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TERESA
- Uhuuuu, apareça pra mim Teresinha, sei que está aí! – Diz a voz
asquerosa do homem à minha frente mas eu espremo os olhos -
Não vou te fazer mal algum eu juro! Só quero te dar um carinho...
Estou escondida atrás de um barril grande, um respiro alto e ele
com certeza me acharia.
- Não vai aparecer? Prometo que não vou te machucar minha
princesa, oh vamos combinar, eu conto até três e você aparece ok?
Um... Dois....
Antes que ele terminasse eu me levanto de onde estou. Ele olha pra
mim com um sorriso no rosto e dá um passo à frente, mas aponto a
arma que eu segurava atrás de mim pra ele - Você não atiraria. –
Ele diz e eu continuo apontando sentindo minhas lagrimas
escorrerem na minha bochecha – Teresinha? - Deu um passo à
frente
- FICA LONGE! – Grito e ele se assusta quase caindo para trás -
não duvide do que posso fazer nesse momento! - Limpei meu nariz
que escorria – eu vou atirar!
- Ah é? Então vai... atira minha querida! – Me desafiou – ATIRA! –
Gritou comigo e sem pensar duas vezes atiro no homem que cai no
chão de joelhos.
5 anos antes
- Certo – senhor Ozir começou – Em primeiro lugar, precisa saber
que enquanto o dono dessa fazenda não estiver aqui, é eu quem
mando nela, eu sou o mordomo daqui então você obedecerá minhas
ordens - Ele diz e eu assinto. Estamos pela fazenda que dá duas da
minha, aqui é muito grande – Você fará de tudo nessa fazenda,
desde faxina até administrar a colheita e o gado. A faxina
acontecerá uma vez por semana e a limpeza duas, o resto do tempo
você cuidará do celeiro e administração. O dono não quer contratar
mais ninguém por que não parece, mas estamos falidos, bom... Eis
a sua missão.
- Missão? – Abaixei as sobrancelhas
- Você irá enriquecer essa fazenda – Ele fala e eu dou um sorriso
forçado – e trabalhará de 06:00 até às 22:00 da noite.
- Espera... O que? – Surtei – não posso trabalhar esse horário todo,
fui aceita em Yale no exterior, estou me mudando pra lá!
E sim, é a mais pura verdade. Na verdade, não sei bem o que
aconteceu, durante o período da construção da fazenda de meu pai,
fiz uma prova mundial que estava acontecendo numa universidade
próxima daqui, não sabia que seria escolhidas 20 bolsas pros EUA,
e bom... Recebi uma carta meses depois dizendo, Parabéns Teresa,
você ganhou a bolsa integral para estudar em Yale, universidade
privada de ensino superior Norte-Americana.
Bom, eu vejo ele todos os dias, mas não conversamos muito por
não ter tempo. Pedro também trabalha aqui, mas não como escravo
como eu. Ele fica com a parte de administrar os animais, fazer a
reposição de comidas, banhos, reproduções e ver tudo que falta, na
verdade... Eu sou a chefe dele já que ele sempre me pergunta
quase tudo o que ele deve ou não comprar e o que comprar para
renovação de estoques.
— Oi. – Ele desceu do cavalo
— Como estão as coisas? Como está? – Perguntei ansiosa de ouvir
ele falando comigo de novo
Apesar de ter passado um ano, ele ainda continua o mesmo, só que
mais bonito. Seu cabelo está um pouco maior dessa vez, e sua pele
mais bronze por causa do sol.
— Bem, porém estou cansado mas não queria te falar isso porque
posso imaginar como você está. – Ele diz e eu forço um sorriso -
isso nunca vai passar.
— Pra mim não mesmo, mas tenho esperança que pra você algo
mude. – Falei riscando coisas na minha prancheta
— Você está indo bem, está fazendo um ótimo negócio e o melhor...
Sozinha.
Como eu disse e repito, além de finanças e empreender a fazenda,
também faço marketing com o mercado que irá abrir na fazenda,
descobri que sou boa com computador.
— Obrigada. Gosto de fazer isso – Falei sincera – porém... Não
queria estar fazendo as coisas dessa forma. Preferia que tudo fosse
diferente. – Falo e ele enfia as mãos no bolso. Pedro sempre sente
quando estou realmente precisando de chorar ou ter um surto a
qualquer hora.
— Sabe – Falou quebrando o silêncio – eu não queria te dizer, mas
recebi uma notícia da cidade sobre... Bem... Sobre Lorena e Chris...
— Não quero saber! – Falei antes dele terminar o nome
— Teresa, eu sei que tudo o que houve foi...
— Não ouse falar como se fosse algo insignificante Pedro, não
ouse! – Senti minhas lágrimas se formarem de imediato. Sinto ódio
disso.
— Claro que não, mas eu só acho...
— Você não tem que achar nada! – O interrompi - volte ao trabalho
antes que Ozir pegue nós dois - Falei andando às pressas – e ah! –
Me virei pra ele – nunca mais me fale desse nome ok? Nunca!
— Para o que? Pra me matar? – Ela tirou sua mão do meu pescoço
– Ou pra matar a criança?
— Tanto faz. – Falo e ela me empurra – Já falei pra não me tocar de
forma agressiva. – Agarrei seu braço
— Bom... Não sei se estou grávida ou não, mas se eu tivesse... Eu
não tiraria.
— Então se eu fosse você eu começava a fugir hoje. – Tirei ela de
baixo do chuveiro – Não faz a mínima ideia do que sou capaz.
— Sei sim – Me agarrou pelo pescoço - sei que é capaz de me foder
toda por trás. Ela fixa seus olhos nos meus. De alguma forma... Isso
me lembrou dela.
— Então se vira. – Falo e ela vira as costas pra mim
— Fácil.
— Sou paga pra isso, não sou? – Ela pergunta e eu a puxo pelo
cabelo e logo encaixou nela por trás a fodendo com força. Fecho
meus olhos imaginando ser outra mulher enquanto faço isso
Capítulo 3
TERESA
— Ok, bom... Convoquei essa reunião para dizer que o mercado
está funcionando bastante bem, apesar das quebras dos caixas -
olhei fixamente pra alguns que mais sofreram com isso –
Conseguimos recuperar os gastos e posso dizer que pretendo
aumentar o salário de cada um aqui presente.
Todos parecem felizes e confesso que até eu fico com isso.
Depois de 3 anos, o funcionamento do mercado está perfeito.
Contratei operadores de caixas fiscais e repositores, e além do
mais... Empregadas domesticas para a mansão, está tudo
funcionando bem por enquanto.
— Teresa! – escuto, Ozir me chama e poupo revirar os olhos na
frente de todos os funcionários da fazenda
— Continuem comemorando, estarei aqui em segundos. – Falo
gentilmente aos funcionários do supermercado
— Claro. E quer falar algo sobre sua irmã? – Nego com a cabeça -
tem certeza? – Assenti dessa vez – Ótimo. Então pode começar a
falar
A sessão durou uns vinte minutos, e logo que terminei fui direto para
academia não demorei muito lá porque corri para a fazenda. Faz um
ano que estou fazendo terapia e confesso que está sendo de
tamanha ajuda, Pedro me apoiou muito pra chegar até aqui.
Depois de tomar um banho na academia mesmo, visto uma blusa
preta sem decote e um jeans cós alto vintage e vou direto para o
trabalho.
Chego na fazenda e já avistei o senhor Ozir vindo até mim. Passo
olho no mercado e tudo está em perfeita ordem. Ótimo.
— Então é assim? – Ozir começa a me seguir – Sai quando quer e
sem dar informações?
Ozir usa um terno que aparenta ser velho é uma blusa branca social
branca por baixa. Durante esses anos seu cabelo da frente o que o
fez parecer um velho ainda mais rabugento.
— Já fiz minhas tarefas de hoje. – Falo e sinto suas mãos no meu
braço — Você não sai, até quando eu falar pra sair. – Endureceu a
voz comigo
— Tira a droga da sua mão de mim! – Me larguei dele – Se
preocupe com seu serviço, a fazenda está em perfeita ordem.
— Acha que é a dona daqui? Más notícias pra você, Francis está na
fazenda.
— O que? – Sussurrei – Merda! – Desviei os olhos – Cadê ele?
— Pra o que? Vai expulsar ele daqui? – Agarrou de novo meu braço
– Se preocupe com sua dívida! — Minha dívida já está sendo paga!
— É o que acha. – Agarrou meu cabelo – Depois disso tem muito,
muito mais. – E se distanciou de mim
Abri um espaço e a mulher vai até o fogão e prova da sopa que está
fervendo. — Está muito bom! – Disse surpresa – Com as cebolas
ficará ainda melhor! — É.
— Uma pena que Alice odeio cebolas. – Disse entre riso e
permaneci sério
— Uma hora ela passará a gostar. – Falei e ela assentiu
— Me chamo Teresa. – Falou e sinto meu corpo travar – É um
prazer.
— Unhum. – Falei e me virei para as cebolas – Vá vê ser Alice
precisa de algo. Ela assente e se retira da cozinha
Volto a atenção pra cebola e quando termino jogo na panela. Sinto o
ar parar de circular e vou para o banheiro passando pelos fundos.
Quando chego lá, me sento no vaso e coloco a mão no rosto
sentindo as lágrimas caírem, mesmo depois de dois anos ainda dói
não ter ela comigo, eu queria que tudo fosse diferente, eu daria tudo
pra poder vê-la uma última vez, tudo.
Capítulo 6
CHRISTOFFER
Já é seis da tarde, estou no sofá da sala vendo filme enquanto a
babá de Alice está com ela lá encima. Meus pensamentos não
pararam hoje, a cada dia que passa estou pior nesse lugar, devo
estar sendo punido só pode, sinto falta de ir trabalhar na empresa,
de conversar com Elisa, até hoje não liguei uma vez se quer pra ela,
gostaria de saber o que aconteceu quando fui embora.
— Christoffer? – A babá chama atrás de mim – Sabe onde posso
me secar?
Olho em direção pra ela e tomo um susto. Ela está toda encharcada,
e sua camiseta branca está literalmente deixando seus seios à
mostra
— Fui brincar com Alice enquanto dava banho nela e acabei caindo
na banheira. — Posso te emprestar uma blusa de frio e deixar você
ir pra casa. – Me levanto
— Vai embora!
— Não pode me despedir, não foi você que me contratou...
— Vai fazer eu mesmo te tirar a força?! – Falo e ela morde os lábios
maliciosa — Me tira a força! – Tentou me beijar, mas eu a empurro e
pego ela pelo braço — Papai? – Escuto Alice me chamar do quarto
dela Levo a mulher pra fora da minha casa a força enquanto ela
tenta se soltar, assim que chego lá fora, pego meu moletom da sua
mão e fecho a porta de vidro, ela começa a esmurrar forte pra eu
abrir e espernear. Escuto Alice chorar assustada lá encima por isso
abro a porta.
— O que diabos você quer? O que quer? Acabar com minha vida?!
— Prometo não dar mais encima de você eu juro, mas por
favor...não me despeça – Começou a chorar – Por favor... — Vá
embora Teresa. – Falo e sinto uma dor imensa por citar esse nome.
Capítulo 7
TERESA
— Agnes, vem pra cá! – Falei ainda com o taco de beisebol na mão
apontando para o homem
Seus olhos são de um azul intenso como os de Christoffer, seus
cabelos da cor de mel castanho como o de Christoffer, e até a sua
altura é igual a dele, tirando seu físico que parece um pouco mais
forte, mas ainda sim ele se parece com Christoffer, sei perfeitamente
quem ele é.
Agnes vem até mim esticando a blusa no corpo pra tampar a parte
de baixo que está pelada.
— Isso confirma todas as minhas teorias. – Falo e o homem me olha
confuso – Você é irmão de Christoffer Lins, e foi você que incendiou
minha fazenda pra me fazer trabalhar de escrava!
Capítulo 8
CHRISTOFFER
— Teresa, não vai comer? Sua mãe fez um bolo de cenoura que...
— Não dá tempo pai – Peguei uma maçã verde – E sabe que não
como massa de manhã. – Coloquei meu salto às pressas
Depois de horas na academia corri pra casa para tomar um banho e
ir direto para o trabalho. Coloquei um vestido branco a cima dos
joelhos, sequeira rapidamente meus cabelos e fiz um babyliss
atrapalhado.
— E a entrada no carro? Você já deu? – Meu pai perguntou e toma
um gole do seu café
— Vou comprá-lo a vista. – Falo e ele quase engasga
— Como avista?! Não tem dinheiro pra isso tudo! – Reviro os olhos
tentando acertar o coque enfrente o espelho da sala - Teresa...
— Pai não se preocupe.
— Ja gastou dinheiro com estéticas, agora vai comprar um carro? E
o pior... A vista? – Colocou a mão na testa – Se descobrirem que
você está fazendo esse desvio...
— Acho que já sabem. – Falo – E além do mais... Não vão me
mandar embora, e se mandassem seria sonho realizado.
— Sua mãe e eu não estamos mais te reconhecendo. – Disse num
tom decepcionado
Desde que cheguei na roça a quatros anos atrás, não contei a meu
pai sobre a traição da minha mãe, tudo ficou muito apertado, a
construção da minha casa, meu serviço e o de Pedro dobrou,
desenvolvi ansiedade e depressão, eu entrei em crise, e ainda
confesso nem estar 100%. Ainda sonho com aquilo, as lembranças
ainda me apavoram. Pedro foi o que mais me ajudou, nos
reaproximamos mais, e até minha mãe e eu somos mais unidas
agora. Não quero contar o que houve sendo que ela se arrependeu
daquilo. Apesar de tudo, ainda continuo chateada apenas com meu
pai porque culpo ele por essa dívida, ele devia ter me contado.
