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Tema: Ordenamento Territorial e Proteção Ambiental

Conceito de ordenamento de Território


Conselho da Europa (1988), estabelece que “ é a tradução espacial das políticas
económicas, social, cultural e ecológica da sociedade”.

Segundo Alfredo (2009, p. 12), afirma que O ordenamento do território deve ter em
consideração a existência de múltiplos poderes de decisão, individuais e institucionais que
influenciam a organização do espaço o carácter aleatório de todo o estudo prospectivo, os
constrangimento do mercado, as particularidades, dos sistemas administrativos, a
diversidade das condições socio-economicas e ambientais”.

Alfredo (2009, p. 13), enfatiza que Ordenamento de Território é a forma de


organizar as estruturas humanas e sociais num espaço geográfico determinado, tendo como
objetivo valorizar as potencialidades do território, desenvolver as estruturas ecológicas de
que depende a vida e a expressão cultural da paisagem para dessa forma melhorar a
qualidade e a dignidade de vida da população”.

De acordo com Lima & Alves (2020), afirmam que “ordenamento territorial visa
estabelecer um diagnóstico geográfico do território, indicando tendências e aferindo
demandas e potencialidades, de modo a compor o quadro no qual devem operar de forma
articulada as políticas públicas sectoriais, com vista a realização dos objectivos estratégicos
do governo”.

Segundo a lei nº 19/2007 de 18 de Julho, afirma que “ordenamento do Território é o


conjunto de princípios, directivas e regras que visam garantir a organização do espaço
nacional através de um processo dinâmico, contínuo, flexível e participativo na busca do
equilíbrio entre o homem, o meio físico e os recursos naturais com vista a promoção do
desenvolvimento sustentável”.
Princípios do Ordenamento territorial

Segundo o Conselho da Europa (1988), estabelece quatro princípios de


Ordenamento Territorial na qual se podem destacar:

1. Democrático: deve ser conduzido de modo a assegurar a participação das


populações interessadas e dos seus representantes políticos.
2. Integrado: deve assegurar a coordenação das diferentes políticas sectoriais e a
sua integração numa abordagem global e transversal.
3. Funcional: deve ter em conta a existência de especificidades regionais,
fundamentadas em valores, cultura e intesses comuns que por vezes ultrapassam
fronteiras administrativas e territoriais, assim como a organização administrativa
dos diferentes países.
4. Prospectivo: Deve analisar e tomar em consideração e desenvolvimento ao
longo prazo dos fenómenos e intervenções econômicas, ecológicas, sociais,
culturais e ambientais.

Impacto Ambiental do Desenvolvimento Urbano

Segundo Furtado (2020), estabelece que “A ocupação de um ambiente natural, no


processo de urbanização gera diversos impactos, assim,os impactos ambientais podem
surgir quando as actividades humanas são executadas de forma inadequada, resultando em
vários impactos, tais como”:

1. Alterações climáticas,
2. Danos à flora e fauna,
3. Erosão do solo,
4. Empobrecimento do solo,
5. Assoreamento de recursos hídricos,
6. Aumento de escoamento da água,
7. Redução da infiltração da água, inundações, alterações na drenagem das águas,
deslizamentos de terra, desfiguração da paisagem e poluição atmosférica.
Segundo Benedito (2014), os grandes problemas ambientais causados pela acção
humana, como os decorrentes da urbanização, levam a uma necessidade de se melhorar as
pesquisas na área ambiental em todo o mundo. Visto que, é possível constatar um retorno à
preocupação com a degradação da natureza propiciada pela actuação antrópica.

Desenvolvimento Sustentável e Cidades Moçambicanas

O conceito de desenvolvimento sustentável tenta estabelecer meio ambiente e


desenvolvimento como um binômio indissociável, em que questões sociais, econômicas,
políticas, culturais, tecnológicas e ambientais encontram-se sobrepostas. Essa proposta
assume um significado político-diplomático na medida em que estabelece os princípios
gerais que norteariam um compromisso político em escala mundial com vistas a
proporcionar o crescimento econômico sem a destruição dos recursos naturais (MUNIZ;
SANT´ANA JÚNIOR, 2009, p. 258).

Económia e Ordenamento Territorial

O ordenamento Territorial, segundo a Carta de Torremolinos (1983), visa


materializar desígnios como o desenvolvimento socioeconómico equilibrado das regiões, a
melhoria da qualidade de vida das populações, a gestão eficiente dos recursos naturais e
proteção do ambiente, e a utilização racional do território, incidindo na conciliação das
especificidades dos diferentes usos.

A sua ação apoia a concretização e integração de propósitos invocados em leis,


programas, planos, políticas, visões, estratégias e ações com base territorial, como o
desenvolvimento sustentável, o incremento da competitividade dos territórios e a sua
valorização, a coesão económica, social e territorial (como aliás refere o Tratado de Lisboa,
2007), e a integração de processos baseados na subsidiariedade, equidade e governança.

Para atingir estes objetivos, o ordenamento territorial promove, segundo a Carta de


Torremolinos (1983), o envolvimento das populações (Democrático), a coordenação de
políticas setoriais com expressão territorial (Global), as especificidades dos territórios,
conciliando todos os fatores intervenientes da forma mais racional e equilibrada possível
(Funcional), e projeta no futuro o desenvolvimento desejável da sociedade (Prospetivo).

Referência bibliografia

Alfredo, M. (2009). Alguns aspectos do regime jurídico do passe do direito de uso e


aproveitamento de terra e os conflitos emergentes em Moçambique. Maputo.

Furtado, L. S. (2020). Impactos ambientais oriundos do crescimento urbano/demográfico:


um estudo no bairro da Pedreira. Brasil.

Lima, L, G & Alves, L. (2020). Ordenamento territorial e Desenvolvimento regional:


aproximação conceituais. Campina Grande.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE: Lei do Ordenamento do


Território: Lei n.ᵒ 19/2007, de 18 de Julho. Maputo. 2007.

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