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Tese LF Duarte - Redes Do Suor
Tese LF Duarte - Redes Do Suor
Tese LF Duarte - Redes Do Suor
A SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O SUO R
da ao Programa de Pós-Graduação
\..
Museu Nacional
1978
--
~,'.~
•.•a ndie F'rancioni de Abreu, Eliza.beth,moore macf<enzie,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
ffi3uricio
•• •••
- a Funda.çao Fo rd , pela generosidade- e isenç~d com qUe me garantiu
••• a ~y.giazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Sig.aud, Pela inspiração origin~ria de SU-a Tese de zyxwvutsrqpon
M estra
~
a gento de Jurujuba, ~ tantoo amigo5 que o sigilo deVe aqui res-
. , I
guardar ••• enfim - mais qUe agradecer - dedico est~ 1mponderave
retribuili~o;pelo muito qUe me deram e ensinaram-
HEsumozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
di.u por seis meses no ba.í.r r o de Jurujubo (r-Jiteroi = RJ), p rccu -'
-ca-
fomou-se como fundamental "a questão dessa r ep r oduçáo o' re-
rehciaT.
divergencia.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Balisaram ds-&eRvolviJ:!lento.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
da trabalh.o él preocupêçôO com o
IV
O'
prodüção cap.í tali st'a e o Lntre r.e s se pelo papel. de deternlÍnad'os me-
,
\ eaní.sao.s Lde.o.LnqLccs na pro.dução e reprocktção das identidades so-
cd a s em geral .•
í
* * *
SOM U L AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
Pág.zyxw
IN TR O D U çA o •.. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a • 11 ••• li 111 ••••• CI • " •••••• tJ li •• li li 11 li li • li • li li • li li li • li • li 11
i
I:
CAPiTULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Pescadores e Pesca em Jurujuba
bl A
O trabalho
sorte
e a
-arte
0 ••••••••• ., ••••
1 1 1 0 .0
0 •••••••••
•••••• 56
67 --
2. Os Campos da Batalha •••..•....••.........• ~ .......• 7S
a) P 9 Sc ar ia 8 c omp a n h a •••••••••••••••••••••••••••• 75
bl Irmandade e padrinho •.•.....•..•............... 98
3. Os Lim ites da Ilusão " 0 •••• 11' •• 11 •••••••• 11 •••• 107
Umetn pé e quatro .deitado ...............•......
a)
b)
----~~------~----~--------
A corrida do ouro .1 I •••••••• C (l ••••• I:I •• " II ••••••••
107
114
4. A "Armação" do Homem • ••••••••••••• :1.11 •• 00.0 ••••••• 0 120
,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Inumeros fios conduziram o meu trabalho de pesquis8 junto aOS
,
P~~L~ç-ªdoI'e§
de Jurujuoa nesses qUatro anos em que, para alem das
balhadores
~~~~.:_~ . os qualificag
........",.
as "redesll do seU "suor!!.
bal1•
A proposta de um estudo "antropo16gicoll remete ~ incorporação
• A • f', ' .
da eXper~enc~a ~eor~Ca e metodologlca da Antropologia Social, en-
,
tendida como uma unidade inextricavel entre meios e fins do proce~
so de construç;o do conhecimento, ou seja, n;o apenas como um lan-
ç ar mão de "Lns t.rumento s''antropológicos, mas como um agir fundado
tido mediante
, .
a postura mo t.odoLo qâ ca do relativismo cultural, no
'. • zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
N
sobretudo 0Perarla, lmpOe-Se a demonstraçao do inversot a de qUe
N
, . f
Essa ult1ma caracter1stica Vem assim apenas reforçar a eSSen•zyxwvutsr
z, J
\..
trutural das relaç~es de produç~o no social (3), quer Pela razao
IV
< ,
eSPeC1fica de Ser a partir desse n1ve1 qUe se define e articula a
bre [)'ea Lar Lo em Capital. (rnarx~ 1973. Terno 11, p , 216 e SP,9.), O
, ,. .
proprio f~ncion~manto de um determinado modo de produção passa ne~
Cessar iamente por a rt iculaç ões qUe Se d~o ao n {vel tia SUPerestrutll,
ra (5).
nidade de Pescadoreslõ.
dança I', de I1diferenc iaçã o soc ial 11, v iv ida com agudeza Pelos Rp.!:3C:p-
i. ..
"identidade social A
• como ensejava, em certa medida, uma diversida
sição H
ora entre modos de produção diferentes. ora entre formas
procura de peixe.
I' I'
mereantil" acreScenta, por outro lado, ao ja oonsideravel aCervo
de estuQ.os S9bre "Pequenos Pescadoresn" um elemento comparativo im
portante (cf. Firth, 1946; Kottak, 1966; Amo:rim, 1970; forman ,
1970; McG
ocdurdn 1976; Pessanha, 1977).
Com isso chegamos ao nível da unidade local da Pesquisa.. a
Jurujuba •• retornando
~, . .
assim aquelezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
fio inicial em qUe Tessaltava-
. ,
mos a essencialidade do "contato", da IIrelaçâon com o obsprvado p~
~ . , .
~rbana
fi
no curso de rJtestrade.
n"""
A observaçao eXteX10r somaram~Sn .»
J8
então os primeiros contatoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cam habitanteS do local a qUem me apr.e,
,
J:le§Pq.d.~. ES~8S eontatosa1eatQrio~, o mais das VeZeS f r-ue+adoe ,
. ,., ,..
germ~natam ....
porem em pelo menos uma relaçao dur adcure c orn.rumafaml.-
liêl,. qUe Veio a ge provar fundamenta! para o dosenvoJvimento dp t,Q.
do este trabalho.
i. _
O SeU chefe, i
por suas qualidadeS • ;_
criticas,
,,"
sua
curiosidade, sua PeI'manente boa vontade e psp!rito de luta foi '
ViiI·
"co srn op oI Lt a " ou Uabrangente" - forjada no Serv iço mil itar, inclu-
siva como tJcombatente" da Segunda Grande Guorro, e nos mais diver-
4,
onde conv8~gsm e onde interageffiquase todçs os valores e qupSL.OpS
.J-H
em Jurujuba.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
't ••• ,
A identidade de ~~~da fam~lia ~ na o era porem obv iamente
suficiente p-ara explicar meU interesS~ Pela vida da gentp de Juru-
juba. Como esclareCera, sempre procurei,explicar o mais proximameU
te possiVeI da real idade o meu' interesse de pesqu Lsa s um pr~f~ssor
uniVersit:rio, um P8squisador do museu Nacional a qUem coube estu-
dade "turistica
,
11,
.
a qUe nã o pod iam de ixar de assoc iar em algum
" J.O d eSempen h o.
grau o meU pr opr 1\1'
1/
'h a dzyxwvutsrqponmlkji
a as uma VeZ, m an eCJ.sao d e ('
a J.
,/N
residir por algum tempo reforçou essa impress~o, lido o meU ato cQ
xzyxwvuts
,
mo uma procura de vilegiatura a beira-mar.
inconVeniente para,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"uma Pessoa como o senhoril.
--A-oc-u f-Jaç-ã-ocl
essaXesid Iv o-d(=,-
~n-ciafo-is empte--fij-éJt gra n-efp-s-cúI~--
dados de minha parte~ pois, Se de um lado Se impunham certas como-
d~dades, como o conserto do telhado, a limpeza int~rior e a exis -
t~ncia de um mObili;rio mínimo, Sempre procurei proceder dA forma
IV (' • , • • , Id
a nao expor o m i n amo consumo s sj, a Ja cons a !l.zyxwv
aurrtua r Lo qUe a cerrt.ua
ravo 1 V10
li . 1"" . d e mln
enc~a . ha presença . . hança on d'e e ~mposs~
em uma V1Zln . (
r aaça o
" • IV
problemas comuns de babitaç~o ent~o ocorrentes (reparos de
comum a v~rias habitaçõeS, cons o Lí.daç áo: dos prec~rios caminhos e
valas da encosta), d2 forma qUe n~o pareCeSSe por outro lado impor
ja'Ntao
'. 1nt1mo com aquela fzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
f.
am111B •• •
dp rpferenc1B, ...,
nao pu de dpSenvo-1
tl'-ªJ.n~.~L?J
apresentando problemas diversos. Embora, em principio. ,
f·aSSe 0a1S
"'1 fac1 '
o aCeSSO as sªngas, ,
... atraves do contato direto com
.
prove1Lto trar1a
.' a Pesqu1sa,
. . " qUe a 1n
Ja . t eraçao . 1. e a1rI' 1m1't a-
'" SOC1a I'
xiiizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
As viagens em :tr..sinei.r5LS,
por out ro lado,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
S8 pprmitiam com
portanto longamente
tando as inumeras
,.
sobre a condução
impressoes
- dessas experi~ncias,
qUe podia a eSse respeito colher
auscul-
en-
tre os ºJ3P.cadp.r"e*s~
Pude finalmente valer-me de duas circunstâncias
fortuitas qUe ensejaram a participação em saídas de t..
rai,n.eira§,PeE,
tencentes a dois armadoreS
\7XW' '$_ oS: ..•••• •• .•••
distintos.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
emprega.
Dessa forma, pude ter acosso a d ivprsas ~~!das de pescazyxwvutsrqpon
rlm
t..
r,?"l.pp,i1p.
qUezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
Sp provaram extrQmamont,o rolpvant.r-spara a condução
da pesquisa. Pois, cont.rariamente :s canoas, o espaço do int~raç~o
sicos de meU comport.amento (o qUe Vestir, o qUe levar, com qUe ti-
I numpras
1'",
prevenÇops r«,
eSPpC1Tlcas marcavam ta I compor t amen t o. A'
, N
vertiam.
, '.
Ao cabo dE alguns dias poram eSSe comportamento foi lentamen-
~
te dedendo lugar ao dialogo e ao interesse em participar de uma ra
N zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
laçao qUe lhes passava a parecer Pelo menos digna de curiosidade •
SOeS
,..
r o i. par"c"lCU 1 armen~e
- J:.'" " ~ormen t osa e d ur a ,
do Sindicato
nadas questoes atinentes
- dos Pescadores
~,
do Estado do Rio de 3aneiro de determ!
a problematica do trabalho pesqueiro, .L
t..eQ.
aos interesses
'.~
dos trabalhadores. 56 propus sua realização
~
a infoL
mantes qUe de algum modo Se situaSSem a meio caminho entre a des-
,.
conf iança dos pr ime Lr os contatos e uma ja grande int im idade, t.am-
, ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
bem frequentemente inibidora dessa pratica. Dispomos assim de um
,
bom numero de horas gravadas com quatro pequpnos produtores e com
cinco trabalhadoreS a saa La um mp:t.9.J:'J,sJ:.P., um f.2:'"
r La do s s umzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mB,si-xp"
bunda" da Pesca.
Organizamos a disposição do trabalho em tr~s capit.ulos, dedi ..•
cand o o primeiro
~
a pxposiçao
~ -
das c ond Lç oo s gerais dos processos de
identidade e de diferenciaç~o social, com ;nfase neste segundo ca-
,. /IV- IV ,.
dos.
O segundo e o terceiro capituL1s foram respectivamente dpdicg,
,.•.. ...,
dos a ana.lise da reproduçao social diferenciada dc qus Le a duas catfZ..
N ,
cuçoes ou relatos mais amplos encontram-se porpm entre aspas,zyxwvutsrqpo
ca-
, "N
.
te social emissor quando lSSO '"o era c 1aramente
na .( 1.
dePIeensl'vp do
xix zyxwvutsrqpon
cial no trabalho
'"
.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
antropol~gico,
••
ora indica o dpstaquc a um conc8i-zyxwvuts
IV {
to ou expressao tecnica consagrada, ora a susPensao crltica de um
redes da vida.
1
I. P.e.scaJ;l,oresJi--Ee.Sç:g:l.
g!!LJ.uryj9bg:l.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1. A Identidade de Pe~cadores.
sociais em Jurujuba.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
YJ.\lgI-• .iW p,ª,sca_ : o índice geral com qUe seto..zyxw
qualifica sua população e com qUe Se designa a pr~pria qualit'adÁ
~
lham a todos os qUe Se dedicam as atividades terrestres. Ir ao mar
zyxwvu
•••• -t'! •••- •.. f
eond iÇBO amb !gua dos qUe Si? a fa stam do soe ialmente preV is!Vel, do
socialmente quotidiano.
•...
A essa representação de uma identidade Pelo trabalho no --,-.
mar
;'5.
abrangent~ ..
..~~para
~-
a qupstão do gabalho, ,
qUe ~ o da maior flexibili.
y;>
Pelo arbitrio dos intprmedü:rios, o qUe impede a prpvisão acirrada
(1
n~ve ma~s . d ~atzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
• ~me t l t o qUe Se supoe d eVer pres~. d ~r
o, o esp~r~
í . a" re I ~
N
çã o entre os ç""Q.mpaJ1.h.eiF_o.s~~
o de um Verdade ira "companhe ir Lsmo "; c,9.
argan izaçÊÍo f'am i1 Lar , sobre o qual Se tpc ia uma ampla rede de rec,!
de".
nA ssociação de interpsses 1/, "ind ifer8nc iaçã o" p "estab il ida -
••• IV , ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
t
a sua a s scc í.açao com apropria id(:!iade "f'arn Ll La !",
subjacenteszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA A
.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
expreS sã o re.corrente z liAnt igamente, isso tudo aqu i E'ra uma famir ia
,
», N
nao surge, asslm, no dlscurso
••
so ••• zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d os Pesca dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
oreS apenas no cOQ
texto de uma inquiriç~o sobre genealogias, mas sobretudo no conte~
dos traços de uma real viv~ncia passada Pelo crivo da mem~ria soci
,
aI, e mais importante Verificar qUe ele funciona
~
como um "mito" co
-
mum, e como; vivido diferencialmente Pelos agentes sociais quP h~
je Se op~em na Pescª de Jurujuba.
