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Organização do Trabalho Escolar

Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Curso Técnico em Multimeios Didáticos


Educação a Distância
2018
EXPEDIENTE

Professor Autor
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Design Educacional
Annara Perboire
Deyvid Souza Nascimento
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Diagramação
Hugo Cavalcanti

Coordenação
Annara Mariane Perboire da Silva

Coordenação Executiva
George Bento Catunda

Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação


Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

Março, 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB

B453o
Beltrão, Terezinha Mônica Sinício.
Organização do Trabalho Escolar: Curso Técnico em Multimeios Didáticos: Educação a
distância / Terezinha Mônica Sinício Beltrão. – Recife: Secretaria Executiva de Educação
Profissional, 2018.
33 p.: il.

Inclui referências bibliográficas.

1. Educação. 2. Gestão educacional. 3. Organização das instituições educacionais. I. Título.


II. Beltrão, Terezinha Mônica Sinício.
CDU – 37.091

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129

Índice para catálogo sistemático:


Educação: Gestão educacional 37.091
Sumário

Introdução .............................................................................................................................................. 6

1. Competência 01 | Apresentar proposta da organização do trabalho escolar ............................... 7

1.1 A escola como uma Organização ................................................................................................................8

1.2 Elementos Básicos da Estrutura organizacional das Escolas Públicas ..................................................... 11

2. Competência 02 | Elaborar e Apresentar um projeto político pedagógico observando os


princípios básicos de construção ......................................................................................................... 19

Considerações finais ............................................................................................................................. 31

Minicurrículo da Professora Autora ..................................................................................................... 32

Referências ........................................................................................................................................... 33

5
Introdução

Cara/o estudante,

Iniciamos mais uma disciplina do seu Curso. Dessa vez vamos estudar sobre a Organização do
Trabalho Escolar. Estando num Curso técnico em Multimeios Didáticos, cuja atuação pode
acontecer em escolas de educação básica, acredito ser objeto de seu interesse o que iremos
mostrar aqui.

É possível tratar desse assunto sob diferentes óticas, a depender do tempo que temos e, sobretudo,
do que queremos que seja especificamente construído. Considerando que temos apenas duas
semanas e que ele é muito importante, escolhemos trabalhar os aspectos mais relevantes dessa
organização e que permeiam sobretudo as atividades e percursos das escolas públicas.

Nesse sentido, na primeira competência apresentaremos demandas específicas, atividades


rotineiras e comuns intrínsecas ao trabalho escolar, e os profissionais que efetivamente delas
participam. A partir disso, também solicitaremos que observem e apresentem possibilidades e
propostas para a organização do trabalho escolar que vocês podem utilizar elementos de
Multimeios Didáticos aprendidos em disciplinas anteriores.

Depois, trabalharemos um instrumento que tem grande importância inclusive para uma gestão
democrática na escola, o qual traz em si o ousado ‘peso’ de nortear, organizar e acompanhar todo o
trabalho que a escola desenvolve, sob vários aspectos, que é o Projeto Político Pedagógico, o PPP.
Muito bom poder compartilhar com vocês algumas ideias! Que bom que todos temos experiências
diversas com a escola, vamos com e a partir delas refletir sobre importantes aspectos do conteúdo
dessa disciplina.

Então convido você a por meio de e apesar de, tantas experiências boas e outras nem tanto, no
trabalho escolar, seja como fazedor ou como produto dele (que todos somos), construir
conhecimentos e trocar experiências, que espero, nos acompanhe por muito tempo. Vamos lá?

6
Competência 01

1. Competência 01 | Apresentar proposta da organização do trabalho


escolar

A escola é um espaço privilegiado de construção de conhecimento. A história nos conta que esse
importante lugar tem um papel fundamental na constituição do homem como ser social, por meio
da educação. Para Durkheim, o fim da educação é “Constituir esse ser social em cada um de nós”
(DURKHEIM, 1975).

Isso pode ser a razão pela qual olhamos para a escola de maneira especial, pois lá é onde acontece a
formação dos cidadãos e cidadãs sob vários aspectos. O ensino escolar, portanto, acontece no
espaço da escola, que é a instituição credenciada pelos órgãos competentes para esse fim, onde se
partilha saberes e se constrói conhecimento por meio de relações entre professores, estudantes e
saberes.

Nessa relação há intencionalidade, por isso existe a necessidade de uma organização do trabalho
que está sendo desenvolvido na escola e essa organização terá estreita relação com a
intencionalidade, não apenas de quem faz a escola naquele momento histórico e pontual, mas de
pressupostos que permeiam a sociedade na qual a escola está inserida, ou seja, depende também
daquilo que se pretende alcançar por meio da educação e isso, sabemos que tem um forte viés
político, inclusive.

Partindo desse pressuposto, que, não apenas academicamente somos formados na escola, mas que
ela é a principal responsável por isso, com elevação de escolaridade fundamentalmente, é que
vamos tratar a organização do trabalho que é desenvolvido nesse espaço, primeiramente
apresentando alguns ‘personagens’ e as ações que são desenvolvidas por eles na escola e, em
seguida, arvoraremos por propor discussões acerca de como poderia ser organizado o trabalho
escolar, inclusive demandando a vocês a apresentação de propostas. Por isso, fiquem atentos!

