. – Peço e ele me solta – Sobre o
beijo...
— Fernando... Pode sair da minha sala?! Não quero falar disso.
— Mas eu sim. – Me virou pra ele fazendo a gente ficar ainda mais
perto um do outro – Sei que somos péssimos um com o outro aqui
dentro mas sou uma pessoa completamente diferente lá fora.
— Sei disso... Francis. – Falo e ele solta meu braço
— Quando vai parar com isso? - Disse farto
— Até que prove o contrário, irei continuar te chamando de Francis.
– Falo e ele estreita os olhos pra mim
Francis suspira baixo e vem andando lentamente até mim, diferente
do que eu faria não me recuo. Ele me agarra pela cintura e logo
começa a beijar meu pescoço
— Cheirosa. – Sussurrou e logo sinto suas mãos descer para minha
bunda e apertar, com isso empurro ele — Não estou afim agora. –
Falo séria

— Por que?! – Perguntou impaciente – Podemos sair juntos o que


acha? – Abro a boca para responder o não de uma vez, mas ele
levanta o dedo indicador – Pensa um pouco sobre isso. Hum? –
Arrumou a gola da minha blusa – Quando estiver pronta, me fala a
resposta.
Francis logo sai da sala e eu suspiro alto.
O que diabos ele quer? Sabemos que ele é realmente Francis e
sabemos as intenções de Francis. Preferia mil vezes quando ele
não estava na fazenda, gosto de trabalhar aqui, mas Francis está
me fazendo perder a paciência ..... ......
Estou dirigindo de volta pra casa ao som de Litlle mix, preciso de
músicas mais animadas pra aumentar o meu astral e meu estresse
repentino dentro das duas fazendas. Sinto que isso vai demorar
passar. Não sei se Lorena está na minha casa para me provocar ou
porque realmente sente saudades dos meus pais, Lorena nunca foi
tão chegada na roça, e ela pode até ter mudado, mas não virado a
ave Maria, desculpe, mas simplesmente não consigo ver ela assim,
e Christoffer muito menos, aquele lá já não mudou nadinha!
Continua robótico sem expressão, talvez até tenha piorado um
pouco, lembro que quando Christoffer e eu estávamos juntos ele
tinha algumas expressões a mais, mas agora...não sei o que
aconteceu durante esses cinco anos e apesar de ter uma filha com
Lorena, não sei se isso fez bem pra ele.
Enquanto dirijo, vejo uma garotinha tropeçar e cair na estrada, ela
tem os cabelos castanhos é baixa e parece desnorteada. Alice? O
que essa diabinha faz aqui?! Não estamos longe da fazenda, mas é
pelo menos uns quinze minutos.
Paro o carro ao lado dela que está chorando baixo sem parar.
— Quem está aí?! Me ajuda por favor... – Ela pede. Seu cabelo está
todo sujo de terra já que ela está sentada no chão
— Sou eu. – Falo e ela olha na minha direção assustada
Se não tivessem me contado, eu jamais imaginaria que ela é cega.
Como será que Christoffer e Lorena lhe dão com isso?
— Como veio parar aqui? – Pergunto com a voz ainda de ranço e
ela não responde – Vem entra no carro. — Não vou entrar no carro
com você.
— Olha garota...
— NÃO VOU ENTRAR NO CARRO COM VOCÊ! – Gritou

— Não me faça...
— NÃO VOU ENTRAR NO CARRO COM VOCÊ!!! – Continuou
gritando
— Beleza. Tchau. Vou falar que mandou lembranças para o
ordinário do seu pai. – Liguei o carro
— Espera. – Ela se levanta do chão
— Achei que não ia entrar no carro comigo. – Imitei a voz chorona
dela
Abro a porta do carro e a garota cruza os braços.
— Olha menina não amola o meu tempo! – Falei já impaciente
— Liga para o meu pai pra vir me buscar! – Falou a mimada
Definitivamente depois disso abomino a ideia de ter filhos
— Nem fodendo que vou ligar para o seu pai! – Cuspi as palavras e
ela coloca a mão na boca por causa do palavrão – Entra logo!
— Ou o quê?! – Falou num tom ameaçador que me assusta um
pouco – Vai deixar uma criança cega sozinha no meio de uma
estrada? Está quase escurecendo e o papai disse que existe
homens maus! Não saio daqui até ele vir me buscar! Pode ligar pra
ele agora!
Mas... O que... Diabos?! Quantos anos essa garota tem?!
— Se você fosse minha filha eu já estaria te levando pra casa nos
tapas. – Conclui e ela ignora meu comentário – Qual o número do
ordinário?!
— Chama meu pai de ordinário de novo vaca!
— DO QUE ME CHAMOU?! – Rosnei pra garota – NÃO VOU
LIGAR PRA PORCARIA NENHUMA DE...
— 86561359. – Falou rápida até de mais
Suspiro alto e ligo para o número. Odeio o fato de ser obrigada a
ajudar essa diabinha, e odeio o fato de ter que falar com o pai dela.
Mas eu nunca deixaria a monstra numa estrada de terra quase
escurecendo.

— Alô. – Diz a voz suave de Christoffer


Sinto um frio percorrer minha barriga com isso. Ouvir a voz dele
literalmente no meu ouvido me faz lembrar de quando a gente fodi...
— Alô?!
Passo o telefone pra garotinha que toma da minha mão. Olha eu
ainda mato essa garota.
— Papai, estou perdida, fui brincar de esconde-esconde com o tio
Pedro e acabei indo longe demais! – Ela aperta os olhos
provavelmente ouvindo xingos – Eu sei mas...eu sei papai
mas...não, não estou sozinho. Encontrei a vaca no meio do
caminho, hora quem é vaca? Teresa né! – Me êxito a dar um
beliscão no seu braço fazendo ela soltar um grito agudo – Não
coloca as mãos em mim! Pai ela me bateu! Tá, por favor vem logo! –
E desliga a ligação e me entrega o celular A garota passa a mão do
braço que está vermelho onde a belisquei, ok, fui longe de mais, eu
sou adulta, não tenho que ligar pro que essa garota fala.
— Meu pai não veio por você, e se quer saber... Ele mesmo disse
que nunca me trocaria por nada e muito menos por você. Ele
também te odeia, assim como eu ou minha mãe, você estragou a
vida do meu pai! Você é uma pessoa má, horrível e isso foi ele
mesmo que me contou!
— Está mentindo...
— Não estou. Ele me disse. Ele disse. – Ela diz e eu encosto minha
cabeça no banco do carro à espera de Christoffer vim. E não
demora muito e já o vejo de longe
.
CHRISTOFFER
Vou correndo até o carro de Teresa e ao lado está Alice de braços
cruzados. Pedro se sentiu culpado por ela ter desaparecido, e eu o
xinguei também. Se eu não tivesse ocupado trabalhando a distância
isso não teria acontecido.

— Alice! – À peguei no colo – Sua mãe está preocupada! Tem


noção do que fez?! É se você tivesse sumido?!
— Fui brincar se esconde-esconde com tio Pedro e acabei saindo
da casa para me esconder, quando fui ver eu...
— Não importa. Vou ter que acionar o rastreador em você.
— Não, isso não isso não por favor...

Tive essa ideia a algum tempo depois que perdi ela de vista no
shopping, porém o rastreador vai ficar em seu braço esquerdo e ela
tem medo de doer quando for aplicado e provavelmente vai, mas
não tem outro jeito.
Depois de colocar a criança no carro, Teresa pula para o banco de
passageiro dando a entender pra eu dirigir. Ela está bastante séria
agora, não sei o que pode ter acontecido, mas não gosto de ver ela
assim.

— Ela me beliscou. – Alice resmunga baixo e Teresa continua


olhando para o vidro do outro lado
— Aposto que você também não colaborou muito. – Falei pra
garotinha que começa a resmungar
— Vai fica do lado dela agora?! – Alice pergunta – Olha seu...
Perco a atenção em Alice quando percebi que Teresa parece estar
ficando branca, estou dirigindo e ela parece bem desconfortável de
estar aqui. Sua testa soa e ela está um pouco trêmula.
— Teresa? – Pergunto e Alice se cala já que tagarelava sem parar
Paro o carro é tiro o sinto de segurança dela. Teresa começa a
respirar e inspirar alto e sem parar, Alice olha assustada pra ela, os
olhos de Teresa saem lágrimas e estão arregalados como se ela
estivesse sufocando.

Saio do carro abro a porta do passageiro e tiro ela de dentro, ela


segura em meu ombro para se apoiar mas logo me empurra e
começa a me bater sem parar

— Teresa... – Tento falar, mas ela não para de me bater enquanto


chora sem parar – Teresa... – Falo mais alto mas ela só me enche
de socos e tapas – TERESA! – Grito com ela e agora seguro seus
braços — Por que?! – Disse entre choro – Por que fez isso comigo?!
Por que?! – Perguntou ainda ofegante – Eu te amei, eu te amava
tanto...eu daria tudo por você! Eu morreria por você! – Soluçou alto
– Você me machucou e isso dói, dói muito! Dói tanto...
— Terrie...
— Não – Colocou seus dedos em meus lábios – Você me destruiu
quando foi embora Christoffer, você quebrou parte daquela Teresa e
agora... não sobrou nada! – Abro a boca para dizer toda a verdade
mas ela me empurra – Vai se arrepender do que fez comigo.
— Preciso te contar que antes de eu ir...
— Está me ouvindo?! – Disse num tom ameaçador agora – Você,
Lorena, essa desgraçada...todos vocês vão se arrepender! Vocês
vão se arrepen...der... – Falou meio tonta cambaleando para os
lados — Teresa! – Me aproximei dela

— Minha cabeça... – E desmaiou caindo sem jeito nos meus braços


— Pelo menos assim ela fica mais amigável. – Diz Alice de dentro
do carro
Coloco Teresa no banco do passageiro novamente e ajeito seus
cabelos observando seus traços. Como ela é linda...Teresa...meu
coração sempre, sempre será de Teresa.
— Papai? – Alice me olha assustado e eu pareço acordar de um
transe
— Prometo cuidar de você Terrie. – Sussurrou em seu ouvido – Eu
te amo. – Falo e beijo sua testa
Alice me olha assustada ou decepcionada com tudo isso. Estou aqui
para cuidar de Teresa, estou aqui por Teresa.
Capítulo 19
TERESA
Acordo com minha cabeça latejando e o gosto de bile na minha
boca. Abro os olhos desnorteada e percebo está na sala de um
hospital, já vim parar aqui antes, é o hospital da clínica de psicologia
que eu vinha sempre.
A porta se abre e logo a doutora Rafa minha psicóloga aparece ao
lado de uma enfermeira. Ok Teresa, estou pronta para ouvir bronca.
— Como está? – Rafa pergunta – Soube o que aconteceu, se
tivesse tomado os remédios de ansiedade isso não teria acontecido.
— B-bom...eu achei que...
— Achou que melhorou e por isso parou os remédios, sei. – Ela diz
anotando algo na sua prancheta – Por sorte o psiquiatra está aqui e
conversamos sobre o seu caso, mudamos a dose do seu remédio. –
Ela me entrega a receita — Benzodiazepinas? - pergunto confusa
— Sim. Esse medicamento é muitas vezes prescrito em casos de
ansiedade durante um curto período de tempo. Ele vai te ajudar a
relaxar e reduzir a tensão. E além do mais... Ele só pode ser usado
por um pequeno prazo de tempo, maaas, somente se continuar me
visitando toda semana.
— Irei. – Falo e ela se senta na poltrona de frente a maca onde
estou

— Dormiu por três horas. – Ela diz – E seu ex noivo está na sala de
espera junto com seu irmão. Ele comprou os remédios.
Assenti e logo me sentei na maca. Jogo meus cabelos para o lado e
passo a mão no rosto para tirar a ressaca.
— Precisa se medicar agora, e lembre que você não tem culpa...
— É claro que não tenho! – Bati a mão na cama – Não tenho culpa
de nada do que aconteceu ou porque ele me deixou, eu só quero
que ele suma Rafa! Só quero que desapareça! - Coloco o dedo
indicador na testa — Já que ele e a família vão ficar tanto tempo da
sua casa, acho que seria prudente vocês conversarem – Ela diz e
eu reviro os olhos – E ouvir o do porque ele te abandonar.
— Pra que? Pra eu sentir mais ódio dele ainda?! – Franzi o cenho –
Vou pra minha casa, só quero descansar e além do mais...
— Cadê ela?! - Ouço um escândalo vindo do lado de fora do quarto
– O que você fez com ela?!
Fernando.
Vou às pressas lá pra fora e me deparo com Fernando agarrando o
colarinho de Christoffer que está com o semblante sério de sempre.
Todos da sala de espera estão olhando pra ele.
— O que diabos está fazendo? – Tirei as mãos de Fernando de
Christoffer – Isso é um hospital!
— Como você está?! Liguei para sua mãe e...
— Fernando estou bem. Volta pra sua casa. – Falei indo lá pra fora
Não quero que Fernando faça barraco dentro de um hospital
psicológico. Ele não tem simancol?! Christoffer e Pedro me
acompanharam ainda em silêncio. Fernando agarra meu braço.
— Me preocupei com você, Teresa. – Disse mais sincero do que
pensei – Achei que fosse algo sério. — É mas eu tô bem, tá vendo?
Viva! Agora volta pra sua casa que estou indo pra minha.

— Vamos pra fazenda.


— Já estou indo...
— Pra minha fazenda. – Ele diz
Eu até poderia provocar ciúmes em Christoffer agora aceitando,
mas estou muito cansada disso tudo pra fazer algo do tipo.
— Fernando. – Bati a mão em seu ombro – Volta pra sua casa, tá?
Vai dormir, relaxar sei lá...fazer alguma coisa... — Você tem uma
dívida comigo. – Insistiu
— Cara, dá pra deixar a minha irmã?! – Pedro entra no meio – Ela
precisa descansar e agora...
— Não entra na minha frente. – Fernando praticamente rosna para
Pedro
— Olha como fala com meu irmão! – Rebato Fernando
— Teresa entra no carro. – Christoffer diz
— Não fala comigo! – Me altero com Christoffer
— É! Quem é você pra falar com ela?! – Fernando intromete – O
que quer? O que veio fazer aqui?! — Fernando, para! – O empurrei
já que até então ele estava se aproximando de mais — Eu não paro,
não vejo a hora de enfiar minha mão na cara desse desgraçado! –
Fernando ameaça Christoffer
— Você acha que tem moral para falar?! – Pedro bufa – Você
queimou nossa fazenda pra Teresa ser sua escravinha!

Tudo se cala. E meu coração acelera por isso. Droga Pedro!

— Que história é essa? – Christoffer pergunta furioso para mim

— Que merda Pedro! – O empurro que bate as costas no meu carro


— Teresa, do que seu irmão tá falando?! – Christoffer pega meu
antebraço
— Não me toca! – Me soltei de Christoffer com brutalidade
— Não encosta nela! – Fernando foi pra cima de Christoffer e em
segundos os dois começam a se esmurrar
— Para! – Empurrei Fernando que dá um soco na cara de
Christoffer, mas logo ele rebate dando outro na sua boca fazendo
Fernando cambalear e quase cair no chão – Pedro me ajuda!
— Nem fodendo! Quero mais que esses dois se fodam! – Pedro
entra no meu carro já puto com isso tudo
Corro para o hospital a procura de algum segurança, pelo que vejo,
Fernando e Chris estão empatados na briga, já que o olho esquerdo
de Christoffer está vermelho e a boca de Fernando sangrando. Mas
mesmo assim, me machuca ver Christoffer machucado, sei
perfeitamente como ele odeia ser agredido. Mas por que?! É claro
que todo mundo não gosta de ser agredido, mas ele...deve ter
algum motivo.
— Se não parar chamarei a polícia! – Os dois seguranças separam
os dois brutamontes
— Isso não vai ficar assim! – Fernando diz tentando se soltar do
segurança armado
— Só vai acabar quando acabar com você! – Christoffer cerra os
dentes, o que aconteceu? Como ele conseguiu demostrar tanta
raiva em segundos? – Isso é uma ameaça!
— É uma ameaça?! – Fernando tenta ir até Chris – Então vem!
Anda tá esperando o que?! Acaba comigo agora! Acaba!
— PARA! – Grito prós dois que me olham paralisados – Por
favor...se estiverem brigando por minha causa, não vale a pena,
nenhum dos dois me merecem, nenhum vai me ter. Fernando vá pra
sua casa, e Christoffer - Não evito o olhar de nojo por ele – Entra na
merda do carro. – Falo e ele revira os olhos – Na traseira.
Entro no meu carro deixando Fernando para trás e logo vou para a
fazenda.
Sinto tanta raiva de Pedro que nem consigo explicar.
Cinco anos, CINCO PORRADAS DE ANOS Elisa é Joseph
escondendo essa merda de eu ser "escravinha" de Francis para
Pedro soltar isso sem mais nem menos.

— Teresa...
— Não ouse a falar comigo Pedro. – Disparo de uma vez fazendo
ele abaixar a cabeça – E você muito menos Christoffer. - elevo meu
tom de voz – ENFIA NA MERDA DESSA SUA CABEÇA QUE O
QUE ACONTECE COMIGO VOCÊ NÃO TEM MAIS CONTROLE –
Paro o carro e me viro pra ele que está com o nariz sangrando – Eu
te odeio! E te aturo pelos meus pais! Mas não fala comigo, finge que
essa briga não existiu e não tente reatar! O que tivemos passou,
acabou, foi embora!
— Não vou deixar aquele cara te tratar daquele jeito. – Ele diz e eu
levanto as sobrancelhas – ainda mais sabendo que o chamou de
Francis!
— Você me tratou pior do que ele quando me abandonou naquela
merda de altar. – Falo e ele desvia os olhos – Então não se ache
melhor do que ele, você não é o melhor. – Me viro para o volante –
E se quer o meu melhor – Volto a dirigir pra minha casa – Fique
longe de mim.
Chegamos em casa e Christoffer vai direto para o banheiro. Claro
que ele não iria querer preocupar Lorena e Alice com seu olho roxo,
mas quando penso que ele iria fazer algo para esconder, ouço ele
batendo forte a porta de saída e quando corro pra janela ele arranca
seu carro do jardim saindo daqui.
....
CHRISTOFFER
— Quem é amor? – Ouço a voz de Elisa dentro da casa
— Quem mais poderia ser? – Joseph abre a porta – E aí cara...
Agarro o colarinho do terno de Joseph o pressionando contra a
parede
— O-o que houve?! – Joseph me pergunta assustado
— Por que não me contou?! – Me altero com ele e nessa mesma
hora Elisa aparece de toalha – Por que não me contou?!
— Do que está falando?! – Elisa vem até mim e Joseph – Solta ele
não tá vendo que tá machucando?!
Solto Joseph com brutalidade e me viro para Elisa
— Sabia que Teresa virou "escrava" de Francis de graça?! –
Pergunto e Elisa engole um seco – Que merda! - arremesso o
abajur encima da escrivaninha

— A gente não podia contar...


— Ah não?! – Rosno para Elisa – Você era a única pessoa que eu
confiava!
—E agradeço, mas...
— E agradece?! – Sorrio irônico – Me prometeu que Teresa
chegaria bem na fazenda! Eu confiei minha vida a você!
— E você sumiu! Você...você fugiu e você...
Me aproximo de Elisa que trava e agarro sua bochecha para fixar
seus olhos nos meus
— Você não sabe nem a metade do que me aconteceu! – Ela se
afasta de mim – Se tivesse me contado... – Passo os dedos entre os
cabelos - sinto meus olhos arderem de raiva — Teresa nos fez jurar
que não contássemos a você! – Joseph entra no meio – Sente a
gravidade da situação?! Ela estava destruída, acabada! Não venha
nos culpar!
— Joseph, desapareça da minha frente antes que eu arrebento a
sua cara! – Grito com ele que continua parado me encarando -
DESAPAREÇA!
Elisa assente pra ele sair e logo ele sai pisando duro e bate à porta.
Elisa me olha diferente agora, como se estivesse com medo de
estar sozinha comigo, e acho bom.
— Me explica tudo que aconteceu ou juro que vou te odiar ainda
mais.
Elisa vai até o sofá e se senta, ela me convida para mim me sentar
mas permaneço em pé e longe dela.
— Teresa estava chorando muito aquele dia – Ela diz soluçando –
Quando chegamos perto da fazenda vimos que estava cheio de
fumaças e os vizinhos...tentando apagar o fogo. Tudo estava
queimado, e no meio do desespero de Teresa, ela tentou entrar na
casa para salvar um do seus cavalos, mas também era tarde
demais. – Elisa passa os dedos entre os cabelos – Pedro conseguiu
tirar ela do seleiro seu vestido estava pegando fogo...
— Jesus... – Cerrei os dedos colocando ele na testa ao pensar no
desespero da minha Teresa.
— Foi aí que o pai de Teresa disse que sabia que isso estava
acontecendo, que ele foi ameaçado por Francis. Francis queimou a
fazenda de Teresa para que ela trabalhasse de graça pra ele por...7
anos.
— 7 anos?! – Surtei – Porra Elisa...porra por que não me contou?! –
Falei entre choro – Sabe o quanto ela deve ter sofrido?

— Ela sofreu mais quando você a abandonou.


— Eu não a abandonei. – Falo e ela me olha confuso – Teve uma
prova em uma das universidades dessa cidade e Teresa fez, eu
manipulei para que acontecesse, a carta de aprovação na verdade
era eu. Teresa e eu fugiríamos juntos, por isso ela acha que eu a
deixei quando na verdade... – Paro de falar e me sento no sofá
sentindo as lágrimas escorrer – Por isso ela não me encontrou
aquele dia, porque ela estava presa naquela merda de fazenda
onde ela trabalha! E eu achando que... – Paro de falar porque sei
que se eu continuar vou piorar ainda mais — O que?! – Ela sussurra
– Teresa tinha comentado sobre essa carta que recebeu, eu nunca
imaginaria que seria sua. Christoffer...me conta o que houve com
você? Quem te ameaçou? – Elisa me pergunta — Teresa e eu
estaríamos casados se não fosse por você e sua mentira. – Falo e
ela desvia os olhos de mim – Espero que nunca mais fale comigo.
Me levanto e vou até a porta
— Posso tentar consertar isso, posso falar com Teresa que você ia
buscá-la! – Segurou meu braço
— Teresa me odeia agora. Nada mais adianta, Elisa. – Falo ainda
de costas
— Não vai me odiar por uma mulher que conheceu apenas 3
meses. – Elisa diz com voz de choro – Christoffer, você é tudo que
eu tenho.
Me viro para Eliza que está chorando agora, assim como eu.
— Você também era tudo que eu tinha. – Falo e saio do
apartamento de Elisa enquanto ouço ela chorar atrás de mim.
Por cinco anos eu achei que Teresa não me amava o suficiente,
claro, já que eu tinha mandado a carta pra ela, fiquei horas
esperando ela no aeroporto, pensei que ela não foi porque não me
amava, ou que não estava certa do que sentia por mim. Achei que
ela perceberia que a carta fosse minha, tinha meu cheiro na carta e
era a minha letra! Mas Teresa estava tão preocupada em salvar sua
fazenda e sua família que provavelmente nem deve ter percebido.
Junto com a carta havia uma login e uma senha de e-mail, lá estaria
um texto meu explicando pra ela que deveríamos fugir e pra ela me
encontrar as 21:00 horas no aeroporto. A carta chegou um dia
depois que ela chegou da fazenda.

— Papai? – A voz de Alice diz assim que atendo o telefone – Faz


horas que você saiu, a mamãe e eu estamos preocupadas.
— Estarei ai em uma hora. – Falo e desligo o celular
De longe vejo Francis passar na janela da fazenda, ele está
conversando no telefone e parece furioso. Faz horas que estou aqui
observando ele, tentando achar motivos o do porque ele querer
Teresa como "escrava".

Francis arremessa o telefone pela janela e logo some de vista. Em


segundos me aproximo de onde ele jogou o telefone e quando pego
corro para chamadas atendidas. O primeiro nome que vejo está bem
claro, agora tudo faz sentindo. Ele estava conversando com Herton.

Capítulo 20
CHRISTOFFER
Acordo de madrugada sentindo os dedos de Lorena no meu cabelo.
Pra falar a verdade...nem sei se eu realmente dormi. Fiquei
preocupado e pensando tanto que só fechei os olhos.
Me viro para Lorena que agora acaricia meu rosto. Estamos
dormindo no mesmo quarto. Ela não quer explicar aos pais que na
verdade eu sou casado com Teresa (por mais que ela não aceite
isso) então estamos dormindo no mesmo quarto.
— Não consigo dormir. – Ela sussurra
Não digo nada. Na verdade, nem quero. Mas quando penso em virar
de costas de novo, Lorena sobe em cima de mim e começa beijar o
meu pescoço em meio a respiração alta — O que... Diabos está
fazendo? – Pergunto a ela que continua me beijando, e logo seus
lábios tocam nos meus me fazendo tomar um susto – Para! –
Agarrei ela pelo braço — Chris... Por favor...- Praticamente implora –
Preciso de você...
— O combinado era um não tocar no outro.
— E cá estamos. – Tentou me beijar, mas eu agarrei ela mais forte
— E cá estamos?! – Empurrei ela de cima de mim – Por Deus
Lorena.
— Fica comigo...
— Acho que você já se aproveitou de mais de mim quando eu
estava dopado. – Me sentei na cama
— Me aproveitei tanto...que você até gozou dentro de mim e a
prova...é Alice.

Me viro para Lorena e agarro seu cabelo, ela se assusta com isso,
mas não ligo.
— Então assume que abusou de mim – Falo e ela tira minha mão do
seu rosto – Não me lembro de nada daquela noite, então não me
culpe por ter gozado dentro de você, mas se isso responde sua
pergunta, não Lorena, eu não senti prazer nenhum quando você
estava me estuprando, tão pouco iria querer te dar prazer por livre
espontânea vontade, mas se quiser mesmo saber...se quer mesmo
saber, aconselho me dopar de novo, só assim pra mim transar com
você.
Penso que Lorena vai arremessar um tapa na minha cara mas não,
ela só se deita e eu ouço soluços. Por isso, resolvi sair dessa droga
de quarto.
— Merda, merda, merda. – Ouço a voz de Teresa vindo da sala
Assim que chego ela toma um susto quando me vê, mas volta sua
atenção pro Notebook. Uso um short fino e estou sem camisa, seus
olhos novamente percorre para meu corpo, mas logo desvia. Tento
olhar discretamente o que ela veste já que daqui vejo seus braços
nus, mas quando entro na cozinha, vejo que ela usa um vestido
curto. Tento não ficar de pau duro vendo ela assim, mas é
impossível.
Sei que ela está trabalhando, e parece ter dificuldade, mas preciso
falar com ela. Por tanto depois de pegar meu copo de água, vou até
o sofá e me sento de frente pra ela que só ignora minha presença.
— Precisamos conversar. – Falo e ela continua me ignorando
enquanto olha pra tela do computador
Teresa usa um vestido mega curto e seus cabelos estão
atrapalhados em um coque. Ela está linda assim, poderia ficar
olhando ela por horas e com certeza não me cansaria.
— Nada do que eu disser vai mudar seu ódio por mim – Comecei -
mas você recebeu uma carta com aprovação em Yale a cinco anos
atrás... A carta na verdade era eu.
Falo e ela para os dedos na tecla do notebook e olha para mim, mas
logo volta a atenção pro Notebook de novo.
— E realmente estamos casados. E por isso... – Paro de falar.
Teresa não precisa saber que parte do dinheiro que ela tem na
conta na verdade pertence a mim. Quando casamos foi em
comunhão de bens então... Só desconfio porque como ela não
desconfiou? Ela provavelmente deve ser quase bilionária então...
Daria pra saber.
— E sei que Fernando é Francis. – Falo e novamente ela olha pra
mim – Sabe que ele está te usando então...
— Christoffer – Colocou a mão na testa – Só desaparece da minha
frente. Não tô afim de gritar uma hora dessa com você e já te disse
pra não tentar reatar.

— Não estou tentando...