— Preciso ir. PEDRO! – Gritei ele que logo aparece com a cara de
sono
Ele usa um jeans velho é uma blusa preta gola V. Provavelmente foi
a primeira roupa que viu pela frente.
— Vamos. – Ele fala – Que vestido é esse? — Gostou? Comprei
ontem quando...
— Com quem pensa que está falando?! – Franzi o cenho pra ele –
Abaixa seu tom...
— Vá se ferrar! – Me alterei ainda mais – Já não basta eu fazer a
porcaria do meu trabalho de graça pra você e ainda entra aqui me
cobrando coisas?! Sai daqui!
Fernando correu até mim e me agarrou pelos braços. De perto ele
ainda é a cara de Christoffer, ainda acho que minha teoria estava
certa disso tudo, que na verdade... Ele pode ser Fernando.
— Se continuar gritando, sua dívida irá aumentar por mais um ano.
Seus olhos são de um azul bastante claro, e ele também é bastante
alto, sua pele é bem bronzeada e o corte de sua barba... Perfeita.
— Tira suas mãos de mim. – O ameacei
Fernando abre a boca para me rebater e nessa mesma hora Brenda
a fiscal do supermercado entrou nos interrompendo, Francis me
solta por isso.
— Teresa - ela disse um pouco espantada com o que viu - chegou
isso pra você. – Estendeu uma carta para mim — Obrigada Brenda,
pode voltar ao trabalho.
Brenda assente olha esquisito para Fernando e sai do meu
escritório.
Assim que eu ia abrindo a carta, Fernando toma da minha mão.
— Qual é a sua hein? – Falei exausta com as atitudes dele
— A fazenda é minha então a carta também. – Falou enquanto abre
Ótimo ele ter que me avisar toda hora que a fazenda é dele, um
dono de verdade não precisa avisar que é dono porque ele é
respeitado e todos sabem, diferente de Francis ou Fernando seja lá
o que esse idiota for. Achei que tinha engolido esse papo de Francis
mas vendo ele pela segunda vez, percebo que não.
— Hum. – Foi até minha cadeira e se sentou. Senti raiva por isso.
Como ele ousa?!
— O que diz? – Perguntei pra ele que vira sua atenção pra mim
Ok confesso, Fernando é mesmo muito bonito, se ele fosse
qualquer outro cara eu certamente me aproximaria.
— É uma festa na cidade pra empreendedores – Falou –
Descobriram você por causa do negócio todo que fez e agora
querem sua presença.
Cidade? Onde tudo aquilo aconteceu? Onde fica a mansão de
Christoffer, o escritório e onde Lorena e sua filha está. Achei que
nunca mais voltaria pra lá.
— Entendo. – Falei pensativa quase esquecendo da presença de
Fernando
— Nós vamos. – Concluiu
— Nós? – Bufei – Credo, não mesmo que vou sair com você!
— E por que? – Veio até mim – Aposto que me acha um gostoso por
que teria vergonha de sair comigo já que sou lindo?
— Você não sabe nada de finanças. – Falo e ele cruza os braços - e
olha... Não quero você me enchendo o saco! — Eu vou e é você
que vai me acompanhar.
— Como?!
— Você vai, como minha secretária.
Cerrei os punhos e fechei os olhos pra não ter que voar em
Fernando. Coloco o dedo indicador na testa tentando me conter.
— Quer saber? – Suspirei alto – Por que não vai sozinho... A não
espera - dei um sorriso forçado – Você é burro e ignorante não
entende nada do que está acontecendo aqui!
— Onde arrumou dinheiro pra por silicones? – Cresceu os olhos no
meu decote – E você... Tá meio diferente do que era antes
fisicamente suas roupas e mais... Como tá conseguindo dinheiro?
— Isso não é da sua conta. – Fui até minha cadeira e me sentei já
que por graças a Deus ele saiu.
— A não? – Veio atrás de mim – Quem ficou na fazenda quando
estava na cirurgia do seus peito? Até onde sei... Você trabalha das
08:00 as 23:00 todo santo dia.
Logo volto a fazer o que tenho pra fazer e assim que termino saio da
fazenda para resolver negócios sobre a compra do meu carro.
Capítulo 10
CHRISTOFFER
— Posso entrar? – Lorena pergunta depois de bater três vezes na
porta
Estou no meu quarto e com dois computadores ao mesmo tempo
fazendo a) novos modelos de roupa pra inauguração de inverno
mês que vem b) Conferindo os modelos de fragrâncias da minha
marca de perfume.
Depois da minha aliança com Ramiro, não mecho somente com
roupas, mas também com calçados roupas infantis perfumes e
maquiagens que fica com a parte de Lorena. A marca Lins está
inspirada e espalhada no mundo todo por ser produtos veganos e
não testados em animais, por isso, depois de quase cinco anos
quase não saio de casa, e se saio... com seguranças.
— Precisamos conversar. – Lorena diz entrando e se sentando na
minha cama
Mesmo depois de quase cinco anos, Lorena e eu não nos
relacionamos muito bem. Dormimos em quartos separados e só
estamos juntos aos domingos que é quando estamos em casa, mas
somente pela Alice. Pra falar a verdade... Tem dias que nem a vejo,
assim como Alice. Mas confesso não gostar de ficar longe daquela
sapinha.
— Depois, to ocupado. – Falei focado no meu trabalho - pode me
mostrar os resultados das amostras da sua base líquida? Ouvi
comentários que algumas pessoas estão tendo alergias com os
produtos.
— Já estou resolvendo. – Ela diz e eu assento – Christoffer... –
Suspirou baixo – Não podemos mais ficar assim.
Continuei calado.
— Achei que as coisas iam mudar depois de cinco anos, mas... Só
estão pirando. Tem dias que não te vejo e Alice cobra isso de mim,
achei que tinham se reaproximado. O único dia que passamos
juntos é final de ano e olhe lá, já que ano passado passou numa
festa com Madeline.
Como sabem, Madeline é minha ex amante e assistente e agora
secretária. Ela faz um bom serviço, e me respeita durante o
trabalho, claro que ela ainda dá encima de mim mas gosto tanto do
serviço dela que acabo não me importando. Lorena desconfia que já
tivemos um caso, talvez até sabe já que as duas não se dão bem,
mas de qualquer jeito... Ela finge não se importar.
Meu telefone vibra e eu logo atendo. É um dos assistentes de
Ramiro.
— Alice...
— Mamãe eu quero que meu pai responda. – Falou como uma
adulta – Papai...
— Você ouviu tudo. Não tem mais o que falar. – Dei de ombros
O barulho do choro de Lorena entope o quarto, passo os dedos
entre os cabelos de raiva e tristeza, fazia dias que não me sentia
assim. Preciso sair daqui.
— Papai? – Senti os dedos de Alice nos meus assim que eu ia
saindo do quarto - posso ir com você?
— Fique com sua mãe. – Falei sem olhar pra ela mas ela sacode
meu braço insistindo pra eu levar ela comigo – Coloca um casaco. –
Falo e ela sai do quarto
Desço as escadas para pegar a chave do carro e penso em sair
sem dizer nada Alice. Preciso ficar sozinho e pensar, e sei que a
garotinha vai me fazer perguntas a noite toda, e além do mais... Já
são 21:00 da noite e amanhã ela acorda cedo para estudar.
— Estou pronta. – Disse descendo as escadas se apoiando no
corrimão
Ela já se acostumou com a casa, então ela conhece cada canto,
porém na rua ela precisa da sua bengala smart, que a ajuda
bastante já que é tecnológica, isso facilitou pra ela já que a bengala
tem Google maps, e a siri narra os lugares onde ela está e tem um
sensor pra quem está se aproximando, além de narrar a pessoa que
se aproxima e para ela não tropeçar que era o que andava
acontecendo também tem sensores de objetos, na verdade a
bengala é quase uma assistente social que fica conectado no fone
de ouvido dela por via Bluetooth, enfim, é muito eficiente.
— Ok vamos. – Falo e logo ela passa por mim
No carro o silêncio paira. Posso dizer que essa é a primeira vez que
Alice e eu saímos juntos.
Eu iria numa cafeteria ou algo do tipo mas já que estamos juntos
prefiro ir a um subway 24h já que é os sanduíches veganos
preferidos dela.
A lanchonete está vazia e na verdade prefiro assim, Alice ainda está
calada e devorando o sanduíche sujando sua boca com molho, me
êxito a pegar um guardanapo e limpar a ponta do seu nariz.
— Você me odeia? – Perguntou de boca cheia
— Primeiro mastiga depois fala. – Tomo um gole do meu suco de
maracujá
Ela assente e logo suspiro alto. Digo a Alice que vou ao banheiro,
mas na verdade preciso pensar.
5 anos se passaram e meu sentimento por Teresa ainda não mudou.
Achei que com o tempo as coisas iam mudar, que eu ia conseguir
superar isso.
Quando Lorena se dirigiu até o altar e me disse que estava grávida
eu entrei em desespero, no dia eu iria fugir com Teresa, mas Francis
estava vindo atrás de mim armado e não queria que um filho meu
crescesse longe de um pai como aconteceu comigo, então para
proteger Teresa pedi para Joseph e Elisa tirarem a família de Teresa
de lá. Depois que me assegurei que eles estavam bem fugi com
Lorena para um hospital, fizemos um teste de gravidez e deu
positivo. O plano era voltar para Teresa, o plano seria estar com ela
se não fosse por Lorena, se não fosse por Alice. E se não fosse
por... Esquece, não quero ter que lembrar disso de novo.
Saio do banheiro e volto pra praça de alimentação. A mesa onde
estávamos estava vazia. Merda! — Ei, viu uma garotinha que estava
sentada aqui? É uma criança de 5 anos e ela...
— Acabou de sair por aquela porta. – Falou apontando pra porta de
saída
Saio correndo a procura de Alice, tento manter a calma mas
simplesmente não consigo.
— Ei, - Parei uma senhora – Viu uma criança dessa tamanho ela
tem o cabelo castanho meio louro e...
— Não vi. – A senhora responde e continuo andando para frente
Olho para todos os lados a procura dela, mas não acho, desço
correndo pelas escadas rolantes e me esbarro com alguém que nem
percebi quem é.
— Cara – Cheguei em um dos seguranças do shopping – Minha
filha sumiu, é uma criança baixa dos cabelos... — Espera... Você é
Christoffer Lins? O dono da marca Lins?? – O segurança pergunta
— Por favor me ajuda a encontrar minha filha, ela é cega não vai
saber me encontrar ela...
— Central de câmeras, uma criança está desaparecida a filha do
senhor Lins aquele famoso, chequem em todos os cantos e mande
reforços! – O segurança diz e eu passo os dedos entre os cabelos
— Estávamos no andar de cima mas acho que ela deve ter descido
ou... — Iremos procurar. Espere aqui senhor.
— Achei que tinham descoberto. Era meio óbvio. Não é todo mundo
que está reclamando dos cosméticos, somente pessoas que tem
algum certo tipo de deficiência na pele, achei que tinha feito o teste
corretamente. – Falei diretamente para Lorena — Eu fiz, e no teste
deu tudo certo. – Lorena coloca a mão no queixo – Não entendo...
— Acho que podem adicionar nutrientes de côco pra pele ficar mais
saudável, não é amor? – Perguntou a Joseph
— Ou óleo de amêndoas. – Joseph diz
— Ta maluco? – Elisa o xinga - Não vamos botar óleo em um
demaquilante que é exatamente pra tirar oleosidade, estúpido!
Depois daquilo tudo que aconteceu a alguns anos atrás, Joseph e
Elisa se aproximaram muito e agora depois de três anos estão
noivos. Os dois mais brigam do que estão juntos, as vezes
desconfio de Joseph por tudo que aconteceu, desconfio que ele
ainda gosta de Lorena, e dei conselhos rigorosos para Elisa não dá
uma chance pra ele mas Elisa está cegamente apaixonada pelo
idiota. Sim, logo Elisa.
— Então posso enviar as amostras junto com a ideia? – Madeline
pergunta
— É claro. A reunião termina aqui. Está tudo resolvido? – Lorena
pergunta
— Se não for precisar dá gente ter que fazer isso de novo por
incompetência sua...
— Que eu saiba, você também é a que direciona os cosméticos
Lins, Elisa! – Lorena se altera
— Parte esmalte! - Elisa franze o cenho como uma adolescente
aborrecida - e que eu saiba, não houve nenhuma reclamação de
unhas caindo.
— Olha sua vaca...
— Ei - Joseph aponta para televisão – Espera, aquela ali é Teresa
na televisão?
Meus olhos logo correm pela tv e tomo um susto diante do que vejo.
Teresa? Não aquela não pode ser... Droga... Minha Teresa? Ela era
tão... Diferente.
Capítulo 11
CHRISTOFFER
Não tiro os olhos da tv. Poderia se passar anos e eu não me
cansaria de olhar para Teresa na tela da televisão. Teresa... Como
pôde ter mudado tanto? Seus cabelos estão mais ondulados e
curtos que o normal, até seu queixo parece mais fino e seus olhos
mais claros, seu olhar é bem mais confiante e suas curvas mais
explícitas nesse vestido casual, ela colocou silicone? Meu Deus...
Ficou linda. Ela está tão linda... Ela sempre foi linda e agora está
radiante. Isso foi o que fiz Teresa se tornar, de uma garota ingênua
pra uma mulher decidida e poderosa. Será que ela tem o mesmo
cheiro? A mesma forma de beijar e de acariciar meus cabelos? "Me
prometa que nunca irá me deixar Chris" sua voz suave veio na
minha cabeça ", como queria dizer isso a ela, que não queria ter
abandonado, que eu a amo do mesmo jeito mesmo tento que deixar
ela. Eu a amo profundamente.