7
Competência 01

1.1 A escola como uma Organização

Vamos pensar que a escola é uma Organização. Segundo Maximiano (1992) uma Organização
refere-se a uma combinação de esforços individuais objetivando realizar propósitos coletivos.
Defende que através de uma Organização é possível alcançar objetivos impossíveis de serem
alcançados por uma pessoa e que uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas
equipamentos, bem como recursos financeiros, sendo o resultado da combinação de todos estes
elementos orientados a um objetivo comum.

Figura 1 - Organização/Engrenagem
Fonte: (encurtador.com.br/xGNS2)

Então podemos dizer que uma Organização pode ser entendida como uma combinação de
elementos: esforços, recursos humanos, financeiros e materiais para alcançar objetivos comuns. E
uma escola é também uma organização e claro, tem objetivos. Para Libâneo (2004, p. 51), são
objetivos da escola:

 Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais dos


alunos (processos mentais, estratégias de aprendizagem, competências do pensar,
pensamento crítico), por meio dos conteúdos escolares.
 Promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade
cultural dos alunos, incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da
imaginação.

8
Competência 01

 Preparar para o trabalho e para a sociedade tecnológica e comunicacional,


implicando preparação tecnológica (saber tomar decisões, fazer análises
globalizantes, interpretar informações de toda natureza, ter atitude de pesquisa,
saber trabalhar junto etc.).
 Formar para a cidadania crítica, isto é, formar um cidadão - trabalhador capaz de
interferir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar para
integrar o mercado de trabalho.
 Desenvolver a formação para valores éticos, isto é, formação de qualidades morais,
traços de caráter, atitudes, convicções humanistas e humanitárias.

A escola tida como uma Organização, como um lugar em que se aprende, se prepara para uma
consciência crítica, se desenvolve os valores éticos, se forma também para o trabalho é uma
perspectiva relativamente recente, pois a escola nem sempre foi organizada como a vemos hoje. É
fato que muitos teóricos afirmam que a instituição escola não mudou muito, no entanto, quero que
a gente reflita sobre algo que julgo ser importante para pensarmos sobre a organização do trabalho
escolar.

Então vamos lá. Quem esperamos que seja o nosso ‘publico’ e o que queremos de resultado
efetivamente, está diretamente relacionado com o que preparamos, oferecemos; com a escola
também é assim; veja bem... há muito tempo atrás, a criança era vista como um pequeno adulto, ou
um adulto em miniatura, como dizem alguns autores, como ARIÈS (1981), nos idos da Idade Média a
infância era um período marcado pela inexperiência e pela dependência. Ainda assim, as crianças
trabalhavam nos mesmos locais e eram tratadas da mesma forma como os adultos. Numa época,
claro que nem havia escola para crianças.

Tampouco haviam estudos que demandassem as questões próprias das crianças, nem havia
interesse em corresponder às demandas específicas dos infantes, vindo com essa ‘história’, é
natural, que a escola no início de sua organização não tivesse sequer a preocupação de verificar
como se organizar para que o seu trabalho estivesse voltado especificamente para os interesses do
seu público, as crianças, por exemplo.

9
Competência 01

Nesse contexto, as estratégias de ensino e a avaliação da aprendizagem, por exemplo, eram


respaldadas pelo o que se acreditava, naturalmente. Isso influenciava tanto a organização de
aspectos como: O planejamento de ensino, a forma de abordagem dos conteúdos como a
disposição das carteiras em sala de aula, os horários rígidos para as provas, enfim, tudo o que
acontecia na escola.

Um exemplo aflorado nas salas de aula, mas que julgo ser interessante para mostrar que as práticas
desenvolvidas na escola não eram e não são fruto do mero acaso, refere-se a como eram as
cartilhas com as quais as crianças eram alfabetizadas. Apresentavam frases produzidas com o
intuito de tornar a escrita clara, no entanto, ela introduzia “o aluno num mundo da escrita
apresentando-lhe um texto que, na verdade, é apenas um agregado de frases desconectadas”.
(WEIZ, 2000, p. 56). Observe: imaginar que as crianças não eram capazes de inferir, pensar,
construir algo para além de decorar fonemas; era a condução dada, com alguma intenção, para que
aquele público que a escola estava recebendo se apropriasse da leitura e da escrita, pois se
imaginava que essa era a maneira mais adequada de se apropriar desses conceitos, partindo das
partes (os fonemas, as sílabas) para o todo (o texto).

Isso foi mudando ao longo dos tempos, de maneira que hoje, se sabe que, como não pensamos por
partes, mas pensamos, refletimos, construímos hipóteses baseadas em situações, completas e
complexas, já organizamos essas atividades de leitura e escrita de modo que privilegie o todo, o
texto, para então compreendermos, no contexto, e assim nos apropriarmos das partes, inclusive.

Figura 2 – Esquema de organização do pensamento


Fonte: (encurtador.com.br/alvB9)

10
Competência 01

Isso é apenas para exemplificar que o que acontece no trabalho da escola, sob vários aspectos e
também na atividade docente tem uma razão de ser, nem sempre foi como vemos hoje e existe
sempre uma intencionalidade.

A fim de alcançar os seus objetivos, a escola deve ter uma estrutura pedagógica, social e
administrativa. No caso das escolas públicas seja municipal ou estadual cuja estrutura é em rede, a
organização dessa estrutura é padronizada. Essa padronização, via de regra é respaldada por Leis,
instruções normativas e decretos, por exemplo, por meio dos quais se estabelece a organização da
escola também através do ordenamento das atribuições funções de professores, servidores
administrativos, gestores, educadores de apoio, coordenação pedagógica, e todos os demais,
assegurando com isso o alcance dos objetivos da escola.