— Ah não? – Ela estreita os olhos – Você mente mal. – Falou baixo,
mas não suficiente que eu não possa ouvir
— Francis está te usando, e você sabe muito bem o porquê. – Falo
e vejo ela revirar os olhos – Sei que não estamos bem mas
poderíamos ficar juntos...
— Juntos?! – Ela se levantou – Ficar juntos?! – Se alterou comigo –
Não consegue entender que só quero distância de você!
— Respeito sua opinião – Me levantei e agora estamos cara a cara
– Mas nós...
— Não existe nós – Articulou de uma forma bruta com as mãos – Na
verdade nunca existiu, você sempre mentiu, escondeu e por último
fugiu de mim. Nunca existiu nós e não vai ser agora que vai existir.
— Se continuar, Francis vai acabar matando você, e se isso
acontecer eu terei que mata-lo.
— Se eu for morta agora será um fardo a menos pra mim e se você
for preso... – Fez cara de pensativa – Espera, eu não me importo. E
não tenho interesse em saber nada que venha de você.
— Se soubesse os motivos pelos quais te deixei...
— Pouco me importa porque me deixou. – Me interrompeu – Me
esquece Christoffer, de uma vez por todas me esquece! – E foi lá
pra dentro saindo da sala me deixando sozinho de novo O ódio de
Teresa por mim é genuíno, se ela me odiasse mas quisesse
conversar seria ótimo, mas não, ela sempre foge de mim e assim
fica muito difícil me aproximar.
Me sento no sofá e bebo um gole da minha água, o notebook dela
está aberto em uma página, estou muito curioso então não evito
pegar, e me surpreendo com o que vejo. Parece que Teresa está
vendendo metade da fazenda onde ela trabalha, mas por que ela
faria isso? Pelo que sei as coisas vão indo bem lá, ela foi até no
Garden, o edifício onde teve o evento para empreendedores que eu
não fui.
Abro o aplicativo do banco no notebook e está literalmente zerado.
— Que merda é essa?! – Sussurro exatamente a mesma coisa que
ela falou quando eu estava entrando na sala
Ouço passos dela voltando e deixo o notebook encima do sofá e
pulo para o outro tentando disfarçar. Ela logo abaixa um pouco
deixando a mostra suas curvas e pega o notebook, porra...pensei ao
sentir meu pau dar um pulo com isso.

Sem olhar pra mim Teresa volta para o quarto.


..... ...... ....
— Papai, tem certeza que você não quer ir? Vai ter pizza vegana e
além do mais...suco natural de maracujá, a vovó prometeu que
pagaria pra mim, não é vó? – Alice sacode a mão de Marta — Claro,
hoje eu pago o que você quiser! – A vó responde
— Cuidado pra não mimar ela de mais mãe. – Lorena diz
— Mais? – Pedro faz cocegas em Alice que gargalha alto
— Talvez mais tarde eu apareça lá, não tô afim de sair. – Falei
sincero – Não esqueça seu bastão.
Tenho trabalho a fazer, ainda mais que estou longe e deixei outros
responsáveis pela empresa, isso me preocupa. — Tudo bem,
traremos pizza para você. – Marta diz e eu assento — Tchau
paizinho!! – Alice vai correndo para fora de casa
— Não tá esquecendo de nada sapinha? – Pergunto e ela logo volta
resmungando baixo e me dá um beijo na bochecha – Ótimo. – Falo
e agora ela se vai
Se passaram dois dias da última vez que vi Teresa nessa casa.
Ultimamente ela tem chegado tarde e saído cedo, acho que ela está
trabalhando o dobro agora que a fazenda de Francis está falida,
quero ajudar, eu pagaria toda a "fiança" dela para ela ficar livre mas
sei que ela nunca aceitaria.
Conquistar Teresa vai ser mais difícil do que eu pensei, as vezes
duvido que ela ainda gosta de mim de verdade, se ela me amou,
então de certo que ainda continua me amando, porém ela podia me
entender um pouco mais, sei que não dei explicações pra ela, mas
ela poderia me ouvir. Eu não fugi aquele dia, eu fui para... Bom,
esquece. De qualquer maneira isso é um segredo a ser guardado, e
sei que quando Teresa souber ela explodiria, foi por esse motivo que
Santiago sumiu de vez, não temos contato e pelo que sei ele mora
no exterior agora, assim como Eva e Olívia, meu detetive está atrás
delas e não vou descansar enquanto eu não acha-las, elas não
podem sair impune do que me fizeram.
Meus pensamentos são interrompidos com algo batendo forte de
onde está estacionado meu carro. Me levanto as pressas e vou até
lá.

— Merda! – Cerrei os dentes ao ver que o carro de Teresa bateu na


traseira da minha Lamborghini. Por sorte meu carro é blindado, o
dela parece que não já que amassou e quebrou o retrovisor da
frente.
Desço as escadas e vou até o carro de Teresa, sua testa sai sangue
e ela tosse algumas vezes, ela está...bêbada?
Abro a porta do seu carro e percebo que ela está sem cinto de
segurança.
— Mas que diabos?! – Falei nervoso – Você tá maluca?! Como
dirige bêbada e sem cinto?! – Falo e ela começa me imitar -
Teresa?!
Ela olha pra mim é revira os olhos.
— Me ajuda aqui vem. – Estendeu seus braços pra mim
Puxo Teresa pelo braço e agarro sua cintura pra ela não cair.
— Ui – Apertou meus braços – Nossa você continua bem forte né?
Quê?
— Você amassou seu carro. – Falo e ela enrola seus braços em
volta do meu pescoço
— Você vai pagar! – Gritou comigo e eu espremo os olhos.
Céus...como odeio gritaria.
— Não vou. E você fede cachaça com cerveja. – Digo sincero
Em toda minha vida nunca vi Teresa feder assim. Cruzes.
— Se me ama vai pagar. – Fez biquinho – Não tô bem...
— É claro que não está bem, você bateu... – E sou interrompido
com Teresa vomitando quase um litro encima da minha blusa
Espremo os olhos sentindo seu líquido na minha pele e ela continua
soltando seu vômito encima de mim. — Ups... Foi mal! – E começou
a gargalhar e logo tossir
Mas que diabos?! Não pode olhar pra baixo Christoffer, não ouse.

Em silêncio, levo Teresa para dentro da casa e coloco ela sentada


no sofá, tiro a camisa que está encharcada de vômito e ela continua
olhando pra mim e pro meu abdômen.
— Nossa como você tá gostoso em. – Se levantou e veio até mim –
O que acha... Da gente passar a noite juntos? – Sussurrou no meu
ouvido
— Você tá bêbada. – Falei. Por mais que a ideia seja tentadora de
ficar com ela
Depois de ver a conta zerada, Teresa provavelmente surtou e foi
afogar as mágoas em cachaça. Não acho que seja vinho que ela
tomou, seus olhos estão vermelhos e sua língua embolada de mais
pra isso.
— Não estou bêbada, consigo até me equilibrar de um pé só olha. –
Tentou se equilibrar de um pé só mas sem sucesso – Mas falei
brincando, ainda te odeio, mesmo bêbada. – Me agarrou pelo
pescoço – Sabe disso né? – Começou a relar seus seios em mim —
Você me ama? – Pergunto a ela que gargalha alto
— Eu te odeio! – Falou na minha cara – E te amo!
— Huum... – Falei
Isso me deixa feliz, por mais que ela esteja bêbada e inconsciente,
quero acreditar que isso seja verdade.
— Pode me esperar aqui amor, vou tomar um banho. – Ela diz e eu
assento
Me sento no sofá passando os dedos entre os cabelos. Isso me
deixa um pouco deprimido, saber que Teresa me chamou de amor e
amanhã provavelmente não se lembrará...me machuca.
— Christoffeeeer – Teresa cantarola atrás de mim
Quando me viro tomo um susto. Ela...espera...caralho, ela tá...
Pelada?

Capítulo 21
CHRISTOFFER
— Ficou maluca?! – Peguei um travesseiro para a tampar, mas ela
joga longe – Teresa, pare já!

— Por que? – Me agarrou pelo pescoço – Sei que estava doido pra
me ver pelada.
E ela não mente. As curvas de Teresa continuam a mesma, mas
seus seios e sua bunda...porra eu daria tudo para comer ela aqui
mesmo. Ela tá muito gostosa.
— Sim mas...estando sóbria. – Falo e ela bufa fazendo salivas de
vômitos respingar na minha cara. Ela começa a se esfregar em mim
e logo meu pau fica duro com isso – Não faz isso Terrie. – Sussurrei
— Estou sentindo um indivíduo entre nós – Ela abaixa suas mãos,
mas eu agarro seu pulso antes que ela chega no meu pau que dói
agora de tão duro – Por que só não se aproveita da situação?! –
Aproximou sua boca do meu ouvido – E me fode aqui mesmo, por
trás?
Minhas mãos apertam a cintura de Teresa e não consigo me
controlar. Começo a cheirar seu pescoço e ela se agarra mais em
mim, andando devagar encosto ela na parede e ela se contorce por
estar gelada, mas logo parece não ligar e pula no meu colo. Teresa
me deixa louco, merda...
Agarro sua bunda levando ela para dentro da casa no colo.
— Me leva para o seu quarto Chris. – Falou esfregando seus seios
em mim enquanto beija meu pescoço – Hum? – Tentou me beijar e
virei o rosto – Quando mais se faz de difícil mais eu quero dar pra
você. Pra falar a verdade, eu tô querendo te dar faz um tempo e
nem é porque tô bêbada. – E riu alto – Vai me comer?
— Hum. Sim. – Coloquei ela no chão
Teresa começa a tirar meu short, mas eu agarro seus braços, logo
viro ela de costas com agilidade e cuidado fazendo ela gemer
achando que eu ia pegar ela por trás, mas empurro ela para dentro
do banheiro e fecho a porta.
— Ou! – Ela começa a esmurrar, mas eu seguro a porta pela
maçaneta – Abre agora! – E esmurrou mais
Queria comer Teresa? Ah meus amigos o que mais quero é poder
beija-la e sentir seu gostinho de novo, mas não assim. Fui estuprado
duas vezes e eu jamais faria isso com Teresa. Jamais.
— Tome seu banho. Vou tomar o meu. – Falei frio e apertei os olhos.
Ser duro com Teresa por mais que ela esteja bêbada me faz me
sentir mal
Mas sei que ela me odiaria mais se eu me aproveitasse dela dessa
forma. E eu também não teria coragem.
— Só se fazer janta pra mim. – Pediu
Sei que depois do banho ela vai voltar mais a realidade. E isso me
deixa enfurecido e frustrado.

— Tudo bem Terrie. – Falo e escuto sua risadinha atrás da porta


Vou para o banheiro do meu quarto e tomo um banho rápido já que
eu já tinha tomado e só fui tirar o vômito do meu corpo. Penso em
não fazer isso, mas não evito de bater uma pensando nela, devo me
controlar perto de Teresa e isso vai amenizar um pouco. Penso nela
passando a língua no meu pau como ela fazia ou rebolando encima
de mim.
— Isso Teresa... – Cerrei os dentes apertando um pouco mais meu
membro ....
Teresa ainda não saiu do banho, se passaram alguns minutos e a
cada minuto parece horas. Sei que quando ela sair vai voltar seu
ódio genuíno por mim, ela deixa bem claro isso a cada palavra que
dirijo a ela.
Teresa aparece na sala com um short curto e uma camiseta preta.
Ela não usa sutiã então seus seios estão expostos. Mas não quero
ficar comendo ela com os olhos, por mais que...céus...por mais que
eu queira muito.
— Fiz omelete de frango desfiado com queijo e suco de morango
natural com hortelã. – Falo e ela se senta na mesa em silêncio
Sua cara mudou um pouco, claro que ela já está bem melhor e
sente raiva novamente de mim.
Sirvo Teresa que quase devora sua comida, e ainda em pé como
minha omelete de queijo vegana. Sei que ela não gostaria que eu
me sentasse ao lado dela.
— Chris. – Ela diz e eu olho pra ela na esperança dela dizer que me
ama e que vai fugir comigo agora mesmo
— Sim. – Falei baixo tentando disfarçar a esperança
Ela ainda parece um pouco tonta. Não sei se ela já se arrependeu
por ter dado encima de mim. Sei que quando ela tiver sóbria vai
jogar a culpa em mim e me dar outra bofetada.
— Come comigo. – Pediu e eu quase engasguei com minha omelete
Comer com ela? Ela está mesmo me chamando pra ficar perto
dela?!
— E-eu...achei que...
— Anda logo! – Ordenou

Pego meu prato e meu suco e me sento de frente pra ela as pressas
. Tenho medo de dizer algo e estragar o nosso momento. Só quero
ficar aqui, com ela. Por mais que eu queira dizer que eu não queria
ter deixado ela plantada no altar.
— Esta bom. – Falou se referindo a omelete
— Eu coloquei Curry. – Falo. Porque sei que ela gosta.
— Não temos Curry. – Falou ainda focada na sua omelete
— Eu trouxe da cidade. – Falo e bebo um gole do meu suco –
Teresa...
— Por favor, não estraga. – Me interrompeu
— Eu ia dizer que tá sujo – Articulei pra sua bochecha e ela tenta
limpar – Aqui. – Peguei o guardanapo e limpei sua bochecha
Teresa fixa seus olhos nos meus e ficamos travados por um
momento. Durante a minha chegada, é o primeiro contato sincero
que tivemos e isso significa muito para mim.
— Eu...vou dormir, acho que bebi muito hoje. – Enfiou o resto da
omelete na boca
— Ok eu...também vou para o meu quarto.
Teresa vai cambaleando um pouco para o quarto e eu passo os
dedos entre os cabelos. Preciso ser persistente, não vou desistir de
Teresa, não quando já estou um passo de ter ela de volta.
TERESA
Acordo com o sol batendo no meu rosto. Meus olhos permanecem
fechados e pesados, e minha cabeça dói um pouco. Só sei que me
enfiei na bebida ontem para afogar tudo de ruim que estou sentindo,
sobre o beijo que dei em Francis e sobre Christoffer está bem na
minha fazenda.
Esfrego meus olhos e sinto algo pesado sobre minha perna, quando
olho para o lado, tomo um susto! Christoffer está aqui comigo, NA
MINHA CAMA! Como diabos ele veio parar deitado na minha
cama?! Me lembro de pouca coisa mas sei que não transamos,
então por que diabos ele está aqui?!
Penso em empurra-lo com força para o chão, mas minhas mãos
travam em seus braços fortes quando toco. Reparo seus traços
enquanto ele dorme. Ele ainda continua sem expressões faciais,
mesmo dormindo parece o mister robótico. Seu cabelo está bem
grande e um pouco jogado em seus olhos, sua sobrancelha é bem
feita provavelmente ele mesmo deve fazer já que é perfeccionista,
sua boca rosada está entre aberta respirando suavemente, e
constantemente ele pisca os olhos tendo leves espasmos. Esboço
um sorriso por isso. – Não Teresa merda, o que diabos está
fazendo?! Por que está rindo pra esse cretino?! – Pensei comigo.
Não ia fazer isso, mas só para garantir levanto a coberta e vejo que
ele está totalmente vestido. Ótimo. Na verdade, eu queria mesmo
era soltar um grito com ele pra ele sair correndo daqui, quem ele
pensa que é? Ele acha que sou fácil assim ao ponto de querer
dormir com ele? Isso é abuso! Ele se aproveitou de mim enquanto
eu estava bêbada! Nojento...
— Ou! – Cutuco ele pelos seus braços fortes – Ei! Acorda aí! – O
sacudo agora — Não.... – Disse sonolento e com a voz rouca
— Que não o que?! – Falei mais alto dessa vez – Chris... – Travo
inteira quando ele apoia sua cabeça em meu peito se acomodando
feito um travesseiro. Por que tão fofo? Por que tão lindo e...nossa,
como ele tá muito cheiroso! – Acorda agora!
— Hum... Teresa. – Sussurrou
— Me solta Christoffer! – Droga Teresa, se move, empurra esse
homem para o chão! – Christoffer?! – Gritei com ele que levanta sua
cabeça num susto
Christoffer parece bem assustado, ele olha pra um lado, pro outro, e
logo seus olhos claros se encontram com os meus, de um tom verde
agora está um azul piscina, meu Deus... Como ele é lindo.
— Me diz como veio parar aqui?! – Pergunto o empurrando de cima
de mim
Christoffer coça os olhos e se senta na cama, ele solta um bocejo
longo e coça seu braço sarado. — Responde! – Me alterei e ele
espreme os olhos
— Por que gritar uma hora dessa? – Ele pergunta – Você foi a
culpada.
— Eu?
— É.
— Eu estava bêbada! Como fui a culpada?!
— Se não percebeu, esse é o meu quarto. – Ele fala e tomo um
susto ao normal que não estou no meu quarto. Merda, como eu não
notei? Tá certo que os quartos daqui são muito parecidos mas isso
é demais!

— Hãm... – Procuro argumentos – Essa casa é minha então todos


os quartos...
— Ah jura? – Falou se aproximando de mim e eu me afastando
cada vez mais - eu estava dormindo quando de repente senti você
literalmente encima de mim - me encostei na cama sem ter lugar
para recuar e ele segura meus dois braços. Meu corpo treme com
isso – E sabe o que você me perguntou? – Aproximou sua boca do
meu ouvido – "Chris... Por favor... Me foda?".
Empurro Christoffer que gargalha baixo com isso
— Aposto que se aproveitou de mim não é?! – Revirou os olhos –
Aposto que...
— Você sabe que eu não faria isso – Pós a mão no queixo – Por
mais que eu queira muito foder você como você me pediu...
— Cale-se! Não ouse nem continuar – Estendi a mão – Sai agora do
meu quarto! Alguém pode chegar!
— Esse é o meu quarto Lourinha.
Droga. É mesmo.
Me levanto da cama de Christoffer e vou até a porta. Logo sinto
suas mãos agarrar minha cintura por trás e ele me vira de uma vez
pra ele
— O que pensa que está fazendo?! – Alterei minha voz
Se tenho forças para sair da pegada de Christoffer não reconheço.
Posso enrolar um pouco isso, certo?
— Se lembra do que eu te falei ontem? – Apertou seus dedos na
minha cintura me fazendo ficar na ponta dos pés – Que eu tinha te
mandado uma carta a cinco anos atrás.
— É. Lembro. Mas isso não redime nada do que aconteceu. E quer
saber? Eu não me importo mais! — Ah não?!
— Não?
— Não mesmo? – Veio com sua boca até meu pescoço –
Cheirosa...

— Me solta Christoffer. – Falei sem autoridade nenhuma


Christoffer me pressiona contra a parede ainda me beijando pelo
pescoço. Mas logo eu o empurro, não o suficiente pra ele tirar suas
mãos de mim.
— Me solta. – Pedi sussurrando. Droga Teresa.
Christoffer desce sua mão para a barra do meu short e puxa para
mais perto do seu corpo, sinto seu membro duro por cima do meu
short fino e pressiono discretamente seu pau contra mim, ele geme
baixinho com isso é vira meu queixo para seu rosto. Nossas bocas
estão a mililitros agora, ele roça seus lábios nos meus enquanto
sinto seu dedo no meu decote da minha blusa
CHRISTOFFER
— O que quer que eu faça com você? – Pergunto enquanto passo a
ponta dos dedos no seu decote abertos – Isso? – Começa a abaixar
sua blusa junto com o sutiã – Isso? – Começo a passar a mão de
leve nos seus seios – Isso? – Agora beijo seu pescoço descendo
minha mão cada vez mais pra sua bunda gostosa A respiração de
Teresa está bastante alta agora, e seus olhos entre abertos.
— Diga que me quer agora sóbria. – Sussurro em seu ouvido – Me
peça para foder você e farei isso agora mesmo. – Começo a subir
sua blusa enquanto aliso sua pele
Teresa não diz nada. Absolutamente nada, só está com os olhos
fechados e a respiração alta. Me inclino para beijar ela mas travo,
por medo. Tantos anos querendo isso que agora...não posso fazer
isso, não ainda.
Ela abre os olhos e encara mina boca, minhas mãos estão paradas
a cima dos seus seios que estão somente de sutiãs prestes a tirar
sua camiseta fina, seus olhos quase implorando pra mim tirar sua
roupa, mas não é o que ela disse.
— Diga o que quer que eu faça com você Teresa. – Falo e ela
engole um seco piscando algumas vezes
Ela não diz nada, só continua com os olhos fechados e a respiração
alta, como se quisesse, mas estivesse com medo.
— Rum... – Esbocei um sorriso e arrumei sua camisa devagarinho –
Pode sair do quarto. Ela abre os olhos e me olha um pouco
assustada
— O que? – Sussurrou – E-eu...você não devia ter feito isso...estou
assustada e...

— Sei disso. Por isso parei. – Falo e ela fixa seus olhos nos meus
agora paralisada – Ao menos que queira me ver batendo uma
pensando em você, espero que fique ou... – E ela sai do quarto ás
pressas Mas agarro ela pela cintura pela última vez e levo minha
boca até seu ouvido
— Gostosa. – Sussurro e ela me empurra com força e eu solto um
risinho malicioso.
Assim que Teresa abre a porta tomamos um susto. Lorena estava
prestes a abrir a porta do quarto. — O que diabos faz no quarto do
meu marido?! – Lorena grita com Teresa que engole um seco.

Capítulo 22
— Eu...
CHRISTOFFER
— Não, não precisa dizer merda nenhuma! – Lorena entra no quarto
– Então é isso?! Mal chegamos e já está se esfregando em
Christoffer? Cadê o ódio que disse que sentia por ele?! – O silêncio
paira – CADÊ TERESA?!
— Lorena, menos. Não temos que te dar explicações. – Falei
— Não tem como deve! – Ela fala e cruza os braços. Alice que
também está aqui parece assustada com tudo isso – Chego no meu
quarto e pego vocês dois juntos, de novo! O que que é agora?!
Voltaram?!
Teresa olha pra mim e suspira alto
— Ontem cheguei bêbada e Christoffer me ajudou – Falou mais
madura do que eu pensei – Ele é todo seu. – E sai do quarto
Quando Teresa desaparece Lorena entra no quarto com Alice e
tranca a porta — Christoffer?! – Ela começa – Mas o que diabos...

— O que diabos o que?! Lorena?! – Falei irritado – Não temos nada


a cinco anos não vai ser agora que pode vir me cobrar as coisas!
— Mas Teresa...
— O que acontece entre eu e Teresa não é da sua conta!
— Como tem coragem de falar isso bem na frente da nossa filha? –
Falou com voz de choro Alice também deixa escapar algumas
lágrimas
— Alice já é bem grandinha pra entender minhas futuras relações
com Teresa. Minha relação com minha filha não tem nada a ver com
minhas relações com outras pessoas e ela precisa entender isso,
igual você – Fixei em Lorena – Da próxima que fazer todo esse
barraco como se eu fosse seu, eu...
— Você o que?! – Se aproximou de mim – Vai me pedir o divórcio?!
– Debochou – Você é casado com Teresa e ela não sabe disso, ela
sabe que é bilionária? Ela sabe do dinheiro que ela tem em conta?!
Droga. Não. Na verdade Teresa e eu somos casados em comunhão
de bens, mas ela não tem acesso a minha conta bancária, porém
sou eu que pago as dívidas dos cartões de crédito dela, ela nem
imagina. Provavelmente ela acha que a conta do cartão de débito é
dela, mas não, quando ela pediu um novo cartão aproveitei e
mandei um da mesma agência que a minha, mas ela não sabe,
então ela tem acesso a uma conta que ela não sabe que na verdade
é a minha.
— Vai me ameaçar? – Bufei – Esses jogos não funciona comigo.
Você sabe.
— Quando se trata de Teresa Christoffer, acho que nem você sabe.
– Ela diz e eu reviro os olhos – E por falar nisso. Vi que sacou uma
quantia enorme de dinheiro. Por que?
Suspiro alto vou até minha cama e pego uma camisa e coloco. —
Quando chegarmos na cidade iremos nos separar.
— O que?! – Alterou o tom de voz – De jeito nenhum!
— E pegarei a guarda de Alice. – Falo e a garotinha me olha com o
bico formado pronta pra chorar
— De jeito nenhum! – Repetiu – Podemos dar um jeito, não tenho
para onde ir.
— Te dou um dos meus apartamentos. – Falo e ela começa o choro
– Preciso resolver umas coisas agora. Vou tomar um banho. – E
saio do quarto ouvindo Lorena chorar atrás de mim.
TERESA
— O anúncio já está a três dias na internet, não conseguimos
ninguém que comprasse metade das minhas ações. Vamos desistir
desse processo. – Francis implora. Ele está na minha sala e
estamos conversando a respeito da venda da metade da fazenda.
— Temos um mês pra conseguir vender tudo isso. – Falo colocando
a ponta da caneta na boca – O próximo mês já devemos pagar os
funcionários, fora alguns que ganham adiantamento pra férias.
Francis se levanta da cadeira e vem até mim do meu lado
— Pensou em sair comigo?
Franzo o cenho esbanjando nojo.
— Estou aqui, mega preocupada com essa fazenda e você me
pergunta se eu pensei em sair com você?! – Ele revira os olhos –
Francis – Me levantei da cadeira – Não vai rolar eu e você.
— A não?! – Me agarrou por trás – Sei que sente atração por mim
Teresa, sei que ainda gosta de ficar perto de mim.
— Me solta! – Tentei me desagarrar dele e ele me vira de frente –
Francis você tem um complexo de superioridade muito grande. – Ele
começa a beijar meu pescoço – E eu e você não temos nada...
— Que cheiro é esse? – Falou ainda entre meu pescoço – De...
Homem?
— O que?! – O empurrei
— Você tá com cheiro exótico de homem – Apontou o dedo pra mim
– Quem?
— Como quem? – Começo a rir – Não é da sua conta!
— Ah não? – Agarrou meu braço – Vai me dizer que voltou para o
fodido do seu noivo que te meteu os chifres?!
— Desde quando eu tenho que te dar satisfação? Ou desde quando
preciso de opinião sua sobre a minha vida?! — Então a resposta é
sim! – Deu de ombros
— O que veio fazer na minha sala Francis?! – Falei já irritada com
isso tudo – Estou preocupada de mais pra lhe dar com suas
emoções falsas!
Vou até a mesa e me sento. Por alguma sorte ele não veio atrás de
mim tentando me agarrar ou algo do tipo.
— Hoje mais cedo ligou um advogado de um empresário que
gostaria de financiar a parte da minha fazenda – Ele fala e viro a
atenção pra ele – Ele mandou o contrato por e-mail e eu já assinei.
— O que?! Espera – Me levantei novamente – Como assinou?!
— Na verdade não foi exatamente uma assinatura de caneta já que
na parte de assinar só escrevi meu nome mas, teve um programa
que me mandaram com uma digital e junto pediram um vídeo meu
dizendo que eu realmente assinei o papel que comprovasse...
— Não tô falando disso! – Fui até ele – Por que não me contou?!
Você leu o que estava escrito no contrato?
— Por isso vim até aqui – Apontou para a impressora. Em meio a
tantos nervosismo nem notei papel algum saindo. Mas voei até ela e
comecei a ler o contrato - e aí tudo certo?!
Enquanto leio o contrato todo. Sinto uma dor de cabeça enorme e
cambaleio para trás. — Teresa!
Me apoio na janela do meu escritório e Francis vem até mim
pegando meu braço e me levando até a poltrona — O que foi? O
que houve? – Ele pergunta enquanto sinto o suor escorrer pela
minha testa — Aqui diz...aqui diz... – Tento dizer, mas minha voz
falha
— O que diz?! – Pegou o papel da minha mão
— ... Proprietário da Fazenda que continha ações de 100% que
agora declara que 85 por centro da empresa pertence a...
CHISTOFFER LINS?! O QUE?!
— Francis... Como foi deixar isso acontecer?!
— Como fui deixar? Ele deu 80 milhões de entrada! — Jesus...

— Inclusive já está na minha conta.


— Jesus...
— O que vamos fazer?! Droga eu deveria ter lido a merda do
contrato! — Essa fazenda não é mais sua Francis.
— O que?! Como não?!
Francis é idiota?
Isso tudo está muito estranho. Uma pessoa não pode ser tão burra
assim! Entendo que pelo que vi ele não teve educação nenhum,
mas não é possível que ele seja tão ignorante.
Christoffer não pode ser dono disso aqui, isso é quase uma afronta
pra mim. Ele me destruiu uma vez e agora...quer me destruir de
novo? É isso?! Achei que ele veio para me conquistar mas parece
que não. Parece que quer me humilhar ainda mais — Teresa. – Um
dos fiscais do supermercado entra – Christoffer Lins está na sala te
aguardando.
Engulo um seco e Francis se levanta às pressas e desce lá pra
baixo. Respiro fundo e logo vou atrás dele tentando manter a classe.
Apesar que isso não vai durar muito.
— SEU DESGRAÇADO! – Francis foi pulando encima de
Christoffer, mas seus dois seguranças segura ele pelos braços –
TROUXE HOMENS PRA TE PROTEGER É?! NÃO É HOMEM DE
VERDADE!
— Se continuar com esse escândalo terei que te tirar da minha
propriedade. – Christoffer indagou o que fez Francis sorri
ironicamente
— Sua propriedade?! – Bufou – Minha fazenda nunca será sua
propriedade!
— A polícia está lá fora – Christoffer diz ainda calmo – Então nada
do que fizer vai adiantar.
— Olha...
— Francis. – Fui até ele e segurei seu braço – Vamos conversar,
como pessoas adultas. Por favor.