— Estamos aqui com ela, Teresa Torres Ferraço e ela vai nos contar
como foi pra ela fazer crescer não só uma fazenda mais um
supermercado inteiro também, Teresa é uma empreendedora de 24
anos e olha... Ela tá solteira hein gente.
— Não por muito tempo! – Um homem entrou de penetra no meio
da gravação, espera... Conheço esse cara Somos interrompidos
com Lorena soltando um som abafado de susto. Todos nós olhamos
pra ela, inclusive eu. — Conhece esse cara? – Joseph pergunta —
Que cara? – Lorena pergunta e olha pra televisão mas logo desvia
os olhos – Ah não... Nunca vi.
Volto atenção para televisão de novo e fito o cara falando no
microfone. Ele é o homem que ajudou Alice quando ela se perdeu
no shopping, sim, com certeza é ele. O que ele faz com Teresa? E
como Teresa virou uma empreendedora de sucesso? Droga... Minha
decepção causou mudanças nela, Teresa não é mais uma garota
indefesa, agora é uma mulher, eu a tornei uma mulher.
Teresa.
— ... E foi uma bagunça! Sabe quando você acha que nada vai dar
certo? – A jornalista assente – Pois é mas ainda bem que deu tudo
certo.
— E você se assume uma CEO depois disso tudo então?
— Boom... Sim! – Sorrio – Acho que eu amo o que estou fazendo eu
amo esse patamar e na dúvida, venha conhecer o nosso
supermercado tem muitas variedades por lá!
— Claro que tem! – A jornalista disse animada – Mas falando da
vida acadêmica, o você o que é dessa empreendedora aqui? –
Perguntou para Fernando
Um inútil. Pensei.
— Sou só o dono da fazenda que ela trabalha. – Ele diz se gabando
e eu quase reviro os olhos. Mas encaro meus sapatos de quase
sete mil pra disfarçar.
— E vocês estão...
— Definitivamente não! – Falei para a jornalista – Na verdade ele
não entende muito de empreendedorismo veio de penetra.
Sinto um beliscão dele no meu braço e contenho soltar um grito por
causa disso. Mas doeu e muito.
— É mesmo? – Jornalista pergunta – Como não entende finanças?
Explica isso?
— Meu ramo está em outros assuntos, prefiro deixar isso com
pessoas que tem uma capacidade melhor na área. – Fernando disse
até bem demais e sem sotaque gringo dessa vez. Será que ele
força?
— Certo! Foi um prazer conhecer vocês e ainda quero conhecer
essa fazenda chiquérrima que está se tornando uma das mais ricas
no interior e na cidade hein! voltaremos em breve depois da
mensagem dos nossos patrocinadores, Patrícia?
Depois que entramos no edifício ... Logo pego uma champanhe
assim que avisto o garçom. Fernando também pega, e toma toda a
champanhe da taça.
— Ta mal humorado? – Pergunto e ele agarra meu braço
— Me chamou de penetra em rede nacional... – Aproximou seu
rosto até demais do meu – Quer ver onde eu quero penetrar?
Se Fernando não fosse tão mal educado ele seria ainda mais bonito.
Ele usa uma blusa branca nada bonita com um blazer que parece
ser mais do meu avô. Não esperava menos de Fernando já que na
maior parte do tempo ele está de camiseta de academia ou roupa
de cowboy.
— Tá interessado em mim? – Me solto dos braços dele que bufa
baixa – Credo... Você não tem nenhuma chance comigo pode ir
desistindo.
— Na verdade faz anos que não venho aqui, mas sendo sincera
prefiro o espírito interior, isso aqui é de mais pra mim.
Ele ri e logo fixa seus olhos nos meus. Me aproximo um pouco dele
fingindo pegar outra taça de champanhe atrás de si e logo aproximo
minha boca no seu ouvido
— Então... Chegamos de flertar? – Sussurro
— Não entendi...
— Estarei te esperando. – Tomei o último gole da minha bebida e
sai do grande salão
Não conheço aqui, e na verdade nem sei se tem quartos. Subo uma
escada gigante e me deparo com um corredor pequeno, abro uma
das portas e por sorte tem um quarto, assim que acendi a luz não
me surpreendo, o edifício ... É bem chique e tradicional, o quarto é
bem detalhado, imagino que seja pra esses tipos de ocasiões, o
famoso... After que rola nas festas.
— Então... – Ouço a voz de Thiago atrás de mim – Sobre o flerte, eu
não entendi muito bem o que você queria dizer a respeito disso. –
Falou meio tímido
Vou até a porta e tranco. Logo saio do meu salto vou até ele, o
empurro na cama e subo encima dele colocando minhas pernas
entre seu corpo.
— Eita... – Falou entre riso e logo beijo sua boca
Sua língua atravessa a minha, e logo seus dedos apertam minhas
coxas. Puxo seu lábio inferior com os dentes e entre a respiração
alta começo a remexer meu quadril encima de Thiago.
— Quer apagar a luz? – Ele pergunta e eu abaixo as alças do meu
vestido deixando meus seios a mostra pra ele – Puta que o pariu...
Thiago me agarra pelos braços e coloca meus seios na sua boca,
gemo baixo por conta disso, minha vagina pisca de tanta vontade
que estou agora. Ele me joga na cama para o lado e eu abro minhas
pernas pra ele.
— Caralho... Você tá... Sem calcinha? – Perguntou e assenti com
um riso maliciosa enquanto passo a língua nos dentes – Você é...
— Me chupa Thiago? – Pedi com carinho e ele logo passa seus
dedos entre minhas pernas
— Tá falando sério?
— Sim? – Arqueou uma sobrancelha de uma forma insistente
Vou até ele e logo ele segura minha cintura
— Só quero pegar a bolsa. – Eu disse e ele solta um "ah baixo" –
Até mais Thiago. – Peguei a bolsa e sai do quarto
Desço as escadas e o clima da festa continua o mesmo. Pra falar a
verdade... meu dia hoje foi muito corrido e confesso que quero ir
embora agora, mas resolvi tomar algumas antes de partir.
Vou até a mesa de bebidas e me sirvo colocando mais na taça,
encima da mesa tem um caderno pequeno escrito listas de
convidados, viro a página e encontro "convidados ausentes" o
primeiro nome é o de Christoffer Lins. Como se ele nem é
empreendedor?
— Ei, onde diabos você estava?! – Fernando diz atrás de mim – Te
procurei por toda parte e não achei você... — Vamos embora. –
Passei por ele que segura meu braço — O que diabos deu em
você? Aposto que estava transando com aquele cara. – Franziu o
cenho – Estava? — Sim. – Falei e na verdade saiu como um
sussurro – Francis... Se não quiser embora eu vou.
— Pro hotel?
— Pra fazenda.
— Tá maluca? Sabe quantas horas são? – Alterou o tom de voz e
as pessoas ao nosso redor nos encaram - vamos pro hotel!
— Faça o que quiser não estou te chamando. – Passei por ele e de
relance vejo ele vindo atrás de mim
..... ..... ....
Não estava com cabeça para dirigir, e apesar do carro ser meu,
deixei Fernando dirigir. Estamos horas dentro do carro e ele fala
sem parar, mas quase não o ouço.
Capítulo 12
TERESA
O cheiro de Elisa continua o mesmo, porém ela mudou um pouco.
Antigamente seu cabelo era acima dos ombros castanhos escuros e
cacheados em babyliss, agora ela usa liso e ainda assim continua
bonita. Elisa ainda continua mais baixo que eu, provavelmente ela
deve ter 1,69 e eu 1,75 e o cheiro do perfume doce e ousado dela
não mudou.
Pra falar a verdade... Não gostei de ter recebido Elisa é Joseph
aqui. Não queria ter mais nenhum vínculo que viesse de Christoffer
ou Lorena.
— O que vieram fazer aqui? – Perguntei sem conseguir disfarçar a
decepção ao vê-los
Joseph vem até mim e me puxa pra um abraço também. Ele
continua alto, magro porém um pouco malhado, e com os cabelos
quase louros naturais, ainda não acho que ele parece com o primo,
porém ainda não perdoei ele por tudo que ele fez pra mim.
— Resolvemos fazer uma visita. – Elisa diz animada - céus... O que
foi que houve com você? Você era linda antes mas agora... Pintou o
cabelo e colocou... Silicone?
Tá muito na cara assim que não são meus peitos?
— Podem me deixar a sós com Elisa é Joseph? – Falei a meus pais.
Torço para Pedro ficar mas ele logo vai embora. Dragãozinho!
— Irei preparar um cafezinho! – Minha mãe diz da cozinha que fica
quase na sala
— Ótimo, por gentileza sem açúcar! – Elisa diz alto pra minha mãe
ouvir
— É você que manda! – Minha mãe responde
— Então... – Fui até o sofá e me sentei
Tiro meu salto para ficar mais confortável evitando olhar para o
pretensioso de Joseph.
— Viemos porque queríamos te ver, e também... Saiba que Joseph
e eu mantemos segredo sobre a dívida - ela diz e eu assenti – Você
tá indo bem nisso, mas pretendemos te ajudar em pagar o resto pra
você ficar livre. – Se sentou do meu lado gentilmente — Não
precisa, de verdade. – Falei
— Não nos negue isso! – Joseph fala – Deixa a gente te ajudar...
— Eu gosto de trabalhar na fazenda – Falo e os dois me olham
surpresos – Estou bem lá... De verdade.
— Ganha algum dinheiro com isso? – Elisa pergunta e eu assento
Mas é claro que não ganho, eu só... Desvio um valor absurdamente
grande.
— Fico feliz por você amiga – Elisa pega minha não é eu encaro
nossas mãos entrelaçadas, mas que diabos? – Quero te fazer um
pedido.
—Diga. – Falei fria até mais, mas ela parece não perceber isso —
Joseph e eu queremos te convidar para o nosso casamento. — O
QUE?! – Me alterei antes que eu percebesse Que porra é essa?!
Como assim?!
— Você é Joseph estão... – Elisa assente – Meu Deus que horror
Elisa! Você não tinha nojo de Joseph? - Despejei antes que eu
percebesse
— B-bom...
Christoffer
Capítulo 13
TERESA
Entro no meu escritório e me deparo com a bagunça que está nele.
Sinto meu sangue talar por isso, já não basta Joseph e Elisa terem
me tirado do sério com aquela visita e agora... isso?
Vou até o quarto de Fernando pisando duro. Claro que foi aquele
desgraçado!
— Ei, ei... onde pensa que vai? – Senhor Ozir o velho que me
orientava com a fazenda me barra no corredor indo direto pro quarto
de Fernando
Depois que a fazenda cresceu, ele quase não vem aqui. Ótimo.
— Me larga! – Me alterei com ele jogando toda raiva que sinto agora
— Meu chefe...
— Foda-se o seu chefe! – O empurrei – Sou eu que pago suas
contas aceita isso!
— Teresa... – Meu pai veio até mim para me segurar mas eu ergo
minha mão para ele se afastar de mim ainda com os olhos fixados
em Christoffer que está sério
Como ele pôde? Com que direito ele pôde?
— Filha... eu ia te contar que Lorena e Christoffer estão aqui! –
Pisco e minhas lágrimas escorrem sem minha permissão
Espremo os olhos viro as costas e logo saio de casa, droga... não
sei onde deixei a chave do carro. Mas não me importo. Saio
correndo sem direção na estrada asfaltada e quando percebo só há
terras e pedras no chão, corro tão rápido que não faço a mínima
ideia onde eu estou agora, meus soluços prendem o ar que respiro,
e na verdade a rua é interrompida com o som do meu choro. Como
ele pode?! - É só o que eu penso? Como ele... de repente tropeço e
Caio de cara no chão Solto um gemido baixo sentindo uma dor na
minha testa e no meu tornozelo, a queda foi muito feia, sinto a dor
no meu corpo todo mas nada se compara com o que sinto dentro de
mim.
— A estrada para pegar um táxi é por ali. – Ele diz a mulher que dá
um tapa na cara dele e ela vai embora resmungando baixo
Fernando vem até mim e se abaixa se aproximando até de mais
— Vou te levar para casa, ok?!
— Não! – Agarrei os braços de Fernando – Não por favor... não me
leve para casa, por favor Fernando... não...
— Calma, ei – Levantou meu rosto – Tudo bem, não vou te levar pra
lá.
— Me promete Fernando? – Falei entre choro – Não me leve pra lá
por favor, não me leve!
Fernando me abraça e eu desmorono no seu ombro, logo ele me
pega no colo e me coloca dentro do seu carro. Não sei pra onde ele
tá me levando, mas me acalmo quando vejo que não é pra minha
fazenda e sim pra sua.
— Se importa se eu te levar pra minha...
— Não. – Apoiei a cabeça no banco tentando conter o choro – Só
me tira daqui... por favor.
— Tudo bem. – Ele agarrou minha mão – Vai ficar tudo bem. – Ele
diz
Penso em tirar suas mãos de mim, mas não tenho forças pra isso.
Só sinto meus olhos se fecharem automaticamente é um branco
repentino surgir, e quando isso acontece... não me lembro de mais
nada.
Capítulo 14
TERESA
— Teresa?! Teresa?! – E acordo no meio do susto
Fernando está bem na minha frente segurando meus dois braços.
Estou muito assustada, e meu coração quase sai pela boca de tanto
que ele dispara.
— Antes de você partir, fiz você assinar um papel, a partir daí, nos
casamos. – Falou vindo até a mim e eu estendo a mão pra ele se
afastar
— Não chegue perto de mim. – Falo e ele desvia os olhos dos meus
e se afasta um pouco com as mãos nos bolsos – Não vou assinar
nada – Falo e ele me olha confuso – Não sou casada, o que
aconteceu no passado morreu pra mim!