1.2 Elementos Básicos da Estrutura organizacional das Escolas Públicas

As escolas públicas, municipais ou estaduais estão estruturadas, de maneira a tornar possível a


gestão das escolas em rede, a partir das políticas públicas implementadas. Claro que isso diverge de
governos, pois terá sempre relação com o que se entende e o que se quer da atuação das escolas e
da formação das pessoas nesse espaço a partir de propostas políticas, sobretudo; por isso haverá
sempre diferenças no tempo.

Apresentamos então, a partir do que se entende atualmente da atuação das escolas públicas, os
elementos básicos da sua estrutura organizacional.

 O Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, ele atua também nas tomadas de decisão. Pode atuar nas
instâncias administrativas, pedagógica, financeira, por exemplo. Nele, há representação de todos os
segmentos da comunidade escolar e local: Gestão, professores, estudantes, pais, funcionários,
representação da comunidade local e, a depender da rede, também da sociedade civil organizada.

11
Competência 01

A configuração de participação no Conselho escolar, varia um pouco de Gestão e de ente federado,


por exemplo, há algumas redes em que o gestor/a da escola é membro nato, outras não, são
também passiveis de serem escolhidos.

Os conselheiros são escolhidos em assembleia, para um mandato que varia no tempo, as vezes um
ano, dois ou mais. Há toda uma organização de eleição e de atuação do Conselho escolar. Para a
eleição dos membros do Conselho escolar, as escolas devem estabelecer as regras e estas devem
ser democráticas e transparentes.

Acesse o link abaixo e leia mais sobre Conselho escolar:


http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32663

 Gestão da escola

A gestão escolar nas escolas públicas, também tem diferentes configurações. Há escolas municipais
que a gestão das escolas é feita por dois diretores.

Atualmente, nas escolas públicas estaduais em Pernambuco há o gestor e o gestor adjunto no caso
das escolas que chamamos de Ensino Regular, que são aquelas em que há um turno único de ensino
para cada estudante.

Nas Escolas Técnicas e nas Escolas de Referência em Ensino Médio há o gestor e o assistente de
gestão, cargo recentemente criado.

O educador de apoio, por ser um cargo de gestão, também compõe a equipe gestora das escolas
públicas estaduais de Pernambuco.

12
Competência 01

 Coordenação pedagógica

Essa função é exercida por profissional, segundo Libâneo (2011) que exerce as funções específicas
da pedagogia como: coordenar, assessorar, acompanhar, avaliar e planejar as atividades didáticas e
pedagógicas da escola, junto com os professores.

O/a Coordenador/a pedagógico/a ou educador/a de apoio, a depender da rede de ensino o nome


desse cargo também varia, tem outras atividades sob a sua responsabilidade, sempre junto com
outros segmentos da escola, dentre as quais: Organizar o Conselho de Classe – O Conselho de
Classe é composto pelos professores de todos os componentes curriculares das turmas e é uma
instância deliberativa que analisa e decide sobre a o desempenho dos alunos no que diz respeito à
aprendizagem. Tem a responsabilidade de definir, os caminhos para melhor conduzir a
aprendizagem de cada estudante.

É importante salientar que por vezes a aprendizagem tem implicação direta no comportamento, no
entanto, o Conselho de Classe, deve zelar por definições de encaminhamentos acerca da
aprendizagem, definindo estratégias didáticas inclusive, visando o melhor rendimento dos
estudantes.

Além do que já foi dito, a coordenação pedagógica também deve promover a comunicação com os
pais dos estudantes e fornecer informações como: comportamento dos estudantes, planejamento
escolar, calendário do ano letivo e das avaliações. Também atua na formação em serviço dos
professores na própria escola, promove e dirige reuniões pedagógicas, sendo sempre um
importante aliado da gestão da escola.

 Servidores administrativos

Os profissionais que atuam nas escolas públicas são chamados de servidores. Há várias definições
para o termo servidor. Todos: professores, gestores, coordenadores, funcionários administrativos
que atuam em escolas públicas são chamados servidores. Gosto do termo, pois servimos aos

13
Competência 01

cidadãos e cidadãs que chegam às escolas e precisamos fazer sempre o nosso trabalho do melhor
jeito. Segundo Houaiss e Salles, (2001) servidor é:

“Todo aquele que exerce uma função pública ou particular de ordem material técnica ou
intelectual mediante emprego, cargo ou locação; aquele que é diligente, prestativo,
prestimoso. ”

Os servidores administrativos são responsáveis pelo funcionamento administrativo da escola, são os


profissionais que atuam na secretaria escolar e trabalham com a documentação e escrituração da
escola, realizam várias atividades, dentre as quais: inscrições, matrículas, transferências, redação de
atas de resultados finais, organização dos diários de classe de papel (conforme o caso), organização
e arquivo das documentações dos estudantes, professores e demais servidores. Com a
informatização das informações, atualmente boa parte desses serviços é feita com a utilização do
computador, por vezes utilizando a internet.

Os nomes dos cargos: auxiliares administrativos e assistentes administrativos, auxiliar de secretaria,


como exemplo, diferem, a depender da rede de ensino público de atuação do profissional.