Olha não tenho paciência. Se eu fosse Christoffer já teria dado uma


coronhada em Francis e deixaria ele desmaiado na sala mesmo.
Francis finalmente se senta. Me sento ao lado dele e Christoffer de
frente pra nós.
— Bom – Christoffer começa – Pelo que eu notei, o supermercado
ainda não terá nome. Porém já providenciei minha equipe de
marketing para colocar o Lins no alto da loja.
— Nem fodendo que isso vai acontecer! – Francis se altera – Você
acha...
— Francis, ou devo dizer Fernando? – Christoffer começa – Seja lá
quem você for, foi nítido que essa história de vender parte da
fazenda foi tudo uma encenação, tudo o que quer é aproximar de
mim para conseguir fazer o que não conseguiu a cinco anos atrás, e
se aproximou de Teresa porque acha que ela tem algum valor pra
mim e por isso quer me ameaçar através dela. Devo dizer que está
errado sobre isso. Teresa não significa nada pra mim por isso eu a
deixei no altar, e a fazenda... Bom eu comprei por tédio, talvez?
Tanto faz. Só sei que essa história de você se passar por um
camponês da roça que empobreceu do nada por agiotas não me
convenceu.
— Cara...de que merda você tá falando?!
— Sei que conversa com Herton – Espera??? Herton??? – Sim ele
não morreu – Christoffer responde a mim como se tivesse lido meus
pensamentos – Joseph não o matou, mas eu já desconfiava disso.
Sei que sabe onde minha mãe e minha irmã estão e sei que quer
dar um golpe em mim e provavelmente é seu plano que eu
comprasse essa fazenda e bom, conseguiu.
— Se não se importa com Teresa, por que comprou a fazenda?
— Por que? – Christoffer estreita os olhos – Não é porque Teresa
não significa nada que eu quero ela morta.
Desvio os olhos de Christoffer enquanto prendo meu choro na
minha garganta. Espero que isso seja tudo mentira, espero que ele
esteja realmente mentindo, porque ele conseguiu me machucar.
— Jamais vou deixar que fique com minha propriedade – Francis se
levanta – Está me ouvindo?! Já vou resolver isso. – E saiu pela
porta
Christoffer e eu agora estamos sozinhos, já que os seguranças se
retiram. Me levanto porque não quero esperar que ele me diga
nada, apesar que eu gostaria muito de ouvir.
— Teresa – Falou e continuo de costas ainda – Pode me mostrar a
fazenda?
Meus olhos se dirigem para o chão junto com minhas lágrimas. Mas
enxugo e me viro pra ele. Christoffer olha pra mim e pra janela da
sala. Como se dissesse que estamos sendo observados.

— Venha até meu escritório. – Falo e levo ele até lá encima


Assim que chegamos. Ele fecha a porta.
— Vai falar que é tudo encenação? – Começo a falar –
Christoffer...sinceramente? Eu não me importo.
O silêncio paira, e vou até minha cadeira e me sento. Christoffer
continua parado olhando pra mim.
— Não é encenação. – Disse frio
O que?!
— O que?! – Cuspi antes que eu percebesse – Digo... ok. Vamos
falar de negócios então.
— Não é necessário, já contratei meus próprios funcionários para
fazer o seu trabalho.
— Oi?! – Surtei – Não tem o direito de fazer isso comigo! Não pode
entrar aqui e simplesmente me dispensar!
— Posso. – Se sentou de frente pra mim – E precisa de férias, vai
viver a sua vida, gastar seu dinheiro.
Dinheiro? Mas que dinheiro?!
— Olha Christoffer – Suspiro baixo – Estou começando a desconfiar
de que você quer me humilhar ainda mais. Já não basta pra você?
— Precisa superar o que aconteceu.
— SUPERAR?! – Bato a mão na mesa – Olha seu... desgraçado! –
Passo os dedos entre os cabelos – Que merda, que merda!
Durante cinco anos, essa é a vez que mais senti ódio de Christoffer,
o que ele está fazendo?
— Senhor Lins – Um dos seguranças de Christoffer entra no meu
escritório – Agora está limpo, todos as escutas foram desativadas.
— Obrigado Moreira. – E pegou alguns papéis dentro da sua pasta

— Escuta? Como assim?


— Devia ter mais cuidado com o que fala, Francis quer saber tudo
sobre sua vida para me ameaçar depois, e agora que ele conseguiu
o que queria, a minha. – Começou a assinar uns papéis que colocou
na minha mesa — Se sabe que é o que ele queria, por que diabos
está fazendo isso? Christoffer dá um sorriso forçado e volta para o
papel
— Por que diabos? – Estreitou os olhos – Porque voltei pra você
Teresa.
Meu corpo trava, quando ele dirige seus olhos até mim me
oferecendo a caneta — E-eu...eu não vou te dar mais uma chance.
— Eu não te pedi chance – Arqueou as sobrancelhas – Ainda.
— Quando me pedir, a resposta sempre será não. Não adianta fazer
nada. —Não vou desistir de você.
— Você já desistiu, a cinco atrás quando me deixou plantada no
altar com um monte de atiradores. — Você não sabe de tudo o que
aconteceu, mas quando estiver preparada irei te contar tudo amor.
Amor?
— Não me chame assim. – Peguei a caneta da mão dele
— Teresa – Inclinou para frente – Eu ainda amo você. E dessa vez...
— Dessa vez? – Comecei a assinar o papel – Quantas milhões de
vezes terei que falar que não existe dessa vez? – Falo e ele desvia
os olhos de mim - e o que diabos estou assinando?!
Merda, Christoffer me deixou tão nervosa que mal percebi o que
estou assinando. Mas de qualquer jeito pior que tá não fica.
— Acabei de comprar 85% dessa fazenda, estou te dando 30.

— 30...? — 30%.
— O que?? Mas por que???
— Você é uma ótima empreendedora Teresa, acho que merece
mais reconhecimento.
— M-mas... 30% é mais do que Francis tem de porcentagem nessa
fazenda. – Falei um pouco baixo de mais — Eu sei. – E se levantou
da cadeira – Irei vistoriar a fazenda já que não vai me mostrar. Até
mais... Terrie. Christoffer sai do meu escritório e eu permaneço
parada na mesma posição.
30% dessa fazenda? Essa fazenda finalmente é minha? Por anos
trabalhei para Francis, por anos desejei que pelo menos parte disso
tudo fosse meu e agora... meu maior sonho foi realizado. Sinto que
fiz algo bom dessa vez, durante cinco anos, me senti como eu
realmente queria.
Capítulo 23
TERESA
Christoffer, precisamos conversar. – Fui até ele que está enfrente o
celeiro dos gados
Junto com ele está um homem vestido uma roupa toda verde e uma
mulher de terno todo preto. Mas que diabos?
— Desde quando fazem a produção de carnes? – Christoffer
pergunta
— Desde sempre, a carne daqui é a melhor da cidade. – Falo – Por
que? — A partir de hoje não iremos mais produzir carnes.
Ele está brincando, não é? Não mesmo que vou deixar isso
acontecer. — A carne é o que mais lucra no comércio, jamais eu iria
deixar...

— A única coisa que tiraremos da vaca é o leite e das galinhas o


ovo, aceito que façam queijo e derivados e nada mais.
— O que?! – Surtei – Não pode fazer isso, devemos marcar uma
reunião e conversar sobre isso. O que mais lucra no comércio é
carne, cerveja e leite, sem a carne vai decair as vendas e vai
atrapalhar...
— Podemos substituir a carne por grãos.
— Christoffer – Suspirei baixo – Não é porque é vegano, que todo
mundo quer ser, você está sendo imaturo!
— Estou sendo coerente.
— Coerente? Com quem?!
— Hora...comigo, não matar animais pra consumir a carne deles.
— Não é você que vai matar e não é você que irá consumir. Isso
não é só sobre você é sobre o que as pessoas consomem, se não
tem maturidade para lhe dar com o que as pessoas ingerem...
— Isso não é uma reunião.
— Deveria ser democrático.
— Não deve – Disse firme – Não sou eu que irá administrar isso
aqui então é a única coisa que imponho.
Não creio que Christoffer irá colocar alguém para administrar a
fazenda e o Supermercado que agora é Lins, no meu lugar!
— Quem irá administrar? – Pergunto tentando conter minha raiva
Não posso fazer barraco aqui tem polícia, advogado, imprensa... —
Você. – Disse e eu franzo o cenho - e Madeline.
Madeline?
— Madeline? – Perguntei confusa — Minha assistente.

Soltei um "hum" baixo e logo Christoffer acena para mim, para seus
advogados e advogadas que estava aqui presente e vai em direção
ao seu carro. Resolvi ir atrás dele.
— Ei – Gritei andando firme até Christoffer que se vira até mim – Só
quero deixar claro, que se acha que irá se aproximar de mim com
presentes está muito enganado! Nós dois, acabou! E acabou pra
sempre!
Christoffer esbanja um sorriso
— Quando eu cheguei aqui, o nosso único diálogo é que me odeia,
e agora...está olhando pra mim, discutindo comigo – Desvio os
olhos dele – Teresa – Voltei a olhar pra ele – Não irei desistir de
você.
— Olha...
— Jamais. – Se aproximou de mim e pegou entre meu cabelo.
Droga. Por que eu não me recuo? – Pode me mandar embora se
quiser, pode me maltratar o quanto quiser, mas eu quero você de
volta.
— Precisa entender que o que tínhamos morreu, pra sempre.-
Sussurrei
Christoffer desce suas mãos para meus ombros que logo começa a
alisar a alça da minha camiseta de cetim. Meu corpo treme com
isso, como se uma carga de eletricidade e excitação tivesse me
percorrido. Não consigo me mover, queria empurra-lo mas torço
para ele descer suas mãos para meus seios e se aproveitar de mim.
— Não é o que parece, Terrie. – Ele diz e eu abro a boca para
retruca-lo, mas Francis aparece bem na hora vindo em nossa
direção.
Droga.
— Então conseguiu o que queria. – Frances diz para Christoffer –
Irá transformar esse lugar em um lixo!
— Você está muito tranquilo pra alguém que acaba de perder uma
fazenda inteira – Ele diz – Sua parte do plano já está concluída,
você tem eu e Teresa por perto. O que vai fazer agora?
— Estão enganados se pensa que eu sou esse cara, Fernando! –
Cruzou os braços – Sou muito pior e vou acabar com você!
— Estou ansioso para isso. – Christoffer bateu nos ombros de
Francis e entrou na sua Lamborghini preta
Assim que Christoffer vai para longe. Passo os dedos entre os
cabelos preocupada com isso tudo. Francis demostra ser Fernando
mais do que tudo, e Christoffer e eu...eu não sei...

— O que iremos fazer? – Francis vem até mim – Teresa, não


podemos deixar... — Francis...não fala comigo. – Passo por ele que
segura meu braço
— Eu falo – Me aproximou dele – Se acha que vou deixar você e
aquele cara se aproximar está enganada. Você é minha! Está me
ouvindo?!
Empurro Francis e me solto do seu braço e vou direto para o meu
escritório. ............
Quando a tarde chega, Pedro veio até mim me questionar sobre
tudo o que está acontecendo. Falou que Lorena e ele discutiram feio
e pra eu não voltar pra casa hoje. Mas o que eu mais quero saber é
o que aconteceu. Também não sou mais uma criança para obedecer
Pedro. As vezes ele pensa que sou a garota indefesa de quando
Christoffer me abandonou.
Estaciono meu carro em frente de casa e vejo Alice sentada na
porta. Ela não parece nada bem, mas não me importo.
Alice usa uma blusa de tricô, parece até ser feito a mão de tão
detalhado. Seu cabelo está um pouco bagunçado amarrado a
mecha da frente para trás, e ela usa uma calça de frio apesar estar
fazendo calor. Ela se parece muito com Lorena, na verdade, quando
criança Lorena era exatamente assim.
— Conseguiu o que queria. – A garotinha fala assim que eu ia
entrando – Separar meus pais. Suspiro alto e vou até a menina e
me agacho. Pego seu queixo e viro seu rosto para o meu. — Seu
pai, e sua mãe nunca tiveram nada, só a sua mãe nunca entendeu.
— Está feliz que meu pai rasteja por você? – Falou e suas lágrimas
começaram a escorrer. Como ela só pode ter 5 anos e já entende
tanto?
— Seu pai não me merece Alice. – Larguei seu rosto – Por mais que
ele rasteje. Mas precisa entender que essa história não é sobre a
sua mãe e seu pai é sobre mim e seu pai. Tudo que a sua mãe fez
foi estragar o que tínhamos.
— Ninguém estraga nada quando duas pessoas se gostam. – Ela
diz e eu me levanto – O amor do meu pai era fraco, deve estar atrás
de você porque está entediado.
Desvio os olhos da garotinha e cruzo os braços. Por que o que ela
fala me atinge tanto? Ela só tem o que? 5 anos?

Entro em casa e tudo está silencioso. Provavelmente cada um está


no seu quarto. Me sento no sofá e suspiro alto encarando o teto
quando ouço um barulho vindo da cozinha, estico o pescoço dele é
lá está ele.
— O que diabos está fazendo? – Pergunto e ele logo aparece com
uma xícara de café na mão
Meus olhos quase arregalam ao notar que ele está sem camisa e
um short mega fino. Sinto minhas mãos soar ao perceber que seu
corpo não mudou completamente nada. Penso em dizer algo sobre
ele estar praticamente pelado na minha casa e na minha frente, mas
sei que ele usaria seu lado irônico pra me atingir ou algo do tipo.
Então só ignoro, pelo menos tento.
— Sinto falta da cidade, mas agora que tenho negócios para
resolver aqui não irei voltar tão cedo. – Veio até mim e se sentou do
meu lado
— Por que não senta pra lá? – Me afastei e ele sorri – E se quer ir
embora pode ir, deixa que eu resolvo tudo. — Deixar você com
Francis? Aqui? Sem chance.
— Me deixou por 5 anos. Por que não quer me deixar agora? Não
preciso da sua proteção.
— De repente quer saber por que eu tive que te deixar? – Ele
pergunta – Quer mesmo falar sobre isso?
— Prometemos que seríamos um casal que independente de tudo
nunca esconderia nada um do outro. Na primeira oportunidade você
sumiu por 5 anos então não, não quero conversar sobre isso. – Me
levanto e Christoffer segura meu braço – Me solta Christoffer!
— Me dê uma chance.
— Não. É tão difícil entender? – Ele se aproxima um pouco mais –
Pare de tentar criar clima entre nós.
— Você ainda gosta de mim...
— E o que isso muda? – Afirmei sua pergunta. Droga. – Mesmo que
eu goste de você, não quero que aconteça mais nada entre nós.
Morreu, já foi. Aceito você ficar de boa aqui na minha casa, mas é
só isso.
— Então...está de boa com a ideia de me ter por perto?

— O que? – Me soltei de seu braço – Não amigo, estou boa com a


ideia de ter você na minha casa mas sem termos contato um com
outro!
— Bom... – Veio andando até mim
Em segundos Christoffer me envolve em seus braços agarrando
minha cintura. Quero tanto isso...por que ele não acaba com isso
logo de uma vez?
— Me solta, ou vou gritar! – Menti. Óbvio que eu não gritaria
— Eu não vim só para te proteger. Sei que não precisa de mim,
depois que me ameaçaram para te deixar... E eu não deixei você, eu
sempre estive por perto.
Depois que o ameaçaram para o deixar?
— Então...essa é sua desculpa esfarrapada? – Sorri ironicamente –
Até parece que um homem bilionário como você deixaria alguém
ameaçar você dessa forma. Se eu fosse tão importante, daria um
jeito, passaria em cima de tudo. É o que eu faria.
Christoffer me olha como se já soubesse o que eu queria dizer.
Por que gosto tanto de ficar perto dele? Quero saber o que ele está
pensando, será que ele fala realmente a verdade? Não Teresa,
para. Não amoleça. Ele só tem um rostinho bonito, robótico e faz
cara de coitado.
— Tenho uma proposta para você. – Ele pergunta e logo me solta
com suavidade. Mal notei que ele estava me levando pra perto dele.
Tento me recompor do toque de Christoffer e em segundos ele tira
algo do seu bolso. Uma caixa de alianças. Provavelmente alguma
peça que ele queira pregar em mim.
— Vai falar que essa era aliança que você iria me dar no dia do
nosso casamento? – Caçoei – Só pode estar brincando.
— Na verdade...aquela eu tinha perdido no dia do tiroteio, a
proposta que tenho é outra.
Ele abre a caixa de aliança e logo uma pedra brilhante surge diante
meus olhos. Tomo um susto ao notar os detalhes magníficos desse
anel. Na verdade...eu nunca nada parecido. O anel tem umas
curvas diferente, bem difíceis de explicar, pra começo de conversa
ele não parece tão redondo. A pedra azul pequena parece ser
algum tipo de esmeralda ou diamante, não sei...só sei que são
perfeitos. Magnífico.

— Case-se comigo Teresa.


Antes de eu dizer não e criar uma discussão. Christoffer se ajoelha
bem na minha frente. Seus olhos se encontram com o meu à espera
da minha resposta. Abro a boca para responder, mas logo fecho e
engulo um seco encarando ele e o anel maravilhoso de noivado.
Capítulo 24
— Perdeu o juízo?
TERESA
— Ótimo. Que bom que aceitou. – Enfiou logo o anel no meu dedo –
Irei planejar tudo.
— Tá maluco?! Eu nunca vou...
— Teresa – Se levantou e pegou na minha nuca – Sei que é muito
para processar, mas pensa a respeito.
— Não irei pensar a respeito. – Tento tirar o anel mas ele não sai de
jeito nenhum – Que...diabos é isso?!
— Só pensa. Tá bom? – Beijou minha testa e desapareceu da
minha frente
Tento desencaixar o anel do meu dedo, mas ele não sai de jeito
nenhum, o mais engraçado é que essa droga não está apertado.
Que macumba foi essa que Christoffer jogou nesse anel? Merda!
Mais essa agora!
..... .... .... ...
Estou sentada na poltrona do meu escritório. Diante todas essas
mudanças que estou vendo, pelo menos continuo com minha sala.
Mesmo depois de eu ter ligado pra Christoffer implorando pra ele
não retirar nada do supermercado "Lins" ele insistiu no assunto. O
máximo que deixou foi vender o estoque que já está pronto de
carnes e derivados.
Não entendo a forma que ele quer me conquistar, era pra ele estar
me trazendo flores e fazendo tudo o que eu quero, me dando
carinho insistindo me ligando toda hora... Mas não!
— Merda de anel! – Indaguei enquanto tento tirar essa porcaria que
não sai de jeito nenhum do meu dedo

— Teresa? – Uma mulher entra na sala


— Eu. O que precisa?
A mulher vem até mim e estende a mão. Aperto mesmo não a
conhecendo. Ela logo se senta na cadeira a minha frente e já
começa fala um monte de coisa da qual não entendo.
Ela é negra, muito alta, tem um corpo esbelto e o cabelo abaixo da
cintura.
— ... E por isso os negócios não iam bem, mas agora, muita coisa
irá mudar. Bom, pra começar... — Espera. Quem é você mesmo? –
Perguntei já confusa
— Christoffer não falou de mim? Sou Madeline, assistente dele.
— Ah sim, mas...
— Você é Teresa, não é?
— Sou....
— Chris falou muito de você, sabe que achei que era mais bonita?
Não sei o que ele viu. Negócios? – Olho pra ela assustada – Era só
uma brincadeira relaxa. Christoffer e eu éramos amantes antes
disso tudo, mas não conta tá? Ele me mataria se eu dissesse.
— Amantes...?
— Sim, a gente transava e tudo mais. Na verdade... Ele fode muito
gostoso. - E riu.
— Perdão?! – Deixei soltar – Não pode estar falando de Christoffer,
ele não é...
— Ah querida, você nem imagina como nosso Christoffer é.
Me ergo para rebater a mulher, mas Christoffer entra bem na hora
com uma prancheta na mão. — E aí está ele. – Ela fala e Christoffer
se dirige a Madeline.

— O que faz aqui? – Ele pergunta pra ela


— Achei que...
— Eu disse que você trabalharia na sua casa, nada de vir aqui.
— Por que? – Ela se virou pra ele – Está com medo de Teresa
descobrir que éramos amantes? – Desvio os olhos dos dois por isso
– Ela sabe, eu contei.
— Vou mandar meu motorista te levar. – Christoffer pela a mulher
pelo braço
— Me solta – Ela empurra ele – Não vou trabalhar em casa! Quero
trabalhar aqui, ok?!
— Não me faça perder a cabeça! – Christoffer diz um pouco nervoso
— Ou se não o que? Vai me foder por trás como fazia? – Ela fala e
ele se afasta dela – Foi um prazer, Teresa.
Madeline sai da sala deixando Christoffer e eu a sós. Sinto a raiva
talar o meu sangue com essa mulher. Como ele tem coragem de me
pedir segunda chance se quando eu sofria ele transava com outra?
— Teresa...
— Você é pior do que eu pensei – Me levantei da cadeira –
Enquanto eu pensava em você, estava fodendo outra. — Não é
isso, eu estava passando por um momento difícil.
— Difícil? – Cerrei os dentes - Difícil? Por que estava sendo
ameaçado? Você é muito mais do que isso você tem uma puta
grana e deixou uma ameaça acabar com a gente? – Bufei – Não
preciso pensar sobre sua proposta de casamento.
— Terrie...
— Não me chame assim! – Gritei com ele – A resposta é não!
— Terrie por favor – Veio até mim e me abraçou forte – Eu achei que
você não queria mais saber de mim, eu tinha te mandado a carta te
esperado no aeroporto e você não veio – Tentei me soltar do abraço
– E logo Me ligavam toda semana durante esses anos ameaçando a
mim, a minha família, minha filha... Eu tive medo de te machucar,
tive que te proteger de longe mas eu ia voltar pra você.
— Não! – O empurrei pra longe – Não quero saber não importa
mais!

— Teresa – Agarrou meu cotovelo – Deixa eu te explicar o que


aconteceu de verdade, tudo o que houve, me escuta?
— Não Christoffer - senti meus olhos ardente - não dá mais? Ok?!
Não dá?!
— Eu te amo, por favor case-se comigo? – Ele implora – Teresa eu
te...
— Para Christoffer, por favor... – Comecei a chorar – Por favor para
de me dizer essas coisas, de me pedir essas coisas!
— Mas por que...?
— Porque eu não sei se é verdade. Eu passei mais tempo da minha
vida te odiando do que amando você. Consegue me entender?!
Ele se afasta junto com um suspiro baixo. Como se fosse desistir de
tentar me fazer casar com ele. Se realmente desistir, só prova que o
sentimento dele por mim é fraco. Que aliás se fosse isso tudo que
ele diz ele não teria feito o que fez.
— Irei te deixar pensar sobre. – Ele diz saindo da sala – Até mais
Teresa. – E fecha a porta atrás de mim
Penso em ir correndo atrás de Christoffer mas paro no meio da sala.
Não Teresa por favor se contenha. Não pode ceder assim tão
facilmente.
Saio da sala atordoada com a proposta de Christoffer. Aceitar a me
casar com ele agora na minha cabeça é aceitar tudo que ele fez,
quando penso que não foi tão ruim o que aconteceu me aparece...
Madeline!
De relance vejo a porta do quarto de Francis destrancada o que é
estranho já que ele sempre tranca. Francis não gosta mais que eu
entro no quarto dele.
Ando lentamente até lá e logo estou no seu quarto, está um pouco
bagunçado e com seu perfume forte. Não sei exatamente o que
estou fazendo aqui, talvez para encontrar algo que eu nem sei se
procuro de verdade.
Abro a gaveta da escrivaninha e me deparo com milhares de
camisinhas. Reviro os olhos e abro outra, de cueca. — Teresa,
Teresa, Teresa...uma hora você vai acabar se dando mal. – Penso
em voz alta Encaro o quarto todo e ando até o guarda roupa,
quando abro encontro alguns papéis perto dos perfumes e quando
pego o nome de Fernando é o primeiro que vejo. As pressas, pego
meu celular para tirar foto de tudo quando ouço passas vindo até o
quarto, corro para de baixo da cama. Merda!!

— ... Eu sei que não é não assim, mas ele comprou uma parte
enorme da fazenda, como vou controlar o cara se ele tem mais
poder do que eu?
Me remexo um pouco por causa do silicone que estão espremidos.
As empregadas deviam limpar mais aqui, tem até camisinha usada.
Que nojo!
— Eu sei Herton, mas...como consigo?!
Espera Herton? Mas como? Ele está morto Joseph o matou!
— Darei um jeito. Isso não vai ficar assim. – Ele se abaixa para
pegar um papel no chão que deixou cair e eu arregalo os olhos, mas
pra minha sorte ele pega e sai do quarto Merda!
Saio às pressas debaixo da cama de Francis e como vejo que ele
não está desço lá pra baixo pego meu carro e corro para a fazenda.
Christoffer precisa saber que Herton está vivo. Como ele pôde?
Joseph ficou encarregado de matar Herton! Aquele desgraçado!
— Pedro! – O chamei assim que sai do carro – Quem está em
casa? — Agora resolveu falar comigo?
Reviro os olhos e estalo a língua
— Somente Alice, não devia estar trabalhando? – Franziu a testa
— Vá para a fazenda me encobrir se alguém precisar de mim fale
que estou ocupada.
Corro para dentro da casa e realmente concluo que Christoffer não
está aqui depois que procuro pela casa quase toda. Por último
resolvi ir até o quarto da pequena capetinha.
A porta está entre aberta.
— ... Sabe Felícia? Então é mais complicado do que pensei.
Felícia?
Abro só um pouco a porta e vejo ela falando com o travesseiro. Qual
o problema dessa garota? Apesar que eu também tinha amigos
imaginários.

— ... Eu sei, eu sei, mas acho que meu pai me ama assim mesmo.
Eu devia sentir raiva pela minha mãe pelo que ela fez com meu pai,
não foi correto. Agora por culpa da minha mãe passo por esses...
Transtornos de achar que meu pai não me ama porque minha mãe
dopou e estuprou ele pra ela me ter.
Espera? O que?! Dou um passo para trás e a garota acaba olhando
em minha direção.
— Quem está aí? – A menina pergunta e eu engulo um seco –
Pedro? – Veio andando até a porta – Teresa. – E fechou a porta na
minha cara
Ponho a mão na boca surpresa com isso tudo. Por que diabos
Christoffer não me disse? Como Lorena teve a coragem de fazer
isso com Christoffer? Me sento no sofá na sala estagnada e
decepcionada comigo mesmo por essa situação. A posição agora é
totalmente diferente, como posso ter julgado ele dessa forma? Sinto
vontade de dar uma surra em Lorena por ter feito isso com meu...
Com Christoffer.
São tantas informações pra processar...tudo está indo rápido demais
e tento respirar pra algum ataque de ansiedade não vir.
Meus pensamentos são interrompidos com Christoffer saindo pela
porta.
— Ei! – Corri até ele que nem sei como cheguei tão rápido até a
porta – Precisamos conversar.
— Outra hora, agora estou saindo. – Disse frio
— Não, tem que ser agora. – Falo e ele suspira alto – Não vou
implorar.
— Ok, pode falar.
— Aqui não...no meu quarto.
Christoffer tosse um pouco pois parece ter engasgado com sua
própria saliva
— Ok – Se recompôs – Vamos.
Assim que chegamos no meu quarto fecho a porta. Christoffer vem
pra cima de mim me dando logo um abraço e eu o empurro
— Ei, o que é isso? – Perguntei incrédula
— Não veio me avisar que aceitou a se casar comigo? – Neguei
com a cabeça – Ah.