— Teresa...
— NÃO DIGA MEU NOME! – Grito com ele – Sabe o quanto eu
odeio você?! Eu preferia que estivesse morto! – Deixo escapar e na
verdade dói dizer isso, dói muito. Porque é mentira.
— Entendo. – Disse baixo – Vou embora...
— Faça o que achar melhor – O interrompo – Pensando por outro
lado, é melhor ficarem, meus pais querem vocês aqui então fiquem.
Só finge que não me vê quando eu estiver na fazenda, se me ver
finge que sou um fantasma, não fale comigo, não olhe pra mim, não
entre onde eu estou não queira se aproximar. – Senti minha voz
falhar. Que droga – Isso não vai acontecer.
— Falei para me esperar. – Ele diz levando ela pra cozinha, que fica
praticamente na sala onde estamos. — Ela ia me bater! – A garota
dispara e eu cerro os punhos — O que?! Mentirosa! – Me protegi
antes que eu me desse conta
— E ainda me cobrou o vaso! – Me mostrou a língua
— Mal criada! – Cerrei os dentes
— Igualzinho você!
— Olha, da próxima vez que...
— Chega. – Christoffer interrompe nós duas e eu franzo o cenho de
raiva
Por que diabos ele está falando comigo?! Eu ordenei para que ele
não falasse comigo!
— Não entendo como meu pai se apaixonou por uma pessoa
horrível como você. – A garotinha fala e eu tomo um susto com isso
Na verdade, durante esses cinco anos, eu nunca voltei a sentir isso
que estou agora. Christoffer dirige seus olhos pra mim e eu já
estava olhando pra ele a muito tempo, seu olhar é diferente e
reconhecível, é o mesmo olhar de quando ele me pediu em
casamento — Você me dá nojo. – Falo, pego meu notebook e saio
às pressas da sala indo para o meu quarto
Me deito na cama e sinto as lágrimas escorrer, não creio que estou
chorando por isso de novo, que essa seja a última vez que ele me
faz chorar, a última!
Capítulo 16
TERESA
Acordo com alguém batendo na minha porta. De olhos fechados,
limpo a baba no canto da minha boca e passo a mão no rosto
Nem notei que ele estava na minha frente, estava concentrada com
a lasanha.
Joseph usa um sobre marrom escuro e um jeans claro. Ele sempre
teve esse estilo meio de detetive sério, quando na verdade pra mim
não passa de um falso.
— Eu sei Teresa! Sei tudo que vai me falar ok?! Droga! – Bateu a
mão no carro – Olha... eu preciso de grana ok?! Preciso de muita
grana!
— Você tinha mais de 20 milhões na sua conta! – Alterei minha voz
com ele – Você deu tudo?! – Ele desvia os olhos com a pergunta –
QUE DROGA FERNANDO! – Bati a mão no volante – Por que
diabos fez isso?! Tem noção do que fez?! Como vamos suprir o
supermercado sem dinheiro?! Temos contas pra pagar!
Suplementos... Salários dos funcionários!
— Dá um jeito! – Gritou comigo
— EU NÃO VOU DAR MERDA NENHUMA! – Gritei com ele – Se
fode otário! – Abri a porta do meu carro – Você é burro ou o que?!
Que merda! Sai da porra do meu carro...
— Teresa... por favor me ajuda! – Ele pede - Cometi um erro...
— Erro?! – Sorri ironicamente – Quanto deve?! – Pergunto e ele
permanece calado – QUANTO VOCÊ DEVE?!
— 2...
— 2 o que?! Milhões???? Você tem isso na sua conta, por que...
— Bilhões. – Ele fala e eu travo inteira com isso – E mais uns juros.
Coloco a mão no rosto quase chorando com isso. Não creio que ele
foi tão estúpido! Como ele pôde?! Que merda... que merda...
— Quanto tem na sua conta? – Pergunto tentando me conter — 150
mil.
— Não gaste, é pra pagar os funcionários.
— O que?! Tá maluca?! Esse dinheiro é meu...
— Nada mais é seu! Você perdeu! Consegue entender isso?! – Grito
com ele - sabe o que vai acontecer se não dermos o salário do mês
pra droga dos funcionários?! Vão nos processar! E você tá pobre,
falido! Vai ser pior!
— Que nos processe!
Capítulo 17
CHRISTOFFER
Teresa chega em casa batendo a porta forte e pisando duro.
— Teresa...
— Agora não mãe! – Ela fala indo para o seu quarto e também bate
a porta do quarto interrompendo sua mãe Já almoçamos, e a
sobremesa ficou com Lorena. Ela até que é bem na cozinha.
Lorena mudou muito nesses últimos anos, pode ser que ela está
sendo uma farsa ou não... Mas ela não me engana. Sei que ele quis
ver seus pais, mas Lorena anda tentando me reconquistar, e me
trazer aqui mostraria o ódio de Teresa por mim, o que de acordo
com que provavelmente ela pensa... eu desistiria de amar Teresa.
— Abre o bico. – Pedro falou atrás de mim e eu me viro pra ele
Estou sentado no sofá observando todos rirem e brincar com Alice.
— O que? – Perguntei confuso
— Por que? – Pedro perguntou e eu olhei ainda mais confuso – Por
que deixou minha irmã?!
Droga. Achei que isso aconteceria, mas não assim do nada.
A única coisa que me lembro e de Pedro apaixonado por Olivia, ele
era bem mais novo na época, mas agora parece que amadureceu
bastante.
— Não tenho que explicar nada para você. – Falo e ele continua me
encarando
— Olha... Christoffer – Disse forçando desdém em sua voz – Se
você se aproximar de Teresa, eu juro que faço da sua vida um
inferno! – Me ameaçou – Já machucou de mais ela quando se foi,
se sua intenção é se reaproximar vou dizendo... você não tem a
menor chance com ela.
Ele vem até mim e eu me afasto, mas logo sinto suas mãos na
minha cintura me levantando, e antes que seja tarde, ele me põe no
sofá, vai até meu quarto, pega minha toalha e me cobre. Sinto raiva
por gostar da sua atitude, raiva por ele não ser um escroto! Eu o
odeio!
Penso que Christoffer vai, mas ele se senta de novo de frente pra
mim
— Não, você vai me ouvir! – Falou e olhei pra ele assustada – Tive
motivos.
— Pouco me importa...
— Eu precisava ir. Ok?! – Me interrompeu – Precisava te deixar.
— Eis a sua consequência.
— Sim estou pagando por isso - falou e desviei os olhos dele – Te
odiar me faz me odiar. – Olhei pra ele agora – Se me deixar cuidar
do seu tornozelo, juro que te deixo em paz. – Falou Não o respondo.
Quero continuar aqui discutindo com ele, mas sou sensível de mais
pra isso. Limpo minhas lágrimas que escorrem, cruzo os braços e
coloco minha perna encima da sua. Logo sinto seus dedos no meu
tornozelo.
— Ai! – Sussurrei me contorcendo no sofá
— Não quero te machucar. – Ele falou e voltou sua atenção para o
meu tornozelo.
— Você não vai me machucar Christoffer – Falei – Você não pode
mais. - Christoffer me olha, mas logo desvia os olhos de mim
Penso que Christoffer vai me rebater dizendo algo, mas tudo que ele
faz é pegar o kit de primeiros socorros que estava no chão esboça
um sorriso malicioso e logo desaparece nos corredores. Eu o odeio!
Quem ele pensa que é e o que está fazendo?! Sinto raiva por ele ter
desaparecido da minha frente, raiva porque na verdade o que mais
queria era continuar discutindo com ele pra tê-lo por perto. Merda
Teresa, merda.
Capítulo 18
TERESA
Acordo por volta das oito da manhã e vou direto pro chuveiro.
— Pra salientar, não fui eu que me esfreguei no seu noivo, ele não
deve ter te contado mas era o alecrim Dourado que ficava correndo
atrás de mim implorando atenção e me cutucando debaixo da mesa,
e quando eu retribuía, ele gostava. – Me virei para Christoffer que
está sério agora – Estou mentindo?!
— Obviamente não. – Ele responde – Mas se sua memória for tão
boa como diz, deve se lembrar que você que impôs sobre termos
um caso.
— Porque eu vi Lorena te traindo! – Me protegi
— E certamente adorou que ela me traiu para poder aproveitar do
noivo dela sem sentir remorsos. – Abro a boca mas me calo
novamente. Ele continua me olhando esperando eu dizer algo mas
eu perco as palavras — Eu te...
— Sim, já sabemos que me odeia Teresa. Posso te ajudar a
aumentar o seu vocabulário. – Retrucou ainda mais e jogo a
bandeja encima da mesa e logo saio da sala pisando duro ..... .....
....
O dia pra mim não fluiu quase nada, só consigo me lembrar daquele
nojento pretensioso falando comigo. Percebo que Christoffer ainda
me afeta muito, queria não ter sido tão ingênua aquela época, se eu
fosse a Teresa de hoje com certeza eu não me apaixonaria por ele.
— Merda, merda!! – Ouço a voz de Fernando lá do quarto dele. –
Cadê?!
Em segundos ouço passos dele vindo até meu escritório
— Teresa?! – Quase esmurrou a porta – Abre essa droga!
Suspiro alto e aperto o botão automático para destrancar a porta.
Logo ela se abre e seu corpo sarado é a primeira coisa que noto já
que a sua camisa está aberta na frente — O que foi agora?! –
Perguntei já impaciente
— Não me faça...
— NÃO VOU ENTRAR NO CARRO COM VOCÊ!!! – Continuou
gritando
— Beleza. Tchau. Vou falar que mandou lembranças para o
ordinário do seu pai. – Liguei o carro
— Espera. – Ela se levanta do chão
— Achei que não ia entrar no carro comigo. – Imitei a voz chorona
dela
Abro a porta do carro e a garota cruza os braços.
— Olha menina não amola o meu tempo! – Falei já impaciente
— Liga para o meu pai pra vir me buscar! – Falou a mimada
Definitivamente depois disso abomino a ideia de ter filhos
— Nem fodendo que vou ligar para o seu pai! – Cuspi as palavras e
ela coloca a mão na boca por causa do palavrão – Entra logo!
— Ou o quê?! – Falou num tom ameaçador que me assusta um
pouco – Vai deixar uma criança cega sozinha no meio de uma
estrada? Está quase escurecendo e o papai disse que existe
homens maus! Não saio daqui até ele vir me buscar! Pode ligar pra
ele agora!
Mas... O que... Diabos?! Quantos anos essa garota tem?!
— Se você fosse minha filha eu já estaria te levando pra casa nos
tapas. – Conclui e ela ignora meu comentário – Qual o número do
ordinário?!
— Chama meu pai de ordinário de novo vaca!
— DO QUE ME CHAMOU?! – Rosnei pra garota – NÃO VOU
LIGAR PRA PORCARIA NENHUMA DE...
— 86561359. – Falou rápida até de mais
Suspiro alto e ligo para o número. Odeio o fato de ser obrigada a
ajudar essa diabinha, e odeio o fato de ter que falar com o pai dela.
Mas eu nunca deixaria a monstra numa estrada de terra quase
escurecendo.
Tive essa ideia a algum tempo depois que perdi ela de vista no
shopping, porém o rastreador vai ficar em seu braço esquerdo e ela
tem medo de doer quando for aplicado e provavelmente vai, mas
não tem outro jeito.
Depois de colocar a criança no carro, Teresa pula para o banco de
passageiro dando a entender pra eu dirigir. Ela está bastante séria
agora, não sei o que pode ter acontecido, mas não gosto de ver ela
assim.
— Dormiu por três horas. – Ela diz – E seu ex noivo está na sala de
espera junto com seu irmão. Ele comprou os remédios.
Assenti e logo me sentei na maca. Jogo meus cabelos para o lado e
passo a mão no rosto para tirar a ressaca.
— Precisa se medicar agora, e lembre que você não tem culpa...
— É claro que não tenho! – Bati a mão na cama – Não tenho culpa
de nada do que aconteceu ou porque ele me deixou, eu só quero
que ele suma Rafa! Só quero que desapareça! - Coloco o dedo
indicador na testa — Já que ele e a família vão ficar tanto tempo da
sua casa, acho que seria prudente vocês conversarem – Ela diz e
eu reviro os olhos – E ouvir o do porque ele te abandonar.
— Pra que? Pra eu sentir mais ódio dele ainda?! – Franzi o cenho –
Vou pra minha casa, só quero descansar e além do mais...
— Cadê ela?! - Ouço um escândalo vindo do lado de fora do quarto
– O que você fez com ela?!
Fernando.
Vou às pressas lá pra fora e me deparo com Fernando agarrando o
colarinho de Christoffer que está com o semblante sério de sempre.
Todos da sala de espera estão olhando pra ele.
— O que diabos está fazendo? – Tirei as mãos de Fernando de
Christoffer – Isso é um hospital!
— Como você está?! Liguei para sua mãe e...
— Fernando estou bem. Volta pra sua casa. – Falei indo lá pra fora
Não quero que Fernando faça barraco dentro de um hospital
psicológico. Ele não tem simancol?! Christoffer e Pedro me
acompanharam ainda em silêncio. Fernando agarra meu braço.
— Me preocupei com você, Teresa. – Disse mais sincero do que
pensei – Achei que fosse algo sério. — É mas eu tô bem, tá vendo?
Viva! Agora volta pra sua casa que estou indo pra minha.
— Teresa...
— Não ouse a falar comigo Pedro. – Disparo de uma vez fazendo
ele abaixar a cabeça – E você muito menos Christoffer. - elevo meu
tom de voz – ENFIA NA MERDA DESSA SUA CABEÇA QUE O
QUE ACONTECE COMIGO VOCÊ NÃO TEM MAIS CONTROLE –
Paro o carro e me viro pra ele que está com o nariz sangrando – Eu
te odeio! E te aturo pelos meus pais! Mas não fala comigo, finge que
essa briga não existiu e não tente reatar! O que tivemos passou,
acabou, foi embora!
