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Instituto A Vez do Mestre

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

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DESVENDAR A RELAÇÃO EXISTENTE EM SALA DE AULA
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AFETIVIDADE E AUTO-ESTIMA
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EN
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Apresentação de monografia à
DO

universidade Candido Mendes como


requisito parcial para obtenção do grau
de licenciatura em pedagogia.
Por.: Jane Azevedo da Silva.
Orientador:Professor Dr. Fernando
Gouvêa

RIO DE JANEIRO
2008
AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e força que


representa em minha vida estando
presente durante os desafios da
caminhada.
Ao meu marido, grande amigo e
companheiro, pela paciência, apoio,
amor, compreensão, por acreditar em
mim e por entender por muitas vezes
minha ausência.
A todos que acreditaram em mim
principalmente a meus pais por
entenderem tantas renúncias
principalmente em família, para
focalizar a busca pela conclusão do
curso.
Aos meus professores que dividiram
seus conhecimentos com
responsabilidade, em particular meu
orientador Prof. Fernando Gouvêa, que
com sua competência transformou
estes momentos em grandiosos
saberes.
EPÍGRAFE

O poder de ensinar e o prazer de aprender são os grandes benefícios de


ensinar aprendendo.
Içami Tiba.
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à Deus que


colocou em minha vida pessoas
significativas, que transformaram as
difíceis situações em desafios para
serem superados com determinação e
aprendizado.
RESUMO

A necessidade de um trabalho cada vez mais sucedido exige do professor uma


postura de pesquisador incansável. Ele precisa ser capaz de entender sempre
mais sobre as questões que envolvem sua pratica diária como também ser
capaz de pensar relações e propor soluções. Esta monografia tem como
abordagem a formação da auto-estima do aluno, como o caminho para a
obtenção de bons resultados escolares e na vida adulta dos mesmos. Neste
trabalho são apresentadas sugestões consideradas ideais para que a relação
do professor e aluno contribua para o aprendizado e para a conquista da auto
estima do aluno através da afetividade, do respeito, autonomia, e compreensão
entre ambos. Esta pesquisa tem como objetivo, refletir sobre a afetividade
como fator importante no relacionamento professor e aluno, desenvolvendo
análises sobre a interligação entre a aprendizagem e a afetividade na formação
da auto-estima, analisar que ações pedagógicas favorecem a afetividade no
trabalho do professor e identificar as dificuldades na relação professor e aluno,
que envolvem a questão da afetividade com a aprendizagem além de discutir a
postura do professor diante das dificuldades no relacionamento com os alunos.
Este trabalho foi desenvolvido com um enfoque qualitativo e de cunho
bibliográfico em que, por meio desta metodologia, compreendi os
acontecimentos educacionais e as relações sociais e a trajetória da relação
professor e aluno tendo como foco a questão afetiva na formação do aluno e
seu envolvimento com o processo educacional. Através da pesquisa observei
que a afetividade e a educação é um desafio para a aprendizagem significativa
e consiste num processo de educação para a vida, numa parceria entre, aluno,
família e comunidade, grupos de grande importância da aprendizagem do
aluno.
PALAVRAS-CHAVE: afetividade, autonomia e professor-aluno.
METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido com um estudo qualitativo de cunho bibliográfico


em que, por meio desta metodologia, compreendi os acontecimentos históricos
educacionais e relações sociais que indicaram a trajetória da relação professor
e aluno, tendo como ponto fundamental a questão afetiva na formação do
aluno e sua vinculação como processo educacional.
Por buscar a analise histórico-crítica da relação professor aluno com
observações e leituras, acredito que me proporcionou esclarecimento e me
oportunizou melhorias no desempenho profissional na área educacional, as
leituras abrem as mentes e mudam idéias que formamos no decorrer da nossa
vida.
Para que o desafio proposto se transformasse em um grande aprendizado,
houve a necessidade de um trabalho de fichamento de livros, textos,
estruturação dos capítulos e analise bibliográfica. Os autores pesquisados
foram: Aminah Clarck &Harris Clemes & Reynold Bean (1995), Menga Ludke
(1996), Celso Antunes (1996), Eliete A. Godoy (1997), Maria da Glória Seber
(1997), Ana M. Bock (1998), Marta Kohl (1998), Içami Tiba (1999), Dorothy
Briggs (2000), Firmino Siste &Gislene Oliveira & Lucila & Martins (2003), que
descrevem a respeito da relação afetiva no comprometimento da formação da
auto-estima e, conseqüentemente, o desempenho do aluno no processo
ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................9-10

CAPITULO I- ...............................................................................................11
1.1O AFETO, A ESTIMA E AUTO-ESTIMA.................................................11-13
1.2A FAMILIA E O VINCULO AFETIVO COM O ALUNO............................13-17

CAPITULO II................................................................................................18
2.1A QUESTAO SOCIAL NA FORMAÇAO DO AUTO CONCEITO............18-20
2.2O PAPEL DA ESCOLA FORMANDO O AUTO CONCEITO..................20-22
2.3A AUTO ESTIMA E A APRENDIZAGEM................................................22-24
2.4A NECESSIDADE DE TODO SER HUMANO........................................24-27

CONCLUSÃO..............................................................................................28-30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..................................................................31-32