Christoffer vai até a poltrona do meu quarto se senta e do bolso tira


um cigarro. Olho pra ele assustada quanto a isso. Que eu saiba ele
não fumava. Por que isso agora? Não sei, mas vendo esse homem
sentado bem na poltrona do meu quarto... Se contenha Teresa!
— Vi Francis conversando com Herton no telefone, Joseph tinha o
matado! Acredita mesmo que ele está vivo?
— Eu já sabia. – Falou nada surpreso – Descobri ano retrasado,
ouvi Joseph falando com Lorena sobre.
— O que?! – Me aproximei dele – E por que não me avisou?!
— Quando cheguei aqui digamos que você não queria assuntos
comigo. – Ele diz – Eu ia te falar quando estivesse mais calma
comigo. Quando desse valor no que eu passei.
— No que você passou? - Esbocei um sorriso – Você não sentiu
merda nenhuma, eu sou a que sofri nessa droga de história toda!
— Isso que me deixa furioso, você achar que durante 5 anos eu
também não sofri que eu não senti nada. Você não se importa com
o que sinto por você nem com o que tínhamos, se realmente
importasse tanto como diz, gostaria de saber o que houve comigo
pra eu ter te deixado – Ele vem até mim e eu desvio os olhos – Foi
mais fácil me culpar do que entender o que realmente aconteceu.
— Está sendo egocêntrico. Eu também passei por coisas horríveis.
— Eu sinto muito, Teresa. – Ele diz mais sincero do que eu pensei –
Tenho que resolver algumas coisas...
— Eu soube... – Segurei seu braço – Soube o que aconteceu com
você, no dia da festa da langerie.
Christoffer se vira para mim confuso
— Sei que Lorena te dopou pra você ficar com ela, por isso ela
engravidou. Por que não me contou?
Christoffer espreme os lábios. Ele parece desconfortável com o
assunto.
— Não consigo falar desse assunto sem sair machucado. – Ele diz e
sinto meus olhos arderem – Se eu te contasse ia ficar do jeito que tá
agora.
— Christoffer...

— Não, Teresa. – Ele se aproximou de mim. Até demais. Mas dessa


vez não me recuo – Não te contei porque sei que ia sentir muito por
mim, não quero que sofra mais do que você já sofreu.
— Mas dessa vez não é sobre mim é sobre você. Por isso não
demos certo, por que diabos não me contou toda a verdade desde o
início? – Espremi os olhos e logo senti sua mão no meu rosto – Isso
não é uma reconciliação. – Tirei a mão dele de mim.
— Eu sei que não. – Dessa vez ele vem bem devagarinho até o meu
pescoço e começa a dar pequenos beijos. Minha pele se arrepia
com isso, sinto minhas pernas bambas e meus olhos se fecharem
automaticamente.
— Christoffer... - O chamei mas pareceu mais como uma gemida
baixa — O que foi? - Subiu sua boca para minha bochecha agora
Tenho que ser rígida, ou se não...
— Sai da minha frente. – Falei com a voz mais firme que eu
consegui
Os dedos de Christoffer sobe para meus braços e logo agarra meu
pescoço, não com força, mas como se ele realmente fosse me
enforcar ou algo do tipo, confesso que gostei, mas também
confesso que me assustei um pouco, ainda mais quando ele fixa
seus olhos azuis devoradores nos meus — Quero entrar dentro de
você. – Sussurrou perto da minha boca e eu engulo um seco
Penso em empurra-lo para longe, mas em segundos, pulo no colo
de Christoffer e ele agarra minha bunda com força.
Capítulo 25
TERESA
Christoffer me leva ate a cama e me deita. Sua mão ainda está no
meu pescoço, minha respiração alta, seus olhos fixos nos meus e
eu doida pra ele tirar logo a minha roupa.
— O que você quer? – Levou meus dois braços no alto da minha
cabeça me deixando imobilizada – Hum? – E começou a beijar meu
pescoço
Christoffer faz movimentos com os quadris como se estivesse
enfiando e tirando dentro de mim. Meu coração palpita forte, e não
penso duas vezes em abrir minhas pernas pra ele que solta um
gemido baixo com isso.

— Quero que me foda. – Falei mas saiu mais baixo do que eu


pensei
— O que? – Beijou minha boca enquanto começa a subir minha
blusa – Não ouvi. – Agora Christoffer tira minha blusa toda e encara
meus seios – Caralho Teresa.
— O que? – Sorri
Christoffer começa a beijar meus seios por cima do sutiã e em um
passo de mágica ele desabotoa atrás, meus seios balançam com os
movimentos nus e ele logo começa abocanhar meus mamilos. Estou
travada dentro de mim mesmo, esperei tanto por isso que agora não
sei o que fazer.
— Relaxa Terrie. – Começou a descer sua mão para debaixo do
meu short – Posso? – Perguntou antes de chegar entre minhas
pernas
Assenti desesperada e logo sinto seus dedos massageando meu
clitóris. Começo a gemer baixo enquanto Christoffer foca nos
movimentos nos seus dedos. Ele desabotoa meu short para ficar
mais fácil e logo tira ele me deixando apenas de calcinha, por sorte
uso uma calcinha rosa de renda. Seu dedo indicador arreda minha
calcinha e ele se inclina para cima para olhar mais de perto.
— Sabe de uma coisa? – Sussurrou no meu ouvido – Você tem uma
bucetinha muito gostosa.
Coro com isso. A vergonha que sinto foi interrompida com sua boca
nas minhas coxas. Começo a remexer meu quadril desesperada
para sentir sua boca de novo e ele logo agarra minhas pernas.
Christoffer se inclina e começa a sobrar a região do meu clitóris —
Aí, Chris...por favor...
— Shh... Fique quietinha enquanto eu chupo você. – Ordenou e eu
obedeci
Sinto o calor de Christoffer entre minhas pernas e logo sua língua no
meu clitóris. Relaxo com isso me acomodando mais na cama.
Christoffer começa a usar movimentos leves e circulatórios e me
sugando forte a cada gemida mais alta que tenho. Minhas mãos
descem para os cabelos de Chris apertando ele contra minha
boceta. Meus quadris assume os movimentos enquanto ele passa a
língua em toda minha parte sensível, seu dedo do meio começa a
entrar e sair dentro de mim formando minhas pontas dos pés, calma
Teresa, não seja precoce não estraga o momento!
— Já quer gozar na minha boca Terrie? – Falou descaradamente
Não respondi, não precisava. Só comecei a rebolar exageradamente
enquanto ele me suga com força, tento segurar até que ele abre
mais minha buceta explorando mais o meu clitóris.

— Chris... – Tapei a boca para abafar o som da minha gemida,


Christoffer está concentrado agora, não para nem por um segundo,
logo não consigo me segurar e acabo gemendo um pouco alto
demais enquanto sinto meu clímax. Christoffer me agarra com força
com isso, droga Teresa! Por que tão rápido?!
Ponho a mão na testa tentando superar e processar o que
aconteceu.
Chris logo sobe encima de mim para me olhar
— Não resisti e acabei batendo uma vendo você, acho que molhei
sua cama.
Ok...ele também foi precoce, ufa!
— Isso não devia ter acontecido. – Falo preocupada – A gente...
Ele interrompe me dando um beijo na boca
Agarro Christoffer com as pernas e começo a tirar sua camisa, fito
seu corpo definido e começo a alisar sua barriga. Mesmo com 30
anos Christoffer continua o mesmo gostoso de sempre, diferente de
mim ele não mudou nada.
— Chris... Eu quero...
— Papai! – Ouvimos a voz de Alice na sala
Droga. Maldita hora!
— Papai!! – Alice o chama e ele está pronto para levantar mas eu o
agarro
— Não vá. – Sussurrei
— Já volto pra você meu amor.
Amor? Acho que ele tá indo rápido demais!
— Na verdade... – Falei enquanto ponho uma camiseta – É melhor
não voltar, isso aqui? Não devia ter acontecido! – Endureci minha
voz
— Devia. – Andou até mim – Mudei de ideia sobre casar com você.
O que?

— Como é? – Fiz uma careta


— Sei que está insegura, não nos conhecemos bem. Preciso te
fazer acreditar que eu jamais, independe de qualquer coisa irei
deixar você. – Ele fala e eu desvio os olhos - Não quero deixar você.
– Desviou os olhos – De novo.
— Não quero falar sobre isso. – Dei de ombros – Vá ver o que a
pirralha...digo, sua filha quer.
Christoffer se inclina para me dar um selinho, mas eu desvio o rosto.
Ele suspira baixo e sai do meu quarto. .... .... ....
A noite chega, estamos jantando na sala. Lorena minha mãe meu
pai e Pedro estão aqui. O clima está tão pesado que parece que
sabem que eu e Christoffer voltamos...digo, quase transamos.
Christoffer não para de dar risinhos indiscretos para mim e todos
percebem. Ele acha mesmo que já estou na dele? Ata! Ele tá muito
emocionado!
— Pode me passar a cebola agridoce Terrie? – Pediu e eu faço cara
feia pra ele
Todos ao redor da mesa sabe que ele me chamava assim quando
estávamos juntos.
— Desde quando te dei abertura pra me chamar assim, Christoffer?
– O alfinetei – Estar sentado na mesma mesa que você não te dá o
direito de...
— Ouçam – Christoffer começa e eu ponho a mão na testa, lá vem.
– Todos sabem que meu casamento com Lorena é uma faixada –
Ele diz e Lorena abaixa os olhos por isso – Que cuidei dela por
causa de Alice. Mas Lorena e eu não somos casados. Na
verdade...Teresa e eu somos casados legalmente no papel, ela
ainda não aceitou isso, mas sim, somos.
— Hora de vazar. – Levantei da mesa e ele levantou junto
— Quando Teresa me perdoar, vamos oficializar o nosso
casamento.
Pedro, Lorena e meus pais soltam um "o que?" Baixo. Meus pais
não parecem gostar nada disso, muito menos eu.
— Que fique claro que essas palavras são suas e apenas suas. –
Me pronunciei – Te trato com educação por estar aqui, mas não
significa que...
— E tem mais – Continuou o que me mata de raiva – Já estou
cuidando da minha separação e de Lorena, já que estou contando
tudo, não é necessário dormirmos no mesmo quarto, sei que tem
outros quartos aqui que ela poderá se aposentar.

— E além disso tudo, sou eu que terei que sair do quarto? – Lorena
se altera – Está bêbado não está? Não tem ideia do que está
falando Christoffer! ficamos anos juntos, não é agora que...
— Pedi Teresa em casamento – Christoffer revela
— COMO É?! – Lorena grita
— Papai?! – Alice grita logo em seguida
— Aí aí Jesus amado! – Falei baixinho, mas provavelmente todo
mundo ouviu
— Christoffer – Minha mãe se pronuncia se levantando – Acho que
está precipitado, não vamos tornar isso mais doloroso e difícil, ok?
Não precisamos falar disso enquanto estamos jantando.
— Então quando poderemos falar, Martha? – Christoffer se dirige a
sogra – Não precisamos mais esconder tudo o que aconteceu, afinal
de contas...nós somos uma família.
— Somos, mas...
— Pois então. Precisamos falar sobre isso.
— Ah precisamos?! – Pedro bateu a mão na mesa e também se
levantou – Precisamos mesmo?! Então falaremos! Acontece senhor
bilionário que se acha o dono do mundo, que minha irmã sofreu por
5 anos e até agora não houve explicações, sim, porque você nos
deve explicações! Se acha que Teresa vai voltar feito uma
cachorrinha pra você só porque quer, está enganado!
— É! – Concordei logo de cara mesmo tendo aberto minhas pernas
pra Christoffer me devorar agora pouco. — Irei explicar, mas
Teresa...
— Não tem, mas, desembucha logo esse bico! – Pedro atrofiou
— Moleque! – Meu pai deu uma na nuca de Pedro
— Vão passar pano pra esse cara? Sério? Por que?
— Pedro é mais difícil como pensa. – Minha mãe diz bastante séria
– Temos que analisar tudo o que aconteceu.

— Não, não temos. – Lorena se levantou – Eu não passei tudo o


que passei pra aceitar isso de bom grado, eu também tenho opinião
nessa merda toda, ok? Também tenho sentimentos não sou uma
pedra, tudo com o que se importam é com Teresa e mais Teresa, e
eu?! E enquanto a mim? Sabem que foi difícil para eu ficar esse
tempo todo sem poder entrar em contato com minha família porque
estávamos sendo ameaçados, por causa do irmão de Christoffer?
Olha, eu...
— Então, seguinte – Fui logo interrompendo Lorena – Pedro está
certo, mãe você não sabe de nada, pai para de agredir Pedro
porque ele está certo, Lorena...sinceramente, ninguém liga para o
que aconteceu com você, você mereceu, contou pra sua filha que
chifrava o noivo pela costa com Joseph? – Solto e Alice logo põe a
mão na boca – Agora que tem uma filha com o cara que chifrava do
nada quer reivindicar uma família, e Christoffer – Me virei pra ele –
Pare de expor isso como se eu tivesse aceitado alguma coisa, eu
disse não e mantenho meu voto.
— Até quando? – Franziu o cenho
— Não tem quando e nem até, vai ser assim, fique com sua família
cuide dela como fez nesses anos e me esquece! – Fui em direção a
porta
— Sabe que não vou desistir de você. – Agarrou meu braço –
Teresa...
— Christoffer – Tirei as mãos dele de mim – Só me deixa em paz!
Esquece esse negócio que somos casados, me esquece!
— Eu não vou! Não importo com que saibam e quando saibam
mesmo depois desses anos todos eu continuo amando você, e
estou aqui por você... Terrie.
— Cara, sinceramente – Pedro interrompe – Vai toma no seu cu!
Meu pai dá um tapa na boca de Pedro que vai para o seu quarto
emburrado e pisando duro.
— Se quer saber Christoffer...não é assim que vai conseguir me
conquistar. – Falei somente pra ele ouvir
— Posso passar o resto da minha vida fazendo isso. Foram cinco
anos longe de você, mas agora, por mais que eu me humilhe e você
bata na minha cara, por mais que resolva casar com outro homem
Teresa eu vou estar ao seu lado – Agarrou meus cabelos
suavemente – Te pedindo mais uma chance e perdão pelo que fiz.
Seus olhos estão marejados, e vê-lo assim...confesso que parte
meu coração ao meio de novo.
— Você não devia ter ido embora. – Digo com voz de choro e ele
espreme os olhos, fazendo suas lágrimas caírem.
Antes que eu saísse, Christoffer sai pela porta indo lá pra fora.
Penso em ir atrás dele mas vou para o meu quarto e tranco a porta
deixando o clima pesado na sala. Estou tão cansada de deitar na
minha cama e chorar por Christoffer que dessa vez não sai mais
nada, o choro sai mais baixo, meu corpo não está tenso, e não
estou quase arrancando meus cabelos pra fora. Eu não sou mais a
mesma Teresa de antes.

Capítulo 26
TERESA
— Teresa, precisamos conversar. – Francis entra no meu escritório
e eu o ignoro – Entrou no meu quarto ontem? Droga
— Hum? – Continuei minha atenção no computador
— Encontrei fios de cabelo seu embaixo da minha cama e meus
documentos estão revirados.
— O que procurava embaixo da cama? – Franzi o cenho – Não
entrei no seu quarto – Menti
— A diarista só vem as quintas, a única pessoa que provavelmente
entrou deve ter sido você.
— Está errado, não fui eu.
— Olha, Teresa! – Veio até mim e me tirou a força da cadeira onde
eu estava – Estou de saco cheio dessas suas gracinhas, de achar
que sou irmão de...como é o nome mesmo?
— Fernando?
— É, isso! Se continuar mexendo nas minhas coisas, eu vou...
— Não vai fazer nada! Você nem manda mais nessa droga de
fazenda!
— Não importa, você tem uma dívida comigo! – Me agarrou com
mais força
— Me solta seu nojento você tá me machucando!! – Me debati
contra ele que aperta forte meus pulsos — Sabe o que eu vou fazer
com você Teresa?! – Falou com uma voz diabólica — O que?! –
Christoffer entra na sala

Francis para o que estava fazendo e olha para Christoffer, dá uma


risada e me solta
— Finalmente chegou quem eu realmente queria. – Falou com
desdém – Preciso ter uma conversa com você.
— Diga. – Ele veio para perto de mim em forma de proteção
— Percebi que você e Teresa estão indo longe demais com essa
história de eu ser o tão de Fernando, e por isso, decidi que quero
fazer o teste.
Christoffer e eu nos entreolhamos
— Teste? – Perguntei
— Sim – Ele respondeu – Teste de DNA. – Christoffer e eu nos
entreolhamos de novo – Pelo que vi, se eu for Fernando, eu serei o
irmão o seu irmão mais velho, como não sou, ou pelo menos espero
que não, permito que fazemos o teste a onde, e com o médico que
preferir, pra depois não vir com historinhas de que eu saboreie o
teste ou blá blá blá.
Espera, o que? Isso é sério?
— Parece que peguei vocês de surpresa, vou dar licença pra vocês
conversarem melhor. – Falou cheio de sorrisinho no rosto
Francis veio até mim, me roubou um selinho e eu o empurrei
— Não encosta nela! – Christoffer o agarrou
— Calma! tá bom! – Francis ergueu as mãos em rendição e logo sai
da sala
Vou até a porta e tranco. Christoffer se senta na cadeira de frente
para minha poltrona.
— Deve ser algum jogo dele. – Ele disse pensativo
— Ou não... – Me sentei na poltrona – E se ele realmente não for
Fernando?
— Não faz sentindo, ouvi ele conversando com Herton e você
também. – Passou os dedos entre os cabelos
— E se ele for... Nada. Deixa pra lá. – Cruzei os braços

— O que? Fala.
— Ok, e se ele for um primo distante de Fernando, amigo, tio,
irmão? — Irmão? Não sei se Fernando tinha algum irmão além de
mim.
— Sua mãe não te falou nada a respeito?
— Bom. Não. E nem Olívia.
— Sente falta delas? – Pergunto sem noção nenhuma
As duas fizeram mal para Christoffer, mas sei que Eva e ele eram
próximos antes dela demostrar ser uma completa vadia.
— Sinto falta do meu pai e Eva contribuiu para o assassinato do
meu pai.
— Não vai me contar o que houve nesse dia? No dia
do...assassinato do seu pai?
Ele fica em silêncio, só continua parado olhando pra mim.
— Me lembro que tinha me falado que nunca tocaria em mim,
porque você sofreu abuso duas vezes. A primeira foi quando Lorena
te dopou, agora a segunda...
— Arrume suas coisas, vamos até a cidade fazer o teste. Pensei em
te dar uma carona mas vi que tem bastante coisa para fazer – Se
levantou e saiu da minha sala.
Christoffer me deixou sozinha com uma série de pensamentos e
perguntas. Assim mesmo ele quer me reconquistar de volta, como?
Escondendo tudo de mim? Ótimo Christoffer. Veja bem qual
resposta será para o seu formoso pedido de casamento!
...... ......
Entro em casa e já escuto as gritarias vindo lá de dentro, parece a
voz de claro, Lorena. — Prometemos vir juntos e agora está
voltando pra cidade?! Você não vai!

— Lorena...sai da minha frente! – Ouço Christoffer


Penso em entrar pela porta, mas dou a volta e entro pela janela
mesmo. Daqui vejo Pedro e Alice no jardim que mais parece um
campo de futebol "da Tchau pra sua tia Alice" – Ouvi de longe Pedro
dizer a pirralha, a garota so mostra língua e dedo, mas não na
minha direção já que é cega.
Pena.
Entro no meu quarto pela janela e daqui o barraco soa melhor:
— ...Não vou sair Christoffer! Não vou me separar de você, não vou
te dar o divórcio!
— Que divórcio minha filha? – Christoffer indaga e eu quase
gargalho alto demais – Não somos casados no papel.
— Não importa! Temos uma filha! – Escutei barulho de algo caindo
no chão – Você não vai nos deixar assim! Desamparada! Vou voltar
com você!
— Não vai.
— Christoffer...
— NÃO VAI! Teresa vai comigo.
— ESPERA, O QUE?! – Gritou ainda mais enquanto arrumo minhas
malas – AQUELA... AQUELA... – Vadiazinha? - VADIAZINHA!
Ufa! Menos mal que foi vadiazinha. Pensa só se fosse rapariga de
aluguel ou cabrita desamparada?
— Pare com isso!
— Não vou deixar você reatar com a puta da minha irmã! Tá me
escutando! – Ouvi barulhos de tapas – TA ME ESCUTANDO?! Me
solta você está me machucando?!
— Quantas vezes já te falei que odeio que me bata?
— Por que? Ham? Por que?! – Rosnou dessa vez – Eu não bati
naquela noite. — Que noite?

— Que eu abusei de você.


Ouço um estalo um pouco alto demais e um silêncio para no ar.
Espera...não pode ser...Christoffer... — Você me bateu. – Lorena
fala amedrontada eu ponho a mão na boca – Bateu na minha cara!
Ele não diz nada só ouço ela chorar agora. Não sei o que dizer, não
sei como Christoffer conseguiu se descontrolar tanto, nunca achei
que ele fosse assim, mas Lorena confessou o crime que cometeu,
acho que provavelmente pela primeira vez.
— Quando eu voltar, não quero nunca mais olhar pra sua cara. – Ele
diz e bate na porta do meu quarto – Teresa?
Como ele sabe que eu estou aqui?? Que medo!
— A vagabunda está aí?! – Começou a esmurrar a porta – ABRE
ESSA PORRA DE PORTA SUA PUTA! VOU REGAÇAR VOCÊ!
— Nossa Lorena. – Falou Christoffer com um tom de nojo e
repreensão
Eu lá sou louca de abrir essa porta? Não tenho medo de Lorena,
mas também não quero apanhar aqui e agora.
— Abre vagabunda!
— O que está acontecendo? – Ouço a voz de Pedro e sinto um
alívio – Lorena...por que está chamando Teresa de vagabunda?!
E ainda pergunta? Ingênuo.
— Mamãe o que está havendo? – Escuto a voz de Alice agora
Resolvi sair do quarto e todos me encaram. Até Christoffer que põe
a mão na testa e suspira baixo. — Vem cá. – Chris foi até a filha e a
pegou no colo – Papai terá que voltar para a cidade.
— Me leva...
— E sua tia vai junto.
— Quê? – Disse indignada – O que irão fazer na cidade? Por isso
que a mamãe está surtando?

— Sua mãe está surtando porque é louca. – Ele diz – Tenho que
resolver umas coisas lá.
— Teresa que história é essa? – Pedro me pergunta – Desde
quando esse cara chegou você se afastou de mim, não me conta
mais nada! Que história é essa?!
— Pedro...assim que eu chegar eu conto tudo ok? Eu prometo. Mas
é uma urgência nós precisamos ir. – Fui até a porta – Christoffer. –
O chamei
Christoffer dá um beijo na testa da filha que começa a chorar
bastante, diferente de mim que usa uma mala ele está apenas com
uma mochila nas costas.
— Avisa minha mãe e meu pai. – Falei a Pedro evitando de olhar
pra cara de Lorena — Promete que irá me contar tudo quando...
— Prometo Pedro. Não vou demorar, tá bom?
— Ok. – Ele diz inconformado e bato nos ombros dele de leve
Assim que Christoffer e eu entramos no carro colocamos o cinto e
entramos na estrada. Mando mensagem para Francis avisando que
estamos indo para cidade e a localização onde iremos parar, ele
confirma e diz que já está a caminho — Então... Se Francis não for
Fernando. O que faremos?
— Iremos esperar. – Falou focado no volante
— Esperar?
— Não creio que Fernando está planejando isso tudo a troco de
nada, se ele estiver vivo uma hora ele vai aparecer. — Hum... – Fiz
um coque no cabelo – E como está em relação em ele ser o seu
irmão mais velho?
Christoffer me olha de relance
— Não tenho nenhum irmão mais velho. – Falou como uma criança
mimada – Nenhum irmão. Penso que Olivia foi um surto coletivo,
nunca conversei, nunca senti carinho por ela...não me importo.

— Por que? - Pergunto da forma mais delicada que posso


— Olivia foi fruto de traição da minha mãe com meu pai, minha mãe
é a culpada por essa bagunça, Olivia é minha irmã, Fernando é meu
irmão...isso pra mim está errado, só não aceito isso, e nem vou.
— Esta bem. – Coloquei minha mãe em sua perna – Eu estou com
você. Christoffer fixa seus olhos nos meus e se inclina pra me beijar
— Ei, o volante! Tá louco?!
— O carro é elétrico. – Diz com os olhos fechados ainda inclinado
— Só pus a mão na sua perna não vou te beijar. – Falo e ele abre
os olhos — Nessa viagem aposto que vai voltar correndo pra mim.
— Como?! – Cruzei os braços – Faça-me o favor!
— Quer apostar?!
— Não vou apostar nada estou aqui profissionalmente!
— Se me abominasse poderia ter escolhido ir no seu carro. – Falou.
Caralho, verdade.
— To sem grana pra gasolina. – Minto, óbvio.
— Você é minha esposa, acha que tá sem grana pra comprar
alguma coisa?
— Não sou sua, tão pouco esposa, supera isso amigo. – Falo e ele
gargalha baixo
Meu Deus, como senti falta disso. Falta de Christoffer. Quero muito
dá uma chance, mas estou com medo de me machucar.
Meu Deus o que eu faço?

Capítulo 27
TERESA
— Que mansão é essa? – Pergunto a Christoffer assim que
chegamos em uma casa enorme de grande
— Comprei a pouco tempo, vendi a outra. Não acha que depois
daquele massacre eu ia continuar vivendo lá, né?
— É mas...lá era a casa do seu pai. – Falo e ele sai do carro.
Quando eu saia ele abriu a porta pra eu sair também. Fingi
demência com isso, mas meu Deus que fofo - não me diz nada?
— Senhor Christoffer - o mordomo vem vindo. Me lembro bem dele,
o que dizia que eu era brega quando usava os vestidos simples da
roça - é um prazer recebê-los, não me avisaram que iriam vir.
— Foi de última hora – Ele explica – A viagem foi longa.
— Quer que eu prepare algo para comerem?
— É claro. – Ele diz – Está com fome? – Me pergunta e eu assinto –
Pra mim algo leve nada muito gorduroso. — Pra mim gorduroso e
pode poder umas fritas com muita carne.
— Não temos carne senhora. – Ele diz e eu dou um sorriso sem
graça
— Providencie. – Christoffer autoriza
— Ah, claro. – O mordomo sorriu enquanto anotava tudo – Irei pedir
o empregado para levar a sua mala.
— Não precisa, eu mesmo levo. – Falo e ele assente enquanto se
afasta
— Deixa que eu levo pra você. – Christoffer foi pegando a mala da
minha mão
Diferente da antiga mansão que é o modelo antigo, cheio de vasos
valioso, lustres de castelo, chão de cerâmica antiga, essa mansão é
muito mais moderna, percebo que a cortinas são automáticas, tem
ar condicionado por toda a sala e os móveis enormes e chiques.

— O que achou? – Christoffer pergunta


— Maravilhoso. – Falei
Eu disse que não ia me meter com Christoffer e olha agora onde
estou. Droga.
— Pode ser nossa casa se você aceitar a se casar comigo. – Falou
malicioso
— Não vou me casar... – Pós o dedo indicador nos meus lábios –
Argh! – Rosinei – Não vou me casar com você!
— Você não sabe o que está dizendo. – Me agarrou pela cintura –
Está confusa e devia pensar melhor a respeito. – E enfiou seu rosto
no meu pescoço
— Chris... – Saiu como um gemido – Ok me deixe pensar.
— Isso foi um sim?
— Não, vou pensar, não foi sim nenhum! – Falo e ele revira os olhos
– Agora...pode me soltar?
— De jeito nenhum! – Me pegou pelos cabelos e me agarrou aqui
mesmo
Levando meus pés ao agarrar Christoffer pelo pescoço retribuindo
seu beijo, ele aperta minha cintura me levanto para mais perto
fazendo com que ficamos colados, beijar ele, sentir sua boca na
minha me faz ter vários djavu’s.
Logo ele desfaz o beijo e eu inclino para continuar, porém ele fica
parado olhando pra mim — Huum...vejo que você...
— Não estraga o clima por favor. – Falo e ele solta um riso sincero
— Precisamos ir. – Disse – Não quero que Fernando chegue
primeiro que nós.
— Tudo bem, vou pegar minhas coisas. – Falo e ele assente
CHRISTOFFER
Chego no hospital e lá está ele. Francis, ou seria Fernando? Meu
irmão? Provavelmente apenas Francis se não ele não teria vindo. O
Doutor Eduardo é bastante confiável, meu médico particular e a
única pessoa que eu recorro quando acontece algo do tipo.
— Senhor Christoffer.
— Doutor Eduardo. - Apertamos a mão
— Como vai? – Ele pergunta
— Bem. Essa é minha esposa, Teresa. – Ela me olha com rabo de
olho
— Aaah...sua esposa? É que eu achei que... – Ele olha para Teresa
e para mim
— É um prazer Teresa, não preciso de formalidades, não é?
— Claro que não, devo dizer e corrigir que Christoffer está muito
emocionado, não somos marido e mulher somos apenas...
— Houve suborno? – Interrompo a loura que só sabe tagarelar
— De jeito algum, te dou a minha palavra, se quiser usar as
câmeras...
— Não é necessário, de qualquer jeito...mesmo se Francis tentasse
te subornar...
— Sim, eu sei – Eduardo o interrompe – Você me ofereceria um
valor muito maior.
Sorrio e concordo. Teresa como sempre revira os olhos. Gostosa...
— Que diabos de demora foi essa?! – O mongoloide se aproxima
Sério, é estupidez ter vindo aqui, esse cara jamais seria meu irmão.
Tá certo que tem um físico mais estruturado mas...muito
inconveniente.
— Para de gritaria! – Teresa o xinga – Não vê que estamos em um
hospital?!