S(:!SIl
e a id;ia de i'corporaçãoll
I '
de R8scador(!>~; a Hindifersnciação
. .
11
deVeria por sua Vez voltar a dar lugar a uma grande uni~o.
IA.,ffD
(Instituto de Apos8ntadQria e erevid~ncia r,
doszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
m arítim os),. zyxwvutsrqponm
al;m disso, hab i1 itava ~ obtenção dp pmpr;st imos Pela _,Ç~JxaAe Ç_r1. T
•...
(1) Data de 1912 a cr±aç~o das ColEnias de Pesca, n~ctpos gpograf!
camente delimitados de ,.congregacjão dos >ipeScadOlps" d~stinados a
eong.entrar rBcuTsbs proprios e Hxtprnbs paTa a-tpndímentb cultbral;
e medico e repreoentar uma pontf de P8rmé:\nellt8illvpstim8~to idfiol,2.
gíco. Decorria d~ uma pteocupaçao legal em ltitTcorpo:carl! a sbcieda-
d= nacional os nuc1eos esparso~ da pRsca co~teita. Essa 'prpocbpa-
çatl, Veiculada sofJretudo por determinal:tos setorps da fI1arin~adR •
GUerra, fundava-s~ em j~~tificati~as de defesa nacibna~ class!ca e
uma pol it ;ca de "8ducaça-oil (c onv.snõ Lona I p civ ie8.) p d~
or ientava ...
Hcorpor~çao", atraves da qual S8 esppravà: 8li?var o grau de Iiconsc,3;.
~nciall e "pà:rticipaçãoll dess8s "ignorantesH 8 "ma rq na Ls " mpmbros í
ç!..ij:Q;-.9~.M~e§ca
•
N
de- de' Colonias de' Pesca, ainda hoje mantida, Se esvaziou de seu
t ad as d a d ~ f erenc~agao
. IV
í
no setor- Esquece "
porem •
- e a propr1a nomell
clatura escolhida o revele: - as verdadeiras diferenças qUe se- im •...
lari zagoeS qUe envol Ve-m esse proceSSo. Dfll.c resul ta' uma açaO desco-
nexa (2) .• o mais das VeZeS ruinosa aO desenvolvimento do setorjmas
tidade- de fl...e..s,cador,
como um segmento relevante-- entre outros da so•.•
ci8dade nacional- Esse distintivo qU'e aciona uma categoria legi ti-
,
ma de irabalhadpJ'J de ,PJ;'od4t0:t:1
garante assim uma dignidade pro-
pria a- quem de- outra forma não S8 enquadraria senão nas categorias
dos .E..QE.r..fi.,s., dos J..9.norQ_nte'o-~.t
dos .ª-:trasa.doq,.
A importC~ncia desse re-
cur so. ~, muito, flagrante~ e com ela tivemos qUe' lidar frequentemente
ambulante de rUa-"
A e-SSa dignidade corporativa pelo Pertencimento "a Cla:êSr:L. d..D.§.
re-
N 'N
-
ÇOes de transporte coletivo ~
Se' regem pela conveniencia das ccnc sa-
. '.
s~onar:~aS.
fi união c:ontra g-SSeS ma1efIcios ~ constantemente invocada co-
mo uma arma preciosa~ qUe deveria ser inclusive, segundo SeUS relA
ra. E'uma pro duç xo qUe ~mpl~ca, porem em. cons~deravel poLu çxo.í do
3lzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a rede urbana de abastecimento de ~gua, embora sUa canalizaç~o
diante a prec~ria colet~ das ~guas pluviais Cem cada unidade dom~~
recebe-'I' inevi ta,velmentsl a infi1 tração das f'o s sas sani t~rias qUe 01
nos",
dós SeUS membros ele n,;o, deiXa d(}' ser igu8lmGnt~e forte no plano) mg
seja' no qUe toca aOs membros assim definidos do' grupo',- seja no qUe
qui ainda n;o tem, tanto 8'8888 vic:i.os qUe tem por a!II}.
13
tr~ dois Fortes, isso Vem aPenaS reforçar para o conjunto do bair-
r~ uma unidade moral qUe o OP~8 aOS outros bairros populares daszyxw
,
cidad~s grandes, encarados como antros de vicio e crime~zyxwvutsrqpo
(. ~
Esse n~vel da identidade local, com SUa enfase nos valores a~
,
ticulados , sera mais amp18men.te
em torno da categoria do t..-r,ab,aJbp
..
examinado ao.10ngo dos capItulas subsequel3.tes, por imbricarr-se mu~
GraU determinado, por SUa Vez, Pela incorporaç;a maior O·U menor.
trabalh~ da Pesca.
r""
~ssa
•
trad1çao:nao>
'" '"
esquece
b; f...·..
tam em. a re~erenC1a
.. '"
a re11g1ao
t'
Cazyxwvuts
Q~
vista da popu1aç~0 lOCal Pargce- ter sempre mantido viVa ali uma
Versão de "catolicismo p upu Ljrr " J do qual se orgulham at~ mesmo' al-
crlS. t~
1aça'" ••
O Pssque1ra. local •• a da reTeronC1a
8
nA.
aO Ca 1en d"
ar10 aO e 8'zyxwv
. . 1 ,..., P
A pr~nc~Pa data, no ent~nto, e a de Sao adro - o sQnto Pa-
d e comun hNoes, • • 1 ~
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
j
trJ.duos, nOVenas e m~ssas, e temos a ~nc usacr da
dos PflSC"a.d..Rf:.8s
•• comum alias a boa parte- das populaçoes de- traba-
Çao-
N
alem ,
de anvo 1Ver certos 9as t os, rePart1 'd os em pr~nc~p~o
. f.
pe 1a
15zyxwvutsrqponmlk
lhê empresta o selo da legitimidade por uma tradiç~o que não pode
na f esta 'tO
e' a .QL99. ~SaD.l!}.9.r11ma
'"" qUe acomoan h a o tran sle.do da
lllu.d..a.n,ÇA
ger:::rl qUe rompe com a Ilestabilidade" na ruptura da: "tradi-
Cuja conduc~o~
..• tr8dicional
partiCipação
17
A •zyxwvutsrqponml
a-tiva na festa- O mesmo .a.r.m.a...9F~
faz Pesar ssu PODerio eConomJ.co sg
dução. n;;o lhes Permitem contribuir para a f~sta1 nem mpsmOj como f,~
grande- fT!.u*d~anQ.a.
A representaç~o sobre uma- descontinuidade no; tempo
CiêI da !Jl.I:l"d.Ç)ns..a
permeia os discursos qUe agora se projetam na dive~
A.'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED t
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I.
gencJ.a- ~ talVez entao a maJ.S vJ.vJ.da das representaçoeS comuns: ~
1'1#. #'til
~8
. ,
rA~; a segunda, definido"Xa dos PareS segu~ntes~ e lida como con sa-
Cssa OpOslÇaO
. ~, ,
porem revela um nivel de identidade, sem o qUal
do Q.eix.e,
um corpo de representações
,
muito nitido, marcadb: pela Ca-
,
tegoria da i".n..s•.
:tª.tJJ1~iqAç,-J.,8~,
da imprevi sibilidade d8.s condições de
apresamentO dos cardumes- Condições qUe d':)vem-
Ser enfr8ntadêls t an-
,
O segundo plano e mais esPeci ficam9ntET o do continuidadf') ~-
20
E'" para
D.Q..aI'trs,ineir.a.- compre8nd~-lo: t'orna-se necess~rio' 8sclar2cer
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
funcionam comzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~L~~~. As CanOaS a remo são utilizadas SX,..
.•.
clusivamente Para a Pesca d~ arrastol por não se adequarem as con"
gol •.
•.. ..•.
A PeSCa com rede traineira, por outro lado~ OPOe-Se a PeSCa
com rede de-arrasto como mais conveniente, tendo em, vista aS cond!
21zyxwvutsrqponm
.. t'
Ç~9S crescentemente prec~rias da Pesca praias da Ba~a
juntozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ de
, A"
juba 8 fala~ em r8ferencia as canoaS a motor com rede traineira •
da
N , , IV
t ~a b aO
lh . . , b· .
nas CanOaS a moto~ com rede tra~ne~ra e aS~camente s~me-
"
lna-nte-
..8, do processo nas i&"1in.e;ir.,.9.§.' Numa como na outra." a .Q.8sc,a-
.,.
r,ia. propriamente di ta engloba trqs fases bem' d8finidas - a: .corrJcLa
G..o_mpa-n'p.a,
pur mais qUe no cn sc. das cano as e-1e seja a pra •.•.
p r opm ozyxwvutsrqponm
I' •
. .'.
pr~e-tar~-GJ d'a embar-caçaw e na; das t•.r.,a;;i!1$á.ra_~,um assa 1a-r~8.doi
. IV
coam:zyxwv
'- •...
funções gerenciais. i-
rssa continuidade-;.
se e-xpr;Wne-eob r ot udnu snquan:-'
_ 1\
Ela )l'Ôoo:,.ppdg-
, •.
seI'" ente-ndida
• • • < " ~ ,. :,
porem sem a referencia a forma d'e
:;~ l,: .~
çio
( \
canoeira
.~
qUanta! na trairleira: o 9s1'6rin Se- apresent-a sob a Tror--
ma da f}.Ç"r..1;1j.;.J.JJa"
ou seja, da alocaç~oa:o trabalhador de uma .e.art,e. dCD
montante- da produç';o:.
.:zyxwvutsrqponml
23zyxwvutsrqpon
i.déntidade
«;.a'1..ÇJ.dtLai:JJ.p-.L~~
o do' e-rrfrentamento. comum das condiçõ~s de aleatl!1'" J
carac1:1:er.1stica
l:t;i...1.J•.dA-cJ.e;
geral de- condições de- produç~o;
. . "
SUaS
, . ..• acoplada ~. rePI!:ese-D.
N ~
As t..r.l1.tI"}Ej.}'~lrepresentam porem
, /
o sí.mbo l o ms arno. da ~l,:!.d81J..Ç.a;, J
.Ei3).xe;l são e'mbarcaçôeS motoriZadas e" qUe fazem. UsO~de Uma :Vo,de
fI'w . ,. , ." ,
rt:rçôo, por p;a1:j:4) .•bA~ o mercadm qUe enfrentam tambem; e-- impr8v~s~vel
!l!,8.9-.Ul;",R
com a 8xP8r:i~ncia da produç~o c:r:rnoeiraa
,I1Sj:,r.ai,n,e.i,J:'õ..9.
possue-m uma estrutura flsica compleXa (no sen·ti
"
ITamen:tü e' dEr,a'lQJjamento~ (inclusive- qUalitativamente sUPerlÍiDres, d.a,
a();§.~sP~9..estanqUe-s e continuadas
ção; emzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA das funçÕes qUe nas canca s
~,a)Uma .!.4'...cti..De.,:L.M
tLrª1L~ p or eXemplo, diSPõe dePorlJes com um:a ca
t:lací.dade de carga,em torno de 80 ttmelatlas, comporll:mentos de forma
a facilítar b dePO'si tO' do Pescado e o soU el'ivolvimento em gelQ; ..br!
ta-dO. Tem UlTI8capaCitlade de arma7'"'namento de ~ombtJsti'JelJ d'e agUa
8' de-' mantimentos CaPaz de manter Lima tripulaçao de' ate 20 Pe~sO:as
durant.e- 10. día~ ~o mar- Po s su uma estrotut'a
í, fisica de resis'tterTl:ia
superidr:, qUe, alem dtT 1:h~ Permitir enfrentar o~ rigorgE3 do mar:' at-
to, , viá~iliza a utilit, al{<;i0de HlstrLimentos m~Ganfcos mafs comple-
xos, tais como a sonda \lnstrumento' d~, locallzaçao' De CardumeS) ,
uni sistema de ror'êfkn;;; movido Pela proprioJ ml:itor qUe fãcilita aS
mandbrãs de fechamento) e I'ec(jlhimenta da I'etle-J o llã~d8 ,I::ar~ (si§..
tema de :re-c:olhimentti (ju Pest!~adoJ da rE:;de Para o 'ConVeS qUe' Perm-â:tB
a UtiltZat;ãt1 com!:linad2 dtJ mastro e de Um grande- .s:,.hafXX917), G'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba ecJ...-
9~e' (Pet1uena emtia~cal;ao c:;u>;i!i<]r nas _manobras com SI' rr~de- ~ no ac~~"
sth aO barco. qUE; e de coHs:Lderavel: calado) oU um sistema de cotnuH:!;.
cação por radith PoSsuJ.: ainda um Rs(:iaÇIJ 'socral iHterior mais dema1t
cado, em qUe Se pbde~ia di'stínguír a CaSa de comando', a bozi'nha,' a
látrina, a ~asa de hi2guinas e tres eu qtJatro conjuntos de belich8s:zyxwvu
d~stinadb8 a acomodaçao dos traba1hador0s-
\
25
tais ou qua í.s ~pocasido ano- ou condições meteoro16gicas(7).zyxwvutsrqponmlkjih
11'" IV'
nortí-e ; ilha de' são Sebast~i;o ao sul, tradu Z-88 aciima de tudo
.'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
, 1'''. '" '~~~,~_~J
tam.; p,Orbm! como ihcompat~veis a representaçao da identidade: ~
, . _. i
ria' do qUe' a. Pl'Ddi.Jçao, e'm ç.an"Q.J:l';"§.* t o' 0'5 Se' p orrttr 8xat;~m8nt8 qUe
dezyxwvuts
divis~o~
Er'
.....
contrapoe-se a emorgente-
...•
qUestao dos .gJr~ ..tº~~çI,e..)...8.i..9, deco.:.t'lreJl
27
8fT.