BIBLIOGRAFIA CITADA..............................................................................31-32

INDICE.........................................................................................................33

INDICE FOLHA DE AVALIAÇAO ................................................................34


INTRODUÇÃO
Pretendemos apresentar nesse trabalho uma abordagem sobre o papel
do educador como figura-chave, partindo de uma metodologia afetiva como
fator fundamental para valorização da auto-estima do aluno no processo
ensino-aprendizagem, com isso, responder algumas questões como:
Como os professores reagem diante de um aluno indiferente ou
agressivo? Que vinculo pode existir na relação entre professor e aluno que
pode influenciar na construção da auto-estima do aluno?
Nesta relação humana entre educador/educando a afetividade e auto-
estima tornam-se peça fundamental, afetando diretamente a aprendizagem, ou
seja despertar o estimulo dos alunos é uma das tarefas constantes de quem
ensina.
Considerando que para qualquer coisa que se faça na vida é necessário
o objetivo e uma boa relação intrapessoal, senão nada acontece, assim
também acontece na educação.
Educação requer ação, metodologia dinâmica, afetividade e estimulo
professor aluno e como resultado disso há o aprendizado satisfatório.
Pretendemos apresentar no primeiro capitulo o afeto como ato de
emoção que logo avistamos, porque se materializa e desta forma se comunica,
se avista. A emoção passa a ser afeto quando denunciada pelo aspecto
comportamental. Estima, compreende avaliação, apreço, estipular valor,
valorar. Auto-estima, é o amor por si mesmo e o que se pensa sobre si, é
acreditar que se é capaz e ser merecedor de ser feliz. Falar em afetividade e
auto-estima é acreditar em uma educação com relevância social, em uma
escola construída a partir de respeito, compreensão e autonomia de idéias.
Quando se pretende formar cidadãos honestos, responsáveis, a formação da
auto-estima é fundamental. A família que não é norteada por valores, ética, que
não tem a formação de caráter no seio familiar terão dificuldade em
compreender o sentido do respeito e do afeto dispensado dos outros. O
Importante é mostrar o ser humano em sua essência, devo respeitar o outro e a
mim mesma, com potencialidade e limitações. Já o professor deve intermediar
e intervir mostrando o caminho ao educando, permitindo que o mesmo caminhe
sozinho e com segurança, garantindo o lado afetivo, valorizando situações em
sala de aula, vibrando as conquistas dos educando.
No segundo capitulo, apresentaremos o autoconceito da pessoa que se
da através do contato afetivo que pode ser positivo ou negativo, interferindo na
formação da auto-estima do educando e dificultando sua aprendizagem. A
escola é de fundamental importância na relação professor e aluno para que a
formação da auto estima seja pautada em segurança, autonomia de idéias,
conceitos que o educando tenha de si e que contribuem para o desempenho da
escola para sua vida. A auto estima é fundamental para darmos sentido as
aprendizagens e por conseqüência a vida de cada um. O professor tem
oportunidades de ajudar o aluno a desenvolver um auto conceito positivo, a
conhecer talentos, propiciar reconhecimento que este, como qualquer ser
humano, tanto necessita e também o incentivando no que se pode fazer.
A vida se torna mais agradável quando pais e professores procuram
evitar o mau comportamento das crianças. A disciplina é importante, as causas
do mau comportamento é o autoconceito negativo, esse mau comportamento
da criança pode levá-la a uma visão deformada do eu, a baixa auto-estima não
sendo a única causa do mau comportamento.
CAPÍTULO I
INICIANDO O CAMINHO CONCEITOS POSSÍVEIS
EM UM CURTO ESPAÇO