O responsável pela secretaria escolar é o/a secretário/a escolar. No caso das escolas públicas
estaduais de Pernambuco, esse profissional que pode ser um/a professor/a ou servidor/a
administrativo. Isso se configura uma conquista dos servidores administrativos, pois há um tempo
atrás esse cargo apenas podia ser ocupado por professores.

Os profissionais que atuam na biblioteca, na maioria das escolas públicas não são bibliotecários de
formação, mas professores que, por alguma razão estão afastados das suas funções de regência de
classe e são alocados nas bibliotecas escolares.

Aqueles que atuam nos serviços gerais e na vigilância, também são considerados servidores
administrativos por alguns autores. Na configuração atual, esses profissionais, em sua maioria são
contratados por meio de terceirização assim como a maioria dos profissionais que atuam na
merenda escolar.

14
Competência 01

Também há o analista educacional nas escolas públicas estaduais de Pernambuco, esse profissional
atua tanto auxiliando em questões pedagógicas quanto administrativas.

 Estudantes

Me permito aqui tratar uma questão: o termo Aluno. Alguns de vocês já devem ter ouvido falar que
não se deve usar o termo aluno para identificar os estudantes, pois aluno significa ‘sem luz’ e,
considerando que todos sempre têm algo a acrescentar, citam até Paulo freire, ninguém seria ‘sem
luz’.

Pois bem, aconselho que, tudo que for controverso, cada um busque a verdade, ainda que seja a
sua. Fiz isso. Nunca concordei com essa ‘onda’. Pesquisei. Faça o mesmo. Se você vai por exemplo,
num dicionário de Língua Portuguesa como o Houaiss esse significado sequer é colocado. Sabemos
que a língua é dinâmica e pode ter e sofrer variações, mas se você encontrar/encontrou o termo
aluno aqui foi atribuído aos estudantes, alunos que temos, maravilhosos e iluminados.

Isto posto, no contexto escolar, quem seriam os alunos/estudantes, como você prefira nominar?
Seriam os discentes, aqueles regularmente matriculados na escola e que são parte fundamental
para que esta cumpra a sua função de fazer com que se apropriem do conhecimento
historicamente construído.

 Grêmio estudantil

É o órgão de representação dos estudantes da escola. Os grêmios estudantis devem ser criados e
conduzidos pelos estudantes. É uma oportunidade riquíssima que a escola tem de formar para a
cidadania, por isso é importante que os alunos sejam estimulados na criação e condução das
atividades do grêmio. Estimular, nunca fazer por eles.

O grêmio estudantil pode ainda ser um grande aliado na gestão escolar, digo isso não julgando a
harmonia plena ‘ideal’, mas incitando também o contraponto respeitoso e necessário para o

15
Competência 01

desenvolvimento de todos, possibilitando a aprendizagem da ética e da cidadania em questões


práticas, do mundo real.

Saiba mais sobre grêmios estudantis:


http://www.alunos.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=145

 Professores

Como vimos, a organização do trabalho escolar abrange diferentes aspectos por isso não é tarefa
simples. A natureza do trabalho desenvolvido na escola traz consigo desafios constantes. Vamos
tratar agora do trabalho Pedagógico e docente.

Vamos pensar!
Quero que você, a partir de suas experiências enquanto estudante e/ou educador/a
e/ou parte da comunidade escolar, pense e escreva no seu celular, o que você supõe ser
o trabalho pedagógico na organização do trabalho escolar e como poderia ser auxiliado
por recursos de Multimeios Didáticos. Pensando em recursos tecnológicos e prática
educativa na escola. Depois voltaremos à essa ‘conversa’.

É cada dia mais crescente a responsabilidade das escolas com a formação integral do sujeito. Nesse
espaço de aprendizagem da cultura historicamente construída também se compartilha vivências,
valores, projetos de vida, enfim, é um espaço privilegiado de trocas.

É próprio do trabalho escolar a interação entre as pessoas com vistas ao ensino e à aprendizagem o
que faz da escola um espaço de organização do trabalho pedagógico. Também há outros espaços
educativos que, por ter constantemente essa relação de ensino e de aprendizagem, também são
locais onde se desenvolve o trabalho pedagógico.

16
Competência 01

Entende-se como trabalho pedagógico todo o trabalho desenvolvido na escola, seja na sala de aula,
em grupos de estudos, que envolve o planejamento educacional e envolve conhecimentos advindos
da didática e da pedagogia.

Vários personagens da escola atuam diretamente no trabalho pedagógico dentre eles: o(a)
professor(a), educador(a) de apoio, coordenador(a) Pedagógico(a). O gestor(a), o(a) profissional que
atua na biblioteca, por exemplo, também desenvolvem trabalho pedagógico na medida em que a
sua atuação demandar estreita relação com o processo de ensino e de aprendizagem.