. .~~.."Xl._·
.
pJ..O f unÇoes de ilntendente,
N
de despechante, de tesoureiro e de "me'"
diador" nos contatos com o propriet~rio.
Contra o Pano de fundo da identidade dos ~scCLclorll§ d"g
dós: mecanismos ,
idErologicos de- sua identidade '. , mas sohraii,.y.
generJ.ca:~
do, o dos pr.oCgSSOS Er formas da di f~"!renciaçio social a!. ocorrida
db.~ Sentido á'brangent-e- qUIE; e-1(1 impumiu e- ainda imprime aOJ cnnj;unw
•••••• ., 41,. ,
29
n.h.•.
~. A ele- se OPÕ,8'o' regimer da produção nas t..J;'AiD.g:LJr::r$.,
r-epreSen~
t:e~ qUe' ainda se- mantem.; mas tamb~m ~ forte I'epresentação~ da c,.a~.
aanF.al."de' qUe- se- consid~ra herdeira: direta: 8' qUe preside "a SUazyxwvu
i • ..
de-nti'dader·
da de- l~gica' 8' dinâmica espec!fic:a-s, qUe para fins de an~lise, õ""
na me'd.í.d.
~ a efll ".
qUe- SUa OCDrrenC~a se d"eU: a marg,ern d.a ana'1"~Se rnarx:L.S''''
.
rrrar' da: estrutura b~sica p;ara qUe ele apontaria' Uma prim"lirà r,pSR~
nhEl' j;. englobaria sitLaçÕes sociais t~o diVersas quant.o. a der "arii,a
ffi$is abra'ng~nte- qu-, e-SSa traço int"rfira diretament" ITa pr~pria n8,.
CB-ss:irl~rde' de- sua forma de pr o ouz.Lrr e de sub aí.stã rv Por Última;, eS-
ter.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. •....•........... - •..
-'" "
(B-) Sobro' a aplicaç;o' d~'sse conSeito- a produç~a ucamponesa" ver
Tepich1i:; 1973, p,. 17 8' a produçaClJ ua~;;psanal" VeJr jqlvini;,1972,p.30.
31zyxwvutsrqponmlkjih
sUa
. -
ot'osição· ao modo. de prodÍÍllçãOJ c8'pi t8'lis'ha". a- qUe d;' scartaria do, pIA
8';. a'O-l mesmo t'e-mpo', "difer8nteff .• Uoutroll• Essas idpias S~LL It'ealm~e!li
de- produçã-OoatJ."'ê:v~, da re--1aç;o clp. e:p ro-pnas;;n ""'22' 1: ~r--c ~': ~~~ - -':7~c~;rrpo:
ntro por um: dos e-leme-n'fros do: pr~prio sist-ema, carac;t,eri Za"'Se a-l;m
ProrltJ'ctLon
po~' qUrr nas fbrmaçõ8s so cã aí.s qUe- e-!1sejaram c» surgimentn gu',. c:-api ta
1i.smo: a-s dUas formas tcrr1ham convivido, em graus diVersos d'e eqUiI~-zyxwvu
sot:!l;.u-e-c0f1:0ffil.cas
I' •. ••••
.'diOffi~nad a s por OUt ro mod o: d:8 p r-od uça-,D e Pensa d:B. eLt
tte- outras. por Tepiclti;- e V 81~0: no ql:10 toca aO' cômpp s-inatn Cr o-
picht:, 1973;. Vel~ol 1971i) e tem um sentido: an~ll.C?gDao. da an~lis'8
o: dbminar:t ..tt~ "Or,' 18' mode de- produci;:ion pay-sa.nj t~ 1 qUe naus le co:.!!Ji
••
p.are-nons L.Cl.., s'
ne-s', t pae '" ""- d t
9rrne-ralJe-ur'urle- IIOrrrraL.:L..on
.p .1>' t'
parl.ctJ 1'...
~elre, :u
"
pJ.us cru: moins; chncunn- d'tc11c-s ele SOI1 errrpreintell (Tepi.cnt" 1973
p. 17) •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
............. •...•....•.
~~.
deformação~, têm s í.dtr ava l.í.adce de fornras muito diversas; seja pela
I o• • __ I .=-..•.•
izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.'mO'
(12)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Como' nas formulações de Ba1ibar sobre os mo du.s de prodlJção.;
"virt-uaisll W. Althusser, 1971, p- 100.
34
-
to:es que ~ a p rrop
aam ". m.a h'a aucru
t" a de SUa "f'o rrna li, em uma
pi1hag~m: de seu s meios de pro:dução,. Nia Udi ferenciaçãol interna ff~ t§.
rlamo'S um praCBSSO: int-exnalizadcr: por força da pFes~o, em que uma
g;tese e ora no: tocan.te as limi t.açne.s a acumul açao diferencial impo~
Em,Lan í.n., que analisa um caso hd s ttrrd camerrt e muito diversa' d:e
pela sua tend&ncia ao cre scãmen to. do, "cap dtra I. can stan.ite" em' dero-
merrto do "capzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
Ital vari~vel". Um fatol: importante no processo de
condições de "p r odu t í.ví dade " do processo, de t r aba Lhoe A manut.an-
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
caso da "pesco" apresentaria uma situação ambígua dentro
to das forças produtivas, tamb~m dela se afasta, ora por não cons-
À
Ia Uaut,arciallzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
de p r o duçjio. e consumo da unidade camponesa (a
•..
nao
SlttJaçao
í 1'0#
em J uruJu. b a; e' a d e que, .'
como Ja re f erlramos
' para a "agrJ...
cultürattl tamb~ffil na "p e sca " hoje em dia pode-se distinguir- en-tre
de,
,
analoga
..
a da noçao
•...
de "agr1cul
.
tura fi, abrangente de setore s de
fala Tepicht. (,17)} ora a uma organi zação do. tipo "co rpo r açan de o•.•
ç~o enquanto "pr oduçjir» i sta ti pelo s prbprio s limi te s redu z1-
capi talzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
segundo que do primeiro polo acima descri to;, veio) assim; eTet:Lvamen
(.16) A aproximação entre o "camoe s í.ne to " e certas formas de p.r o du ..•
ção' p e sque í.çe foi pela primeira vez propo;sta e desenvolvida par
Ffrth, no c.l às aí.co. m,a1 aJLFtsIJ.e.F_ffi_e.!l
(1946). No Brasil, essa orienta •..
çao .í.nf'Luenc í.ou os trabalhos de Sh~pBrd Forman (1970) e de, Paulo
marcos Amorim (1970) sobre populaçoes pesqueiras do Nordeste.
TO~.
camento: para o investimento Lndus t.r LaLe Esse p r oce s ec. de transição
CKottak, 1966, p. 368). Nesse caso" mais uma vez, parecia compro-
1966, p. 377).
Houve um momento, preservado; na m8m~ria social! em que a
mercial.
(c:'Jnt.)
'J se propone,o,ue 89 ffiélestro
no, artesanozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Bn sU o-O.cio.Dentro deI
proC9so mismo de produccion a c-tua como ar+e sano , 31 igual que sus
o f'Lc a Le s, e inicia a su s ap rend.ice s 81l 108 secretos de I oficio.
í
n1antiene COIl sus ap ren d'i ce s exac.bament e 18. m.ísrne relsd.pn qye media
entre un pro f esor y sus aLurnrio s . En conc ecue n c.Le , :::;u re Lac.Lon cori
ap r e.nd.í ce s y o f Lc.í a Le s no 8::3 Ia de L cap tali:::tE'. í en çUDrrto talg si-
no Ia deI maest~o en 81 oficiot quien en sU condicion de t~l ocupa
en. Ia corporpcion, y por ende frente a aquello~ una pnsicion supe-
r.i.or-, que se aupon e se f'unda sobre su prop.i.ama est-ri a Gil 81 oficio.
Su capital1 pueS1 tanto en 10 que toca a su formA material como aI
volumen de 3U valor, es un capital vinculado, que en modo alguno ha
':.ta Ia forma Lí.b re del cap ít s.L» " (mar~<, 1971,p.65).
adqu.í r dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
í H~ uma
d.iscu nsao util da é~plicabiliclc.dcdo conceito de "co:cporL1cãode cf{-
IV' , . •••.
dutro e a aleatoriedade
se prozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do vo.lume e qualidade da produção'
~
çaoe E m uma s~tuaçao
"-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
de mercado tao ampla e tao complexa corno a do
N -
b--ª-n~9.L!.?-.i.r".º~
passasse a "financiar" de forma rotineira a produção: de
sividade da produção~
Relaçao
~
de dependencia
~ ~
econom~ca
. que reproduz literalmente a
go' sus p roduc bos y 10s vende]. 0.1 ac tuazr de esta suerte puede tam-
43zyxwvutsrqponml
governamentais (19)
Os interm8di~rios que, gradativamente, vieram a se substituir
aos 9.,a.l1.Q.u,!31..t..q,g
- os p"J;'.•8g.QE~JI:O§.
atuais do, mercado controlado) pela
ção industrial de pescado enlatado _. e impôs pela sua força uma r.§..
ne rrn pareceu
í por sua vez substituir-se aos .t.:.a.I. l9..l!.~ll.o.9. no papel de
va de frotas de traineiras.
zendo ••se em pouco tempo os frotas das .§.9.JJL'1§.e Esse fato poderia e.§.
aI c 1ass1ca
# •
e a administraçacr '"
de uma empresa de produçao'" de pesca-
ras eram "Lmp Ledo sas '' com os l1lê.•ª..t):'El.9.de suas t):'.ai.n.~i.ras, de sp edd.n-.
umzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ri tmo, um regime de produção para o qual se exige uma paciente
poderoso
..
Pois a demand~ industrial garantiu as unidades de produção
que mais se pudessem aproximar das exig~ncias de uniformidade,
const~ncia e alto volume do produto uma "Luc ra t.ã vd dade " di f'e rerrc.í»
aI marcante, criando o espaço para a constituição das frotas de
..
t..~.?;tnett9.,.ê.
de .ê.,:J;:,lTIéidorªê.
dedicados exclusivamente a produção de
(" .
h a. Sem eliminar,
s.a*J;'ç!W pelo meno s a e ese na veL, o e spaço e conorna •.•
ra. A escala,
,
porem, em que essa cooperaçao
~ .
s1mples passa a se de-
,
senrolar em uma traineira grande, empresta~lhe um carater produti-
IImáquinall fundamental
., estivesse
JB intI"oduzida no processo (a
t ..r~a"i
.•n;eirst e seu motor como IlmáquinaH), ensejando aquele espaço:' co»
f22)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
"L J anai"y~s"; du prDC~~ de production.
I dans ses pha se s parti-culi,
eres se confond ici 'ti:out a fait avec Ia décomposition du métier de
11 artis~n: dans se s diverses oPGrations rnanue Ll.e s , Compo ae e ou sim ••
pI'e , 1 r'execution ne cesse de dépendre de Ia force, de llhabiletél
de Ia promptitude et de Ia snreté de main de l'ouvrier dans 1e ma-
niement, de e orr outil. Le rnétier reste touj~urs La base. Cett-.e base
techniqu~ n: adme t; llanalysa de Ia besogne a f'a r e qu e dan s de szyxwvutsrli.- í
47 zyxwvutsrq
n~o tem o mesmrr peso na formação dessa nova estrutura que a mera
,.
instauração de um espaço comum para a cooperação complexa~ Ele e
N esse c orrt .
e xtro , Ln.st.au ra= ee por t an tzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
o o p erao
I' d o d a d 1fr.o renca. a-
í
""
çao acelerada da comunidade pesqueira de Jurujuba# semelhante a
tantas outras qwe aqui e ali vôm repetir 2. trajetória em dirocõo ~
produção capitalista-
As condiç5es contradit~rias que presidiram: a esse processo
A
-
an~lise da adequaç~o do conceito de umodo de produç~o' capi-
, ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tali sta ti a organi za çao da produçao em tJ;'A,idnei.r.:.a§.
passa por diver-
sas mediaç~es,. Elas têm que ver com vari~veis articuladas ao: nível
meios de produç~o.
Como ressal t'a marx, o processo de trabalho na pro duç ao capi t,ê,.
rio~ ele ser~ sempre maior que zero. O outro ~ o do, limite f!sico
dá jornada de trabalho,
-
nao
,
stn no, sentido
~
de que nao se pode trab..ê.
lhar mais de 24 hor.es por dia, como no de que a reprodução da for •...zy
,.' N , •
produtiva de seu trabalho, o que n~o ocorre sem uma mudança noszyxw
,
seus Ln.st.rumen.tn s ou no seu metodo de trabalho, ou nos dois ao me,&
tlva".
ç~o c ap talistag
í, "La production de la p Lus-sva Lue ab so Lu e ntafifac:...
p.assagem dazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
11 subordinação f'orrna L" para a 11 subordinação real do tr~
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
sagem da Ilpequena produção mercantil" para a "p ro duçác. cap í.t a.lI s-
tilll•
Em primeiro lugar, permanece envolvendo o novo regime o clima
A pesca de trat.n.e,:i.
•.
r.a.!?..•.encerra-se assim num circula vã cã o ac» a
-.
53zyxwvutsrqponml
nipulaç;cr muito relêltiva das benasses com que acena nos planos e
fundos periodicamente renov ado s.•
rc s assalariados.