1.1 O afeto, a estima e a auto-estima


Quando falamos na relação existente em sala de aula afetividade e auto-
estima, precisamos antes falarmos sobre alguns conceitos.
O afeto, do latim affectus, corresponde no português (FERREIRA, 1999,
p. 62) “a sentimento de amizade”, “afeiçoado”, “carinho”, “afabilidade”. Assim,
quando se pensar em “afeição”, vêm naturalmente a mente imagens
relacionadas a cuidado, acolhimento, aceitação, afago. Receber ou doar afeto
representa uma situação de abertura de sujeição ao ato afetivo. Compreender
esse fenômeno requer reconhecer que, entre as necessidades que precisamos
suprir para a garantia da sobrevivência, da vivencia e da convivência e da
vivencia humana no contexto sócio-histórico-cultural, está a do afeto.
Por outro lado para ser afeto precisa afetar, tocar, contactar aquele que
estava “sujeito a”, produzindo uma mudança de estado. Assim o afeto é um ato
de emoção que logo avistamos, porque se materializa e, desta forma se
comunica, se avista. Então, a emoção passa a ser afeto quando denunciada
pelo aspecto comportamental.
Estima derivação do verbo latim aestimare (FERREIRA, 1999, p. 836),
entre suas acepções apresenta “apreciar”, “prezar”, mas também “determinar
por calculo ou avaliação o preço ou valor de”. Em Cunha (1986, p.331), estima
compreende “avaliação”, apreço, “amor”, “apreço”, “apreciação” como se vê,
remetem-se imediatamente a preço, estipular valor, valorar.
Autoestima resultado do sucesso dividido pelas aspirações do individuo.
É o amor por si mesmo e o que pensa sobre si: é acreditar que se é capaz e ser
merecedor de ser feliz.
Quanto mais desenvolvida a auto-estima mais preparados estaremos
para vencer os desafios, administrar conflitos, mantermos relações equilibradas
e saudáveis, sermos mais criativos e obtermos êxito no que realizamos. Quanto
menos a tenhamos desenvolvido mais a insegurança, o medo e a falta de
confiança em si impedem a nossa capacidade de expressar.
Neste trabalho, pretendo discutir de que forma a relação entre professor
aluno pode ajudar os alunos a desenvolverem atitudes e pensamentos positivos
que estariam contribuindo na sua auto-estima, na valorização deste
relacionamento em sala de aula. Falar em afetividade e auto-estima é acreditar
em uma educação com relevância social, em uma escola construída a partir de
respeito, compreensão e autonomia de idéias. Uma vez que se pretende formar
cidadãos honestos responsáveis, a formação da auto-estima é fundamental
para qualquer individuo.
É importante lembrar que ação pedagógica deve nortear a relação
afetiva que influenciara diretamente na auto-estima do aluno, tendo em vista
diferenças individuais e comportamentais inerentes ao ser humano.
Para Içami Tiba (1999, p. 157) a auto-estima “É o sentimento que faz
com que a pessoa goste de si mesma. Aprecie o que faz e aprove suas
atitudes. Trata-se de um dos mais importantes ingredientes do nosso
comportamento”.
Encontrei neste tema “Desvendar a relação existente em sala de aula
professor e aluno”, um grande desafio para o professor que geralmente tem em
sua formação profissional orientações voltadas muitas vezes, para conceitos
cognitivos ou convivência com pessoas “competentes”, desconsiderando os
conceitos afetivos necessários para a valorização da auto-estima do aluno.
A escola deste tema visa fomentar a discussão e interesse dos
professores que acreditam no sucesso escolar, como principio básico a
afetividade em, sua relação educacional e contribuindo para a auto-estima.
O afeto exerce papel fundamental na atividade humana e isso faz uma
grande diferença no ambiente escolar. Sem afeto não haveria interesse,
necessidade de motivação. A afetividade é uma condição necessária na
constituição da inteligência, desde a mais tenra idade. É inquestionável a
valorização do afeto na criança em inicio de escolarização uma vez que vai
coadjuvar na fundação dos pilares da sua auto-estima.
O processo educativo pode ser caracterizado como essencialmente
social através de relações sociais, das relações com os outros, a criança vai se
apropriando das práticas culturais e da sociedade em que se está inserida.
A qualidade de experiência vivida pelo individuo com o outro imprime um
sentido afetivo ao objeto do conhecimento. Além das emoções de ordem
positiva e as negativas também produzem seus afeitos no processo educativo.
Por esse motivo para que a criança possa ousar pensar, questiona, debater, ela
precisa estabelecer relações interpessoais positivas.
Na sala de aula, as crianças precisam se sentir igualmente aceitas
amadas e respeitadas.
A maioria dos pedagogos tende a defender que não deve haver
comparações nem devemos salientar as diferenças entre meninos e meninas, e
assim superar a promoção da comparação para a cooperação.
As ações dos professores em sala de aula influenciam na conduta dos
alunos e no êxito de suas metas.
1.2 – A família e o vinculo afetivo com o aluno
Observa-se que a família se desponta como uma entidade ameaçada.
Ela é a célula mãe da sociedade. A criança e o jovem que não são norteados
por valores, pela ética, que não tem a formação de caráter no seio familiar
certamente terão dificuldades em compreender o sentido do respeito e do afeto
dispensados aos outros. Os pais perderam os parâmetros na formação
intelectual e emocional de seus filhos. Na busca de ter sempre mais deixam os
filhos aos cuidados de terceiros, estimulam o processo de competição
apresentando um modelo padrão a ser seguido: ser forte, ser respeitado
significa ser o melhor em tudo. Enquanto o interessante é mostrar o ser
humano em sua essência, eu devo respeitar o meu semelhante e a mim mesma
como alguém cheio de potencialidades, mas com varias limitações, devo
aprender a conviver com as diferenças: externas e internas. Não é porque
alguém conseguiu ser melhor que eu, em determinada situação que sou um
fracassado, ou ao contrário. Devo aprender a vibrar com a vitória do outro,
segundo Chalita (2001).
A ausência dos pais na formação dos filhos causa a culpa que é
amenizada com o famoso “sim”. A falta de limite de orientação de um “não”
firme vai colaborar na formação de um adolescente infracionário que em sua
inconseqüência será capaz de agredir o fraco, atear fogo em um mendigo,
espancar uma mulher e dar uma justificativa medíocre, que pensava se tratar