— Estamos em um hospital e você veio com esses decotes


enormes – O provocou e logo sinto a pontada de ciúmes - pra atrais
os pacientes.
— Sua boca só sai esse monte de merda né? – Teresa o retruca
— Olha amor...
— Amor o escarcéu!
— Quem fala escarcéu? Olha amor...depois disso tudo que estamos
passando ficaremos bem. É só uma fase, e olha – Ele olhou pra
mim – Acho bom me dar uma boa grana por estar passando por isso
aqui.
— Quem é você afinal? – Pergunto e ele abre a boca para me
responder – Primo de Francis? Fernando? Tio? Irmão?
— Tá zoando com a porra da minha cara né? – Se alterou – Já não
basta eu estar nessa desgraça de hospital pra provar que eu não
sou porra de Francis? Agora isso também? Essa história de... Irmão
primo sei lá, olha cara, eu só espero que depois disso você me
devolva o que é meu e...
— Para de lorota! – Teresa o empurra – A gente sabe que tem
conversado com Herton, e sabemos que Herton é braço direito ou
tio sei lá de Francis, não adianta negar...eu vi!
— Huuum... Então quer dizer que realmente mexeu nas minhas
coisas sua putinha! – Ele agarra o braço de Teresa e eu o empurro
— Se tocar em Teresa mais uma vez eu corto seus dedos. – O
ameaço e ele ri – acha que estou brincando né? Pois faça!
Torço para ele tocar nela de novo, porque de verdade, se esse cara
encostar em Teresa mais uma vez eu realmente irei cortado seus
dedos, bom...pelo menos irei deixar a mão pra ele se recordar que
teve dedos um dia.
— Podemos fazer a coleta? - o doutor Eduardo pergunta
...... .....
O processo foi rápido. Ele tirou um fio de cabelo meu e de Francis e
logo o levou para o laboratório. Demoramos menos de uma hora
para ele voltar com o resultado nas mãos.
— Então? Posso pegar? – Teresa pega o envelope da minha mão e
logo abre

Francis continua com sua cara lavada e irônica.


— Tudo isso foi uma perda de tempo. – Falo e Teresa assente
— Realmente. – Amassou o papel – Vamos embora.
— Bom, eu disse não disso? – Fernando comemora - e agora? Um
chopp pra comemoração? Algum evento? Suruba?
— Volte pra fazenda. – Falo a ele – Iremos continuar aqui por uns
dias.
— Tá maluco? Não sei nada sobre finanças e além do mais...
— Irei mandar minha secretária.
— O que?! – Teresa se vira pra mim – Aquela...aquela putinha?! De
jeito nenhum! Não quero ela nem a pau sentada na minha cadeira.
— Teresa....
— Não Christoffer, já disse! – Falou - peça Elisa, ou sei lá qualquer
outra pessoa, mas ela não! — Acho melhor você voltar também,
preciso ficar sozinho. – Dei as costas — Como? – Veio atrás de mim
– Eu te acompanhei até aqui!
— Obrigado.
— Estou tão frustrada quanto você!
— Sinto muito.
— Vamos encontrar juntos, vamos acabar com esse ciclo.
— E depois? – Pergunto e ela passa os dedos entre os cabelos – E
depois o que acontece? E se enquanto tentamos acabar com esse
maldito ciclo eu ou você sai mortos?! Não quero que acabe como
meu pai, Teresa!

— Ei, pare com isso – Ela agarra minha nuca – Você não precisa
me proteger, eu sei me virar sozinha assim como você, vamos
conseguir.
Assinto e suspiro baixo.
TERESA
Saímos do hospital e estamos indo para mansão. Christoffer está
calado a viagem inteira, não quero falar nada, não quero fazer ele
se sentir ainda pior. Ou será que mudo de assunto?
— Sabia que eu... – O telefone dele toca me interrompendo. Ufa!
— Pode pegar meu telefone pra mim? – Falou focado no volante –
Aqui?
— O carro não é automático? – Brinco e ele mostra a língua
– Número confidencial. – Desligou a ligação – Não costumo
atender... – Antes que ele terminasse o número liga de novo
— Credo. – Falei um pouco assustada - por que não atende? Vai
que é...Fernando. Christoffer estreitou os olhos e logo atendeu.
— Oi. – Disse um pouco baixo – Quem? O que?
— Põe em viva voz! – Peço, e ele coloca
— Tem alguém do seu lado?? – Uma voz feminina pergunta –
Christoffer por favor me ajuda! Me ajuda!
— Não. – Disse frio – Não tenho mais nada a ver com você e Eva.
— Me desculpa! – Ela implora – Fernando tem nos mantido em
cativeiro, ele não morreu, está vivo! – Ela fala e eu arregalo os olhos
– Precisa nos ajudar eu juro que depois disso irei desaparecer, para
sempre! Por favor...Por favor... – Implorou enquanto chora A ligação
cai e Christoffer continua com o telefone suspendido no ar

Olívia e Eva sumiu depois de tentar dar o golpe em Christoffer e


agora isso?!
— Chris...o que vai fazer? – Pergunto e ele dirige seus olhos a mim
— Abra o porta luvas. – Ele pede e eu faço, inclusive tomo um susto
quando vejo o tamanho da arma que está aqui – Ai meu Deus! Que
diabos é essa arma?! Por que tem uma arma no seu porta luvas!
— Eu vou. Você fica.
— O que??! Que diabos...você vai?!
— Óbvio. – Pegou a arma e do seu paletó tirou balas de arma
Que porra é essa?
— É uma armadilha!
— Eu sei...alguém um dia terá que matar Fernando, não?
— Sim, mas não você e não hoje! – Surtei – Se você for, eu vou...
— Não...
— JÁ DISSE QUE EU VOU! – Grito com ele que espreme os olhos
com isso – Desculpa.
— Temos que passar na mansão primeiro então. – Ele diz –
Precisaremos de colete e algumas coisas.
— Ok, mas se pensar em me prender ou algo do tipo, não vou te
perdoar nunca!
— Então faça o que eu mandar. – Disse bastante sério. Confesso
que o jeito que ele falou me arrepiou toda
— Tudo bem meu senhor - Falei perto de mais – Eu faço tudo que
você mandar.
Christoffer se inclinou para me beijar e eu me afasto
— Sua recompensa só vai acontecer se você e eu sairmos vivos
dessa.

— Está falando sério? – Perguntou e eu sorri – Olha em toda minha


vida...essa é a primeira vez que quero viver. – Falou como um
adolescente de 14 anos.
Capítulo 28
TERESA
Chegamos, e na verdade o lugar é melhor do que pensei. Primeiro
que tem um campo de jogar futebol que parece abandonado e mais
para frente tem o vestiário masculino. É lá que Olívia disse que está
presa.
— Fica no carro. – Christoffer manda
— Sabe que eu...
— Teresa eu não posso perder você. – Tirou um controle minúsculo
do bolso - percebi que a rede aqui foi cortada, assim como eu
imaginei. Vou ativar o vidro escuro máximo no carro, não irão ver
que você está aqui dentro e o carro é blindado.
— Não! – Me virei pra ele – Vou com você...
— Se eu apertar o botão, é porque estou em perigo – Falou –
Precisa ficar aqui para me dar cobertura. Caso eu aperte
provavelmente irei precisar de você então não vá pela frente, dê a
volta no vestiário e irá precisar atirar.
— Está usando colete?? – Pergunto preocupada – Christoffer...
— Ei, calma – Limpou minha lágrima que escorria – Estou, você
também – Ele assentiu – Ótimo. Já sabe o que tem que fazer. Caso
você também esteja em perigo...
— Já sei...eu aperto o botão.
— Isso. Vou ativar os vidros escuros. – Falou e ativou os vidros
através de um painel de botões digitais que o carro possui.
Christoffer estava prestes a sair do carro quando eu o agarro pelo
pescoço e puxo ele para um beijo, sua língua estava prestes a
atravessar a minha boca quando eu desfaço.

— Fique de olho. – Ele pede e eu assinto.


Christoffer começa a andar em direção ao vestuário e eu não tiro os
olhos dele por um minuto. Assim que ele entra meu coração dispara.
Coloco o controle que estava no banco do motorista no meu colo e
apoio às mãos na minha cabeça, não demora Christoffer, não
demora.
Algum tempo depois.
Os minutos parecem virar horas, quase tive um ataque de
ansiedade aqui mesmo no carro. Não houve barulho, não ouve
gritos, nem barulho de tiro ou algo do tipo. Christoffer deveria me
dar um sinal que estava bem, o controle agora parece ser inútil, na
verdade eu me sinto inútil, estou aqui e nem sei o que está
acontecendo lá dentro, bom... Calma Teresa, não deve ser nada ele
deve estar... – Me calo.
Um barulho esquisito interrompe meus pensamentos. Olho para trás
e vejo um homem com um rosto partido ao meio encarando a parte
de trás do carro. Quase pulo de susto, quase grito. Ele usa uma
roupa toda preta e está armado, ele tenta olhar o que está dentro do
carro e vem para frente, onde estou sentada. Se eu me mexer ele
pode escutar, por isso confio nos vidros escuros de Christoffer.
O homem agora esta bem do meu lado, há uma cicatriz muito
exposta que marca o meio do seu rosto, sua boca é deformada,
seus cabelos grisalhos... Será Fernando? Isso não me preocupa, o
que me preocupa é se ele for entrar dentro do vestuário, isso não...
— Chefe, o carro está vazio. – O homem diz através de um rádio –
Devo ir até o vestuário para checar? — Rum - uma risada surgiu –
Mas é claro Roger. – Diz uma voz grossa e muito pretenciosa Roger
começa a andar para o vestuário, isso não pode tá mesmo
acontecendo! Eu preciso fazer alguma coisa, Christoffer disse pra
eu chegar por trás. E mesmo me arriscando muito e arriscando a
vida de Christoffer, eu espero. Christoffer não é idiota, ele deve estar
preparado.
— Por favor Christoffer esteja preparado.
O controle toca, e eu não consigo me mover, estou com medo,
estou muito assustada. — Não... – Sussurrei em meio ao choro
Faça alguma coisa Teresa! Saia desse carro!
Começo a estapear meu rosto em meio ao medo que me apavora,
respiro fundo, e resolvo sair. Não posso deixar nada acontecer com
Christoffer, seria culpa minha, preferia morrer do que ficar
esperando dentro desse carro.
Vou pela traseira do vestuário assim como Christoffer me orientou,
minha sorte é que na parte de trás tem várias janelas. Estou
tremendo de medo, não quero ter que atirar em alguém, mas se for
preciso... eu vou.
Assim que chego me lembro do controle dentro do carro
— Droga Teresa! – Penso em voz baixo, mas ignoro isso agora,
Christoffer já deu o sinal que está em perigo o que mais o controle
pode ser útil?
Espio através da janela e tudo está vazio, vou andando para a parte
de trás e nada, até que eu consigo ver Olivia presa em uma algema
entre uma barra de ferro que vai até o teto, e Christoffer na frente
dela em pé falando alguma coisa, daqui, consigo ver Roger
espionando tudo a estreita, pronto para atirar em Christoffer. Tiro
minha arma e aponto para Roger, Christoffer não parece ter me
notado e nem pode, se ele olhar pra mim Olívia irá olhar para trás e
vê que estou aqui.
Roger tira a arma de seu bolso, coloca os projéteis dentro, aponta
para Christoffer mas desaponta ao sussurrar algo no rádio. É agora
Teresa! Assim que ele se prepara, coloco o dedo no gatilho, mas
Christoffer é mais rápido, se vira e atira bem na cabeça de Roger
fazendo Olivia soltar um grito. Credo! Como ele sabia???
— O QUE VOCÊ FEZ?! – Olivia começou a gritar apavorada –
ROGER!
— Eu sabia que era armadilha! Onde está Fernando?! – Christoffer
grita com Olívia – Onde ele está?! - Ele agarra Olívia pelos cabelos
agora
Christoffer faz algo que me deixa surpresa e assustada agora, ele
enfia o cano da arma dentro da boca de Olivia, levo a mão na boca
por isso.
— Se não me dizer, eu atiro. – Ele diz
Olivia não diz nada, penso em voltar para o carro e quando eu
estava a caminho sinto algo gelar minhas costas depois do barulho
de um tiro. Não sinto dor, só sinto algo extremamente gelado, eu fui
atingida?? Passo as mãos nas costas e sinto a bala dentro do
colete, me viro e um homem todo de preto que usa uma máscara
está apontando uma arma para mim. Fernando.
— Tire essa máscara seu covarde! – Grito com ele. Ele não diz
nada, só está parado apontando pra mim e eu faço o mesmo
apontando pra ele só que diferente dele eu aperto o gatilho, porém...
Não o atingiu. E se o atingiu não conseguiu perfurar. Provavelmente
deve estar de colete também.
Fernando vem andando até mim e eu começo a atirar centenas de
vezes, mesmo quando o acerta ele não se machuca, atiro na
cabeça e ele usa boné, então também não o acerta, Miró bem na
cara, mas estou tremendo muito
e acabo acertando em uma árvore atrás dele, quando percebo já é
tarde demais, e ele está bem na minha frente. Sua arma está
guardada, ótimo pelo menos ele não vai atirar em mim.
— Você irá me dar tudo o que é dele. – Ele diz e eu engulo um seco
Fico sem reação, e ele fica me encarando, percebi que um dos seus
olhos tem as escleras branca, ele é cego, pelo menos de um olho.
— O que? – Pergunto mas minha voz sai tão rouca que ele nem
deve ter entendido
— Acabou Fernando. – Diz a voz de Christoffer atrás de mim – O
quanto quer para nós deixar?!
— Ela.
— Seu desgraçado! – Christoffer atira em Fernando e nessa mesma
hora aparece um monte de atiradores atrás dele, uns 20 por assim
dizer. Já sabem...não tem como competir. Estamos mortos!
— Christoffer... - Sussurrei, tremendo de medo
Chris também parece ter medo, mas não que atirassem nele, que
atirassem em mim.
— Deixem ela ir. – Ele diz curto e grosso
Ouço o som de algumas risadas e vou para mais perto de
Christoffer me afastando de Fernando bem devagar — Um aviso. –
Diz a voz de Fernando
Imediatamente ele e seus homens dão as costas, entram no carro e
desaparecem. Christoffer parece furioso, ele passa os dedos entre
os cabelos e logo vem até mim
— Eu só te pedi uma coisa, só uma!
— O que? – Perguntei confusa
— Pra não sair da droga do carro! – Se alterou comigo
— Eu salvei a sua vida! – Gritei com ele
— É, e quase acabou com a sua! – Gritou de volta – Quando algo
acontecer, não faça nada!

— E deixar você morrer?! - O empurrei – Faria isso se fosse o


contrário?!
— Eu só quero que entenda que eu não posso te proteger quando
tenho que proteger a mim mesmo!
— Eu saí do carro foi porque eu quis, e teria saído de novo porque
eu sei o que eu estou fazendo!
— Ah sabe? Olha pra você! – Pegou minha mão – Está tremendo de
medo!
— É claro que estou, foram vinte contra dois!
— Você poderia estar morta, Teresa!
— E você também, Christoffer!
— Preferia estar ao ter que te ver com um cara mirando a arma na
sua cabeça! – Colocou o dedo indicador na minha testa
— Não toca em mim! – O empurrei – Não fala as coisas como se
soubesse resolver por mim! Eu sou outra pessoa agora Christoffer,
não sou a Teresa de 5 anos atrás!
— O que esse seu contexto tem a ver com o que eu pedi pra você
no início de toda essa confusão?!
— Eu sou uma idiota, não é?! Sou muito idiota por ter confiado em
você naquele tempo, por não ter te superado por estar aqui, sabe o
que eu vou fazer?! Eu vou voltar para fazenda, você vai pegar
sua...família – Falei com nojo – E tudo o que é seu, e vim pra droga
dessa cidade onde nunca deveria ter saído! – Virei as costas e
comecei a andar — É mesmo? E o que mais?! – Veio atrás de mim
– Acha que foi fácil pra mim? Durante esses 5 anos? — Bom...se
contratou até prostituta...
Christoffer agarra com força a barra da minha calça e me vira de
frente pra ele
— Cuidado com o que fala!
— Eu menti?! – Tentei empurra-lo - me solta!
— Não eu não vou te soltar! – Me agarrou – Não vou te deixar até
aceitar a se casar comigo.

— A resposta é NÃO! – Gritei o "não" soando um pouco imatura


— Diga de novo... – Me puxou para mais perto e começou a roçar
sua boca no meu pescoço
— Pare! – Tentei o empurrar mas meus dedos não consegue apertar
para o impedir de uma forma definitiva
Christoffer escorre sua mão para minha cintura e aperta
— Teresa...como eu estava sentindo falta de você, você continua
com o mesmo cheiro.
Fecho os olhos ao sentir as mãos de Christoffer dentro da minha
blusa, ele sobe bem devagarinho e logo sinto seus dedos no decote
do meu sutiã
— Ah não...
— Eu quero você. – Fixou seus olhos azuis nos meus
Tento abrir a boca para dizer um monte de verdades, pra dizer o
quanto o odeio, mas meus braços sobem para sua nuca e o puxa
para um beijo. Christoffer vai me levando para dentro do carro e em
meio ao desespero ele acaba rasgando minha camiseta bem na
frente — Minha nossa. – Deixou escapar quando viu meus seios.
Fomos para o banco de passageiro e Christoffer está bem encima
de mim, minhas pernas estão entre sua cintura enquanto ele faz
movimentos como se estivesse enfiando dentro de mim, nosso beijo
é tão ofegante que quase não consigo respirar, mas não tem
problema, só quero uma coisa agora uma coisa que estou
desesperada a 5 anos e que eu preciso agora!
— Me chupa. – Ordeno, e ouço sua voz maliciosa
Capítulo 29
CHRISTOFFER
Começo a estimular Teresa por cima do seu jeans claro enquanto
ouço sua respiração alta
– Assim está bom – Perguntei enquanto esfrego minha mão na sua
bocetinha – Ou prefere assim... – Agora a peguei com força e ela
geme um pouco alto demais

Teresa começa a desabotoar sua calça desesperada, mas eu


seguro seus braços com força – Nem pensar lourinha – Sussurrei
em seu ouvido – Está com pressa?
– Não eu só...
– Shii...comecei a desabotoar o botão dela bem devagarinho. –
Teresa fecha os olhos com isso, e apoia sua cabeça no banco do
carro. Só eu sei o quanto esperei para sentir o gosto de Teresa
novamente, e agora vendo ela aqui bem na minha frente prontinha
pra mim me deixa louco. – Por onde quer que eu comece –
Perguntei malicioso Subo a blusa de Teresa juntamente com seu
sutiã rosa e abocanho seus seios rosados. Teresa se contorce em
silencio e meus dedos chega em sua bocetinha molhada, começo a
descer minha boca e quando chego em sua cintura e tiro a sua
calça junto com sua calcinha de renda.
– Abre pra mim – Pergunto referindo as suas pernas já que a
mesma as fechou assim que eu tirei suas vestes de baixo
– Você acha que merece? – Perguntou – Ainda não esqueci o que
fez comigo! – Shiii...cale-se...
– Não – Foi logo procurando as calças, e que droga – Não dá pra
esquecer que você...
Começo a dar beijos leves na virilha de Teresa e ela começa a se
contorcer, logo suas pernas tremulas vão se abrindo para mim
suavemente e termino de arreganha-las para que eu pudesse
aproveitar Teresa.
Passo minha língua em toda sua parte, primeiro começo
suavemente apenas com a ponta da língua, depois começo a sugar
seu grelinho com mais sucção
– Christoffer!! – Me gritou em meio a gemida ofegante
Agarro suas pernas com mais força puxando Teresa para mais perto
de minha boca, lambo cada gota que ela extrai, minhas mãos
sobem para seus seios em desesperos enquanto a sugo nas suas
partes sensíveis
– Continua...continua... – Gemeu como um aviso que ela está
prestes a gozar e eu me recuo por isso, não quero que ela goze,
pelo menos não ainda. – Christoffer... – Ela implora por mim
Começo a tirar meu pau para fora da calça e ela começa a me puxar
para cima em desespero.
Era esse o estado que eu queria ver Teresa, tão vulnerável,
molhadinha e prontinha pra mim e principalmente... implorando para
eu a foder.
Em meio ao beijo de língua e ofegante, caço a entrada de sua
boceta e assim que acho começo fundo, ela geme com isso, quase
grita sua vagina está tão molhadinha que mal consigo me controlar
dentro dela – Chris, mais rápido! – Falou enquanto rebola pra mim e
deixo escapar uma gemida baixa
Começo a ir rápido dentro de Teresa, literalmente socando com
muita força. O carro começa a se chacoalhar enquanto anda,
juntamente com seus seios, ela geme desesperada enquanto fixa
seus olhos nos meus e deixa escapar uma risadinha cínica, agarro
seus cabelos com força por isso e ela prende suas pernas nas
minhas costas – Ah... Droga Teresa... – Deixo soltar – Queria durar
mais, muito mais – Por isso saio de cima dela, me sento no canto
agarro suas pernas e faço ela se sentar encima de mim, logo a
safada vem se encaixando em mim com um sorrisinho no rosto –
Posso saber o que há de tão engraçado?
Teresa não me responde, só começa a se gesticular encima de mim,
seus quadris rebolam e eu aperto sua bunda com forca contra meu
membro dentro dela.
– Chris... – Começou a me espremer
– Está gozando sua safada? – Ela assentiu com a cabeça enquanto
ainda geme – Acha isso engraçado agora? – Ela nega enquanto me
aperta ainda mais e eu agarro sua cintura para seu gozo ir mais
fundo.
Teresa grita no meu ouvido, ela enfia sua cabeça no meu pescoço
enquanto rebola e sinto meu pau se molhar ainda mais com seu
gozo, perco o controle por isso, por ver ela aqui bem na minha
frente sentada no meu colo e remexendo seus quadris – Caralho... –
Deixo soltar e empurro Teresa para gozar fora, ela faz algo
surpreendente, Teresa se abaixa rápido e coloca meu pau na sua
boca

Prendo meus cabelos com os dedos enquanto gozo na sua boca,


não consigo evitar, meus olhos estão espremidos e gemo um pouco
alto.
– Porra... – Solto quando ela engole e começa a bater uma pra mim
– Puta que o pariu – Falei um pouco eufórico de mais.
... ..... ..... ....
TERESA
Estamos a caminho. E nem parece que aconteceu o que aconteceu.
Chris está ouvindo música e cantando baixinho, e eu
aqui...querendo fazer um monte de perguntas
— Então... – Comecei – Pode me contar o que aconteceu? Por que
teve que sumir por 5 anos agora que estamos quase...
— Sim, claro, mas acho prudente conversamos sobre isso mais
adiante.
— Mais adiante? – Sorri – Esperamos o suficiente não acha? –
Coloquei a mão em sua perna – Chris eu sou a sua amiga, por favor
me conte?
— Eu sei que é minha amiga, eu sei muito bem quem você é pra
mim. – Disse e não falou mais nada
Esperei a viagem toda ele me explicar, e se não há explicações não
há perdões também, como sou tola como fui idiota em achar que ele
finalmente abriria o jogo pra mim, que finalmente poderíamos fugir
ou sei lá... Viver longe onde possamos ser verdadeiro um com outro
e sem segredos dessa vez, eu só estou... Casada.
.... .... ...
Finalmente na fazenda, finalmente um lugar onde posso ficar longe
de Christoffer. Olha sinceramente, como pude ser tão tola em
acreditar que ele iria mesmo me contar a verdade? Eu não devia ter
dado essa chance, não devia ter transado com ele, mas tudo bem,
serviu de aprendizado.
– Olá Teresa – Elisa se levanta do sofá assim que me vê – Vim
perguntar como anda os preparativos do seu vestido para ser a
madrinha do meu casamento, viu que eu te mandei a cor e o modelo
pelo Whatsapp?

Droga, mais essa. Estou farta disso tudo, farta de me envolver com
tudo que pertence a Christoffer!
Na sala estão todos, meus pais meus irmãos, Lorena que me olha
com olho torto e inclusive Christoffer que acaba de entrar na sala.
– Não vou ser madrinha do seu casamento Elisa. – Falo e antes que
ela abra a boca para dizer o por que continuo – Seu casamento é
uma mentira, não vê que Joseph está querendo se promover depois
de tudo que ele fez?
Elisa e eu já tivemos essa conversa, e mesmo assim ela insistiu no
assunto e continua persistindo nisso. – Uma coisa é você falar mal
de mim – Elisa deu um passo a fente – Outra é falar mal do meu
casamento! – Se está tão incomodada por que não sai da minha
casa?
– Gente, calma... – Pedro começa
– É Teresa calma – Lorena se intromete – Por que voltou
aborrecida, Christoffer te contou?
– Contou o que? – Pergunto a ela que solta vários risinhos
– Christoffer não queria vir para a roça para te reconquistar, na
verdade ele nem queria vim, eu que insisti muito para que ele
viesse, alguma vez ele te disse que veio por você? Pois é ele
mentiu! Ele não veio por você, veio porque eu insisti muito para que
ele viesse.
Elisa larga meu braço e sinto meus olhos arderem por isso, olho
para Christoffer a espera de ele se proteger, mas ele não diz nada,
absolutamente nada para se defender.
– Eu não duvido de você Lorena, e se está tão contente por isso,
por ter um "marido" em que a própria esposa o difama bem na
minha frente...quem sou eu para julgar?
– Lorena está mentindo – Christoffer se altera – Eu viria por você...
– Ah, quando?! – Me virei para ele – Quando achasse conveniente
para você? Me deixa quando é conveniente me procura quando é
conveniente...você acha que eu sou o que? Uma marionete que
posso ser controlada por você como você bem entender? Está
enganado!
– É óbvio que não! Eu não estava preparado para voltar para você,
não ainda...
– Que surpresa, que futilidade saber seus motivos já que você me
largou plantada em um altar e mandou seu primo mal caráter me
levar para fazenda que estava em chamas porque o próprio não
teve a audácia de me levar para casa, o próprio não teve coragem
de explicar para a sua noiva o que estava acontecendo. Se for
mesmo fazer festa, casamento ou qualquer coisa que seja não me
incluem, eu não faço mais parte desse grupo ou seja lá qual for a
ideia que vocês têm – Me viro para Christoffer novamente – Eu
acreditei em você, fui na cidade por esperança a nós, fizemos o que
fizemos por esperança a nós, mas agora percebo que ter acreditado
novamente em você foi tolice! – Alterei meu tom de voz com ele -
mesmo depois de 5 anos eu continuei acreditando em você e só
agora percebo o quão idiota fui – Consegui tirar a aliança em meu
dedo – Acabou Christoffer! Morreu em mim qualquer resquício de
oportunidade para perdoar você! Peço que por favor vá embora da
minha fazenda! Te dou até amanhã.
— Teresa...
— E não encoste em mim! – Me soltei de seus braços – Não olhe
pra mim não me chame pelo meu nome, não tente se aproximar! -
Olho para Lorena – Isso nunca foi uma competição pra mim, mas
caso foi pra você ele é todo seu, e só pra constar... eu nunca me
ousaria em ficar perante escolhas, saiba o quão humilhante é pra
você Lorena, ter que aceitar migalhas de um homem que não é seu
e não te ama.
Vou até a porta pego minhas malas que estão bastante pesadas e
saio arrastando para o meu quarto, todos ainda me encaram, até
que eu desapareço batendo a porta forte e o barulho do lado de trás
começa.
Capítulo 30
TERESA
O meu dia começa cedo. E estou pronta para voltar a ser a Teresa
que eu era antes, a que ignora todos nessa casa inclusive...
Christoffer.
Olha eu juro que estou louca pra essas férias deles passarem para
ir embora da minha fazenda. Christoffer acha mesmo que vou voltar
pra ele sem ao menos contar toda a verdade? Ele achou mesmo? E
fora o que Lorena disse, o covarde nem iria vir, só veio porque
Lorena insistiu, olha sinceramente... Foi ótimo ter recebido esse
tapa na cara porque agora... Não há nada que eu possa fazer que
me faça voltar atrás.
— Teresa. – Ouço a voz de Christoffer e tomo um susto, como se
meus pensamentos tivessem sendo dito em voz alta - podemos
conversar...
Me levando da mesa às pressas quando ele aparece na minha
frente
— Por favor... – Pediu, peguei minha xícara e eu me retirei daqui.
Não Teresa, não pare para ouvi-lo, se fizer isso...sabe que não vai
resistir e...droga, que merda tenho na cabeça? Ele precisa ir embora
o quanto antes se não eu...deixa pra lá.