\
5Szyxwvuts
"Pera ,
Ia, eu sou um homem. Porque -
nao parece nada; mas eu su.§.
.Q.,u
•.toJ;J pequeno' mas soult.
.ffi.8;-' e dó m.e.+,.sa.c!.e.,
contra as ameaças da expropriação de sua s condi •.•
fIete por assim', dizer o aspecto, "vo Lurrt.ar í s+a" (a ação dó "eu" 50;....
\
56zyxwvutsrqpon
A. c a te qo r r
.a b',tr ••••=h9.9Qa.g.;
.9•.. ~ co r r e apon
de em p r a.'.'nca pa c. a r-e p r-e serma~......,
,
Esse nuc Leo de Utrabalho produtivo" transforma"'se na .9•.b".r_i..9ã-
eu b sd •• •
N ,.,
~ tôo logo esse trabalho passa a ter o sentido da S:lstenc~a
to, ainda .9,.lu:i.S!.PQio.,a s s írm como deixa de s8-lm opós certa idade e
/
~~~.*.... ..•.•,,**.'., ~ ••
(1) Ess~ c9ncepç;QJ do trabalho aproxima-se assim daquela d~tectada
por Jose Sergio Leite Lopes (1974~ p_ 210) entre os trabalh~dbres
da usina de açúcar- Uma IIconcepçãa smithianalt, por oposição a Jlc0.!l
cepçãcr fisiDcr~ticaU dos trabalhadores do campa" descrita po:r- Ly-
gia Sigaud (.1971, p. 70) e comentada por Afrânio' Garcia (19'7'5:, p.
24S).
57
socialmente
valorizada de errf'rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
errt.amerrtc pleno: dos encargos de subsist-ênciô. P,ê.
. ,.., ,
ra os p e queno s produtores, no entanto, essa o.•b.r.~sas.al1 e dupla, pois
•••
ela recobre a esfera da reproduçab da força de trabalha familiar ~
; , ,
a esfera do "domestico", mas recobre tambem a reprodução da unida-
ob:r,:i.,.9.,q,ç.?Q
da uma 11 superação 11 - de vencer a luta pela ultrapassagemzyxwvut
A ,
de um, certo limiar de sobrevivencia~ que esta sempre um pouco mais
p e s ao a I.e "Eu não: tenho hora para dormir. Durmo a hora que eu POJS-
D~ferentemente do trabalhador nao-cp r-op nLe t.a r-Lo; que se. aubme-«
• ., N. '.
,
ter pode tentar compensar, porem, o excessivo' desgasta de suazyxwvutsrq
fOl7-
batata'. Não so come isso; num dia s~;n~o; mas em dois dias vaizyxwvutsrqp
tu •...
do. Viu aquele meu garotn .••• Se botar a panela de Carne na freo:tezyx
oco r-r-e
r-no que o produtor ~i.rê."
semanalmente em confronto corm a r:e-zy
N _ ,
A g.!J~r:i.9.a,Çãq
do pequeno produtor é assim, o oposto da ª+~Q.±.ê.YJ.-
,
que e como ele encara o trabalh~ do assalariada das grandes
unidades produt.ãve as "Eu sou patrão, de pescaria p equ erta " e Assim, o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA "N
çacr de sua identidadei assim como e tambe~ a contrafaçao do' modelo
N
na l2.a:t~.al.h~é!
da sob r evd ven c La s
•
Embora a bebida pOSSô ser reôlmente vista nesse caso mais CCll-
mo, dd s t.Lrrtd vo. de uma condição do que como sua cau sa sUficient,B" a
-4-! ..., • ,.
momennanao s que podem ou natr va r a ser uma IIfalencia 11 de fini ti va •
"O meu ve lh.'0 sempre gos t nu d e urna c8rv8,la.. A('
~ e squ e ca. e a o.br
..r.lgaJ;,.?O.;o í '"
muita rede nova pra armar rede d~ parati, que esse ora o meu so~
60zyxwvutsrqpon
sua' afirmação,
r.: "
da sue just,i ficação: p Lerias Pois a desempenho da
-
0.•••
.zyxwvu
.b.•tisa"Ç"ã•.o.. atrav~s da trajJàJ.b.9.. sl ~passivei com o dom{nio. do comp1Q..zyxw
tudadós par maria l10silehe Âi~im (197.2) dU as "a r t.Ls tra s " da usinazyxwvu
li ,. ,/I
de. açucazr e s'tudedo s por Jose Sergio Leite Lapas (1974:). Coma ,nos-
entre o 11 saber f'a ze r " e o. t'fa z e r" indi scr í.mí.nadcs, cuja s implica •..
respei
"\,..,
trr a que Lí.f'Lca çao •• Com iisso~ o pequeno produtor esta
, .
ac:~anan
do. menor'.
"E como tem: que ter paciência e saco pr a ouvir' c::er.tas pala-
gar com todo mundo.' a gente engole cert as coisas. Tem muito camaze -
da que vem pescar que não sabe droga nenhuma. Quando toma noção do
, • , •" f
que e uma pescar1a, acha que Ja esta ganhando pouco. A1 quase sem"
ftl.J.•:r.!':D.dj,f:iLClE3
•.m..'o Nesse sentido, a ut-ilizaç~o de uma força de trabalho
merge mais uma vez essa asp~cie de orgulho amargo, com que qualifi
go, mui tos mesmo:••• Eles chegam aqui, a gente da" uma no çao - a eles
e por pouco tempo, j ~ e stão num barco. grande de·sse s ••• E tipo, ôs-
setor pra ele mais tarde não ficar dando zebra. Eles aprendem 8 se
to rnar.- se um .e...e
.•s.•
ç.a.d.çJrc.J
•.e.ij~..oj.
• N '" , , zyxwvutsrqponmlkjih
Essa op o s a çao: nos leva a analise do pr cp r í,c conteudo dessa
traineira), o ê...ClPe:ç
'p'UXEl}:: (recolher a rede de arrasto) etc. Nessa
, , ...
a r e a e que parece residir a abrangencia das expressões d.•.
ê?,:s,,!J.fl!ª- ..••IJ.W·
....
i.a...D.. ou 9'O..P.••~~t.i..cª.!'•• frata-se dos elementos b~sicos e mais mecanica-
Lhrn se resume em uma categoria frequente nos seus dã scur sus s a 1.11.-
.:E!.lJÊ.o...ç.ia...
Viver na i.•o.f+.uiD,Cj..,Sl.
da pe s ca , es+e r i..nJl.u....
i.d.p.J constitui.,
bJ...t...
EJl•.s_s,1?_cL9E, Q é o resultado de um f.?.•z_El.~
paulatina, que vai arr me s--
mais amplo.
\
66zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
pescar~n
. e vou num barco desses
,
a~, eu Ja
.,
vou ganhando igual a uma
milagre~lll
\
a 9.0.r.•~
b)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
Assim como a Q..n.tSl)llélda v da í se opõe a .:i.tuq,ã_Q, no :li;r"a..bR.thp~
na
do: das eoc í.e cade s camponesas "f'e chado s " (1967 a), remete aque La PQ:'
laridade:
"a .,
pxóp r í.e oposição entre a "imagem. do. bem limitado.", 1.11-
"",.",
..zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
.,
dn ~P..s? como 'UITlbreprf3:sentnçna
(.
Hoje, no entanto;
, .
os prnpr-a o s pequenos produtores, mais n09-
,
Aqui tombem, se encontra, no entanto, a polaridade entre
,
\
b.êl.hjJote s_o
.J• :",,;,~. O que pr op.omo.s e que esse par de categorias deixa t
\
69zyxwvutsrqponm
ção ~ acumulação. di f'e r anc í.a I (cf. Kottak, 1966), sem que, na entau
"O meu mano., o: )(, disse que enquarrtrr o pessoal não' esquecer
que eu tenho aquele barquinho" aquele material, eu noo vou ter.' so~
te. Ele é assim: sistem~tico'. Ele acha que o pessoal es t'e j a com in •zyxw
E fui.
veJa~ mas nao e nada d1sso~ e porque naa ta calhando, ne. u
• ,.." ., IV ' ,
tao
IV
estou engatinhando. Náo parece
IY
nada, mas Ja .'
e bastan
, t'f'8 d1 eren
mulaç80: e mais do que isso, como legi timação, dessa pr~ti.ca - ~tra'"
,. d (' •
o e xe r caca o. da 9l?..rJ..,.9J1.Ç.çLO •• mas eles
N ,
j:;~a..1Jlª
.• e sbar r a na iJ.~u~o..;, que o t:r..-9rQ.a,)""h*C?
~ um in strumento ne ce s sa •..
\,
70
Jo
da sub sã s cencd a- Eventual, sob r e tudc», porque nem todos os ;Limites
t.í vo; que detem no mundo da produção. Esse fato reforça nossa co1Q
...,
caçoa inicial de que o ir-ª-b.ºlRQ. e'à ::?'Q..;.,t,g. constituomi'um pznr de oP5l
siçãm signifioativo~ Os dois outros domínios já se encontram, por
,
porem, onde a sua o.b'r~9.a4ª-()':""
'" se funda e onde o taze __
r. eI' o sentido e
fronteiras do poss!velq
por Kottak (4) o único sentido desse mecanismo'. Ele ~ remetido tal!!.
da' obl'.iSa.,g.R.o
.. exige que ora um, oro. outro dos termos prevaleça no
g~ve~SI
i. no 1"anu a r d'as qu aa s se d e s an ha a linha c ambLarrtie vdb. traba-
..•..•...zyxwvu
....,'
.l.h..Çl~ e da ~sorte~
"" , f~ . ...., ,
N ao amare asa ca , flutuaçao periodica e previ sãve L do 1imi te
,
das aguas, determinante em boa parte do acesso aos recursos pe e-
que a. r o s •.
u ma outra mar e,,"""
, tambem f'Lu tuaçe o, N
tambem de+e rmd naçao.,
, • ~
p,g.
, . ,
rem ~nBtavel e imprevislvel&
" o proprio resultado de cada esforço
m,,$1
•.r§. todo dia 11 •• são c xempLo.s de expressões contendo essa CQtd-
\.
ria que se opõe, por exemploJ "a c a t 8 9 or i a 'TI.?:tQ..f.•, que designa ape-
ten t'e, do trabalho. F' a ze r uma lllélJ;;,~' e, .!1Lél..:t.é1;:' tantos ou quan t.o s quilos
•
d e pelxe. M'
Illas e tambem ressaltar
, que esse resultado
,.. ,
nao e apenas o
( c,Q~·t.) .. .
t.c.ins and ther'oby of S.Q..\JLJ~· Aroml:Jopoiros rocurront1y montion
thrce factnrs: (1) luck; (2) knolli1edge of fishing spots; (3) hard
work. In ohomoÇJcno"Ous communi ty such os Arembopo 1 iclocLlogico.l
mechani sm;s mus t. o st ch e the members of di ffer.-ent referen,
xã urh L Ll.oui
\.
72
o seu ponto
.!I!.élrf, por
m~ximo esbarrou
oposição
no ponto
a uma !J1.a.rG.f:r:A.9A,nõo
máximo da natureza
significa que
.• Uma
o
- boazyxw
foi maior ou menor •.. o relação pode ter sido at~ inversa- Signifi-
~ , ,.
ca que a produçao e o resultado do trabalho
~ " .••••••.•• -.c;.;..A.
mas tambem de sorte.zyxwvutsrqpon
zyxwvutsrqponmlkjih zyxwvutsrq = t1 f'· c.
• • • ...
"mas desde que possuo, nunca consegui enche r.s Por capricho ,
desda que acabamos nunca conseguimos tirar uma reta assim favor~ -
migo sempre o inversmt eu faço uma marezinha melhor e vem um con •••
da vontode .o,b
.•ri.aa-
<4ã_Q.t o ,~LQ.r.:t..e-.
introduz ~s representações sobre o que nõo ~ "huma-
no", sobre aquilo que, parQ alé:m dos limites de sua prntica hist'o-
'-,
73
ricamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Loc z se "humandface a elee Ela remete em Últ';'zyx
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aLã adaj z a "
zyxwvutsrqponmlkj
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
!2.ê.~ e sun Ilvontade" sao a
• ,.. .' i\ N IV
pelo homem remetem assim todas a essa razão superio:r, que ao mesmo
tempo eleva o modelo do "homem" a dimensao
.. ""
do Universo e lhe encu-
até hoje batalhando, então meu capricho é que enquanto o velho t:o.§.
\..
74zyxwvu
\
nao-
. •.•
.•9.. Essa
.Q.,Q.,r.J.sa.ç.a ~'d"o i,a S8 r e fI'"
orça p e a percepçao de que as conver-
soes
N 1ocaa.s
. ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
sao frequentemen.te p as saqe.í r o s , coincidindo com p e m.o.•••
I
-,
\
75
A hb
•a•..
..ta,J,l1_a da vida; fundada na r ep r e sen t.açao dozyxwvutsrqponml
t r-abe Lho. como
A categoria b.•a_i:;,ê,.:J.
.•.
h~Q.jem sentido e stri to:, como representação
te, vivida pe Lo. produtor como. uma luta, como um duelo', em que, da
boa una.N
ao entre e a J?••e.scnr}.j:l.
a c,.,º.fllpanh..-'1. (
no sentido do conjunta
pr~tica produtiva.
\.