de uma prostituta. O limite é um ato de amor e respeito. Os pais que orientam
colocam regas conseguem formar seres humano. Ao contrario de outros que
estão formando verdadeiros monstros.
Precisamos de uma escola que prepara o educando para assumir o seu
papel de cidadão livre da escravidão e alienação, capaz recriar e recriar sem
necessidade de robotizar-se, capaz de superar as dificuldades, apto a
mudanças e diferenças sem se sentir ameaçado.
Para Chalita (2001), uma “revolução educacional” pautada no afeto como
solução para quebrar o paradigma da indiferença que permeia a relação
educador-educando. Propõe que a empatia é fundamental na formação de
cidadãos capazes de interferir com reflexões e ações no meio o qual estão
inseridos, e assim colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e
verdadeiramente democrática.
O professor nesse processo é a essência, nele esta inserida a esperança
de uma educação fundamentada no amor e no respeito no relacionamento do
educador-educando,o sentimento do amor ou ódio, apatia ou empatia, terá
grande influencia no processo ensino-aprendizagem. O professor deve
promover a busca pela autonomia, respeitar a opinião do educando e
reconhecer suas potencialidades. Saber que não existe um ser vazio o
educando traz consigo conhecimentos, ele tem sua história e faz parte da
historia dos outros. Reconhecer que o processo de ensino-aprendizagem vai
além dos muros da escola. O professor não é o detentor do conhecimento,
portanto não pode ser o transmissor deve intermediar fazer intervenções
mostrando o caminho. Ora caminhando junto, ora permitindo que o aluno
caminhe só, mais com a segurança de quem tem o mestre bem próximo, no
caso de precisar é só estender a mão.
Não existe uma educação de verdade, que não inicie pelo vinculo que se
estabelece entre educador e educando. Garantindo o lado afetivo, nosso
desafio, como educadores, é buscar uma atuação pedagógica compatível com
estes princípios. Isso implica em exercer uma ação educativa que respeite e
valorize as individualidades, que respeite as dificuldades, e que esteja atenta ao
processo de cada aluno. Significa dizer que o nosso desafio não está
simplesmente centrado nas informações que devem ser transmitidas, mas no
como estamos trabalhando os conteúdos, informações e valores.
Quando nos preocupamos com o desenvolvimento do aluno como um
todo, devemos valorizar situações em sala de aula que, segundo Souza e
Martins (2003, p. 185):
a) Respeitem as diferenças, pois são elas que permitem
aflorar questões como flexibilidade e aceitação:
Quanto mais heterogênea for uma sala de aula, mais situações
de desconforto existirão. Há, nesse sentido, rico material para
levantarmos questões que permitirão encaminhamentos sobre valores e
comportamentos, oportunidades em que se pode trabalhar com formas e
momentos diferenciados de aprendizagem. Os que sabem mais podem
ajudar quem sabe menos. Os mais organizados podem servir de modelo
para aqueles que precisam de ajuda. Enfim, coletivizar conquistas e
dificuldades permite-nos adotar um trabalho que, na prática, demonstra
aos alunos a necessidade de respeitarem os outros como são, pois
todos possuem qualidades e aptidões mais desenvolvidas, em alguns
aspectos, do que os outros. Buscar e valorizar o que é bom em cada um
e tratar os pontos fracos como superáveis permite que os alunos
aprendam a respeitar-se e a respeitarem as diferenças de pensamentos
e capacidade dos outros.
b) Aceitem os “erros” entendendo que é errado que se
aprende:
O professor precisa trabalhar em sal com idéia do erro construtivo,
não permitindo intimidações ou desvalorizações em relação aos erros,
ou perguntas mais ingênuas. O trabalho de sala deve instigar perguntas
e promover que os alunos tenham tranqüilidade de expor e falar dos
seus erros, pois é a partir do levantamento dos erros que podemos
construir atividades de suporte para a construção de novos
conhecimentos. Os erros, como instrumentos de planejamento, são mais
importantes do que os acertos, para o professor.
c) Valorizem situações de questionamentos, porque é a partir
daí que se constrói a reflexão e se criam reais situações de
aprendizagem:
Deveria ser o professor o primeiro a questionar tudo. A si mesmo,
o seu trabalho e os seus alunos.
Como estão aprendendo, o que não estão conseguindo
acompanhar, o que precisam, o que acham que sabem, o que acham
que não sabem.
d) Valorizem formas de ensino que permitam situações
motivadoras de aprendizagem:
Cabe a nós, educadores, pensarmos em situações e em formas
de trabalhar os conteúdos que estimulem nos alunos a curiosidade e a
vontade de aprender mais. Isso pode ser conseguido pela ligação dos
conteúdos com situações reais do dia-a-dia problematizando questões
que levem os alunos a usarem os conteúdos para tentar resolvê-las, ou
ainda, preparando uma aula em que os alunos possam interagir, com o
que esta sendo trabalhado, de uma forma mais ativa e dinâmica, que
pode acontecer intelectualmente e não apenas fisicamente.
e) Que se preocupem com a formação deste aluno como
estudante, que ele aprenda como tirar melhor proveito dos conteúdos
trabalhados, e de si mesmo, nas diferentes situações de sala de aula:
Olhar o aluno integralmente, tendo em vista as questões inerentes
ao seu desenvolvimento, é responsabilizar-se também com o como ele
se organiza para assimilar “o novo”, e entender que ferramentas este
aluno precisa aprender a usar, para melhorar a sua produtividade.
f) Que valorizem os conhecimentos que os alunos possuem e
respeito do que está sendo estudado:
O trabalho em sala torna-se mais significativo a partir dos
conhecimentos que os alunos possuem a respeito do que vai ser
apresentado. Este levantamento pode ser realizado pelos
questionamentos do professor. É como se plugássemos o aluno ao
assunto que será introduzido. Isso irá favorecer a maior concentração e
envolvimento.
Quando nos preocupamos com o desenvolvimento integral dos
nossos alunos (pedagógico+afetivo) estamos cultivando e aprimorando
um trabalho atento e amoroso, sendo que é exatamente com este
trabalho que podemos transformar a nossa tarefa de ensinar no grande
desafio do desenvolvimento.
O professor deve ter entusiasmo, paixão, deve vibrar com as conquistas