Já o trabalho docente é exercido pelo professor, pois é o responsável pela docência, sendo esta a
sua principal atividade em se tratando da educação básica. Então o trabalho docente é o de
ministrar aulas prioritariamente, mas não apenas isso, segundo o Estatuto do Magistério Público de
Pernambuco, Lei Nº 11.329 de 16 de janeiro de 1996, Art. 7º São atribuições do professor em
regência de classe:

I - planejar e ministrar aulas, coordenando o processo de ensino e aprendizagem


nos diferentes níveis de ensino;
II - elaborar e executar programas educacionais;
III - selecionar e elaborar o material didático utilizado no processo ensino-
aprendizagem;
IV - organizar a sua prática pedagógica, observando o desenvolvimento do
conhecimento nas diversas áreas, as características sociais e culturais do aluno e da
comunidade em que a unidade de ensino se insere, bem como as demandas sociais
conjunturais;
V - elaborar, acompanhar e avaliar projetos pedagógicos e propostas curriculares;
VI - participar do processo de planejamento, implementação e avaliação da prática
pedagógica e das oportunidades de capacitação;
VII - organizar e divulgar produções científicas, socializando conhecimentos, saberes
e tecnologias;
VIII - desenvolver atividades de pesquisa relacionadas à prática pedagógica:
IX - contribuir para a interação e articulação da escola com a comunidade.
X - acompanhar e orientar estágios curriculares.

Assim, além do trabalho pedagógico o professor realiza o trabalho docente, pois ele é responsável
pelo ensino.

17
Competência 01

Para saber mais sobre o Estatuto do Magistério Público de Pernambuco, acesse o link:

http://legis.alepe.pe.gov.br/texto.aspx?id=1577&tipo=TEXTOORIGINAL

Como você percebeu, o professor também realiza outras atividades junto com a coordenação, a
gestão, a comunidade escolar e os demais segmentos da escola. Essas atividades também são
objeto de estudo, discussão e registro no Projeto Político Pedagógico – PPP.

Iremos, na competência dois, tratar sobre o Projeto Político Pedagógico, importante instrumento
para a organização e gestão democrática das escolas públicas.

Antes, quero que você vá ao registro que eu solicitei que você fizesse no seu celular, dê um print na
tela do seu celular e poste a imagem do que você registrou no fórum de discussão: o que você
supõe ser o trabalho pedagógico na organização do trabalho escolar e como poderia ser auxiliado
por recursos de Multimeios Didáticos. Pensando em recursos tecnológicos e prática educativa na
escola.

Leia o que os seus colegas colocaram e, tomando como base as suas experiências anteriores e o que
você aprendeu acerca da utilização dos recursos tecnológicos que você entende que também
podem ser utilizados no trabalho pedagógico, faça comentários contribuindo na discussão com os
seus colegas.

18
Competência 02

2. Competência 02 | Elaborar e Apresentar um projeto político


pedagógico observando os princípios básicos de construção

Nesta competência iremos apresentar alguns aspectos relevantes para a construção do Projeto
Político Pedagógico – PPP.

O PPP é um importante instrumento de gestão democrática. A gestão democrática é proposta e


efetivada por meio de alguns instrumentos como: Eleição de Dirigentes, instituição do Conselho
Escolar, construção e efetivação do Projeto Político Pedagógico – PPP.

Para a elaboração PPP é necessário a caracterização da escola. O que é isso? Resumidamente


podemos dizer que inicialmente precisa ser descrita, apresentada a escola, a sua estrutura física, a
comunidade em que está inserida tanto nos aspectos geográficos quanto nas características
econômicas e sociais.

Também se descreve quem são os ‘atores’ da unidade de ensino. Gestores, professores, demais
servidores, alunos, pais, enfim com que a escola ‘conta’ para desenvolver o seu trabalho. É
importante salientar que é fundamental que a construção do PPP seja coletiva.

Figura 3 – Projeto Político Pedagógico


Fonte: encurtador.com.br/qHKV8

19
Competência 02

O Projeto Político Pedagógico – PPP se constitui em peça fundamental para o planejamento das
ações que serão realizadas no ambiente escolar. É o PPP que irá demonstrar o que a escola idealiza;
quais suas metas, seus objetivos e quais são os caminhos que a escola escolheu para que eles
possam ser alcançados.

Ele precisa ser construído coletivamente, sistematizado e socializado por meio de um documento
que deve estar à disposição de todos aqueles que desejem consultá-lo. Cotidianamente.

A elaboração do PPP foi bastante discutida no Brasil a partir da LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional) de 1996, Lei 9394/96 que estabeleceu a obrigatoriedade de uma proposta
pedagógica para as escolas de educação básica.

A LDBEN também deixa claro o caráter político da construção PPP, não do ponto de vista político
partidário, claro! Mas no que isso se constitui peça importante para a construção da cidadania no
seio da escola.

Nos artigos 13 e 14, a LDBEN reza que os professores devem participar da elaboração da proposta
pedagógica da escola e que a gestão democrática na educação básica do ensino público, terão as
suas normas definidas pelos sistemas de ensino conforme as peculiaridades de cada local e dentre
os princípios que fundamentais está a participação dos profissionais da Educação, na elaboração do
projeto pedagógico da escola.

Acesse a LDBEN na íntegra por meio do link abaixo e confira o que colocamos aqui.
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm

Avaliamos que por meio dessas ‘orientações’, a lei destaca à importância do papel da escola e dos
educadores na condução de ações desenvolvidas na escola, à participação coletiva nessa construção
e efetivação dos trabalhos e como estes precisam estar em consonância com as políticas nacionais,
sem claro, perder de vista as especificidades de cada canto do Brasil.

20
Competência 02

Assim, cada o PPP deve retratar a identidade da escola numa construção coletiva numa perspectiva
de formar cidadãos. Isso exige trabalho cuidadoso de construção e a junção de competências, dos
partícipes dessa organização, escola.