76zyxwvuts
,
lação derrot'a o real privilegia; concedido pelo pequeno produtor a
esse elemento do processo de produç~rn em detrimentrn da força de
\
que não provenham: da "p e querta produção"); esse processo lento de
\
77zyxwvutsrqponml
que o restaurador
SUa .9..ê-D.9,.a.,v"a...J,h
.•. de uma canoa . ye:I,h a.•, esteja
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Q'; tra-
balhando 9..f@._ITLeJ.ª.
(com as sua s redes) em ,ç.a.Do.a.de ou t.r emj que o com
prador. de um .p.•a.r,..9.\J.itlh.Q.
esteja usando sua arrtí.qa G.?n.CJ.ª)enfim, dezyxwvu
I S e n do .d
alguma forma a Ln.f'Lexao. da curva
NA
de sub ed atícnc í.e'zyxwvutsrqponmlkjih
•••
marrt a graças
í,
hist~rias de vida.
~
W .• de um ,!11.o\º.I'.a. .9.é19CJ:t"iM,para um .m.P.t.9J:."a,,'e0..1e_oj,
de uma c..~
•~0.cl
.. pa-
como' p.oS8! vele Por i s 50 mesrno, por serem reduzidas essas a1 t:ernatJ:.
N ao e que o pescador
N , ,
,
não é que a gente não queira, a gente não tem vontade de ••• mas e
, .
obrigado a viver assim. Eu vou ser 5incero~ ha dois anos passados~
não deixei minha fam!lia passar necessidade porque eles não comem
cap írm; mas fiquei mesmo no P~, devendo de chegar a ponto de ter cg.
jázyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
per:rsavaaté em bobagens. mas por mi s8ric~rdia, eu já era crente
tava ruinzinha. Tava que quase não podia trabalhar. Foi nessa ~po'"
ca que andei pulo fundo~ devendo muito~ A ponto de parente meu aju
dar e eu não, po den.•e,e mas, mais uma vez venci-li
fi transição entre esses limiares tão distantes e too; criticas
~ .,."
Essa c on s-t.ancã a da p r-eo cup aç ap edos cuidados com, a repo ea çao
. ~
das .r.e•d...
e.~ obedece ,., so" as car ac t'era s.1-"caco e d 8 d e sgas t e mu i't '0 maa.s
nau;
\.
79zyxwvutsrqponm
uma r de i.I:'ª-:l..n+e+:t,f.~;
é de uma rede de aJ:::r-.?§~~,
ou de mais de uma deu
~
SBS ~lternativamente ao.lohgo do ano'
nham uma boa pescaria, ent~o eu pedia pedaços de rede usada pra
.' ,
eles e fazia conchavo com um tio meu que Ja e morto. O conchavo
era o aequ í.rrt.e s ele me dava um pouco da rede velha, ma s forte •
Não~ era tãoéusada conforme essas que os outros tinham e me da-zyxw
vam.". Na surdina ele fazia aquele bolo. de rede usada, naquele tem.
, ,
po chnmava trouxa e me dava. Pela cerca, ne. A1 o velho sempre da-
ta, bastante reds nova pra armar rede de parati, que esse era o
meU sonhou.
na rede. E ele deu um pouco de rede usada. Esse j~ era um- tio
t'
prestado que era casado com uma de minhas tias. são vivos- Elezyxwvutsr
alo
~
me deu um bocado de rede boa .• Rede boa, que r di zer, e a quan ttí.da •.•
de.- Um volume bom de rede. Rede cansada mas que ••• me quabzrou um
galhD~ Aí eu cortei mais, de cada lado) oito panos. Com- vinte que
rede ••• Dali pra frente meu pai tomou gostol fizemos mais um boca-
do de rede" botamos mais 5 panos. fui batalhando" batalhando. Quan,
\. '
d o c h agou a epoca . .' .
,
do peLxe, do parat~1 que e março~ abr1I~ ate
maio, a! ele j~ tinha feita um pouco de rede. N~s botamos mais 5
penos de cade lado no corpo da rede, o que acrescentou bastante •
fi! Deus ajudou que fizemos umes pescarias boas."
nos produtores ela assume urna con ot.açao prup r-ae , p01S sera uma das
rv '. • ,
\.
Sizyxwvutsrqponm
"Uma canoa dessas, voc~ pega um contra-m~o danado. N~o tem umzy
camarada que te ajude. a atar a rede. Nao tem um que te de a mao. em
~ ~ N
N ,.
nada. Entao voce luta com unha e dente, com tDda a sua força."
fazer a reda. Por exemplo: malha mi~da era 1.200 a braça, malha de
tr~s dedb$ era 1.50a a braça, tres malh~o era oitocentos r~is.zyxwvutsrqp
nha a{ ~ pequena. Tem 100 braças por 12 de aLtUr:H Ela tem 700 ÍTie-
tbtal de 28 milhões.1I
F'unciona porém ainda, e intensamente, o sistema de aproveita-
men t o d é partes de redes desprezadas .' capazes
por uns~ Ja de maio-
res investimentos, e úteis para outros.; tal como no' sistema anti-
go descrito em uma das transcriç;'es anteriores_ Esse processo per-
rencial.
A import~ncia desses meios de trabalho para o pequenQ produ-
tDr-, que ele encara como seus IIS~cioS" na boa condução da
E..0n."h..e*ç"t?~
cujo essenciolidade paro a identidode do pequeno p rocu to.r
em duelo.
j>
se, procria, b.a.talh •.'1 pela sua sob r ev.í venc í.a« E, por isso mesma, e-
p~ Amansar o pe~xe?"
85zyxwvuts
"H~ uns quatro anos atr~s, essa bafa aqui" entrava traí.nha em
que ela estava de volta, igual chefe de fam!lia~ sem· tirar nem pOD
,
Ela vem pra Cô. pra comer e de tarde ia pra Santa Cruz dormir. En-
tão! a gente cercava de manhã cedo pra não assustar_ Atualment-e ela
tt~o vem mais aqui. Ela j~ t~ dormindo I'; fora; no fundão'. O peixe
sim, e er:a um peixe limpa:. Hoje voc~ mata Umpunhado desse e tem
qUe tirar nio;Í:'isbO ria pedra do mar, tem qUe orldar muito encostadi-
par ec e.s AI um peixe que t~ na casa dele pr.a dá cria a cab ous. Vai tg
,
do pno bel eleu. u
A categoria a..m
.a• ..ng
•~. parece centralizar bem esse processo sim-
o
avaI' amos VJ.StI''0, e a e u tJ..010 a za d a no con t e x+c d a so •.•
'1" J.co;! Como Ja hzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
bo o' o
W.•
qoj:••fej.•. - Ele tom sua ~a,.§.ê.,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
t.m de um cardume em ~ e representado corno o mais t1pico, o
.~
mea.e c er a c t e r.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
af e t'
ca co da pese~ioria das e sp e'. ca es, A ~aArrb>q,. e' gabE.,
do dessa forma
,
o.' carater
.
fundamental do, Í4:t.aj;lalhQ;para a v.:i;d.a,. A
social.
fi i!1fl .•
tJê.nc;t.Cl~
poderia co r r e sp orrder ~ duplicação da oposiçãozyxwvutsrqp
gr
X !a:r;:~.no pr~prio
b.rj..Q..aç"ãQ, interior da obrigação., representando,
por assim dizer; a "boa farra li, a farra consentida elo lúdico' ap ro ••
priad~ a produçao.
" IV
l~ acentuaçao
" Iv
sistemat~ca , '.
dos meios de trabalho e. do obje"froj do
A p.r-op o h....s..,
' ra a J.°d'-e i a d e ,gp1DJ2an corpo a• n dâJ. f e r anca a d o d os
o traba •..
)
, ,
mas que e tambem um recurso contra a ambiguidade do seu status de
maior' que pode ter ali é 11 anos. Eu já estou de olho neles para
botbr na minha pescaria~ Relativamente eles j~ saem da mamadeira ,
-
j~ vai trabalhar. Os ou't ro s j~ fora~ pro barco grande •.~sse_,=da&9.uJzy
,. .p e.$Qªn.do ,c omi.9.p'
t..o jJ."gr
g,u;,e,
..
~s~tLJc1..a.J~.f1 Rêt~cJ3.d,o.I'
i:l,Q. te*myon ta d?~~ci§..ts.eI' .•
Vê •..
se assim que e RcHn.eAnli.b~
disponivel incorpora três situa
'"
çoes basicas
, de trabalho tal como vistas pelo Upequeno prodLltoril :
iiP. Pescar na canoa com os filhos " uma coisa que aconifece
8
frequentemente?zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
IV .~ IV , IV
pesca nao vai dar nada, nao vao. Ja os filhos da gente nao, a gen~
te bota na frente e toca pra l~. Agora eles estão de f~rias. Prazyxwvu
'. ,.
m~m e um ponto muito alto porque eu posso contar com eles. Ja quan
•.
do estã.o estudando eu não posso contar. Um estuda a noite em Nite •.•
'.
rOl, . '\ , •
sai daqui as cinco horas e volta as onze, mS12-nOl• .l..
te• Agdrazyxwvu
•, ~ r
Ja Vao- ser dois, vai ser um pouco mais di fJ.cil pra mim, mas a vida
,
(3 assim."
,
Se, como se v~, o grau de utilização do trabalho familiar e
,.
fundamental para a estabilidade desse projeto de vida~ tambe~ ele
. ,. quadro
reproduz dentro de si a insegurança exterior, Ja que, no
da reproduçã.o incertai a 8ducaç~0 formal dos filhos deveria ser um
lução depende em grande parte. O que ocorre aqui ~ que pelas aber-
que, d í.f
~ eren t emen t e d a t erra" e,. l.n
. d.ilV1Slve
. ~ 1 e n20 b r-í
"" po d e a. I'lgar se-
nao ate um ponto mais reduzido a in.crorporaçao do conjunto dessa
N " ~
força de trabalho.
"A mesma coisa na minha canoa_ Tem companheiro que vai pescar
comigo. Vai pescar não, vai fazer uma emerida , um quebra-galho; de-
...
Ia. E, as vezes, ele ganha mais que o meu garoto, que pesca sempre
, , . f
ali comigo,•.mas e porque ele sabe atar e e ma i s orte que o meu 9,ã
roto. S~o essas coisinhas que a gente tem que dar valor ao sorviço
, ,
do amigo', porque ele ta ali p ra ajudar a gente. sf}, gente t.Bmbem tem
etmen..d.8.
usabe atar e ~ mais fortell• É portanto senhor da quali fica-
91
~~o' que o faz merecer uma remuneraç~o mais alta. Sem; no entantozyxwv
I
v!nculo.
Da! a segunda caracteristica que ~ a dessa Il gratidãotl por um
No. descriç;;-o-,
de dois pequenos produtores, o primeiro, proprie-zyxwvuts
t ,àr-Lo.de ..9.,anoª"
o, segundo pr op r . ete'. r o de um b.•
í í
•
proce d e-se
a:r9.u.~f)b.o
.•
t
'a" zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p~~~i~h~ da seguinte maneira:
,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
nA partilha desse dinheiro e cada um tem suas partes. Eu te~
tal de dez. O garoto que trabalha no leme ganha duas e outro que
trabalha ali ajudando: que tem mais vontade de trabalhar ganha du-
as tamb~m {outros dois ganham uma parte cada)."
"A!
..•..d ep an d e d' h Po r e xernp Iozyxwvutsrqponml
o numero d e çº-IllP~ar.L~e I eu trabalho
,
na proa, ganho quatro partes. meu garoto trabalha na maquina, ga-
nha 3 partes, o rapaz que trabalha no leme ganha duas partes e
meia. Um outro garoto que trabalha no leme ganha dUas partese Um
,
outro go.roto;meu que eu botei como auxiliar do rapElZ de, mo.quina g-ª.
nha uma e meio~ e os demais uma parte. Tira 14 partes pra posca-
ria.i!
\
Ressalta-se em primeiro lugar que, apesar da diverg~ncia apa-
meios de trabalho.
As 8.ar~..
~~proa se alinham com as dos demais <9.0mp.a~nJ1eJ:r;:.09
e
mesmo em termos de seu montante n~o importam em um corte com a re-
contInua: p'~i~.§.,",~i.nt~L,J?E.e
•. Como .E.t-2..5lim, isto é, aquele que se-
ê..zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
Falar em 2,?r."te?-=c:la.,J2_EU?.G.a.r,ia,
corrobora, alem do mais, aque.La
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+n± •. ; , t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
•••~ ••••••• '.. t· f
tivo._zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O pro.prl~t~rio; receberia assim suas aa..:r.t..13
•.s" (as da p.•.
e.$C9.-riÇi.
)
. he
c•.o.m.E..a.r:L_e.J..!'.P.$.
í
nao •..proprl.etarios
"". .'
nunca se articu Iam em torna. de rei
. d·...
van a caço e s ou cza tieas
, a respeito da P...9r..tj.lPé\Io que demonstra a
me; da 'p.•.o.rnP.a,J:l.h.t:\
em sentido amplo. NozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
mai s das v e ze s envolve um pedi
"aprendizes".
Ainda no tocante ~ .Q.?rtt:!,.tfl,~,cabe apreciar a questão da aloc~
95zyxwvuts
N ,. """
gio, ou parazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a constituiç~o de uma pequena poupança com vistas ao
casamento: ou a outra etapa fundamentnl da trajetória desses novos
"chef.es de familiau•
les, enti~o eles podem me ajUdar- Foi aonde, graças a Deus, a minha
mesa foi posta. Porquo ~ tudo aqu1'1 o que nos
entao ' gan hamos eu fa-
IV .' ,I. d tzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
I'
lei~ ou~ nao tem pra n~nguem. ~ tu o um mon e so, pra que a nossa
mesa •••..Foi assim que eu consegui a mesa de Natal.tI
A ambiguidade da ,Rar:,t'i),.h.ê.
como forma de remuneração da forg8
o regime do .?.rnb.ar9J,.l_e,
como' se resume esse outro sistema de
9&zyxwvutsrqponmlkj
,.
tavel de assalariamentoe
Ter a 9..a
..
rt~~raassinada é ter acesso aos .RJrei..
t9,,,ê.7
a algumas
garantias juridicamente sancionadas da luta pela sobreviv~ncia do
trabalhador.