do educando. Jesus foi o melhor modelo de mestre, todos queriam aprender

com ele: olhos arregalados, ouvidos atentos, Jesus seduzia, enamorava. Teve

autoridade sem ser autoritário. Conquistava a multidão que permanecia com

ele, olhava nos olhos, chamava pelo nome, conhecia as fraquezas e respeitava

a história de vida de cada um. Ninguém era obrigado a seguir Jesus, o seguiam

porquê ele os encantava, amava e permitia ser amado.

Ser um professor comprometido com a educação baseada no afeto é

sem dúvida uma proposta desafiadora.


CAPÍTULO II
2.1A QUESTÃO SOCIAL NA FORMAÇÃO DO
AUTOCONCEITO

A sala de aula é um grande laboratório para que se observe e discuta os


motivos que levam o convívio escolar do professor e aluno muitas vezes ficar
estimulado.
O ser humano tem grande necessidade de ser ouvido, acolhido e
valorizado contribuindo dessa forma para uma boa imagem de si mesmo. A
relação entre, professor e aluno, deve ser mais próxima possível, pautada em
partilha de sentimentos e respeito de diferentes idéias.
Vale destacar que a idéia de educar deveria ser para a maioria das
famílias e professores, uma função tão natural quanto respirar ou andar.
Educar apresenta em suas ações familiares e educacionais, e dentro de teorias
consideradas ideais, uma complexa tarefa a ser desempenhada.
A construção do autoconceito da pessoa se da através do contato com
diferentes grupos sociais. A família e outras pessoas que convivem com a
criança, fazem parte do seu primeiro grupo social representando neste
momento, seu contato afetivo, que poder ser positivo ou negativo, influenciando
o futuro da criança. O autoconceito que essa criança terá de si refletirá em
suas ações e na forma como será tratada ou mesmo percebida pelos outros.
Quando a criança tem uma visão negativa na escola, demonstra um
comportamento diferente dos outros colegas como, agressividade ou apatia e,
na maioria das vezes é considerado preguiçoso, desatento, ou seja o problema
e, automaticamente, encaminhada pela professora ao serviço de orientação
educacional, pois seu desempenho escolar apresenta-se comprometido. Porem
a questão está relacionada a inúmeros fatores, inclusive no autoconceito que
este aluno faz de si, quando não acredita em si mesma para resolver situações
desafiadoras e desanima logo na primeira dificuldade que encontra.
A escola, deve propiciar melhores condições de aprendizagem,
selecionando atividades e posturas, que promovam o resgate da auto-estima
do aluno. Para Oliveira (1998), o aspecto afetivo tem uma profunda influencia
sobre o desenvolvimento e determinar sobre que conteúdos a atividade
intelectual se concentrará e na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é
considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo que
desenvolvem-se paralelamente.
Para Seber (1997), dentro da teoria de Piaget, o afeto se desenvolve no
mesmo sentido que a cognição ou inteligência é responsável pela ativação
intelectual. Com suas capacidades afetivas e cognitivas expandidas através da
continua construção, as crianças tornam-se capazes de investir afeto e ter
sentimentos em si mesmas. Neste aspecto a auto-estima mantém uma estreita
relação com a motivação ou interesse da criança para aprender.
A partir do desenvolvimento do vinculo afetivo, a aprendizagem, a
motivação e a disciplina tornam-se conquistas significativa para o autocontrole
do aluno e seu bem estar escolar. Percebe-se uma relação entre professor e
aluno, influenciando na formação da auto-estima, pois o professor que não tem
amor pela profissão e apresenta diferentes reações diante de um aluno
indiferente ou agressivo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da
turma.
Segundo Bean ET AL (1995), a auto-estima afeta o aprendizado. As
pesquisas sobre a auto-imagem e o desempenho escolar mostram a forte
relação entre a auto-estima e a capacidade de aprender. O aluno com muita
auto-estima estimula a aprendizagem, aprende com mais alegria e facilidade.
Encara as tarefas com entusiasmo e muita confiança, suas tarefas são sempre
um sucesso, tendo muita firmeza e expectativas positivas.
A afetividade vem sendo vista com mais intensidade, porque violência,
agressividade e o desrespeito vivido hoje pela maioria das pessoas podem ter
causas de fundo afetivo, por falta de amor ao ser humano.
Oliveira (1998), aborda as idéias de Vygotsky que sempre se preocupou
com o aprendizado inserido no desenvolvimento sócio-histórico da pessoa
como um processo que apresenta diferentes fases que estão interligadas entre
si. Independente da fase que esteja vivendo, o ser humano esta convivendo
com grupos diversificados de pessoas que contribuem a todo momento com a
construção de sua auto-estima.
2.1 – O papel da escola formando o autoconceito
“uma escola preocupada com o educando integral, considera e integra
em seu cotidiano o papel dos afetos, dos sentimentos, das emoções e dos
valores e precisa reorganizar seus conteúdos e os espaços, os tempos e as
relações interpessoais.” (ARAUJO, 2003 p.163).
No momento em que a criança entra na escola, já tem uma idéia
relativamente estruturada da pessoa que é trazendo atitudes e crenças a
respeito de si mesma que irão afetar a forma como reage a experiência escolar
e o clima social e emocional da sala de aula. Durante os anos de escola,
porém, muitas experiências certamente ocorrerão, contribuindo para modificar
percepções anteriores de si mesma, fortalecer atitudes e crenças, conhecer
outras facetas de si mesmas, embora as mudanças no autoconceito não sejam
fáceis nem rápidas, ocorrendo de forma lenta ao longo do tempo.
Os anos escolares são, de fundamental importância na relação professor
e aluno para que a formação da auto-estima seja pautada em segurança,
autonomia de idéias, conceitos que o aluno tenha de si e que contribuem para
seu desempenho escolar e de sua vida. Na escola o aluno se relaciona durante
varias horas não com o professor, mas também com colegas que a todo
momento lhe passam informações a respeito dos mais diversos aspectos.do
seu comportamento e jeito de ser. Neste contexto, tem o professor inúmeras
oportunidades de ajudar o aluno a desenvolver um autoconceito positivo, a