Figura 4 – Unidade e diversidade do PPP


Fonte: A autora (2018)

Vamos pensar um pouco mais sobre esse importante instrumento de gestão democrática. Por se
tratar de um projeto está em construção, não se apresenta como acabado. Não se trata de ser
inconcluso, mas de se ter a clareza de que está sempre passível de avaliações e revisões.

Por ter o viés político, se trata de um instrumento que deve necessariamente promover a formação
dos cidadãos que estão e vão continuar na sociedade atuando ora de maneira individual, ora
coletiva, mas que se instrumentalizem para a condução dos seus próprios caminhos no exercício da
cidadania.

Na perspectiva de ser um instrumento também pedagógico deve retratar a intencionalidade das


ações da escola na efetivação das atividades de ensino e de aprendizagem com vistas também à
elevação da escolaridade.

21
Competência 02

O que precisa estar num projeto político e pedagógico?

Claro que não existe uma configuração rígida, amarrada de feitura do PPP do ponto de vista de sua
sistematização no que se refere às nomenclaturas das partes, por exemplo. Trago o que alguns
autores defendem escolhendo o que julgo importante para essa construção e sistematização.

Figura 5 – Possível composição da sistematização do PPP


Fonte: A autora (2018)

Vamos apresentar, em linhas gerais, o que seria cada um dos itens apresentados na Figura 5:

22
Competência 02

 Identificação da Escola

A sistematização do projeto Político Pedagógico deve iniciar fazendo a caracterização da escola.


Identificando-se com nome, localização, endereço completo, nome do registro, equipe responsável
pela gestão da unidade de ensino.

Ainda deve ser registrado na identificação da escola o tipo de escola, conforme as orientações da
rede: pequeno, médio, grande porte, se está na zona rural ou urbana, a que esfera administrativa
está jurisdicionada, quem é o mantenedor, se tem prédio próprio ou que condições funciona é
interessante fazer uma reconstituição ainda que básica da origem da escola, quando iniciaram as
atividades, se ao longo do tempo houve mudanças na oferta de séries/ciclos, modalidades de
ensino, deve ser escrito também acerca da estrutura física alguns aspectos como: o tipo e a
quantidade de salas, dependências, enfim suas dimensões, como se apresenta no que concerne ao
estado de conservação se as instalações são adequadas para o fim que se prestam e ainda deve
constar informações sobre o terreno, a área construída, quantas salas de aula, se há quadra, áreas
livres, bibliotecas, hortas, sanitários, cozinha, sala de professores, tudo o que for de espaço físico da
escola e as condições em que cada espaço se encontra.

Se a escola é abastecida com água encanada, como é a situação de abastecimento de energia, se


tem telefones, internet, tudo o que identifique, caracterize a instituição deve ser objeto de
sistematização nesse tópico.

Figura 6 – Localizando aEescola


Fonte: medium.com/minha-escola-no-mapa

23
Competência 02

 Missão

A Missão consiste em um propósito. Configura-se como um compromisso, um dever a ser


executado. Também é entendida como uma obrigação dada a um grupo de pessoas que devem
cumprir coletivamente, por exemplo, uma missão científica, diplomática, cultural.

Nessa perspectiva, missão é algo que, quando sistematizado deve ser claro, conciso e completo. No
nosso caso, construindo um PPP, deve se pensar na função da escola, a que ela se presta e como
entende que deve atuar para efetivamente fazer o que pretende. Observe que, a missão deve
‘olhar’ para a identificação, na medida em que, a instituição pode visualizar o que é, o que tem,
para melhor entender e caminhar para o que pretende como missão.

A missão não deve ser transcrita daquelas frases que achamos lindas e de efeito. Deve ser pensada
com muita atenção e carinho, pois será a razão da concentração de esforços de todos para alcança-
la. Deve ser factível e estar diretamente relacionada com a função da escola e precisa estar
respaldada nos planos municipal e/ou estadual de Educação, conforme a rede de ensino.

Esse item do PPP deve ter uma certa ‘permanência’ temporal. Como assim? O Projeto Político
Pedagógico é alvo de avaliação constante, e revisões sempre que necessário. No entanto, não há de
se mudar constantemente a missão. Se ela for bem elaborada, baseada numa reflexão bem pensada
e responsável permanecerá inalterada por um certo tempo.

 Descrição da Comunidade Atendida pela Escola

É importante e necessário sistematizar as características do público que a escola atende, pois isso
irá orientar as ações que a escola precisa desenvolver para alcançar as suas metas. O levantamento
das características do público da escola pode ser feito por meio das fichas de matrículas que os
estudantes preenchem quando do ingresso na escola ou pode ser utilizado outros meios, como
pesquisas, por exemplo.

24
Competência 02

As informações socioeconômicas da comunidade onde a escola está inserida também é um dado


importante. Essas informações normalmente são disponibilizadas por órgãos públicos dos governos
municipal e estadual.

Deve-se abordar nas características da comunidade em linhas gerais, grau de instrução dos
moradores, profissões que exercem, habilidades diversas, renda média, se há no entorno da escola
e em que medida os moradores participam de associações, se têm o costume de tomar decisões a
partir da consulta da coletividade, como se organizam nesse sentido, se tem movimentos sociais
organizados. Se há eventos culturais, com que frequência.