— Não vou deixar aquele cara te tratar daquele jeito. – Ele diz e eu
levanto as sobrancelhas – ainda mais sabendo que o chamou de
Francis!
— Você me tratou pior do que ele quando me abandonou naquela
merda de altar. – Falo e ele desvia os olhos – Então não se ache
melhor do que ele, você não é o melhor. – Me viro para o volante –
E se quer o meu melhor – Volto a dirigir pra minha casa – Fique
longe de mim.
Chegamos em casa e Christoffer vai direto para o banheiro. Claro
que ele não iria querer preocupar Lorena e Alice com seu olho roxo,
mas quando penso que ele iria fazer algo para esconder, ouço ele
batendo forte a porta de saída e quando corro pra janela ele arranca
seu carro do jardim saindo daqui.
....
CHRISTOFFER
— Quem é amor? – Ouço a voz de Elisa dentro da casa
— Quem mais poderia ser? – Joseph abre a porta – E aí cara...
Agarro o colarinho do terno de Joseph o pressionando contra a
parede
— O-o que houve?! – Joseph me pergunta assustado
— Por que não me contou?! – Me altero com ele e nessa mesma
hora Elisa aparece de toalha – Por que não me contou?!
— Do que está falando?! – Elisa vem até mim e Joseph – Solta ele
não tá vendo que tá machucando?!
Solto Joseph com brutalidade e me viro para Elisa
— Sabia que Teresa virou "escrava" de Francis de graça?! –
Pergunto e Elisa engole um seco – Que merda! - arremesso o
abajur encima da escrivaninha
Capítulo 20
CHRISTOFFER
Acordo de madrugada sentindo os dedos de Lorena no meu cabelo.
Pra falar a verdade...nem sei se eu realmente dormi. Fiquei
preocupado e pensando tanto que só fechei os olhos.
Me viro para Lorena que agora acaricia meu rosto. Estamos
dormindo no mesmo quarto. Ela não quer explicar aos pais que na
verdade eu sou casado com Teresa (por mais que ela não aceite
isso) então estamos dormindo no mesmo quarto.
— Não consigo dormir. – Ela sussurra
Não digo nada. Na verdade, nem quero. Mas quando penso em virar
de costas de novo, Lorena sobe em cima de mim e começa beijar o
meu pescoço em meio a respiração alta — O que... Diabos está
fazendo? – Pergunto a ela que continua me beijando, e logo seus
lábios tocam nos meus me fazendo tomar um susto – Para! –
Agarrei ela pelo braço — Chris... Por favor...- Praticamente implora –
Preciso de você...
— O combinado era um não tocar no outro.
— E cá estamos. – Tentou me beijar, mas eu agarrei ela mais forte
— E cá estamos?! – Empurrei ela de cima de mim – Por Deus
Lorena.
— Fica comigo...
— Acho que você já se aproveitou de mais de mim quando eu
estava dopado. – Me sentei na cama
— Me aproveitei tanto...que você até gozou dentro de mim e a
prova...é Alice.
Me viro para Lorena e agarro seu cabelo, ela se assusta com isso,
mas não ligo.
— Então assume que abusou de mim – Falo e ela tira minha mão do
seu rosto – Não me lembro de nada daquela noite, então não me
culpe por ter gozado dentro de você, mas se isso responde sua
pergunta, não Lorena, eu não senti prazer nenhum quando você
estava me estuprando, tão pouco iria querer te dar prazer por livre
espontânea vontade, mas se quiser mesmo saber...se quer mesmo
saber, aconselho me dopar de novo, só assim pra mim transar com
você.
Penso que Lorena vai arremessar um tapa na minha cara mas não,
ela só se deita e eu ouço soluços. Por isso, resolvi sair dessa droga
de quarto.
— Merda, merda, merda. – Ouço a voz de Teresa vindo da sala
Assim que chego ela toma um susto quando me vê, mas volta sua
atenção pro Notebook. Uso um short fino e estou sem camisa, seus
olhos novamente percorre para meu corpo, mas logo desvia. Tento
olhar discretamente o que ela veste já que daqui vejo seus braços
nus, mas quando entro na cozinha, vejo que ela usa um vestido
curto. Tento não ficar de pau duro vendo ela assim, mas é
impossível.
Sei que ela está trabalhando, e parece ter dificuldade, mas preciso
falar com ela. Por tanto depois de pegar meu copo de água, vou até
o sofá e me sento de frente pra ela que só ignora minha presença.
— Precisamos conversar. – Falo e ela continua me ignorando
enquanto olha pra tela do computador
Teresa usa um vestido mega curto e seus cabelos estão
atrapalhados em um coque. Ela está linda assim, poderia ficar
olhando ela por horas e com certeza não me cansaria.
— Nada do que eu disser vai mudar seu ódio por mim – Comecei -
mas você recebeu uma carta com aprovação em Yale a cinco anos
atrás... A carta na verdade era eu.
Falo e ela para os dedos na tecla do notebook e olha para mim, mas
logo volta a atenção pro Notebook de novo.
— E realmente estamos casados. E por isso... – Paro de falar.
Teresa não precisa saber que parte do dinheiro que ela tem na
conta na verdade pertence a mim. Quando casamos foi em
comunhão de bens então... Só desconfio porque como ela não
desconfiou? Ela provavelmente deve ser quase bilionária então...
Daria pra saber.
— E sei que Fernando é Francis. – Falo e novamente ela olha pra
mim – Sabe que ele está te usando então...
— Christoffer – Colocou a mão na testa – Só desaparece da minha
frente. Não tô afim de gritar uma hora dessa com você e já te disse
pra não tentar reatar.
Capítulo 21
CHRISTOFFER
— Ficou maluca?! – Peguei um travesseiro para a tampar, mas ela
joga longe – Teresa, pare já!
— Por que? – Me agarrou pelo pescoço – Sei que estava doido pra
me ver pelada.
E ela não mente. As curvas de Teresa continuam a mesma, mas
seus seios e sua bunda...porra eu daria tudo para comer ela aqui
mesmo. Ela tá muito gostosa.
— Sim mas...estando sóbria. – Falo e ela bufa fazendo salivas de
vômitos respingar na minha cara. Ela começa a se esfregar em mim
e logo meu pau fica duro com isso – Não faz isso Terrie. – Sussurrei
— Estou sentindo um indivíduo entre nós – Ela abaixa suas mãos,
mas eu agarro seu pulso antes que ela chega no meu pau que dói
agora de tão duro – Por que só não se aproveita da situação?! –
Aproximou sua boca do meu ouvido – E me fode aqui mesmo, por
trás?
Minhas mãos apertam a cintura de Teresa e não consigo me
controlar. Começo a cheirar seu pescoço e ela se agarra mais em
mim, andando devagar encosto ela na parede e ela se contorce por
estar gelada, mas logo parece não ligar e pula no meu colo. Teresa
me deixa louco, merda...
Agarro sua bunda levando ela para dentro da casa no colo.
— Me leva para o seu quarto Chris. – Falou esfregando seus seios
em mim enquanto beija meu pescoço – Hum? – Tentou me beijar e
virei o rosto – Quando mais se faz de difícil mais eu quero dar pra
você. Pra falar a verdade, eu tô querendo te dar faz um tempo e
nem é porque tô bêbada. – E riu alto – Vai me comer?
— Hum. Sim. – Coloquei ela no chão
Teresa começa a tirar meu short, mas eu agarro seus braços, logo
viro ela de costas com agilidade e cuidado fazendo ela gemer
achando que eu ia pegar ela por trás, mas empurro ela para dentro
do banheiro e fecho a porta.
— Ou! – Ela começa a esmurrar, mas eu seguro a porta pela
maçaneta – Abre agora! – E esmurrou mais
Queria comer Teresa? Ah meus amigos o que mais quero é poder
beija-la e sentir seu gostinho de novo, mas não assim. Fui estuprado
duas vezes e eu jamais faria isso com Teresa. Jamais.
— Tome seu banho. Vou tomar o meu. – Falei frio e apertei os olhos.
Ser duro com Teresa por mais que ela esteja bêbada me faz me
sentir mal
Mas sei que ela me odiaria mais se eu me aproveitasse dela dessa
forma. E eu também não teria coragem.
— Só se fazer janta pra mim. – Pediu
Sei que depois do banho ela vai voltar mais a realidade. E isso me
deixa enfurecido e frustrado.
Pego meu prato e meu suco e me sento de frente pra ela as pressas
. Tenho medo de dizer algo e estragar o nosso momento. Só quero
ficar aqui, com ela. Por mais que eu queira dizer que eu não queria
ter deixado ela plantada no altar.
— Esta bom. – Falou se referindo a omelete
— Eu coloquei Curry. – Falo. Porque sei que ela gosta.
— Não temos Curry. – Falou ainda focada na sua omelete
— Eu trouxe da cidade. – Falo e bebo um gole do meu suco –
Teresa...
— Por favor, não estraga. – Me interrompeu
— Eu ia dizer que tá sujo – Articulei pra sua bochecha e ela tenta
limpar – Aqui. – Peguei o guardanapo e limpei sua bochecha
Teresa fixa seus olhos nos meus e ficamos travados por um
momento. Durante a minha chegada, é o primeiro contato sincero
que tivemos e isso significa muito para mim.
— Eu...vou dormir, acho que bebi muito hoje. – Enfiou o resto da
omelete na boca
— Ok eu...também vou para o meu quarto.
Teresa vai cambaleando um pouco para o quarto e eu passo os
dedos entre os cabelos. Preciso ser persistente, não vou desistir de
Teresa, não quando já estou um passo de ter ela de volta.
TERESA
Acordo com o sol batendo no meu rosto. Meus olhos permanecem
fechados e pesados, e minha cabeça dói um pouco. Só sei que me
enfiei na bebida ontem para afogar tudo de ruim que estou sentindo,
sobre o beijo que dei em Francis e sobre Christoffer está bem na
minha fazenda.
Esfrego meus olhos e sinto algo pesado sobre minha perna, quando
olho para o lado, tomo um susto! Christoffer está aqui comigo, NA
MINHA CAMA! Como diabos ele veio parar deitado na minha
cama?! Me lembro de pouca coisa mas sei que não transamos,
então por que diabos ele está aqui?!
Penso em empurra-lo com força para o chão, mas minhas mãos
travam em seus braços fortes quando toco. Reparo seus traços
enquanto ele dorme. Ele ainda continua sem expressões faciais,
mesmo dormindo parece o mister robótico. Seu cabelo está bem
grande e um pouco jogado em seus olhos, sua sobrancelha é bem
feita provavelmente ele mesmo deve fazer já que é perfeccionista,
sua boca rosada está entre aberta respirando suavemente, e
constantemente ele pisca os olhos tendo leves espasmos. Esboço
um sorriso por isso. – Não Teresa merda, o que diabos está
fazendo?! Por que está rindo pra esse cretino?! – Pensei comigo.
Não ia fazer isso, mas só para garantir levanto a coberta e vejo que
ele está totalmente vestido. Ótimo. Na verdade, eu queria mesmo
era soltar um grito com ele pra ele sair correndo daqui, quem ele
pensa que é? Ele acha que sou fácil assim ao ponto de querer
dormir com ele? Isso é abuso! Ele se aproveitou de mim enquanto
eu estava bêbada! Nojento...
— Ou! – Cutuco ele pelos seus braços fortes – Ei! Acorda aí! – O
sacudo agora — Não.... – Disse sonolento e com a voz rouca
— Que não o que?! – Falei mais alto dessa vez – Chris... – Travo
inteira quando ele apoia sua cabeça em meu peito se acomodando
feito um travesseiro. Por que tão fofo? Por que tão lindo e...nossa,
como ele tá muito cheiroso! – Acorda agora!
— Hum... Teresa. – Sussurrou
— Me solta Christoffer! – Droga Teresa, se move, empurra esse
homem para o chão! – Christoffer?! – Gritei com ele que levanta sua
cabeça num susto
Christoffer parece bem assustado, ele olha pra um lado, pro outro, e
logo seus olhos claros se encontram com os meus, de um tom verde
agora está um azul piscina, meu Deus... Como ele é lindo.
— Me diz como veio parar aqui?! – Pergunto o empurrando de cima
de mim
Christoffer coça os olhos e se senta na cama, ele solta um bocejo
longo e coça seu braço sarado. — Responde! – Me alterei e ele
espreme os olhos
— Por que gritar uma hora dessa? – Ele pergunta – Você foi a
culpada.
— Eu?
— É.
— Eu estava bêbada! Como fui a culpada?!
— Se não percebeu, esse é o meu quarto. – Ele fala e tomo um
susto ao normal que não estou no meu quarto. Merda, como eu não
notei? Tá certo que os quartos daqui são muito parecidos mas isso
é demais!
— Sei disso. Por isso parei. – Falo e ela fixa seus olhos nos meus
agora paralisada – Ao menos que queira me ver batendo uma
pensando em você, espero que fique ou... – E ela sai do quarto ás
pressas Mas agarro ela pela cintura pela última vez e levo minha
boca até seu ouvido
— Gostosa. – Sussurro e ela me empurra com força e eu solto um
risinho malicioso.
Assim que Teresa abre a porta tomamos um susto. Lorena estava
prestes a abrir a porta do quarto. — O que diabos faz no quarto do
meu marido?! – Lorena grita com Teresa que engole um seco.
Capítulo 22
— Eu...
CHRISTOFFER
— Não, não precisa dizer merda nenhuma! – Lorena entra no quarto
– Então é isso?! Mal chegamos e já está se esfregando em
Christoffer? Cadê o ódio que disse que sentia por ele?! – O silêncio
paira – CADÊ TERESA?!