conhecer os seus talentos, as suas competências, a propiciar-lhes o
reconhecimento que este, como qualquer ser humano, tanto necessita.
Antunes (1996, p. 56), afirma que a relação professor e aluno deve ser
baseada em afetividade e sinceridade, pois:
Se o professor assume aulas para uma classe e crê que ela não
aprenderá, então está certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso,
ele crê no desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o
cérebro humano é muito sensível a essa expectativa sobre o desempenho.
A escola como parte integrante e fundamental em uma sociedade, não
pode ficar alheia a esta busca. Entretanto apropria-se de pensamentos de
teóricos como Wallon, Piaget e Vygotsky para basear suas ações pedagógicas
e transformar a relação professor e aluno em um momento mais rico no
processo ensino-aprendizagem. Sabem-se que a escola não é a solução para
todas as dificuldades existentes do ser humano. Como órgão educacional a
escola tem uma de suas funções a formação do cidadão como sujeito
construtor do seu contexto histórico, pode e deve contribuir para mudanças
significativas na relação professor aluno, pois além da sala de aula que oferece
conteúdos e provas, a afetividade está presente em cada ação do dia-a-dia
escolar.
Para Içami Tiba (1999), cuidar é mais que um ato, é uma atitude,
portanto abrange mais que um momento de atenção, de zelo e desvelo.
Representa uma atitude de preocupação, responsabilização e envolvimento
afetivo. Por isso é preciso cuidar da terra antes e depois da semente ser
lançada, para que a planta possa crescer, florescer e dar bons frutos.
Para a construção da auto-estima é necessário buscar a auto-confiança
e não a culpa, criar um clima que faça com que a pessoa sinta-se
compreendida e respeitada, sentimentos que ajudam a trabalhar núcleos
emocionais que bloqueiam condutas inadequadas. As crianças aprendem
melhor quando estão satisfeitas com elas mesmas e que bons sentimentos são
importantes.
Alguns professores desconhecem seu papel dentro de sala de aula,
esquecendo que os alunos admiram e querem ser iguais a eles.
Mis do que aula, o aluno muitas vezes vai para a sala de aula em busca
de respostas que esclareçam o seu verdadeiro papel na sociedade. Considera
essa escola como grupo social que pode contribuir para sua formação como
cidadão e na maioria das vezes o professor não se preocupa com o aluno que
está convivendo, muito menos com o vinculo afetivo mais forte nesta relação
favorecendo atitudes positivas que favoreçam na formação da auto-estima do
aluno.
A emoção será compreendida dependendo da ativação ou redução da
afetividade. O autocontrole não é uma habilidade que se desenvolve
naturalmente dada ao amadurecimento da criança.
Pra que se tenha comunicação é necessário muito cuidado com as
palavras escolhidas levando em consideração o tom de voz, que deve ser firme
e não acusador padrão de linguagem que encorajem a auto-avaliação e a auto
correção por parte da própria criança, fazendo com que ela aprenda a amar-se,
conhecendo seus limites pedindo ajuda quando necessário.
2.3 – A auto-estima e a aprendizagem
A vida se constrói a cada dia e a cada oportunidade que se temos de
fazer o mundo e a si uma ação recíproca. A auto-estima é o instrumento
fundamental para darmos sentido as aprendizagens e por conseqüência, a vida
de cada um.
A auto-estima bem desenvolvida é um instrumento precioso de aprender
e ensinar. Uma criança desenvolve uma boa auto-estima a medida que é
reconhecida como pessoa única, singular com necessidades educacionais
especificas a sua pessoa. Ajudar cada criança a descobrir-se, a aceitar-se, a
compreender-se é instrumentalizá-los a se sentirem confiantes e aspectos a
enfrentar as dificuldades e as complexidades do aprender. O sentido de menos
valia impede uma pessoa de aventurar-se a aprendizagem, além de trazer
conseqüências indesejáveis para o universo racional da criança.
Se uma criança se sente inadequada para enfrentar desafios da vida, se
não tem autoconfiança básica, confianças em suas próprias idéias,
reconhecemos nela uma auto-estima deficiente, seja quais forem suas outras
qualidades. Ou então, se falta a criança um senso básico de respeito por si
mesmo, se ela se desvaloriza e não se sente merecedora de amor e respeito
da parte dos outros, se acha que não tem direito a felicidade, se sente medo de
expor suas idéias, vontades e necessidades, novamente reconheceremos uma
auto-estima deficiente, não importa que outros atributos positivos venham
existir.
Aprender o valor do autocontrole na infância não significa ter capacidade
de discriminar os contextos apropriados para falar, brincar e interagir.
Aproveitar as possibilidades da infância nas diferentes situações, de forma a
beneficiar-se com o que tais situações possam proporcionar ao seu
desenvolvimento.
Segundo Briggs (2000), a autoestima das crianças não é formada
somente em uma fase, mas construída e sujeita a mudanças, a base familiar e
escolar desta criança deve ser segura e embasada em valores para que possa
superar as dificuldades da vida com mais facilidade e autoconfiança.
A escola está buscando mudanças para que possa melhorar a qualidade
do ensino, o professor como mediador tem contato com novas metodologias
que sugerem o respeito pela produção do aluno e incentivando o que se pode
fazer.
Ninguém gosta de sofrer e ser maltratado por outra pessoa. A
afetividade sempre teve grande influência na nossa vida. Sendo assim, o aluno
também tem o direito de ser tratado com respeito e que trate o outro da mesma
forma como vem sendo tratado enquanto cidadão.
Vale lembrar que, todas as relações iniciam-se a partir do momento que
as limitações de um são respeitadas, isso favorece o reconhecimento das
limitações do outro. A afetividade é um dos fatores importantes entre educador-
educando, educando-educador respeitando os valores de cada um.
No relacionamento educador-educando a partir do vinculo afetivo será o
facilitador no processo de aprendizagem, a criança se sentirá segura facilitando
seu aprendizado. A criança se sentirá em um ambiente de alegria, de
acolhimento, no decorres das atividades as dificuldades serão percebidas e