Também é importante registrar o bairro é atendimento em serviços como: luz elétrica, água
encanada, rede de esgoto, se há asfalto nas ruas, se há coleta seletiva de lixo; se no entorno da
escola tem áreas de lazer para a comunidade, quais são os hábitos comuns aos moradores, precisa
ser pensada uma maneira de ‘colher’ essas informações. Algumas delas, podem ser encontradas
inclusive em sites de prefeituras e governos estaduais.

Um registro igualmente importante é acerca dos estudantes: idade, sexo, se tem história de evasão
e repetência, procedência, se têm habilidades artísticas, se fizeram ou fazem paralelo à escola
outros cursos, quais as áreas de interesse, local e condições de moradia, tipo de lazer que preferem.
Se for uma escola que atende também a jovens e adultos deve ser registrado se estes
desempenham atividade laborativa remunerada, enfim deve ser coletivamente pensado quais
informações são importantes para, construir as atividades da escola de maneira a atender o público
que a escola tem. Nesse item também deve ser colocado o que a escola espera e precisa de
colaboração por parte das famílias no processo educacional dos seus; que na verdade são nossos,
da escola e da família.

 Dados sobre a Aprendizagem

Colocado o panorama socioeconômico da comunidade escolar, é importante registrar como se


encontra naquele momento o ensino na escola. Assim, deve constar neste item: número de alunos

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Competência 02

por Série/Ciclo/Ano, taxa de evasão e repetência, média das notas geral, por Série/Ciclo/Ano. Esses
dados podem ser confrontados com as estatísticas mais abrangentes, como estaduais, municipais
ou regionais, a fim de perceber como está o desempenho da escola em comparação a outras no
mesmo contexto.

No que se refere à aprendizagem é fundamental registrar os dados referentes ao IDEB (índice de


Desenvolvimento da Educação Básica). Esse índice reúne, em um só indicador, os resultados do
fluxo escolar, que resumidamente podemos dizer que é o ‘movimento’ o fluxo dos alunos nas
séries/ciclos/anos; se são aprovados para os/as anos/séries seguintes ou se são retidos e as
desistências, além das médias de desempenho nas avaliações em Língua Portuguesa e Matemática
que são realizadas com os alunos que estão concluindo o 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e o 3º
ano do Ensino Médio.

É importante também que as escolas do Estado de Pernambuco registrem os seus resultados no


Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE, que é um importante elemento de
acompanhamento da avaliação da aprendizagem dos estudantes.

Figura 7 – Pernambuco alcança o melhor ensino público do Brasil


Fonte: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=18&art=3103

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Competência 02

 Recursos Disponíveis

Esse item merece também uma atenção especial, nele deve-se descrever os recursos existentes na
unidade escolar. Deve ser feita uma descrição de toda a estrutura física da escola, do quadro de
professores e demais servidores e dos recursos tecnológicos e materiais disponíveis.

É preciso clareza nesse registro, pois a partir disso poderá verificar as possibilidades e as limitações
da escola. Assim, será possível construir propostas factíveis.

Os registros dos recursos disponíveis na escola precisam deixam explícitas também as condições do
espaço físico de que a escola dispõe para realizar o que planejar, assim como a composição,
naquele momento, da equipe e as necessidades de formação continuada e em serviço das pessoas
que compõem o quadro de servidores da escola. Também deve ser registrado, conforme o caso, se
há recursos financeiros disponíveis para reformas, construções, realização de cursos, compra de
material pedagógico etc. ou ainda se, por meio de pequenos projetos pode-se ter o financiamento
de algumas atividades, sejam obras ou a aquisição de materiais.

 Diretrizes Pedagógicas

Podemos dizer que são orientações que auxiliam a traçar um caminho a ser seguido com vistas à
realização de um plano. No nosso caso, é o que norteia o trabalho pedagógico da escola. No caso
das escolas públicas, objeto de estudo deste caderno, como estas se apresentam em rede, existem
orientações para a condução das atividades pedagógicas e docentes comuns para as escolas da
rede, respeitando, claro, as especificidades de cada localidade.

Em um Projeto Político Pedagógico as diretrizes pedagógicas também são entendidas como o


currículo da escola, a maneira como este será vivenciado pela escola, quais as estratégias
pedagógicas utilizadas, enfim, o que será proposto para a construção de conhecimentos. Cada
escola de uma rede não decide aleatoriamente o seu currículo, há um direcionamento coletivo das
matrizes curriculares e de algumas formas de viabilizá-lo, no entanto, a escola também tem
liberdade de traçar alguns caminhos, considerando as especificidades do seu público.

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Competência 02

Em se tratando de uma rede de ensino, as orientações são publicadas em instruções normativas,


cartilhas, legislação: decretos, resoluções, ofícios circulares a depender da rede. As suas orientações
não podem ferir às diretrizes nacionais.

Conheça as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica:

http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file

Com base nas diretrizes nacionais e nas orientações estaduais e municipais, conforme o caso, as
escolas planejam os projetos que serão desenvolvidos sempre com vistas ao processo de ensino e
de aprendizagem.

Figura 8 – Frase de Paulo Freire


Fonte: blogaprenderensinar.blogspot.com.br

Nesse item deve ser explicitada a política educacional da rede de ensino em que a escola está
jurisdicionada, mas é possível e necessário adequar os conteúdos à cultura da comunidade escolar,
além de colocar também a utilização das tecnologias da informação e comunicação nas atividades
que serão desenvolvidas. É fundamental nesse processo a participação de todos. Os professores de
cada componente curricular, auxiliarão bastante nessa construção, pois eles possuem

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Competência 02

conhecimentos específicos de suas especializações e terão suas ações respaldadas pelas opções que
escolherem seguir por meio dessa construção no PPP.