.... .... .....


— Então está me dizendo...que Olívia realmente é uma criminosa?!
– Pedro surta
Depois de contar tudo pra ele, até mesmo sobre Fernando, Francis
e sobre ter dito que Christoffer agora tem parte dessa fazenda assim
como eu, o que ele mais fica indignado é que Olivia é uma
criminosa.
— É isso. – Falei – Bom não sei como vai ser agora, não estou
conversando com Christoffer e Fernando não fala comigo...só quero
viver em paz.
— É não sei...se Francis quer afetar Christoffer, sabe que a primeira
pessoa que ele vai querer acabar é você né? – Dou de ombros –
Teresa você precisa fugir, olha eu vou junto com você se quiser...
— Tá me zoando né?
— Não, eu digo sério. Esse cara quase te matou, se não matou da
próxima vai fazer algo pior! — Não se eu fazer primeiro. – Falo e ele
revira os olhos – O que?
— Você não mata nem uma barata sozinha, não sabe nem pegar
numa arma nem luta nada para se proteger, se não fugir vai dar ruim
e muito ruim, não quero receber notícias de que encontraram minha
irmã morta – Passou a mão na cabeça – Nossa eu nem consigo
pensar nisso!
— Calma, eu vou dar um jeito. Isso tudo vai passar eu te prometo. –
Peguei na sua mão – Vai dar certo.
— Mas o que pretende fazer?
— Bom, primeiro quero descobrir o porquê Christoffer não ter me
procurado nesses cinco anos, qual foi o método que Francis usou
para ameaça-lo.
— Acho que ele não te procurou porque não quis.
— Então você acha que não tem um motivo por cima? Sério? Não
quero saber só para achar motivos para perdoar Christoffer se é o
que pensa.
— Na verdade...eu nem estava pensando nisso. – Deixou escapar
um risinho — Acho melhor voltar a trabalhar, não acha?

— Tem razão, de todo jeito Christoffer chegou e não quero encarar a


briga.
— O que? Não chegou nada! Como sabe...
— Acabe de ouvir o carro dele estacionando.
Me levanto e vou ás pressas até a janela, de lá vejo ele com seu
terno preto saindo do carro, Fernando aparece na mesma hora e os
dois parecem começar a bater boca.
— Droga.
— O que? O pau tá quebrando lá? – Pedro correu para vê também.
Agora Fernando agarra o paletó de Christoffer e Fernando acaba
recebendo um soco no seu nariz por isso – Nossa! Christoffer jogou
bem!
— Vá fazer alguma coisa!
— Eu? Eu não tá louca? Por mim que eles se matem!
Reviro os olhos e deixo a sala.
Não quero conversar com Christoffer tão cedo, mas também não
quero ver a cara dele amassada por Fernando, ou ele amassando a
cara de alguém só porque está nervoso que eu estou evitando!
— Qual o problema agora?! – Me alterei aproximando dos dois,
Fernando estava prestes a dar um murro em Christoffer
— Nada não se mete. – Christoffer responde
Olha, confesso que o jeito que ele tenta me conquistar é meio
retardado, não acham?
— Esse cara só está irritado porque descobri que vocês não estão
mais noivos. – Fernando disse – E porque eu não sou o
tal...Francis...
— Uma, eu nunca fui noiva de Christoffer e duas...como sabe que
não estou noiva dele?
Fernando olha na direção de Pedro na janela e eu espremo os olhos
por isso. Fofoqueiro de um caralho! É claro que Pedro queria ver
Fernando provocando Christoffer, qual o problema dele?!
— Diga a verdade, confesse que é parente de Francis. – Christoffer
quase ordena

O que?
— Esse cara tá louco...
— Não me faça perder a paciência...
— Ei – Contei Christoffer segurando em seu peito sarado – Para! –
Fixei meus olhos nos seus
— Vamos conversar.
— Não tenho nada para conversar com você Christoffer!
— Eita... – Fernando debocha
— Por favor. – Pegou no meu antebraço – Terrie.
Tiro suas mãos de mim com um pouco de indelicadeza e vou na
frente
— Que seja rápido! – Fui em direção a minha sala e ele vem atrás
de mim
Subimos a escada em silêncio e confesso que o clima está mais
pesado do que eu pensei, mas tento me manter firme. Quando
chegamos na sala me apoio na mesa a espera dele falar, e ele faz
uma coisa que me surpreende muito, Christoffer tira uma rosa de
cristais do seu paletó e vem até mim A flor é muito linda, parece ter
uma ilusão de ótica e muda de cor quando mudamos de ângulo.
Confesso que nunca vi algo tão esplendido...
— Me perdoe. – Disse baixo – Vou fazer de tudo para te conquistar
de novo, dessa vez da forma certa. Acontece Teresa que nenhuma
mulher me pôs aos seus pés e na palma da mão como você me
coloca, eu fico fraco quando estou com você, eu sinto medo...
— Medo?
— De te perder, de não te ver nunca mais, se me dissesse que não
queria saber de mim nunca mais eu enlouqueceria. Ninguém quer
que fiquemos juntos, eu sei...mas eu e você queremos então não
vou desistir de você.

— Por que me deixou?! – Pergunto


— Teresa fica comigo! – Se aproximou de mim até demais e agarrou
minha nuca
— Por que me deixou?! – Insisto com voz de choro dessa vez - só
me conta...
— Eu não posso... - sussurrou - eu não estou pronto, tem coisas
sobre mim que você não sabe. — Então diz pra mim, por favor... Eu
juro que vou entender!
— Eu só te peço uma chance, uma - fecho os olhos e minhas
lágrimas escorrendo no meu rosto, sinto seus dedos no meu braço,
nos meus cabelos, nos meus lábios, tento não chorar, mas não
consigo, e de repente uma onda de emoção me invade me tomando
a única parte equilibrada que tenho — VOCÊ QUER QUE EU
PASSE POR CIMA DE TODOS? – Falei entre choro – QUER QUE
EU PASSE POR CIMA DE TODO O MEU ORGULHO, DIGNIDADE,
AMOR PRÓPRIO PRA QUE EU TE PERDO MESMO NÃO
SABENDO A RAZÃO NENHUMA PRA TE PERDOAR?! Percebe o
quão pouco isso é?! Eu não posso aceitar que suma por 5 anos
Christoffer 5 PORRADAS DE ANOS E NADA MUDE! – Dei de
ombros – Se não houver explicação não há desculpas!!
—Eu não vou desistir! – Falou e começou a chorar também, o que
me surpreende muito
— Você está chorando? – Perguntei confusa – Prefere insistir para
que eu volte para você do que me contar toda a verdade pra que eu
volte pra você?!
Christoffer abaixa a cabeça e limpa as lágrimas que escorre — Peço
que se retire da minha sala por favor.
— Por favor aceite a rosa.
— NÃO! – Gritei com ele – Não vou aceitar rosa nenhuma! – Fui até
a porta, mas ele acaba deixando a rosa na minha mesa – Por favor
sai!
— Teresa eu só...
— Sai! – Virei o rosto para não olhar para ele, seja forte Teresa –
Por favor. – Engoli em seco
Christoffer vem até mim, coloca uma mecha de cabelo atrás da
minha orelha e sai da minha sala ainda chorando. Dou um passo à
frente pra ir até ele, eu não podia ter gritado com ele dessa forma?
O que foi que eu fiz? Christoffer
me deixa louca e me faz eu me sentir um mostro mesmo depois de
tudo que ele fez comigo, mesmo ele tendo me abandonado no altar
vestida de noiva! Que droga!
..... .... ...
Acordo com o toque leve de alguém no meu rosto, demoro um
pouco para raciocinar e abrir os olhos até que sinto um cheiro suave
e agridoce de perfume, sorrio encarando o teto por isso e quando
olho a minha frente Christoffer está aqui no meu quarto, sem
camisa. Atrás dele há rosas, um milhão de rosas vermelhas há
pétalas no chão, e até rosas grudadas no meu abajur.
— É um sonho? – Pergunto ainda sorrindo
— Não meu amor. – Ele se deita por cima de mim e encosta sua
testa na minha – Eu te amo.
— Eu também... – Travo ao raciocinar que isso possivelmente não é
um sonho – Saia de cima de mim!
— Teresa... Me perdoa! – Começou – Eu sinto...
— Não pode me comprar com rosas! – Falei com os olhos cheio de
água – A não ser que me conte a verdade. Christoffer sai de cima
de mim e suspira alto
— Quando eu estiver pronto. – Falou um pouco frio – Eu juro que
conto.
— Tire as rosas do meu quarto. Agora. – Deitei me cobrindo dos pés
à cabeça
— Quando eu te contar, eu juro que vai entender...
— Quando resolver me contar talvez já seja tarde. E vai acabar se
cansando de ficar tentando me impressionar. — Não vou desistir de
você.
Ele diz e o silêncio paira. Continuo com a coberta toda me cobrindo.
Quando vejo que ele não vai falar nada suspiro alto.
— Só tira as rosas por favor. Quando eu acordar, não quero te vê
aqui dentro mais. — Ok Teresa. – Disse um pouco baixo

Destampo a coberta e vejo ele agachando recolhendo as pétalas.


Ele usa apenas um short fino, que daria para ver tudo se ele tivesse
de frente para mim, mas daqui consigo ver o quanto seu corpo está
bronzeado e sarado, e os pequenos gominhos da sua barriga.
— Se bem que poderia me ajudar. – Falou sem se virar pra mim Se
eu me levantar daqui, sei que não vou resistir a ele.
— Pode fazer isso sozinho. – Falei meio grossa e ele não diz nada
Acabo cedendo depois de algum tempo e me levantando
resmungando baixo e começo a recolher as pétalas em silêncio
também, quando finalmente acabamos, Christoffer coloca as rosas
dentro de um saco que ele pegou na cozinha.
— Pronto, agora pode ir.
Christoffer passa por mim, mas antes me agarra pela cintura, antes
que eu dissesse algo ele me beija, suas mãos agarram meus
cabelos e as minhas automaticamente sobem para sua nuca
retribuindo, ele me deixa na ponta do pé, sinto sua língua atravessar
a minha boca e eu acabo sugado de leve retornando ao beijo, uma
onda de calor sobe no meu corpo, eu estava prestes a pular em seu
colo quando ele desfaz o beijo em meio a um risinho baixo,
aproxima sua boca do meu ouvido e sussurra: — Boa noite Terrie. –
E sai do meu quarto
Vou andando em direção a minha cama processando o que
aconteceu. Fecho os olhos e ainda sinto a presença de Christoffer
aqui comigo. Eu não posso ceder, não posso deixar e passar de
todo o orgulho que construí por 5 anos sem motivo algum.
Meus dedos descem para baixo do meu short e meus olhos se
fecham automaticamente imaginando Christoffer encima de mim.
Capítulo 31
TERESA
Meu celular toca e eu acordo. Olho para o relógio que marca as
04:04 da madrugada. Quem poderia ser uma hora dessas?

— Alô. – Atendi com a voz ainda rouca — Teresa Moreira?


— Sim. Quem é?
— Francis. Como foi o sono?
Me sento na cama num susto vultoso e sinto meu coração disparar
forte
— Francis?
— Se quiser saber toda a verdade sobre o que aconteceu com
Christoffer venha me encontrar, amanhã, no restaurante Dia as
20:00.
O restaurante Dia é um lugar bem movimentado. Porque ele
escolheu lá se ele quer... bem vocês sabem.
— Christoffer irá comigo.
— Então não saberá o que aconteceu. – Disse suave. Sua voz é
bem pretensiosa, não gosto da forma como ele fala – Até lá. Bons
sonhos. – E desligou o telefone
Merda. Grande merda. O que eu faço?
Christoffer nunca vai me contar o que aconteceu! E o que esse
homem quer? Que droga! Bom...esta nítido que não posso ir
sozinha isso não, mas quem iria comigo? Até porque também quero
saber o que diabos Francis quer para que ele nos deixe em paz.
Christoffer disse que tem coisas sobre ele que eu e ninguém sabe,
se eu for parte da culpa é dele que não me conta a verdade e o
porquê dele ter me deixado! Bom, eu vou.
.... ..... ...
Bato várias vezes na porta ate que alguém abra
— Calma, vai acabar derrubando a minha porta! – E finalmente abre
– Você? o que diabos faz na minha porta?! — É eu. Elisa está? –
Vou entrando no apartamento
— Não...ela foi ao mercado, por? – Joseph perguntou desconfiado –
E pra onde vai vestida assim?
Na verdade, não estou nem simples e nem arrumada de mais,
Joseph provavelmente nunca me viu arrumada por isso que pra ele,
eu estou. Mas uso um vestido azul marinho um dedo abaixo do
joelho, colado e com uma pequena alça, cabelos soltos e
maquiagem leve. Não quero que Francis pense que fui arrumada
por causa dele, sinto nojo só de pensar que ele pensaria algo do
tipo.
— Preciso que me faça um grande favor – Falo – Quero que você...
— Espera, o que? Me chama de vagabundo, salafrário e de repente
bate na minha porta pedindo favores?! – Debocha – Faça-me o
favor você e se retire do meu apartamento.
— Não! Por tudo que fez comigo, você vai!
— E o que foi que eu fiz com você? – Franziu o cenho – Não te
abandonei por cinco anos num altar que estava vestida de noiva,
abandonei?
— Vou encontrar o irmão de Christoffer hoje. – Falo e ele quase
engasga com a própria saliva – Ele é perigoso e preciso...
— PERIGOSO? TA MALUCA? O CARA É UM PSICOPATA!
— Eu sei, mas...
— POR QUE DIABOS ENCONTRARIA O IRMÃO DE
CHRISTOFFER?! UM PSICOPATA?!
— Primeiro, pode parar de gritar? Segundo...aconteceu alguma
coisa com Christoffer que ele não quer me contar.
— Pergunte!
— Eu já perguntei, ele não quer me contar e Francis sabe! Olha eu
preciso saber o que aconteceu com ele...por favor?!
— Por que não pede seu irmão?!
— Não quero que nada aconteça com Pedro, ele é só um garoto...
— Ah, claro, então quer dizer que eu posso morrer? E pau no cu pra
mim né? E seu irmão não?! — Basicamente é, Joseph, por favor! Se
me fizer esse favor eu te devo uma.
Joseph suspira baixo e passa os dedos entre os cabelos
— Vou poder pedir qualquer coisa?
Claro que não!
— Claro que sim! – Fui até ele – Vá comigo?
— Você insultou a minha noiva e a mim na frente da sua família.
— Ainda bem que não foi a sua família, foi a minha. – Dei um sorriso
de incentivo
— Christoffer vai me matar se eu for com você.
— Ele te mataria duas vezes se também não fosse... – Coloquei o
dedo indicador no queixo
— Droga viu Teresa! – Rosnou baixo – Vou pegar minha bolsa.
Deixo um riso escapar
— O que foi agora?
— Vai pegar a sua... Bolsa? – Ri de novo relinchando feito um
cavalo e ele me olha estranho
— Credo, prefiro mil vezes você triste ou de boca fechada. – Pegou
sua bolsa no quarto – E eu dirijo. – Falou e eu revirei os olhos
— Viu só? Eu não te odeio! – Falei
— A não ser que precise de mim. – Me atrofiou e permaneci calada,
porque bem... É verdade.
...... ..... .....

Por mais que o nome do restaurante Dia seja simples, por dentro
não deixa de ser chique e um dos restaurantes mais bonito da
cidade, meu coração disparar forte, estou muito preocupada com o
que pode acontecer comigo, e de como Francis é, e o que
realmente aconteceu com Chris.
— Vou estar na rua de trás. – Joseph diz – Se algo acontecer com
você, o que eu faço?
— Não vai acontecer nada comigo, mas se acontecer...ligue para
Christoffer.
— Com certeza não. Está com o celular? – Assenti - Ótimo, deixa
meu número discado qualquer coisa é só me ligar, vou saber que
algo está acontecendo.
— Tudo bem. – Falo e saio do carro
Joseph me olha com uma cara como se eu realmente fosse pra um
briga de banho de sangue
— Não me olhe com essa cara! Você nem se preocupar de verdade!
– Revirei os olhos
— Vou deixar você ir embora de Uber – Forçou um sorriso – Só
toma cuidado.
— Tá, tá! – Falo, e vou direto para o restaurante
Francis não me deu pistas de onde ele vai estar e nem de como ele
é, o segurança do restaurante pergunta meu nome e pergunta se
reservei algum lugar.
— Sabe se alguém me espera? É um homem chamado Francis. –
Digo a ele que assente
— Me siga. – Falou e ele vai andando na frente
As pessoas desse restaurante são bem chiques e requintadas,
gosto do ambiente para encontrar uma pessoa perigosa porque é
bastante movimentado.
— Aqui está. – O homem diz me colocando de frente pra uma mesa
O homem está com o cardápio enfiado na cara, mas consigo ver
seu terno todo preto, e ao lado dele há uma muleta.

— Obrigada. – Digo ao segurança que se afasta da mesa.


Finalmente sozinhos, finalmente saberei de uma vez por todas
quem Francis é! – Está com medo de se mostrar?! – Digo grossa ao
homem que abaixa o cardápio Fico assustada quando o vejo.
Achei que ele era bem mais velho do que aparenta, o mais estranho
é seus olhos, na verdade ele tem um tampão no olho esquerdo o
que o deixa mais assustador, além do mais... Ele é um homem que
aparenta ter na verdade uns 40 anos de idade, e tem... Tatuagens.
Ele se parece um pouco com Christoffer, na verdade lembra
bastante, ele possui os cabelos cor de mel com alguns grisalhos,
seu olho direito é de um verde na tonalidade Christoffer, e ele tem...
Barba, não grande demais e nem curta de mais.
— Vai ficar aí em pé? – Ele se levantou e eu me sentei antes que
ele puxasse a cadeira pra mim. Ele ri por isso – De perto você é...do
jeito que eu imaginei.
— Francis. – Esbravejei cerrando os punhos
— Teresa. – Continuou com o riso na cara
— Começa a contar de uma vez! – Fui logo ao assunto – O que fez
com Christoffer?!
— Olha eu não gosto de gritaria – Falou exatamente igual a
Christoffer provavelmente só para me provocar.
— Só quero saber o que diabos você quer e qual é o seu plano!
Francis tomou um gole do seu drink e voltou a encarar o cardápio
— O que acha que pedimos? Talvez um Ravióli de...
— Tanto faz. – Falei inquieta – Estou sem fome.
Francis continuou escolhendo e pediu o tal ravióli e um drink pra
mim, eu nem toquei na comida, nem no drink e nem em nada, eu só
quero saber o que houve com Christoffer e ir embora daqui.
— Agora entendo o porquê meu irmão gosta tanto de você. Tenho
um futuro promissor para nós dois.
— Futuro promissor? – Forço um sorriso – Até parece...
— Minha mãe era o tipo de mulher que sempre queria uma vida
diferente da que tinha, da que o meu pai dava pra ela, ela era uma
mãe sem estudos que tinha um filho para sustentar e estava
grávida. Eu sempre fui o tipo de criança pidona que queria tudo o
que eu via. Eva odiava a vida que tinha, meu pai me teve através de
um abuso, a situação era precária, ela me prometia um milhão de
coisas e eu acreditava em tudo, ela dizia que me daria um parque
inteiro
só pra mim, na verdade esse era o meu maior sonho. – Tomou
novamente seu drink e eu aproveitei para tomar o meu – Houve um
dia que a bolsa da minha mãe estourou e ela teve Fernando,
então...
Espera, Fernando?? Christoffer estava certo! Meu Deus ele estava
certo os dois são parentes sim!
— ...Aconteceu.
— Espera, o que? O que aconteceu? – Droga acabei me perdendo
na parte de Fernando, aquele desgraçado... — Preste atenção
Teresa, só vou contar duas vezes se você me implorar.
— Continue. – Falo e ele forçadamente limpa a garganta
— Eva largou Fernando sozinho comigo com três meses de idade e
fugiu para o Brasil - ele diz - meu pai ficou doido, e procurou por
todos os lados em Nova York, mas não, ela estava no Brasil,
ficamos anos procurando por ela e só a encontramos quando ela
apareceu na televisão ao lado de um homem milionário, minha mãe
já estava grávida, de Christoffer claro. Meu pai quis se vingar é
óbvio, isso não poderia ficar assim eu não ia deixar isso ficar assim,
minha própria minha mãe me traiu por dinheiro?! Que podre! –
Pausou para beber do seu drink – Fomos para o Brasil e não foi
difícil achar a mansão em que minha mãe e sua nova... Família
morava. Já tinha se passado anos, Christoffer tinha uns 13 anos de
idade, meu pai quis esperar o garoto crescer pra vingança ser ainda
maio e ele poder se lembrar. – Ele sorriu e eu desvio os olhos dele –
Aconteceu o que você já sabe Teresa, está na fita que eu sei que
existe, a que Christoffer conta o que eu fiz. Meu pai colocou uma
cadeira enfrente da outra no jardim da mansão e prendeu Christoffer
e o pai dele, na frente do garoto, meu pai jogou querosene e fogo,
as chamas dançavam no corpo do homem, o pai se contorcia na
cadeira e o garoto implorando para parar, quando a voz do homem
se calou, meu pai empurrou o homem na piscina para a chama
apagar.
Francis conta com a maior frieza do mundo, sinceramente...não sei
como ele consegue ser tão podre!
— Conte o que eu não sei! O que aconteceu depois disso?! Francis
sorriu
— O garoto pulou dentro da piscina para tentar salvar o pai, mas já
era tarde, a queimadura foi tão grave Teresa, que dava pra ver os
ossos daquele homem, Christoffer gritava pedindo socorro para
alguém salva-los: — "Francis, cuide do garoto, vou recolher o que
for valioso.’’ – Meu pai disse — Claro. – Falei e logo pulei na piscina
O garoto não queria ser tocado por mim, o agarrei pela blusa
tentando tirá-lo, mas ele gritava implorando pra solta-lo, até que eu
o virei para mim com força

— Cala a boca! – Mandei e ele fez


Francis interrompeu a história gargalhando baixo e balançando a
cabeça e tomando seu drink.
— O que diabos você fez?! – Cerrei os dentes
— O que você acha que eu fiz? – Perguntou pretensioso –
Christoffer não tem medo de entrar em piscinas? Eu sei tudo sobre
ele.
— O DIABOS VOCÊ FEZ?! – Gritei com ele sentindo as lágrimas
arderem meus olhos
— Eu fiz exatamente o que você acha que eu fiz Teresa. – Disse frio
– Eu comi aquela criança dentro daquela piscina.
Me levanto e jogo o drink na cara de Francis que se levanta comigo
— DEPOIS DISSO - ele gritou - EU DISSE A ELE QUE EU SO FIZ
PRA ELE TER UM TRAUMA TÃO GRANDE, UM MEDO TÃO
GRANDE DE MIM QUE NADA FARIA ELE VIR ATRÁS DE MIM!
Enquanto eu o estuprava Teresa, seu semblante mudou
completamente, ele não gritava depois de algum tempo, seu
semblante parou, sua expressão facial não existia mais, ele ficou
exatamente o que ele é hoje, ele é o mesmo garoto de anos atrás,
um fraco, covarde e medroso!
— Mostro! – Falei entre choro enquanto bati com a mão na mesa –
Seu monstro você merece morrer! Não merece o perdão de
ninguém merece ir para o inferno!
— Acho que você está muito exaltada, não acha? Se ficar tão
eufórica o remédio não vai fazer efeito.
— Que remédio? – Pergunto e o segurança atrás de mim me senta
na cadeira com brutalidade – QUE REMÉDIO?! – Comecei a gritar –
SOCORRO! – Tentei me levantar, mas os homens me seguram, não
consigo ver seus rostos, estou tonta de mais pra isso – Esse homem
me drogou! Por favor... – Sinto minhas forças indo embora – Por
favor... – Apoio a cabeça na mesa e escuto o som da risada de
Francis ..... ..... ..... ....
CHRISTOFFER
É quase meia noite, e ouço o som do meu celular tocar. Tive que
esperar Lorena e seus pais dormirem para fazer um jantar romântico
para Teresa. Acho que provavelmente ela já deve saber que eu ia
preparar algo e não veio... Droga, na próxima preciso ser mais
cuidadoso.
— Alô. – Atendo o telefone. É o número de Joseph, já recusei três
vezes o que diabos esse homem quer?

— CHRISTOFFER, TERESA NÃO CHEGOU AINDA, EU VI ELES


COLOCANDO ELA DENRRO DE UM CARRO - me levanto da
cadeira em um pulo - ELA ESTAVA DESACORDADA!
— O que? Espera, fala devagar! Quem? De quem tá falando?
Teresa foi sequestrada é isso?! JOSEPH! — Foi.
Nessa mesma hora Lorena aparece na sala em meio a gritaria, mas
não me importo com isso agora.
— Anotou a placa do carro?! Você estava com ela?
— Anotei, e não eu não estava eu tentei fazer alguma coisa mas
acabei ganhando uma surra! – Falou e passei os dedos entre os
cabelos
— Vou localizar ela agora. Me passa a droga dessa placa! – Falei
desesperado abrindo o notebook de Teresa que estava no sofá
— Só tem um detalhe. – Falou um pouco baixo
— Qual? – O silêncio paira – JOSEPH, QUAL DETALHE?!
— Eu sei quem sequestrou Teresa – Falou com um tom de medo
que eu nunca ouvi vindo de Joseph — Quem?! – Gritei com ele
— Amor o que aconteceu?! – Lorena pergunta e eu o ignoro
— JOSEPH! QUEM???
— Francis. – Ele diz e eu engulo em seco
Capítulo 32
CHRISTOFFER
— Olha Christoffer, eu não tenho culpa... – Falou em meio ao meu
silêncio por saber que foi Francis que a sequestrou
— Não é hora de achar um culpado. Mas se Teresa não estiver viva.
Eu mato você.
Fecho o notebook e desligo a ligação.
— O que aconteceu com a minha filha?! – Marta se aproxima de
mim – O que houve?
— Teresa foi sequestrada. – Falo e todos soltam som de medo e
terror – Mas já localizei onde ela está.
— Vou com você! – Pedro ajeita o casaco no corpo
— Não. Joseph já está comigo não será necessário carregar mais
gente, só vai atrapalhar.
— É a minha irmã, então eu vou. – Pedro diz num tom ameaçador
— Não filho – O pai de Teresa o interrompe – Deixe que eles vão, já
estou preocupada com uma filha não quero me preocupar com meu
filho também.
— É Pedro... Melhor ficar. – Marta concorda com a mão no peito de
preocupação
— Fique para proteger seus pais. – Bato no ombro de Pedro – Ligo
assim que eu estiver com ela.

— Eu vou ir. – Pedro insiste – É a minha irmã, é Teresa! Eu quero ir!


– Andou até a porta – Vamos Christoffer.
Não vou discutir mais com o garoto sobre ele ir ou não ir, Teresa
deve estar em perigo e mais, por minha culpa e por culpa de
Joseph, principalmente por Joseph, eu ainda o mato quando eu o
ver minha frente.
Depois de colocar o cinto e arrancar o carro, Pedro parece um
pouco assustado pela velocidade que eu dirijo, tiro a mão no volante
e ligo meu GPS via satélite digital, onde dá pra ver não só a
localização, como as ruas também — O que diabos é isso? – Pedro
pergunta animado – Muito maneiro! Dá pra ver a Teresa daí?
— Não acredito que Teresa esteja na rua, mas vou localizar o carro
de quem o sequestrou.
— Seu irmão no caso, né?
Permaneço calado ao descobrir o carro do cretino. É preto,
blindado, uma Aston preta, e está estacionado em frente a um
edifício grande e azul escuro.
— Espera, eu conheço esse lugar – Pedro amplia o edifício – Sua
irmã já marcou de me encontrar nesse edifício.
— Olivia? – Perguntei surpreso – Então é aí que ela deve estar, Eva
provavelmente está com Teresa também. Acho que vai rever a sua
namorada.
— Aquela assassina não é minha namorada, não me esqueço do
que ela fez com Teresa quando Evandro a empurrou da janela da
sua casa. – Passou os dedos entre os cabelos – Como é pra você?
Ter uma irmã assassina e um irmão...
— Não tenho nenhuma irmã garoto. Muito menos mãe.