acolhidas como parte do processo, auxiliando-a na superação das dificuldades.
A maioria das crianças desde cedo aprendem a manipular objetos, essa
manipulação é guiada pela imaginação. Suas necessidades de descobrir não
encontram apoio e a curiosidade é limitada para evitar a desaprovação.
A base no processo na criança é a indagação e a experimentação. Se
essas qualidades, que existem em todas as crianças forem eliminadas, elas se
sentirão diminuídas por desejar saber serem tolhidas.
A criança não só precisa de um ambiente que estimule a curiosidade e a
exploração, como também precisam de amplos contatos como uma grande
variedade de experiência. Para BRIGS (2000, P. 162), “Toda criança, precisa
do Maximo de experiência direta possível de chegar a conhecer o seu
ambiente pessoal”.
As escolas oferecem grande ênfase a palavra falada e a escrita uma
prática utilizada no lar, que desenvolve uma atividade muito valorizada na
escola, a linguagem escrita. Podemos estimular a criança a falar através dos
exemplos familiares respeitando suas idéias. A comunicação aberta só
acontece quando a criança se sente segura.
2.4 A necessidade de todo ser humano
A melhor maneira de iniciar um relacionamento com uma pessoa é saber
ouvir e pensar sobre o que foi dito Por essa pessoa. As pessoas tem
necessidade de serem ouvidas.
Uma das maiores dificuldades dos alunos em sala de aula é de serem
ouvidos e respeitados em suas idéias. Muitos alunos apresentam
comportamentos diferentes para chamarem a atenção, conseguirem a atenção
do outro e do professor.
Muitas vezes a escola encaminha a criança que apresenta o
comportamento diferenciado ao serviço de orientação educacional (SOE). O
orientador ao ouvir essa criança sabe que seu retorno a sala com outra
postura, conseguiu ser ouvido trocou idéias com o outro se sentindo
respeitado.
Em sala de aula um dos problemas é o da auto-estima, em sua grande
maioria é a razão das dificuldades nos relacionamentos. A valorização pessoal
contribui para um bom desempenho do aluno, tanto na escola como na vida
pessoal.
Quando a criança apresenta dificuldades em aprender é importante que
se descubra a causa. As crianças com problemas emocionais têm menos êxito
na escola. A criança que não tem motivação se convence de ser fracasso, o
acumulo de repressão, falta de energia para enfrentar os desafios escolares.
Mas os desafios tornam-se interessantes quando se pode enfrentá-los, ai então
surge a autoconfiança em si mesmo.
Briggs (2000, p. 169) afirma em suas observações e analises que “a
causa mais comum ao bloqueio ao aprendizado, particularmente em crianças
de famílias de classe média vem de pressão indevida que sofrem por atingir
certas metas que estão alem de sua capacidade.”
O excesso de ambição é recebido pela criança como falta de aceitação.
Expectativas muito altas significam decepções grandes. E as decepções
prejudicam a auto-estima. As decepções acabam com a energia e a criança
passa a ter menos curiosidade e interesse.
Uma barreira do crescimento intelectual é a disciplina tolerante, protetora
ou rígida. Pais protetores, ou que se recusam a estabelecer limitações fazem
com que as crianças se sintam incapazes e não amadas. Essas atitudes são
negativas para a auto-estima, que por sua vez afeta a motivação de aprender.
A disciplina sendo democrática desenvolve o crescimento intelectual,
estimulando a participação, o pensamento criativo, o raciocínio e a
responsabilidade. Goleman abordado por Briggs (2000, p.172), mostra que o
maior fator para motivar a criança a aprender é a imagem que tem de si, é o
sentimento de que “Eu tenho um certo controle do meu destino”.
Nesse estudo, verificou-se que as crianças que tinham facilidade no
aprendizado, tinha autoconfiança intensificada a medida que essa facilidade
aumentava com o tempo. Elas se sentiam a vontade com os outros, a certeza
de serem amadas e tinham confiança com características de auto-estima.
Já as crianças menos seguras de serem amadas, as dependentes, as
menos capazes de participar de projetos próprios, e que precisavam de muita
atenção, apresentavam dificuldades de aprender.
Nesse estudo, observou-se que a auto-estima elevada afeta o modo o
qual a criança utiliza as habilidades de que dispõe. Outro obstáculo ao
aprendizado surge quando a comunicação está obstruída.
Geralmente em famílias onde há muita comunicação, as crianças se
saem bem em suas atividades. O crescimento cognitivo e emocional é
estimulado quando os pais e filhos interessam-se carinhosamente pelas
atividades mutuas e quando os filhos se sentem seguros em partilhar suas
idéias e sentimentos.
Ao observar os obstáculos do aprendizado não se pode desconhecer a
importância das boas escolas, dos professores fluentes e dos currículos
flexíveis, ligados aos interesses das crianças. As salas de aula cheias com
professores que usam metodologias ultrapassadas, fazem com que as crianças
motivadas e autoconfiantes percam o estimulo de aprender.
As crianças geralmente tem uma participação ativa nas atividades
escolares que estão de acordo com seus interesses, elas reagem de maneira
diferente do que quando são tratadas como recipientes vazios, onde se deseja
o conhecimento velho dos manuais.
Briggs (2000, p. 7) define a importância da afetividade na vida de uma
criança como: “Como ajudar as crianças a desenvolver sua auto-estima é a
chave de uma aprendizagem bem sucedida”. As intenções dos professores
terão maiores possibilidades de se concretizarem se as convivências com os
alunos lhes proporcionarem satisfação por serem quem são. A característica
mais importante da criança é seu grau de auto-respeito.
A vida se torna mais agradável quando pais e professores procuram
evitar o mau comportamento das crianças. A disciplina é importante, as causas
do mau comportamento é o autoconceito negativo. As crianças consideradas
agressivas e más modelam atos correspondentes a estas concepções.
Geralmente, quando o comportamento da criança é ruim, ela é punida
ou rejeitada, e por si mesma se considera má. O mau comportamento da
criança pode levá-la a uma visão deformada do eu, sendo que a baixa auto-
estima não seja a única causa do mau comportamento.
Conclusão