,
Os pequenos produtores, ao se r efe.rIrem as unidades capi tali.§.
f.m.•b.",ªr
..
céU';',
~
porem, sua f..ompan!.:!.§.
,
e comp Le trarnerrt e Lmpo ssí.vel para
,
o pequeno produtor, como se pode depreender das condições de sua
pr~tica até aqui expostase Esse é mesmo o motivo de profundas e
cont!nuas preocupações, dada a ambiguidade com que a fiscalização
da Capitania dos Portos trata do assunto, ora tolerante, ora pers.§.
guindo as pequenas embarcaç~es por n~o terem regularizada a situa-
•..
çao trabalhi sta de seu s som,pa,n.h
•. Eg.
e.i.r
....
P ar outro lado, a garantia dos d,;LJ:'f.:l,it9.§.
pelo ,~,m
.. e,
Q.,arqu.3. uma
,
questão que interessa pessoalmente ao pequeno produtor, ele pro-
pr-í o. tão pouco distante da instabilidade, da Ln sequr ança dos tra'"
balhadores assalariados.
Se a possibilidade de inscrição como trabalhador ª!d.~ô.~..9.zyxwvutsrqp
re-
solve a SUa quest80 m3is imediata, ela não dispensa - pelo contr~-
,
liA v~da e muito sacrificada, muito durae Eu fui nascido e cri
=.c
ado nessa vida, mas ~ dura, uma vida de sacrif[c!o1 de luta. N~o ~
97zyxwvutsrqponmlkjihg
pescaria ••• fases conforme eu expliquei. são feito crises, 0.1 tos e
baixos. E as exigências não quer saber, quer receber. Se nÊÍo pagar
tem os juros. Com o decorrer do tempo', tem as penas, não d~ condi-zyxwv
N N' ,
oes s Nao e que o pescador' seja, como e que se diz, infrator,zyxwvutsrq
N
ç nao
,,., ,
e que a gente nao queira, a gente tem vontade, mas e obrigado a vi,
ver assim.1I
Essa representação dos ~~r~j~o~ abrange, entre os pequenos
marrdo-s
ae sempre sua dissoluç~o após 1964;. Na verdade, o acesso a
,
esse serviço" de saude - por eles unanimente considerado como: de ex
-=
celente n{val - corresponderia plenamente ~ sUa pr~tica ambígua de
"a disponibilidade ,
possam se referir dos serviços oficiais de seu-
t s d a sanç """d'
pen d errne ao .j ur a a ca d o va' ncu I o de .13.rn-.b.~.r.9.~.
~ ,. bO
A b•.ª"t.aJ.h~ª do pequeno produtor.' nao se desenrola apenas no am b
' .
to'do processo de trabalbo. Ela envolve to d a a SUa prat1ca quotidi
Nessa ~f?.ê..t.oJh.t:l.
ele pode acionar em seu favor dois sistemas di-
ria de i.J~·martdad~. Como tal se; designa o conjunto dos irmãos ho»
N
men s, o grupo de .s.ibl.hn.9~l/ socializado na unido.de de produçao pa-
. N ,
-,
J
99zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
...
intra-famiIiar espar-ado, as queixas quanto a sua fragilidade atual
aporrt.arn para a di ferenciação acelerada que se processa no interior
,
Po~s, v "'d"
e , a a e i a d'e .1:..r,màn,u d a_..2..,
d maa• s do que um
como sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA vâr ncu l.o
.t...taJ.o..Eti..(ª.~
o auxIlio que este pode lhe trazer: di ficilmente ter~ ao
. , .• "'. ,.". AI
caracter~st~cas de permanenc~a e pert~nenc~a que tem a cooperaçao
t
quen.e;, t
presada em sa.1'"en ca• o, como convem
, .•.
a d'aqna, d ade comum. I1S
" I'§.
\.
100
A 'i-elnção·de irmandade
-••• +. ,._~
não se isentava e não se isenta ev~.:élel1
~
zyx
,.
tida dos pape~s sexuais que ir.fol'ma"ttodoo sistema_ A unidc:tde 8n-
t.Ie os homens, vivida a
,
ni.vsL ª
da .c_om.p_c'lD.h
.• ou da i.r.mpqçlade;eorr8S-
netas.
UJolf e lY1iniiz sobre o sentido social dessa instituição (1967). Fir •.•
drio" permite uma ampla maní.pu Laçjirr dos papéis e desempenhos nele<
religioso~ •
. Encontram ••se, lado a lado; nas fam!lias dos "p cqueno s produt;g
qua L Ç.QJTl,Ead.r.s.
como um cito de homenagem" ora selando uma amizade
.~
Ja
estabelecida com um parente ou companheiro. de trabalho, ora mani-
locais
ouve dizer por exemplo que lia rede de nylon foi um padrinho: que
.•.
veio, para a pescaria e prp pescador", assimilando •..se assim aquela
é uma figura
o P~~~~:i.o~g essencial tanto para os .cmp r-o, s t"a mos
ou fiador;~
voce• tira se for um pequeno) pescador? Nenhuma. Tem que levar um: Pã
se~u~o (8).
de vid~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"leVar um peixe para fulana" ••. quando toda a atenção: ~ dada na es-
cozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Lha da espécie preferida do .8,a d}',l,.,rth.Q.
e ria eXbel~ncia t
da qua l Lda-«
se potlera
\ ' por exemplo participar do mufirao de reparo da ulITa de
-
desfavorecidos .• No confronto entre sua dignidade de l2.!'p..9.u,tP,,-J;:
e SUa
...
necessidade de R~=ql!?no_"p~ a categoria que se opoe a do .2.9.-
. h•.o e' a do Qes.c",aejo.:.c
d.+,JoJ\ me,n.çlJ.Q.o.Assim como ele pode desempenhar o
papel de p.•.
ar:tr-to..D.o,.
em relação: aos mais fracos, assumir uma dfvido
concreta com um pc:l.dI:l.nho mai s forte que ele signi fica reconhecer
fI1•.EtC1."çlJgg. Assim, é frequente quo a par' do: r-eLa trr de dividas fundamen
ct • ....--.~ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.$".......zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r
em nao.
'"
con~alr ~ • d as como uma qU8S t ao d e- prlnClplQ~
-10<-.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d lVl .,. N
IlJ~ uns tGmp,os dosses quis mo dar 15 milhões pra mim comprar
um bar-co» Empr-e s t adc. Eu não quis. Não sei se ele ia tirar do. de-
le. S~, sei que ele disse p r a mim ~1 Olha, vocô podo procurar um bal;;.
"Se a SUDEPE não tivesse tanto reta dGntro daquele troço; foa
, •..•
se um orgao do Governo; que desse valor ao pescador pequeno, eu com
d r í.nho- e dizer: 'O Sra· me faz um favor de me dar cr~di to?" Poxa'
estrumbicôdo\ qualquer,1I
cebe uma hierarquia dura em que elo se situa aciOTa dos .m..e
.•r:rci;i,.9.-9.ª~ e
çoo: do p...•
e•.sG.§.9.9.•~ se cristaliza sobretudo evidentemente ,
na SUDEPEzyxwvutsrq
Os limites da ••....•.......•
ilus~o ~- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..••
timo item nos traz a um outro plano da sua visão de mundo. Apreci~
dos P..•é}.d.r.i",I1.rto*8"
os campos em que ele desenvolve a sua b...ata:L.h,ª., em
sentido do dizer que afinal "p e scaria é ilu são 11. O primeiro de s se s
zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
limites e o que se levanta na açao dos QJ;'.9.agsde C;ove:rQ,o.. O segun-
" #ti , N
IV ,,..,
esta , presente
j!J,.t.id.q..çI,ELs.l. a cada passo '.
da prat~ca d o l?.e..9.uen.9.._p,e.§3.ça.;-
.
rJ..o
..r' de Jurujuba. A si tuação- amb{gua de pequeno produtnr ex:põe- no
\
HJ8
p.-r:esaUzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
, enquanto "unidade de produção" juridicamente identificada,
e para outros pode contar com o seu órgão: de classe) e, por outro,
9.e.•.
s. distingue-se na verdade frequentemente da reprasentação da a""
...
çao do G,,9v,el'lJ.Q..'
ou, pelo menos" de certos Governos_ Essa bipari:ti'"
da. 1e 9i ti mi da de da que 1e mod elo do: pod e r na c i on a 1.. qu a se que ..0 seu
·t·OJ d' e oI'J.gem.
ma • r t'l'
Lle u a or.ef z a ... I' .•.1'"
P "O'l,C J,I·'l' o cr~oU'
H}~G...~, G e-cuia . a r aca
.lI:f:'b·
1'21
Entre
,.., ...'..
a açao or i.qa nar a a do ~oxe±n-º. e a açao dos seus
,." , ,..
.9J' 9,Çl,.9,ê.
t~ria~ o Getúlio Vargas era um homem bem intencionado; mas era ce.;.zyxwvuts
cadrr. par uma turma de ladrões; safado' e sem vergonha. Quando fi ze-
t'
t~ e meaa o paU ,
na gen.tAl'·
e •. po 1C1B d o 1a d o d 8 1es - d a t urma de
ladroes
•.. sem vergonha - metia o couro na gente.1l
a es~gn10s
i..
NzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
passagem dos d zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
suporaores para a açao concreta de
N
o' seu grau de 1egi timidade. A primoira, embor-a sentida como duna e
hornerrs ~.;, paga o do: governo; paga isso, paga aquilo, e entãO' você
.' fi
Jã .
.' ca 11vre.
'Pe t B% que você paga 18 no lYlercado-?
110
I. Nós 1~ pagamos 8%.; Tem lugar que paga 9%_ Antigamente erazyxwvut
P. Na Praça XV?
I. ~. Agora botar8m uma lei que a gente tem que dar dinheiro
tr:arrsc:r-i tio.':
varno, p.ro IN.PS e assim vai. Agora" a maior: parte roubam. Ntío cl're-
qam. 1/3 orrde de\le chegar. Estó.u dizendo) ao Sr •. que não chega-zyxwvutsrqponml
I:. Nao ha nao s So tem cada rato' Eles inventam: troço p r-a gen.
'"
ire nao p-oder
.
vende ir o peixe direto, p ra levar o de Le s s "
E Ia ext'ravasa "
porem para •
prat~cas mais (
ileg~timas-, constituin
'\o
do-se por assim dizer uma rede de r;.a.tp.s,.', alimentadoa as (t"ustns' db s
.•. , ,..
.Q.e~Q.t!.e.!J.9..,~
a sombra dos .9JSaos;. d.()
__GQ\lsrl1.9..- Eles e ep r e Lt:nm, pOli" todb.
nha]!' Olha o. Sr. Vni pagar, Vamos dizer, naquele t.empo. um milhão.
pode vender,.1I
"O frigor!fico l que nós temos direito atualmente nós nem '"
poe
mais p e Lxe l~. Sabe quem ~ que bota ptixe no frigorífico? são oszyxw
ro.a; que.
• N ,
brigÇldCL a vender<. Entno vende barato, ele bota no frigor! f'í cr» e
vende Q) dia que bem entend'e. E. a gente que é. p e s eado rr não tem 'di-
encontrei- 3 caixas vaziase Então disse pno. verid e do r-a :I:Não) bota a
tlorzinho; daquele ele preciosa ter sorte na vida. Senão não compra
pr a colaborar, comprrar mottor:. mas o' motor menor que eles botaram é
30 milhÕes. ~ o motor que está no barco de meu pai. lYlas botnu meu
pai quase morto. Eles cobraram tanta desgraça de troço, que; meu pai
endoã dou; feito que ia ficar maluco pra pagar-. T~ faltando! uns: 7
rnd.Thões mais ou menos, pail:'.-que meu pai pagava juro de mora, corre •.•
çãm mometária. Ele compr-ou por intermédio, do banco. Ainda pITI' cima
dazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mão e sque r-da aberiia fecha-se sobre si mesma) - errt arrd au? Então
s~, o motíorr que era 30 milhõe s ficou, com o seguro; qtra ele 1foi obr;i;
te:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"1. O governo
~
poe manitcrs car-as p r-a fiscalizar a pesca que rrao
N
, " ,
sabem nem comer o peixe que dira fiscalizar. Olha Ia no mercadb
, ,
item~esse negocio: da caixa plostics.- Sabe o que foi aqUilo!? fomos
dono da fabrica
, .~, *~
de ca1XOS Iil\.ll.a~~ma-sqtll.'8 aplicou esse golpe"
,
cou esse golpe dentro do m:ercadb,_, Deu a percentagem, Ia pro s n.om,ens
quê que acontece? Ficou esse negQcio da caixa, coisa que não tinha
o czyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p e S ce d or', •• 11
OU' ainda~
~, ,
"1. A SUDEPE nao b otía Ia um motor pequeno, a o Lao. p na pobrre
fazer um cascozinhrr.
b~cana."
O, mundo dos ea••. N
ratos.,.....r-t. t''C
e fundamerrt a.Lmerrte um mundo de rraoi•••. i:tlraba-
bundas, dos b.i.,r..i,tfdrgs..' onde a inversãm ~ legi tirrra, onde os: que
nãol-traballtam'! são mais pobres do que ele e padecem, das n.e ce s si d.ê.,
,.., IV , •
de s mais cha s , O mundo dos r.,.êtos apresenta uma inversao e spu r.a a f
"É f.~cil., mas nem "todo mundo tem cara p r-a fazer aquele papel.