— Lorena, menos. Não temos que te dar explicações. – Falei
— Não tem como deve! – Ela fala e cruza os braços. Alice que
também está aqui parece assustada com tudo isso – Chego no meu
quarto e pego vocês dois juntos, de novo! O que que é agora?!
Voltaram?!
Teresa olha pra mim e suspira alto
— Ontem cheguei bêbada e Christoffer me ajudou – Falou mais
madura do que eu pensei – Ele é todo seu. – E sai do quarto
Quando Teresa desaparece Lorena entra no quarto com Alice e
tranca a porta — Christoffer?! – Ela começa – Mas o que diabos...
— 30...? — 30%.
— O que?? Mas por que???
— Você é uma ótima empreendedora Teresa, acho que merece
mais reconhecimento.
— M-mas... 30% é mais do que Francis tem de porcentagem nessa
fazenda. – Falei um pouco baixo de mais — Eu sei. – E se levantou
da cadeira – Irei vistoriar a fazenda já que não vai me mostrar. Até
mais... Terrie. Christoffer sai do meu escritório e eu permaneço
parada na mesma posição.
30% dessa fazenda? Essa fazenda finalmente é minha? Por anos
trabalhei para Francis, por anos desejei que pelo menos parte disso
tudo fosse meu e agora... meu maior sonho foi realizado. Sinto que
fiz algo bom dessa vez, durante cinco anos, me senti como eu
realmente queria.
Capítulo 23
TERESA
Christoffer, precisamos conversar. – Fui até ele que está enfrente o
celeiro dos gados
Junto com ele está um homem vestido uma roupa toda verde e uma
mulher de terno todo preto. Mas que diabos?
— Desde quando fazem a produção de carnes? – Christoffer
pergunta
— Desde sempre, a carne daqui é a melhor da cidade. – Falo – Por
que? — A partir de hoje não iremos mais produzir carnes.
Ele está brincando, não é? Não mesmo que vou deixar isso
acontecer. — A carne é o que mais lucra no comércio, jamais eu iria
deixar...
Soltei um "hum" baixo e logo Christoffer acena para mim, para seus
advogados e advogadas que estava aqui presente e vai em direção
ao seu carro. Resolvi ir atrás dele.
— Ei – Gritei andando firme até Christoffer que se vira até mim – Só
quero deixar claro, que se acha que irá se aproximar de mim com
presentes está muito enganado! Nós dois, acabou! E acabou pra
sempre!
Christoffer esbanja um sorriso
— Quando eu cheguei aqui, o nosso único diálogo é que me odeia,
e agora...está olhando pra mim, discutindo comigo – Desvio os
olhos dele – Teresa – Voltei a olhar pra ele – Não irei desistir de
você.
— Olha...
— Jamais. – Se aproximou de mim e pegou entre meu cabelo.
Droga. Por que eu não me recuo? – Pode me mandar embora se
quiser, pode me maltratar o quanto quiser, mas eu quero você de
volta.
— Precisa entender que o que tínhamos morreu, pra sempre.-
Sussurrei
Christoffer desce suas mãos para meus ombros que logo começa a
alisar a alça da minha camiseta de cetim. Meu corpo treme com
isso, como se uma carga de eletricidade e excitação tivesse me
percorrido. Não consigo me mover, queria empurra-lo mas torço
para ele descer suas mãos para meus seios e se aproveitar de mim.
— Não é o que parece, Terrie. – Ele diz e eu abro a boca para
retruca-lo, mas Francis aparece bem na hora vindo em nossa
direção.
Droga.
— Então conseguiu o que queria. – Frances diz para Christoffer –
Irá transformar esse lugar em um lixo!
— Você está muito tranquilo pra alguém que acaba de perder uma
fazenda inteira – Ele diz – Sua parte do plano já está concluída,
você tem eu e Teresa por perto. O que vai fazer agora?
— Estão enganados se pensa que eu sou esse cara, Fernando! –
Cruzou os braços – Sou muito pior e vou acabar com você!
— Estou ansioso para isso. – Christoffer bateu nos ombros de
Francis e entrou na sua Lamborghini preta
Assim que Christoffer vai para longe. Passo os dedos entre os
cabelos preocupada com isso tudo. Francis demostra ser Fernando
mais do que tudo, e Christoffer e eu...eu não sei...
— ... Eu sei que não é não assim, mas ele comprou uma parte
enorme da fazenda, como vou controlar o cara se ele tem mais
poder do que eu?
Me remexo um pouco por causa do silicone que estão espremidos.
As empregadas deviam limpar mais aqui, tem até camisinha usada.
Que nojo!
— Eu sei Herton, mas...como consigo?!
Espera Herton? Mas como? Ele está morto Joseph o matou!
— Darei um jeito. Isso não vai ficar assim. – Ele se abaixa para
pegar um papel no chão que deixou cair e eu arregalo os olhos, mas
pra minha sorte ele pega e sai do quarto Merda!
Saio às pressas debaixo da cama de Francis e como vejo que ele
não está desço lá pra baixo pego meu carro e corro para a fazenda.
Christoffer precisa saber que Herton está vivo. Como ele pôde?
Joseph ficou encarregado de matar Herton! Aquele desgraçado!
— Pedro! – O chamei assim que sai do carro – Quem está em
casa? — Agora resolveu falar comigo?
Reviro os olhos e estalo a língua
— Somente Alice, não devia estar trabalhando? – Franziu a testa
— Vá para a fazenda me encobrir se alguém precisar de mim fale
que estou ocupada.
Corro para dentro da casa e realmente concluo que Christoffer não
está aqui depois que procuro pela casa quase toda. Por último
resolvi ir até o quarto da pequena capetinha.
A porta está entre aberta.
— ... Sabe Felícia? Então é mais complicado do que pensei.
Felícia?
Abro só um pouco a porta e vejo ela falando com o travesseiro. Qual
o problema dessa garota? Apesar que eu também tinha amigos
imaginários.
— ... Eu sei, eu sei, mas acho que meu pai me ama assim mesmo.
Eu devia sentir raiva pela minha mãe pelo que ela fez com meu pai,
não foi correto. Agora por culpa da minha mãe passo por esses...
Transtornos de achar que meu pai não me ama porque minha mãe
dopou e estuprou ele pra ela me ter.
Espera? O que?! Dou um passo para trás e a garota acaba olhando
em minha direção.
— Quem está aí? – A menina pergunta e eu engulo um seco –
Pedro? – Veio andando até a porta – Teresa. – E fechou a porta na
minha cara
Ponho a mão na boca surpresa com isso tudo. Por que diabos
Christoffer não me disse? Como Lorena teve a coragem de fazer
isso com Christoffer? Me sento no sofá na sala estagnada e
decepcionada comigo mesmo por essa situação. A posição agora é
totalmente diferente, como posso ter julgado ele dessa forma? Sinto
vontade de dar uma surra em Lorena por ter feito isso com meu...
Com Christoffer.
São tantas informações pra processar...tudo está indo rápido demais
e tento respirar pra algum ataque de ansiedade não vir.
Meus pensamentos são interrompidos com Christoffer saindo pela
porta.
— Ei! – Corri até ele que nem sei como cheguei tão rápido até a
porta – Precisamos conversar.
— Outra hora, agora estou saindo. – Disse frio
— Não, tem que ser agora. – Falo e ele suspira alto – Não vou
implorar.
— Ok, pode falar.
— Aqui não...no meu quarto.
Christoffer tosse um pouco pois parece ter engasgado com sua
própria saliva
— Ok – Se recompôs – Vamos.
Assim que chegamos no meu quarto fecho a porta. Christoffer vem
pra cima de mim me dando logo um abraço e eu o empurro
— Ei, o que é isso? – Perguntei incrédula
— Não veio me avisar que aceitou a se casar comigo? – Neguei
com a cabeça – Ah.
— E além disso tudo, sou eu que terei que sair do quarto? – Lorena
se altera – Está bêbado não está? Não tem ideia do que está
falando Christoffer! ficamos anos juntos, não é agora que...
— Pedi Teresa em casamento – Christoffer revela
— COMO É?! – Lorena grita
— Papai?! – Alice grita logo em seguida
— Aí aí Jesus amado! – Falei baixinho, mas provavelmente todo
mundo ouviu
— Christoffer – Minha mãe se pronuncia se levantando – Acho que
está precipitado, não vamos tornar isso mais doloroso e difícil, ok?
Não precisamos falar disso enquanto estamos jantando.
— Então quando poderemos falar, Martha? – Christoffer se dirige a
sogra – Não precisamos mais esconder tudo o que aconteceu, afinal
de contas...nós somos uma família.
— Somos, mas...
— Pois então. Precisamos falar sobre isso.
— Ah precisamos?! – Pedro bateu a mão na mesa e também se
levantou – Precisamos mesmo?! Então falaremos! Acontece senhor
bilionário que se acha o dono do mundo, que minha irmã sofreu por
5 anos e até agora não houve explicações, sim, porque você nos
deve explicações! Se acha que Teresa vai voltar feito uma
cachorrinha pra você só porque quer, está enganado!
— É! – Concordei logo de cara mesmo tendo aberto minhas pernas
pra Christoffer me devorar agora pouco. — Irei explicar, mas
Teresa...
— Não tem, mas, desembucha logo esse bico! – Pedro atrofiou
— Moleque! – Meu pai deu uma na nuca de Pedro
— Vão passar pano pra esse cara? Sério? Por que?
— Pedro é mais difícil como pensa. – Minha mãe diz bastante séria
– Temos que analisar tudo o que aconteceu.
Capítulo 26
TERESA
— Teresa, precisamos conversar. – Francis entra no meu escritório
e eu o ignoro – Entrou no meu quarto ontem? Droga
— Hum? – Continuei minha atenção no computador
— Encontrei fios de cabelo seu embaixo da minha cama e meus
documentos estão revirados.
— O que procurava embaixo da cama? – Franzi o cenho – Não
entrei no seu quarto – Menti
— A diarista só vem as quintas, a única pessoa que provavelmente
entrou deve ter sido você.
— Está errado, não fui eu.
— Olha, Teresa! – Veio até mim e me tirou a força da cadeira onde
eu estava – Estou de saco cheio dessas suas gracinhas, de achar
que sou irmão de...como é o nome mesmo?
— Fernando?
— É, isso! Se continuar mexendo nas minhas coisas, eu vou...
— Não vai fazer nada! Você nem manda mais nessa droga de
fazenda!
— Não importa, você tem uma dívida comigo! – Me agarrou com
mais força
— Me solta seu nojento você tá me machucando!! – Me debati
contra ele que aperta forte meus pulsos — Sabe o que eu vou fazer
com você Teresa?! – Falou com uma voz diabólica — O que?! –
Christoffer entra na sala
— O que? Fala.
— Ok, e se ele for um primo distante de Fernando, amigo, tio,
irmão? — Irmão? Não sei se Fernando tinha algum irmão além de
mim.
— Sua mãe não te falou nada a respeito?
— Bom. Não. E nem Olívia.
— Sente falta delas? – Pergunto sem noção nenhuma
As duas fizeram mal para Christoffer, mas sei que Eva e ele eram
próximos antes dela demostrar ser uma completa vadia.
— Sinto falta do meu pai e Eva contribuiu para o assassinato do
meu pai.
— Não vai me contar o que houve nesse dia? No dia
do...assassinato do seu pai?
Ele fica em silêncio, só continua parado olhando pra mim.
— Me lembro que tinha me falado que nunca tocaria em mim,
porque você sofreu abuso duas vezes. A primeira foi quando Lorena
te dopou, agora a segunda...
— Arrume suas coisas, vamos até a cidade fazer o teste. Pensei em
te dar uma carona mas vi que tem bastante coisa para fazer – Se
levantou e saiu da minha sala.
Christoffer me deixou sozinha com uma série de pensamentos e
perguntas. Assim mesmo ele quer me reconquistar de volta, como?
Escondendo tudo de mim? Ótimo Christoffer. Veja bem qual
resposta será para o seu formoso pedido de casamento!
...... ......
Entro em casa e já escuto as gritarias vindo lá de dentro, parece a
voz de claro, Lorena. — Prometemos vir juntos e agora está
voltando pra cidade?! Você não vai!
— Sua mãe está surtando porque é louca. – Ele diz – Tenho que
resolver umas coisas lá.
— Teresa que história é essa? – Pedro me pergunta – Desde
quando esse cara chegou você se afastou de mim, não me conta
mais nada! Que história é essa?!
— Pedro...assim que eu chegar eu conto tudo ok? Eu prometo. Mas
é uma urgência nós precisamos ir. – Fui até a porta – Christoffer. –
O chamei
Christoffer dá um beijo na testa da filha que começa a chorar
bastante, diferente de mim que usa uma mala ele está apenas com
uma mochila nas costas.
— Avisa minha mãe e meu pai. – Falei a Pedro evitando de olhar
pra cara de Lorena — Promete que irá me contar tudo quando...
— Prometo Pedro. Não vou demorar, tá bom?
— Ok. – Ele diz inconformado e bato nos ombros dele de leve
Assim que Christoffer e eu entramos no carro colocamos o cinto e
entramos na estrada. Mando mensagem para Francis avisando que
estamos indo para cidade e a localização onde iremos parar, ele
confirma e diz que já está a caminho — Então... Se Francis não for
Fernando. O que faremos?
— Iremos esperar. – Falou focado no volante
— Esperar?
— Não creio que Fernando está planejando isso tudo a troco de
nada, se ele estiver vivo uma hora ele vai aparecer. — Hum... – Fiz
um coque no cabelo – E como está em relação em ele ser o seu
irmão mais velho?