Pensar em um ambiente escolar, solidário, com respeito e justo, na


construção da auto-estima é refletir sobre os valores e afetos que fazem a
diferença nas relações escolares no dia-a-dia.
Menezes (2000, p. 13), acredita como “a boa educação é aquela que
promove gostosamente a diferença humana, preparando para a vida”.
Verifiquei que afetividade e educação estão ligadas a aprendizagem. A
afetividade de maneira significativa influencia os seres humanos a resolverem
os conflitos de natureza moral. A afetividade perpassa o funcionamento
psíquico assumindo papel organizativo nas ações e reações.
Ao pensar na capacidade moral de resolver os conflitos do cotidiano
busca-se em uma escola que trabalhe o estado emocional dos profissionais de
forma positiva, baseada no respeito, satisfação, confiança, para desempenhar
de forma eficiente seu papel.
A família e a escola devem trabalhar juntas para que a criança possa
desenvolver todas as partes de si mesma, de modo para aprender e criar. Só o
respeito a sua originalidade permite a criança o desenvolvimento de sua
capacidade individual.
Algumas escolas adotam práticas que valorizam o crescimento cognitivo
dos alunos desconsiderando o emocional, assim as crianças terão
probabilidade de efetuar o que prometem se participarem de um clima que lhes
permitam crescer no momento adequado, a sua maneira.
As crianças passam pelo caminho da dependência para a
independência, neste momento elas precisam de compreensão afetiva. Dados
os elementos necessários, elas terão como gostar de si mesmas. Vale ressaltar
que a criança saudável é verdadeira consigo mesma, o que lhe assegura a
integridade pessoal. O que a criança sente em relação a si mesma afeta seu
modo de viver. A auto-estima elevada baseia-se na convicção que a criança
tem que ser amada e valorizada.
O professor é quem tem mais contato com a criança no ambiente
escolar, por isso torna-se o referencial para a construção da personalidade da
criança e da sua auto-imagem, no sentido de oferecer atenção ao seu
desempenho escolar fazendo com que o amor próprio seja solidificado, pois faz
parte do processo de aprendizagem de vida, é o sentimento obrigatório em
uma existência satisfatória.
Pensando-se ainda no professor as escolas devem se preocupar com a
formação do mesmo, que hoje tem perfil de mediador, orientador no processo
de ensino-aprendizagem, formando profissionais que possam se adequar em
sua visão educacional a dimensão emocional como fundamental para o
desempenho do aluno.
Godoy (1997, p.37) descreve a importância de aspectos que propiciam o
aprender como: aspectos como autoconhecimento, autonomia e auto-
regulação de condutas são um desafio para qualquer educador, mas não se
pode considerar como impossíveis se serem trabalhadas quando se propiciem
atividades de reflexão sobre o autoconhecimento e auto-aceitação.
Outras atividades podem ser inseridas no dia-a-dia escolar sem
prejudicar a programação de conteúdos e sim os enriquecendo e valorizando a
atividade docente como um ato de amor e competência.
Para Briggs (2000, p. 27) “A chave da paz interior e da vida feliz é a
auto-estima elevada, pois ela está por trás de todo relacionamento bem
sucedido com os outros”.
Observa-se que toda criança que vive com expectativas realistas,
cooperação nas tarefas, aceitação compreensiva de todos os sentimentos, se
sentirão amadas. O ser humano, quando observamos atitudes, sua visão de
mundo, sua forma de resolver diferentes situações não imaginamos o seu
interior, sua base interior de formação que influenciou seu modo de ser e sua
maneira de valorizar o outro.
BIBLIOGRAFIA

ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional. São Paulo: Terra, 1996.

BEAN, Reynold ET AL. Adolescentes seguros: como aumentar a auto-estima


dos jovens. São Paulo: Gente, 1995.

BRIGGS. Dorothy C. A auto-estima do seu filho. São Paulo: Martins Fontes,


2000.

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente. 2001

CUNHA, Antonio. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

FERREIRA, Aurélio Buarque. Novo Aurélio século XXI: O dicionário da língua


portuguesa. Rio de Janeiro: nova Fronteira, 1999.

GODOY. Eliete Aparecida de Educação afetividade e moral. Revista Educação


e Ensino - USP Bragança Paulista: v.2n.1. p.35.jan/jun., 1997.

MENEZES, Luis Carlos. Os novos rumos da educação. Revista Impressão


pedagógica. Campinas. São Paulo: Gráfica Expoente. V. 9. N.
21.mar/abr.,2000.

OLIVEIRA, Marta Korhl. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: Um


processo sócio-histórico. São Paulo Scipione, 1998.

SEBER, Maria da Gloria. Piaget: O diálogo com a criança e o desenvolvimento


do raciocínio. São Paulo: scipione, 1997.

TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1999.
INDICE

FOLHA DE ROSTO.......................................................................................2
AGRADECIMENTO.......................................................................................3
EPÍGRAFE.....................................................................................................4
DEDICATÓRIA...............................................................................................5
RESUMO........................................................................................................6
METODOLOGIA.............................................................................................7
SUMARIO.......................................................................................................8
INTRODUÇAO..............................................................................................9

CAPITULO I

INICIANDO O CAMINHO

1.1 O AFETO, A ESTIMA E A AUTO-ESTIMA


1.2 DO AFETO, AUTO-ESTIMA E INTERAÇÃO EM SALA DE AULA
1.3 A FAMILIA E O VINCULO AFETIVO COM O ALUNO
1.4 A POSTURA DO PROFESSOR E O VINCULO AFETIVO COM O ALUNO

CAPITULOII

2.1 A QUESTAO SOCIAL NA FORMAÇAO DO AUTO CONCEITO


2.2 O PAPEL DA ESCOLA FORMANDO O AUTO CONCEITO
2.3 AUTO-ESTIMA E APRENDIZAGEM
A NECESSIDADE DE TODO SER HUMANO

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BIBLIOGRAFIA CITADA

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