Porque aqu LLo ~ tipo mendigo. Só que eles não são mendigo, são ra-
vira as co s t.a s eles metem a gadanha. Então rre s s e roubo todo dia
N zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
N
vao. se f'e z ando» Entao varnrrs supor se ele tinha que ganhar- lOO oon--
•.. ,
tos, ele todo dia ganha 301], por causa do rouboll Nao é que ele 9a-
r eqadorr de estiva; então ele fica com músculos, tipo fort!e. E por
.
gaffi; p.ra cama um: do ou t'rrn e f'"
a carn so no mei o sugando o sangue ••• E
..
a e sa m VaI. como eu to
•..
lhe d.í zando s Por-que a descarga, se ele for' v~:t
ver d à de s car qe ,. d"a pra e l'e v xves , mas nao d'a pra IV
e 1.eazer
f t
o f:ug
produtores.
,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O primeiro dadOJ e o·de que existe uma continuidade percebida
11
a~smç",a..cLQ};,e~s
*rJ.._ç.o.ê..
da §...e,9,u,r.a
...
n Ç.a,obtida.
r
Aquele onde a instabilidade on Lp r e serrt.e da p§.
t.:C9.ba,:!i1p:,_8; da .§p.r;t,~.:
noc s. Canoa n~o. Um barco desses faz mar~ tado dia. Entra mes ; sai
~ • A
pendem mais dos ,r"q:t.o,-§.
que pululam nas mediaçoes entre essas ~nstan
der'; os ª-l"111ªclÇlr8
•.~ S8 investem eles próprios da qualidade dos que
,.,
sao poderosos. De algum modo, eles se imbebem da autoridade daquc -
Ies corm quem tratam em Lqu ad se ~ assim: que eles, corno todas as aU-
"..
toridades oficiais, tem o poder de .i.Q?-º.:~.ºy.e}!)sabendo •.•se que essa
as- que são "cu1 MS") se corpce-I fica nos d..op:u*men.~ê.;no poder- de
qua l qu e n em um; "p ap el, p,as sadou• Assim crime. os fj,s,c,a,'t,s., os .9..u"a:rda.;~.,
equipagE3ffi;, inscrevem ai valor das partes rras suas cadernetas, legi •..
tidáde IT!.9..9,Q.r.'
do pequerrn. produ'tiD-r com o q,r.•. no segundo cdnde.-se aqU'.ê.
O .élI,'J!l.a.gp;.;
:; na verdade aque.Ie que j~ não trabalha ;que J~ tra-
tantos outros ;:-i'pQs mas que não trabalha; que "não vai 1~ fora ,.
tem as homens que tomami conta da embarcação".
Dessa f-orma, o mundo das ,i,r..?,:Í,.n,?..i.:rtag
se bifurca. De um:lado o
ca
•+.J11~p.c:f,.9
. .•.:g, sem o trabalho, fruindo' daquela condiçã-o! i-deal antes apcrntâ
..:"4.tp,.. :
p ri a e do 1~Ql,s..:t.i
I 2. Não.
Val.. morrer pescando e vaa. morar. a no' mor rrr, on de o ven t'o'az.
. l' f' a
vo11m. Hi~ quan:fk:Dtempo. voc.ê pesca?
I 2. Dez anos.
iI>
a, dias no mar4\ Eles não, vão e voltam no mesma dia não., esires hu •.•
N " ,. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-N
mens nac tam, eab ado. rram dominga. Sao uns e scr-avo s s U
cab í.das como mais dur-as , mais inflexiveis; detorminadas pGIr uma 1,Q.
gitro de produtividade e stranha "a '"
dimen.saa do "homem".
Não d~. Eu vou ser mandado. por um um cara mais bur rn: do' que eu?
pescaria pequena. Vou trabalhar de emp r eqadtr pr.um camarada que e.n-
t
ten.de menos de que eu. Eu prenl!CT catar xep a aa pela p r-aí.as "
da inse-
I . t •
qurança e prefenvel assim para o pequeno, produtor Itootar- xepa alo
um.laaai.o:.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..;.... ii*'
monopóliO' do ª~G
.crJi~tp~,
. das faciLidades fi scaã.s e do: abastecimen1tu
das enlat.adoras de sardinha-
Compe1tiçam~inalment8 peLrn prnpz-ar» "obj eto de t.r aba Ihcn", Ja
IV , • • ,
'"zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ve, uma ampla margem de ambiguidade.
De um Lado, mantem-se como referência: ideológica: o' modelo' da
,
spmJl,aJ'J.ltê.,
com, aqueles atributos que apr-eo.iavarno s ante s e que eram
e seriam ainda as condições ideais de uma reproduçãCll "igual", ouzyxwvu
;
De. o·utro.i lado, porem; ele emfrenta e term que dar conta da .!!1.Y-
d;an.;$9.radical que marcou o seu mundo: e que o ameaça cada vez mais.
A dã s so Iu'çao. da Q.()."IILUJliAª.çl~I
.. a di ferenciação; social acelerada, (Jj d~
sap ar ecrlrnerrtt» das bases do auxiIio" mútuo e do; respeito' a um "equi •.•
l!brio" ao mesmo tempo social e nàtural, a ond pz-e aerrça e 0.1 pcdar-í.o
rli)"'~-:-Il··s'e*;n--bl·e'
'bien que Le s contradictions dEi r'id~oIagi8 ne soi.,.
eni"lt:que Ia traduction ds s oon:tradictions de Ia condiiiion artisana-
Ia. En premieI' li.eu, Ia si tuation de (JeaucouQ,çle patrons d:'entrn ...
1+1:':Lses de mcyenne importance n,test que r e di ffererrtej sous b eaucuup
da raPPoT'tts ae cefle de leur~ prü{:Jres employes_ â~i da point çt:e
Vl!lle dlJ statut ~oc~al, le petJ.t pat.ol1 peut se Síill.Sl.X'cumma "Favon •.•
to.du fÇil."&. )Jut1.l 8St son pJ;opremC)1.t:re e-t. 18 mé,litre de son entre-
pr~se~ 1.1 nen 8St pas tO\JJours a1.nsl. en: ee qUl. eoncerne les reve-
nus- L.8 geti t p.~tli'on a souvent: le sentiown;fl; de travaiIler pIu s çrue
so s OUV1"..t.81"S, é:l avoir des rGsponsabilitos ~t d as enar:ges dorrt. i1-'3
son~ exemp1is, i>ans que.1es a){aÇltages,.lies:
Ia mesuna de s nconvenã.errta- I \BourdJ...8U, 1~63; ai p. 54b
ã
ª
aa p.ositiolJ)soient a
121zyxwvutsrqponm
da pesco e o .ª-&-t.t"Ld~.
O prim:eir.o. car r eqadcc ainda mais da neoessida-
It
'
E Deus tem me dado vitorio , tenho
que eu tambem bons filhos.
que eu não:. desfrutei at~ hoje e nem tenho' condições de desfrutar '.
Poz-que hoje quem não tiver' e sfnrdo cai por terrn.1I
car o pé Umpouco mais' ; frente para não cair' paro. tr~s, nãOJ per •.•
der a b•.qt•.
?à.J..h.a,.
qwe Je f.ais en mieux e;;, en: plus grand. Je na ferôi aUcune conver •.•
sio~ parca que c~est avee eette façon de travai11er que je paurrai
f~dre· Les lllf3,iJ.),."e1lres
affai-re$p en ç~Ont,:iD,t,lnn1t~~
aiulJ1.t3.r
m.LJ.[l~jg~'v,ÇliJ;:;
•
Je na t:ien's pas "a ".etre un gros producteur et ".'
a f'a í.r e de Ia serie '.
:le voudrais avo r un atelier
í bí.ern monte'" avec un hall dtexpa'si tion
123zyxwvutsrqpon
( ... ) .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Mais je continuerai ~ travailler pour les particuliers, en
12) Para uma crItica aguda das teses sobre a falta de "iniciativa"
ou de "espírito empresarialn do homem do campo ver Forman,
1970, p. 137. E ainda como exemplo de contextualização sacio
lógica das ~motivaç68s~ ver a an~lise de Bourdieu sobre a
»pr~voyance" e a "prªvision" em um contexto de mudança social
(in Bourdieu, 1963 b , p , 30).
124
dolorosas trajetórias.
assalariado.
raso
Essa õ utilizada
designaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sempro no contexto de uma g8ner~
ç eo de um),
vida.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
\
o traço primordial de sua identificação como armadores dozyxwvutsrqpon
lu
cífica que nao se reduz a uma variável psicológica mas que se refe
çao.
l'oeuvre; mais alors il n'est plus qu'un ~tre hybride. qu'une cho
tudeazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de que fala o autor (13). Em Jurububa, poder-se-ia antes di
no tr8cho citado.
ambígua desses que S8 pensam como pescadores, mas que nao poscam:
os armadores.
ó o resultado
individuaiizaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de uma nova lógica de identidade.
pIo de vida, de modelo de batalha, enfim devem ser cada um por si,
são Pedra. o Qutro já nao mora em Jurujuba mas aí mantém uma casa
nos.
trabalho:"
novaçao (16).
talista" em Jurujuba.
tres" - enfim. o grupo nem sempre muito nitido que podem compor o
família.
ou, para ser mais claro, ela desaparece a partir do momento em que
é que consegue
irreprodutívelzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
enfeixar em dado momento a propri8d~
pesqueiro.
à prática produtiva
relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
das traineiras na medida em que se di
de "continuidade",zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
*
* *
137zyxwvutsrqponm
1. As trajetórias da reprodução.
a) o cálculo do suor.
tidade - tanto mais fácil por ser a de uns poucos contra um numero
vivéncia.
que tanto pesam nos cálculos desses que não dispõem senão de sua
Seja como for - aqui ou ali - essas "opç6esn t~m que levar
trocados.
são noturnos.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do do fim da adolescência.
( 3) •
militar. De uma maneira geral poderia ser previsto que uma avalia
seja, quando não houvesse nem tanta necessidade que fizesse lasti
aI do sobrevivência familiar.
xao do projeto.
Essas questões se integram num conjunto de práticas marcado
\
integração marginal no mercado de trabalho local e que. portanto,
i~ pra frente. mas como eu nao tenho nenhum. ent~o Esse neg~
mais adiante.
"contrato de trabalho",
familiar.
de vida.
n~o deixa de estar presente 8 h~ ~r8as onde pode ou n~o hdver tra
vida de obrigação, demarcado por cima pelo mundo dos ricos, demar
~
(8).zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tabilidade"zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No que toca porem a "liberdade", instaura-se uma
sempre o seu esforço por produzir, por ser "eficiente", por aobre
mo operário.
tudo e uma das dGmarcações mais nítidas com que 58 têm de enfren
tar os jovens nesse periodo. Ela reflete uma questão mais ampla
HburocráticaH 6 muito bem estudada por Sennett & Cobb entre tra
balhadores "qualificadosH da região Nordeste dos EUA, d8staca~
do-se a mesma "sensação de indignidade" decorrente da subve~
são da relação entre trabalho como esforço. como suor. 8 a g~
rantia da subsistência. (Sennet & Cobb. 1972).
149
ao longo do tempo.
turnos.
traba 1ho em trai ne ira s: cart eira as s i nada, féria s , déc imo -terceiro.
res de traineira.
trabalhadorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(10).
151
a concomitância
o que permitezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do estudo. E finalmente encontra-se
lho.
caç~o"zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
8 ben8fici~rio de um ~sal~rio" menos indigno pelo recebimen
cas reais desse meio de produção que se deixa entreaberto para uma
b) A corda-bamba
ao longo das trajetórias nunca prescinde dessa arma dos fracos que
prietários.
des de produção.
vência quotidiana.
"estabilidadenzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pelas vantagens ou da Nliberdade~ na malandragem.
~AI vem o fim de ano e alivia com a caixinha. n~. Depois vai
"Ele agora não vai sair. não vai largar daquele barco. Sabe
de cada unidade.
ç;o m!nima estãvel do que expor-se ao risco do ~um mes sim. outro
vência quotidiana.
L~-
nuidade como Gnic~ forma de retomar rapidamente ~ produç~o t~o 10
go cessado o reparo.
essa "liberdade q
~ a do sobreviver imediato, do oscilar entre mati
em outro),
da vida, elezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é também o mundo da afirmação da identidade pessoal,
nhado no CapítulozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
I a relação de apropriação real entre os port~
rô .
pequeno pescador.
vias podem ser a todo momento truncadas pelas injunções mais diver
nidades produtivas.
ansiada.
componentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a que chamamos de »capacidade moral» e que envolve a sua
mente relacional. Se. como é claro, nem aquela força nem aquele
de moral» individual.
pesqueira.
O a~•. ~
uma consideravel margem do am bzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
"'d a d e, ao se confrontar
~gu~
í
essa
produto.
mens com vantagens. tantas delas obtidas pela truncagem das traj~
çao. Pode ser até mesmo a sua negaç~o G uma ameaça ~ obrigaç~odos
demais.
característica "naturalnzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
do sexo, cuja ausªncia é aus~ncia do pr~
senta uma certa dificuldade, pois ora são criadas soltas o que di
minui os gastos com sua manutenção. mas diminui também sua lucrati
ora sao criadas presas, o que exige uma grande despesa de manutenzyxwvuts
N
s~szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
8 ao consumo ritual do fim de ano. ocasi~o em que, engordado
unidade doméstica.
tais costumeiras.
rio.
dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
social muito especifico - 8 n8sse sentido a maior parte de nossa
m~tico que elas nunca tomem aquele outro nome, denotador do dom!
ao poder exterior.
traçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
da relatividade do tradicional par de oposição entre "rela
tes descrita.