— Entendo. – Pedro diz e finalmente ele se cala assim que


chegamos
— Fique no carro. – Falo e ele já vai abrindo a porta para sair
também – Precisa ficar para me dar cobertura, se alguém chegar,
me dê um toque.
— Tá cara, mas se eu ouvir algum grito da minha irmã ou tiro, eu
vou entrar com o pau quebrando solto!
Esse garoto só vai me atrapalhar.
— Tá. – Falei e tranquei a porta do carro por dentro sem Pedro
perceber.
Assim que entro no edifício, tem dois seguranças na porta
impedindo minha entrada.
— Identificação. – Um deles falam
— Minha esposa está lá dentro. – Falei encarando o mesmo que me
perguntou
— Não tem ninguém com esse nome. Dê logo o fora. – Ele fala e eu
passo o dedo indicador nos lábios
Dou um passo para trás como se eu realmente fosse embora e com
os punhos cerrados me viro e acerto a boca de um deles, o outro
segurança vem pra cima de mim, mas eu torço seu braço quase o
quebrando e ele começa a gritar — Entrada 1 – Diz a voz do
interfone – Está tudo bem aí? Ouvi alguns barulhos!
Pego o interfone no bolso do homem e aperto o botão vermelho

— Tudo limpo, só uma senhora que se confundiu e queria entrar,


deixo ela passar?
— Não.
— Ótimo.
— Desgraçado! – O homem com os braços quebrados geme
enquanto o outro está quase desmaiado no chão
Termino de quebrar o braço do cara pelo desaforo, pelo a algema
que estava na frente da sua calça e prendo o braço quebrado com o
braço do homem quase desmaiado, pego o interfone do outro e
finalmente entro no edifício. Sem nenhum arranhão.
O edifício é enorme, pra ser sincero não sei como irei achar Teresa
aqui, só se eu tivesse acesso a câmera ou algo do tipo e pra achar o
setor das câmeras nesse inferno...
— Parado onde está! – Diz a voz de uma mulher atrás de mim –
Não se mexe!
— Se acha que não vou te machucar por ser mulher, saiba que eu
não me importo.
— É mesmo? – Ela fala se aproximando. Fico tenso ao olhar para
trás, me deparo com uma mulher fardada e com a arma apontada
pra minha cabeça. Provavelmente um dos seguranças de Francis.
— Nome, e o que você quer. — Sabe quem eu sou.

— Coloque as mãos para cima. – Faço o que ela pede e ela começa
a me revistar – É burrice sua não vir armado. – Agora começou a
passar a mão na frente da minha calça, bem no meu... Vocês
sabem. – Hum...
— Quem disse que não estou armado? – Pergunto e ela solta um
sorriso
Consigo ser ágil e pego a arma da mão da mulher e a prendo nos
meus braços fazendo ela de refém, a mulher começa a gemer
tentando se soltar, mas eu a aperto mais o seu pescoço — Hum...
Que delícia. - Sorriu
— Onde está Teresa? – Pergunto frio — Teresa? Não conheço.
Coloco a arma na cabeça da moça
— Duvido que vai atirar. – Superestima
Atiro no ombro dela fazendo ela cair nos meus braços enquanto
grita de dor. A arma é uma silenciadora por tanto não fez barulho
algum.
— Droga! – A moça disse entre os dentes – Está no andar de cima,
primeira porta a direita.
— Como posso saber que está falando a verd...
— Meu relógio – Ela disse com os dentes cerrados em meio a dor
nos ombros – Merda... Está ardendo muito!!
— O que diabos tem seu relógio?!

— Tem câmera, ela disse e eu pego o relógio às pressas do pulso


dela.
Logo rasgo sua blusa na parte de frente a deixando só de sutiã e
faço um curativo pro seu ombro. A moça me puxa para mais perto e
arranca um selinho meu.
— Você é um gostoso. – Ela diz eu revirei os olhos e vou até a
escada
Depois de quase 80 degraus, finalmente encontro a porta onde a
moça falou, assim que abro a encontro, Teresa está amarrada
sentada ao redor de uma mesa redonda, ela parece meio drogada,
mas está acordada. Quando ela me vê, ela não diz absolutamente
nada e nem se meche, só continua me olhando bastante assustada
— Teresa.
— Não. – Ela sussurra – Fique. Fique! – Dou um passo à frente,
mas meu pé fica suspenso no ar
Há um pequeno fio que liga em algo que não vejo o que é, quando
estico o pescoço consigo ver do pedaço de trás da parede que está
preso no gatilho de uma metralhadora. Se eu não fosse tão
cauteloso, mataria Teresa agora mesmo. Mas como nos filmes, sei
que alguém provavelmente deve estar com o dedo no gatilho da
arma, Teresa confirma minha suposição quando espreme os olhos
os abre e olha pra mim, não posso deixar que nada aconteça com
ela, pensa Christoffer.
Pulo o fio que liga ao gatilho da metralhadora num silêncio profundo,
ando levemente que mal dá para ouvir os meus passos.
—Francis? Você por aqui? – Finjo só para o cara da metralhadora
sair do esconderijo e é exatamente o que acontece, quando a
pessoa saí não espero ela se mover e atiro na sua cabeça, quando
me dou conta de quem é, me assusto. Era Fernando.
— Me tira daqui! – Teresa diz em desespero e eu corro até ela

Assim que término de desamarrar ela me abraça, mas eu desfaço o


abraço e ela encara o chão
—Chris...
— Depois a gente conversa. Vamos sair daqui.
Assim que saímos pela porta vários guardas aparecem — Largue a
garota! – Um deles grita
Até parece.
Puxo Teresa pelo braço correndo em direção ao elevador, quando
aperto para subir ele abre na hora. Ótimo.
— Vão nos pegar! – Teresa diz desesperada enquanto entramos no
elevador
Eles aparecem bem na nossa frente quando a porta fecha de uma
vez. Eu e Teresa suspiramos de alívio
— Não vamos para o primeiro andar. Vamos para o penúltimo –
Explico – Tem uma saída depois da sala de descanso. E
provavelmente os guardas estão indo pra entrada principal.
— Como sabe disso?
Teresa pergunta, mas não respondo. Ainda estou chateado com ela,
parte chateado, parte com raiva. Não tive tempo de pensar o quanto
ela me preocupou e me deixou furioso vindo até aqui encontrar
Francis. Teresa me traiu.

Saímos pela porta e lá está o carro de Joseph. Pego o meu telefone


e ligo para Pedro. Ele atende no primeiro toque.
— Sabe dirigir? – Pergunto
— Se sei dirigir? Cara! É óbvio que sei! Quer que eu arranque com
o carro pra dentro do prédio e saio atropelando todo mundo ou...
— Já estou com Teresa. Vá para casa.
— O que? Mas... – Desligo o telefone
— Christoffer – Teresa começa. Só agora percebo que ainda estou
segurando seu braço, mas não ligo. – Eu posso explicar!
Vou até o carro de Joseph a ignorando e ele sai do carro
— Cara – Ele sai do carro – Antes que comece a culpa não foi
minha! Teresa foi até a minha casa me pedindo ajuda e... Cara foi
mal mesmo eu tentei proteger ela! – Ele passa os dedos entre os
cabelos — Não tentou. Se fosse Elisa lá dentro sei que faria mais.
— Nossa, é claro que não! Eu fiquei aqui, preocupado, tentei entrar
lá, mas...
— Mas o que Joseph? O que queria é que eu e Teresa saíssemos
mortos de lá, nos dois sabemos que se algo acontecesse com nós
dois, a empresa Lins seria sua. – Ele fala e Teresa solta um som de
surpresa. Claro que ela não sabia — Irmão... - Tentou colocar as
mãos em mim
— Eu não sou o seu irmão, e pense duas vezes antes de por suas
mãos em mim. Teresa – Olhei pra ela de relance – Entra no carro.

Ela vai sem contestar. Sabe que se negar vai ser pior.
— E você pega um táxi. – Entrei no carro de Joseph e fechei a porta
Agora estamos sozinhos. Só eu e ela.
— Christoffer...
— Agora você sabe. – Falo e ligo o motor do carro – Não preciso
mais de você. Quero o divórcio.
Capítulo 33
CHRISTOFFER
— O que? – Teresa perguntou assustada – M-mas como assim? Por
que?!
— Sinceramente Teresa, não quero que me olhe com cara de pena.
— Mas eu não estou...
— Sim você está. – Tirei os olhos do volante – Me traiu, indo
encontrar com Francis.
— Não, eu não fiz isso! – Ela cerrou os dentes achando que isso ia
faze-la ter mais razão nessa conversa – Lorena te traiu! E você a
perdoou! Eu fui atrás de algo para te proteger!
— Quero saber o que diabos Lorena tem haver com essa conversa,
se ela me traiu ou não quem se importa? Nunca me importei com
Lorena, mas agora, você? Você não foi atrás de algo para me
proteger Teresa, você foi egoísta,
impulsiva e totalmente contra o que eu te pedi, eu disse que não
estava preparado para te contar.
— Eu sei que eu pequei nisso, mas entenda o meu lado, eu
precisava saber porque você não veio atrás de mim, o que te
impedia.
— Bem, agora você sabe. Está satisfeita?
— Não... – Ela encostou em mim, mas eu recuo – Me desculpa...
— Não. Não precisa me perdoar porque sumi agora, só porque
agora sabe meus motivos sem eu ter te contado, eu não queria que
soubesse, eu não estava preparado, você arriscou a minha vida e a
sua para algo que eu não estava preparado. Agora você vai ficar
com pena de mim pelo que aconteceu e eu sinceramente não vou
mais querer olhar pra você, e por favor, eu preciso pensar, se puder
ficar em silêncio.
Teresa abre a boca e a fecha novamente. O barulho de choro dela
começa a sair, provavelmente com dó de mim, ou me achando um
tremendo covarde. Eu quero enfrentar Francis, e vou. Mas agora?
Não. Eu ia contar pra Teresa, mas também não agora, ninguém
sabe dessa história só eu e Francis, imagino como ele deve ter
contado pra ela, imagino que ele deve ter ficado bastante animado
de soltar isso pra alguém. Só consigo sentir raiva agora. Muita raiva.
TERESA
Chegamos na fazenda e Christoffer não soltou nem um piu, quero
dizer algo, será que se eu o beijar ele aceita? Não acho que não...
Não sinto pena dele, muito pelo contrário, Chris vai achar que quero
ficar por dó dele, se ele realmente me conhecesse iria saber que eu
não sou assim — Você... Pode dormir comigo? – Perguntei
enquanto entramos

— Não. – Ele responde


Christoffer tira a camisa na sala mesmo e entra no banheiro,
provavelmente para tomar um banho. Me sento no sofá desajeitada
pensando em tudo que aconteceu. Como fui burra, que droga por
que fui tomar aquela droga de champanhe? Preciso fazer alguma
coisa, sei que Christoffer tá chateado comigo, mas quero ele hoje,
só hoje.
Resolvo tirar meu vestido e abro a porta do banheiro. Lá está ele, nù
de costas. Minha nossa senhora, como ele é forte, seu cabelo
atrapalhado e molhado claro, com um pouco de shampoo, ele
esfrega a barriga com a bucha Nylon, bem suavemente, logo depois
ele desce mais um pouco e esfrega seu membro com cuidado, enfia
a cabeça toda deixando debaixo do chuveiro e se vira para mim,
seus olhos se encontram bem com os meus. Meu Deus, que homem
lindo.
Desço a direção dos meus olhos para seu membro que aparenta
nem muito mole nem muito duro, estou nua, ele me come com os
olhos, para não se dar por vencido o maduro se vira de costas — O
que faz aqui? – Perguntou quando ouviu meus passos Abro o boxe
do banheiro, entro e fecho.
— A gente precisa conversar. – Falei
— Me espere fora do banheiro que já vou. – Disse frio
— Não. – Virei ele para mim com brutalidade — Teresa, sai do
banheiro.
— Não. – Agarrei ele pelo pescoço
— Vou te empurrar e vou acabar te machucando.
— Então me machuca! – Falei com seus olhos fixos nos meus
Ficamos assim por segundos, nós encarando, sua boca
avermelhada está bastante fechada, seus olhos entre abertos, ele
está bastante bravo e excitado, apesar do perigo, gosto disso.
Pulo no seu colo, mas ele tenta me tirar de qualquer forma, mas eu
agarro ainda mais nele, enquanto rebolo bastante no seu colo
— Teresa... – Ele diz mais sai como um gemido baixinho, mas
mesmo assim ele reúne forças e me coloca no chão
— Tudo bem, me desculpa. – Falo e dou a entender que vou sair do
banheiro, mas me ajoelho. Pronto pra enfiar seu pau todo na minha
boca. – Eu posso?
Ele não diz nada, só se aproxima pra eu chupar ele logo de uma
vez.
— Não vou fazer isso sem o seu consentimento. – Fiz biquinho
— Para de me provocar.
— Tá eu vou embora também. – Ia me levantando quando ele me
agarra pelos cabelos
— Quer me chupar sua safada? Você devia implorar. – Falou com
um tom cafajeste que amo
— Eu já estou de joelhos senhor. – Falei e passei minha língua bem
de leve na sua cabecinha
— Vai precisar implorar um pouco mais se quiser ele todo pra você.

— Ou se não...
— Se não... Eu te expulso agora mesmo... – Ele mal termina de falar
e eu enfio seu pau todo dentro da minha boca – Aí... Merda... –
Quase o desmontei inteiro
Começo a bater para Christoffer, com o espaço que não consigo
chegar minha boca vou com minhas mãos, meus olhos o penetram
ele geme enquanto gesticula seus quadris — Aí Teresa... – Deixou
soltar
Amo ver ele assim. De durão, frio, calculista, pra dominado, todo
sem jeito enquanto eu engulo.
Sugo bastante sua glande enquanto brinco com seus testículos, ele
fica desesperado com isso, acaba esbarrando no ... Do chuveiro e
mudando a temperatura de quente pra bastante gelada — Droga! –
Falei saindo de baixo do chuveiro e ele me agarra pelos braços
— Sinto raiva de você! – Ele diz com os dentes cerrados e eu solto
um risinho – Que droga! Por que está rindo?
— Me fode com raiva. – Pedi e ele me solta com brutalidade muda a
temperatura do chuveiro e fixa me encarando por um tempo, vou até
ele porque o quero, mas ele me impede de chegar perto
aguardando meu pescoço com uma mão, como se fosse me
enforcar, ele acha que isso me intimida? Para mostrar que não,
pego sua outra mão e ponho no meu pescoço e ele aperta um
pouco — Você é louca Teresa. – Ele diz. Com raiva mais ainda diz.
Seu pau lateja de tanta vontade de me comer, eu sei disso, ele
também.

Christoffer me pega no colo com força me encostas na parede e


logo começa a me foder.
— Pode começar devagar senhor? – Pedi, mas ele solta um sorriso
— Você pediu agora aguenta. – Ele fala e solto um riso
Christoffer começa a bater seu pau com muita força dentro de mim,
minhas gemidas sai um pouco alta, ele tampa minha boca, não sei
como ele consegue me pegar pelo colo e tapar minha boca, mas
parece fácil pra ele.
— Fique quieta. – Ele pede enquanto me come
Agarro minhas pernas na sua cintura e isso parece ser o fim pra ele.
— Ah, Teresa... – Ele murmura e sinto a pressão entre minhas
pernas, dessa vez ele vai bastante fundo, despejando cada gota
dele dentro de mim junto com seus gemidos um pouco alto, seus
braços vão ficando mais solto e logo e me coloca no chão.
— O que achou? – Pergunto e ele franze o cenho.
— Não acabei ainda. – Ele me vira de costas levanta minha perna
direita e me pressiona contra parede – Esse é o seu castigo Teresa
– Falou enfiando na minha boceta por trás – Não vou deixar que
goze.
— Ah por favor Christoffer... – Implorei – Só um pouquinho...
Ele começa a me foder por trás com força e minhas gemidas saem.
— Cale-se. – Pediu e eu obedeci.

Christoffer me vira de frente e começa me foder com uma das


pernas agarrada na sua cintura, não consigo ter o controle, tá
fazendo o que quer comigo, e isso é bom.
Christoffer estica a mão e pega a bucha de nylon, não entendi o
porquê, mas ele continua me comendo com muita força
— Quero gozar... – Falou bem próximo ao meu ouvido
Christoffer goza de novo, enquanto faz isso aperta minha bunda pra
ir mais fundo, logo quando ele termina, ele me vira novamente de
costas e desce a bucha para minha boceta — O que está fazendo?
– Pergunto confusa
Logo ele começa a me gesticulava, meu Deus isso é bom, é bom
demais na verdade, a bucha é tão macia, e ele exatamente sabe
como me masturbar, começo a mexer meus quadris — Já está
quase gozando? Tão cedo? – Parou de me gesticulava — Poe favor
me deixe gozar. – Imploro – Chris...
— Shiii... – Ele diz e se ajoelha
Christoffer apoia minha perna em seus ombros. Ele começa
assoprando minha bocetinha, estou tão sensível, qualquer coisa que
ele fizer vou desmontar, logo sua boca beija meus lábios de baixo,
penso que ele vai começar devagar, mas não, ele começa a me
sugar com muita força — Sim Chris... Isso... Assim...- Imploro e ele
me aperta ainda mais
Estou desesperada, meu coração bate forte sinto ele alcançar meu
clímax e gemi enquanto agarro meus cabelos, meus olhos se
espremem meus quadris remexem na sua boca, mesmo assim ele
não para de me chupar, ele continua
e continua e eu gozo duas vezes seguidas, seus dedos enfiam
dentro de mim e peço por socorro de tão gostoso está sendo agora.
Quando ele se levanta, percebo o quão bamba estão minhas
pernas, quase caio, mas ele me segura.
Christoffer me beija e sinto sua língua atravessar a minha boca, o
meu gosto vem junto, gosto desse sabor de sexo. Assim que
terminamos o banho, em silêncio nos enrolamos na toalha e fomos
para o meu quarto. Caio na cama molhada mesmo, estou cansada,
sem forças, só quero sentir ele do meu lado mas estou com muito
sono pra dizer alguma coisa.
— Vou colocar uma roupa em você. — Estou cansada.
— Eu sei Terrie.
— Só dorme comigo - Peço e sinto ele beijar minha bochecha.
Sinto Christoffer me vestir com algo, provavelmente uma blusa larga
ou algo do tipo, estou muito sonolenta pra isso. Logo sinto ele se
deitar ao meu lado. Deito em seu peito sentindo seu cheiro natural,
me sinto protegida agora, ele aqui comigo sinto que tenho tudo, não
preciso de absolutamente nada, não terei pesadelos essa noite, e
mesmo se eu tiver, quem liga? Ele está comigo.
— Eu te amo. – Sussurro
— Eu te amo. – Ele sussurra de volta e apago.

Capítulo 34
TERESA
Acordo sentindo meu braço dormente e me remexo na cama ainda
de olhos fechados, passo a mão no travesseiro e percebo o corpo
quente de Christoffer
Sua respiração está um pouco alta, sua boca está entre aberta, seu
cabelo parece ainda mais dourado juntamente com seus cílios
enormes, mal posso esperar ele abrir esses olhos azuis.
— Amor... – Acaricio seu rosto e finalmente ele acorda
Christoffer se remexe, se espreguiça e passa a mão no rosto.
— Bom dia. – Sussurrei em seu ouvido e ele se senta com um
pouco de preguiça – Vou preparar um café pra gente...
— Que horas são? – Me interrompeu
— Hum... – Olhei para o relógio – Dez pra uma hora.
— Onde estão minhas roupas?
— Ainda não precisa delas. – Fui até ele e me sentei em seu colo –
Estou nua por baixo sabia?
— Sabia. – Ele me jogou para o lado – Ontem foi nossa última vez.
Vou voltar para cidade hoje.
— O que? Como assim...

— Você traiu minha confiança.


— De novo esse assunto...
— Sim Teresa, de novo. Tudo que te pedi foi para esperar, quase
morremos ontem por sua causa! – Se levantou
— Me desculpa – Me levantei indo atrás dele – Meu amor...
— Não sou seu amor. Vou sair desse quarto e vamos fingir que
nada aconteceu!
Christoffer abre a porta e pra minha surpresa todos estão na porta.
Meus pais, Lorena, Pedro, Alice e até mesmo Elisa.
— Mas que diabos. – Christoffer fecha a porta, mas meu pai abre de
uma vez
— Onde estavam com a cabeça? – Meu pai começa – Teresa, o que
aconteceu?
— Eu só sai com umas amigas...
— Pedro já nos disse. – Lorena diz – Não tem amiga, você foi
sequestrada! — Foi encontrar com um traficante?! - Elisa questiona
— Bem pior que isso, Christoffer falou que ele é um psicopata! –
Pedro diz e cruza os braços
— Psicopata? – Minha mãe diz medrosa – Misericórdia Teresa!!

— Papai, você se machucou? – Alice pergunta


— Não filha. – Christoffer responde
— Mas poderia né? E por causa da irresponsabilidade de Teresa! –
Lorena interrompe – Olha se quer se matar por mim tudo bem, mas
não leve o pai da minha filha junto!
— Foi irresponsabilidade. – Elisa balança a cabeça – Teresa por que
você fez isso?
— E-eu... – Tento achar uma explicação – Christoffer? – Pedi ajuda
a ele
— Não, Teresa. – Ele diz pra minha decepção – Vou deixar a
fazenda hoje à tarde, obrigada pela visita. – E passa no meio de
todos e sai andando firme
— Christoffer! – Vou atrás dele. Ele parece furioso — Alice vai
comigo. – Christoffer se vira pra Lorena
— Não, Alice é minha filha e ela fica comigo.
— Quero ir com o papai. – Alice diz
— Ótimo. – Disse Christoffer
— Não você não vai com ele filha! – Lorena grita
— Christoffer vamos conversar. – Falei com ele – Olha por favor...
Me desculpa...

— Espera estão brigados? – Pedro começa – Depois de toda aquela


gritaria e gemidas altas no banheiro estão brigados?
Sinceramente... Vão se fuder vocês dois!
— Não fala palavrão perto da minha sobrinha! – Elisa puxa a orelha
de Pedro que resmunga
— Chega! – Gritei – Chris...
— Se for pedir perdão a resposta é não. Preciso de um tempo
Teresa. — Um tempo?
— É.
— 5 anos não foi o suficiente?
— Ainda esfrega isso na minha cara? Mesmo sabendo os meus
motivos?!
— Disse que não quer que eu sinta pena de você, e mais... E
enquanto os meus motivos? A gente precisa conversar sobre isso.
— Sinto muito. – Virou as costas pra mim, mas eu o agarrei pelo
braço, mas mesmo assim ele me solta
Vou atrás de Christoffer que está indo para o seu quarto, ele
começa a arrumar suas malas, mas eu tento o impedir ficando na
frente do guarda roupa, ele me pega pelos braços e me joga na
cama, mas eu me levanto e empurrou ele — O que diabos está
fazendo?
— Não vou deixar que se vai. Precisamos resolver isso juntos!

— Teresa eu preciso de um tempo, você me traiu indo até lá


conhecer Francis, agora sabe a minha história. Sinceramente...
Você não foi lá por mim, foi pra suprir suas curiosidades, pensou o
quanto me magoou fazendo isso comigo?
— Eu só queria achar motivos pra eu te perdoar por completo por
ter desaparecido por cinco anos.
Ele me encara, mas logo desvia os olhos de mim.
— Devia ter sumido por mais tempo.
— Por que não fica comigo? – Agarrei ele pela nuca – Meu amor, eu
sei que isso te assombra, mas estou aqui. Por favor Chris não me
deixa de novo, por favor... – Senti meus olhos se encherem de água
– Vamos passar por cima disso juntos amor.
Encosto a testa se Christoffer na minha, mas logo ele me afasta de
leve.
— Preciso pensar. – Ele diz e vai em direção ao guarda roupa
Fico paralisada observando-o arrumar suas malas enquanto choro,
mesmo soluçando ele nem olha pra mim, sem se comove. Antes
dele ir, Christoffer me dá um beijo na testa e vai embora. Sem nem
olhar pra trás, me deixando sozinha. Droga... O que foi que eu fiz?
.....
Um mês se passou. Christoffer sumiu. Fui até a cidade, até a antiga
mansão, fiquei 9 horas em pé e sentada no portão pra vê se ele
aparecia, mas não apareceu. Não saio do quarto há três semanas,
estou mal, muito mal com tudo que aconteceu. Antes dele ir eu ter
transado com ele foi um disfarce pra ele vê
que eu não fiquei mal com o que houve com ele no passado, sobre
ele ser... Violentado pelo assassino do pai, mas fiquei. Francis ter
me sequestrado me deixou apavorada, tenho medo de sair de casa,
não sei como consegui ir pra cidade sozinha. Meus pais chamaram
a polícia para me interrogar, mas não deixei que entrasse no meu
quarto, fico o dia todo sentada olhando para a tv, hoje faz dois dias
que não como, não bebo água, perdi quatro quilos, não consigo
conversar estou apavorada, me sentindo culpada por ter encontrado
Francis. No início foi fácil, achei que Christoffer ia aparecer em duas
semanas, mas aí se passaram três, uma semana, ele se foi.
Meu celular toca em meio aos pensamentos, é um número
confidencial. Não sei se é ele, sei que não, ele não quer mais saber
de mim.
— Alô. – Pergunto e minha voz sai meio rouca
— Oi amor. – Diz a voz de Francis e arregalo os olhos
......
CHRISTOFFER
Coloco o cinto e logo vejo a ligação no meu telefone. É Lorena.
Merda, faz um mês que Lorena me liga sem parar, e os pais de
Teresa também até Pedro. Eu precisava de um tempo, precisava
pensar.
— Papai, não posso falar com a mamãe? – Alice pergunta – estou
com saudades.
Eu levei Alice, a força, mas levei. Deve ser por isso que Lorena está
desesperada. Fomos para uma casa onde eu tenho no Canadá e
que ninguém sabe disso, mas é hora de voltar, se passaram dois
meses. Teresa precisa de mim, não consegui perdoar ela
totalmente, mas... Agora entendo os motivos dela também.

— Chegaremos em 80 minutos. Sua mãe pode esperar mais um


pouco, além do mais... Foi você que quis vir comigo mocinha. –
Apertei a ponta do seu nariz
— Eu sei – E mostrou a língua – Mas não gosto de ver a mamãe
triste. — Eu sei, nem eu. – Falei
— Vão se separar né? – Ela diz e eu assinto - Quero ir morar com
você.
— Como quiser princesinha. – Puxei ela pra um abraço
— Mas a mamãe nunca deixaria.
— Vamos dar um jeito tá bom? Ninguém vai separar a gente. – Falei
– Te amo tá?
— Também te amo papai, e quer saber?
— Hum?
— Deixo você ficar com a tia Teresa, ela não é tão ruim assim. — Ah
não? Vocês viviam se provocando.
— Eu sei, era bem legal. – Ela diz e vai nas gargalhadas
— Banguela. – Zoei e ela mostra a língua de novo, aproveito e dou
um beliscão na sua língua como eu sempre faço e ele resmunga
falando o quanto isso é nojento.
Finalmente chegamos na fazenda depois de algumas horas.
Paramos pra fazer um lanche, e comprar algumas coisas. A fazenda
está mais silenciosa que tudo, mas quando chego mais perto,
percebo que tem duas motos de polícia e uma van branca.
— O que será que aconteceu? – Alice pergunta preocupada, assim
como eu estou
A porta da frente está aberta, vou correndo lá pra dentro e todos
estão na porta do quarto de Teresa
— Alice! – Lorena grita e vai até filha e a abraça forte – Meu Deus
por onde andou? Onde estava? – Começou a passar a mão no rosto
da menina sem parar
— Seu desgraçado! – Pedro vem pra cima de mim para me dar um
soco, mas eu seguro seu punho
— O que houve? – Perguntei já preocupado – Teresa está morta? -
fui até a porta, mas tentei abrir
— Bom. Basicamente sim. – Pedro diz decepcionado – Não há mais
diferenças.
— Ela não quer abrir, faz três dias. – Marta diz
— Por que não arrombaram?? – Perguntei desesperado – Alguém,
me dê uma chave de fenda. – Falo e Pedro vai às pressas pegar
uma
Logo ele volta, sou ótimo em abrir portas antigas com chave de
fenda, não demorou muito pra eu destrancar a porta
— Deixa ele entrar sozinho. – O policial diz e eu assinto — Quero
entrar – O pai de Teresa diz – Minha filha...