Christoffer me olha de relance
— Não tenho nenhum irmão mais velho. – Falou como uma criança
mimada – Nenhum irmão. Penso que Olivia foi um surto coletivo,
nunca conversei, nunca senti carinho por ela...não me importo.
Capítulo 27
TERESA
— Que mansão é essa? – Pergunto a Christoffer assim que
chegamos em uma casa enorme de grande
— Comprei a pouco tempo, vendi a outra. Não acha que depois
daquele massacre eu ia continuar vivendo lá, né?
— É mas...lá era a casa do seu pai. – Falo e ele sai do carro.
Quando eu saia ele abriu a porta pra eu sair também. Fingi
demência com isso, mas meu Deus que fofo - não me diz nada?
— Senhor Christoffer - o mordomo vem vindo. Me lembro bem dele,
o que dizia que eu era brega quando usava os vestidos simples da
roça - é um prazer recebê-los, não me avisaram que iriam vir.
— Foi de última hora – Ele explica – A viagem foi longa.
— Quer que eu prepare algo para comerem?
— É claro. – Ele diz – Está com fome? – Me pergunta e eu assinto –
Pra mim algo leve nada muito gorduroso. — Pra mim gorduroso e
pode poder umas fritas com muita carne.
— Não temos carne senhora. – Ele diz e eu dou um sorriso sem
graça
— Providencie. – Christoffer autoriza
— Ah, claro. – O mordomo sorriu enquanto anotava tudo – Irei pedir
o empregado para levar a sua mala.
— Não precisa, eu mesmo levo. – Falo e ele assente enquanto se
afasta
— Deixa que eu levo pra você. – Christoffer foi pegando a mala da
minha mão
Diferente da antiga mansão que é o modelo antigo, cheio de vasos
valioso, lustres de castelo, chão de cerâmica antiga, essa mansão é
muito mais moderna, percebo que a cortinas são automáticas, tem
ar condicionado por toda a sala e os móveis enormes e chiques.
— Ei, pare com isso – Ela agarra minha nuca – Você não precisa
me proteger, eu sei me virar sozinha assim como você, vamos
conseguir.
Assinto e suspiro baixo.
TERESA
Saímos do hospital e estamos indo para mansão. Christoffer está
calado a viagem inteira, não quero falar nada, não quero fazer ele
se sentir ainda pior. Ou será que mudo de assunto?
— Sabia que eu... – O telefone dele toca me interrompendo. Ufa!
— Pode pegar meu telefone pra mim? – Falou focado no volante –
Aqui?
— O carro não é automático? – Brinco e ele mostra a língua
– Número confidencial. – Desligou a ligação – Não costumo
atender... – Antes que ele terminasse o número liga de novo
— Credo. – Falei um pouco assustada - por que não atende? Vai
que é...Fernando. Christoffer estreitou os olhos e logo atendeu.
— Oi. – Disse um pouco baixo – Quem? O que?
— Põe em viva voz! – Peço, e ele coloca
— Tem alguém do seu lado?? – Uma voz feminina pergunta –
Christoffer por favor me ajuda! Me ajuda!
— Não. – Disse frio – Não tenho mais nada a ver com você e Eva.
— Me desculpa! – Ela implora – Fernando tem nos mantido em
cativeiro, ele não morreu, está vivo! – Ela fala e eu arregalo os olhos
– Precisa nos ajudar eu juro que depois disso irei desaparecer, para
sempre! Por favor...Por favor... – Implorou enquanto chora A ligação
cai e Christoffer continua com o telefone suspendido no ar
Droga, mais essa. Estou farta disso tudo, farta de me envolver com
tudo que pertence a Christoffer!
Na sala estão todos, meus pais meus irmãos, Lorena que me olha
com olho torto e inclusive Christoffer que acaba de entrar na sala.
– Não vou ser madrinha do seu casamento Elisa. – Falo e antes que
ela abra a boca para dizer o por que continuo – Seu casamento é
uma mentira, não vê que Joseph está querendo se promover depois
de tudo que ele fez?
Elisa e eu já tivemos essa conversa, e mesmo assim ela insistiu no
assunto e continua persistindo nisso. – Uma coisa é você falar mal
de mim – Elisa deu um passo a fente – Outra é falar mal do meu
casamento! – Se está tão incomodada por que não sai da minha
casa?
– Gente, calma... – Pedro começa
– É Teresa calma – Lorena se intromete – Por que voltou
aborrecida, Christoffer te contou?
– Contou o que? – Pergunto a ela que solta vários risinhos
– Christoffer não queria vir para a roça para te reconquistar, na
verdade ele nem queria vim, eu que insisti muito para que ele
viesse, alguma vez ele te disse que veio por você? Pois é ele
mentiu! Ele não veio por você, veio porque eu insisti muito para que
ele viesse.
Elisa larga meu braço e sinto meus olhos arderem por isso, olho
para Christoffer a espera de ele se proteger, mas ele não diz nada,
absolutamente nada para se defender.
– Eu não duvido de você Lorena, e se está tão contente por isso,
por ter um "marido" em que a própria esposa o difama bem na
minha frente...quem sou eu para julgar?
– Lorena está mentindo – Christoffer se altera – Eu viria por você...
– Ah, quando?! – Me virei para ele – Quando achasse conveniente
para você? Me deixa quando é conveniente me procura quando é
conveniente...você acha que eu sou o que? Uma marionete que
posso ser controlada por você como você bem entender? Está
enganado!
– É óbvio que não! Eu não estava preparado para voltar para você,
não ainda...
– Que surpresa, que futilidade saber seus motivos já que você me
largou plantada em um altar e mandou seu primo mal caráter me
levar para fazenda que estava em chamas porque o próprio não
teve a audácia de me levar para casa, o próprio não teve coragem
de explicar para a sua noiva o que estava acontecendo. Se for
mesmo fazer festa, casamento ou qualquer coisa que seja não me
incluem, eu não faço mais parte desse grupo ou seja lá qual for a
ideia que vocês têm – Me viro para Christoffer novamente – Eu
acreditei em você, fui na cidade por esperança a nós, fizemos o que
fizemos por esperança a nós, mas agora percebo que ter acreditado
novamente em você foi tolice! – Alterei meu tom de voz com ele -
mesmo depois de 5 anos eu continuei acreditando em você e só
agora percebo o quão idiota fui – Consegui tirar a aliança em meu
dedo – Acabou Christoffer! Morreu em mim qualquer resquício de
oportunidade para perdoar você! Peço que por favor vá embora da
minha fazenda! Te dou até amanhã.
— Teresa...
— E não encoste em mim! – Me soltei de seus braços – Não olhe
pra mim não me chame pelo meu nome, não tente se aproximar! -
Olho para Lorena – Isso nunca foi uma competição pra mim, mas
caso foi pra você ele é todo seu, e só pra constar... eu nunca me
ousaria em ficar perante escolhas, saiba o quão humilhante é pra
você Lorena, ter que aceitar migalhas de um homem que não é seu
e não te ama.
Vou até a porta pego minhas malas que estão bastante pesadas e
saio arrastando para o meu quarto, todos ainda me encaram, até
que eu desapareço batendo a porta forte e o barulho do lado de trás
começa.
Capítulo 30
TERESA
O meu dia começa cedo. E estou pronta para voltar a ser a Teresa
que eu era antes, a que ignora todos nessa casa inclusive...
Christoffer.
Olha eu juro que estou louca pra essas férias deles passarem para
ir embora da minha fazenda. Christoffer acha mesmo que vou voltar
pra ele sem ao menos contar toda a verdade? Ele achou mesmo? E
fora o que Lorena disse, o covarde nem iria vir, só veio porque
Lorena insistiu, olha sinceramente... Foi ótimo ter recebido esse
tapa na cara porque agora... Não há nada que eu possa fazer que
me faça voltar atrás.
— Teresa. – Ouço a voz de Christoffer e tomo um susto, como se
meus pensamentos tivessem sendo dito em voz alta - podemos
conversar...
Me levando da mesa às pressas quando ele aparece na minha
frente
— Por favor... – Pediu, peguei minha xícara e eu me retirei daqui.
Não Teresa, não pare para ouvi-lo, se fizer isso...sabe que não vai
resistir e...droga, que merda tenho na cabeça? Ele precisa ir embora
o quanto antes se não eu...deixa pra lá.
O que?
— Esse cara tá louco...
— Não me faça perder a paciência...
— Ei – Contei Christoffer segurando em seu peito sarado – Para! –
Fixei meus olhos nos seus
— Vamos conversar.
— Não tenho nada para conversar com você Christoffer!
— Eita... – Fernando debocha
— Por favor. – Pegou no meu antebraço – Terrie.
Tiro suas mãos de mim com um pouco de indelicadeza e vou na
frente
— Que seja rápido! – Fui em direção a minha sala e ele vem atrás
de mim
Subimos a escada em silêncio e confesso que o clima está mais
pesado do que eu pensei, mas tento me manter firme. Quando
chegamos na sala me apoio na mesa a espera dele falar, e ele faz
uma coisa que me surpreende muito, Christoffer tira uma rosa de
cristais do seu paletó e vem até mim A flor é muito linda, parece ter
uma ilusão de ótica e muda de cor quando mudamos de ângulo.
Confesso que nunca vi algo tão esplendido...
— Me perdoe. – Disse baixo – Vou fazer de tudo para te conquistar
de novo, dessa vez da forma certa. Acontece Teresa que nenhuma
mulher me pôs aos seus pés e na palma da mão como você me
coloca, eu fico fraco quando estou com você, eu sinto medo...
— Medo?
— De te perder, de não te ver nunca mais, se me dissesse que não
queria saber de mim nunca mais eu enlouqueceria. Ninguém quer
que fiquemos juntos, eu sei...mas eu e você queremos então não
vou desistir de você.
Por mais que o nome do restaurante Dia seja simples, por dentro
não deixa de ser chique e um dos restaurantes mais bonito da
cidade, meu coração disparar forte, estou muito preocupada com o
que pode acontecer comigo, e de como Francis é, e o que
realmente aconteceu com Chris.
— Vou estar na rua de trás. – Joseph diz – Se algo acontecer com
você, o que eu faço?
— Não vai acontecer nada comigo, mas se acontecer...ligue para
Christoffer.
— Com certeza não. Está com o celular? – Assenti - Ótimo, deixa
meu número discado qualquer coisa é só me ligar, vou saber que
algo está acontecendo.
— Tudo bem. – Falo e saio do carro
Joseph me olha com uma cara como se eu realmente fosse pra um
briga de banho de sangue
— Não me olhe com essa cara! Você nem se preocupar de verdade!
– Revirei os olhos
— Vou deixar você ir embora de Uber – Forçou um sorriso – Só
toma cuidado.
— Tá, tá! – Falo, e vou direto para o restaurante
Francis não me deu pistas de onde ele vai estar e nem de como ele
é, o segurança do restaurante pergunta meu nome e pergunta se
reservei algum lugar.
— Sabe se alguém me espera? É um homem chamado Francis. –
Digo a ele que assente
— Me siga. – Falou e ele vai andando na frente
As pessoas desse restaurante são bem chiques e requintadas,
gosto do ambiente para encontrar uma pessoa perigosa porque é
bastante movimentado.
— Aqui está. – O homem diz me colocando de frente pra uma mesa
O homem está com o cardápio enfiado na cara, mas consigo ver
seu terno todo preto, e ao lado dele há uma muleta.
— Coloque as mãos para cima. – Faço o que ela pede e ela começa
a me revistar – É burrice sua não vir armado. – Agora começou a
passar a mão na frente da minha calça, bem no meu... Vocês
sabem. – Hum...
— Quem disse que não estou armado? – Pergunto e ela solta um
sorriso
Consigo ser ágil e pego a arma da mão da mulher e a prendo nos
meus braços fazendo ela de refém, a mulher começa a gemer
tentando se soltar, mas eu a aperto mais o seu pescoço — Hum...
Que delícia. - Sorriu
— Onde está Teresa? – Pergunto frio — Teresa? Não conheço.
Coloco a arma na cabeça da moça
— Duvido que vai atirar. – Superestima
Atiro no ombro dela fazendo ela cair nos meus braços enquanto
grita de dor. A arma é uma silenciadora por tanto não fez barulho
algum.
— Droga! – A moça disse entre os dentes – Está no andar de cima,
primeira porta a direita.
— Como posso saber que está falando a verd...
— Meu relógio – Ela disse com os dentes cerrados em meio a dor
nos ombros – Merda... Está ardendo muito!!
— O que diabos tem seu relógio?!
Ela vai sem contestar. Sabe que se negar vai ser pior.
— E você pega um táxi. – Entrei no carro de Joseph e fechei a porta
Agora estamos sozinhos. Só eu e ela.
— Christoffer...
— Agora você sabe. – Falo e ligo o motor do carro – Não preciso
mais de você. Quero o divórcio.
Capítulo 33
CHRISTOFFER
— O que? – Teresa perguntou assustada – M-mas como assim? Por
que?!
— Sinceramente Teresa, não quero que me olhe com cara de pena.
— Mas eu não estou...
— Sim você está. – Tirei os olhos do volante – Me traiu, indo
encontrar com Francis.
— Não, eu não fiz isso! – Ela cerrou os dentes achando que isso ia
faze-la ter mais razão nessa conversa – Lorena te traiu! E você a
perdoou! Eu fui atrás de algo para te proteger!
— Quero saber o que diabos Lorena tem haver com essa conversa,
se ela me traiu ou não quem se importa? Nunca me importei com
Lorena, mas agora, você? Você não foi atrás de algo para me
proteger Teresa, você foi egoísta,
impulsiva e totalmente contra o que eu te pedi, eu disse que não
estava preparado para te contar.