21) Como exemplo das limitações que impõe essa 6tica para entender
UparentescoH e relações de trabalho assalariadas, ver a an~li
se de McGoodwin (1976) sobre um grupo de pesca na costa mexicã
na.
175
há uma categoria Gnica que os designe, o que pode ser uma ilustra
pantalhos sociais: o que não deve ser como o que não deve ser dito.
social:
lie, pour les uns c'est l'alcool. c'est Ia résignation pour d'auzyxwvut
dono."
no mar; "E u não t r ag o". diz um. Por outro lado. a irre
sa io sem umzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
O. efeito. desastroso.
~2)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
da irregularidade do ritmo de trabalho
sobre a prática social dos trabalhadores é assim apreciado por
Marx: "Pendant Ia période de quinze heures formant Ia journée
177
ses marcos nunca se dissoclam das crises. ora negativas. ora posl
tivas. da trajetória.
a sua mais alta afirmação - e como ntraço de caráter" que fez mere
lher.
birita.
se articula "
frequentemente em torno da questão do seu afastamento.
sentação que aponta para esse quadro geral do perigo da pesca como
te entre os "vencidos".
\
181
nho. Esse pe~ assim obtido não pode ser comercializado. Fruto
a) A casa de cachorro
pela sobrevivência.
pítulozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I.
trabalhador.
sua prática.
çao pesqueira.
torno ao portozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de origem. As atividades preparatórias à viagem em
produtiva.
xos de pesca.
duas horas. por outros dois. segundo uma ordem ditada pelo mestre.
ficados"zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(o mestre, o contra-mestre. o motorista e o cozinheiro) e
viagem. ~ o quarto.
\ postos no mar à procura dos sinais dos cardumes. Caso haja sonda
senrolar horas a fio, uma noite inteira. acima e abaixo dessa sea
ção que, solta, age como bóia terminal da rede que se estende. O
187
carregadeiral que corre pelo meio dos chumbos. Esse movimento tem
ja pronta para uma nova largada após o término desse lanço. O pr~
cundários.
ramento dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
novo ciclo do processo - o charrico. ou sgja. o trans
longo cabo de madeira e preso por uma corda ao pau de carga (um
muitas vezes repetida dos atos que fazem baixar o charrico até a
carga.
UmazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
vez recolhido todo o pescado 8 completado o carregamento
tos do convés, segundo uma ordem impecável que permita o seu uso ~
peixe do por~o para o conv~s 8 que 6 remunerado por caixa (as uni
do mestre,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ção".
lidade".
29) Sem esquecer que esse ritmo é uma condição essencial e direta
da reprodução da unidade domestica. como garantia da realiza
ç~o de trabalhos complementares ~ subsist~ncia: "O conte~do d~
oposição entre ~trabalho~ 8"lazer" tem características parti
culares para os trabalhadores aqui estudados, quando compara
dos a outros grupos. Para ambos, mant~m-se o sentido de "foI
gan, de »aus~neia de compromissos", ete., em que se baseia a
noç~o de "lazer": basta lembrar a import~ncia atribuída pelos
trabalhadores ao domingo. como "dia especialu • Mas. se para
os demais grupos o car~ter n~o-eeon6mieo das aç6es e essen
cia1 para definir esta "aus~ncia de compromissos». o mes~o n~~
ocorre com a maior parte dos trabalhadores. Estes. via de re
193
adversas.
por abalroamento ou por outro tipo de avaria s~o alªm do mais faci
ferentes trabalhadores.
tânea que seja. acentuam o quadro geral do que não é mesmo neste
social.
lhados.
~. poupadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de alguns dos trabalhos manuais, enfrenta uma das mais
'pBi~. plantadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ã proa, recebendo de frente o vento e a cbuva. os
mares.
do mar.
Complementa esse quadro o fato de que os possíveis. meios de
meiôs de lã. ete.), cujo alto preço impede uma utilização regular
b) O Maquinismo e o mar
mazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de remuneração por produção. que duplica o interesse pessoal do
90 de trabalho.
meios de trabalho.
Fazer por onde constitui dessa forma também uma expressao des
larzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de um charrico particularmente abundante: "A maior invenção que
das traineiras.
ma "individualidade" (nenhuma ª
perfeitamente igual
embarcaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA a
( 34) •
lho. ocorre tamb~m como que uma »reificaç~o" do corpo humano. atra
vivência.
o trabalhadorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e o peixe. passando do homem como vontade, ao homem
embate.
prio social. carregada dos valores negativos que neste são forj~
reira nordestina foi estudado por Jos~ S~rgio Leite Lopes (1974).
Tambim aqui a "sazonal idade" por exemplo aparece como uma lei imu
\
207zyxwvutsrqponmlkj
3. O Salário 8 os Direitos.
a) A partilha e o salário
despesas comuns.
teso Embora nunca seja explícito que das partes da armaçao tantas
se acumulando uma. duas. três vezes. até que uma boa pescaria peE
bre o valor das partes sempre que ocorre venda do produto às fábri
les n~o t~m acesso a essas o~eraç6es, que podem ser facilmente for
pode se dar ora pelo crescimento indevido dos descontos, ora por ~
ra.
210zyxwvutsrqponmlk
tária.
lar das partes tem contestado pelos armadores o seu pr6prio cara
salário.
reI (36).
213
\
A análise de Marx gira em torno da maneira como a forma feno
tratantes",
\
produçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(371. Demonstra também a necessidade dessa forma parti
leatoriedade da produçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e da comercialização do pescado,nas condi
seus olhos.
38) Na verdade, Bidet, que trabalha com dados s8cund~rios que n~o
conhecemos, parecia ter em mãos uma situação idêntica, como S8
pode deduzir de suas refer~ncias ~ ideologia de "sociedade» dos
armadores e ~ ideologia ~de Ia marine~, ~de Ia profession" dos
\ trabalhadores. Em sua anãlis8, no entanto, ele privilegia a
primeira forma de articulação.
216
lhador junto à empresa. apos uma viagem cujo produto seja insufi
ser uma larga risada. como se tal id~ia fosse absolutamente contra
60 de produção".
ação capitalista.
10 de mudança.
O que não quer dizer. por outro lado. que o desenho desse no
para o "salário por tempo" do que das descritas para o "salário por
peças" (Marx, 1973, Tomo lI, Sexta Seção), mais pr6xlmo por sua
pIo.
1idade a que tantas vezes já nos referimos. Uma prova dessa ade
1956) •
relativa com a forma salário por p8Ç3S, também de certo modo asso
TomozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l, p. 224). Embora. por outro lado. não 58 encontre aqui o
çao: mas só até certo ponto, porque esse mesmo mecanismo é que lhe
40) »Barco grande aqui ~ tudo meio a meio. T§o garantidos. porque
se você trabalhar e sair 40 partes nossa. sai 40 pra eles. Se
223zyxwvutsrqponmlkjihgfe
,
o que ela rovela porem,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
nesse escondimento, e. a trans
couvre ici Ia source des maux qui résultent pour l'ouvrier d'une
\
sair 50. sai 50 pra eles. Eles nunca t~m prejuízo. O rombo é
encima de nós. Pro dono sempre tá bom. Eles não botam um bar
co no estaleiro de mes em mes. De modo que não têm prejuízõ
de jeito nenhum. Eles gastam. não resta dúvida. Mas não é as
sim como eles querem dizer." (motorista)
224
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
trabalhador fica além do mais, como
comportamentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do
vacuo (41).
b) O embarque e os direitos
goria do embarque.
dão" (43) •
vor no trecho seguinte: "t que fora disso eu não trabalho desem
da "liberdade".
barque não é absoluta mas sim uma função da avaliação das condi
continuado de conveniência.
vou tirar meus documentos e vou sair. ~u nao tenho leitura nenhu
ma. entendeu? E eles dizem que pra tirar matricula tem que saber
ter leitura. entSndeu? Pra tirar matrícula tem que saber ler e es
crever e uma porção de coisas. Foi por isso que eu não fui. enten
deu?zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
vés)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
tendeu? Q~e a gente tem de tudo. tem direito a uma porção de coi
228
sa, entendeu?
-
P. EntãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
nao e bom estar desembarcado~
I. Mas e bom no seguinte: a gente sai no dia que quer. v e í
no
dia que quer, entendeu. Isso 50 e bom por isso. " (motorista
traineira pequena)
vação dos seus direitos, mas também como ameaça à sua forma de ar
outro lado, corroborada pelo fato de que o valor das multas eventu
pela sobreviv8nciac
44) As férias não são jamais gozadas efetivamente por essa categ~
- - ------=-"".-~--- zyxwvutsrqp
230
-se sempre obter deste acordos lesivos aos seus direitos de indeni
zonte de vida.
zer isso porque amanhã voce não arranja outro barco pra trabalhar'.
uma frente contra Eu digo: 'não, não tem nada disso nao.
o cara.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- ,
Fui dar uma queixa lá dele por causa de Cr$ 250.00. Ele disse:
'\
'Deixa isso prá lá'. Eu disse: 'Não senhor, bata a carta aí, a in
nia.' Ele pagou Cr$ 250.00. Isso foi num outro barco. Agora eu
estou com esse problema por causa do PISo Vamos ver comozyxwvutsrqponmlkjihg
vai fizyxwvu
car."
\
232zyxwvutsrqponm
19 grupo: a) geladores
caiqueiros
b) cafifeiro
corticeiro
chumbeleiro
sondeiro
mestre de rede
ajudante de motorista
233
b) cozinheiro
motorista
39 grupo: a) contra-mestre
b) mestre/proe1ro
to aqu~lezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a que o trabalhador tem acesso em primeiro lugar. Corres
figuras do contra-mestrezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
8 do mestre-proeiro se afiguram como a sú
sobretudo para o fato de que essas posições devem ser a essa altu
ou
gelador
chumbeleiro
mestre de rede
sondeirci
via b - ajudante de cozinheiro
ajudante de motorista
mestre/proeiro
via b - motorista
cozinheiro
ternativo.
plicação mais grave: o seu detentor não pode ser embarcado senao
profissional.
potencial.
lário triplo.
·se-ia falar de duas posições distintas. Como elas não sao porem
su p õ e a p a n á g io da ca teg o ria (4 8 ).
NazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
segunda vertente. ressalta-se aquilo que a categoria OTiC!
48) "Modelo" aqui no sentido em que Josª Sªrgio Leite Lopes chama
"modelar" a posiç~o dos artistas para o conjunto dos trabalha
dores da usina de açúcar nordestina. (Leite Lapes, 1974, pp~
47,581.
233
nerado por partes. mas como fiel das boas mares frente ao armador.
à autoridade e à liberdade
tra-pesozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do mestre.
flito ou tensão.
50 global. Por diversos motivos. dos quais não será o menor a bar
prática.
5. Os Companheiros e a Cooperação
sim dizer "técnico" com a questão mais ampla do espaço social cri~
sição continuazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à observação da especificidade desse palco em que
expressao.
um de seus companheiros.
dois" •
p. 163).
va ou concom1tantemente.
247zyxwvutsrqponmlkj
cia que cerca esse instituto. Pois como o próprio termo sugere,
quia incipiente que pode ser lido com clareza na lógica dos p~
que abre uma brecha ao poder dos "fracos". ao poder dos trabalhado
ao "estigma".
não era assim, éramos todos daqui. havia muito mais respeito, ne.
çao num quadro que pelo menos já definiu os perigos comuns da bata
ra manipulandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a oposiç~o "cidade" x "int~rior" (50), ora manip~
dos que vêm de terras inatingíveis pelo seu contato habitua i depe~
51) Cabe ressaltar aqui que essa mesma ~insegurança" dos trabalha
dores locais face ao desconhecimento das motivações da práticã
dos de fora, é sentida pelo pesquisador. Embora acreditemos
que boa parte de nossa análise lhes seja aplicável. não só por
que vivem condições de trabalho idênticas, como porque são õ
riundos de grupos de pesca, devemos levar em conta possibilidã
des de uma certa divergência de leitura dessa prática comum em
função de suas trajetórias anteriores e de características das
conjunturas sociais de que são egressos. Tratava-se porém de
um ponto que não poderíamos ter aprofundado,já pelo fato de re
meterem a situações de origem muito diversificadas.já pela óti
ca por nós privilegiada de um trabalho a partir da referênc1~
ao universo da "comunidade" ou do »grupo" local de Jurujuba.
252
da "Aliança".
peta. por alguma associação de seu físico tacanho com aquele obj~
jocosaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à prática das relações de coopera~ão e luta no trabalho.
mente simb61ico, por assim dizer. Por outro lado. os valores arti
lher e o homem que não retém a mulher. Duas articulações que ser
cas dos homens entre si e com a natureza" não deixava dúvidas por
- dos mecanismos
sao genªrlcos da ideologia. nos interessou a sua in
classe".
da nova lógica com que essas formas são pouco a pouco investi
das (3).
~ e os direitos de lei.
eia já não homogênea; mas sim amoldada aos novos conteúdos impo~
lares. A mudança é por ele assim percebida como uma pressao, uma
não-proprietários.
o tema do "padrinho"
\zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ª ilustrativo desse processo. A relação
262zyxwvutsrqpon
o modelo da companha.
timidade".
pr1a.
neiras.
pas originais.
duz a força com que sua legitimidade vai conformando um novo mode
\
268
produtividade.
* * *
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