— Pai, escute o que o policial disse! – Pedro o interrompe


Abro a porta de uma vez e tomo um susto. Teresa está em pé, de
costas, encarando a janela.
— Teresa? – A chamo, mas ela não se vira não se move, parece um
verdadeiro filme de terror
Vou andando até ela lentamente e logo fico de frente pra ela. Seu
cabelo está tão cheio, parece que não lava a dias, fora suas
olheiras...
— Teresa? – A chamo e sinto meus olhos encherem de água
Capítulo 35
CHRISTOFFER
Pego Teresa no colo e a coloco na cama, a chamei pelo nome, até
balancei ela pelos ombros, mas ela continua olhando fixo pra um
lugar sem dizer absolutamente nada, pra falar a verdade parece
nem estar escutando.
Ao redor dos seus olhos estão vermelhos e inchado, como se ela
não dormisse a dias, e ela emagreceu bastante, parece nem ter
saído desse quarto.
— Terrie, se está me ouvindo, pisque duas vezes. – Pergunto, mas
ela não faz nada, absolutamente nada – O que houve com você?
— Precisamos levar ela. – U a mulher toda de branco entra na sala
— Levar ela... Pra onde?

Todos me encaram em silêncio.


— Não vão levar Teresa. – Me levantei
— Christoffer...
— Não Lorena! – A interrompi – Não vão leva-la, alguma coisa
aconteceu com ela, ela vai voltar a ser quem era antes.
— Ela está assim a três semanas. – Pedro diz
— Céus até você colaborou com isso? – Pergunto a ele
— Olha, a garota precisa ser internada. – A mulher de branco insiste
– Saia da frente!
— Já disse que não, Teresa é minha esposa e eu digo que não! –
Gritei com a mulher
— Ela é minha filha – O pai dela entra no meio – Para o bem dela
Christoffer, eu digo que sim!
Vou até Teresa e pego ela no colo.
— Isso não é uma votação e ela não precisa ser internada. – Falo
saindo com ela da fazenda.
— Não vou deixar que leve a garota! – A mulher vem atrás de mim –
Solte a! — Christoffer, largue Teresa, agora! – Lorena grita
— Ah meu Deus, eu sabia que daria nisso! – Eva diz desesperada
— Olha se não largar eu e meus homens terão que ir pra cima de
você! – A mulher diz e assim que eu saio da mansão três homens
estão bem na minha frente
Tiro a arma de dentro da minha calça que estava atrás e aponto pra
um deles. — Afaste! – Falei e os três se afastaram com as mãos
estendidos
— Calma, não queremos o mal da garota. – Um deles diz
— Então saia da frente! – F alo indo em direção até o meu carro
— Papai! – Alice me grita desesperada
— Alice fique com sua mãe!
— Não! – Ela veio correndo até mim
— Alice! – Lorena veio correndo até Alice, mas eu aponto a arma
pra Lorena — Christoffer larga essa droga de arma.
Coloco Teresa no chão e abro a porta do carro.
— Entre Teresa. – Peço, mas ela não faz nada, só fica em pé
parada - Alice coloque Teresa no carro.
Alice puxa Teresa pelo braço para se sentar e ela se senta, logo
Alice fecha a porta, abre a porta traseira e se senta atrás

— Filha, volte pra mamãe! – Lorena implora


— Elas ficarão comigo. – Falo e entro dentro do carro
— Christoffer, não! – Lorena implora – Alice?!
— Eu vou com o papai, vou ficar bem. – Alice diz – Papai, anda!
Vou para a porta da frente, abro e entro no carro. Os enfermeiros
começam a atirar contra o meu carro, os pais se Teresa se
assustam e saem correndo para se esconder, Alice está agachada
no chão do carro e eu continuo olhando prós que atiram contra mim.
O carro é blindado, por isso não faz nenhum arranhão na minha
Ferrari. Sei que eles não são enfermeiros coisa nenhuma,
enfermeiros armados? Ah por favor, é lógico que Francis está por
trás disso, queriam Teresa, querem.
— Não pode conversar né? – Pergunto a Teresa que não responde
nada. Somente pisca duas vezes seguidas, será que foi uma
resposta? Ela está sendo ameaçada.
....
Estamos longe agora. Sinceramente em um lugar onde nem sei
onde é. Estou desconfiado que tem escuta no carro, por isso pedi ao
meu motorista para me encontrar no meio de uma BR pra fazer uma
troca, por garantia, mandei que ele comprasse um carro zerado,
Francis deve ter colocado escuta em todos os meus carros da
garagem.
— Teresa. Fala comigo. – Pedi assim que entramos no carro novo
— Papai a tia Teresa não vai falar. – Alice fala
Paro o carro no meio da estrada e me viro pra ela

— Terrie – Coloquei a mão em seu rosto – Por favor – Puxei seu


rosto com delicadeza e encostei sua testa na minha – Por favor...
— Oi. – Ela disse e eu espremo os olhos. Graças a Deus
— Oi. – Sussurrei – Eu tô aqui.
— Eu sei. – Sussurrou – Eu não devia ter ido atrás de Francis... —
Não precisamos falar disso agora. Aquilo acabou.
— Ele me ameaçou. Fiquei duas semanas sem poder falar nada, ele
disse que se eu falasse algo ia matar meus pais. Eles estão em
perigo Chris. Preciso voltar.
— Não precisa.
— Claro que precisamos, são meus pais.
— E a mamãe? – Alice pergunta desesperada – A mamãe também
está lá!
— Exatamente – Teresa se virou pra Alice – Tem Lorena, e Pedro...
Todos agora dependem de mim e de você.
— Ele tá tentando me usar te controlando, e tá conseguindo. – Falei
já nervoso com tudo isso – Preciso achar ele. .
— Precisamos.
— Hum... – Alice interrompeu - e se não precisássemos achar ele?
— Oi? - Teresa e eu perguntamos em uníssono

— Podemos achar um ponto fraco dele. – Alice sugere


— Não vamos perder tempo com isso – Falei – Precisamos achar
ele logo e...
— É! – Teresa se exalta – É isso Alice, sim! Sim!
— O que? – Dessa vez eu e Alice perguntamos em uníssono
— Se acharmos um ponto fraco de Francis podemos fazer
exatamente a mesma coisa que ele faz com você.
— Não conhecemos ele, não sabemos qual o ponto fraco dele. —
Talvez seria Fernando – Teresa sugeriu
— Ou Eva. – Sugeri
— Hum... Acho que não.
— Ele não tem nenhum filho? – Alice pergunta – Um filho seria
primordial. Christoffer e eu nos encaramos e olhando pra Alice.
— Um filho... – Sussurrei - seria possível? — Vamos ter que
descobrir. – Teresa fala — Como? – Perguntei
— Entrando no jogo dele

— Não, de jeito nenhum! Não quero que se aproxime dele de novo


Teresa.
— Chris...
— Já disse que não! – Me alterei com ela que me olha um pouco
assustada – Desculpa.
— A gente vai precisar se arriscar, entende? Se eu deixar que ele
me ameace talvez eu possa entrar na casa dele, saber onde ele
mora, procurar algo que ele goste... Precisamos de uma isca.
— Concordo com a tia Teresa. – Alice fala
— Se algo acontecer com você eu jamais me perdoaria.
Teresa se aproxima de mim e de leve beija minha boca, uma vez,
duas, três, quatro, agora que não deixo mesmo ela escapar.
— Nada vai acontecer comigo. Não vou te deixar. – Garantiu
Sinto uma angústia grande agora. Como posso ter colocado Teresa
nisso? tudo por causa do meu passado? Teresa não tinha que ter
nada haver com isso, eu tô estragando a vida dela. Não posso
deixar que ela se sacrifique, que ela se aproxime de Francis.
— Confia em mim? – Ela pergunta – Vamos fazer isso? Suspiro alto.
— Sim. – Menti

Óbvio que não. Amanhã mesmo vou achar Francis e acabar com
ele. Não vou deixar Teresa se sacrificar, vou mata-lo nem que eu
precise entrar dentro de um vulcão, e vai ser amanhã.
Capítulo 36
CHRISTOFFER
Acordo e Teresa continua dormindo. Estamos em um apartamento
onde aluguei na hora para não correr o risco de nós acharem aqui.
Alice está no outro cômodo e Teresa dormiu comigo. Apesar do dia
clarear ainda parece ser a noite. Não quero acorda-la, ela
provavelmente deve estar bastante cansada.
Me levanto e vou preparar o café da manhã. Pra Teresa, preparo
torradas com pasta de amendoim, biscoitos, e mamão com mel e
aveia, para mim e para Alice faço torradas com creme de abacate e
um suco natural de laranja.
— Bom dia papai. – Diz a voz fina e meiga de Alice
Ela se senta na mesa com o cabelo todo espalhado. Vou até ela e
tento fazer um rabo de cavalo para não ter risco de cair cabelo no
café.
— Dormiu bem? – Perguntei a ela
— Fiquei com medo de alguém subir pela janela, mas... Sim. –
Começou a beliscar a torrada com creme de abacate – Hum... Está
muito bom.
— Podia ter dormido comigo e Teresa. – Falo e ela levanta os
ombros
Teresa aparece na porta nos encarando em silêncio. Ela usa uma
camisola branca bem curta e seu cabelo louro está presa em um
coque bem alto, ela está descalça o que adoro ver ela assim,
simples, mas linda.

— Bom dia. Está com fome? – Perguntei


Ela vem até mim e me puxa pra um selinho. Antes que ela se senta
na cama a puxo pela cintura e começo a beija-la.
— Linda... – Sussurrei
— Estou morta de fome meu amor. – Falou e esfregou seu nariz no
meu — Eca. – Alice deixa escapar, mas ignoramos
Teresa se senta na mesa de perna de índio e começa a comer do
mamão. Ela parece bastante faminta, percebi que ela aparenta mais
magra, provavelmente estava se alimentando mal durante esses
dias.
— Dormiu bem Teresa? – Alice pergunta a ela Alice a odeia, está
nítido.
— Sim. E você, Alice?
Teresa também não gosta dela.
— Sim. Mas não muito sabendo que você colocou meu pai em
perigo ontem.
Teresa ignora e continua comendo do seu mamão
— Francis a ameaçou. Sua mãe já te contou como funciona – Falei
com Alice – Sabe que ele quer me afetar, por isso prefiro ficar com
vocês duas, só assim posso proteger vocês.
— Não pode nos proteger pra sempre – Alice diz – Principalmente
Teresa, ela é adulta pai, sabe o que faz.

— Você não imagina. – Teresa diz a Alice


— Não imagina o que?
— Como é ser ameaçada. – Fala e meus olhos caem para a mesa –
Tudo que eu fizer para sobreviver ou para proteger o seu pai, eu
vou.
— Não vai mais precisar passar por isso meu amor. – Apertei seus
ombros releve – Estou aqui.
— Claro que está. Você sempre decide quando vai embora ou fica
não é Christoffer?
— O que?
— Pela segunda vez decidiu ir embora e pela segunda vez eu
paguei por isso. — Por que do nada essa discussão? – Esbravejei
— E por acaso menti? Sempre quando algo acontece você decide
pegar suas coisas e ir embora, da primeira vez eu virei escrava por
isso e agora da segunda fui ameaçada fiquei dias, semanas sem
abrir a minha boca. Sei que quer me proteger, mas pensando bem...
Por que? Você não gosta de mim, sempre quando tem a
oportunidade você se afasta de mim, sempre quando tem problemas
você some e me deixa aqui, sozinha pra carregar sua bagagem!
— Eu precisava pensar...
— Ah, precisava? E eu? – Ela se levanta da mesa – Eu não
precisava? Você só me protege quando quer me proteger? Quando
não quer você some?
— Você foi ver Francis. Sendo que eu te pedi...

— Eu precisava saber a verdade! – Ela se altera – Eu entendo que


iria me contar na hora certa, mas eu não aguento mais esperar a
sua hora chegar. Você decide as coisas dessa relação, você que
decide quando estamos bem, quando vai embora, quando volta,
quando me conta a verdade, e eu... - ela deixa escapar um soluço -
quer saber? Acho que eu vou indo dessa vez.
— Não. – Agarrei o braço dela – Me entenda...
— Por que? – Ela estreitou os olhos – Por que preciso te entender?
E enquanto a mim?
Ela fica me encarando esperando uma resposta e eu suspiro baixo.
Tenho vergonha de mim por fazer isso, vergonha de mim porque
sou um tremendo covarde.
Solto o braço de Teresa e ela vai para o quarto e tranca a porta.
— Devia ter se explicado. – Alice me diz e eu volto a me sentar na
mesa — Eu devia ter feito tanta coisa, mas não fiz. – Falei e voltei a
comer. ..... .. ....
TERESA
Acordo com um barulho estranho vindo da janela. Estou no quarto,
sozinha. Depois da discussão Christoffer não veio me procurar e eu
também não o procurei já que ele estava errado. Olho pro relógio na
parede e marca 23:45, me levanto quando uma pedra acerta o vidro
da minha janela, o clima está pesado, meio ruim. Não é Christoffer
ele está aqui, eu espero...
Me levanto e o telefone toca, não vou até a janela, não mesmo!
— Alô. – Atendo trêmula o número confidencial. Alguma coisa está
errada.

— Oi Terrie – Diz a voz de Francis através do telefone. Meu corpo


congela, paralisa. Não creio que ele nos achou – Mova-se bem
devagar para a janela.
Merda.
Pego o meu casaco e estou pronta pra dar um fora daqui.
— Antes de pensar em fugir, estou com Alice. – Ele diz - então
pense bem ou vai ouvir um barulho alto do tiro estalando bem na
cabeça da sua enteada, aliás... É o que você quer, não é? Nunca
gostou dela. Eu sei de tudo Teresa, tudo sobre a sua vida, então
mova-se lentamente para janela.
Merda. Não tem muito jeito vou ter que aparecer. Mas antes, envio
uma mensagem rápida de socorro no telefone de Christoffer, mas a
mensagem não chega. Merda Chris!
Apareço na janela e lá está ele, e mais 5 homens segurando dois
fuzis em cada mão e mirando pra mim. da janela ao lado está Alice,
e tem um fuzileiro com um laser vermelho bem mirado na cabeça
dela, ela está com os olhos apertados, sabem que estão aqui. Onde
diabos Christoffer está?!
— O que quer? – Perguntei ao velho com o tampão no olho que não
para de me encarar. Sua cara está toda ensanguentada, sua
aparência física é horrível, como se ele tivesse caído de um
penhasco enorme. Alguém arrebentou a cara dele.
— Está vendo isso? – Pontou o dedo para sua cara – Foi o meu
irmão.
O que? Mas que diabos?! Christoffer foi atrás de Francis sem mim?!
E o pior... Ele não voltou
— O que você quer comigo? Achei que o problema que tinha pra
resolver era com Christoffer! Tem medo dele não tem? Tem medo de
enfrentá-lo?

— Ah... Meu irmão Chris? – Ele riu - ele deve tá numa vala agora.
Caiu na minha armadilha direitinho.
— O que quer dizer com caiu numa vala?
— Christoffer está morto. – Ele diz e eu nego com a cabeça – E
agora você é minha!
Capítulo 37
TERESA
— Christoffer está aqui! – Endureci a voz. Não sei se de fato se ele
está aqui, mas se esse homem estiver tentando me enganar não irei
cair – Toma cuidado.
Francis gargalha alto.
— Eu? Tomar cuidado? - Seu semblante agora é mais sério - tem 40
segundos pra você e Alice descerem até aqui, ou uma das duas...
— Eu não vou...
— UM... DOIS... TRÊS... - começou a gritar
Corro para o quarto de Alice às pressas e abro a porta. Ela está
paralisada na janela do quarto.
— Teresa o que está acontecendo?! – Ela me pergunta assustada

— Onde está seu pai?! – Falei desesperada a puxando para fora da


janela e pegando um casaco para por em seus ombros
— Não está aqui! Ele falou que precisava sair pra fazer compras!
Francis nos achou Teresa! – Falou desesperada – O que faremos?
Precisamos esperar meu pai...
— Não dá pra esperar Chris, temos que fugir! – Puxei ela pela porta
– Pelo fundo!
— Minha bengala...
— Não dá tempo! Eu vou guiando você! – Falo enquanto descemos
as escadas correndo e ao mesmo tempo guio ela.
Assim que passamos pela sala, ouço alguém entrando. Puxo Alice
pra um quarto da bagunça e tranco a porta, ela o cômodo mais
próximo e seguro até então.
— Sei que está aqui Teresa. – Um dos homens de Francis fala – Se
não aparecer. Será bem pior.
Alice pega o celular que é especial para pessoas cegas o que é
surpresa para mim pois não vi que ela pegando esse telefone
— O que vai fazer? – Sussurro pra ele ouvindo os homens entrarem
— Ligar pro fixo dessa casa, fica bem no meu quarto, irão atrair eles
lá pra cima e podemos passar pela porta. – Falou.
— Esperta. – Falei um pouco desesperada de mais
Alice faz o que combinou, e podemos escutar alguns homens
dizendo que estamos lá encima e logo vem o silêncio depois que
sobem a escada.

Ótimo!
— Se estiverem lá fora? - ela me pergunta com medo
— Precisamos ser corajosas. – Fui até a janelinha do quarto da
bagunça e espio do lado de fora - não tem ninguém, vamos pelo
jardim. – Falo e ela assente
Alice e eu saímos silenciosamente e por sorte realmente não tem
ninguém, passamos pelo jardim do edifício mais como se fosse um
labirinto. A neblina toca minha pele que se arrepia diante o frio, só
agora percebo que estou de camisola e descalça, percebi ao pisar
em um caco de vidro pequeno, mas a adrenalina não permite que a
dor me atrapalhe.
Alice e eu estamos correndo até uma porta pequena de grade,
assim que chegamos, Alice consegue atravessar
— Vem! – Alice diz e eu começo a passar, mas sinto alguém segurar
o meu braço com muita força. Francis.
— ALICE, CORRE! – Falo e Alice sai correndo sem direção. – A
SUA DIREITA! ME SOLTA!
Francis tampa minha boca.
— Cala a sua boca sua imunda! – Sussurrou no meu ouvido
enquanto tento me soltar - vamos lá pra dentro!
— Não! – Me debato contra Francis dando várias séries de chutes e
socos nele, mas paro, quando ele acerta um murro na minha cara e
caio no chão
Estou desorientada. Francis me levanta pelo braço e me leva pra
dentro da casa, quando entro na sala ele me joga no sofá. Estou
cercada de homens
armados, estou morrendo de medo. Onde Chris está? Por que ele
fez isso comigo?
Não demora muito e Alice também entra na sala carregada de um
homem enorme, quando colocam ela sentada do meu lado, percebo
que seu olho esquerdo está bastante machucado.
— Alice! – Peguei seu rosto pequeno – Seu nojento! Como tem
coragem de bater em uma criança?! Nojento!
O homem enorme abaixa a gola da blusa e mostra a mordida que
provavelmente Alice deixou em seu pescoço. Nesse momento, Alice
me abraça tampando seu rosto morrendo de medo.
Francis pega uma cadeira e se senta de frente para nós.
— Tá fácil. – Ele diz olhando para mim, com uma cara... Maliciosa –
O seu marido, foi atrás de mim, ele... Tentou me matar, e confesso
que foi por um fio! – Ele se levanta rindo um pouco, se divertindo
disso tudo – Ele sabia que se não desse certo não teria ninguém por
vocês, mas ele falhou.
— Ele não falhou, tenho eu por nós. Acha o que? – Cerro os dentes
- e mais... Christoffer nunca ia deixar você fazer nada comigo e com
Alice!
— Então o que é isso pra você? – Tirou o celular do bolso e me
mostrou uma foto de Cris
Me levanto com a mão na boca paralisada. Christoffer está deitado
no chão, ensanguentado, seu rosto não parece seu rosto mais, está
todo machucado.
— Não... – Deixei escapar
— Papai! – Alice gritou – Teresa o que tem na foto?? — Mostre a ela
Terrie.

— Não... – Me sentei ainda paralisada com o que acabei de ver –


Alice não enxerga. – Sussurrei enquanto senti as lágrimas e o
desespero escorrerem – Ele não...
— Está morto? – Francis riu – Não se preocupe ainda não – Fez
uma ligação e colocou no meu ouvido – Deixei ele vivo pra vocês se
despedirem, porque sou bonzinho quando quero.
Meu corpo não se mexe, tudo que penso é que Chris está vivo, que
ele não fez isso, que tenho que fazer alguma coisa, que preciso sair
daqui e socorrer o meu amor! Ele está todo machucado, em toda
minha vida eu nunca vi ele assim, ele não pode...
— Teresa. – Diz a voz grossa e rouca no telefone que eu
reconheceria em qualquer lugar
— Christoffer. – Falei desesperada – Christoffer onde você está?! –
Peguei o telefone da mão de Francis – Onde você está?!
— Eu vou ficar bem. – Falou baixinho – Eu falhei com o plano.
— Me deixa falar com o papai!! – Alice grita, mas Francis a segurou
se aproximando dela
— Calma meu amor... A gente vai resolver – Falei entre choro – Só
volta pra mim pelo amor de Deus...
— Seu tempo está acabando! – Falou um homem de trás do
telefone, provavelmente o que irá tentar matar Christoffer – 5... 4...
— Siga o plano de Alice. – Ele disse — O que? – Sussurrei

— 2...
— Não... Christo...
— Teresa o que está acontecendo??? – Alice pergunta
— Teresa eu te amo. – Falou e sua voz estava trêmula agora, como
se estivesse com medo – Cuide de Alice.
— NÃO! – Gritei em meio ao desespero - CHRIS PELO AMOR DE
DEUS...
— 1...
— Eu te amo! – Gritei no telefone entre choro quando ouço um
barulho de tiro muito alto e logo depois um estrondo – Christoffer?! –
O chamei, mas não houve resposta – Christoffer? – Ainda sem
resposta – Chris... Não...
— Ele não vai responder! – Francis toma o telefone da minha mão e
meus joelhos se dobram - Está feito? – Ele pergunta ao homem que
estava com Chris
— Teresa... – Alice diz com medo – Teresa?! O que houve com meu
pai?!
Perco totalmente o foco. Estou sem chão, sem razão, a única coisa
que sinto é dor. Christoffer está morto, isso é tudo que ronda na
minha cabeça. Meu Christoffer está morto.
— Bom... – Francis vem até mim enquanto ainda permaneço de
joelhos - Está pronta?
Todas as imagens de Chris e eu rondam na minha cabeça. De todas
as vezes que ele me protegeu, e eu não fiz nada, absolutamente
nada para protege-lo, acho que nunca em toda a minha vida senti
uma dor assim. Não faz sentido eu continuar vivendo mais, com
essa culpa, dor e angústia. Eu perdi o amor da
minha vida, e está doente, de mais... De mais... Como um fogo que
queima por dentro, estou desesperada!
— Meu pai... – Alice diz entre soluços – Meu pai Teresa...
— Logo vocês irão superar. – Francis diz frio
Me levanto inconscientemente e vou até o armário que tem nessa
sala, abro uma das gavetas e pego uma faca pontiaguda de lá. Os
homens na sala estendem a arma pra mim fazendo um barulho
enorme de fuzis na sala.
— O que está acontecendo? – Alice pergunta olhando para o nada
— O que vai fazer? – Francis ri – Não pode me matar!
— Não posso... – Sussurrei – Mas posso me matar. – Coloquei a
faca na minha garganta
— Não! – Alice grita – Teresa não me deixa aqui sozinha!! – Ela diz
entre choro – O papai vai voltar e ele precisa de você Teresa! Não
me deixa aqui!
— Deixa de gracinha e larga logo essa merda de faca! – Francis
veio até mim – Você não faria... – Ele diz
E é tarde. A faca é tão afiada... Parece ainda mais afiada quando
sinto ela na minha garganta. Perco o equilíbrio e caio batendo a
cabeça no chão. Francis vem correndo ate mim e tampa o sangue
da minha garganta, Alice também corre até mim enquanto grita meu
nome, mas um dos homens armados o agarra. Vejo Francis gritando
que precisam chamar uma ambulância, que se eu morresse ia matar
todo mundo, a voz dele foi ficando mais distante, tento empurra-lo
pro meu sangue jorrar, mas estou ocupada de mais me afogando
com meu próprio sangue, está doendo... Estou perdendo o foco... E
tudo vai ficando cada vez mais distante...
— Merda! – É a última coisa que ouço vindo de Francis
De repente vejo Chris na minha frente, estou delirando? Estou
morta? — Chris... - tento dizer, mas minha voz não sai
Meus olhos se fecham e não ouço mais nada.
Final
TERESA
Abro os olhos sentindo um desconforto na minha cabeça. O
travesseiro é muito duro, confesso que nunca me senti tão
desconfortável assim.
Quando olho para o lado, percebo estar em um quarto muito chique,
além do mais, ouço barulho de cachoeira, e sinto cheiro de terra
molhada.
Olho para meu corpo e estou vestida uma camisola vermelha, me
levanto, o chão está gelado, na verdade aqui faz muito frio. Quando
me olho no espelho sinto algo estranho no meu rosto, como se algo
não se encaixasse bem. Meus cabelos estão bastante negros, como
um castanho escuro, assim como meus olhos, um castanho quase
preto. Passo a mão no meu cabelo e estão bastantes sedosos,
porem...sinto cheiro de... Tinta?
A porta se abre
— Mamãe! – Uma garotinha pequena entra no quarto. Ela tem os
cabelos da mesma cor que os meus, e usa uma bengala especial
para pessoas cegas e óculos escuros

Estou confusa. Muito confusa...


A garotinha me abraça e eu fico paralisada. Até que um homem
mais velho entra de terno e gravata, ele também usa um tampão no
olho, é bastante alto e tem os olhos claros, não o reconheço.
— Olívia... – Ele sussurra
Olivia?
— E-eu... – Tento dizer algo mas nada sai
O homem se aproxima de mim e encosta sua testa na minha
— Eu sei que não se lembra de nada, sofremos um acidente. –
Passou o dedo no meu rosto – Mas iremos ficar bem. Irei reconstitui
nossa família.
— Você é...
— Seu marido. – Ele sorri – Se não se lembrar, podemos casar de
novo. – Beijou minha testa
— O seu nome? – Perguntei meio sem jeito
— Ela não se lembra mesmo! – A garotinha diz preocupada
— Teremos que ter paciência meu bem – Ele disse pra criança que
está sem os dentes da frente – Não se lembra mesmo do meu
nome?
— Não...

— Christoffer. – Ele diz e franzi o cenho. – Me chame de Chris.


Christoffer?
Ele me deu um abraço. Na verdade... Esse nome pra mim não me é
estranho...
— Christoffer? – Sussurrei
— É mamãe! – A garotinha diz entre risos
Fecho os olhos ao tentar lembrar de algo, mas nada sai da minha
cabeça, não me lembro de absolutamente nada.
Sinto de repente os lábios de Christoffer nos meus e meus olhos se
abrem no susto
— Case comigo de novo? – Ele pergunta
— E-eu...
Antes que eu termine ele coloca uma aliança no meu dedo.
— Eu vou cuidar de vocês, não se preocupe, ok? – Ele diz e eu
assento – Eu te amo meu amor, irei contar o que aconteceu. – Ele
me guia para me sentar na cama – Bom... Estávamos no carro, e
discutimos um pouco enquanto voltamos de um restaurante, então
nisso um caminhão de mantimentos...
Não me lembro de nada, do que houve ontem. Mas conheço esse
nome... Christoffer... me sinto segura quando penso nesse nome, de
toda forma é aqui que eu quero estar, me sinto segura com...
Christoffer.
CONTINUA....
AGRADECIMENTOS
Gostaria agradecer de início, Nicole Froes por editar o meu livro. Sei
que é chato alguns erros ortográficos e vocês não merecem, porém
ainda não tenho condições em arcar com uma editora paga. Mas
fico feliz por quem me apoia, quem gosta dos meus livros e pelo
recados amorosos que sempre recebo referente ao livro. Gostaria
de dizer que pra quem está ansioso para a chegada do terceiro livro,
siga o insta @o_ceo_e_a_roceira para informações e spoilers, ou
leia a prévia gratuita do terceiro livro no Wattpad. Obrigada pelo
carinho e incentivo, até o terceiro livro!!

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