 Plano de Ação

O plano de ação é o item no qual serão registradas as ações que a escola deseja realizar para atingir
as metas que estabelecerá associadas a um prazo, a partir da consideração de tudo o que foi
levantado e retratado da comunidade escolar tanto do ponto de vista das forças e fraquezas,
quanto das necessidades e possibilidades.

Se as partes anteriores do projeto forem bem construídas, o plano de ação será melhor organizado,
pois terá elementos claros para respaldá-lo. Também é necessário que haja critérios de
acompanhamento e avaliação.

Essa parte do documento deve descrever prazos, pessoas responsáveis por cada ação, recursos
materiais, financeiros (caso haja), e humanos necessários, a partir de metas bem definidas e
possíveis de serem mensuradas.

Em suma, o que deve conter no Plano de Ação? Observe a figura abaixo, busquei resumir de uma
maneira ‘ludica’ o que deve/pode compor um plano de ação. Saliento, no entanto, que os termos
não são rígidos, podem em diferentes contextos, serem modificados, sem, contudo, deixar de ter as
informações que são relevantes para que seja possível implementar um Projeto político Pedagógico
que tenha objetivos, metas e ações claras e mensuráveis, passíveis de avaliações e mudanças de
rumo, sempre que for necessário.

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Competência 02

Figura 9 – Esquema das possíveis partes do plano de ação


Fonte: A autora (2018)

Seguindo essas orientações, a escola poderá construir um bom Projeto Político Pedagógico. Ressalto
a necessidade de ser uma construção coletiva, envolvente, que todos sintam-se partícipes e
responsáveis por essa construção.

Bom, espero que você tenha percebido que cada ‘parte’ do PPP é muito importante e que tudo
deve ser construído com muito cuidado e atenção. Uma vez construído o PPP, deve ser avaliado
periodicamente, pois a ideia é que as configurações mudem com o tempo, os desafios sejam
sofisticados, na medida em que vamos vencendo os mais básicos.

Agora eu quero que você participe do fórum: Desafios para a construção do Projeto Político
Pedagógico. Você irá ler o material da segunda competência deste caderno, elaborar as suas
impressões, visitar uma escola pública no seu município, podendo ser inclusive o seu polo de apoio
presencial e conversar com a gestão, com a coordenação pedagógica/educador/a de apoio, professor
ou servidor administrativo e questionar acerca do processo de construção do PPP na unidade de ensino. Coloque no
fórum tanto as suas impressões ao ler esse material, quanto o que você encontrou na escola a esse respeito.

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Competência 02

Considerações finais

Quero dizer que foi muito gratificante construir essa disciplina com um conteúdo que me é muito
caro. Concluo dizendo que, como amo ler, escrever e partilhar ideias, fui muito feliz ao elaborar
esse material. Obrigada por você existir, e por estar aqui, assim pude com um enorme carinho,
partilhar informações com você.

Grande abraço!

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Minicurrículo da Professora Autora

Sou Terezinha Mônica Sinício Beltrão, Pedagoga, Mestra no Ensino das Ciências, Especialista em
Informática Educacional e em Educação Especial. Sou professora das Redes públicas Estadual de
Pernambuco e Municipal do Recife, com isso tive oportunidade de atuar como professora em todas
as séries, ciclos e anos da educação básica, desde a pré-escola até o Ensino Médio. Também tive
oportunidade de coordenar, como Educadora de Apoio e ainda Secretária Escolar.

Ainda atuei por vários anos na Educação de Jovens e Adultos e na Educação Especial. Atualmente
estou na Educação a Distância da Secretaria-executiva de Educação Profissional de Pernambuco
(SEEP), onde coordeno o curso técnico em Secretaria Escolar e na Unidade Virtual de Cursos a
Distância da Secretaria de Educação do Recife (UniRec), onde atuo organizando e coordenando
cursos a distância, como o de Libras a distância que me foi e é razão de muitas alegrias.

Adoro ler, escrever e compartilhar ideias, sobretudo aquelas que podem efetivamente ajudar a
transformar a vida das pessoas, como se faz nas políticas públicas e nas conversas cotidianas.

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Referências

ANDRE, M. E. D. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avaliação. In:______ .
Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo,
2001.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2.ed. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1981.

BAHIA. Orientações para o projeto político-pedagógico. Jornada Pedagógica 2014. Salvador, 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm >. Acesso: 20 fev. 2018.

FERNANDES, Reynaldo. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) / Reynaldo Fernandes.


– Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007. 26p.

LARCHERT, Jeanes Martins. Organização do trabalho escolar. Ilhéus: Editus, 2012.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5.ed. Goiânia: Editora
Alternativa. 2004.

PERNAMBUCO. Governo do Estado. In. Estatuto do Magistério Público do Estado de Pernambuco.


LEI Nº 11.329, DE 16 DE JANEIRO DE 1996.

PERNAMBUCO. Governo do Estado. Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE.


Disponível em: <http://www.saepe.caedufjf.net/avaliacao-educacional/o-saepe/> . Acesso: 04 mar.
2018.

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.

VEIGA, Ilma Passos. Projeto político pedagógico: uma construção possível. Campinas-SP: Papirus,
2001.

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