— Eu sei que eu pequei nisso, mas entenda o meu lado, eu
precisava saber porque você não veio atrás de mim, o que te
impedia.
— Bem, agora você sabe. Está satisfeita?
— Não... – Ela encostou em mim, mas eu recuo – Me desculpa...
— Não. Não precisa me perdoar porque sumi agora, só porque
agora sabe meus motivos sem eu ter te contado, eu não queria que
soubesse, eu não estava preparado, você arriscou a minha vida e a
sua para algo que eu não estava preparado. Agora você vai ficar
com pena de mim pelo que aconteceu e eu sinceramente não vou
mais querer olhar pra você, e por favor, eu preciso pensar, se puder
ficar em silêncio.
Teresa abre a boca e a fecha novamente. O barulho de choro dela
começa a sair, provavelmente com dó de mim, ou me achando um
tremendo covarde. Eu quero enfrentar Francis, e vou. Mas agora?
Não. Eu ia contar pra Teresa, mas também não agora, ninguém
sabe dessa história só eu e Francis, imagino como ele deve ter
contado pra ela, imagino que ele deve ter ficado bastante animado
de soltar isso pra alguém. Só consigo sentir raiva agora. Muita raiva.
TERESA
Chegamos na fazenda e Christoffer não soltou nem um piu, quero
dizer algo, será que se eu o beijar ele aceita? Não acho que não...
Não sinto pena dele, muito pelo contrário, Chris vai achar que quero
ficar por dó dele, se ele realmente me conhecesse iria saber que eu
não sou assim — Você... Pode dormir comigo? – Perguntei
enquanto entramos
— Ou se não...
— Se não... Eu te expulso agora mesmo... – Ele mal termina de falar
e eu enfio seu pau todo dentro da minha boca – Aí... Merda... –
Quase o desmontei inteiro
Começo a bater para Christoffer, com o espaço que não consigo
chegar minha boca vou com minhas mãos, meus olhos o penetram
ele geme enquanto gesticula seus quadris — Aí Teresa... – Deixou
soltar
Amo ver ele assim. De durão, frio, calculista, pra dominado, todo
sem jeito enquanto eu engulo.
Sugo bastante sua glande enquanto brinco com seus testículos, ele
fica desesperado com isso, acaba esbarrando no ... Do chuveiro e
mudando a temperatura de quente pra bastante gelada — Droga! –
Falei saindo de baixo do chuveiro e ele me agarra pelos braços
— Sinto raiva de você! – Ele diz com os dentes cerrados e eu solto
um risinho – Que droga! Por que está rindo?
— Me fode com raiva. – Pedi e ele me solta com brutalidade muda a
temperatura do chuveiro e fixa me encarando por um tempo, vou até
ele porque o quero, mas ele me impede de chegar perto
aguardando meu pescoço com uma mão, como se fosse me
enforcar, ele acha que isso me intimida? Para mostrar que não,
pego sua outra mão e ponho no meu pescoço e ele aperta um
pouco — Você é louca Teresa. – Ele diz. Com raiva mais ainda diz.
Seu pau lateja de tanta vontade de me comer, eu sei disso, ele
também.
Capítulo 34
TERESA
Acordo sentindo meu braço dormente e me remexo na cama ainda
de olhos fechados, passo a mão no travesseiro e percebo o corpo
quente de Christoffer
Sua respiração está um pouco alta, sua boca está entre aberta, seu
cabelo parece ainda mais dourado juntamente com seus cílios
enormes, mal posso esperar ele abrir esses olhos azuis.
— Amor... – Acaricio seu rosto e finalmente ele acorda
Christoffer se remexe, se espreguiça e passa a mão no rosto.
— Bom dia. – Sussurrei em seu ouvido e ele se senta com um
pouco de preguiça – Vou preparar um café pra gente...
— Que horas são? – Me interrompeu
— Hum... – Olhei para o relógio – Dez pra uma hora.
— Onde estão minhas roupas?
— Ainda não precisa delas. – Fui até ele e me sentei em seu colo –
Estou nua por baixo sabia?
— Sabia. – Ele me jogou para o lado – Ontem foi nossa última vez.
Vou voltar para cidade hoje.
— O que? Como assim...
Óbvio que não. Amanhã mesmo vou achar Francis e acabar com
ele. Não vou deixar Teresa se sacrificar, vou mata-lo nem que eu
precise entrar dentro de um vulcão, e vai ser amanhã.
Capítulo 36
CHRISTOFFER
Acordo e Teresa continua dormindo. Estamos em um apartamento
onde aluguei na hora para não correr o risco de nós acharem aqui.
Alice está no outro cômodo e Teresa dormiu comigo. Apesar do dia
clarear ainda parece ser a noite. Não quero acorda-la, ela
provavelmente deve estar bastante cansada.
Me levanto e vou preparar o café da manhã. Pra Teresa, preparo
torradas com pasta de amendoim, biscoitos, e mamão com mel e
aveia, para mim e para Alice faço torradas com creme de abacate e
um suco natural de laranja.
— Bom dia papai. – Diz a voz fina e meiga de Alice
Ela se senta na mesa com o cabelo todo espalhado. Vou até ela e
tento fazer um rabo de cavalo para não ter risco de cair cabelo no
café.
— Dormiu bem? – Perguntei a ela
— Fiquei com medo de alguém subir pela janela, mas... Sim. –
Começou a beliscar a torrada com creme de abacate – Hum... Está
muito bom.
— Podia ter dormido comigo e Teresa. – Falo e ela levanta os
ombros
Teresa aparece na porta nos encarando em silêncio. Ela usa uma
camisola branca bem curta e seu cabelo louro está presa em um
coque bem alto, ela está descalça o que adoro ver ela assim,
simples, mas linda.
— Ah... Meu irmão Chris? – Ele riu - ele deve tá numa vala agora.
Caiu na minha armadilha direitinho.
— O que quer dizer com caiu numa vala?
— Christoffer está morto. – Ele diz e eu nego com a cabeça – E
agora você é minha!
Capítulo 37
TERESA
— Christoffer está aqui! – Endureci a voz. Não sei se de fato se ele
está aqui, mas se esse homem estiver tentando me enganar não irei
cair – Toma cuidado.
Francis gargalha alto.
— Eu? Tomar cuidado? - Seu semblante agora é mais sério - tem 40
segundos pra você e Alice descerem até aqui, ou uma das duas...
— Eu não vou...
— UM... DOIS... TRÊS... - começou a gritar
Corro para o quarto de Alice às pressas e abro a porta. Ela está
paralisada na janela do quarto.
— Teresa o que está acontecendo?! – Ela me pergunta assustada
Ótimo!
— Se estiverem lá fora? - ela me pergunta com medo
— Precisamos ser corajosas. – Fui até a janelinha do quarto da
bagunça e espio do lado de fora - não tem ninguém, vamos pelo
jardim. – Falo e ela assente
Alice e eu saímos silenciosamente e por sorte realmente não tem
ninguém, passamos pelo jardim do edifício mais como se fosse um
labirinto. A neblina toca minha pele que se arrepia diante o frio, só
agora percebo que estou de camisola e descalça, percebi ao pisar
em um caco de vidro pequeno, mas a adrenalina não permite que a
dor me atrapalhe.
Alice e eu estamos correndo até uma porta pequena de grade,
assim que chegamos, Alice consegue atravessar
— Vem! – Alice diz e eu começo a passar, mas sinto alguém segurar
o meu braço com muita força. Francis.
— ALICE, CORRE! – Falo e Alice sai correndo sem direção. – A
SUA DIREITA! ME SOLTA!
Francis tampa minha boca.
— Cala a sua boca sua imunda! – Sussurrou no meu ouvido
enquanto tento me soltar - vamos lá pra dentro!
— Não! – Me debato contra Francis dando várias séries de chutes e
socos nele, mas paro, quando ele acerta um murro na minha cara e
caio no chão
Estou desorientada. Francis me levanta pelo braço e me leva pra
dentro da casa, quando entro na sala ele me joga no sofá. Estou
cercada de homens
armados, estou morrendo de medo. Onde Chris está? Por que ele
fez isso comigo?
Não demora muito e Alice também entra na sala carregada de um
homem enorme, quando colocam ela sentada do meu lado, percebo
que seu olho esquerdo está bastante machucado.
— Alice! – Peguei seu rosto pequeno – Seu nojento! Como tem
coragem de bater em uma criança?! Nojento!
O homem enorme abaixa a gola da blusa e mostra a mordida que
provavelmente Alice deixou em seu pescoço. Nesse momento, Alice
me abraça tampando seu rosto morrendo de medo.
Francis pega uma cadeira e se senta de frente para nós.
— Tá fácil. – Ele diz olhando para mim, com uma cara... Maliciosa –
O seu marido, foi atrás de mim, ele... Tentou me matar, e confesso
que foi por um fio! – Ele se levanta rindo um pouco, se divertindo
disso tudo – Ele sabia que se não desse certo não teria ninguém por
vocês, mas ele falhou.
— Ele não falhou, tenho eu por nós. Acha o que? – Cerro os dentes
- e mais... Christoffer nunca ia deixar você fazer nada comigo e com
Alice!
— Então o que é isso pra você? – Tirou o celular do bolso e me
mostrou uma foto de Cris
Me levanto com a mão na boca paralisada. Christoffer está deitado
no chão, ensanguentado, seu rosto não parece seu rosto mais, está
todo machucado.
— Não... – Deixei escapar
— Papai! – Alice gritou – Teresa o que tem na foto?? — Mostre a ela
Terrie.
— 2...
— Não... Christo...
— Teresa o que está acontecendo??? – Alice pergunta
— Teresa eu te amo. – Falou e sua voz estava trêmula agora, como
se estivesse com medo – Cuide de Alice.
— NÃO! – Gritei em meio ao desespero - CHRIS PELO AMOR DE
DEUS...
— 1...
— Eu te amo! – Gritei no telefone entre choro quando ouço um
barulho de tiro muito alto e logo depois um estrondo – Christoffer?! –
O chamei, mas não houve resposta – Christoffer? – Ainda sem
resposta – Chris... Não...
— Ele não vai responder! – Francis toma o telefone da minha mão e
meus joelhos se dobram - Está feito? – Ele pergunta ao homem que
estava com Chris
— Teresa... – Alice diz com medo – Teresa?! O que houve com meu
pai?!
Perco totalmente o foco. Estou sem chão, sem razão, a única coisa
que sinto é dor. Christoffer está morto, isso é tudo que ronda na
minha cabeça. Meu Christoffer está morto.
— Bom... – Francis vem até mim enquanto ainda permaneço de
joelhos - Está pronta?
Todas as imagens de Chris e eu rondam na minha cabeça. De todas
as vezes que ele me protegeu, e eu não fiz nada, absolutamente
nada para protege-lo, acho que nunca em toda a minha vida senti
uma dor assim. Não faz sentido eu continuar vivendo mais, com
essa culpa, dor e angústia. Eu perdi o amor da
minha vida, e está doente, de mais... De mais... Como um fogo que
queima por dentro, estou desesperada!
— Meu pai... – Alice diz entre soluços – Meu pai Teresa...
— Logo vocês irão superar. – Francis diz frio
Me levanto inconscientemente e vou até o armário que tem nessa
sala, abro uma das gavetas e pego uma faca pontiaguda de lá. Os
homens na sala estendem a arma pra mim fazendo um barulho
enorme de fuzis na sala.
— O que está acontecendo? – Alice pergunta olhando para o nada
— O que vai fazer? – Francis ri – Não pode me matar!
— Não posso... – Sussurrei – Mas posso me matar. – Coloquei a
faca na minha garganta
— Não! – Alice grita – Teresa não me deixa aqui sozinha!! – Ela diz
entre choro – O papai vai voltar e ele precisa de você Teresa! Não
me deixa aqui!
— Deixa de gracinha e larga logo essa merda de faca! – Francis
veio até mim – Você não faria... – Ele diz
E é tarde. A faca é tão afiada... Parece ainda mais afiada quando
sinto ela na minha garganta. Perco o equilíbrio e caio batendo a
cabeça no chão. Francis vem correndo ate mim e tampa o sangue
da minha garganta, Alice também corre até mim enquanto grita meu
nome, mas um dos homens armados o agarra. Vejo Francis gritando
que precisam chamar uma ambulância, que se eu morresse ia matar
todo mundo, a voz dele foi ficando mais distante, tento empurra-lo
pro meu sangue jorrar, mas estou ocupada de mais me afogando
com meu próprio sangue, está doendo... Estou perdendo o foco... E
tudo vai ficando cada vez mais distante...
— Merda! – É a última coisa que ouço vindo de Francis
De repente vejo Chris na minha frente, estou delirando? Estou
morta? — Chris... - tento dizer, mas minha voz não sai
Meus olhos se fecham e não ouço mais nada.
Final
TERESA
Abro os olhos sentindo um desconforto na minha cabeça. O
travesseiro é muito duro, confesso que nunca me senti tão
desconfortável assim.
Quando olho para o lado, percebo estar em um quarto muito chique,
além do mais, ouço barulho de cachoeira, e sinto cheiro de terra
molhada.
Olho para meu corpo e estou vestida uma camisola vermelha, me
levanto, o chão está gelado, na verdade aqui faz muito frio. Quando
me olho no espelho sinto algo estranho no meu rosto, como se algo
não se encaixasse bem. Meus cabelos estão bastante negros, como
um castanho escuro, assim como meus olhos, um castanho quase
preto. Passo a mão no meu cabelo e estão bastantes sedosos,
porem...sinto cheiro de... Tinta?
A porta se abre
— Mamãe! – Uma garotinha pequena entra no quarto. Ela tem os
cabelos da mesma cor que os meus, e usa uma bengala especial
para pessoas cegas e óculos escuros